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Apostila - Lubrificantes e Lubrificação, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

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Tipologia: Notas de estudo

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EmiliaCuca
EmiliaCuca 🇧🇷

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Baixe Apostila - Lubrificantes e Lubrificação e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! Educação Profissional Curso Técnico em Mecânica Módulo II – Mecânico de Manutenção LUBRIFICANTES E LUBRIFICAÇÃO Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 1 SUMÁRIO 1 – LUBRIFICAÇÃO 02 1.1 – ATRITO 02 1.2 – LUBRIFICANTE 06 1.3 – FUNÇÕES DOS LUBRIFICANTES 08 1.4 – PELÍCULA LUBRIFICANTE 09 1.5 – CLASSIFICAÇÃO DA LUBRIFICAÇÃO 09 1.6 – CUNHA LUBRIFICANTE 10 1.7 – RANHURAS 12 2 – LUBRIFICANTES 13 2.1 – CLASSIFICAÇÃO 13 2.2 – ANÁLISES 15 2.3 – ADITIVOS 30 3 – GRAXAS LUBRIFICANTES 34 3.1 – GENERALIDADES 34 3.2 – FABRICAÇÃO 34 3.3 – CLASSIFICAÇÃO 34 3.4 – CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES 35 3.5 – CRITÉRIOS DE ESCOLHA 36 3.6 – ADITIVOS 38 4 – MANUSEIO E ESTOCAGEM DE LUBRIFICANTES 39 4.1 – RECEBIMENTO 39 4.2 - ESTOCAGEM 40 5 – FATORES QUE AFETAM OS PRODUTOS ESTOCADOS 43 5.1 – CONTAMINAÇÕES 43 5.2 – DEPÓSITO DE LUBRIFICANTES 46 5.3 – ESTOCAGEM E MANIPULAÇÃO DE LUBRIFICANTES EM USO 47 5.4 – OS CUIDADOS NA MOVIMENTAÇÃO DE LUBRIFICANTES 49 6 – RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO A GRANEL DE ÓLEOS LUBRIFICANTES 49 6.1 – RECEBIMENTO 49 6.2 – ARMAZENAMENTO 50 6.3 – DESCARTE DE ÓLEOS USADOS 50 7 – MONITORAMENTO DA CONDIÇÃO DO EQUIPAMENTO ATRAVÉS DA ANÁLISE DO LUBRIFICANTE 51 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 4 Figura 1.5 3ª Lei O atrito cinético (corpos em movimento) é menor do que o atrito estático (corpos sem movimento), devido ao coeficiente de atrito cinético ser inferior ao estático. Figura 1.6 4ª Lei O atrito diminui com a lubrificação e o polimento das superfícies, pois reduzem o coeficiente de atrito. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 5 Figura 1.7 No atrito de rolamento, a resistência é devida sobretudo às deformações. As superfícies elásticas (que sofrem deformações temporárias) oferecem menor resistência ao rolamento do que as superfícies plásticas (que sofrem deformações permanentes). Em alguns casos, o atrito de rolamento aumenta devido à deformação da roda (por exemplo, pneus com baixa pressão). As leis do atrito de rolamento são as seguintes: 1ª Lei A resistência ao rolamento é diretamente proporcional à carga aplica. Figura 1.8 2ª Lei O atrito de rolamento é inversamente proporcional ao raio do cilindro ou esfera. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 6 Figura 1.9 1.2 - LUBRIFICANTE Exames acurados do contorno de superfícies sólidas, feitas no microscópio eletrônico e por outros métodos de precisão, mostraram que é quase impossível mesmo com os mais modernos processos de espelhamento, produzir uma superfície verdadeiramente lisa ou plana. Ampliando-se uma pequena porção de uma superfície aparentemente lisa, temos a idéia perfeita de uma cadeia de montanhas. Figura 1.10 Supondo duas barras de aço com superfícies aparentemente lisas, uma sobre a outra, tais superfícies estarão em contato nos pontos salientes. Figura 1.11 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 9 1.4 - PELÍCULA LUBRIFICANTE Para que haja formação de película lubrificante, é necessário que o fluído apresente adesividade, para aderir às superfícies e ser arrastada por elas durante o movimento, e coesividade, para que não haja rompimento da película. A propriedade que reúne a adesividade e a coesividade de um fluido é denominada oleosidade. A água não é um bom lubrificante; sua adesividade e coesividade são muito menores que as de um óleo. Figura 1.17 1.5 - CLASSIFICAÇÃO DA LUBRIFICAÇÃO A lubrificação pode ser classificada, de acordo com a película lubrificante, em total ou fluida, limite e mista. Na lubrificação total ou fluida, a película lubrificante separa totalmente as superfícies, não havendo contato metálico entre elas, isto é, a película possui espessura superior à soma das alturas das rugosidades das superfícies. Serão resultantes, assim, valores de atrito baixos e desgaste insignificantes. Figura 1.18 Na lubrificação limite, a película, mais fina, permite o contato entre as superfícies de vez em quando, isto é, a película possui espessura igual à soma das alturas das rugosidades das superfícies. Nos casos em que cargas elevadas, baixas velocidades ou operação intermitente impedem a formação de uma película fluida, é conveniente empregar-se um lubrificante com aditivos de oleosidade ou antidesgaste. Onde as condições são muito severas, e estes aditivos perdem a eficiência, devem ser empregados aditivos de extrema pressão. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 10 Figura 1.19 Na lubrificação mista, podem ocorrer os dois casos anteriores. Por exemplo, na partida das máquinas os componentes em movimento estão apoiados sobre as partes fixas, havendo uma película insuficiente, permitindo o contato entre as superfícies (lubrificação limite). Quando o componente móvel adquire velocidade, é produzida uma pressão (pressão hidrodinâmica), que separa totalmente as superfícies, não havendo contato entre elas (lubrificação total). Figura 1.20 1.6 - CUNHA LUBRIFICANTE Os mancais são suportes que mantêm as peças (geralmente eixos) em posição ou entre limites, permitindo seu movimento relativo. Os mancais de deslizamento possuem um espaço entre o eixo e o mancal denominado folga. As dimensões da folga são proporcionais ao diâmetro “d” do eixo (0,0006d a 0,001d) e suas funções são suportar a dilatação e a distorção das peças, bem como neutralizar possíveis erros mínimos de alinhamento. Além disto, a folga é utilizada para introdução do lubrificante. O óleo introduzido na folga adere às superfícies do eixo e do mancal, cobrindo-as com uma película de lubrificante. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 11 Figura 1.21 Com a máquina parada, devido à folga o eixo toma uma posição excêntrica em relação ao mancal, apoiando-se na parte inferior. Nesta posição a película lubrificante entre o eixo e o mancal é mínima, ou praticamente nenhuma.  Na partida da máquina, o eixo começa a girar e o óleo, aderindo à sua superfície, é arrastado, formando-se a cunha lubrificante. Durante as primeiras rotações, o eixo sobe ligeiramente sobre a face do mancal, em direção contrária à da rotação, permanecendo um considerável atrito entre as partes metálicas, pois existe contato entre as superfícies (lubrificação limite). Figura 1.22 À medida que a velocidade aumenta, maior será a quantidade de óleo arrastada, formando-se uma pressão hidrodinâmica na cunha lubrificante, que tende a levantar o eixo para sua posição central, eliminando o contato metálico (lubrificação total). Figura 1.23 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 14 Os óleos aditivados são óleos minerais puros, aos quais foram adicionados substâncias comumente chamadas de aditivos, com o fim de reforçar ou acrescentar determinadas propriedades. Os óleos sintéticos são provenientes da indústria petroquímica. São os melhores lubrificantes, mas são também os de custo mais elevado. Os mais empregados são os polímeros, os diésteres etc. Devido ao seu custo, seu uso limitado aos locais onde os óleos convencionais não podem ser utilizados. Outros líquidos são às vezes empregados como lubrificantes, dado a impossibilidade de se utilizarem quaisquer dos tipos mencionados. A água, algumas vezes empregada, possui propriedades lubrificantes reduzidas, além de ter ação corrosiva sobre os metais. Os pastosos, comumente chamados graxas, são empregados onde os lubrificantes líquidos não executam suas funções satisfatoriamente. As graxas podem ser subdivididas em: graxas de sabão metálico, graxas sintéticas, graxas á base de argila, graxas etuminosas e graxas para processo. As graxas de sabão metálico são as mais comumente utilizadas. São constituídas de óleos minerais puros e sabões metálicos, que são a mistura de um óleo graxo e um metal (cálcio, sódio, lítio, etc.). Como os óleos, estas graxas podem ser aditivadas para se alcançarem determinadas características. As graxas sintéticas são as mais modernas. Tanto o óleo mineral, como o sabão, podem er substituídos por óleos e sabões sintéticos. Como os óleos sintéticos, devido ao seu levado custo, estas graxas têm sua aplicação limitada aos locais onde os tipos convencionais não podem ser utilizados. As graxas á base de argila são constituídas de óleos minerais puros e argilas especiais de granulação finíssima. São graxas especiais, de elevado custo, que resistem a temperaturas elevadíssimas. As graxas betuminosas, formuladas à base de asfalto e óleos minerais puros, são lubrificantes de grande adesividade. Algumas, devido à sua alta viscosidade, devem ser aquecidas para serem aplicadas. Outras, são diluídas em solventes que se evaporam após sua aplicação. As graxas para processo são graxas especiais, fabricadas para atenderem a processos industriais como a estampagem, a moldagem etc. Algumas contêm materiais sólidos como aditivos. Os lubrificantes sólidos são usados, geralmente, como aditivos de lubrificantes líquidos ou pastosos. Algumas vezes, são aplicados em suspensão, em líquidos que se evaporam após a sua Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 15 aplicação. A grafite, o molibdênio, o talco, a mica etc., são os mais empregados. Estes lubrificantes apresentam grande resistência a elevadas pressões e temperaturas. Os lubrificantes gasosos são empregados em casos especiais, quando não é possível a aplicação dos tipos convencionais. São normalmente usados o ar, o nitrogênio e os gases halogenados. Sua aplicação é restrita, devido à vedação exigida e às elevadas pressões necessárias para mantê-los entre as superfícies. 2.2 - ANÁLISES A formulação de um óleo lubrificante é um trabalho complexo, em que o técnico deve estudar a compatibilidade entre os diversos tipos de óleos minerais puros (chamados óleos básicos), entre os diversos tipos de aditivos e entre os óleos minerais puros e os aditivos, de acordo com sua finalidade. Para se atingirem as características desejadas em um óleo lubrificante, realizam-se análises físico-químicas, que permitem fazer uma pré-avaliação de seu desempenho. Algumas destas análises não refletem as condições encontradas na prática, mas são métodos empíricos que fornecem resultados comparativos de grande valia quando associado aos métodos científicos desenvolvidos em laboratórios. Entre as análises realizadas com os lubrificantes temos: A) Densidade; B) Viscosidade; C) Índice de viscosidade; D) Ponto de fulgor (ou de lampejo) e ponto de inflamação (ou de combustão); E) Pontos de fluidez e névoa; F) Água por destilação; G) Água e sedimentos; H) Demulsibilidade; I) Extrema pressão; J) Diluição; K) Cor; L) Cinzas oxidadas; M) Cinzas sulfatadas; N) Corrosão em lâmina de cobre; O) Consistência de graxas lubrificantes; P) Ponto de gota. A) Densidade A maior parte dos produtos líquidos do petróleo são manipulados e vendidos na base de volume; porém, em alguns casos, é necessário conhecer o peso do produto. O petróleo e seus derivados expandem-se quando aquecidos, isto é, o volume aumenta e o peso não se modifica. Por esta razão, a densidade é medida a uma temperatura padrão ou, então, convertida para esta temperatura por meio de tabelas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 16 A densidade é um número que define o peso de um certo volume de uma substância quando submetida a uma determinada temperatura. A densidade de uma substância é a relação entre o peso do volume dessa substância medido a uma determinada temperatura e o peso de igual volume de outra substância padrão (água destilada), medido na mesma temperatura (sistema inglês: 60ºF / 60ºF) ou em outra temperatura (sistema métrico: 20ºC / 20ºC). Figura 2.1 No Brasil, a temperatura normal de referência do produto é 20ºC, podendo em alguns casos ser expressa a 15ºC ou 25ºC. Conhecendo a densidade de cada produto, é possível diferenciar imediatamente quais os produtos de maior ou menor peso. A densidade de óleos novos não tem significado quanto à sua quantidade, mas é de grande importância no cálculo de conversão de litros em quilos, ou vice-versa. Por meio de densidade, pode ser determinado o número de tambores de 200 litros de óleo que um caminhão poderá transportar. O cálculo é feito da seguinte maneira: Exemplo:  Densidade do óleo ......................................................... 0,895  Carga máxima do caminhão ......................................... 12.000kg  Peso do tambor vazio ................................................... 17kg  Peso de 200 litros de óleo .......................................... 200 x 0,895 = 179kg  Peso total do tambor com 200 litros de óleo 179 + 17 = 196kg  Número máximo de tambores que o caminhão pode transportar .... 12 000 = 61 tambores 196 A densidade API (American Petroleum Institute) é unicamente empregada para o petróleo e seus subprodutos. É determinada pela fórmula: Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 19 Figura 2.4 O viscosidade Saybolt possui dois tipos de tubos: universal e furol. A diferença entre os dois está no diâmetro do tubo capilar que regula o escoamento do fluido, sendo que o tubo furol permite um escoamento em tempo aproximadamente dez vezes menor do que o tubo universal. A leitura de tempo do cronômetro dará diretamente a indicação da viscosidade Saybolt do fluido, em Segundos Saybolt Universal (SSU), ou Segundos Saybolt Furol (SSF), conforme o tubo utilizado. Normalmente, o Saybolt universal é empregado para óleos com 32 até 1.000 SSU; acima de 1.000 SSU, deve-se empregar o tubo furol. Figura 2.5 Para converter SSF em SSU é empregada a seguinte fórmula: SSU = 10.SSF, pois o valor numérico da viscosidade em SSU é aproximadamente igual a dez vezes o valor numérico da viscosidade em SSF. Viscosidade Redwood O viscosímetro Redwood é semelhante ao Saybolt. As temperaturas usuais de determinação são: 70, 77, 86, 100, 140, e 200°F. Como no Saybolt, este método possui dois tubos padrões: o n° 1, universal, e n°2, admiralty, sendo o valor numérico em SR1 aproximadamente igual a dez vezes o valor numérico em SR2. A leitura do cronômetro dará a viscosidade Redwood em Segundos Redwood n°2 (SR2). Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 20 Figura 2.6 Viscosidade Engler O viscosímetro Engler é também semelhante ao Saybolt. Este método utiliza as seguintes temperaturas padrões: 20°C, 50°C e 100°C. O resultado do teste é referido em grau Engler ( E) que, por definição, é a relação entre o tempo de escoamento de 200 ml de óleo, a 20°C (ou 50°C ou 100ºC) e o tempo de escoamento de 200 ml de água destilada a 20ºC. Figura 2.7 Viscosidade Cinemática No método cinemático, um tubo capilar é abastecido até determinado nível. Por sucção, o óleo é levado até uma marca em um dos lados do tubo. Parando-se de succionar, o óleo tende a voltar para a posição inicial, passando por uma segunda marca de referência. É anotado o tempo, segundos, que o nível do óleo leva para passar pelos dois traços de referência. Para cada faixa de viscosidade dos óleos é utilizado um tubo capilar com determinado diâmetro e, para cada tubo, é determinado um fator de correção “C” do tubo para o cálculo da viscosidade em centistokes (cSt): Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 21 Viscosidade em cSt = C x t sendo t, o tempo de escoamento, em segundos, determinado no viscosímetro cinemático. Figura 2.8 O viscosímetro cinemático apresenta maior precisão em relação aos viscosímetros Saybolt, Redwood e Engler. Importância da Viscosidade A viscosidade é, indubitavelmente, a propriedade física principal de um óleo lubrificante. A viscosidade é um dos principais fatores na seleção de um óleo lubrificante, sendo sua determinação influenciada por diversas condições, sendo as mais comuns as seguintes:  Velocidade  maior a velocidade, menor deve ser a viscosidade, pois a formação da película lubrificante é mais fácil. Os óleos de maior viscosidade possuem maiores coeficientes de atrito interno, aumentando a perda de potência, isto é, a quantidade de força motriz absorvida pelo atrito interno do fluído.  Pressão  quanto maior for a carga, maior deverá ser a viscosidade para suportá-la e evitar o rompimento da película.  Temperatura  como a viscosidade diminui com o aumento da temperatura, para manter uma película lubrificante, quanto maior for a temperatura, maior deverá ser a viscosidade.  Folgas  quanto menores forem as folgas, menor deverá ser a viscosidade para que o óleo possa penetrar nelas.  Acabamento  quanto melhor o grau de acabamento das peças, menor poderá ser a viscosidade. Podemos, assim, verificar que existem condições inversas, isto é, umas que exigem uma baixa viscosidade e outras, alta viscosidade, e que podem ocorrer ao mesmo tempo. Isto torna a determinação da viscosidade um estudo complexo, que deverá ser realizado pelos projetistas de máquinas e motores. A modificação da viscosidade determinada pelos fabricantes das máquinas poderá melhorar algum fator (por exemplo, o consumo de óleo), mas poderá prejudicar a máquina em diversos outros fatores e ocasionar sua quebra. Com a análise dos óleos usados, podemos determinar:  Redução da viscosidade  ocasionada por contaminação por combustível ou outros produtos menos viscosos.  Aumento da viscosidade  poderá indicar a oxidação do óleo, presença de água, de sólidos em suspensão ou contaminação com outro óleo mais viscoso. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 24 E) Ponto de fluidez e de névoa Quando resfriamos um subproduto do petróleo suficientemente, este deixa de fluir, mesmo sob a ação da gravidade, devido a cristalização das parafinas ou o aumento da viscosidade (congelamento). Ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em múltiplos de 3ºC, na qual a amostra ainda flui, quando resfriada e observada sob condições determinadas. O método P-MB-820 para determinação do ponto de fluidez consiste em resfriar uma amostra a um ritmo pré-determinado, observando-se a sua fluidez a cada queda de temperatura de 3ºC até que virtualmente a superfície da amostra permanece imóvel por 5 segundos ao se colocar o tubo de ensaio em posição horizontal, conforme ilustração abaixo. Somando 3ºC à temperatura anotada no momento em que a superfície permanece imóvel por 5 segundos, obtemos o ponto de fluidez, P- MB-820. O ponto de fluidez dá uma idéia de quanto determinado óleo lubrificante pode ser resfriado sem perigo de deixar de fluir. O ponto de névoa é a temperatura em que, resfriando-se um produto, a cristalização da parafina dá uma aparência turva a este produto. Caso o ponto de fluidez seja atingido antes que seja notado o ponto de névoa, isto significa que o produto possui poucos componentes parafínicos. Os produtos naftênicos, em geral, possuem ponto de fluidez inferior aos arafínicos. Estes ensaios só têm maior significação para lubrificantes que trabalham em baixas temperaturas. Figura 2.13 F) Água por destilação A água, quando misturada aos óleos lubrificantes, pode provocar a oxidação do óleo, a corrosão das partes metálicas, o aumento da viscosidade do óleo, a segregação dos aditivos e formação de espuma. Quando separada, a água provoca um escoamento irregular do óleo e falhas na lubrificação. Para determinação do teor de água, fazemos uma destilação parcial do óleo usado, de modo que somente a água evapore e seja condensada em um recipiente graduado. A água pode ser proveniente de má estocagem dos óleos, de vazamento dos sistemas de refrigeração das máquinas ou da má vedação de máquinas que trabalhem com água. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 25 Figura 2.14 G) Água e sedimentos Por este método, podemos determinar o teor de partículas insolúveis contidas numa amostra de óleo, somada com a quantidade de água presente nesta mesma amostra. Este teste consiste em centrifugar-se uma amostra de óleo usado em um recipiente graduado. Como a água e os sedimentos possuem maior densidade do que o óleo, estes se depositam no fundo do recipiente, sendo então medidos. Figura 2.15 H) Demulsibilidade Demulsibilidade é a capacidade que possuem os óleos de se separarem da água. Por exemplo, o Ipitur HST possui um grande poder demulsificante, ou seja, separa-se rapidamente da água, não formando emulsões estáveis. A demulsibilidade é de grande importância na lubrificação de equipamentos, como turbinas hidráulicas e a vapor, onde os lubrificantes podem entrar em contato com a água ou vapor. Um dos métodos para determinar a demulsibilidade dos óleos lubrificantes consiste em colocar, em uma proveta, 40ml de óleo a testar e 40ml de água destilada. A seguir o óleo e a água são agitados (1500 RPM) durante 5 minutos, a uma certa temperatura (130ºF para óleos de viscosidade inferior a 450 SSU e 180ºF quando a viscosidade do óleo for superior a 450 SSU a 100ºF). Finalmente, é observado o tempo necessário para a completa separação da água. O resultado é dado por 4 números, representando, respectivamente, as quantidades de óleo, água, emulsão e tempo. Exemplo: 25 - 20 - 35 - 60’ ... Após 60 minutos temos na proveta 25ml de óleo, 20ml de água e 35ml de emulsão. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 26 Figura 2.16 I) Extrema pressão Existem diversos métodos para se avaliar a capacidade de carga de um óleo ou graxa lubrificante. O teste Timkem mede a capacidade de carga dos lubrificantes. Consiste de um cilindro rotativo e um braço de alavanca, sobre o qual são colocadas cargas graduadas, para aumentar a pressão que o bloco de aço exerce sobre o anel de aço preso ao cilindro rotativo. As cargas são aumentadas até que o bloco apresente ranhuras. A carga máxima aplicada sem causar ranhuras é então anotada como carga Timkem. Figura 2.17 No teste de quatro esferas (four ball), três esferas são dispostas juntas horizontalmente, e uma quarta, presa a um eixo, gira sobre elas a uma velocidade de 1800 RPM. Para determinar-se a Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 29 Figura 2.19 Diz-se que a penetração é trabalhada, quando a graxa no cilindro é socada por um dispositivo especial, por 60 vezes ou mais. A penetração é não trabalhada quando a graxa não é socada. Baseando-se em valores de penetração trabalhada, o NLGI (National Lubricating Grease Institute) estabeleceu uma classificação para as graxas, para facilitar sua escolha. Penetração trabalhada Grau NLGI (em mm/10) 445/475.................................................................000 400/430.................................................................00 355/385.................................................................0 310/340 ................................................................. 1 265/295.................................................................2 220/255.................................................................3 175/205 ................................................................4 130/160..................................................................5 85/115.....................................................................6 As graxas menos consistentes que 0 (zero) são chamadas semi-fluidas, e as mais consistentes que 6 (seis) são as graxas de bloco. Q) Ponto de gota O ponto de gota de uma graxa é a temperatura em que se inicia a mudança do estado pastoso para o estado líquido (primeira gota). O ponto de gota varia de acordo com o sabão metálico empregado, as matérias-primas usadas e com o método de fabricação. Na prática, usa-se limitar a temperatura máxima de trabalho em 20 a 30ºC abaixo do ponto de gota das graxas. As graxas de argila não possuem ponto de gota podendo assim ser usadas a elevadas temperaturas. Neste ensaio a graxa é colocada em um pequeno recipiente, com uma abertura na parte inferior. O recipiente é colocado em um banho, que é aquecido gradativamente. A temperatura em que pingar a primeira gota do recipiente é ponto de gota. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 30 Figura 2.20 2.3 - ADITIVOS Devido ao constante aperfeiçoamento das máquinas, tornou-se necessário melhorar ou acrescentar qualidades aos óleos minerais puros, com substâncias genericamente chamadas de aditivos. Existem diversos tipos de aditivos, que possuem a mesma finalidade. A escolha de um deles depende da susceptibilidade do óleo básico para com o aditivo, a compatibilidade do básico para com o aditivo, e destes entre si. Como cada companhia usa aditivos diferentes, não é aconselhável misturarem-se óleos de marcas ou tipos diferentes, principalmente quando se tratar de óleos para engrenagens. Entre os diversos tipos de aditivos, temos os seguintes: a. Detergente-dispersante; b. Antioxidante; c. Anticorrosivo d. Antiferrugem; e. Extrema pressão; f. Antidesgaste; g. Abaixador do ponto de fluidez; h. Aumentador do índice de viscosidade. a. Detergente-dispersante  Aplicações: Motores de combustão interna.  Finalidades - Este aditivo tem a função de limpar as partes internas dos motores, e manter em suspensão, finamente dispersos, a fuligem formada na queima do combustível e os produtos de oxidação do óleo. Quando o lubrificante não possui aditivo detergente-dispersante, os resíduos se agrupam e precipitam, formando depósitos. Nos óleos que contêm detergente-dispersante, o aditivo envolve cada partícula de resíduo com uma camada protetora, que evita o agrupamento com outros resíduos e, conseqüentemente, a sua precipitação. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 31 É observado um rápido escurecimento do óleo, que ainda é mal entendido por alguns mecânicos e usuários, que acreditam que o lubrificante se deteriora rapidamente. No entanto, o escurecimento significa que as partículas que iriam formar borras, lacas e vernizes estão sendo mantidas em suspensão e serão drenadas junto com o óleo. A quantidade de material disperso depende da quantidade e do tipo dos aditivos. Isto significa que, após determinados períodos de uso, os aditivos saturam-se e os óleos necessitam ser drenados, para não ocorrer a formação de depósitos. As maiores partículas encontradas em suspensão no óleo mediram 1,5 micra, enquanto que a menor folga é de 2 micra. As partículas são então incapazes de obstruir as folgas ou de promover o desgaste abrasivo. b. Antioxidante  Aplicações: Motores de combustão interna, turbinas, compressores, motores elétricos, fusos, sistemas hidráulicos, sistemas de circulação de óleo etc.  Mecanismo da oxidação - Um óleo, simplesmente exposto ao ar, tende a oxidar-se devido à presença de oxigênio. Esta oxidação se processa lenta ou rapidamente, conforme a natureza do óleo. Óleos em serviços estão mais sujeitos à oxidação, devido a vários fatores: contaminação, calor, hidrocarbonetos oxidados. Esquematizando o mecanismo da oxidação, temos: 1) Primeiras reações: Oxigênio + hidrocarbonetos compostos ácidos. 2) Partículas metálicas, principalmente de cobre e hidrocarbonetos oxidados, funcionam como catalisadores, acelerando a oxidação. Oxigênio + hidrocarbonetos compostos ácidos. partículas metálicas Oxigênio + hidrocarbonetos compostos ácidos. hidrocarbonetos oxidados 3) Os compostos ácidos, misturando-se com a fuligem e água, formam a “borra”. Compostos ácidos + fuligem + água borra. 4) Nos pontos de temperatura elevada (cabeça dos pistões, anéis de pistão, válvula etc...), os compostos ácidos decompõem-se, formando vernizes e lacas. Compostos ácidos vernizes e lacas.  Mecanismo do antioxidante: O aditivo antioxidante combate a oxidação do óleo lubrificante da seguinte maneira: Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 34 3 - GRAXAS LUBRIFICANTES 3.1 – GENERALIDADES As graxas podem ser definidas como produtos formados pela dispersão de um espessante em um óleo lubrificante. O espessante, também chamado sabão, é formado pela neutralização de um ácido graxo ou pela saponificação de uma gordura por um metal. O metal empregado dará seu nome à graxa. A estrutura das graxas, observadas ao microscópio, mostra-se como uma malha de fibras, formada pelo sabão, onde é retido o óleo. As graxas apresentam diversas vantagens e desvantagens em relação aos óleos lubrificantes. Entre as vantagens, podemos citar:  As graxas promovem uma melhor vedação contra a água e impurezas.  Quando a alimentação de óleo não pode ser feita continuamente, empregam-se as graxas, pois elas permanecem nos pontos de aplicação.  As graxas promovem maior economia em locais onde os óleos escorrem.  As graxas possuem maior adesividade do que os óleos. As desvantagens são:  Os óleos dissipam melhor o calor do que as graxas.  Os óleos lubrificam melhor em altas velocidades.  Os óleos resistem melhor à oxidação. 3.2 - FABRICAÇÃO Existem dois processos para a fabricação das graxas: formar o sabão em presença do óleo ou dissolver o sabão já formado no óleo. A fabricação é feita em tachos, providos de um misturador de pás e envoltos por uma camisa de vapor para aquecer o produto. Quando o sabão é formado em presença do óleo, o tacho é munido de um autoclave, para a necessária saponificação. Acabada a fabricação, a graxa, ainda quente e fluida, passa por filtros de malhas finíssimas, sendo então envasilhada. A filtragem evita que partículas de sabão não dissolvidas permaneçam na graxa e o envasilhamento imediato impede que as graxas sejam contaminadas por impurezas. 3.3 - CLASSIFICAÇÃO De acordo com a natureza do sabão metálico utilizado em sua fabricação, as graxas podem ser classificadas em: graxas de sabão de lítio, graxas de cálcio, graxas de complexo de cálcio e graxas de bases mistas. Além dos sabões metálicos mencionados, podemos ter graxas de alumínio, de bário etc., que são, porém, menos empregadas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 35 Existem graxas em que o espessante é a argila. Estas graxas são insolúveis na água e resistem a temperaturas elevadíssimas. Embora sejam multifuncionais, seu elevado custo faz com que suas aplicações sejam restritas aos locais onde as graxas comuns não resistem às temperaturas elevadas (acima de 200ºC). As graxas betuminosas também podem ser classificadas como óleos. São formadas à base de asfalto. Possuem uma grande aderência, e suas maiores aplicações são os cabos de aço, as engrenagens abertas e as correntes. Não devem ser usadas em mancais de rolamentos. Alguns mancais planos que possuem grande folga, ou suportam grandes cargas, podem, às vezes, utilizá- las. 3.4 - CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES Abaixo são dadas algumas aplicações e características das graxas, classificadas de acordo com a natureza do sabão.  Graxas de sabão de cálcio Em sua maioria, possuem textura macia e amanteigada. São resistentes à água. Devido ao fato de a maioria das graxas de cálcio conter 1 a 2% de água em sua formulação, e como a evaporação desta água promove a decomposição da graxa, elas não são indicadas para aplicações onde as temperaturas sejam acima de 60ºC (rolamentos, por exemplo). As graxas de complexo de cálcio (acetato de cálcio), não contêm água em sua formulação, podendo ser usadas com temperaturas elevadas. As maiores aplicações das graxas de cálcio são a lubrificação de mancais planos, os chassis de veículos e bombas d’água.  Graxas de sabão de sódio As graxas de sódio possuem uma textura que varia de fina até fibrosa. Resistem a altas temperaturas, sendo, porém, solúveis em água. Suas maiores aplicações são os mancais de rolamentos e as juntas universais, desde que não haja presença de água, pois elas se desfazem.  Graxas de sabão de lítio São as chamadas graxas multipurpose (múltiplas finalidades). Possuem textura fina e lisa, são insolúveis na água e resistem a elevadas temperaturas. Podem substituir as graxas de cálcio e de sódio em suas aplicações, e possuem ótimo comportamento em sistemas centralizados de lubrificação. A vantagem do emprego de uma graxa multipurpose é evitaremse enganos de aplicação, quando se têm diversos tipos de graxas, e a simplificação dos estoques.  Graxas de complexo de cálcio As graxas de complexo de cálcio possuem elevado ponto de gota, boa resistência ao calor e ao trabalho. Apresentam a propriedade de engrossar quando contaminadas com água. No caso de serem formuladas com teor de sabão elevado, a tendência a engrossar manifesta-se quando submetidas ao trabalho. Podem ser aplicadas em mancais de deslizamento e de rolamentos.  Graxas mistas As graxas de bases mistas possuem as propriedades intermediárias dos sabões com que são formadas. Assim, podemos ter graxas de cálcio-sódio, cálcio-lítio etc. As graxas de sódio e lítio não são compatíveis, não devendo ser misturadas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 36 3.5 - CRITÉRIOS DE ESCOLHA Para definir a graxa adequada para determinada aplicação, devem ser observados os seguintes fatores:  Consistência O conhecimento da consistência da graxa é importantíssimo para sua escolha. No Brasil, onde a temperatura ambiente não atinge extremos muito rigorosos, é mais empregada a graxa NLGI 2. Em locais onde a temperatura é mais elevada, emprega-se a NLGI 3, e onde a temperatura é mais baixa, a NLGI 1. Como nos óleos, quanto maior for a velocidade e mais baixas forem a temperatura e a carga, menor deverá ser a consistência. Por outro lado, com baixas velocidades e altas temperaturas e cargas, deve ser usada uma graxa mais consistente. Em sistemas centralizados de lubrificação, deve ser empregada uma graxa com fluidez suficiente para escoar.  Ponto de gota O ponto de gota de determinada graxa limita a sua aplicação. Na prática, usa-se limitar a temperatura máxima de trabalho em 20 a 30ºC abaixo de seu ponto de gota. Em geral, as graxas possuem seu ponto de gota nas seguintes faixas:  Graxas de cálcio ............................... 65 a 105ºC  Graxas de sódio ............................... 150 a 260ºC  Graxas de lítio ................................. 175 a 220ºC  Graxas de complexo de cálcio .... 200 a 290ºC As graxas de argila não possuem ponto de gota, podendo assim ser usadas em elevadas temperaturas. Na ilustração abaixo, é apresentada a resistência à temperatura de acordo com a natureza do sabão das graxas. A graxa de cálcio é a única que possui baixa resistência à temperatura. Figura 3.1  Resistência à água O tipo de sabão comunica ou não à graxa a resistência à ação da água. Dos tipos citados anteriormente, a graxa de sabão de sódio é a única que se dissolve em presença da água. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 39 4 – MANUSEIO E ESTOCAGEM DE LUBRIFICANTES 4.1 - RECEBIMENTO Um controle no recebimento é de fundamental importância para o bom desempenho dos lubrificantes em uma indústria. Para que ele seja feito de maneira eficiente, certas regras deverão ser sempre seguidas: designar uma única pessoa responsável por essa tarefa, que deverá ter conhecimento das necessidades de lubrificação da fábrica. a) Verificar se o produto que está sendo entregue está de acordo com o pedido feito e a nota fiscal. b) Verificar se os lacres dos tambores e baldes não foram violados. c) Verificar as condições da embalagem quanto a sua estrutura e identificação do produto. A mercadoria, ao ser recebida, deve ser retirada do veículo transportador por meio de equipamentos adequados, tais como empilhadeiras, guinchos, talhas, etc. Plataformas de descarga ao mesmo nível dos veículos de transporte facilitam o manuseio dos volumes e diminuem o risco de avarias. Neste caso, o uso de carrinho ou empilhadeira reduz o tempo de descarga e oferece maior segurança. Figura 4.1 - Carrinho manual para movimentação de tambores. Quando não existirem plataformas de descarga, os tambores deverão deslizar longitudinalmente sobre rampas de madeira ou de metal. CERTO Figura 4.2 Figura 4.3 Nunca se deve derrubar os tambores sobre pilhas de pneus velhos ou outros meios que provoquem impacto na embalagem, pois isto poderá danificá-la, rompendo suas costuras, produzindo vazamentos e permitindo eventual contaminação futura. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 40 Caso o sistema de armazenagem adotado seja o uso de “pallets” a mercadoria deverá ser “paletizada”, conforme normas existentes, no ato de seu recebimento. Ao se receber os produtos deve-se fazer uma separação destes conforme sua utilização, encaminhando-os para seus respectivos lugares no almoxarifado. Isto evitará que se misturem tipos de lubrificantes diferentes e, portanto, o risco do uso indevido dos mesmos. Para a movimentação dos tambores é comum fazê-los rolar pelo chão. Isto, para distâncias curtas é aceitável, porém o uso de equipamentos adequados, tais como carrinhos de mão ou empilhadeiras, aumentam a segurança tanto para o operário quanto para a estrutura da embalagem. Uma observação importante se faz quanto ao manuseio de tambores deitados. Nunca uma única pessoa deve levantá-los, pois o peso de um tambor (+ ou - 200 kg) pode causar graves problemas físicos. Figura 4.4 Figura 4.5 4.2 - ESTOCAGEM 4.2.1 - Importância de um bom armazenamento As precauções adotadas nas refinarias e nos depósitos das companhias distribuidoras visam assegurar ao consumidor produtos da maior qualidade. Estas precauções vão desde o rigoroso controle de qualidade existente durante todo o processo de fabricação do lubrificante, até cuidados com o envasamento e a embalagem, afim de se evitar contaminações e outros danos que comprometeriam a qualidade do produto. 4.2.2 - Métodos e práticas de estocagem As embalagens são projetadas e dimensionadas para oferecerem boa resistência durante seu transporte e manuseio. Para evitar-se furos e amassamentos das embalagens ou alterações das marcas, certas precauções devem ser tomadas tais como:  Evitar quedas bruscas;  Proteger as rampas de escorregamento;  Não colocar baldes e tambores em contato direto com o chão  Não rolar os tambores em superfícies irregulares;  Empilhar as embalagens de forma correta. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 41 No Transporte de tambores com o uso de carrinhos ou empilhadeiras manuais ou motorizadas, certifique-se de que não ocorrerão quedas, transportando os tambores em posição longitudinal em relação aos garfos da empilhadeira e mantendo os garfos em posição o mais próximo possível do chão, conforme código de segurança para veículos industriais automotores PNB 153. No caso de baldes ou latas, evite a colocação de objetos pesados em cima dos mesmos, pois poderão se deformar. É desnecessário repetir a importância de evitar quedas. Os tambores ou baldes de graxas devem ser transportados e estocados sempre em posição vertical, evitando-se assim que o conteúdo do recipiente pressione sua tampa com conseqüente vazamento do produto. Figura 4.6 Para uma estocagem racional e de fácil manipulação, o uso de “pallets” é o ideal, pois além de se prestar ao empilhamento de tambores, também se presta ao armazenamento de baldes e de caixas com latas de lubrificantes. Entretanto, para que este sistema funcione, deve-se seguir certas normas quanto ao modo de paletizar e armazenar: Figura 4.7 a) utilizar “pallets” padronizados; b) observar as capacidades máximas permissíveis constantes da tabela 4.1 e o modo de superposição das camadas, a fim de maior estabilidade à pilha; c) utilizar uma empilhadeira adequada em capacidade de carga ao tipo de serviço; d) dimensionar e sinalizar o local de armazenagem de forma a permitir a paletização do número de embalagens desejadas e as manobras necessárias com a empilhadeira; e) nivelar e aplainar o piso do local de armazenagem. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 44 Caso o tambor esteja armazenado ao relento mas em posição horizontal, os bujões de enchimento deverão estar numa linha paralela ao solo, pois além de permitir verificação fácil quanto a vazamentos, não possibilitará a entrada de ar úmido. Além disso, se ocorresse um eventual vazamento pelos bujões, não haveria uma perda total do lubrificante. Figura 5.3 Quando da impossibilidade de se armazenar os lubrificantes em recintos fechados ou cobertos, deve-se tomar os seguintes cuidados para evitar a contaminação pela água ou outras impurezas:  Colocar os tambores deitados sobre ripas de madeira a fim de evitar o contato direto com o solo;  O ataque corrosivo às chapas de aço dos tambores traz sérios danos aos lubrificantes;  Escorar as extremidades da pilha de tambores por calços que impeçam o seu movimento;  Verificar regularmente o estado dos tambores quanto a vazamentos e à sua identificação. Figura 5.4 Figura 5.5 5.1.2 - Contaminação por Impurezas A presença de impurezas no lubrificante, tais como poeira, areia, fiapos etc., poderá causar danos às máquinas e equipamentos. Além da deterioração do lubrificante, poderá ocorrer obstrução da tubulação do sistema de lubrificação grimpamento de válvulas de sistemas hidráulicos e desgaste excessivo devido à presença de materiais abrasivos. A presença de contaminantes de qualquer espécie reduz sensivelmente o poder dielétrico de óleo isolante. Com a contaminação, óleos solúveis podem perder suas características de miscibilidade com a água, além da degradação da emulsão. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 45 Figura 5.6 5.1.3 - Contaminação com outros tipos de lubrificantes A mistura acidental de um lubrificante com outro tipo diferente pode vir a causar sérios inconvenientes. Se, por exemplo, um óleo de alta viscosidade for contaminado com um de baixa viscosidade, a película lubrificante formada pelo produto contaminado será mais fina que a original e, conseqüentemente, haverá maior desgaste. Os óleos para sistemas de circulação, como os óleos hidráulicos e de turbinas, se misturados com óleos solúveis, óleos para motores ou óleos para cilindros, além da possibilidade de reação dos aditivos, perderiam suas características de separação de água, ocasionando sérios problemas para os equipamentos. Portanto, é da maior importância que se mantenha as marcas e identificações originais das embalagens dos lubrificantes conservadas e desobstruídas de sujeiras e de qualquer outra coisa que possa esconder ou dificultar a leitura das mesmas. Um engano desta natureza pode trazer conseqüências imprevisíveis. 5.1.4 - Deterioração devido à extremos de temperaturas Extremos de temperatura podem deteriorar certos tipos de óleos e graxas lubrificantes. Por exemplo, algumas graxas não devem ser armazenadas em locais quentes, pois o calor poderá separar o óleo do sabão inutilizando-as como lubrificantes. Os óleos solúveis contém uma determinada percentagem de umidade, necessária para sua estabilidade. Quando armazenados em locais quentes ou muito frios, esta umidade pode evaporar-se ou congelar-se, inutilizando o produto. Portanto, o local de estocagem dos lubrificantes deve ser bem ventilado e separado de fontes de calor ou frio. Os lubrificantes podem deteriorar-se mesmo que a embalagem original ainda esteja lacrada. O excesso de calor, além de degradar o produto, pode trazer perigo à segurança da empresa. 5.1.5 - Deterioração devido a armazenagem prolongada A maioria dos aditivos dos óleos e graxas lubrificantes podem decompor-se quando submetidos a armazenagem muito longa. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 46 Isto ocorre quando os estoques novos são armazenados de maneira a impedir a movimentação do estoque antigo. Portanto, deve-se efetuar um cronograma de circulação dos produtos em estoque, certificando-se de que não ficarão estocados por muito tempo. Os produtos devem sempre ser utilizados conforme os primeiros que chegaram. Figura 5.7 - Circulação de produtos em estoque. 5.1.6 - Contaminação com outros tipos de produtos A armazenagem dos lubrificantes deve ser sempre separada de outros produtos tais como solventes, detergentes, tintas, óleo de linhaça, etc. Se por engano forem colocados em um sistema de lubrificação, podem causar sérios problemas aos equipamentos. Assim, deve-se organizar o almoxarifado de forma que não haja possibilidade de que ocorra este tipo de acidente, fazendo-se uma identificação específica para cada tipo de produto. 5.2 - DEPÓSITO DE LUBRIFICANTES A armazenagem deve ser feita tendo em vista as facilidades de carga e descarga e os pontos de consumo da fábrica. O depósito de lubrificantes deve ser em local coberto, bem ventilado, afastado de fontes de contaminação e de calor excessivo e suficientemente amplo para permitir a movimentação dos tambores e a guarda de todo o material e equipamento necessário à lubrificação. É necessário espaço para a estocagem de recipientes cheios e não abertos e para os recipientes em uso, dos quais são retirados os lubrificantes para a distribuição para vários pontos a serem aplicados. A armazenagem destes produtos pode ser num único ambiente ou ambientes separados, convenientemente situados no interior de uma indústria. Em qualquer situação, sempre deve-se ter um controle e organização eficaz sobre os produtos armazenados e manipulados, para evitar uma contaminação ou confusão de tipos e assegurar a rotatividade do estoque. É conveniente que haja uma sala de lubrificação separada do depósito ou almoxarifado de lubrificantes a fim de facilitar o controle e o serviço dos lubrificadores. Nesta sala deve-se guardar os produtos em uso e os equipamentos e dispositivos utilizados na sua aplicação. Também, deve ser o local para limpeza deste material, além de servir de escritório para o encarregado da lubrificação. Por isso, deve-se localizar a sala de lubrificação o mais próximo possível das áreas a serem servidas. Dependendo do tamanho da indústria ou do tipo de máquinas a serem lubrificadas, torna-se necessário instalar armários ou pequenas salas de lubrificação perto das máquinas que necessitam dos mesmos. A não ser quando a necessidade de lubrificação pode afetar diretamente a qualidade de trabalho e o desempenho da máquina não se deve deixar o operador da máquina efetuar a lubrificação. Em casos normais, deve-se ter um lubrificador especializado por máquina, setor ou departamento. É muito importante que o acesso à sala de lubrificação e aos equipamentos seja restrito apenas ao pessoal responsável. A manipulação e o controle de lubrificantes devem ficar a cargo de um Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 49 5.4 - OS CUIDADOS NA MOVIMENTAÇÃO DE LUBRIFICANTES A movimentação dos lubrificantes da sua embalagem original aos locais onde serão utilizados, é de grande importância. O controle das retiradas parciais e os cuidados na manipulação para se evitar contaminação e confusão entre produtos distintos devem ser rigorosamente observados. A identificação do lubrificante dentro do almoxarifado ou da sala de lubrificantes é de fundamental importância, pois se o nome do produto estiver ilegível pode causar sérios problemas quando da utilização nos maquinários, devido a uma troca do óleo indicado. Os recipientes originais e os recipientes e equipamentos de transferência e distribuição devem ter uma marcação que indique claramente o produto. Essa marcação deve ser de acordo com o seu nome ou outro código qualquer que o identifique perfeitamente. Estes recipientes e equipamentos devem conter sempre o mesmo tipo de lubrificante a que foram destinados e nunca se deve utilizá-los para outros fins. Figura 5.11 Para se recolher o óleo usado que é retirado das máquinas, deve-se reservar um recipiente específico, devidamente marcado. Na hora da necessidade, a maioria dos operários se utiliza de qualquer óleo ou recipiente que esteja à mão. Deve ser proibido o uso de vasilhames improvisados, tais como latas velhas de tintas, regadores, garrafas, panelas, etc. Portanto, além do indispensável treinamento e conscientização do pessoal, é necessário criar-se meios e condições adequadas para se fazer funcionar um sistema de lubrificação eficiente. Os recipientes e equipamentos utilizados na lubrificação devem sempre ser meticulosamente limpos após cada utilização, providos de tampas que impeçam a entrada de poeira e outros contaminantes e guardados em locais apropriados, de preferência trancados. Todos os equipamentos utilizados na lubrificação devem ser de materiais resistentes à corrosão e não devem ser pintados internamente, pois a tinta tende a descascar e contaminar o produto. 6 - RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO A GRANEL DE ÓLEOS LUBRIFICANTES 6.1 - RECEBIMENTO a) Verificar se o produto que está sendo entregue é o mesmo do pedido e da nota fiscal; b) Verificar se os lacres do caminhão estão intactos (não violados); c) Verificar se os freios do auto-tanque estão aplicados e suas rodas calçadas; d) Abrir a boca de visita (ou de carregamento) e a válvula de segurança da tubulação de saída; Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 50 e) Utilizar uma mangueira de descarga para cada tipo de óleo lubrificante. Nunca usar as mangueiras de óleos lubrificantes para descarga de outros tipos de produtos e vice-versa; f) Colher uma amostra do óleo antes da descarga, em recipiente limpo e transparente; g) Terminada a descarga, escorrer bem o óleo da mangueira; h) Quando a mangueira não estiver sendo usada, proteger suas extremidades para evitar a entrada de sujeira e outros contaminantes; i) Manter limpa toda a instalação; j) Manter uma pessoa responsável durante todo o processo de descarga. 6.2 - ARMAZENAMENTO a) Os tanques e instalações para armazenagem de óleos lubrificantes devem obedecer as Normas ABNT e CNP; b) O tanque pode ser aéreo ou subterrâneo, porém a primeira alternativa é preferível; c) Para cada tipo de óleo lubrificante deve haver uma linha de serviço; d) O tanque deve ser drenado regularmente; e) As linhas e os tanques devem ser identificados conforme cada tipo de produto; f) Para óleos lubrificantes muito viscosos, é conveniente utilizar aquecimento no tanque e na linha, devido às variações de temperatura. 6.3 - DESCARTE DE ÓLEOS USADOS Para as empresas que utilizam grande quantidade de óleos lubrificantes, a recuperação de determinados tipos de óleos para reutilização no mesmo ou outros fins constitue-se uma grande forma de economia. Através dos métodos de decantação, centrifugação e filtração, consegue-se recuperar ou aumentar a vida útil dos lubrificantes industriais. Entretanto, sempre haverá uma parte que não poderá ser reaproveitada e que precisará ser descartada. Através de orientação estipulada pelo CNP - Conselho Nacional do Petróleo, é obrigado captar-se todas as sobras e envasá-las convenientemente em tanques ou embalagens limpas, para posterior revenda às empresas especializadas em recuperação e re-refinação de óleos lubrificantes, que posteriormente os revenderão para outros fins. Órgãos criados especificamente para o controle da poluição ambiental proíbem terminantemente o descarte de óleos lubrificantes em esgotos, afluentes, rios e mar. A queima de óleos lubrificantes em caldeiras e fornos não é permitida e aconselhada, pois, além de prejudicar os equipamentos e poluir o meio ambiente, são divisas do País que se queimam e que poderiam ser aproveitadas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) Educação Profissional 51 7 - MONITORAMENTO DA CONDIÇÃO DO EQUIPAMENTO ATRAVÉS DA ANÁLISE DO LUBRIFICANTE A análise do lubrificante nos permite identificar, quantificar, traçar um perfil de desgaste do equipamento e componentes, além de avaliar a sua degradação natural. Do lubrificante que circula entre as partes do equipamento se obtém todas as informações necessárias sobre o seu estado. As partículas de contaminação e as partículas de desgaste estão nele presentes e, identifica-las através de análises específicas, nos permite traçar um perfil de desgaste dos seus componentes. O controle de lubrificantes é vital para que o equipamento se mantenha em condições de plenitude operacional. Este controle nos permite identificar não somente o desgaste do equipamento, mas a degradação natural e a sua troca ou intervenção no momento exato. O monitoramento das partículas de desgaste baseia-se principalmente em dois fatos:  Que a interface das peças móveis são continuamente "lavadas" pelo lubrificante e que as partículas de desgaste são arrastadas por este lubrificante;  Que a velocidade de geração destas partículas torna-se maior com o aumento do desgaste;  Que o exame das partículas de desgaste arrastadas pelo lubrificante é um meio reconhecidamente eficaz de se conhecer a saúde dos equipamentos e quando exercido regularmente habilita a detecção de falhas incipientes e a implementação de um programa de monitoramento das condições dos mesmos no dia-a-dia de uso. Técnicas têm sido aplicadas para conhecer a natureza das partículas de desgaste em termos qualitativos, quantitativos e atualmente a maioria destas técnicas são aplicadas em amostras do lubrificante em uso. Estas amostras são coletadas em intervalos regulares - pré-determinados - e a avaliação dos metais de desgaste é executada. A adequada tabulação destes dados leva ao conhecimento do perfil normal de desgaste e a predição de ocorrência de falhas. As metodologias mais usadas atualmente para o monitoramento das partículas de desgaste são: Técnica de detecção e identificação de partículas através da especificação da espectrofotometria de absorção atômica Nesta metodologia de ensaio, a amostra é atomizada em uma chama sobre a qual incide uma determinada radiação - característica do elemento a ser analisado. Esta radiação tem como fontes "lâmpadas” específicas para cada elemento. Os átomos do elemento dispersos na chama absorvem parte da radiação incidente ocasionando a diminuição de intensidade da mesma que é medida por um detector. Quanto maior a concentração do elemento, maior será a absorção da radiação incidente. Esta determinação quantitativa é feita através de comparação com padrões conhecidos dos elementos, produzidos pela diluição de compostos organo-metálicos de pureza analítica. Os elementos de interesse ao estudo das partículas de desgaste geralmente são:  Alumínio, cromo, cobre, ferro, manganês, magnésio, sódio, níquel, chumbo, silício, estanho, zinco, titânio, cálcio, bario e vanádio. A técnica da Espectrofotometria nos permite identificar qualitativa e quantitativamente o tipo de material de desgaste ou seja, o tipo e a quantidade de elementos dispersos no óleo. É também de grande utilidade na quantificação de aditivos metálicos incorporados aos lubrificantes novos. Em virtude da limitação da capacidade de detecção, por via direta, de partículas de até no máximo 2 microns e por ser muito trabalhoso e demorado a execução do teste por via indireta, Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com)
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