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Guias e Dicas
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manual - luminotecnico, Manuais, Projetos, Pesquisas de Urbanismo

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Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

Antes de 2010

Compartilhado em 23/09/2008

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vanessa-goes-6 🇧🇷

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Baixe manual - luminotecnico e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Urbanismo, somente na Docsity! Manual Luminotécnico Prático 2 Fig. 2: Curva de sensibilidade do olho a radiações monocromáticas. 100 80 % 60 40 20 0 300 400 500 600 700 nm IV 380 Noite Dia 780 LuzUV Conceitos básicos de Luminotécnica Fig. 3: Composição das Cores O que é Luz ? Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas. Elas possuem diferentes comprimentos, e o olho humano é sensível a somente alguns. Luz é, portanto, a radiação eletromagnética capaz de produzir uma sensação visual (Figura 1). A sensibilidade visual para a luz varia não só de acordo com o comprimento de onda da radiação, mas também com a luminosidade. A curva de sensibilidade do olho humano demonstra que radiações de menor comprimento de onda (violeta e azul) geram maior intensidade de sensação luminosa quando há pouca luz (ex. crepúsculo, noite, etc.), enquanto as radiações de maior comprimento de onda (laranja e vermelho) se comportam ao contrário (Figura 2). Luz e Cores Há uma tendência em pensarmos que os objetos já possuem cores definidas. Na verdade, a aparência de um objeto é resultado da iluminação incidente sobre o mesmo. Sob uma luz branca, a maçã aparenta ser de cor vermelha pois ela tende a refletir a porção do vermelho do espectro de radiação absorvendo a luz nos outros comprimentos de onda. Se utilizássemos um filtro para remover a porção do vermelho da fonte de luz, a maçã refletiria muito pouca luz parecendo totalmente negra. Podemos ver que a luz é composta por três cores primárias. A combinação das cores vermelho, verde e azul permite obtermos o branco. A combinação de duas cores primárias produz as cores secundárias - margenta, amarelo e cyan. As três cores primárias dosadas em diferentes quantidades permite obtermos outras cores de luz. Da mesma forma que surgem diferenças na visualização das cores ao longo do dia (diferenças da luz do sol ao meio-dia e no crepúsculo), as fontes de luz artificiais também apresentam diferentes resultados. As lâmpadas incandescentes, por exemplo, tendem a reproduzir com maior fidelidade as cores vermelha e amarela do que as cores verde e azul, aparentando ter uma luz mais “quente”. Fig. 1: Espectro eletromagnético. – 780 nm – 610 – 590 – 570 – 500 – 450 – 380 10–15 10–11 10–9 10–7 10–5 10–3 10–3 103 10 107 107 109 1011 1013 nm Ondas largas Ondas médias Ondas curtas Ondas ultracurtas Televisão Radar Infravermelho Luz Ultravioleta Raios X Raios gama Raios cósmicos 5 L = ρ . E π onde ρ = Refletância ou Coeficiente de Reflexão E = Iluminância sobre essa superfície Como os objetos refletem a luz diferentemente uns dos outros, fica explicado porque a mesma Iluminância pode dar origem a Luminâncias diferentes. Vale lembrar que o Coeficiente de Reflexão é a relação entre o Fluxo Luminoso refletido e o Fluxo Luminoso incidente em uma superfície. Esse coeficiente é geralmente dado em tabelas, cujos valores são função das cores e dos materiais utilizados (exemplos no anexo 2). Características das lâmpadas e acessórios Estaremos apresentando a seguir características que diferenciam as lâmpadas entre si, bem como algumas características dos acessórios utilizados com cada sistema. Eficiência Energética Símbolo: ηw (ou K, conforme IES) Unidade: lm / W (lúmen / watt) As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes Fluxos Luminosos que elas irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para poder compará-las, é necessário que se saiba quantos lúmens são gerados por watt absorvido. A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência Energética (antigo “Rendimento Luminoso”). (Figura 10) Representação da superficie aparente e ângulo considerado para cálculo da Luminância. Fig. 9: a Superfície Aparente A . cos a Superfície Iluminada A Fig. 10: Eficiência Energética (lm/W) Incan- descente 10 à 15 Haló- genas 15 à 25 Mista HWL 20 à 35 Mercúrio HQL 45 à 55 Fluor Comum 55 à 75 DULUX 50 à 85 ® Metálica HQI 65 à 90 ® LUMILUX 75 à 90 ® Sódio NAV 80 à 140 ® Grupo de lâmpadas lm/W 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 6 Fig. 12: Avaliação do IRC Temperatura de cor Símbolo: T Unidade: K (Kelvin) Em aspecto visual, admite-se que é bastante difícil a avaliação comparativa entre a sensação de Tonalidade de Cor de diversas lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi definido o critério Temperatura de Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto mais claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior é a Temperatura de Cor (aproximadamente 6500K). A luz amarelada, como de uma lâmpada incandescente, está em torno de 2700 K. É importante destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficiência Energética da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais potente é a lâmpada. Convém ressaltar que, do ponto de vista psicológico, quando dizemos que um sistema de iluminação apresenta luz “quente” não significa que a luz apresenta uma maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta uma tonalidade mais amarelada. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em salas de estar, quartos ou locais onde se deseja tornar um ambiente mais aconchegante. Da mesma forma, quanto mais alta for a temperatura de cor, mais “fria” será a luz. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em escritórios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular ou realizar alguma atividade. Esta característica é muito importante de ser observada na escolha de uma lâmpada, pois dependendo do tipo de ambiente há uma temperatura de cor mais adequada para esta aplicação. A lâmpada incandescente iluminando a cena da esquerda apresenta um IRC de 100. Já a fluorescente tubular FO32/31 3000K iluminando a cena da direita apresenta um IRC de 85. (As fotos foram ajustadas para compensar variações no filme e na impressão). Conceitos básicos de Luminotécnica Índice de reprodução de cores Símbolo: IRC ou Ra Unidade: R Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, Reprodução de Cores, e de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC). O mesmo metal sólido, quando aquecido até irradiar luz, foi utilizado como referência para se estabelecer níveis de Reprodução de Cor. Define-se que o IRC neste caso seria um número ideal = 100. Sua função é como dar uma nota (de 1 a 100) para o desempenho de outras fontes de luz em relação a este padrão. 2700K 4000K 6000K Fig. 11: Temperatura de Cor. Fig. 13: Variação da Reprodução de Cor Luz quente Luz fria 7 Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão (sob a radiação do metal sólido) menor é seu IRC. Com isso, explica-se o fato de lâmpadas de mesma Temperatura de Cor possuírem Índice de Reprodução de Cores diferentes. Fator de fluxo luminoso Símbolo: BF Unidade: % A maioria das lâmpadas de descarga opera em conjunto com reatores. Neste caso, observamos que o fluxo luminoso total obtido neste caso depende do desempenho deste reator. Este desempenho é chamado de fator de fluxo luminoso (Ballast Factor) e pode ser obtido de acordo com a equação: BF = fluxo luminoso obtido / fluxo luminoso nominal Equipamentos auxiliares utilizados em iluminação • Luminária: abriga a lâmpada e direciona a luz. • Soquete: tem como função garantir fixação mecânica e a conexão elétrica da lâmpada. • Transformador: equipamento auxiliar cuja função é converter a tensão de rede (tensão primária) para outro valor de tensão (tensão secundária). Um único transformador poderá alimentar mais de uma lâmpada, desde que a somatória das potências de todas as lâmpadas a ele conectadas, não ultrapasse a potência máxima do mesmo. • Reator: equipamento auxiliar ligado entre a rede e as lâmpadas de descarga, cuja função é estabilizar a corrente através da mesma. Cada tipo de lâmpada requer um reator específico. • Reator para corrente contínua: oscilador eletrônico alimentado por uma fonte de corrente contínua, cuja função é fornecer as características necessárias para perfeito funcionamento das lâmpadas. • Starter: elemento bimetálico cuja função é pré-aquecer os eletrodos das lâmpadas fluorescentes, bem como fornecer em conjunto com reator eletromagnético convencional, um pulso de tensão necessário para o acendimento da mesma. Os reatores eletrônicos e partida rápida não utilizam starter. • Ignitor: dispositivo eletrônico cuja função é fornecer à lâmpada um pulso de tensão necessário para acendimento da mesma. • Capacitor: acessório que tem como função corrigir o fator de potência de um sistema que utiliza reator magnético. Da mesma forma que para cada lâmpada de descarga existe seu reator específico, existe também um capacitor específico para cada reator. • Dimmer: tem como função variar a intensidade da luz de acordo com a necessidade. Fig. 14: Tonalidade de Cor e Reprodução de Cores 100 Temperatura de Cor (K) 90 80 70 60 Ín di ce de R ep ro du çã o de C or es 20 00 K 27 00 K 30 00 K 36 00 K 40 00 K 42 00 K 52 00 K 56 00 K 60 00 K 61 00 K NAV® HQLHWL Luz do Dia Especial Luz do Dia 10 DULUX 41® Incand. Halógenas LUMILUX® HQI WDL® LUMILUX 21® DULUX 21® HQI NDL® HQI D® 10 Uma vez definidas as grandezas utilizadas nos projetos, pode-se partir para o planejamento de um sistema de iluminação. Um projeto luminotécnico pode ser resumido em: • Escolha da lâmpada e da luminária mais adequada. • Cálculo da quantidade de luminárias. • Disposição das luminárias no recinto. • Cálculo de viabilidade econômica. O desenvolvimento de um projeto exige uma metodologia para se estabelecer uma sequência lógica de cálculos. A metodologia recomendada propõe as seguintes etapas 1) Determinação dos objetivos da iluminação e dos efeitos que se pretende alcançar. 2) Levantamento das dimensões físicas do local, lay- out, materiais utilizados e características da rede elétrica no local. 3) Análise dos Fatores de Influência na Qualidade da Iluminação. 4) Cálculo da iluminação geral (Método das Eficiências). 5) Adequação dos resultados ao projeto. 6) Cálculo de controle. 7) Definição dos pontos de iluminação. 8) Cálculo de iluminação dirigida. 9) Avaliação do consumo energético. 10) Avaliação de custos. 11) Cálculo de rentabilidade. Supondo que os ítens 1 e 2 sejam de domínio do leitor, analisaremos neste capítulo as etapas subsequentes. Fatores de Influência na Qualidade da Iluminação Nível de Iluminância Adequada Quanto mais elevada a exigência visual da atividade, maior deverá ser o valor da Iluminância Média (Em) sobre o plano de trabalho. Deve-se consultar a norma NBR-5413 para definir o valor de Em pretendido. Deve-se considerar também que, com o tempo de uso, se reduz o Fluxo Luminoso da lâmpada devido tanto ao desgaste, quanto ao acúmulo de poeira na luminária, resultando em uma diminuição da Iluminância. (Figura 17) Por isso, quando do cálculo do número de luminárias, estabelece-se um Fator de Depreciação (Fd),o qual, elevando o número previsto de luminárias, evita que, com o desgaste,o nível de Iluminância atinja valores abaixo do mínimo recomendado. Nesse Manual consideraremos uma depreciação de 20% para ambientes com boa manutenção (escritórios e afins),e de 40% para ambientes com manutenção Fundamentos do Projeto de Iluminação crítica (galpões industriais, garagens, etc.), dando origem a Fatores de Depreciação, respectivamente, de Fd=1,25 e Fd= 1,67. Limitação de Ofuscamento Duas formas de ofuscamento podem gerar incômodos: • Ofuscamento direto, através de luz direcionada diretamente ao campo visual. • Ofuscamento reflexivo, através da reflexão da luz no plano de trabalho, direcionando-a para o campo visual. Considerando que a Luminância da própria luminária é incômoda a partir de 200 cd/m², valores acima deste não devem ultrapassar o ângulo indicado na figura 18. O posicionamento e a Curva de Distribuição Luminosa devem ser tais que evitem prejudicar as atividades do usuário da iluminação. Tempo Ilu m in ân ci a % 150 125 100 80 Fig. 17: Compensação da depreciação no cálculo da Iluminância Média (Fator de Depreciação), para ambientes com boa manutenção Margem para depreciação de Fluxo Luminoso e acúmulo de sujeira Fig. 18 Ofuscamento Reflexivo Ofuscamento Direto 45° 11 Proporção Harmoniosa entre Luminâncias Acentuadas diferenças entre as Luminâncias de diferentes planos causam fadiga visual, devido ao excessivo trabalho de acomodação da vista, ao passar por variações bruscas de sensação de claridade. Para evitar esse desconforto, recomenda-se que as Luminâncias de piso, parede e teto se harmonizem numa proporção de 1:2:3,e que, no caso de uma mesa de trabalho,a Luminância desta não seja inferior a 1/3 da do objeto observado, tais como livros, etc. (Figura 19) Efeitos Luz e Sombra Deve-se tomar cuidado no direcionamento do foco de uma luminária, para se evitar que essa crie sombras perturbadoras, lembrando, porém, que a total ausência de sombras leva à perda da identificação da textura e do formato dos objetos. Uma boa iluminação não significa luz distribuída por igual. Reprodução de Cores A cor de um objeto é determinada pela reflexão de parte do espectro de luz que incide sobre ele. Isso significa que uma boa Reprodução de Cores está diretamente ligada à qualidade da luz incidente, ou seja, à equilibrada distribuição das ondas constituintes do seu espectro. É importante notar que, assim como para Iluminância média, existem normas que regulamentam o uso de fontes de luz com determinados índices, dependendo da atividade a ser desempenhada no local. (Figura 20) Tonalidade de Cor da Luz ou Temperatura de Cor Um dos requisitos para o conforto visual é a utilização da iluminação para dar ao ambiente o aspecto desejado. Sensações de aconchego ou estímulo podem ser provocadas quando se combinam a correta Tonalidade de Cor da fonte de luz ao nível de Iluminância pretendido. (Figura 21) Estudos subjetivos afirmam que para Iluminâncias mais elevadas são requeridas lâmpadas de Temperatura de Cor mais elevada também. Chegou-se a esta conclusão baseando-se na própria natureza, que ao reduzir a luminosidade (crepúsculo), reduz também sua Temperatura de Cor. A ilusão de que a Tonalidade de Cor mais clara ilumina mais, leva ao equívoco de que com as “lâmpadas frias” precisa-se de menos luz. Ar-Condicionado e Acústica O calor gerado pela iluminação não deve sobrecarregar a refrigeração artificial do ambiente. Há um consenso que estabelece que um adulto irradia o calor equivalente a uma lâmpada incandescente de 100W. Portanto, fontes de luz mais eficientes colaboram para bem-estar, além de se constituir numa menor carga térmica ao sistema de condicionamento de ar. O sistema de iluminação pode comprometer a acústica de um ambiente através da utilização de equipamentos auxiliares (reatores e transformadores eletromagnéticos). Uma solução bastante eficiente, com ausência total de ruídos é o emprego de sistemas eletrônicos nas instalações. Índice de Reprodução de Cores e exemplos de aplicação.Fig. 20: 100 80 60 40 Classificação Nível - Índice Ra OSRAM - Linha de produtos Normas ABNT - 5413 Exemplos de apliacação Muito bom Bom Razoável Ruim Nível 4 Nível 3 Nível 2 Nível 1 1a Ra 90 - 100 1b Ra 80 - 89 2a Ra 70 - 79 2b Ra 60 - 69 Ra 40 - 59 Ra 20 - 39 Ín di ce d e R ep ro du çã o de C or es Testes de cor - Floricultura - Escritórios - Residências - Lojas Áreas de circulação - Escadas - Oficinas - Ginásios esportivos Depósitos - Postos de gasolina - Pátio de montagem industrial Vias de tráfego - Canteiro de obras - Estacionamentos Relação de conforto ambiental entre nível de Iluminância e Tonalidade de Cor da lâmpada. Branca morna 3000 4000 5000 6000 T (K) Baixa Branca neutra Luz do dia Temperatura de Cor 2000 Média 300 lx Alta 750 lx Iluminância E (lx) Fig. 21: Conforto Fig. 19: Proporção harmoniosa entre Luminâncias 1 103 2 3 12 Cálculo de Iluminação Geral (Método das Eficiências) Seqüência de cálculo: 1 - Escolha da lâmpada adequada 2 - Escolha da luminária adequada 3 - Cálculo da quantidade de luminárias: Para o cálculo da quantidade de luminárias, usa-se o seguinte método, necessário para se chegar à Iluminância Média (Em) exigida por norma. Sendo: n =quantidade de lâmpadas ϕ =fluxo luminoso de uma lâmpada ϕ lum = fluxo luminoso da luminária em funcionamento Σϕlum =somatória dos valores de fluxo luminoso de todas as lâmpadas Σϕplano = fluxo luminoso incidente sobre a área A (m2) no plano de trabalho considerado Fd =fator de depreciação (Fd = 1,25 para boa manutenção; Fd = 1,67 para manutenção crítica) BF =fator de fluxo luminoso do reator (considerar apenas quando utilizado com lâmpadas de descarga) A iluminância média Em é dada por: E = ϕ plano a A A eficiência do recinto corresponde a: η R = ϕ plano Σϕlum Resultando : ϕ plano = ηR . Σϕlum E a eficiência da luminária é: η R = ϕ lum ϕ . BF ϕ lum = ηR . ϕ . BF O fluxo luminoso emitido no recinto é dado por : Σϕlum = ηL . Σϕ Multiplicando-se ambos os lados por ηR, vem : η R . Σϕlum = ηR . ηL . Σϕ Fundamentos do Projeto de Iluminação Logo, ϕPlano = ηR . ηL . Σϕ b Substituindo-se (a) em (b): Em = η R . ηL . Σϕ A Como Σϕ = n . ϕ . BF , vem: Em . A = ηR . ηL . ϕ . n . BF De onde resulta: n = Em . Aη R . η L . ϕ . BF O número “n” de lâmpadas precisa ainda levar em consideração o fator de depreciação Fd, para compensar o desgaste e o tipo de manutenção dos equipamentos ao longo do tempo. No caso da utilização de lâmpadas de descarga, deve-se levar em conta ainda o fator de fluxo luminoso do reator (BF). n = Em . A . Fd ϕ . η L . η R . BF ou n = Em . A . Fd ϕ . Fu . BF Esquema de representação de Fluxos Luminosos.Fig. 22: j luminária j plano j OSRAM 15 Densidade de Potência Símbolo: D Unidade: W/m2 É a Potência Total Instalada em watt para cada metro quadrado de área. D = Pt . 1000 A Essa grandeza é muito útil para os futuros cálculos de dimensionamento de sistemas de ar-condicionado ou mesmo dos projetos elétricos de uma instalação. A comparação entre projetos luminotécnicos somente se torna efetiva quando se leva em conta níveis de Iluminância iguais para diferentes sistemas. Em outras palavras, um sistema luminotécnico só é mais eficiente do que outro, se, ao apresentar o mesmo nível de Iluminância do outro, consumir menos watts por metro quadrado. Densidade de Potência Relativa Símbolo: Dr Unidade: W/m2 p/ 100 lx É a Densidade de Potência Total Instalada para cada 100 lx de Iluminância. Logo: Dr = Pt A . E 100 Dr = D . 100 E Tomando-se como exemplo duas instalações comerciais, (Figura 29) tem-se a primeira impressão de que a instalação 2 é mais eficiente do que a 1, já que a Densidade de Potência é: D1 = 1500 = 30 W/m2 50 D1 = 1400 = 20 W/m2 70 Porém, ao avaliar-se a eficiência,é preciso verificar a Iluminância em ambos os casos. Supondo-se E1 = 750 lx E2 = 400 lx Exemplos de avaliação do consumo energético.Fig. 29: Sistema 1 A = 50 m2 E = 750 lx P = 1,5 kWt D = 30 W/m2 Dr= 4 W/m2 por 100 lx Sistema 2 A = 70 m2 E = 400 lx P = 1,4 kWt D = 20 W/m2 Dr= 5 W/m2 por 100 lx Com esses dados, a Densidade de Potência Relativa (Dr) é: Dr1 = 30 W/m2 = 4 W/m2 por 100 lx 750 lx 100 lx e Dr1 = 20 W/m2 = 5 W/m2 por 100 lx 450 lx 100 lx Logo,a instalação 2 consome menos energia por metro quadrado, mas também fornece menos luz. Na realidade, a instalação 1 é mais eficiente. 16 Avaliação de Custos Um projeto luminotécnico somente é considerado completo quando se atentar para o cálculo de custos, quais sejam: Custos de Investimento É a somatória dos custos de aquisição de todos os equipamentos que compõem o sistema de iluminação, tais como lâmpadas, luminárias, reatores, transformadores, ignitores e a fiação, acrescidos dos custos de mão de obra dos profissionais envolvidos, desde a elaboração do projeto à instalação final. (Figura 30) Custos Operacionais É a somatória de todos os custos apresentados após a completa instalação do sistema de iluminação, concentrados nos custos de manutenção das condições luminotécnicas do projeto e os custos de energia consumida. (Figura 31) O custo mensal de manutenção das lâmpadas engloba o custo de aquisição de novas unidades e o custo da mão de obra necessária a executar a manutenção. Esse custo resulta da soma das horas mensais de utilização das lâmpadas dividida pela sua vida útil. O quociente que assim se obtém, informa o número de lâmpadas que serão repostas, e seu valor deve ser multiplicado pelo preço da lâmpada nova.Já o custo da mão de obra para realizar essa reposição é dado em função da remuneração por hora de trabalho do respectivo profissional. O tempo de reposição por lâmpada deve ser multiplicado pelo número de lâmpadas repostas por mês. Esse custo é bastante significativo nas instalações de difícil acesso, como iluminação pública, quadras de esporte, etc. O fator decisivo no custo operacional é o custo de energia elétrica, que corresponde à Potência Total Instalada (Pt ), multiplicada pelas horas de uso mensal e pelo preço do kWh. Ao se optar por um sistema mais eficiente, este custo sofre substancial redução. Fundamentos do Projeto de Iluminação Instalação Luminárias e acessórios Lâmpadas Gasto em:mais investimento inicial 60%~ Fig. 30: Comparação entre custos de investimento. Siatema incandescente 60W Siatema DULUX EL ECONOMY 15W ® Mão de obra Reposição de lâmpadas Consumo de energia Gasto em: menos despesas mensais com manutenção 60%~ Fig. 31: Comparação entre custos operacionais. Siatema incandescente 60W Siatema DULUX EL ECONOMY 15W ® 17 Cálculo de Rentabilidade A análise comparativa de dois sistemas de iluminação, para se estabelecer qual deles é o mais rentável, leva em consideração tanto os custos de investimento quanto operacionais. Geralmente o uso de lâmpadas de melhor Eficiência Energética leva a um investimento maior, mas proporciona economia nos custos operacionais. Decorre daí a amortização dos custos, ou seja, há o retorno do investimento dentro de um dado período.O tempo de retorno é calculado pelo quociente da diferença no investimento pela diferença na manutenção. Feitos os cálculos, os valores podem ser alocados em gráficos, como no da figura 32, onde se visualiza a evolução das despesas no tempo. O ponto de interseção das linhas indica o instante de equalização destes custos. Nos anexos, segue uma planilha do Cálculo de Rentabilidade, podendo ser utilizada como instrumento prático para se chegar aos custos acima descritos, como também para análise comparativa entre sistemas diferentes de iluminação. Fig. 32: Ilustração da evolução das despesas entre sistemas de iluminação incandescente e DULUX® Custos 0 2000 4000 6000 8000 10000 Horas Gasto total Sistema DULUX® (investimento inicial + consumo de energia) Economia em consumo de energia (sistema de iluminação) Adicional de consumo do ar condicionado (Economia indireta) 20 Cálculo da Quantidade de Luminárias Uma vez já definidas todas as bases conceituais para o cálculo, seguiremos a sequência da planilha. Cabeçalho Seu preenchimento é recomendado, para uma futura identificação do projeto, ou mesmo para uma simples apresentação ao cliente. Descrição do Ambiente Estes dados já foram anteriormente levantados, quando da definição das dimensões físicas do recinto, dos materiais que o compõem e do Fator de Depreciação. É necessário, no entanto, definir-se o Grau de Reflexão do teto, paredes e piso, que servirão de parâmetro na tabela de Eficiência do Recinto. Para tal, deve-se consultar os dados do anexo 2. Exemplos de Aplicação Características da Iluminação Esses dados vêm especificar o que se pretende como iluminação (Iluminância, Tonalidade de Cor e Reprodução de Cor). Já foram anteriormente definidos. Obs.: a planilha agora se subdivide em duas colunas de preenchimento dos dados, para que possam ser feitas duas opções de iluminação e que se comparem uma com a outra.A Tonalidade de Cor e o Nível de Reprodução de Cores servem como referências para a especificação da lâmpada. 21 Lâmpadas e Luminárias Aqui são discriminados os dados das lâmpadas e a Eficiência do Recinto e da Luminária (ou diretamente o Fator de Utilização da luminária). Temos no final todos os componentes da fórmula para cálculo do número de lâmpada/luminárias. Obs.: O Grupo da Luminária é determinado consultando-se a tabela de Eficiência do Recinto do fabricante da luminária, localizando uma Curva de Distribuição Luminosa entre seus itens que seja semelhante à da luminária do projeto. Após a escolha do Grupo da Luminária, faz-se a consulta da sua tabela correspondente para a determinação da Eficiência do Recinto. Quando a luminária escolhida já fornece os dados de seu Fator de Utilização, os itens 18, 19 e 20 poderão ser poupados de preenchimento e pode-se seguir diretamente ao item 21, Fator de utilização (Fu). De posse de todos os dados necessários, pode-se calcular a quantidade de lâmpadas. Adequação dos Resultados ao Projeto A quantidade de lâmpadas deve ser arredondada para o valor múltiplo mais próximo da quantidade de lâmpadas por luminária (neste caso, não haveria necessidade), de tal forma que a quantidade de luminárias (N) sempre seja um número inteiro. Tabela de Fator de Utilização de luminária Teto/Parede/Piso K 751 731 711 551 531 511 331 311 0,6 0,32 0,28 0,26 0,31 0,28 0,26 0,28 0,25 0,8 0,39 0,36 0,33 0,39 0,35 0,33 0,35 0,35 1,0 0,44 0,41 0,39 0,43 0,40 0,38 0,40 0,38 1,25 0,48 0,45 0,43 0,47 0,45 0,42 0,44 0,42 1,5 0,51 0,48 0,45 0,49 0,47 0,45 0,46 0,45 2,0 0,54 0,52 0,50 0,53 0,51 0,49 0,50 0,49 2,5 0,55 0,54 0,52 0,55 0,53 0,52 0,52 0,51 3,0 0,57 0,55 0,54 0,56 0,54 0,53 0,54 0,52 4,0 0,58 0,57 0,56 0,57 0,56 0,55 0,53 0,54 5,0 0,60 0,58 0,57 0,58 0,57 0,56 0,56 0,55 Fator de Utilização 22 Definição dos Pontos de Iluminação Escolhe-se a disposição das luminárias levando-se em conta o layout do mobiliário, o direcionamento correto da luz para a mesa de trabalho e o próprio tamanho das luminárias. Neste exemplo, sugere-se a disposição destas em três linhas contínuas lateralmente às mesas de trabalho, evitando o ofuscamento sobre a tela de computador. Para tanto, a quantidade de luminárias (N = 13) deverá ser elevada para N = 15, para que possa ser subdividida por três.A dimensão de 10,00m comporta a linha contínua formada por 5 luminárias, cada uma de aproximadamente 1,20m, não havendo perigo de não adaptação ao projeto. (Figura 34) Cálculo de Controle Uma vez de acordo com o resultado fornecido podemos nos certificar do valor exato da Iluminância Média obtida, através dos itens 25 e 26. Avaliação do Consumo Energético Os itens 27, 28 e 29 da planilha podem ser calculados da seguinte maneira: Pt = 30 . 35 = 1,05 kW 1000 D = 1,05 . 1000 = 14 W/m2 75 Dr = 14 . 100 = 2,42 W/m2 p/100 lx 579 Exemplos de Aplicação Fig. 34: Obs.: 70 W = Considerando a utilização do reator QTISB 2x36W, que devido à operação em alta freqüência, a potência entregue à lâmpada é menor. Cálculo de Custos e Rentabilidade Na rotina de cálculo, os itens Cálculo de Custos e Cálculo de Rentabilidade são completamentares ao cálculo luminotécnico até aqui concluído,e podem ser desenvolvidos utilizando-se o guia orientativo “Cálculo de Rentabilidade” que segue anexo. *W = Potência do conjunto lâmpada + acessório (Consultar Catálogo OSRAM para obter valores orientativos) 25 Anexo 2 - Coeficiente de Reflexão de Alguns Materiais e Cores Materiais % Rocha 60 Tijolos 5..25 Cimento 15..40 Madeira clara 40 Esmalte branco 65..75 Vidro transparente 6..8 Madeira aglomerada 50..60 Azulejos brancos 60..75 Madeira escura 15..20 Gesso 80 Cores % Branco 70..80 Creme claro 70..80 Amarelo claro 55..65 Rosa 45..50 Verde claro 45..50 Azul celeste 40..45 Cinza claro 40..45 Bege 25..35 Amarelo escuro 25..35 Marrom claro 25..35 Verde oliva 25..35 Laranja 20..25 Vermelho 20..35 Cinza médio 20..35 Verde escuro 10..15 Azul escuro 10..15 Vermelho escuro 10..15 Cinza escuro 10..15 Azul marinho 5..10 Preto 5..10 Anexo 1 - Níveis de Iluminância Recomendáveis para Interiores Exemplificação da Norma NBR-5413 Obs.: os valores são fornecidos para observadores com idade entre 40 e 55 anos, praticando tarefas que demandam velocidade e precisão médias Descrição da Atividade Em (lx) Depósito 200 Circulação/corredor/escadas 150 Garagem 150 Residências (cômodos gerais) 150 Sala de leitura (biblioteca) 500 Sala de aula (escola) 300 Sala de espera (foyer) 100 Escritórios 500 Sala de desenhos (arquit.e eng.) 1000 Editoras (impressoras) 1000 Lojas (vitrines) 1000 Lojas (sala de vendas) 500 Padarias (sala de preparação) 200 Lavanderias 200 Restaurantes (geral) 150 Laboratórios 500 Museus (geral) 100 Indústria/montagem (ativ. visual de precisão média) 500 Indústria/inspeção (ativ. de controle de qualidade) 1000 Indústria (geral) 200 Indústria/soldagem (ativ. de muita precisão) 2000 26 *W = Potência do conjunto lâmpada + acessório (Consultar Catálogo OSRAM para obter valores orientativos) *BF = Fator de fluxo luminoso do reator (considerar este valor no caso de utilização de lâmpadas de descarga) Cálculo de Iluminação Interna Método das Eficiências 27 Cálculo de rentabilidade Compare, com seus próprios cálculos, dois sistemas de iluminação distintos. Sistema Sistema Verifique qual é o mais eficiente e em quanto tempo se dá o retorno de investimento. A B Características do sistema de iluminação e ambiente 1 Modelo de lâmpada - 2 Fluxo luminoso nominal da lâmpada lumens 3 Modelo do reator - 4 Tecnologia do reator - 5 Fator de fluxo luminoso do reator - 6 Fluxo luminoso obtido por lâmpada = 2 x 5 7 Modelo da luminária - 8 Nível de iluminação obtido (Iluminância) lux 9 Área do ambiente m2 10 Vida útil da lâmpada horas 11 Quantidade total de lâmpadas unidades 12 Quantidade total de luminárias unidades 13 Potência instalada em cada luminária (lâmpadas + acessórios) watts 14 Potência total instalada = (12 x 13) : 1000 kW Características de uso 15 Tempo de uso mensal horas/mês 16 Consumo mensal de kWh = 14 x 15 kWh/mês 17 Durabilidade média das lâmpadas nesta aplicação = 10 : 15 meses Custos dos equipamentos envolvidos 18 Preço de cada lâmpada R$ 19 Preço de cada luminária R$ 20 Preço de cada acessório por luminária R$ 21 Custo do projeto + instalação R$ 22 Custo médio da energia elétrica (preço do kWh) R$ Custos dos investimentos 23 Custos de equipamento para instalação = 11x18 +12x (19+20+21) R$ 24 Diferença entre os custos de investimentos = 23 B – 23 A R$ Custos operacionais 25 Custo do consumo mensal de energia = 16 x 22 R$ 26 Custo médio mensal de reposição das lâmpadas = (11x15x18) : 10 R$ 27 Redução no consumo de energia do sistema de ar condicionado R$ 28 Somatório dos custos operacionais = 25 + 26 – 27 R$ 29 Diferença mensal entre custos operacionais = 28 A - 28 B R$ Avaliação de rentabilidade 30 Retorno do investimento = 24 : 29 meses Dados comparativos de consumo da instalação 31 Densidade de potência Relativa = 1000* 14 : 100* 9 : 8
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