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Guias e Dicas
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Iniciação ao Karate, Notas de estudo de Eletrônica

Material destinado aos iniciantes, no qual o foco não está centrado na técnica pela técnica, mas nos conteúdos acessórios à aprendizagem da arte marcial karate. A apostila está dividida em nove capítulos, sendo o Cap. 1 dedicado a um breve histórico do karate; o capítulo 2 aborda o dojo e a conduta do karateca neste ambiente; o capítulo 3 fala sobre a forma de respirar; o capítulo 4 discute a energia interior ou bio-energia; o capítulo 5 se destina às armas utilizadas no karate; já o capítulo 6

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 31/10/2008

jose-henrique-souza-12
jose-henrique-souza-12 🇧🇷

4.8

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Baixe Iniciação ao Karate e outras Notas de estudo em PDF para Eletrônica, somente na Docsity! i Sumário Capítulo 1 – Histórico do Karate ................................................. 01 1.1. Introdução .................................................................. 01 1.2. As Origens.................................................................. 02 1.3. O Okinawa Te ............................................................ 03 1.4. O Karate Moderno...................................................... 05 1.5. Principais Estilos ....................................................... 06 Capítulo 2 – O Dojo e a Conduta do Karateca............................. 07 2.1. Introdução .................................................................. 07 2.2. O Dojo........................................................................ 08 2.2.1. A Limpeza do Dojo ...................................... 08 2.2.2. Os Principais Elementos............................... 09 2.2.3. O Cumprimento ............................................ 09 2.3. Conduta Durante as Aulas.......................................... 10 2.4. Os Personagens do Dojo ............................................ 11 2.4.1. Sensei............................................................ 11 2.4.2. Senpai ........................................................... 11 2.4.3. Kohai ............................................................ 11 2.5. O Dogi........................................................................ 11 2.6. O Obi.......................................................................... 12 2.7. Bases Filosóficas........................................................ 12 2.7.1. O Dojo Kun .................................................. 12 iv Capítulo 7 – Treinamento ............................................................ 34 7.1. Introdução .................................................................. 34 7.2. Kihon.......................................................................... 34 7.3. Kata ............................................................................ 35 7.3.1. Kata e Significado ........................................ 35 7.4. Kumite........................................................................ 36 7.4.1. Gohon Kumite .............................................. 36 7.4.2. Sanbon Kumite ............................................. 36 7.4.3. Ippon Kumite................................................ 36 7.4.4. Jiyu Ippon Kumite ........................................ 36 7.4.5. Jiyu Kumite .................................................. 36 7.5. Termos Técnicos ........................................................ 37 Capítulo 8 – Exames e Graduações ............................................. 38 8.1. Introdução .................................................................. 38 8.2. Graduações................................................................. 38 8.3. Exames ....................................................................... 39 8.3.1. Branca para Amarela .................................... 39 8.3.2. Amarela para Vermelha................................ 40 8.3.3. Vermelha para Laranja ................................. 41 8.3.4. Laranja para Verde ....................................... 42 v 8.3.5. Verde para Roxa ........................................... 43 8.3.6. Roxa para Marrom........................................ 44 Capítulo 9 – Competições............................................................ 45 9.1. Introdução .................................................................. 45 9.2. Área de Competição................................................... 45 9.3. Kata ............................................................................ 46 9.3.1. Individual...................................................... 46 9.3.2. Equipe........................................................... 46 9.4. Kumite........................................................................ 47 9.4.1. Individual...................................................... 48 9.4.2. Equipe........................................................... 48 Bibliografia ................................................................................. 49 HENSHIN KARATE DOJO HISTÓRICO DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 1 Capítulo 1 – Histórico do Karate “Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho”. SABEDORIA CHINESA 1.1. INTRODUÇÃO A maioria das pessoas imagina que as lutas marciais têm por objetivo princi- pal a defesa pessoal, fisicamente falando. É verdade que normalmente o indivíduo prati- cante é uma pessoa bastante forte, de personalidade, e com energia e técnicas de defesa pessoal, fisicamente falando, bastante aprimoradas e cientificamente estudadas e testadas, em inúmeros combates antigos e em competições modernas. Porém estas qualidades são apenas uma das conseqüências dos treinamentos marciais, elas são atribuições vindas por acréscimo dentro de uma meta muito mais profunda, importante e superior. As lutas marciais, na verdade, têm como seu verdadeiro objetivo, ser um ca- minho alternativo para as nossas buscas de soluções aos problemas que a vida nos apre- senta, tentando ser uma solução para nossas dificuldades. Assim, este caminho – o “DO” – aberto inicialmente pelos hindus e chineses e posteriormente pelos japoneses tem várias correntes: AIKIDO; JUDO; KARATE DO; KENDO; IKEBANA; KYUDO; CERIMÔNIA DO CHÁ; E outras dezenas de caminhos. Todos os mestres afirmam que sua arte é fundamentalmente um treinamento para a vida, uma filosofia, um caminho para se resolver os desequilíbrios vitais e atingir a felicidade. HENSHIN KARATE DOJO HISTÓRICO DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 4 que também estudou na China e mais tarde desenvolveu um estilo conhecido atualmente como Goju Ryu. O Tomarite foi desenvolvido juntamente por Matsumora Kosaku e Oyadoma- ri Kosaku, sendo que os dois professores mais famosos desta época Motobu Chokki e Kyan Chotoku foram discípulos dos dois anteriores respectivamente. Até então o Tomari- te era largamente ensinado e influenciou tanto Shurite como Nahate. Azato Yasutsume orientou os primeiros passos de Funakoshi Gichin e poste- riormente o companheiro e amigo Itosu foi quem ficou responsável pelo aprendizado do jovem Funakoshi. Com Azato a filosofia de treinamento era chamada “Hito Kata San Nen” (um kata em três anos). No começo do século XX (aproximadamente 1900) o Karate foi reconhecido como um método eficiente de condicionamento físico e educação sendo então ensinado nas escolas públicas da pequena ilha e o responsável por esta introdução foi o Mestre Ito- su. O ensino do Karate tornou-se oficial a partir de 1902 quando da visita do inspetor da prefeitura de Kagoshima à escola onde Funakoshi ensinava e este organizou uma de- monstração para o ilustre visitante. No final do ano 1921 o Príncipe Hirohito convidou Funakoshi para fazer uma demonstração de Karate em Tóquio, a exibição de Kata (Kanku Dai, o preferido de Funa- koshi) foi um sucesso total. Após esta demonstração, Funakoshi foi assediado para per- manecer em Tóquio e ensinar sua arte que tanto maravilhou os japoneses. HENSHIN KARATE DOJO HISTÓRICO DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 5 1.4. O KARATE MODERNO Em 1922 sob a influência do pintor Kosugi Hoan, Funakoshi publica o seu primeiro livro intitulado “Ryukyu Kenpo Karate”, onde enfatiza os propósitos e a prática do Karate. Na introdução deste livro ele escreveu: “A pena e a espada são inseparáveis como duas ro- das de uma carroça”. Este livro teve grande repercussão e quatro anos depois foi reeditado com o título de “Renten Goshin Karate Jitsu”. Em 1936, Funakoshi muda os caracteres kanji utilizados para escrever a pala- vra Karate. O caracter “KARA”, que significava China é trocado por um outro que tinha o mesmo som; o caracter utilizado foi um do Zen Budismo que significava vazio, passando o Karate a ser conhecido não mais como “Mãos Chinesas”, mas como “Mãos Vazias”. Funakoshi defendia o fato de que “Mãos Vazias” era mais apropriado, pois representava não só o fato de o Karate ser um método de defesa sem armas, mas também representava o próprio espírito do Karate, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terre- nas, como escrito por ele mesmo: “Como sobre a face polida de um espelho, se reflete tudo que está diante dele e como um vale calmo transmite os sons mais doces, assim o estudante de karate, deve ter seu espírito livre de egoísmo e das coisas materiais, num esforço por reagir a tudo que pode parecer adverso a ele”. Ainda sob a luz das mudanças, Funakoshi troca o nome dos Kata, com signi- ficado chinês, para nomes mais adequados ao momento histórico que passa o Japão (guerra sino-japonês). O Karate até este momento era praticado apenas através dos Kata e por volta de 1933 foram introduzidas às técnicas básicas de treinamento com a ajuda de um colega, surgindo assim: GOHON KUMITE; IPPON KUMITE; JYU IPPON KUMITE; JYU KUMITE. HENSHIN KARATE DOJO HISTÓRICO DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 6 O filho do Mestre Funakoshi, Yoshitaka, introduziu no Karate as modernas técnicas de pernas: YOKO GERI; MAWASHI GERI; FUMIKOMI; URA MAWASHI GERI. Em 1939, os alunos de Funakoshi dão-lhe de presente o seu próprio Dojo e nele havia uma placa pendurada onde se lia “SHOTOKAN” – “SHO” significa pinheiro, “TO” significa ondas ou o som que as árvores fazem quando o vento bate nelas e “KAN” significa lugar ou escola. Portanto, nasce assim o estilo Shotokan de Karate, que nada mais foi do que uma pequena homenagem dos alunos ao seu Mestre. Com o passar do tempo Funakoshi também mudou o nome da própria arte de Karate Jutsu – Técnicas das Mãos Vazias – para Karate Do – Caminho das Mãos Vazias. Esta mudança foi de vital importância para o crescimento do Karate, pois o mesmo dei- xou de ser visto apenas como um simples método de treinamento e passou a ser um “ca- minho”, focalizando o lado espiritualizado desta arte marcial. Portanto, o Karate deixa de ser uma preparação física, unicamente, e passa a se preocupar com a formação do cidadão e da sociedade como um todo também. 1.5. PRINCIPAIS ESTILOS Dentre todos os estilos de karate, os mais praticados na atualidade são: SHOTOKAN – Funakoshi (Tóquio, 1922); SHITO RYU – Mabuni (Osaka, 1930); GOJU RYU – Miyagi (Kyoto, 1936); WADO RYU – Otsuka (Tóquio, 1932). HENSHIN KARATE DOJO O DOJO E A CONDUTA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 9 A limpeza deve ser executada antes do treinamento e será precedida por uma boa varrida do piso. Os estudantes limpam o chão, enquanto o professor e alguns alunos geralmente não participam da limpeza. 2.2.2. OS PRINCIPAIS ELEMENTOS O dojo tem em cada um de seus cantos um significado diferente: SHIMOZA - Local onde ficam os alunos durante os treinamentos; SHIMOZEKI - Local onde ficam os alunos que desejam falar com o professor; JOZEKI - Local onde fica o aluno mais graduado; KAMIZA - Lugar de Honra reservado ao professor e convidados; SHOMEN – É a parede da frente do dojo; NAFUDA – Quadro na parede do dojo que contém plaquetas com o nome dos membros da academia; HATA – É a bandeira da academia. 2.2.3. O CUMPRIMENTO2 Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é ver- dade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, você deverá olhar para baixo e não na face do seu oponente – olhar na face de alguém durante um cumpri- mento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras dis- tintas: RITSU REI – cumprimento em pé; ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA). HENSHIN KARATE DOJO O DOJO E A CONDUTA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 10 A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural (SHI- ZENTAI), curvar o corpo apenas em 30o e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta (ritsu rei). O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir: Quando entramos ou saímos do dojo; Quando o professor entra ou sai do dojo; No início e final de um combate; No início e final da aula; No início e final de um kata; No início e final de um exercício com um companheiro. O Zarei é realizado a partir da posição Seiza (o praticante senta-se sobre seus calcanhares e quando o fizer deverá abaixar sua perna esquerda e em seguida a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao levantar-se ocorre à inversão), inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a testa tocará. 2.3. CONDUTA DURANTE AS AULAS O treinamento inicia com uma saudação e após este momento, as conversas paralelas deixam de existir e toda a atenção é voltada para o professor e os seus ensina- mentos devem ser executados com a máxima concentração possível para poder alcançar- se a perfeição dos movimentos. Quem ensina durante a aula é o professor. Um praticante, que não seja desig- nado pelo professor, não pode instruir ou corrigir ninguém; é considerado falta de respei- to para com o professor corrigir alguém, se ele não for seu parceiro de treinamento. As perguntas devem ser dirigidas sempre ao professor ou ao aluno mais graduado que con- duz o treino, que na ausência do professor, deve receber as mesmas considerações. Jamais, na ausência do professor, um karateca deve contestar o aluno mais graduado que comanda o treino. Caso ache que a técnica está errada, deve recorrer poste- riormente ao professor e deixar que ele corrija o aluno mais graduado. 2 CUMPRIMENTO – O cumprimento é feito com a cintura e não com o pescoço. HENSHIN KARATE DOJO O DOJO E A CONDUTA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 11 É dever do estudante mostrar uma ética apropriada no dojo e ter respeito pelo seu professor, isto é feito, geralmente: Não argumentando com o professor durante a aula; Quando ele corrige sua técnica; Quando assinala algum defeito no seu desempenho. 2.4. OS PERSONAGENS DO DOJO 2.4.1. SENSEI A palavra Sensei (SEN - antes e SEI - vida) significa aquele que ensina e refe- re-se somente ao instrutor e nunca pelo instrutor, ou seja, o professor deve ser chamado de sensei, mas jamais deverá se referir a ele por sensei. A palavra tem conotação de res- peito e denota todo o respeito que o aluno tem pelo professor. 2.4.2. SENPAI O Senpai será o aluno mais graduado de faixa preta (YUDANSHA) e que com o consentimento do sensei poderá instruir e corrigir os alunos menos graduados (assisten- te). 2.4.3. KOHAI O aluno menos graduado de uma aula é considerado o Kohai e geralmente é o responsável pela limpeza do dojo antes de iniciar a aula. 2.5. O DOGI Para se treinar karate, bem como a maioria das artes marciais, é necessário usar um uniforme especial denominado Dogi (criado por Jigoro Kano para os utilizarem durante os treinamentos de Judo). O dogi é chamado erroneamente de “quimono3”, GI quer dizer vestimenta, portanto, dogi significa a vestimenta para a prática do caminho. Ele deve está sempre limpo e, preferencialmente, sem nenhum detalhe especial que o di- ferencie dos demais, exceto pelo distintivo da academia. O dogi usado para praticar kara- te é o karate-gi. 3 QUIMONO – Tipo de vestimenta usada pelos japoneses. HENSHIN KARATE DOJO A RESPIRAÇÃO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 14 Capítulo 3 – A Respiração “Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe”. RICHARD BACH 3.1. INTRODUÇÃO Diz a literatura esotérica que, o universo tem um ritmo próprio, forjado em ciclos de opostos, yin – yang, sol – lua, homem – mulher, dia – noite, inverno – verão, tique – taque (do coração), inspiração – expiração. Os ensinamentos também se referem a um tempo mais lento, para alcançar equilíbrio interior. Na prática não oculta, não esotérica, podemos confirmar que um atleta bem preparado fisicamente tem sua pulsação cardíaca bem abaixo da população normal. En- quanto se aceita que uma pessoa que não pratique exercícios regularmente tenha 80 bati- mentos cardíacos por minuto (em repouso), um atleta em repouso, às vezes, não precisa ter mais do que 60 para sentir-se bem, satisfazendo-se até com menos. O mesmo aparece em relação às necessidades de respiração. O número de incursões (inspiração – expira- ção) que um atleta necessita, é bem menor do que o de um executivo, por exemplo. Quanto melhor preparado estiver, menos precisará aumentar seu ritmo respiratório, além do que, disporá de uma reserva para quando uma ação ou adversário exigir. O controle respiratório não é importante apenas para a prática de esportes. Ele pode fazer parte de todo um conjunto de atitudes que denotem uma maior harmonia pes- soal. Percebam que, quando estamos irados, totalmente descontrolados, temos uma acele- ração, tanto da ventilação quanto do ritmo cardíaco, respiramos mais rápido e temos ta- quicardia; quando tendemos a nos acalmar, estes ritmos também tenderão a se normali- zar; quando recebemos um susto, o mesmo acontece e tendemos à aceleração. Assim, a perda brusca ou continuada de nosso equilíbrio mental e emocional, nos leva a alterar nossos ritmos, tendendo para uma repetição cíclica rápida. Numerosas práticas orientais têm suas bases estabelecidas sobre o ato de bem respirar. Como exemplo, poderíamos citar o Yoga (talvez a mais conhecida entre nós), o HENSHIN KARATE DOJO A RESPIRAÇÃO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 15 Tai Chi Chuan e o Shikun. Em várias artes marciais como, o Karate e o Aikido, a respira- ção sob controle é requisito básico, mesmo para um faixa branca. Observando-se o kata executado por um perito, se percebe a harmonia entre os movimentos do corpo e a sua respiração. 3.2. PROCESSO DE RESPIRAÇÃO A respiração é o mecanismo mediante o qual o nosso corpo apreende do ar o oxigênio necessário para realizar as combustões metabólicas no funcionamento dos di- versos tecidos, servindo também para eliminar determinados produtos, especialmente gás carbônico. Do perfeito funcionamento e da correta mecânica deste processo vital depen- derão o maior ou menor rendimento do indivíduo, que será mais perceptível quanto maior forem as necessidades orgânicas a que se submete o organismo. Portanto, quer na prática desportiva quer no cotidiano é de capital importância que o indivíduo conheça e realize corretamente todas as ações do mecanismo, permitindo-lhe conseguir um máximo rendi- mento. Pode-se diferenciar, dentro do ato da respiração, uma fase inicial na qual se introduz ar através das vias superiores até o pulmão (inspiração) e outra de saída do dito ar uma vez utilizado (expiração). Esta ação mecânica se complementa com uma dupla fase químico-metabólica de intercâmbio gasoso, uma ao nível do alvéolo pulmonar onde as hematitas do sangue recebem oxigênio em troca de gás carbônico e a outra nos tecidos, que fazem o processo inverso. 3.3. FORMAS DE RESPIRAÇÃO Existem duas maneiras (naturais) de se colocar ar dentro dos pulmões: Respiração torácica (barriga para dentro e peito para fora); Respiração abdominal (uso do diafragma). Observe uma criança pequena dormindo. Veja como sua barriquinha sobe e desce, numa calma de fazer inveja. Essa é a respiração diafragmática ou abdominal. Ago- ra se lembre dessa mesma criança chorando ou assustada. Essa é a respiração torácica. HENSHIN KARATE DOJO A RESPIRAÇÃO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 16 Quando você enche o peito de ar, encolhendo a barriga, está usando apenas a musculatura do tórax. Esse é o tipo de respiração de quem está fazendo um exercício físi- co intenso ou está sob pressão. Nesse último caso, ocorre uma superficialização dos mo- vimentos, entrando menos ar, mas com um grande número de inspirações e expirações. O resultado é acúmulo de ar viciado, pobre em oxigênio, além de tensão muscular. Já a res- piração diafragmática ocorre em situações de calma e, muito importante, é capaz de di- minuir a reação de alarme. O diafragma é o músculo que separa o abdômen do tórax e pode ser controlado com um mínimo de atenção. 3.4. PRATICANDO A RESPIRAÇÃO Num local calmo, em casa, passe a provocar a respiração diafragmática, da seguinte maneira: deitado, coloque uma mão na barriga, logo acima do umbigo, e a outra no peito. Inale muito lentamente, procurando fazer de sua barriga um balão expandindo- se. A mão da barriga deve subir e a mão do tórax deve se mexer muito pouco. Respire com muita calma, de maneira regular e suave, expire muito lentamente, mais ou menos na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar e se possível, fique de um a dois segundos parado antes de começar um novo ciclo. Se pensamentos começarem a interromper sua concentração, você poderá contar o tempo que está passando, como mil, dois mil, três mil, etc. sendo que cada um desses números contado mentalmente equivale a aproximadamente um segundo. Outra maneira é desenhar também na mente um círculo que se completa a cada ciclo de respira- ção, imaginando metade na inspiração e metade na expiração. É possível que suas primei- ras experiências o deixem com alguma tontura. Não force o organismo, este não é um desafio e muito menos uma competição, vá devagar e procure se adaptar aos poucos. Quando estiver dominando a técnica você conseguirá desencadear a respira- ção abdominal quando precisar. Passe a empregá-la em situações de tensão. Pode ser no meio de uma aula (ninguém vai notar), meio minuto antes de fazer àquela prova impor- tante, no meio do trânsito (dentro do ônibus). Essa prática é facílima e sem querer você não apenas irá melhorar sua concentração, mas também já começa a monitorar as situa- ções que o deixam mais tenso. HENSHIN KARATE DOJO ENERGIA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 19 tende esclarecer essa especial "ânsia de viver", esse "impulso vital" que em circunstâncias insólitas ou extremas aparece sem raciocínio científico válido. O treinamento marcial tem por base o desenvolvimento interior através do ex- terior (físico) e após este acontecer, o processo inverso tem início, isto é, o exterior se desenvolve e expressa o interior. A expressão verbal da energia interior é conhecida co- mo Kiai. 4.2.1. KIAI O kiai ou “grito de força” – KI: força e AI: grito – é uma energia que nasce a partir do baixo ventre (saika tanden – aproximadamente cinco centímetros abaixo do um- bigo). Todos têm um grito de força, principalmente os grandes felinos. Geralmente, esses animais paralisam suas presas com o seu kiai antes de atacá-las. O kiai pode ser aplicado em três momentos: No início de uma atividade; Durante a realização desta tarefa; Final de um trabalho. Os gritos de guerra servem para aumentar, acelerar e expor a força de ação do homem. Portanto, podem ser aplicados contra incêndios, vendavais e as fortes ondas ma- rítimas para criar coragem e energia para enfrentá-los. Na luta individual, para colocar o adversário em movimento, o grito antecipa seus golpes e, em seguida, pode se aplicar chutes e socos. Não é necessário utilizar o gri- to simultaneamente com seus golpes. No decorrer da luta, ele servirá para incentivar e colocar numa situação vantajosa, sendo forte e profundo. Tomar precaução ao gritar, pois se o grito for usado fora de ritmo ou de tem- po ou em ocasiões impróprias poderá surgir como contra-efeito, tornando-se prejudicial. No Japão há a prática do Kiai Do – caminho do grito da força – onde o prati- cante chega a ter medo do próprio grito. HENSHIN KARATE DOJO ENERGIA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 20 4.3. ENERGIA EXTERIOR Enquanto o kiai é a verbalização da energia interior, o Kime é a expressão fí- sica (corporal) dessa fonte vital que num momento aflora do ser com pausada força irre- freável ou com extraordinária violência. A modo de exemplo comparativo poderíamos utilizar a energia vulcânica que se manifesta quer através de manso rio de lava quer de violenta erupção, é em ambos ca- so incontrolável. No exercício das artes marciais e do karate em particular o termo kime, sinô- nimo dessa erupção violenta, é utilizado para indicar a realização total e plena de uma ação efetiva, com a que se trata de conseguir num dado momento uma execução técnica na qual a união de concentração e poder transbordam ao adversário. Para isso é necessá- rio canalizar toda a energia, tanto física como mental, anulando a ação consciente dos sentidos e do ambiente habitual, inibindo a afirmação do "eu" interno, e partindo para o caminho do "não pensar" libertando a energia vital própria, mas concentrando-a num momento dado de acordo com a atuação física. 4.4. ATITUDE MENTAL Entende-se atitude mental como o estado de consciência que apresenta um ser inteligente diante de qualquer situação concreta, podendo ser favorável ou contrária ou de indiferença. Portanto, o indivíduo adotará ações de resposta direcionais que vão determi- nar a sua linha de conduta perante os diferentes estímulos. No exercício das artes marciais é fundamental, para compreender as diferen- tes atitudes mentais que ocorrem, realizar uma espécie de divisão prévia das motivações que provocam reações adversas e fora do normal em cada indivíduo. Isto posta, o treina- mento marcial pode ser direcionado para o desenvolvimento de atitudes mentais que be- neficiem o praticante quando se deparar com situações, cotidianas ou não, que possam colocá-lo na defensiva ou sem ação. O karate procura lapidar o espírito de seus praticantes através das agruras so- fridas pelo corpo durante os rigores de seu treinamento. HENSHIN KARATE DOJO AS ARMAS NO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 21 Capítulo 5 – As Armas no Karate “Quem se apega à vida morre. Quem desafia a morte sobrevive”. UYESUGI KENSHIN 5.1. INTRODUÇÃO Como dito anteriormente, a proibição do porte de armas na ilha de Okinawa possibilitou aos ilhéus o desenvolvimento de sistemas de defesa sem armas (karate) e si- multaneamente a utilização de ferramentas de trabalho usuais como armas de ocasião (kobudo). Alguns estilos de karate ainda hoje utilizam tais armas em seus treinamentos e outros não usam. O estilo Shotokan (atribuído a Funakoshi Sensei) não faz uso de ar- mas como parte de seu treinamento. Apesar do estilo praticado no Cefet Karate Clube (Henshin Dojo) ser o Sho- tokan, é de entendimento comum que as armas podem servir de auxiliar no desenvolvi- mento de habilidades específicas de forma não convencional (noção de espaço e distância efetiva do companheiro) e em menor tempo de treinamento e favorecendo a lapidação do espírito marcial de seus praticantes mesmo em um meio influenciado fortemente pela competição. 5.2. ARMAS ARTIFICIAIS Bo; Jo; Nunchaku; Kama; Tonfa; Sai. HENSHIN KARATE DOJO AS ARMAS NO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 24 5.2.6. SAI É uma tonfa com três pontas de metal. É utilizada com duas ou três pontas pa- ra interceder um ataque do oponente e usando lâminas menores, que causam cortes e um ataque perfurante. Apesar de sua exata origem ser obscura, tem semelhança com um ins- trumento utilizado na China, e acredita-se que tenha se derivado de um instrumento agrí- cola usado para cavar buracos na terra para plantação de sementes. Um terceiro sai era levado nas costas em um cinto (obi) para reposição do que era atirado. 5.3. ARMAS NATURAIS Muitas partes do corpo podem ser usadas como armas nas artes marciais e particularmente no karate. As mãos, os cotovelos, os pés e os joelhos são as partes mais utilizadas e se tornam armas eficientes e potentes quando combinadas com outras e refor- çadas com exercícios apropriados. Há duas maneiras de usar a mão (1) aberta (kaisho) e (2) fechada (ken). As principais partes do corpo usadas como armas no karate são listadas a seguir: Shuto; Seiryuto; Haishu; Nukite; Seiken; Uraken; Tetsui; Koshi; Kakato; Haisoku; Sokuto. HENSHIN KARATE DOJO AS ARMAS NO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 25 5.3.1. SHUTO (MÃO EM ESPADA) Quando a mão aberta é usada como arma é necessário pressionar os juntos uns contra os outros, dobrando a articulação do polegar e pressioná-lo contra a parte late- ral da mão. O pulso e o dorso da mão devem formar uma linha reta com o antebraço para que a energia corporal possa fluir naturalmente em direção aos dedos. No shuto, a energia deve chegar aos dedos, forçando-os para deixá-los resis- tentes e em tensão. Isto é necessário para que o dedo mínimo não sofre danos desnecessá- rios quando da utilização de golpes com o shuto. Usar a borda da mão como uma faca ou uma espada para golpear os braços ou as pernas do oponente que ataca, sendo também usada para desferir golpes contra a têmpora, a parte lateral do pescoço ou as costelas flutuantes. Este tipo de golpe deve ser desferido com muita intensidade e velocidade. 5.3.2. SEIRYUTO (BASE DA MÃO EM ESPADA) Uma variação do shuto é o seiryuto e a diferença básica entre eles está na po- sição da mão, isto é, flexionando o pulso de modo que a borda externa da mão e a sua extensão formem uma curva, como na figura acima. Usado para atacar o rosto ou a clavícula e, em alguns casos, para dar apoio ao corpo quando de uma queda. HENSHIN KARATE DOJO AS ARMAS NO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 26 5.3.3. HAISHU (DORSO DA MÃO) O haishu é utilizado principalmente para defender um golpe de mão. Porém um haishu aplicado no plexo solar ou na parte lateral do tronco também pode ser bastante eficiente. 5.3.4. NUKITE (MÃO EM LANÇA) No nukite a ponta dos três primeiros dedos forma uma superfície bastante plana com uma leve curvatura do dedo médio. As pontas dos dedos são usadas para gol- pear o plexo, o ponto central entre os olhos, a axila e outras partes sensíveis. Quando o nukite é formado com a ponto dos dedos indicador e médio esta- mos fazendo o chamado nihon nukite (mão em lança a dois dedos). Quando usamos ape- nas o dedo indicador para golpear e os outros ficam dobrados dando-lhe apoio, temo o ippon nukite (mão em lança a um dedo). 5.3.5. SEIKEN (FRENTE DO PUNHO) O seiken é à parte do punho situado entre o nó do dedo médio e o nó do indi- cador. No momento do impacto toda a energia do corpo deve passar por uma linha direta através do braço, alcançando o punho e passando para o alvo. A energia necessária para tal movimento nasce no saika tanden e dela emana para todo o corpo. HENSHIN KARATE DOJO TÉCNICAS DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 29 Capítulo 6 – Técnicas do Karate “A árvore de raiz mais profunda con- segue estender seus galhos para mais longe”. SAINT-EXUPÉRY 6.1. INTRODUÇÃO O karate tem uma quantidade muito grande de técnicas e não é o objetivo des- te trabalho apresentar todas, apresentaremos as mais usuais desde suas bases até as técni- cas de chute. A apresentação constará do nome técnico, de um desenho de sua forma e de uma breve descrição. O ponto fundamental do aprendizado do karate é a postura. Nenhuma técnica de ataque ou de defesa será eficiente se não tiver uma boa base. A postura no karate é formada pela parte do corpo que vai dos quadris para baixo, e que deve fornecer uma base sólida à parte superior. As costas devem estar eretas e perpendiculares ao solo, garantindo o equilíbrio e a estabilidade. As técnicas assim se- rão aplicadas com potência, velocidade, precisão e eficiência. HENSHIN KARATE DOJO TÉCNICAS DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 30 6.2. BASES NOME FORMA DESCRIÇÃO HEISOKU DACHI Manter os pés paralelos e em conta- to. Os joelhos ficam eretos, mas re- laxados. MUSUBI DACHI Esta posição é parecida com heisoku dachi, só que com os pés apontando para fora com os calcanhares unidos em e formando um ângulo de 60o. HEIKO DACHI Manter os pés paralelos, apontados para frente e separados a uma distân- cia equivalente a largura dos quadris. Pode-se dizer que o heisoku dachi com os pés separados. ZENKUTSO DACHI (BASE AVANÇADA) A distância frontal dos pés é de duas tíbias e a largura pode ser a do qua- dril ou de uma tíbia. A perna da frente deve ser flexiona- da, deslocando o peso para frente. Os pés devem estar bem plantados no chão e os tornozelos bem fecha- dos. KIBA DACHI (BASE DO CAVALEIRO) Manter os pés paralelos, em linha e a uma distância de duas tíbias. Empurrar os glúteos para frente, im- pedindo que fiquem para fora. Abaixar os quadris, flexionando os tornozelos e joelhos. KOKUTSO DACHI (BASE RECUADA) A distância frontal dos pés é de duas tíbias, porém alinhados e os calca- nhares formam um ângulo de 90º. O peso deve ser concentrado sobre a perna de trás. O joelho da perna de trás é flexiona- do e aponta na mesma direção do pé. HENSHIN KARATE DOJO TÉCNICAS DO KARATE CEFET-RN PROF. HENRIQUE 31 6.3. UKE WAZA NOME DEFESA DESCRIÇÃO GEDAN BARAI (DEFESA BAIXA VARRENDO) Levar o punho para próximo da ore- lha oposta e baixe-a esticando o Bra- ço e com o dorso dirigido para fren- te. Desvie o ataque do oponente late- ralmente, batendo com a área inferior do pulso. O movimento termina com o punho acima do joelho da perna da frente. CHUDAN SOTO UKE (DEFESA MÉDIA PARA DEN- TRO) Levantar lateralmente o braço man- tendo a mão fechada e próxima da orelha. Com o cotovelo dobrado a 90º, levar o braço para baixo e para frente de encontro ao ataque dirigido ao seu peito. No impacto, mantenha o punho vol- tado para o oponente. JODAN AGE UKE (DEFESA ALTA) Da posição de partida, levar o braço que serve para bloquear para cima e para frente, concluindo o movimento com o antebraço na frente da testa e distante desta de um punho. O braço descreve uma curva e o que se retira passa na frente do nariz. Os braços se cruzam e formam uma cruz na frente do rosto. CHUDAN UCHI UKE (DEFESA MÉDIA PARA FORA) Colocar o braço dobrado em um ân- gulo de 90º e embaixo do outro, que se mantém esticão. Puxar o braço esticado para o quadril e lançar o outro para fora e para fren- te. O movimento termina idêntico ao chudan soto uke. CHUDAN SHUTO UKE (DEFESA MÉDIA COM FACA DA MÃO) Posicionar a mão aberta próxima à orelha do lado oposto ao braço e com o dorso voltado para fora. A defesa se realiza com a faca da mão sobre o antebraço do agressor. HENSHIN KARATE DOJO TREINAMENTO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 34 Capítulo 7 – Treinamento “Não temas o progresso lento, receais apenas ficar parado”. PROVÉRBIO CHINÊS 7.1. INTRODUÇÃO A agressividade é a matéria-prima do ser humano, e do homem, mas não a violência. Temos a violência quando não conseguimos aprofundar a agressividade, quan- do superficializamos a agressividade, então temos situações de violência. Porém a agres- sividade é importante em tudo que fazemos, em qualquer ação profissional ou humana é importante à agressividade, ou seja, se não tivermos um mínimo de agressividade ou controle adequado não conseguiríamos sobreviver na sociedade. A agressividade deve ser trabalhada no sentido de proporcionar um caminhar do ser humano no principal objetivo da arte marcial que é proporcionar o desenvolvi- mento e aperfeiçoamento do espírito humano. 7.2. KIHON Os fundamentos técnicos do karate são passados aos alunos através dos trei- namentos de kihon, porém, no início, tais princípios eram repassados por intermédio dos kata. É no kihon que o praticante irá desenvolver todo o seu potencial para a arte marcial, bem como preparar o seu corpo para as agruras que virão com o passar dos anos de treino. É também no kihon que o praticante desenvolve o espírito de karateca, pois este é o momento onde os princípios do dojo kun são postos à prova real e o corpo irá padecer caso o espírito seja fraco ou o desejo de ser karateca não seja verdadeiro. O ca- minho do karate é vislumbrado pela primeira vez durante os exercícios de kihon e o sen- timento de dever cumprimento se manifesta com maior intensidade, mesmo quando o corpo está exausto e quase sem forças para andar. HENSHIN KARATE DOJO TREINAMENTO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 35 7.3. KATA O kata ou forma no karate é um conjunto de golpes realizados numa seqüên- cia previamente definida e que durante anos foi à única maneira de se praticar karate. Cada kata tem uma especificidade e se destina a desenvolver determinadas habilidades. 7.3.1. ESTILO SHOTOKAN HEIAN SHODAN; HEIAN NIDAN; HEIAN SANDAN; HEIAN YONDAN; HEIAN GODAN. TEKKI SHODAN; TEKKI NIDAN; TEKKI SANDAN; BASSAI DAI. BASSAI SHO; KANKU DAI; KANKU SHO; JION; JITTE; JIIN; HANGETSU; GANKAKU; ENPI; GOJUSHIHO SHO; GOJUSHIHO DAI; NIJUSHIHO; UNSU; SOCHIN; CHINTE; MEIKYO; WANKAN. HENSHIN KARATE DOJO TREINAMENTO CEFET-RN PROF. HENRIQUE 36 7.4. KUMITE No karate existem diferentes formas de se fazer combate – kumite significa combate de mãos – e todas têm sua importância no desenvolvimento do karateca. 7.4.1. GOHON KUMITE Combate a cinco passos tem por objetivo fortalecer o vigor dos praticantes através de seqüências de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser praticado a exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade possível. 7.4.2. SANBON KUMITE Combate a três passos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem ata- ca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das técnicas utilizadas po- derá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma unidade que se desloca pela área de combate. 7.4.3. IPPON KUMITE Combate a um passo, tendo por objetivo criar no praticante a idéia de vencer com um único golpe para isso é necessário o desenvolvimento de habilidades acessórias, como observação, para análise das situações. A noção de espaço e tempo (maai em japo- nês) torna-se fator preponderante, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais. 7.4.4. JYU IPPON KUMITE Combate semilivre a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desen- volvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim preparar o corpo e a mente para as mesmas. 7.4.5. JYU KUMITE Combate livre, onde o praticante deve dispor de um bom repertório de gol- pes, bem com ter táticas e estratégias que possam enfrentar um ou mais oponentes em combate real. Esta forma de combate é a que mais se assemelha ao kata, pois é para esta situação que nos preparamos arduamente. HENSHIN KARATE DOJO EXAMES E GRADUAÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 39 Vermelha – 5º kyu; Laranja – 4º kyu; Verde – 3º kyu; Roxa – 2º kyu; Marrom – 1º kyu. Há uma oitava faixa que indica o grau (dan) de conhecimento do praticante e esta é a preta, a qual cresce com o passar dos anos indo do primeiro ao décimo (pós- morte). 8.3. EXAMES A seguir apresentamos as habilidades e competências mínimas que cada kara- teca deve desenvolver para almejar a faixa seguinte. Lembramos ainda que tal conteúdo não é uniformizado e que depende de cada academia ter ou não o seu próprio programa. 8.3.1. BRANCA PARA AMARELA Kihon (em zenkutso dachi). Gedan barai; Chudan soto uke; Jodan age uke; Chudan shuto uke; Jodan oi zuki; Chudan gyaku zuki; Chudan tate tetsui uchi; Gedan mae geri – kekomi; Chudan mae geri – keage. Kata (até 10 anos com contagem). Heian Shodan. Kumite. Sanbon kumite (com contagem). 1. Jodan oi zuki – jodan age uke e chudan gyaku zuki; 2. Chudan oi zuki – chudan soto uke e chudan gyaku zuki; 3. Gedan mae geri – gedan barai e chudan gyaku zuki. HENSHIN KARATE DOJO EXAMES E GRADUAÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 40 8.3.2. AMARELA PARA VERMELHA Kihon (zenkutso dachi). Gedan barai com chudan gyaku zuki; Chudan soto uke com chudan gyaku zuki; Jodan age uke com chudan gyaku zuki; Chudan uchi uke; Chudan morote uke; Gedan osae uke; Ken haiwan uke (kokutsu dachi); Chudan shuto uke (kokutsu dachi) com chudan tetsui uchi (zenkutsu dachi); Sanbon zuki; Chudan urazuki; Jodan uraken uchi; Chudan nukite; Chudan mawashi geri – kekomi; Jodan mawashi geri – keage; Gedan yoko geri (kiba dachi) – kekomi; Chudan yoko geri (kiba dachi) – keage. Kata (até 10 anos com contagem). Heian Shodan – aplicação; Heian Nidan – execução. Kumite. Ippon kumite 1. Jodan oi zuki – jodan age uke e jodan uraken uchi; 2. Chudan oi zuki – chudan uchi uke e chudan urazuki; 3. Gedan yoko geri – gedan barai e gyaku zuki; 4. Jodan mawashi geri – jodan shuto uke e jodan nukite. HENSHIN KARATE DOJO EXAMES E GRADUAÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 41 8.3.3. VERMELHA PARA LARANJA Kihon (zenkutso dachi). Chudan uchi uke com chudan gyaku zuki; Chudan morote uke (kokutsu dachi) com chudan uraken uchi (zenkutsu dachi); Gedan osae uke (kokutsu dachi) com jodan tate shuto uchi (zenkutsu dachi); Ken haiwan uke (kokutsu dachi) com jodan tetsui uchi (zenkutsu dachi); Jodan age uke (kokutsu dachi) com urazuki (zenkutsu dachi); Chudan soto uke com nukite; Chudan tate shuto uke; Sanbon zuki; Gedan Fumikomi (kiba dachi); Jodan mawashi geri; Chudan mae geri; Chudan yoko geri (kiba dachi). Kata (até 10 anos com contagem). Heian Nidan – aplicação; Heian Sandan – execução. Kumite. Jiyu ippon kumite 1. Atemi waza; 2. Geri waza. HENSHIN KARATE DOJO EXAMES E GRADUAÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 44 8.3.6. ROXA PARA MARROM Kihon (zenkutso dachi). Gedan barai com chudan gyaku zuki; Chudan soto uke com chudan gyaku tate zuki; Jodan age uke com chudan gyaku urazuki; Chudan uchi uke com chudan gyaku kagi zuki; Chudan morote uke (kokutsu dachi) com chudan uraken uchi (zenkutsu dachi); Gedan osae uke (kokutsu dachi) com jodan tate shuto uchi (zenkutsu dachi); Ken haiwan uke (kokutsu dachi) com jodan tetsui uchi (zenkutsu dachi); Sho haiwan uke (kokutsu dachi) com ude garame e shuto uchi; Gedan juji uke osae ashi shiho nage; Jodan sho juji uke osae te koshi com tetsui; Chudan kakiwaki uke com chudan hiza geri; Chudan tate shuto uke com chudan mawashi empi uchi; Chudan osae uke com jodan uraken uchi; Jodan kizami zuki com chudan oi zuki; Chudan mikazuki geri com chudan ushiro uramawashi geri; Chudan mae geri com jodan mawashi geri; Jodan mawashi geri com chudan yoko geri; Nihon geri; Ashi barai com otoshi kakato geri; Mae tobi geri. Kata. Heian Godan – aplicação; Tekki Shodan – execução. Kumite. Jyu kumite (um oponente); Jyu kumite (dois oponentes). HENSHIN KARATE DOJO COMPETIÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 45 Capítulo 9 – Competições “Por mais que na batalha se vença um ou mais inimigos, a vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias”. BUDA 9.1. INTRODUÇÃO A vitória sempre é muito difícil, por mais que se fale o contrário, cada vez mais. O que é fundamental é que o participante de uma competição saiba que aquilo é uma mera representação e nesse ponto de vista a competição é só um jogo. A competição deve servir ao homem, portanto, não posso me destruir e nem deixar que ela destrua o ser humano. A competição deve ser vista de uma forma humanista e que possibilite a for- mação integral do homem, dando-lhe a capacidade de interagir consciente e criticamente com seus pares, com sua comunidade e, se possível, com a sociedade a que pertence, transformando-a em um mundo melhor. Portanto, a competição é o momento ideal para a autocrítica e para tal não podemos encobrir nossas falhas pelo resultado dos embates nela travados, mas, por outro lado, devemos ver friamente o que foi feito de bom e de ruim e compará-los com os reais objetivos que foram traçados para o evento. 9.2. ÁREA DE COMPETIÇÃO A área de competição propriamente dita é denominada de KOTO, que é um quadrado com 8 metros de lado (medido de extremo a extremo) e no seu interior encon- tramos um quadrado inscrito com 6 metros de lado. A área entre o quadrado interno e a extremidade do externo tem uma cor diferente da do quadrado interno e é denominada de área de controle. Nas competições de karate há dois atletas que se posicionam à direita e a esquerda do árbitro, que pode ser um dos juízes, o competidor do lado direito é deno- minado de AKAI (vermelho) e o da esquerda de AOI (azul), os quais usarão faixas com as referidas cores. HENSHIN KARATE DOJO COMPETIÇÕES CEFET-RN PROF. HENRIQUE 46 9.3. KATA A competição de kata poderá ser individual ou por equipe. É aplicado o sis- tema de eliminação simples podendo ser com ou sem repescagem. Durante a competição, os atletas poderão realizar tanto katas obrigatórios (SHITEI) quanto livres (TOKUI). Nas duas primeiras rodadas, os competidores só podem escolher katas obriga- tórios e nas demais a escolha é livre. A critério da organização, os competidores poderão repetir o kata executado na rodada anterior. O kata deve ser realizado de forma competente e deve demonstrar uma boa compreensão dos princípios fundamentais que contém, ou seja, o competidor (es) deve (m) passar à comissão julgadora a essência primordial do kata executado. 9.3.1. INDIVIDUAL A competição individual de kata consiste em uma execução individual em ca- tegorias separadas homens e mulheres. 9.3.2. EQUIPE Uma equipe de kata é composta por três pessoas. A equipe é exclusivamente masculina ou feminina. HENSHIN KARATE DOJO BIBLIOGRAFIA CEFET-RN PROF. HENRIQUE 49 Bibliografia Anderson, B. – “Alongue-se”, Sumus Editora Ltda, São Paulo – SP, 1997. Bach, R. – “Ilusões – As Aventuras de um Messias Indeciso”, 14ª Edição, Editora Record, Rio de Janeiro – RJ, 1985. Bull, W. J. – “Aikido – O Caminho da Sabedoria”, Editora Pensamento Ltda., São Paulo SP, 1998. Buyo, M. – “Karate Do - Fundamentos”, Vol. 1, Wado Kai do Brasil, 1990. ______ – “Karate Do - Kata”, Vol. 2, Wado Kai do Brasil, 1999. Capra, F. – “O Tao da Física”, Editora Cultrix, São Paulo SP, 1988. Carvalho, N. – “Guia Básico de Tai Chi Chuan”, 8ª Edição, Editora Escala Ltda, São Paulo – SP, 2005. de Rose, L. S. A. – “Tudo Sobre Yôga”, 2ª Edição, Editora União Nacional de Yôga, São Paulo – SP, 1997. d'Souza, J. 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