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Uso Eficiênte de Fertilizantes e Corretivos, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Boletim ANDA Nº 04 - Uso Eficiênte de Fertilizantes e Corretivos

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 03/09/2009

A_Santos
A_Santos 🇧🇷

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Baixe Uso Eficiênte de Fertilizantes e Corretivos e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! 1 BOLETIM TÉCNICO N° 4 USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS ASPECTOS AGRONÔMICOS ANDA ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS 2 USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS ASPECTOS AGRONÔMICOS 5 APRESENTAÇÃO A utilização racional dos insumos agrícolas, em busca do aumento da produtividade, vem adquirindo importância crescente nas atividades ligadas à agropecuária brasileira. Entretanto, para que esses objetivos sejam atingidos, torna-se necessário um conhecimento cada vez mais abrangente dos diversos fatores que afetam o uso eficiente desses insumos. No que diz respeito aos fertilizantes e corretivos agrícolas, esses fatores envolvem tanto aspectos relacionados às características do produto, quanto aqueles gados ao sistema solo-planta- atmosfera. Os primeiros são abordados de maneira mais específica nos Boletins Técnicos nos 3 e 6, editados pela ANDA sob os títulos “Os Adubos e a Eficiência das Adubações” e “Corretivos da Acidez dos Solos: Características e Interpretações Técnicas”. No presente boletim, procura-se abordar o uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas com maior ênfase para os aspectos agronômicos, ou seja, aqueles mais diretamente ligados ao sistema solo-planta-atmosfera. Sem a pretensão de esgotar o assunto, são apresentados e discutidos alguns pontos relevantes, com o intuito de promover um melhor aproveitamento, pelas plantas, dos macronutrientes primários e secundários, e micronutrientes a serem adicionados aos solos pelos fertilizantes e/ou corretivos agrícolas. Espera-se, com esta publicação, contribuir para que a filosofia da Produtividade Máxima Econômica (PME) venha a ser adotada por um número cada vez mais expressivo de agricultores. ANDA Associação Nacional para Difusão de Adubos São Paulo, novembro de 2000 6 SUMÁRIO I – INTRODUÇÃO....................................................................................... 1 II – ASPECTOS BÁSICOS ......................................................................... 2 III – FATORES QUE AFETAM O USO EFICIENTE DE FERTI- LIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS .......................................... 4 1. Fatores diretos ................................................................................ 4 1.1.Qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas ................... 4 1.2.Solo ........................................................................................... 4 1.3.Recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa.............. 9 1.4.Época de aplicação ................................................................... 10 1.5.Forma de aplicação ou localização .......................................... 11 1.6.Uniformidade de distribuição ................................................... 13 2. Fatores indiretos ............................................................................. 15 2.1. Umidade do solo ..................................................................... 15 2.2.Planta ........................................................................................ 15 2.3.Conservação do solo ................................................................ 18 2.4.Minimização de perdas ............................................................ 18 2.5.Outros fatores ........................................................................... 24 IV – SUGESTÕES DE MANEJO PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS............................... 24 1. Fertilizantes nitrogenados ........................................................ 24 2. Fertilizantes fosfatados ............................................................. 29 3. Fertilizantes potássicos ............................................................. 36 4. Enxofre ..................................................................................... 40 5. Cálcio e magnésio ..................................................................... 42 6. Micronutrientes ........................................................................ 45 V – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 52 VI -BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................... 55 7 USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS: ASPECTOS AGRONÔMICOS Alfredo Scheid Lopes1 Luiz Roberto Guimarães Guilherme2 I – INTRODUÇÃO A agricultura brasileira atravessa uma fase na qual, mais do que em qualquer época, torna-se justificável todo e qualquer esforço para a verticalização da produção, objetivando atingir ganhos em produtividade que permitam tornar o processo produtivo mais rentável, a fim de que os agricultores continuem em suas atividades. Neste contexto, entre outros fatores, as praticas da calagem e adubação assumem lugar destaque, sendo responsáveis por cerca de 50% dos ganhos de produtividade das culturas, necessitando, assim, serem feitas do modo mais eficiente possível. Para que esse objetivo seja atingido, cabe ao agricultor a aplicação de conceitos básicos que envolvem a eficiência dos fertilizantes e corretivos agrícolas e o comportamento desses no sistema solo – planta – atmosfera, com o intuito de maximizar os retornos sobre os investimentos pelo uso desses insumos. O que se observa, entretanto, é que muitas vezes esses conceitos básicos, talvez por falta de conhecimento ou pela sua simplicidade, não são aplicados pelos agricultores, levando, muitas vezes, a níveis extremamente baixos de eficiência dos fertilizantes e corretivos agrícolas aplicados. O objetivo deste trabalho é enfocar os aspectos básicos do uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas – aqueles direta ou indiretamente envolvidos no processo – com detalhamento do manejo para o melhor aproveitamento dos nutrien- tes contidos nesses insumos, bem como para a maximização dos seus benefícios no sistema solo – planta – atmosfera. 1 Eng. Agr. MSc, PhD, Professor Emérito do DCS-UFLA, Caixa Postal 37, CEP 37200-000 – Lavras-MG. Consultor Técnico da ANDA, São Paulo-SP, E-mail: ascheidl@ufla.br 2 Eng. Agr. MSc,PhD, Professor Adjunto do DCS-UFLA, Lavras-MG. E-mail: guilherm@ufla.br 10 recomendável que o técnico tenha à mão a descrição dos sintomas, inclusive com fotos coloridas, para as culturas mais importantes na sua respectiva área de atuação. 5. Fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes – principalmente para a tomada de decisão sobre micronutrientes, cujos níveis para interpretação da análise de solos e análise foliar, para muitas culturas, não estão totalmente definidos, este ponto é de importância fundamental. Detalhes sobre esses fatores, para micronutrientes, podem ser encontrados nas páginas 28 a 32 do Boletim n° 8 da ANDA – Micronutrientes: Filosofias de Aplicação e Eficiência Agronômica (Lopes, 1999) . 6. Histórico da área – o conhecimento do histórico da área a ser cultivada é de extrema importância para maximizar a eficiência dos fertilizantes. A utilização desta “ferramenta”, aliada às demais já mencionadas, é um complemento indispensável, pois a tomada de decisão baseada em dados reais da área fornece mais segurança ao técnico que a utilização apenas de parâmetros analíticos. Pontos importantes a considerar sobre histórico da área incluem: doses de corretivos e fertilizantes já utilizadas; produções obtidas; práticas de preparo de solo; época de plantio; quantidade de chuva, etc. III – FATORES QUE AFETAM O USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS O uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas depende de uma série de fatores que, de forma direta ou indireta, afetam o processo, como um todo. Segundo Alcarde et al., 1998, esses fatores podem ser assim discriminados: 1 – Fatores diretos 1.1. Qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas. Dadas as peculiaridade deste trabalho, não serão discutidas as características ligadas à qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas, e que afetam a sua eficiência. Assim sendo, para os fertilizantes, algumas das características de natureza física (estado físico, granulometria, consistência, fluidez e densidade), de natureza química (número de nutrientes, forma química dos nutrientes e concentração de nutrientes e compostos nocivos aos vegetais) e de natureza físico-química (solubilidade, higroscopicidade, empedramento e índice salino), serão utilizadas, tão somente, quando se fizerem necessárias para explicar a eficiência da prática da adubação de “per si”. Detalhes dessas características podem ser encontrados no Boletim Técnico n° 3 da ANDA: Os Adubos e a Eficiência das Adubações (Alcarde et al., 1998). Da mesma forma, características dos corretivos agrícolas não detalhadas neste trabalho, poderão ser encontradas no Boletim Técnico n°6 da ANDA: Corretivos da Acidez dos Solos – Características e Interpretações Técnicas (Alcarde, 1992). 11 1.2. Solo. As características físicas, químicas, físico-químicas, assim como o teor de matéria orgânica afetam o uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas. As características físicas (textura, estrutura e porosidade) são fatores determinantes para o armazenamento de água e nutrientes, mobilidade de íons na fase liquida e, principalmente, perdas de nutrientes contidos no solo ou adicionados via adubação e correção do solo, pelos processos de lixiviação ou arrastamento dos nutrientes e fertilizantes pela erosão. Destas características físicas, a mais facilmente identificável é a textura, sendo necessário que o agricultor mande avaliá-la em laboratório se quiser fazer uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas. O conhecimento de, pelo menos, o teor de argila de uma gleba tem sérias implicações no manejo da adubação e correção do solo, citando-se, entre outros, os seguintes pontos: a necessidade de maior número de parcelamento das adubações nitrogenadas e/ou potássicas; b) determinação da dose de adubação fosfatada corretiva, quando aplicável; c) avaliação prática da maior ou menor capacidade de armazenagem de água no solo; d) determinação da dose de calcário em sistemas de recomendação em uso em alguns estados e/ou regiões; e) maior ou menor probabilidade de problemas de deficiência de micronutrientes; f) avaliação de doses de gesso agrícola na melhoria do ambiente radicular; etc. As características da estrutura e porosidade do solo de uma gleba, embora mais difíceis de serem avaliadas, ajudam a determinar: a) maior ou menor predisposição a perdas decorrentes da erosão; b) problemas de impedimentos físicos ao desenvolvimento normal das raízes; c) potencial de lixiviação, em conjunto com o conhecimento da textura do solo da área, etc. A avaliação destes parâmetros pode ser feita através de exames locais do desenvolvimento de raízes, testes rápidos da capacidade de infiltração de água, resistência à penetração do trado e resistência do perfil do solo à penetração de uma faca ou de um espeto de churrasco, por exemplo. O que é fundamental é que o técnico que orienta o agricultor se familiarize e aplique as metodologias para avaliação da estrutura e porosidade do solo. As características químicas estão relacionadas com a natureza dos minerais e a disponibilidade de nutrientes do solo (forma trocável ou solúvel), sendo fundamental o conhecimento destas, para a recomendação das doses de fertilizantes e corretivos agrícolas. O instrumento de diagnose mais utilizado para esta finalidade é a análise química do solo, que deve ser a mais completa possível, inclusive envolvendo a avaliação de enxofre e micronutrientes e não apenas uma análise simples de rotina. Muitos laboratórios em operação no Brasil estão capacitados à realização destas análises. As características físico-químicas dizem respeito, principalmente, à capacidade de troca de cátions (CTC) e ao pH. A primeira reflete a capacidade de armazenamento 12 de cátions pelo solo. Nesse contexto, é importante que o técnico se familiarize com o significado prático de parâmetros como CTC efetiva, CTC a pH 7,0, saturação por alu- mínio da CTC efetiva, saturação por bases da CTC a pH 7,0, soma de bases trocáveis, acidez potencial ou total, etc. Detalhes sobre estes parâmetros podem ser observados no Boletim Técnico n° 2 da ANDA: Interpretação de Análise de Solos – Conceitos e Aplicações (Lopes & Guidolin, 1989) e no apêndice do Manual Internacional de Fer- tilidade do Solo (Lopes, 1998). O uso inteligente destes parâmetros, juntamente com o conhecimento da textura e do teor de matéria orgânica, permitem as seguintes aplicações de ordem prática: a) recomendação de doses de calcário pelo método da saturação por bases; b) avaliação das cargas dependentes de pH e suas inter-relações com o potencial de lixiviação de bases; c) avaliação das relações de cátions trocáveis e CTC; d) recomendação do gesso agrícola na melhoria do ambiente radicular; e) necessidade de maior número de parcelamento das adubações nitrogenada e/ou potássica; f) recomendação de doses de adubação potássica corretiva, etc. O pH, índice que indica o grau de acidez do solo, talvez seja um dos parâmetros mais importantes ligados ao uso eficiente de fertilizantes. A disponibilidade dos nutrientes contidos no solo, ou a ele adicionados através das adubações, é bastante variável em função ao pH do solo (Figura 2). A disponibilidade dos macronutrientes primários, secundários e do boro tende a aumentar, passando de baixa sob condições de acidez e atingindo valores máximos na faixa de pH em água de 6,0 a 7,0. O aumento na disponibilidade de cloro e molibdênio é praticamente linear até pH 8,0. Entretanto, a disponibilidade de ferro, cobre, manganês e zinco é maior sob condições ácidas, diminuindo com a elevação do pH. O ponto relevante nesta figura é que os efeitos do pH na disponibilidade de ferro, cobre, manganês e zinco são inversos àqueles para os macronutrientes primários e secundários, boro, molibdênio e cloro, o que enfatiza a necessidade de se buscar um meio termo de máxima eficiência geral. Em áreas sob plantio direto, já estabilizadas, e naquelas com elevado aporte de resíduos orgânicos, o pH ideal para a maioria das culturas se situa ao redor de 5,5, com saturação por bases de cerca de 50%. 15 Matéria orgânica (%) Figura 3 – Relação entre matéria orgânica e CTC efetiva (3 faixas de pH) em amostras de solo sob “cerrado”. Fonte: Lopes (1984) Em síntese, o conhecimento detalhado das características do solo e suas implicações de ordem prática é fundamental quando se tem em mente a maximização da eficiência no uso de fertilizantes e corretivos agrícolas. Somente pelo conhecimento adequado do comportamento do solo no sistema integrado de ganhos e perdas (solo – planta – atmosfera), mostrado na Figura 4, é que se pode alterar as técnicas de manejo para manter níveis adequados dos nutrientes na solução do solo, fazer uso eficiente dos fertilizantes e corretivos e nutrir adequadamente as plantas. Figura 4 – Aumentos e reduções na disponibilidade de um nutriente M no solo. ----------aumentos, ּּּּּּּּּּּreduções 16 Fonte: Adaptado de Yamada (1989) 1.3. Recomendação equilibrada, qualitativa e quantitativa. Na prática da adubação, a “Lei do Mínimo ou de Liebig”, muitas vezes esquecida pelos técnicos, explica que a produção é limitada pelo nutriente que se encontra em menor disponibilidade, mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas. O que é importante em relação à “Lei do Mínimo” é que a grande maioria dos solos do Brasil apresenta, também, deficiência de enxofre e micronutrientes e essa lei deve ser considerada na sua forma ampliada, conforme mostrado na Figura 5. Em relação à quantidade ou dose é fundamental levar também em consideração, principalmente no caso dos fertilizantes, a “Lei dos Incrementos Decrescentes”, que estabelece o seguinte: para cada incremento sucessivo da quantidade de fertilizante, ocorre um aumento cada vez menor na produção. Em termos práticos, essa lei orienta no sentido de que as adubações não devem visar a Produtividade Máxima (PM), mas a produtividade que proporcione o maior lucro para o agricultor, ou seja, a Produtividade Máxima Econômica (PME), conforme ilustrado na Figura 6. Figura 5 – Representação da “Lei do Mínimo” de Liebig. Fonte: Alcarde et al. (1998) 17 Doses de adubo Figura 6 – Relação entre a eficiência das adubações e a Produtividade Máxima Econômica (PME).PM = Produtividade Máxima. Fonte: Alcarde et al. (1998) 1.4. Época de aplicação. A época de aplicação de fertilizantes deve coincidir com aquela que antecede a maior demanda da cultura, desde que estes fertilizantes sejam de alta solubilidade. Esse é o caso, principalmente, do fertilizantes nitrogenados e potássicos, que, em geral são solúveis em água. O parcelamento adequado de adubação nitrogenada e, em certos casos, da adubação potássica, é essencial para aumentar a eficiência destes fertilizantes na maioria dos casos. Em anos recentes, têm sido acumulados dados mostrando efeitos amplamente positivos envolvendo a antecipação da adubação nitrogenada e potássica na cultura do milho em áreas sob plantio direto ou mesmo sobre agricultura convencional. Fertilizantes e/ou corretivos pouco solúveis, como é o caso de fosfatos naturais de baixa reatividade e calcário, devem ser aplicatdos com a necessária antecedência, para que ocorra o processo de dissolução e haja elevação dos níveis dos nutrientes na solução do solo. O conhecimento das curvas absorção para as diversas culturas, obtidas através de trabalhos na área de nutrição de plantas, é a “ferramenta” básica para a definição da(s) melhor(es) época(s) de aplicação de fertilizantes. Os dados da Figura 7 ilustram esse comportamento. 20 produtos, tais como: grau de segregação, higroscopicidade, empedramento e fluidez, no caso dos fertilizantes (Alcarde et al. 1998), granulometria, em se tratando de corretivos da acidez (Alcarde, 1992) e umidade, quando do uso do gesso agrícola (Coelho et al. 1992). Informações adicionais podem ser obtidas no Boletim Técnico n° 7 da ANDA: Aplicação Mecanizada de Fertilizantes e Corretivos (Balastreire & Coelho, 2000). O grau de segregação é a separação e acomodação seletiva das partículas por ordem de tamanho, com a movimentação e trepidação do produto. Isto pode comprometer seriamente a homogeneidade, em especial de mistura de grânulos, onde a separação por ordem de tamanho e densidade leva, automaticamente, à separação dos nutrientes. Sob esse aspecto, a única regra aplicável para evitar o problema de segregação por ocasião do transporte, armazenamento e aplicação do adubo é, no caso da mistura de grânulos, que os grânulos individuais dos diversos componentes sejam uniformes quanto ao tamanho. Isso se aplica, também, aos farelados. No caso de fertilizantes complexos ou misturas granuladas, em que todos os componentes vêm no mesmo grão, praticamente não ocorrem problemas de segregação. A higroscopicidade é a tendência que os materiais apresentam de absorver umidade do ar atmosférico. Para cada fertilizante simples, ou mistura, há um máximo de umidade relativa do ambiente (umidade relativa crítica) a que o produto pode ser exposto sem absorver umidade. As umidades relativas críticas de vários fertilizantes simples e suas misturas são apresentadas na Figura 8. Um fertilizante úmido apresenta vários inconvenientes: a) queda no teor de nutrientes; b) dificuldade de manuseio e distribuição; c) diminuição da resistência das partículas; d) empedramento. O empedramento é a cimentação das partículas do fertilizante, formando uma massa de dimensões muito maiores que as partículas originais. Resulta da recristalização do material desenvolvido na superfície das partículas umidecidas, o que ocorre através da perda da umidade absorvida, quando diminui a umidade relativa do ar ou a temperatura se eleva. 21 Figura 8 – Umidades críticas de sais fertilizantes e misturas a 30°C. Os valores são em % de umidade relativa. * Valores aproximados. Fonte: Alcarde et al. (1998) A fluidez é a capacidade de livre escoamento do fertilizante por determinados espaços. No caso dos fertilizantes sólidos, a fluidez depende da higroscopicidade, uniformidade e formas das partículas. Mais recentemente, e, considerando-se a carência de informações na área, a aplicação do gesso agrícola vem merecendo atenção especial em alguns estudos. Neste contexto, como orientação, sugere-se ao leitor uma consulta ao trabalho de Coelho et al., 1992 e Balastreire & Coelho, 2000. Assumindo-se um produto com condições ideais para uma aplicação uniforme, a melhor maneira para que este objetivo seja atingido é o agricultor utilizar equipamento adequado e fazer calibração do mesmo antes de iniciar o processo de distribuição. A manutenção adequada dos equipamentos, para evitar problemas de ultima hora, deve merecer especial atenção. 22 2. Fatores indiretos. Vários outros fatores, somados àqueles diretos, completam o conjunto de pontos a considerar para o uso eficiente de fertilizantes e corretivos agrícolas e, conseqüentemente, para uma maior produção e maior produtividade das culturas. 2.1. Umidade do solo. As plantas só absorvem os nutrientes que estão na solução do solo. Portanto, a presença de água é fundamental, quer seja proveniente das chuva ou fornecida através da irrigação. Condições de seca ou de excesso de água levam à baixa eficiência dos fertilizantes e corretivos. No primeiro caso, os fenômenos de difusão e fluxo de massa, responsáveis maiores pela movimentação dos nutrientes até a interface solo – raiz e posterior absorção, são diminuídos em intensidade. Este comportamento está bem caracterizado no Quadro 3, onde se pode verificar que a manutenção do teor de umidade numa faixa mais facilmente utilizável pelas plantas levou, de um modo geral, a acréscimos na absorção dos nutrientes. Ainda em se tratando de condições de limitação hídrica, um outro aspecto a ser considerado é a presença de veranicos. Quando este ocorre, a faixa mais importante de absorção de nutrientes pode estar próxima a 15-20 cm de profundidade, conforme sugerem os dados do Quadro 4. neste contexto, uma incorporação mais profunda de fertilizantes e corretivos, principalmente aqueles de menor mobilidade, merece ser considerada como prática para melhorar a eficiência do uso. Além da falta, também o excesso de água pode se constituir em fator de baixa eficiência dos fertilizantes e corretivos, por acentuar as perdas por lixiviação, problemas estes muito mais acentuados em solos arenosos, com baixo teor de matéria orgânica e baixa CTC, em que as flutuações nos níveis de água disponível no solo ocorrem em curto espaço de tempo. Monitorar níveis adequados de umidade do solo é imprescindível, principalmente em sistemas de irrigação por aspersão, para máxima eficiência econômica dos insumos e da irrigação. É inadmissível que um agricultor adquira um “pivot” central, ao custo aproximado de US$ 1.500,00 por hectare, e não faça uso inteligente do equipamento em sua plenitude, pelo desconhecimento ou não utilização de parâmetros de física do solo e de climatologia, na definição de turnos de rega e outras práticas, para operacionalização eficiente do sistema. 2.2. Planta. As diferentes espécies de plantas respondem diferentemente ao efeito dos fertilizantes e corretivos agrícolas. Mesmo dentro da mesma espécie existem variedades com maior capacidade de aproveitamento dos nutrientes, sendo, portanto, mais responsivas e, conseqüentemente, mais produtivas. A Figura 9 ilustra esse aspecto. 25 2.3. Conservação do solo. A desagregação e o arraste do solo provocado principalmente pela água, é um dos fatores mais importantes ligados à baixa eficiência de fertilizantes e corretivos no Brasil. Estima-se que o Brasil perde, por erosão laminar, cerca de 500 milhões de toneladas de terra anualmente, arrastando também milhares de toneladas de fertilizantes e corretivos aplicados. Um exemplo de quão expressivas podem ser estas perdas, está demonstrado no Quadro 5. Quadro 5 – Perdas causadas às lavouras do Planalto Rio Grandense pelas chuvas do mês de novembro de 1978. P2O5 K2O N Exerim Santo Ângelo Passo Fundo Cruz Alta 689.600 1.054.300 406.000 428.200 34.000 53.000 41.000 64.200 210.000 130.000 100.000 90.000 4.000 6.000 4.700 5.500 2.100 2.600 2.400 3.200 1.200 950 1.200 1.200 Total 2.578.100 192.200 530.000 20.200 10.300 4.550 Fonte: Gianluppi et al. (1970) O estabelecimento de um programa racional de conservação do solo, envolvendo propriedades e microbacias, é ação fundamental ligada ao uso eficiente de fertilizantes e corretivos. Os dados do Quadro 6 mostram que uma simples diminuição na intensidade de preparo do solo, aliada a uma maior cobertura vegetal, seriam suficientes para reduzir substancialmente as perdas de nutrientes por erosão, aumentando, por conseguinte, a eficiência dos fertilizantes e corretivos agrícolas. 2.4. Minimização de perdas. Além da conservação do solo, que é a forma de minimizar perdas do solo, dos fertilizantes e corretivos por erosão, outras formas de perdas devem ser reduzidas para aumentar o uso eficiente desses insumos. As mais significativas formas de perdas são as seguintes: a) Lixiviação ou percolação. É a perda de nutrientes pela lavagem do solo no sentido vertical. Estas perdas, segundo Resende et al. (1988), tendem a ser bem menos importante do que as perdas por erosão. Para este autor, o problema de altos teores de alumínio no horizonte B, mesmo em Latossolos muito permeáveis, corrigidos durante muitos anos com calagem e adubação, consubstancia esta idéias. -------------ha------------ ------------------------toneladas --------------------- Tipo de solo Área considerada Área com perda de camadas de 10 cm de espessura Perdas Calcário 26 Quadro 6 – Perdas médias de solo e nutrientes em Latossolo Roxo e Terra Roxa Estruturada, com diferentes técnicas de preparo do solo. Tratamento Perdas Matéria de solo Ca Mg K P Orgânica Palha queimada com uma aração e 4 niveladoras Palha incorporada com uma aração e 4 niveladoras Palha incorporada com uma grade pesada e 4 niveladoras Palha queimada com uma aração e 4 niveladoras Palha incorporada com uma grade pesada e 2 niveladoras Palha incorporada com uma aração e 2 niveladoras Resteva na superfície e plantio direto 18,03 12,83 8,00 6,92 3,63 2,78 0,14 19,6 16,6 7,7 8,3 3,5 3,4 0,16 4,1 4,1 1,9 1,7 1,0 0,8 0,04 3,6 3,3 1,9 1,7 1,0 0,8 0,04 0,12 0,06 0,05 0,04 0,02 0,02 0,001 660 410 300 235 144 84 5 Fonte: IAPAR (1981), citado por PETROFÉRTIL (1986) A esse tipo de perdas estão mais sujeitos os fertilizantes solúveis em água e aqueles carreadores de ânions (íons negativos), que não são ou são fracamente absorvidos nas camadas superficiais do solo, onde, em geral, predominam cargas negativas, oriundas da influência da matéria orgânica. Esses ânions (NO3-, Cl-, SO42-, etc.) podem, entretanto, se acumular nas camadas sub-superficiais, quando essas camadas apresentarem quantidade considerável de cargas positivas, o que pode ocorrer em muitos solos no Brasil. As técnicas de manejo para fazer face a este tipo de perdas incluem: a) parcelamento adequado dos fertilizantes solúveis, principalmente, os nitrogenados e, em alguns casos, os potássios; b) utilização de fertilizantes com disponibilidade mais controlada e solubilização mais coincidente com as necessidades da cultura; c) distribuição dos fertilizantes solúveis em faixas estreitas ao invés de sulcos. Além destas técnicas, ressaltam-se ainda aquelas relacionadas á indução de um maior desenvolvimento radicular em profundidade, pois, em muitos casos, o conceito de perdas por lixiviação está ligado ao limitado aprofundamento do sistema radicular, o qual não permite a absorção de nutrientes deslocados para camadas mais profundas. Neste contexto, algumas técnicas utilizadas envolvem: a) cultivo de espécies e t/ha ------------------------kg/ha----------------------- Perdas de nutrientes 27 variedades tolerantes a problemas adversos e inibidores do desenvolvimento do sistema radicular em profundidade; b) incorporação do calcário a maiores profundidades; c) utilização de fontes mais solúveis de cálcio, tais como gesso agrícola, para aumentar o teor deste nutriente e/ou reduzir o teor de alumínio nas camadas sub-superficiais, induzindo um desenvolvimento radicular mais profundo, com conseqüente absorção dos nutrientes lixiviados para estas camadas. A figura 10 ilustra este comportamento, com relação a aplicação, no caso, de 6 t de gesso/ha levando a um maior percentual de raízes do milho em profundidade. É interessante enfatizar que na área que recebeu o gesso, o teor de nitrato no sub-solo, após a colheita do milho, foi muito menor do que na parcela sem aplicação de gesso, sugerindo uma melhor exploração do sistema radicular em profundidade, não apenas em relação à umidade mas também do nitrato disponível nestas camadas. Esses aspectos, principalmente aquele discutido em a) têm profundas implicações no contexto geral da eficiência dos fertilizantes, notadamente aqueles que tenham sido lixiviados da camada superficial do solo para o sub-solo. O conceito de utilização de plantas de cobertura, com capacidade de explorar camadas sub-superficiais do solo, agindo com uma “bomba biológica” na reciclagem de nutrientes, o qual já está definitivamente integrado do sistema plantio direto, pode também ser aplicado nas entrelinhas das culturas perenes com o mesmo objetivo. Mesmo no caso de plantas não leguminosas como, por exemplo, certas gramíneas, utilizadas como plantas de cobertura em cultivos seqüenciais, a contribuição dessas na ciclagem de nutrientes (notadamente nitrogênio) que são retidos no sub-solo é extremamente importante, como citado anteriormente em III 2.1 a). b) Volatização do nitrogênio. A perda de nitrogênio, na forma de compostos gasosos, ocorre em diversas situações, o que pode levar a um baixo grau de eficiência dos fertilizantes nitrogenados, notadamente em meio alcalino, e quando esses são aplicados superficialmente. A principal ocorrência da volatização de amônia (NH3) é com a uréia, que se decompõe segundo a equação: CO(NH2)2 + H2O ---------> (NH4)2CO3 ---------> CO2 + 2 NH3 Perdas por volatilização de amônia ocorrem, também, com fertilizantes nitrogenados amoniacais, quando aplicado em solos alcalinos, o que é explicado pela equação: NH4+ + H2O ------------> H3O+ + NH3 A melhor maneira de reduzir as perdas por volatilização de amônia é por incorporação dos fertilizantes nitrogenados amoniacais ou amídicos em solos alcalinos ou calcários, urease 30 Figura 12 – Perda de NH3, por volatilização, de fertilizantes nitrogenados Fonte: Cabezas et al. (1997). Outra situação de perdas de nitrogênio gasoso é o processo chamado desnitrificação, que ocorre em grande intensidade sob condições de falta de oxigênio (arroz inundado, por exemplo) onde o nitrato (NO3-) é reduzido a N2O ou N2 gasosos. Nestas condições, as perdas são minimizadas através de: a) não utilização de fertilizantes nitrogenados na forma de nitratos; b) drenagem do excesso de água e distribuição do fertilizante nitrogenado, seguindo-se o processo de inundação; c) quando a drenagem da área não é possível, a forma mais eficiente de proceder à adubação nitrogenada é a colocação de supergrânulos de uréia na zona de redução (enterrados a cerca de 10 cm de profundidade). c) Fixação. O processo de fixação é a passagem de formas solúveis para formas insolúveis ou menos solúveis, não disponíveis às plantas. Para a grande maioria dos solos brasileiros, esse fenômeno ocorre principalmente com o fósforo, devido a reações 31 de precipitação com alumínio e ferro e de adsorção em óxidos, hidróxidos e oxi- hidróxidos de ferro e alumínio. Embora a fixação não possa ser considerada como perda total do fósforo para a cultura, pois o processo é até certo ponto, reversível, estima-se que apenas 5 a 20% do fósforo solúvel adicionado ao solo seja aproveitados de imediato pelas culturas. Reduções sensíveis no processo de fixação de fósforo e, conseqüentemente, maior eficiência dos fertilizantes fosfatados podem ser obtidas através das seguintes práticas: a) calagem adequada, que precipita o alumínio e o ferro, diminuindo as reações de precipitação do fósforo com esses elementos, além de reduzir a adsorção pela geração de cargas negativas; b) aplicações localizadas de fertilizantes fosfatados solúveis, em sulcos ou em faixas, evitando o contato intimo das partículas de solo com os fertilizantes e facilitando o processo de difusão até as raízes; c) uso dos fertilizantes contendo silício (silicatos) que compete com fosfato pelos sítios de adsorção. 2.5. Outros fatores: a eficiência dos fertilizantes e corretivos está ainda sujeita a uma série de outros fatores indiretos, podendo-se mencionar, entre outros, os seguintes: preparo adequado do solo; espaçamento e/ou população de plantas; qualidade da semente; combate às plantas invasoras; doenças e pragas. O ponto relevante para o técnico que orienta o agricultor é que muitas vezes, fatores simples, não sendo levados em conta, podem limitar o uso eficiente dos fertilizantes e dos corretivos agrícolas, a produtividade das culturas e o lucro do agricultor. É por esse motivo que, nos últimos anos, a valorização da assistência técnica daqueles que militam no setor de recomendação de fertilizantes e corretivos agrícolas passou por um processo que envolve conhecimentos não apenas de adubos, adubações e fertilizantes do solo. Mais e mais abre-se espaço para os técnicos com conhecimentos ecléticos, envolvendo todos os fatores de produção das culturas. IV – SUGESTÕES DE MANEJO PARA O USO EFICIENTE DE FERTILI- ZANTES E CORRETIVOS AGRÍCOLAS Enquanto nas seções precedentes foram discutidos aspectos básicos e fatores que afetam o uso eficiente de fertilizantes e corretivos no âmbito geral, nesta seção serão apresentados e discutidos tópicos relevantes para o uso eficiente dos fertilizantes nitrogenados, fosfatados, potássicos, com enxofre e micronutrientes, bem como algumas considerações sobre a utilização de corretivos agrícolas, principais carreadores de cálcio e magnésio aos solos. 1. Fertilizantes nitrogenados. Do ponto de vista agronômico, para a maioria das culturas sob condições de cultivo de sequeiro, ou dependente apenas das chuvas, a 32 eficiência dos diferentes nitrogenados deverá ser semelhante. Evidentemente, na avaliação de casos específicos, esta eficiência tende a ser variável em função de alguns fatores, entre os quais citam-se: a) disponibilidade no local; b) outros nutrientes na composição; c) doses a serem aplicadas; d) forma de aplicação; e) condições do solo (umidade, textura, tipo de argila, pH, etc); f) condições de clima (índice pluviométrico e temperatura); g) condições da cultura (ciclo, variedade, capacidade de proliferação de raízes, eficiência metabólica, etc). De uma maneira geral, a eficiência dos fertilizantes nitrogenados pode ser consideravelmente aumentada, levando-se em conta os seguintes aspectos: a) Incorporação adequada. A incorporação adequada dos fertilizantes nitrogenados, tanto por ocasião do plantio, como no caso das coberturas, é de fundamental importância para se evitarem as perdas por volatização de amônia, principalmente em solos alcalinos, calcários ou áreas que foram calcariadas em excesso. Em geral, a recomendação de se aplicar o fertilizante na dose necessária para o plantio, 5 cm ao lado e 5 cm abaixo da semente, ainda é válida para a maioria das culturas produtoras de grãos. As aplicações de nitrogênio em cobertura, principalmente nas formas amídicas (uréia) e amoniacais (sulfato de amônio e outros), devem ser feitas em sulco, cobrindo-se o fertilizante com cerca de 5 cm de terra. Quando a incorporação do fertilizante nitrogenado aplicado em cobertura não é possível de ser feita, as perdas por volatização de amônia podem ser minimizadas, misturando-se o fertilizante com a camada superficial do solo, conforme sugerem os dados da Figura 13. N aplicado (kg/ha) Figura 13 – Absorção de N por plantas de milho cultivadas em dois solos, dez dias após tratamento com Ca(NO3)2 em diferentes doses ou com uréia em diferentes doses e modos de aplicação. Fonte: Rodrigues & Kiehl (1986). Podzólico Vermelho - Amarelo Latossolo Vermelho – Amarelo Distrófico 35 doses de nitrogênio a serem aplicadas podem ser reduzidas consideravelmente, principalmente quando se cultivam variedades de baixa exigência em nitrogênio. Quadro 8 – Estimativa de fixação de nitrogênio em diversas espécies leguminosas. Espécie leguminosa N2 fixado Produtoras de grãos Soja (Glycine Max) Feijão (Plaseolus vulgaris) Caupi (Vigna unguiculata) Amendoim (Arachis hypogaea) Guandu (Cajanus cajan) Calopogônio (Calopogonium mucunoides) Feijão mungo (Vigna mungo) Grão de bico (Cicer arietinum) Ervilha (Pisum sativum) Forrageiras Leucena (Leucaena leucocephala) Centrosema (Centrosema pubescens) Estilosantes (Sylosanthes spp.) Pueraria (Pueraria phaseoloides) Espécie arbórea Acácia (Acácia mearnsii) Floresta tropical Em regeneração Após estabilização (40 anos) 60-178 2,7-110 73-354 72-124 168-280 370-450 63-342 50-103 52-77 500-600 126-398 34-220 30-99 200 71-78 35-45 Fonte: Rennie (1984), Kang & Duguma (1985), Greenland (1985) e Duque et al. (1985), citados por Siqueira & Franco (1988). e) Uso de fertilizantes de disponibilidade controlada. Considerável esforço de pesquisa vem sendo desenvolvido no sentido de aumentar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados, principalmente uréia, através de recobrimento com enxofre, gesso, utilização de inibidores da uréase, etc. Estes produtos têm sua utilização limitada devido aos custos adicionais no processo de fabricação. Sob condições de cultivo de arroz sob inundação, sem possibilidades de drenagem para aplicação da uréia perolada ou granulada convencional, resultados excelentes vêm sendo obtidos em outros paises, com a utilização de supergrânulos de kg de N/ha/ano ou ciclo 36 uréia, aplicados junto às mudas de arroz, incorporados a cerca de 10 cm de profundidade, na zona de redução, conforme dados da Figura 14. Dose de N (kg/ha) Figura 14 – Estimativas médias de ganho de produção de arroz irrigado, pela incorporação profunda de supergrânulos de uréia (SGU) e aplicação de uréia perolada (UP). Fonte: Savant & Livigston (1988). 2. Fertilizantes fosfatados. Os princípios de manejo para se obter o máximo de eficiência dos fertilizantes fosfatados diferem, em certos aspectos, daqueles considerados para os fertilizantes nitrogenados. No caso dos fertilizantes nitrogenados, as formas principais de perdas, e a conseqüente diminuição da eficiência agronômica, ocorrem por lixiviação e volatização. A eficiência dos fertilizantes fosfatados depende, principalmente, da minimização de perdas por erosão e fixação, embora este último processo não se apresente com características de irreversibilidade total. Lobato (1982) menciona, por exemplo, que de um total de 160 kg/ha de P2O5 adicionado a um Latossolo Vermelho-Escuro de cerrado, cerca de 90 kg/ha foram recuperados após 10 colheitas de milho, fato este que comprova a possibilidade de reversão do processo de fixação de fósforo, com o tempo. Assim, os seguintes aspectos de manejo devem ser levados em consideração, quando se almeja maximizar a eficiência dos fertilizantes fosfatados. a) Percentagem de P2O5 solúvel em relação ao teor de P2O5 total. A eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados consumidos no Brasil, para culturas anuais e bianuais, tem sido comprovada como dependente dessa relação, como mostram 37 os dados da Figura 15. Uma série de experimentos conduzidos no Brasil levou às seguintes conclusões básicas (Goedert & Souza, 1984: i) as fontes mais eficientes têm sido os fosfatos solúveis (superfosfatos e fosfatos de amônio); ii) os fosfatos com alta solubilidade em ácido cítrico (termofosfato e fosfatos naturais de alta reatividade – gafsa, por exemplo), têm mostrado eficiência similar aos solúveis em água, quando computado o efeito residual a longo prazo; iii) os fosfatos naturais brasileiros (Abaeté, Araxá, Alvorada, Catalão, Patos, Tapira, etc.) têm mostrado, com relação aos solúveis em água, uma baixa eficiência inicial (3 a 20%), melhorando um pouco após alguns anos (15 a 45%). b) Fertilizantes fosfatados solúveis. Os fertilizantes fosfatados mais solúveis (superfosfatos e fosfatos de amônio) têm sua eficiência agronômica aumentada de forma considerável, quando se levam em conta três aspectos: i) aplicação após uma calagem adequada; ii) na forma granulada e iii) de maneira localizada (em sulcos). As Figuras l6 e l7 ilustram alguns destes aspectos. A finalidade básica dessas três ações de manejo é diminuir a taxa de fixação do fósforo, isto é, diminuir a transformação do O lábil em não lábil. Figura 15 – Correlaáo entre a eficiência agronômica e a taxa de extração de P por água e por ácido cítrico (AC), de fosfatos parcialmente acidulados com ácido sulfurico, a partir dos fosfatos naturais de Araxá, Patos, Catalão, Tapira, Olinda e Anitápolis. Fonte: Goedert & Sousa (1984). Ressalta-se que em algumas situações, notadamente em solos da região dos cerrados, em áreas com alta probabilidade de veranicos, o processo de “construção” da fertilidade do solo, visando a incorporá-lo à produção de grãos, envolve uma calagem 40 culturas de ciclo curto e anuais, mesmo quando finamente moídos para passar 85% em peneira de 0,075 mm (ABNT n° 200), aplicados a lanço e em solo com pH em água até 5,5; - A eficiência desses fosfatos naturais de baixa reatividade tende, entretanto, a aumentar com o passar dos anos, quando o solo é submetido às práticas normais de preparo (aração e gradagem), no sistema convencional de produção, que levam a uma mistura do mesmo na camada arável; - Os fosfatos naturais de baixa reatividade podem ser usados para formação de pastagens tolerantes à acidez, com aplicação a lanço e incorporados, de preferência, em solos com pH em água até 5,5 ou no preparo de covas ou valetas para formação de culturas perenes (cafeeiro, fruticultura, etc) e reflorestamento. Outro ponto relevante quando se usam esses fosfatos naturais e calagem, é que esta última prática deve ser feita preferencialmente após a incorporação dos fosfatos naturais como sugerem os dados da Figura 18. Tratamentos Figura 18 – Produção de soja em função de seqüências de aplicação de calagem (C) e “fosfatagem” (F) com fosfato de Patos (2.400 kg/ha) em Latossolos sob “cerrado”. Dados médios de 4 colheitas, 3 locais. Fonte: Silva et al. (1983). - Mesmo nesses casos, as doses de fósforo via fosfatos não reativos, não devem ultrapassar 1/2 a 2/3 das necessidades, completando-se os restantes l/2 e 1/3 com fontes de fósforo mais solúveis. - Os fosfatos naturais chamados reativos, fosforitas de origem sedimentar, (Gafsa, Daoui, Arad, Carolina do Norte, dentre outros), em geral com 10 a 12 % de P2O5 solúvel em ácido cítrico e 28 a 30 % de P2O5 total, são fontes comparáveis 41 aos fosfatos acidulados (superfosfato simples e triplo), quando finamente moídos para passar 85% em peneira de 0,075 mm (ABNT n° 200), e aplicados em área total, em solos com pH até 5,5. Essa eficiência tende a aumentar com as operações de aração e gradagem nos anos subseqüentes e até superando os fosfatos acidulados, em sistemas de cultivo convencional. Um exemplo da maior eficiência agronômica dos fosfatos naturais reativos, quando aplicados na forma de pó é mostrado na Figura 19 (Barreto, 1977). Diâmetro dos grânulos (mm) Figura 19 – Fósforo absorvido pelo trigo cultivado em vasos de 1,7 litros de solo (Latossolo Roxo), ao qual foi adicionado fosfato de Gafsa (200 mg de P2O5/vaso) em pó e em grânulos. Fonte: Barreto (1977) - Em anos recentes, foram introduzidos no mercado brasileiro fosfatos naturais reativos farelados, com a seguinte especificação de características físicas: passar 100 na peneira de 4,8 mm (ABNT n° 4) e 80% na peneira de 2,8 mm (ABNT n° 7), sendo admitido uma tolerância de até 15% de particulas maiores de 4,8 mm. Esses produtos apresentam, quando aplicados a lanço em área total e incorporados, uma eficiência no 1° ano entre 60 e 65 %, quando comparados como o superfosfato triplo, sendo seu efeito residual superior à fonte solúvel quando incorporados com as práticas normais de preparo (aração e gradagem) no sistema de agricultura convencional. - A eficiência tanto dos fosfatos naturais não reativos (pó) como dos fosfatos reativos (pó e farelados) no 1° ano, para aplicações no sulco é muito baixa (ao redor de 30% ou menos), principalmente em solos com pH em água acima de 5,5. Essa eficiência, entretanto, tende a aumentar com as práticas normais de preparo do solo (aração e gradagem) em sistemas de agricultura convencional. 42 - Na tomada de decisão quanto ao uso de fosfatos naturais, o técnico que orienta o agricultor deve levar em conta não apenas os pontos citados nesse tópico, mas também os aspectos relativos aos custos de transporte, ciclo da cultura, efeito residual, teores dos outros nutrientes no equilíbrio das adubações e sistema de posse da terra. d) Seqüência de culturas. Sob condições de limitação de recursos, ou sistemas de cultivos seqüenciais, a prioridade de aplicação dos fertilizantes fosfatados deve ser dada à cultura de ciclo mais curto, com menor desenvolvimento do sistema radicular e com maior intensidade de resposta ao fósforo. As culturas com ciclo mais longo, com maior desenvolvimento do sistema radicular e menor intensidade de resposta a este nutriente podem, muitas vezes, ser razoavelmente bem supridas pelo efeito residual da adubação precedente. e) Grau de micorrização. A micorrização, através de seu efeito físico na extensão do sistema de absorção das plantas e dos efeitos fisiológicos de utilização de fósforo pela planta, representa um importante mecanismo para a maximização da eficiência de fertilizantes fosfatados. Esta associação favorece ainda o crescimento das raízes e a fixação biológica de nitrogênio, nas plantas que formam simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio (Siqueira & Franco, 1988). A Figura 20 mostra o efeito desta associação na simbiose rhizobium – feijoeiro quando a presença de micorrizas aumentou o teor de P e N total nas plantas, tanto da ausência como presença de adubação fosfatada. Dias após a semeadura Figura 20 – Quantidade acumulada de P e N (mg) na parte aérea do feijoeiro (cv.Carioca), em função do estádio do ciclo da planta, na ausência (N) ou na presença (M) de micorriza, sob diferentes doses de fósforo (P0=0; P1=11 e P2 = 22 ppm P) Fonte: Silveira & Cardoso (1987) 45 não ultrapassar 50-60 kg de K2O, em linha, aplicados no sulco de plantio. Os benefícios decorrentes desta prática de manejo têm sido comprovados, notadamente com a cultura da soja na região dos cerrados, como mostram os dados do Quadro 10. K trocável (mg/mL) Figura 22 – Relação entre o teor de potássio trocável (NH4OAc) e rendimento relativo de matéria seca de trigo, em solos com diferentes capacidades de troca de cátions (CTC). Fonte: Adaptado de Silva & Meurer (1988). 46 Quadro 10 – Produção de grãos de soja para diferentes modos de adubação potássica, em um Latossolo Vermelho-Amarelo arenoso da região de Barreiras – BA Doses de potássio Modo de aplicação Produção de grãos Kg K2O/ha 0 60 60 60 sulco de plantio lanço antes do plantio sulco (1/2 plantio + 1/2 cobertura Kg/ha 2.252 2.618 2.881 2.979 Em solos que já atingiram teor alto de fósforo e potássio, com CTC a pH 7,0 média a alta, é possível antecipar a distribuição a lanço da adubação fosfatada e potássica de manutenção, permitindo sensíveis ganhos, em tempo, no rendimento das operações de plantio de culturas anuais, sem que isso represente possíveis perdas em produtividade. c) Adubação potássica corretiva. Embora uma maneira eficiente de se fazer a adubação potássica, para culturas anuais e bianuais plantadas em linha, seja a distribuição do fertilizante em sulcos, ao lado e abaixo das sementes, em algumas situações é também recomendada uma adubação potássica corretiva. Este é o caso, bastante comum, quando da incorporação de solos extremamente pobres, como os sob cerrado, ao processo produtivo e, principalmente, quando o agricultor for fazer na gleba uma adubação fosfatada corretiva, conforme mencionado anteriormente. As doses recomendadas neste caso são para se atingir 2 a 5% da CTC a pH 7,0 saturada por potássio, sendo a distribuição do fertilizante à lanço, seguindo-se de incorporação com gradagem (mais ou menos 10 cm) (Lopes, 1984). À semelhança do que foi comentado para o fósforo, também no caso da adubação potássica corretiva, variações ao conceito clássico, através de uma correção gradual, têm sido sugeridas para os solos sob cerrado (Sousa, 1989). Também, neste caso, mais detalhes podem ser encontrados no Boletim Técnico n° 5 da ANDA: Solos sob Cerrado – Manejo da Fertilidade para a Produção Agropecuária (Lopes & Guilherme, 1992). d) Manejo dos restos culturais. Diferentemente do nitrogênio e do fósforo, a maior parte do potássio absorvido encontra-se nas folhas, talos e ramos. Este aspecto é relevante, pois o manejo adequado dos restos culturais irá devolver grande parte do 47 potássio utilizado pelas plantas, contribuindo para um maior equilíbrio na dinâmica deste nutriente no solo. e) Equilíbrio nitrogênio – potássio. Embora o principio da adubação equilibrada e balanceada seja válido para todas as situações de solos, climas e culturas, a interação nitrogênio – potássio merece lugar de destaque. Como o potássio promove a absorção e utilização do nitrogênio, a adubação nitrogenada somente terá máxima eficiência se as plantas também forem supridas com quantidades adequadas de potássio. Este aspecto assume relevância ainda maior em sistemas de agricultura intensiva sob irrigação, em que, muitas vezes, pequenas doses de fertilizantes potássicos podem levar ao baixo aproveitamento dos fertilizantes nitrogenados, baixas produções e menores lucros por parte do agricultor. Um exemplo da interação nitrogênio – potássio é mostrado na Figura 23. Dose de nitrogênio (kg/ha) Figura 23 – Efeito da fertilização potássica na resposta do milho ao nitrogênio. Fonte: Usherwood (1968), citado por Usherwood (1982). 4. Enxofre. Embora as doses ótimas de enxofre, com base na análise de solos, para a produção das várias culturas sejam variáveis, aceita-se que aplicações anuais, variando de 10 a 40 Kg desse nutriente por hectare, sejam suficientes para prevenir deficiência (Vitti, 1986). Uma relação importante de ser lembrada é que, para cada 10 kg de nitrogênio aplicado deve-se aplicar, também, 1 kg de enxofre, procurando-se manter uma relação N:S de 10:1. 50 a) Relação cálcio : magnésio. O conhecimento do teor de cálcio e magnésio de um calcário, aliado ao conhecimento destes teores no solo, é de grande importância para um fornecimento balanceado e eficiente deste nutrientes às plantas. Embora sejam níveis bastante gerais, as recomendações para o balanço cálcio : magnésio situam-se em torno de 60 a 70% da CTC, a pH 7,0, saturada por cálcio a 10 a 20% saturada por magnésio (Lopes & Guidolin, 1989). Um exemplo da importância da existência deste balanço na cultura do milho está demonstrado no Quadro 11. vale ressaltar, neste tópico, que para algumas culturas, entretanto, pode haver uma maior flexibilidade quanto a este balanço. Como exemplo, cita-se a cultura da soja, para a qual relações cálcio : magnésio no solo têm sido recomendada como situando-se desde 1:1 a 10:1 (Sousa, 1989) até 1:1 a 20:1 (Lopes & Guimarães, 1989). Quadro 11 – Resultados de matéria seca de raízes e parte aérea do milho, em um Latossolo Vermelho – Escuro e um Latossolo Vermelho – Amarelo, para diferentes situações de balanço Ca : Mg. Saturação Solo de cálcio Adicionado No solo (%) Raízes Parte aérea LE 75:25 50:50 100:0 0:100 2,86 0,99 14,80 0,05 62,6 43,2 79,2 4,5 19,03 a 14,91 b 14,66 b 4,06 c 12,90 a 11,62 b 10,91 b 2,63 c LV 75:25 50:50 100:0 0:100 3,14 1,06 9,20 0,06 70,1 48,3 83,3 5,8 17,27 a 14,93 b 13,57 c 4,15 d 12,17 a 10,96 b 9,40 c 2,35 d Fonte: Silva (1980) b) Granulometria. O fornecimento eficiente de cálcio e magnésio às plantas, via calagem, está relacionado não somente ao teor destes nutrientes no calcário mas também à granulometria do produto em si. De uma maneira geral, quanto mais fina for a granulometria do calcário, mais rápidos serão seus efeitos quanto à correção da acidez, ao fornecimento de cálcio e magnésio e às respostas das culturas em produção, principalmente nos primeiros cultivos após a aplicação. Trabalho conduzido por Souza e Neptune (1979) com as culturas da mamoneira, milho e soja, consubstanciam estas argumentações. Vale ressaltar, entretanto, que em situações onde se deseja um maior efeito residual do calcário, a utilização de corretivos com granulometria mais grosseira, dentro de certos limites, pode ser recomendável, conforme evidencia Alcarde (1992). Dentre essas situações, ressaltam-se: no volume correspondente ao preparo da covas ou valetas Ca : Mg Matéria seca (g/vaso) 51 de formação de culturas perenes, na formação de pastagens e na última calagem antes de entrar no sistema plantio direto. c) Aplicação em linha. Embora não substitua a técnica de distribuição a lanço com incorporação quanto ao efeito de correção da acidez, conforme evidenciam Carvalho & Meurer (1980), a aplicação de calcário na linha de semeadura merece ser considerada quando do fornecimento de cálcio e magnésio na nutrição das culturas principalmente em relação a este último nutriente. Em regiões onde a disponibilidade de calcários magnesianos ou dolomíticos é pequena, a utilização de calcário calcítico a lanço como posterior adição de fontes de magnésio no sulco de plantio, é prática que já está sendo adotada por um grande número de agricultores. Neste contexto, Sousa (1989) menciona que, para solos sob cerrado pobres em magnésio, a aplicação de 300 a 500 kg de calcário magnesiano ou dolomítico, no sulco da planta, pode ser usada como técnica pra suprir as necessidades deste nutriente para a cultura da soja. Além da calagem, também a gessagem constitui-se e importante prática de fornecimento de cálcio às plantas, principalmente aquelas crescendo em regiões de sub- solos ácidos. O uso eficiente do gesso agrícola, nestas condições, requer uma correta diagnose baseada em critérios químicos que levem as recomendações seguras das doses a serem aplicadas. Diversos trabalhos têm sugerido a camada de 30 a 50 cm como recomendada para a amostragem visando a determinação da dose de gesso agrícola (Raij, 1992); Sousa et al. 1992). Os critérios, nesses casos, se aproximam bastante daqueles sugeridos por Lopes (1986): teores de Ca < ou = 0,4 cmolc/dm3 e/ou de Al > ou – 0,5 cmolc/dm3 e/ou saturação por Al da CTC efetiva (valor m) > ou = 30%. Quanto às dosagens, levando-se em consideração trabalho recente desenvolvido por Sousa et al. (1992) e dada a facilidade da determinação do teor de argila em análises de solo, sugere-se, para os solos sob cerrado, com algumas adaptações ao trabalho visando à facilidade de cálculo, o uso da seguinte expressão: Necessidade de gesso (kg/ha) = 50 X % de argila. Esta expressão seria válida para culturas anuais, considerando-se a camada de 20 a 60 cm como suficiente para a atividade do sistema radicular. Para culturas perenes a camada considerada seria de 20 a 80 cm, sendo a dose acima multiplicada pr 1,5. As doses sugeridas equivalem aproximadamente à metade daquelas propostas por Raij (1992), as quais, entretanto, não são referidas como sendo especificas para 52 solos sob cerrado. Independentemente disso, conforme ressaltam Lopes & Guilherme (1992), o ponto relevante a ser considerado quanto à avaliação da melhor dose a ser utilizada é o monitoramento das análises de solo em profundidade, para que se possa avaliar a redistribuição de cálcio no perfil do solo. Cabe ressaltar ainda, com relação à adubação com cálcio e magnésio, a consideração dos teores destes nutrientes contidos nos fertilizantes portadores de macronutrientes primários ou mesmo em outros produtos não específicos. O conhe- cimento destes teores é fundamental para uma avaliação correta das doses a serem complementadas por produtos específicos. 6. Micronutrientes. O uso eficiente de fertilizantes contendo micronutrientes ocupa, atualmente, lugar de destaque na agricultura brasileira, notadamente nas áreas de expansão da fronteira agrícola como nos cerrados. Entretanto, a eficiência destes fertilizantes somente pode ser atingida se os seguintes aspectos foram levados em consideração. a) Fatores que afetam a disponibilidade de micronutrientes. Embora o conhecimento dos fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes seja um dos instrumentos de diagnose mais importantes para o uso eficiente dos fertilizantes, esse aspecto assume ainda maior relevância para os micronutrientes. Solos arenosos e/ou argilosos, mas com argilas de baixa atividade, baixos teores de matéria orgânica e baixa CTC, são mais propensos a apresentar problemas de deficiência de micronutrientes, principalmente zinco, cobre e boro. Quanto mais elevado for o valor do pH, menor a disponibilidade de zinco, cobre, ferro e manganês. Detalhes dos fatores que afetam a disponibilidade de cada nutriente são apresentados em vários trabalhos (Lopes, 1984; Lopes & Carvalho, 1988). b) Filosofias de aplicação. Existem três filosofias básicas para aplicação de micronutrientes que vêm sendo utilizadas no Brasil: filosofia de segurança, filosofia de prescrição e filosofia de restituição (Lopes, 1999). i) Filosofia de segurança – A filosofia de segurança foi a mais utilizada no passado, principalmente no fim da década de 60 e início dos anos 70, quando do início da incorporação da região dos cerrados no processo produtivo. Por princípio, essa filosofia não utiliza dados de análise de solos e análise de plantas e são recomendados, geralmente, mais de um ou todos os micronutrientes levando-se em conta possíveis problemas de deficiência em uma região, tipo de solo ou cultura especifica. 55 Micronutrientes: Filosofias de Aplicação e Eficiência Agronômica, Lopes, 1999), ainda ficam em aberto as doses adequadas das diversas fontes para que essa necessidade seja reposta. c) Fontes de micronutrientes. Segundo Volkweiss (1991), sais, ácidos e óxidos inorgânicos simples, naturais ou artificiais, silicatos complexos (fritas) contendo um ou vários micronutrientes e quelatos naturais ou artificiais são usados como fontes de micronutrientes, isoladamente ou incorporados em adubos com micronutrientes. Adubos orgânicos como estercos, tortas, compostos, etc, apesar de apresentarem baixa concentração de micronutrientes, quando utilizados em altas quantidades, 10 ou mais toneladas por hectare, são fontes importantes de micronutrientes (Stevenson & Ardakani, 1972). A eficiência agronômica dessas fontes de micronutrientes é extremamente dependente de uma série de fatores e suas interações, tornando-se difícil determinar, num aspecto amplo, qual a melhor. Entretanto, alguns princípios básicos sobre eficiência dessas fontes são mencionadas a seguir: i) Sob condições de alto índice pluviométrico, solos com textura arenosa e baixa CTC, as fontes não solúveis em água (óxidos inorgânicos simples, silicatos complexos – fritas e outros) podem levar a uma maior eficiência da adubação. Os dados do Quadro 12, adaptados do trabalho de Windsor (1950), ilustram este aspecto. Quadro 12 – Efeitos de fonte de B, com diferentes graus de solubilidade em água, na produção de anileira spp. (kg/parcela), em um solo arenoso da Flórida. * doses aplicadas de 2,25; 4,5 e 9,0 kg de B/ha, respectivamente Fonte: Windsor (1950) ii) A eficiência agronômica da fonte depende da dose aplicada. Doses de zinco de 0; 0,11; 0,33; 1,1 e 3,3 kg/ha resultaram em diferentes graus de eficiência das fontes ZnEDTA, ZnSO4 e ZnO para a cultura de milho (Hergert et al. 1977). A ordem de Fonte de B Solubilidade 0 1,25 2,50 5,00 Bórax Colemanita Borosilicato* alta moderada baixa 2,84 2,86 2,72 2,91 1,84 1,84 3,55 0,64 2,14 2,36 B aplicado, kg/ha 56 eficiência observada na menor dose foi ZnEDTA > ZnSO4>ZnO; em contraste, as produções na dose maior foram menores com ZnEDTA do que com ZnSO4 e ZnO, porque da nutrição da planta com ferro foi afetada. iii) Fontes não solúveis em água (óxidos inorgânicos simples, silicatos complexos – fritas e outros) são mais eficientes, sob aspectos agronômicos, quando utilizados na forma de pó. iv) Para maior eficiência agronômica de fertilizantes contendo micronutrientes aplicados na forma granulada e localizada (em sulcos), esses devem apresentar, no mínimo, 40% do teor total solúvel em água. d) Métodos de aplicação. O principal problema prático de aplicação de micronutrientes no solo reside na dificuldade de distribuição uniforme, devido às pequenas quantidades empregadas. Neste contexto, cabem alguns comentários práticos pertinentes a alguns métodos de aplicação. i) Aplicação direta ao solo. Este tipo de adubação pode ser feita a lanço, antes das práticas de preparo do solo, ou em sulcos por ocasião do plantio. A aplicação a lanço, com incorporação, permite que uma maior proporção do solo, na zona de proliferação de raízes, seja afetada pelos fertilizantes; mas isso resulta em uma maior reação com as partículas do solo, o que pode diminuir sua eficiência agronômica (Mortvedt, 1985). Este tipo de aplicação, sem posterior incorporação, geralmente é menos eficiente, porque os micronutrientes metálicos (zinco, cobre, ferro, manganês) não se movimentam muito para a zona de proliferação das raízes. Ainda segundo Mortvedt (1985), a aplicação em sulco por ocasião do plantio é, geralmente, mais eficiente para os fertilizantes contendo manganês e ferro, uma vez que mesmo as formas solúveis em água destes micronutrientes oxidam-se rapidamente com as aplicações a lanço, com acentuada redução na eficiência agronômica. ii) Tratamento de sementes e imersão de raízes. O tratamento de sementes é, possivelmente, o método mais usado para a aplicação de molibdênio, cujas pequenas quantidades exigidas pelas plantas podem ser facilmente distribuídas de modo uniforme, via revestimento de sementes. De modo semelhante, o cobalto, necessário à fixação simbiótica de nitrogênio em leguminosas, também pode ser aplicado dessa forma. Vários experimentos mais recentes têm mostrado uma adequada eficiência agronômica da aplicação de micronutrientes, principalmente contendo zinco e cobre, via tratamento de sementes (Galrão, 1994, 1996: 1999). 57 A imersão de mudas de arroz em suspensão de óxido de zinco a 1% é uma forma barata e eficiente de fornecer zinco a esta cultura, em sistema de irrigação por inundação, como mostram os dados do Quadro 13. Esta prática é comum na rizicultura sob inundação, na Ásia. Quadro 13 – Efeito de fontes e métodos de aplicação de zinco na cultura de arroz no Paquistão. Fonte de Zn Doses de Zn Método de aplicação Produção (kg/ha) (t/ha)* ZnSO4 ZnSO4 ZnSO4 ZnSO4 ZnSO4 ZnSO4 ZnO 10 100 10 100 10 100 0,1** Pré-plantio Pré-plantio A lanço após preparo A lanço após preparo A lanço após 1os sintomas A lanço após 1os sintomas Imersão das mudas em suspensão de ZnO a 1% 4,32 a 5,98 bcd 6,52 cd 6,01 bcd 6,92 d 5,69 bcd 6,17 bcd 5,86 bcd *valores seguidos da mesma letra não são significantemente diferentes ao nível de 95% de probabilidade. **dose aproximada de Zn Fonte: Yoshida et al. (1970) iii) Adubação foliar. Soluções contendo um ou mais nutrientes são amplamente utilizadas para fornecer micronutrientes às plantas, forma de aplicação que pode ser vantajosa em algumas situações. Segundo Mortvedt (1985), as vantagens são as seguintes: 1) as doses aplicadas são muito menores que as fornecidas via solo; 2) a distribuição uniforme é fácil de ser obtida; 3) a resposta ao nutriente aplicado é mais imediata, e, conseqüentemente, as deficiências podem ser corrigidas no mesmo ciclo da cultura; 4) a suspeita de deficiência pode ser facilmente diagnosticada com uso desta técnica. O mesmo autor, entretanto, enumera as seguintes desvantagens: 1) a demanda de nutrientes é geralmente alta quando as plantas são pequenas e a superfície (área) foliar é insuficiente para a absorção foliar; 2) quando a concentração salina é elevada pode ocorrer queima das folhas; 3) pode ser muito tarde para corrigir a deficiência e ainda obter produção elevada; 4) o efeito residual é pequeno; 5) muitas vezes são necessárias várias aplicações, o que representa custos extras. Uma das conclusões do 2° Simpósio Brasileiro de Adubação Foliar, realizado na UNESP – Botucatu, SP, é que a aplicação foliar de micronutrientes é um recurso efetivo e econômico no controle de deficiências em citrus, café e frutíferas, podendo ser 60 O exemplo mostrando a seguir, de algumas décadas atrás, mas ainda válido (Quadro 14), extraído de Goedert & Sousa (1984), ajuda a ilustrar esse aspecto: “A situação é de um empreendimento agrícola em que o capital é limitado, ou seja, só existem recursos disponíveis para adquirir 12 toneladas de P2O5 solúvel”. São apresentadas quatro alternativas ou combinações de áreas cultivadas com níveis de aplicação de fosfato, ou seja, este fertilizante pode ser distribuído em 100, 150, 200 ou 300 hectares. Através da alternativa “A”, pode-se obter a maior produção global da empresa; comtudo, os custos fixos serão muito elevados, já que é necessário preparar a terra, semear e cultivar uma área maior. Desse modo a receita líquida é insignificante e o empreendedor deficitário. Ademais, esta alternativa representa um desperdício dos fatores mão-de-obra, terra e insumos (semente, adubos, defensivos, combustíveis, etc). Por outro lado, a alternativa “D” procura uma utilização ideal dos fatores de produção, obtendo-se uma boa renda liquida, em termos de produção e produtividade (relação produção/custo). Em adição, essa alternativa representa o uso mais eficiente do recurso fósforo, obtendo-se uma receita liquída de 8,5 kg de grãos de soja para cada kg de P2O5 incorporado ao solo. As alternativas “B” e “C” representam situações intermediárias e talvez mais próximos da realidade atual das lavouras situadas em solos de baixa fertilidade natural. Mostram um uso eficiente do fósforo em relação a alternativa “A”, mas constituem um uso ainda inadequado desse recurso, quando comparados com sistemas mais racionais de manejo agrícola. Os princípios ilustrados no Quadro 14, embora enfoquem o uso eficiente de fertilizantes fosfatados na cultura da soja, na região dos cerrados, em décadas atrás, podem ser extrapolados para outras situações atuais de uso eficiente de fertilizantes e corretivos em outras culturas ou regiões. A adoção desta filosofia de manejo, ou seja, fazer bem feito em uma área menor para aumentar a produtividade, aliada ao conhecimento e aplicação dos aspectos básicos que contribuem para o uso eficiente de fertilizantes e corretivos discutidos neste trabalho, é o caminho para aumentar a probabilidade de sucesso daqueles que militam no processo produtivo da agricultura brasileira. (p861) Esnos 9 119po09 ap opeidepy nuca soy SO op 8x | JeSed ravd rfos ap Sy p sotitssaoau oes anb ap ordipuos eu > eys0ri8 3x QL DP LOperepsoy duengosay onsna - j5101 015n9) Sox) o ua Opuasea 4 ss L81 Tol 811 8» DL Oze ara O 001 q rh, LST L8 EST Ep sol Ore 91 08 0sI o 09 sEI EL 881 sr opL 097 gi 09 00z q o Fo TI 8sT sr oIz OLT 0 or 00€ v sojsno E . o “oia roeômporg SER o RE EST (soriã (ewsorad o) aa apapepunsod —>——— O psudima Ieouaçod PO O mpeaiy enemy epimba ogônposa esodus eportposa omg dO nanpy » Sotais | wo soisay ep epinby exo0om SOPEIBJSO; SajuezI|nIa] ap [203 apepnuvab eusow e opuezinn “eperessoy ogSegnpe y eisodsaz ee ap ojos wo sepeuejdurr v(os ap semosej onenb op [prousiod orônpoag - +] vipend) 61 62 VI – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALCARDE, J.C. Corretivos da acidez dos solos: características e interpretações técnicas. São Paulo, ANDA, 1992, 26p. (Boletim Técnico, 3). ALCARDE, J.C; GUIDOLIN, J.A. & LOPES, A.S. Os adubos e a eficiência das adubações. 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