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Silvicultura básica, Notas de estudo de Agronomia

RELACIONADO A PRODUÇÃO DE MUDAS DE PLANTAS SILVESTRES

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 26/10/2009

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Baixe Silvicultura básica e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTA DEPARTAMENTO DE SILVICULTURA IF 214 - SILVICULTURA BÁSICA NOTAS DE AULA CARLOS ALBERTO MORAES PASSOS SEROPÉDICA - RJ JANEIRO - 2008 2 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................. 4 2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................................................................... 4 3. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FLORÍSTICA ..................................................................................................................................... 5 4. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FISIONÔMICO-ECOLÓGICA (ELLEMBERG E MUELLER-DOMBOIS, 1965-66) ............................................... 7 4.1. DELIMITAÇÃO DA REGIÃO ECOLÓGICA .............................................................................................................................................. 7 4.2. SEPARAÇÃO EM CLASSES DE FORMAÇÃO (FASE FISIONÔMICA) ................................................................................................................. 8 4.3. SEPARAÇÃO EM SUBCLASSE DE FORMAÇÃO (FASE CLIMÁTICA) ................................................................................................................. 9 4.4. SEPARAÇÃO EM GRUPO DE FORMAÇÃO .............................................................................................................................................10 4.5. SEPARAÇÃO EM SUB-GRUPO DE FORMAÇÃO .......................................................................................................................................10 4.6. SEPARAÇÃO EM FORMAÇÃO (PROPRIAMENTE DITA) ..............................................................................................................................10 4.7. SEPARAÇÃO EM SUB-FORMAÇÃO PROPRIAMENTE DITA ..........................................................................................................................11 4.8. SISTEMAS EDÁFICOS DE PRIMEIRA OCUPAÇÃO - FORMAÇÕES PIONEIRAS ........................................................................................................12 4.9. SISTEMA DE TRANSIÇÃO - TENSÃO ECOLÓGICA ......................................................................................................................................12 4.10. SISTEMA DOS REFÚGIOS VEGETACIONAIS - RELÍQUIAS ............................................................................................................................13 4.11. SISTEMA DA VEGETAÇÃO DISJUNTA .................................................................................................................................................13 4.12. SISTEMA DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA (TRATOS ANTRÓPICOS) .................................................................................................................13 CAPÍTULO 2: SEMENTES FLORESTAIS .................................................................................................................................................. 15 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 15 1.1. ANGIOSPERMAS (DO GREGO “SEMENTES ESCONDIDAS”) .......................................................................................................................15 1.2. GIMNOSPERMAS (DO GREGO "GIMNOS" = "NU" E "SPERMOS" = "SEMENTE")..............................................................................................17 2. MORFOLOGIA DE PLÂNTULAS ..................................................................................................................................................... 19 3. FISIOLOGIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES ................................................................................................................................... 21 4. VIGOR DE SEMENTES ................................................................................................................................................................. 23 5. PRODUÇÃO DE SEMENTES ......................................................................................................................................................... 25 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................. 30 CAPÍTULO 3: PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS .............................................................................................................. 31 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 31 2. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS ........................................................................................................................ 31 3. RECIPIENTES E SUBSTRATO ....................................................................................................................................................... 32 4. QUALIDADE DE MUDAS FLORESTAIS ............................................................................................................................................ 35 5. VIVEIRO FLORESTAL ................................................................................................................................................................. 37 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................. 40 CAPÍTULO 4: PLANEJAMENTO DE PLANTIOS FLORESTAIS ....................................................................................................................... 41 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 41 2. OBJETIVOS DA FLORESTA .......................................................................................................................................................... 41 3. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS..................................................................................................................................................... 42 4. ESCOLHA DA ÁREA ................................................................................................................................................................... 44 5. ESCOLHA DE ESPÉCIE ............................................................................................................................................................... 44 6. DEFINIÇÃO DO TIPO DE PLANTIO ................................................................................................................................................. 45 7. DEFINIÇÃO DO ESPAÇAMENTO .................................................................................................................................................... 46 8. TALHÕES, ACEIROS E DA REDE VIÁRIA. ........................................................................................................................................ 47 CAPÍTULO 5: IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DE FLORESTAS ..................................................................................................................... 48 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 48 2. MÉTODOS PARA FORMAR FLORESTA ........................................................................................................................................... 48 REGENERAÇÃO................................................................................................................................................................................49 COBERTURA DA FLORESTA ..................................................................................................................................................................51 3. PROTEÇÃO DAS FLORESTAS ...................................................................................................................................................... 52 4. TRATAMENTOS SILVICULTURAIS ................................................................................................................................................. 53 PODAS .........................................................................................................................................................................................53 DESBASTES ...................................................................................................................................................................................56 MÉTODO DE DESBASTE ......................................................................................................................................................................56 TIPOS DE DESBASTES .......................................................................................................................................................................57 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................................. 58 5 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Formação propriamente dita: ambiente e relevo  Subformação: fisionomia específica (Fácies) > 3ª. Classificação fitossociológico-biológica  Fitossociológica  Comunidades:  Associações, subassociações, variante, fácies, sociação  Bioecologia: ecossistema 3. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FLORÍSTICA ► DRUDE (1889): dividiu o império florístico (flora mundial) em: zona, região, domínio e setor. Quadro - Império florístico de acordo com a escala de trabalho e endemismo Escala de trabalho Império florístico Endemismo Regional a exploratória Zona Família Região Gênero Semidetalhe a detalhe Domínio Espécie Setor Raça (variedade) ► Zona: área caracterizada por famílias endêmicas; > Neotropical: do México até a Argentina; > Paleotropical: África e Ásia; > Holoártica: norte da África, Ásia e Europa; > Australiana: Austrália e Oceania. 6 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos ► Flora brasileira: zona Neotropical com 60 famílias endêmicas sendo as principais que caracterizam esta zona: > Cactaceae (Savana Estépica) > Caryocaraceae (Savana) e > Humiriaceae (Campinarana). ► Região: área caracterizada por gêneros endêmicos; ► Regiões Florísticas Brasileiras > MARTIUS (1858): 5 regiões florísticas com nomes de divindades gregas;  Nayades - Flora Amazônica  Hamadryades - Flora Nordestina  Oreades - Flora do Centro-Oeste  Dryades - Flora da Costa Atlântica  Napeias - Flora Subtropical > Acréscimo de duas regiões:  Chaco Boreal - Flora Sul-mato-grossense; e  Campinarana - Flora dos Podzóis Hidromórficos dos Pântanos Amazônicos. > SAMPAIO (1940):  Flora Amazônica ou Hyleae Brasileira: íntima correlação o com a Flora Africana; ligação também com a Flora da América do Norte através dos Andes;  Flora Extra-Amazônica: apresenta ligações afro-americanas e australianas e asiáticas; origem na Amazônia, Andes e Argentina; > RADAMBRASIL (1982): dividiu a vegetação o em quatro regiões florísticas:  Amazônia (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta e Campinarana): Bertholletia (castanheira) (Lecythidaceae), Erisma (cedrinho), Qualea e Vochysia (cambará) (Vochysiaceae), Sweitenia (mogno) (Meliaceae), Orbignya (babaçu) e Maximilliana (inajá), Barcela odorata (palmeira da Campinarana) (Aracaceae), Guadua superba (taquara) (), Phenakospermum (sororoca) ().  Brasil Central (Savana, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual): Qualea e Vochysia (cambará) (Vochysiaceae), Curatella americana (Dilleniaceae), Himathanthus (sucuuba) (Apocinaceae), Parkia (faveira) (Leguminosae Mimosoideae), Platonia (bacuri) e Kielmeyera (pau-santo) (Guttiferae), Dimorphandra (faveiro) (Leguminosae Caesalpinioideae).  Nordestina (Savana Estépica, Floresta Estacional semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Savana): principais gêneros  Zona da Mata – gêneros amazônicos - Parkia e Enterolobium (Leguminosae Mimosoideae), Hymeneae (jatobá) (Leguminosae Caesalpinioideae) e Peltogyne (roxinho), Diplotropis (sucupira) e Myroxylon (bálsamo) (Leguminosae Papilionoideae);  Zona do Agreste – Zizyphus (juazeiro) (Rhamnaceae);  Zona do Sertão – Cereus, Pilocereus e Melocactus (Cactaceae), Amburana (cerejeira) e Prosopsis (algaroba) (Leguminosae Caesalpinioideae) e , Zizyphus (juazeiro) (Rhamnaceae), Schinopsis (Anacardiaceae).  Sudeste (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Savana): Araucaria (pinheiro- brasileiro) (Araucariaceae), Podocarpus (pinheirinho) (Podocarpaceae), Ocotea 7 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos (canela) (Lauraceae), Cabralea (canjerana) (Meliaceae), Schinus (aroeirinha) (Anacardiaceae). 4. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FISIONÔMICO-ECOLÓGICA (ELLEMBERG E MUELLER- DOMBOIS, 1965-66) ► É a segunda meta a ser atingida pelo levantamento da vegetação; ► A classificação fisionômico-ecológica segue as seguintes etapas: > Delimitação da região ecológica > Definição do tipo de vegetação:  Classes de formações  Subclasses de formações  Grupos de formações  Subgrupos de formações > Definição da formação  Formação propriamente dita;  Sub-formação 4.1. Delimitação da região ecológica ► Correspondente a um tipo de vegetação. São espaços definidos pela florística de gêneros típicos e formas biológicas características que se repetem dentro de um mesmo clima, podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem marcado. No Brasil identificam-se nove regiões ecológicas: > Região ecológica da Savana (Cerrado), vegetação que ocorre predominantemente no Centro-Oeste. Suas disjunções aparecem também na Amazônia, no Nordeste, Sudeste e Sul do País. Devido à intensa ação antrópica a que foi submetida, grande parte de sua vegetação nativa foi substituída por agricultura, pastagens e reflorestamento. Caracteriza-se por apresentar uma estrutura composta por árvores baixas e tortuosas, isoladas ou agrupadas sobre um contínuo tapete graminoso. > Região ecológica da Savana Estépica, tipo de vegetação neotropical, em geral de cobertura arbórea composta de elementos fanerofíticos, camefíticos espinhosos e várias cactáceas, cobrindo um estrato graminoso hemicriptofítico, entremeado por algumas terófitas, representado no Brasil em quatro áreas geograficamente distintas - na Caatinga do sertão árido nordestino, no Pantanal Mato-Grossense, nos Campos de Roraima e na Campanha Gaúcha. > Região ecológica da Estepe abrange a Campanha Gaúcha, com disjunções em Uruguaiana e no Brasil meridional (Campos Gerais). Caracteriza-se por uma vegetação essencialmente campestre. Dominam as gramíneas cespitosas e rizomatosas sendo raras as gramíneas anuais e oxalidáceas bem como leguminosas e compostas. As fanerófitas são representadas por espécies espinhosas e deciduais. > Região ecológica da Campinarana, tipo de vegetação restrito às áreas do alto rio Negro e adjacências dos seus afluentes, penetrando na Colômbia e na Venezuela, onde ocorre em áreas semelhantes. Reveste as áreas deprimidas, quase sempre encharcadas, sendo caracterizada por agrupamentos de uma vegetação arbórea fina e alta, que é resultante da pobreza de nutrientes minerais do solo. > Região ecológica da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial), ocupa parte do espaço amazônico e estende-se pela costa atlântica, desde o Rio Grande do Norte, até o Espírito Santo, em "bolsões" contidos entre o litoral e as serras pré-cambrianas marginais ao oceano, ampliando a sua área de ocorrência sobre as encostas das mesmas até o Rio Grande do Sul. É constituída por grandes árvores nos terraços aluviais e nos tabuleiros terciários e árvores de porte médio nas encostas marítimas. 10 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 4.4. Separação em grupo de formação ► Caracterizado pelo tipo de transpiração estomática foliar e pela fertilidade do solo. > Fisiologia (transpiração):  Higrófitas: plantas adaptadas às condições de alta umidade;  Xerófitas: plantas adaptadas às condições de déficit hídrico;  Mesófitas: plantas adaptadas às condições intermediárias de umidade; > Solo:  Eutrófico: alta fertilidade;  Distrófico: baixa fertilidade;  Álico: alto teor de alumínio trocável; 4.5. Separação em sub-grupo de formação ► Indica o comportamento das plantas segundo seus hábitos. É a fisionomia estrutural da formação. > Densa – copa das árvores se toca; > Aberta – copa das árvores não se toca > Mista – angiospermas e gimnospermas > Semidecidual – menos que 50% das árvores perdem folhas > Decidual – mais que 50% das árvores perdem folhas > Florestada – presença de microfanerófitos e nanofanerófitos em dossel fechado; > Arborizada – apresenta nanofanerófitos em dossel aberto; > Parque - apresenta nanofanerófitos espaçados; > Gramíneo-lenhosa – vegetação campestre podendo ter a presença de nanofanerófitos espaçados. 4.6. Separação em formação (propriamente dita) ► Indica a fase ambiental da formação, onde são observados o ambiente e o relevo. > Relação entre a temperatura e a latitude: relação inversa. Ao nível do mar a temperatura varia 2oC a cada 10o de latitude; > Relação entre a temperatura e a altitude: relação inversa. A temperatura varia 1oC a cada 100 m de altitude.  Fórmula de Holdridge (1978): t = 3*latitude (o)*(t-24oC)2/100 ► Formação aluvial: não varia topograficamente, ocorre em terraços aluviais dos flúvios; Quadro 6 - Classificação das formações (propriamente ditas) de acordo com a latitude e a altitude Latitude Formações Terras Baixas Sub-Montana Montana Altomontana Altitude (m) 4º N – 16º S 5 - 100 100 - 600 600 - 2.000 > 2.000 16º S – 24º S 5 - 50 50 - 500 500 - 1.500 > 1.500 24º S – 32º S 5 - 30 30 - 400 400 - 1.000 > 1.000 11 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 4.7. Separação em sub-formação propriamente dita ► Faz parte da formação, mas diferencia-se por apresentar fácies específicas que alteram a fisionomia da formação. Quadro - Principais tipos de formações e formações da vegetação brasileira Tipo de vegetação Formação Classe Sub- Classe Grupo Sub- Grupo Propriamente dita Sub- formação Floresta Ombrófila Higrófita Distrófico Eutrófico Densa Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana Altomontana Dossel Uniforme Dossel Emergente Aberta Terras Baixas Sub-Montana Montana Com palmeiras Com cipó Com bambu Com sororoca Mista Aluvial Sub-Montana Montana Altomontana Dossel Uniforme Dossel Emergente Estacional Higrófita Xerófita Álico Distrófico Semidecidual Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana Dossel Uniforme Dossel Emergente Eutrófico Decidual Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana Dossel Uniforme Dossel Emergente Campinarana Ombrófila Higrófita Álico Distrófico Florestada Arborizada Gramíneo- lenhosa Relevo Tabular Depressão Fechada Com Palmeiras Sem Palmeiras Savana Estacional Higrófita Xerófita Álico Distrófico Florestada Arborizada Parque Gramíneo- lenhosa Planaltos Tabulares Planícies Tabulares Com Floresta de galeria Sem Floresta de galeria Savana Estépica Estacional Xerófita Eutrófico Florestada Arborizada Parque Gramíneo- lenhosa Dep. Interplanáltica Depressão Sedimentares Recentes Com Floresta de galeria Sem Floresta de galeria Estepe Estacional Higrófita Xerófita Eutrófico Arborizada Parque Gramíneo- Lenhosa Planaltos Pediplanos Com Floresta de Galeria Sem Floresta de Galeria 12 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 4.8. Sistemas edáficos de primeira ocupação - formações pioneiras ► Vegetação em constante sucessão de terófitos, criptófitos, hemicriptófitos, caméfitos e nanofanerófitos, presente em terrenos instáveis (dunas, restingas e mangues) e ao redor de depressões aluviais (pântanos e lagoas); ► Vegetação que nem sempre indica estar no caminho da sucessão para o clímax circundante; > Vegetação de influência marinha - restingas: Remirea e Saliocornia; > Vegetação de influência fluviomarinha - manguezal e campos salinos: Rhizophora e Avicenia; > Vegetação de influência fluvial - planícies aluviais e áreas alagáveis (várzea): Euterpe, Mauritia, Typha, Cuperus, Juncus, Panicum, Paspalum. 4.9. Sistema de transição - tensão ecológica ► Comunidades indiferenciadas existentes entre duas regiões ecológicas ou tipos de vegetação, onde as floras se interpenetram, constituindo as transições florísticas (ecótonos) ou contatos edáficos (mosaico de áreas edáficas ou encraves). Detectados nas escalas de semi-detalhe e detalhe. ► Ecótonos (mistura florística entre tipos de vegetação) podem ser imperceptíveis em fotointerpretação, como nos contatos entre Floresta Ombrófila/Floresta Estacional ou perceptível em fotointerpretação, como nos contatos entre Floresta Ombrófila /Savana; ► Encraves (áreas disjuntas que se contatam) mosaicos de áreas edáficas são facilmente delimitados cartograficamente mesmo quando o contato se dá entre dois tipos de vegetação com estruturas fisionômicas semelhantes. Floresta Ombrófila Densa Savana Encraves da S em FOD Floresta Ombrófila Densa Floresta Estacional Semidecidual Ecótono FOD x FESd 15 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos CAPÍTULO 2: SEMENTES FLORESTAIS 1. INTRODUÇÃO ► Espécies florestais pertencem a dois grandes grupos: > Angiospermas: grupo de plantas com flores e sementes protegidas; > Gimnospermas: são plantas vasculares com sementes desprotegidas, inseridas em escamas que formam uma estrutura mais ou menos cônica (pinha). ► Semente > Ponto culminante das atividades de uma geração de plantas e o começo de uma nova geração; > Planta em miniatura (embrião) com potencial para se tornar uma planta adulta; > Meio de reprodução e dispersão das plantas; > Vegetal em estado embrionário; > É o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com suas reservas nutritivas, protegido pelo tegumento. ► Órgãos reprodutores femininos e masculinos: > Na mesma planta:  Na mesma flor: Hermafrodita;  Na mesma árvore: Monóica; > Em plantas separadas:  Dióica; Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007) Figura: Plantas monóicas (hermafroditas) e dióicas. 1.1. Angiospermas (do grego “sementes escondidas”) ► Grupo das plantas com flores (Fanerógamas) e com sementes (Espermatófitas) protegidas pelo fruto. São o maior e mais moderno grupo de plantas, englobando cerca de 230 mil espécies. ► Possuem flores completas com cálice, corola (conjunto de pétalas), androceu (conjunto de órgãos masculinos) e gineceu (órgão reprodutivo feminino) (Figura 1); 16 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007) Figura: Esquema de uma flor de angiosperma. ► Gineceu: órgão reprodutor feminino formado basicamente pelo carpelo: > Estigma; > Estilete; > Ovário. ► Androceu: aparelho reprodutor masculino formado pelos estames: > Antera: onde se encontram os sacos polínicos (onde se encontram os grãos de pólen); > Filete. ► Fertilização > Dispersão do pólen → polinização – chegada do pólen ao estigma → emissão do tubo polínico através do estilete → divisão da célula reprodutiva masculina em duas (n):  Fecundação da oosfera por um dos gametas masculinos → Embrião;  Fusão nuclear tripla (3n) entre o segundo gameta masculino e os dois núcleos polares (tecido de reserva, p.ex. mamona e trigo) → Endosperma; > Ocorre em período curto; ► Estrutura da semente > Endosperma ou albume: tecido de reserva que nutri o embrião durante o crescimento; Ausente em muitas espécies florestais (leguminosas, eucalipto, louro); 17 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Embrião: é a planta rudimentar formado por:  Dois cotilédones ou paracotilédones com função de reserva, produção e absorção de alimento para a plântula;  Hipocótilo: região entre os cotilédones e a radícula;  Radícula: é a raiz rudimentar; > Tegumento: constituído pela testa (externo) e tegme (interno) e tem a função de proteção, reguladora da entrada de água e gases e de dispersão; > Perisperma: derivado do núcleo; > Envoltório da semente ou testa: derivado do tegumento do óvulo; Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007) Figura: Estrutura de sementes de angiospermas (dicotiledôneas). 1.2. Gimnospermas (do grego "gimnos" = "nu" e "spermos" = "semente") ► Plantas vasculares com sementes que não estão fechadas num ovário como nas angiospermas; as sementes das gimnospermas são desprotegidas, inseridas em escamas que formam uma estrutura mais ou menos cônica (pinha). > Principais características das gimnospermas:  São os pinheiros, ciprestes e sequóias;  Têm raiz, caule, folhas, sementes;  Não apresentam frutos;  Sua estrutura reprodutiva é o estróbilo (pinha);  Monóicas (Pinus sp.);  Dióicas (Araucaria sp). 20 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos Fonte: (Smith et al. 2003) Figura – Germinação hipógea. > Intermediária ou transitória Fonte: (Smith et al. 2003). Figura – Germinação intermediária. Fonte: (Smith et al. 2003). Figura – Germinação criptógea. 21 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos ► Estrutura das plântulas > Raiz:  Formada a partir da radícula (embrião) numa raiz mestra não ramificada → ramificação ocorre no final da fase de plântula;  Tem a função de fixação, absorção de água e sais minerais; > Colo:  Zona que separa a raiz do hipocótilo; > Hipocótilo:  Parte do eixo da plântula situada acima da raiz primária e abaixo da inserção dos cotilédones;  Desenvolvimento acentuado quando em germinação epígea e reduzido em hipógeas; > Cotilédones:  São as primeiras ou cada uma das primeiras folhas encontradas nos embriões;  Funções:  Primeiros órgãos fotossintetizadores das plântulas fanerocotiledonares → paracotilédones;  Tecido de reserva no embrião → permanece durante a germinação em criptocotiledonares;  Haustoral onde se realiza o transporte de reservas alimentícias da semente para a plântula em criptocotiledonares; > Epicótilo  Porção do eixo da plântula entre a união dos cotilédones e a primeira folha → o primeiro entrenó;  Fanerocotiledonares epígeas – pequeno crescimento do epicótilo se manifestando na fase de desenvolvimento apical já como caulículo e com as primeiras folhas;  Criptocotiledonares e hipógeas: grande crescimento junto com o sistema apical com as plúmulas ou primeiras folhas; > Plúmula  Folhas compostas ou inteiras desenvolvidas ou fracamente perceptíveis encontradas entre os cotilédones de alguns embriões; é a gema apical diferenciada em diversos tipos de embrião, acima do nó cotiledonar, onde um ou mais entrenós e folhas ou escamas podem ser discernidas em estágio primordial; > Gema apical ou terminal:  Ponto vegetativo responsável pelo desenvolvimento aéreo da plântula;  Situada entre os cotilédones e seus pecíolos podendo estar envolvidos por catafilos (função de proteção); 3. FISIOLOGIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES ► Germinação de sementes → reativação do crescimento ativo do embrião resultando no rompimento do tegumento da semente e emergência da plântula; ► Sementes: > Germinação após fertilização > Dormentes 22 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos ► Maturidade → Germinação Embebição de água ↓ Água absorvida pelas aberturas naturais do tegumento → tecidos da semente (difusão) → células túrgidas → aumento do volume da semente → tegumento torna-se permeável ao O2 e CO2 → rompimento do tegumento → emergência Ativação de enzimas ↓ 1. Quebra dos tecidos de reserva (p.ex.: amilase; lípase) 2. Colaboração na transferência dos nutrientes dos tecidos de reserva (cotilédones ou endosperma) até os pontos de crescimento; 3. Aceleração de reações químicas que usam os produtos da quebra das reservas em novos compostos Iniciação do crescimento do embrião ↓ Síntese de novos compostos → aumento do eixo embrionário (epicótilo – hipocótilo – radícula) → divisão celular ou elongação das células Rompimento do tegumento e emergência da plântula ↓ Crescimento do eixo embrionário → emergência da raiz primária Estabelecimento da plântula Estágio de transição – plântula absorve e produz nutrientes a partir dos tecidos de reserva → Absorção de água e fotossíntese – plântula estabelecida ► Requerimentos da germinação > Germinação e crescimento da plântula afetada pela:  Espécie/Cultivar  Maturidade da semente  Ambiente de crescimento > Fatores ambientais  Água → capacidade de campo • Temperatura • Permeabilidade do tegumento • Composição química da semente • Tamanho da semente  Temperatura  Espécie/variedade  Procedência  Tempo de armazenamento Mínima Máxima – 35 a 40oC Ótima → máxima % de germinação no menor tempo (15o a 30oC) Variações diárias – diurnas e noturnas  Oxigênio • Tegumento 25 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos ► Causas: > Ataque de fungos > Redução do nível de reserva > Aberrações do cromossoma > Formação e ativação de enzimas hidrolíticas > Coagulação de proteína no embrião (baixa umidade) > Danos à membrana celular ► Dormência > Sementes em condições normais não germinam – dormentes > Adaptação às condições ambientais > Dormência primária: produto do meio e característica genética > Dormência secundária: adquirida por fatores externos → p.ex. temperaturas extremas, armazenamento inadequado; > Tipos de dormência  Devido ao tegumento – permeabilidade; impedimento ao crescimento do embrião;  Devido a inibidores – presentes em diferentes locais das sementes; • Inibidores: Ácido abscísico, cumarina, auxinas, etileno, herbicidas  Devido ao embrião • Imaturidade – dormência fisiológica • Formação morfológica incompleta > Quebra de dormência  Tegumentar • Escarificação • Água quente • Ácido sulfúrico  Inibidores • Balanço promotor/inibidor • Aplicação de giberilina • Lavagem • Temperatura  Embrionária • Tempo para maturação 5. PRODUÇÃO DE SEMENTES Sementes de espécies geneticamente melhoradas + técnicas silviculturais ↓ > produtividade ► Fontes de sementes de espécies florestais geneticamente melhoradas: depende do método de seleção; ► Decreto 5153 de 23 de julho de 2004 regulamenta a produção de sementes: 26 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Categoria Identificada:  Sementes e mudas identificadas com o nome da espécie e procedência das sementes. Incluem as sementes coletadas em Áreas Naturais de Coleta de Sementes ou Áreas Alteradas de Coleta de Sementes; > Categoria Selecionada:  Material coletado em Áreas Naturais de Coleta de Sementes ou Áreas Alteradas de Coleta de Sementes com Matrizes Selecionadas (ACM-MS) a partir de critérios fenotípicos e ecológicos; > Categoria Qualificada:  Material coletado de matrizes selecionadas em populações selecionadas, isoladas contra pólen externo e manejadas para a produção de sementes. Incluem as sementes produzidas em Área de Produção de Sementes (APS), Pomar Clonal de Sementes (PCS) e Pomar de Sementes por Mudas (de sementes) (PSM). Deve-se informar o critério de seleção. > Categoria Testada:  Material coletado de matrizes selecionadas geneticamente, com base em teste de progênie em áreas isoladas contra pólen externo e manejadas para a produção de sementes. A seleção genética deverá ser relacionar com a região bioclimática onde a seleção foi realizada (teste para locais específicos). ► Sistema de produção de sementes florestais (Decreto 5153 de 23 de julho de 2004) > Área Natural de Coleta de Sementes (ANCS)  Coleta de sementes de povoamento nativo (sementes de espécies nativas), com ou sem a necessidade de marcação de registro de matrizes; > Área de Coleta de Sementes (ACS)  Coleta de sementes de povoamentos com origem/procedência conhecida, com seleção, marcação e registro das árvores-matrizes;  Seleção de árvore-matriz: critérios Objetivo: produção de sementes comerciais  Vigor: • Tamanho da copa e da árvore • Área foliar • Resistência a agentes biológicos (pragas, doenças, etc.) e físicos (vento, temperatura e umidade)  Posição na floresta: Dominantes/co-dominantes  Sanidade  Forma  Copa bem formada  Elevada produção de flores, frutos e sementes. > Número mínimo de matrizes: manutenção da variabilidade genética  20 matrizes frutificando na mesma época  Semente colhida de cada matriz → misturada em quantidade igual → lote de semente. > Área de Produção de Sementes (APS)  Sementes colhidas de árvores selecionadas 27 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Retirada das árvores com fenótipos inferiores  Intensidade de seleção → 1:10  Material superior em curto prazo e baixo custo  Para eucalipto: área mínima de 3 ha → 100 a 200 árvores selecionadas/ha;  Isolamento da área → distância > 300 m → cruzamentos indesejáveis e hibridação; > Pomar de Sementes (PS)  Plantio isolado de árvores ou clones selecionados manejados para a produção de sementes  Alta intensidade de seleção fenotípica: 1:10.000  Pomar de sementes clonal Material originário de propagação vegetativa de árvores superiores (enxertia); Distância de isolamento: 200 a 500 m Espaçamento: 5 m x 5 m (400 árvores/ha) a 10 m x 10 m (100 árvores/há) Mínimo de 30 clones – árvores de mesmo clone distantes 100 a 200 há para selecionar 100 a 200 árvores  Pomar de sementes por mudas (sementes) Mistura de sementes de árvores selecionadas → plantio → desbaste Teste de progênie: sementes de árvores selecionadas e mantidas individualizadas → plantio – teste de progênie → seleção das melhores árvores → desbaste fenótipo inferiores > Pomar de Sementes Testado (PST)  Sementes de PS com especificação de seleção genética e registro de matrizes  Plantio isolado de árvores ou clones selecionados manejados para a produção de sementes ► Fatores que afetam a produção > Danos mecânicos > Clima > Posição da árvore no dossel > Condição nutricional > Idade ► Práticas que auxiliam na produção de sementes > Desbaste > Desrama > Adubação > Competição > Irrigação > Anelamento > Seccionamento da casca > Poda da raiz > Enxerto 30 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Armazenamento úmido com baixa temperatura - câmaras frigoríficas ou refrigeradores – sementes recalcitrantes (Araucaria angustifolia).  Espécies recalcitrantes temperadas: -3 a 5ºC  Espécies recalcitrantes tropicais: 7 e 17ºC  Umidade relativa: 99 a 99% > Armazenamento à umidade e temperatura ambientais – sementes de tegumento duro (bracatinga, guapuruvu, flamboiant)  Embalagens adequadas - semipermeáveis ou impermeáveis  Recomendável para curto período de tempo > Criopreservação (ou crioarmazenamento) – sementes ortodoxas ao longo prazo  Conservação de germoplasma  Temperaturas extremamente baixas: -80°C a -196°C - nitrogênio líquido  Pouca ou nenhuma perda de viabilidade: Pinus, Pseudotsuga menziesii, Thuja plicata e Tsuga heterophylla, Aegiphilla lhostzkiana, Albizia lebbek, Anadenanthera macrocarpa, Bauhinia sp., Cassia ferruginea, Chlorisia speciosa, Hymenaea stignocarpa, Mimosa setosa, Platipodium elegans, Qualea parviflora, Roupala montana, Sclerobium aureum, Tabebuia umbellata. > Embalagem  Armazenamento: Aberto – sementes que necessitam aeração Fechado – sensíveis às variações de umidade  Permeáveis  Impermeáveis 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SMITH, Michael; WANG, T. Ben S.P.; MSANGA, Heriel P. Chapter 5: Dormancy and Germination. In: Tropical Tree Seed Manual. [s.l]: USDA Forest Service’s/Reforestation, Nurseries, & Genetics Resources, 2003. Floriano, Eduardo Pagel Germinação e dormência de sementes florestais, Caderno Didático nº 2, 1ª ed./ Eduardo P. Floriano Santa Rosa: ANORGS, 2004. 19 p.b Floriano, Eduardo Pagel Armazenamento de sementes florestais, Caderno Didático nº 1, 1ª ed./ Eduardo P. Floriano, Santa Rosa: ANORGS, 2004. 10 p. 31 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos CAPÍTULO 3: PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS 1. INTRODUÇÃO ► Produção de mudas é o principal meio de regeneração artificial de espécies florestais > Disponibilidade e preço de sementes > Sobrevivência das plantas > Espaçamento ► Qualidade das mudas interfere no sucesso da floresta; ► Mudas produzidas em viveiros sob condições controladas em cada fase ► Mudas de boa qualidade – > chances de sucesso na regeneração artificial ► Objetivo: dar noções sobre a produção de mudas de espécies florestais; 2. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS ► Tipos de propagação > Propagação sexuada – sementes  A mais usada  Requer sementes de espécies melhoradas > Propagação assexuada (clonagem)  Enraizamento de estacas  Cultura de tecido; ► Tipos de mudas > Raiz nua;  Simples e barato: Não tem embalagem e nem substrato Permite a mecanização de algumas operações no viveiro Facilidade de transporte Permite a mecanização do plantio da floresta  Usado para Pinus, teca (Tectona grandis), freijó (Cordia goeldiana), garrote ou tatajuba (Bagassa guianensis) e caixeta ou marupá (Simaruba amara); > Mudas em torrão  Sem embalagem Torrão paulista Torrão natural > Mudas embaladas  Mais caras Embalagem Substrato Transporte Infra-estrutura 32 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 3. RECIPIENTES E SUBSTRATO ► Recipiente > Influencia a qualidade da muda > Depende da espécie > Escolha do recipiente:  Resistência: Período de encanteiramento Armazenamento Manuseio  Facilidade de manuseio  Facilidade do preenchimento com substrato  Facilidade de acondicionamento para transporte  Facilidade de decomposição no solo  Permeabilidade às raízes  Capacidade de retenção de umidade  Permitir o plantio mecanizado  Ter custo acessível > Tipos de recipientes:  Laminados de madeira  Taquara  Sacola plástica 35 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Boa capacidade de campo  Fértil  Isento de pragas, patógenos e sementes > Componentes  Vermiculita, composto orgânico, esterco, moinha de carvão, terra de subsolo, serragem, bagaço de cana, casca de árvores, acículas de pinus; > Exemplos:  Torrão paulista: 40% argila, 40% solo fértil e 20% composto orgânico  Sacola plástica: 33% solo arenoso, 33% de solo argiloso e 34% composto orgânico  Tubos plásticos: 30% vermiculita, 10% terra subsolo e 60% composto orgânico 40% vermiculita, 20% terra subsolo e 40% casca de arroz carbonizada 40% terra de subsolo, 40% areia, 20% esterco 80% composto e 20% casca de arroz carbonizada 4. QUALIDADE DE MUDAS FLORESTAIS ► Classificação fisiológica – características internas; ► Classificação morfológica – características externas; > Diâmetro do colo – melhor indicador → associado ao desenvolvimento da parte aérea e da raiz; > Altura do colo > Altura da parte aérea > Relação diâmetro do colo/altura da parte aérea > Relação parte aérea/subterrânea > Peso de matéria seca e verde > Rigidez da haste. ► Parâmetros influenciados por: > Técnicas de manejo > Processo de produção  Local adequado para o viveiro, tipo e tamanho do recipiente, método e profundidade de semeadura, grau de melhoramento genético da espécie;  Substrato Solo ideal: Massa mineral – 45% Massa orgânica – 5% Ar – 25% Água – 25% > Aeração – raízes bem desenvolvidas  pH pH baixo − Reduz a ação de bactérias e fungos; 36 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos − Forma nitratos e sulfatos − Reduz disponibilidade de cálcio, magnésio e potássio; − Insolubiliza o fósforo, boro, cobre e zinco; − Solubiliza o alumínio, ferro e manganês; pH alto: − Reduz a disponibilidade de fósforo, boro, cobre, zinco, ferro e manganês; pH ideal ~ 6,0 − Folhosas: 6,0 a 6,5 − Coníferas: 4,5 a 5,5  Fertilidade 16 elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas superiores: − C, H, O – ar e água − N, P, K Ca, Mg – solo - macronutrientes − S, Fe, Mn, B, Cu, Mo e CI – solo - micronutrientes;  Umidade Faixa ideal: acima do ponto de murchamento (maior crescimento da raiz) até abaixo da capacidade de campo (menor crescimento da raiz); Irrigação intermitente  Micorriza Pinus – associação essencial  Cobertura do leito de semeadura Manutenção da umidade do substrato Manutenção da profundidade de semeadura Casca de arroz, moinha de carvão, palha, serragem ... Cuidados com a composição química da cobertura – alelopatia  Luminosidade Qualidade e intensidade Depende da espécie Germinação e fotossíntese Sombreamento: sombrite, palha, ripado, ...  Densidade de semeadura Quantidade de mudas por área (No/m2) Competição por luz, água e nutrientes; Desenvolvimento da raiz inversamente proporcional à densidade de semeadura; > densidade favorece a ocorrência de pragas e doenças;  Poda das raízes e da parte aérea Poda de raiz − Estimula a produção de raízes laterais − Retarda o crescimento da planta; 37 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos − Depende da espécie, intensidade, freqüência e época Poda da parte aérea − Bifurca a planta; − Indicada para mudas de espécies não-madeiráveis 5. VIVEIRO FLORESTAL ► Local onde são concentradas todas as atividades de produção de mudas florestais; ► Aspectos a considerar > Tipos de viveiros:  Temporários Curto período Instalações rústicas  Permanentes Longo período Instalações definitivas > Tipos de mudas  Raiz nua  Em recipientes > Facilidade de acesso  Acesso fácil de caminhões  Estradas transitáveis em época de chuva > Distância ao plantio > Suprimento de água  Necessidade de abundância de água para irrigação  Rios, lagos e subterrânea  Isentas de algas e sementes de ervas  Baixa concentração de silte, cálcio, sódio e boro > Área livre de plantas invasoras  Vigilância e erradicação de plantas invasoras > Facilidade de obtenção da mão de obra > Declividade da área  Declividade < 2% - risco de erosão  Canteiros em nível > Extensão da área  Quantidade de mudas a produzir  Método de produção (tipo de mudas e tecnologia)  Espécie e rotação  Dimensões do canteiro  Dimensões dos caminhos (circulação e estradas) 40 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Monda  Retirada de invasoras > Dança  Movimentação das mudas embaladas para evitar fixação das raízes extravasadas 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Simões, J. W. Problemática de produção de mudas em essências florestais. Piracicaba/SP: ESALQ/USP/DCF, v. 4, n.13, p.1-29, dez. 1987 (Série Técnica). Sturion, J.A.; Antunes, J.B.M. Produção de mudas de espécies florestais. In: Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais. Org. Antonio Paulo Mendes Galvão. Brasília: Embrapa, p. 125-150, 2000. Paiva, H.N. de; Gomes, J.M. Viveiros florestais. Viçosa: UFV, 1993. Carneiro, J.G de A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba/PR: UFPR/FUPEF; Campos/RJ: UENF, 1995. 41 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos CAPÍTULO 4: PLANEJAMENTO DE PLANTIOS FLORESTAIS 1. INTRODUÇÃO ► Espaço e tempo na empresa florestal > Empreendimentos florestais  Grandes áreas  Longo prazo ► No planejamento do plantio definem-se: > Objetivos da floresta > Área plantada  Total  Anual > Dimensionamento dos talhões > Rotação florestal > Espécie > Espaçamento > Método silvicultural > Vias de acesso e aceiro > Mercado e comercialização 2. OBJETIVOS DA FLORESTA ► Produção: > Produtos madeireiros  Fibras (papel e celulose)  Carvão vegetal  Energia (lenha, álcool)  Madeira para serraria  Lâminas (compensados e painéis)  Painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF);  Postes e estacas  Múltiplos produtos; > Produtos não madeireiros  Frutos  Folhas  Látex, goma e resina; ► Adequação de condutas: > Recomposição de ARL, APP; > Recuperação de áreas degradadas. 42 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos Tabela – Quantidade de árvores (número por hectare) em povoamentos nativos de Mimosa scabrella Bentham em com seus respectivos sortimentos (m3.ha-1) para idades agrupadas. Idade (ano) Qtde. (n. Árv/há) Estoque (m3/ha) Total (m3/ha) Serraria Escora Lenha 6 a 7 2.388 10,17 106,73 47,95 164,85 8 a 9 1.706 24,09 69,22 30,69 123,99 10 a 11 1.114 60,27 78,31 22,24 160,82 13 a 14 497 74,74 23,14 15,46 113,33 Fonte: QUEIROZ, D Avaliação de funções de afilamento e sortimentos para Mimosa scabrella Bentham em povoamentos nativos da região metropolitana de Curitiba/PR Curitiba/PR: UFPR (Dissertação em Ciências Florestais), 2006. ► Exemplo: Veracel 3. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS ► Com base nas informações solicitadas para o licenciamento pela FEEMA/RJ (http://www.feema.rj.gov.br): > Área de até 10 hectares:  Delimitação do perímetro da propriedade (croqui).  Uso do solo na área da propriedade Áreas de cultivo Áreas inaproveitadas Áreas de reserva legal Área de preservação permanente Recursos hídricos (nascentes, cursos d’água, brejos).  Indicações da localização de acesso à propriedade.  Indicação das espécies a serem plantadas. > Área entre 10 e 50 hectares  Delimitação do perímetro da propriedade (croqui).  Uso do solo na área da propriedade Áreas de cultivo Áreas inaproveitadas Áreas de reserva legal Área de preservação permanente Recursos hídricos (nascentes, cursos d’água, brejos).  Indicações da localização de acesso à propriedade.  Indicação das espécies a serem plantadas.  Fotografias da área de implantação do projeto.  Projeto de Implantação de Povoamentos Florestais, informando: Área total do projeto de implantação. Relação das espécies e espaçamento a serem utilizados. Cronograma das operações de implantação: 45 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Dormentes: E. botryoides, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. deglupta, E. exserta, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. punctata, E. robusta e E. tereticornis.  Postes: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. punctata, E. propinqua, E. tereticornis e E. resinifera.  Estacas e moirões: E. citriodora, E. maculata e E. paniculata.  Óleos essenciais: E. camaldulensis, E. citriodora, E. exserta, E. globulus, E. Smithii e E. tereticornis.  Taninos: E. camaldulensis, E. citriodora, E. maculata, E. paniculata e E. smithii. ► Espécies de eucalipto indicadas em função do clima: > Úmido e quente: E. camaldulensis, E. deglupta, E. robusta, E. tereticornis e E. urophylla. > Úmido e frio: E. botryoides, E. deanei, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. maidenii, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. resinifera, E. robusta, E. saligna e E. viminalis. > Subúmido úmido: E. citriodora, E. grandis, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla. > Subúmido seco: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. tereticornis e E. urophylla. > Semiárido: E. brassiana, E. camaldulensis, E. crebra, E. exserta, E. tereticornis e E. tessalaris. ► Espécies de eucalipto indicadas em função do solo: > Argilosos: E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. grandis, E. maculata, E. paniculata E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, e E. urophylla. > Textura média: E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. exserta, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla. > Arenosos: E. brassiana, E. camaldulensis, E. deanei, E. dunnii, E. grandis, E. robusta E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla. > Hidromórficos: E. robusta. > Distróficos: E. alba, E. camaldulensis, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E.pyrocarpa e E. Propinqua 6. DEFINIÇÃO DO TIPO DE PLANTIO ► Quanto à composição > Puro > Misto ► Quanto à cobertura > Pleno sol > Sob cobertura ► Quanto ao preparo do solo > Preparo de terreno convencional > Cultivo mínimo 46 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 7. DEFINIÇÃO DO ESPAÇAMENTO ► Área vital de cada árvore ► Espaçamento: > Densidade > Arranjo espacial ► Espaçamento influencia: > Taxas de crescimento > Qualidade da madeira > Idade de corte > Tecnologia adotada > Consórcios > Praticas de manejo  Desbaste  Poda > Custos de produção > Exemplo ► Definido em função dos objetivos do plantio ► Espaçamentos: > Simples  Retangular (3mx2m, 4m x 2m) Quadrado (2m x 2m, 3m x 3m) > Múltiplos  Fileiras duplas: 2x(3m x 1,5m) x 10m; (3m x 1,5m) x 20 m  Fileiras triplas: 3x(3m x 1,5m) x 10m; 3x(3m x 1,5m) x 20m Tabela - Área vital por árvore e densidade de árvores em função do espaçamento em fileiras simples e múltiplas Fileiras Simples Fileiras Múltiplas Linha Entre linhas Área Densidade Linha Entre linhas Entre fileiras Área Densidade (m) (m) (m2) (N.árv.ha- 1) (m) (m) (m) (m2) (N.árv.ha- 1) 2,00 3,00 6,00 1666,67 2,00 3,00 5,00 8,00 1250,00 3,00 3,00 9,00 1111,11 2,00 3,00 10,00 13,00 769,23 4,00 3,00 12,00 833,33 2,00 3,00 15,00 18,00 555,56 5,00 3,00 15,00 666,67 2,00 3,00 20,00 23,00 434,78 6,00 3,00 18,00 555,56 2,00 3,00 25,00 28,00 357,14 1,50 4,00 6,00 1666,67 2,00 4,00 5,00 9,00 1111,11 2,00 4,00 8,00 1250,00 2,00 4,00 10,00 14,00 714,29 2,50 4,00 10,00 1000,00 2,00 4,00 15,00 19,00 526,32 3,00 4,00 12,00 833,33 2,00 4,00 20,00 24,00 416,67 3,50 4,00 14,00 714,29 2,00 4,00 25,00 29,00 344,83 4,00 4,00 16,00 625,00 2,00 4,00 30,00 34,00 294,12 4,50 4,00 18,00 555,56 2,00 4,00 35,00 39,00 256,41 47 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 8. TALHÕES, ACEIROS E DA REDE VIÁRIA. ► Aceiros > Estruturas que retardam o avanço do fogo > Construídos na época de formação da floresta > Mantido livre de material combustível > Aceiros externos (6m a 12m) mais largos que os internos (3m a 6m). 50 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Derrubada de melhoramento consiste em corte feitos na floresta para a retirada de indivíduos de espécies sem interesse econômico atual e aqueles indesejáveis quanto à forma, sanidade ou crescimento com objetivo de agregar o crescimento num menor número de indivíduos com melhores características. Esta operação pode causar danos à regeneração natural e é de custo elevado, portanto, deve ser feita somente para elevar o crescimento pela redução da competição e quando existe a possibilidade da utilização do material a ser retirado. Pode ser feita pela derrubada das árvores ou pelo anelamento e, ou, envenenamento das árvores inferiores;  Derrubada comercial consiste na derrubada de árvores de valor para atender às necessidades do mercado e do empreendimento. O planejamento da derrubada comercial deve estar condicionado ao método de formação de florestas. A derrubada é um dos tratamentos silviculturais que mais causa danos à floresta, portanto, requer cuidado especial. Os danos estão relacionados à direção de queda das árvores, à intensidade de colheita e à densidade do povoamento. O direcionamento da queda das árvores de modo a reduzir danos às árvores já estabelecidas e à regeneração natural.  Extração consiste nas operações de classificação e arraste das árvores do povoamento florestal. Deve ser planejada de acordo com o método de formação de florestas, com as características do produto a ser extraído, da vegetação, do clima, da topografia, do solo e dos recursos disponíveis. ► Regeneração artificial > Estabelecimento de povoamentos florestais por meio do plantio direto de sementes, de galhos raízes, ou por meio de mudas, com interferência humana. > Semeadura direta ou plantio direto  - Reduz os custos  - Requer plantio adensado e posterior raleio das plantas  - Requer abundância de sementes ou de material de propagação vegetativa  - Indicada para espécies com facilidade de germinação da semente ou enraizamento de estacas ou com problemas no estabelecimento do sistema radicular > Plantio de mudas  -Indicado quando existe carência de sementes ou material vegetativo ou a dificuldade de germinação ou de enraizamento de estacas.  -Indicada para:  - Espécies com produção de sementes irregular  - Espécies com produção de sementes regular, mas a regeneração natural tem - dificuldade de adaptação e estabelecimento  - Espécies com sementes que perdem a vitalidade em curto prazo  - Espécies com ocorrência de pragas ou doenças  - Substituir povoamentos com baixo valor econômico  - Estabelecer espécies exóticas  - Enriquecer ou adensar um povoamento florestal  - Estabelecer povoamentos com espaçamentos das árvores definidos. > Pontos positivos:  Flexibilidade na escolha do local, da composição, da densidade, do arranjo espacial e da seqüência de plantio; 51 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos  Maior controle do local;  Uso da mecanização;  Redução do tempo de estabelecimento de florestas;  Estabelecimento de espécies de outras regiões. > Pontos negativos:  Elevado custo;  Possibilidade de introdução de espécies sem adaptação ou de difícil controle;  Possibilidade de introduzir doenças ou pragas na área de plantio. > As florestas produtivas podem ser formadas com as seguintes operações silviculturais:  Colheita ou aquisição de sementes ou estacas que consiste na escolha de árvores vigorosas para a colheita de sementes. Deve ser feito um acompanhamento periódico para se determinar à época mais provável para a colheita da semente.  Produção de mudas em viveiros consiste em produzir muda das espécies de interesse para serem plantadas no início do período chuvoso. Poderá ser feita por diferentes métodos.  Preparo do solo consiste nas operações de melhoria das condições para o estabelecimento das mudas a serem plantadas. Pode envolver a retirada total da vegetação e de seus resíduos da área e a correção do pH e da fertilidade, ou apenas no cultivo mínimo do solo.  Plantio das mudas ou sementes consiste em plantar as mudas das árvores em espaçamentos estabelecidos, em covas ou sulcos, preferencialmente adubados.  Limpeza do terreno consiste no controle da competição entre as espécies invasoras e as árvores de interesse.  Desrama ou poda consiste no corte dos ramos e galhos das árvores a fim de dar forma às árvores e reduzir defeitos na madeira.  Desbaste consiste na derrubada de árvores com o objetivo de reduzir a competição entre as árvores desejáveis e aumentar o volume de madeira por árvore.  Colheita e extração consistem na colheita e na extração do produto florestal. ► Regeneração mista: > Associação das regenerações natural e artificial > Indicada para florestas com falhas e para enriquecimento ou adensamento > Empregados os tratamentos para as regenerações natural e artificial. Cobertura da floresta ► Ambientes abertos > Condição mais comum das areas destinadas na formação de florestas:  Pastagens  Áreas de culturas agrícolas anuais  Capoeiras baixas  Áreas degradadas > Indicada a regeneração artificial ► Ambientes com cobertura florestal 52 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > A formação de florestas produtivas a partir de ambientes que já possuem cobertura florestal  Florestas naturais não exploradas Plano de Manejo Florestal Sustentado − Inventário florestal exploratório − Censo florestal − Tratamentos silviculturais pré-exploratórios − Colheita comercial de impacto reduzido − Tratamentos silviculturais pós-exploratórios.  Florestas naturais já exploradas sem potencial econômico e florestas secundárias altas Inventário florestal - verificar se existe regeneração natural − Quantidade e distribuição adequadas Com potencial: − Aplicar tratamentos silviculturais para favorecer a regeneração natural p.ex.: abertura de copagem Sem potencial: − Aplicar tratamentos silviculturais para favorecer a regeneração artificial - plantar mudas das espécies de interesse de forma regular na floresta, ou em linhas ou grupos.  Áreas de capoeiras novas Avaliar a regeneração natural Com potencial - aplicar tratamentos para a condução da regeneração natural Sem potencial − Substituição da vegetação – reflorestamento − Plantio em linhas 3. PROTEÇÃO DAS FLORESTAS ► Florestas produtivas sujeitas aos vários agentes que poderão comprometer a sua produtividade (Fogo, pragas, doenças, ventos, enchentes, etc.) ► Medidas de proteção devem ser preventivas > Escolha do local > Manutenção das áreas de preservação permanente e de reserva legal integradas > Diversificação de espécies > Construção e manutenção de aceiros > Controle sanitário das mudas e sementes > Controle de formigas cortadeiras > Rondas periódicas na floresta ► Pragas > Formigas > Cupins 55 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Depende de:  Densidade de plantio;  Regime de desbaste;  Número de árvores no corte final;  Qualidade das árvores;  Riscos ambientais (ventos, tempestades, pragas, etc.). > Seleção das árvores a serem podadas:  Posição fitossociológica;  Qualidade do tronco;  Qualidade da copa;  Diâmetro dos galhos;  Posicionamento dos galhos;  Número de galhos; e  Sanidade da árvore. ► Técnicas, equipamentos e ferramentas > Corte de galhos Tabela – Tipo de corte de galho em função da morfologia do galho Morfologia do galho Tipo de corte Secos ou com fossa basal Vertical, sem afetar a crista de casca Com colar definido Limite entre o colar e o galho, perpendicular ao galho, sem afetar a crista de casca e o colar > Poda deve ser feita em galhos com diâmetro menor que 5 cm > Galhos maiores que 5 cm podas em três etapas:  Corte inferior para evitar dano ao colar;  Corte superior afastado do tronco;  Corte de acabamento para facilitar a oclusão. > Defeitos mais comuns:  Tocos residuais;  Cortes não tangenciais;  Lascas;  Lesões na crista de casca ou do colar. > Ferramentas manuais  Galhos < 5 cm - ferramentas com lâminas - tesouras de poda  Galhos > 5 cm - serras manuais Lâminas retas ou curvas: facilitam o corte; Lâminas rígidas ou tensionadas Corte unidirecional ou bidirecional Cabo curto ou alongado. > Ferramentas motorizadas 56 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Equipamentos acessórios  Escadas;  Dispositivos especiais subir em árvores;  Equipamentos de proteção individual: capacete, viseira ou óculos de proteção; luvas de couro; camiseta ou colete de cor viva; e calçado com solado rígido. ► Rendimento > Depende de:  Altura de poda;  Ferramenta utilizada;  Número de árvores podadas por área;  Espécie florestal  Número e diâmetro dos galhos;  Condições do terreno;  Treinamento do operador. Tabela – Rendimento operacional de poda em diferentes cenários Espécie Idade (anos) Altura de poda (m) N. árvores podadas/ha Rendimento médio arv/homem.dia Pinus sp 4 3 2000 420 6 6 500 200 8 8 300 80 Eucalyptus sp. 1 3 1000 175 2 6 650 95 3 9 300 70 Desbastes ► É a remoção do excesso de árvores em povoamentos florestais, com o objetivo de diminuir a competição entre árvores e proporcionar mais espaço vital. O desbaste visa concentrar o crescimento num menor número de árvores. Método de desbaste ► Métodos de desbastes variam em função: > Qualidade do povoamento > Utilização do produto ► Posição da copa das árvores de um povoamento florestal > Árvores dominantes: árvores do dossel superior com copa totalmente iluminada; > Árvores co-dominantes: árvores com copa logo abaixo do dossel superior; > Árvores dominadas: árvores que não fazem parte do dossel superior, porém nem todas estão abafadas pelas vizinhas; > Árvores suprimidas: cobertas pelas vizinhas, estando totalmente sombreadas; > Árvores doentes: árvores atacadas por pragas ou doenças; > Árvores moribundas ou mortas: árvores em declínio, sem rendimento, ou sem vida. 57 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Figura – Classe das árvores em relação à posição da copa ► Os desbastes permitem regular a densidade de árvores de um povoamento ► Deve-se considerar: > Volume de madeira > Número de árvores ► Peso de um desbaste é o quanto se vai cortar > Desbastes pesados em ciclos longos – menor custo > Menos pesados e em curtos ciclos - maior número de intervenções no povoamento – maior custo ► Primeiro desbaste realizado entre 3 a 6 anos ► Em povoamentos de teca, no estado de Mato Grosso: Primeiro - entre 4 e 6 anos; Segundo - entre 8 e 10 anos; Terceiro – entre 13 e 15 anos; Quarto – entre 18 e 20 anos; Corte final – entre 25 e 30 anos. Tipos de desbastes ► Mecânico ou sistemático 1 2 3 4 5 1-Dominante; 2 -Co-dominante; 3 – Dominada; 4 – Suprimida; 5 - Morta 60 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos CAPÍTULO 6: SISTEMAS AGROFLORESTAIS 1. INTRODUÇÃO 1.1. Objetivo ► Ensinar noções gerais sobre sistemas agroflorestais (SAF): conceitos, classificação e principais práticas. 1.2. Conceitos ► Sistemas Agroflorestais – SAF: São formas de uso e manejo dos recursos naturais, nos quais espécies lenhosas (árvores, arbustos e palmeiras) são utilizadas em associações deliberadas com cultivos agrícolas e/ou animais, na mesma área, de maneira simultânea ou seqüencial (OTS/CATIE, 1986), visando tirar benefícios das interações ecológicas e econômicas resultantes (LUDGREN & RAINTREE, 1982; NAIR, 1983). ► Prática Agroflorestal: Operação específica de manejo da terra de natureza agroflorestal, em uma propriedade rural ou outra unidade de manejo e, geralmente, consiste nos arranjos espacial e temporal dos componentes. Diversas práticas constituem um SAF (NAIR, 1990). ► Características dos SAF: Plantio deliberado de árvores, ou outras plantas lenhosas perenes, com culturas agrícolas e/ou animais, na mesma unidade de terra ou em alguma outra forma de arranjo espacial ou temporal, e pelas interações (ecológicas e/ou econômicas) significativas (positivas ou negativas) entre os componentes arbóreos e os não arbóreos do sistema (NAIR, 1990). ► A presença de árvores nos sistemas de produção agrícola Quadro 1 - Características dos SAF Característica Sistema Agroflorestal Componente Homem, árvore, cultura agrícola, animal; Limite Cercas, rios, divisor de águas, etc; Entrada Energia solar, precipitação, fertilizante, ração; Saída Energia, água, nutriente (colheita, lixiviação, erosão); Interação Fixação de N, competição, alelopatia; Hierarquia Parcela, propriedade, micro-bacia hidrográfica; Dinâmica Arranjo espacial, sucessão de espécie. ► SAF baseiam-se nas interações entre as árvores e os demais componentes do sistema. 2. FUNÇÕES DAS ÁRVORES NOS SAF ► Funções Ecológicas ► Funções Sócio-Econômicas Funções Ecológicas ► Aumento da diversidade biológica > Uso diferencial dos recursos naturais no espaço e no tempo (energia solar, água e nutrientes); > Amplia a base alimentar e o habitat para a fauna; > Aumenta o número de componentes interagindo. ► Controle das condições microclimáticas nos ambientes copa-solo e no solo 61 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Radiação (intensidade e qualidade); > Temperatura (amplitude e variação); > Umidade (amplitude e variação); > Vento (amplitude e variação). ► Conservação ou melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo > Redução do impacto direto da chuva sobre o solo; > Redução da erosão hídrica e eólica; > Restabelecimento da ciclagem de nutrientes; > Enriquecimento das camadas superficiais do solo com matéria orgânica (raízes, troncos, ramos, folhas, flores, frutos e sementes); > Redução das variações microclimáticas do solo; > Interações biológicas (mutualismo). Funções Sócio-Econômicas ► Resultam das interações ecológicas estabelecidas entre as árvores e os demais componentes que fornecem produtos e serviços. > Produtos das árvores: madeira para diversos fins, lenha, folhas, néctar, frutos, sementes, forragem, substâncias químicas e/ou medicinais, óleos, resinas, gomas e fibras. > Serviços  Sombreamento de cultivos e pastagens;  Redução da velocidade de ventos;  Conservação do solo e da água;  Melhoria da qualidade do solo. Econômicos ► Rentabilidade líquida da propriedade (possibilidade de elevar a produtividade agrícola e/ou florestal e reduzir os custos de manutenção e de capital); ► Redução de riscos de perdas da produção e de comercialização. Sociais ► Efeitos na qualidade de vida do produtor rural: ► Condição de trabalho (sombreamento); ► Diversificação da alimentação; ► Diversificação de materiais para uso na propriedade ► Diversificação no conhecimento. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS SAF ► Critérios mais frequentementes usados: > Estrutural  Natureza dos componentes (arbóreo, agrícola e animal);  Dinâmica (arranjo espacial e temporal dos componentes), 62 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos > Funcional  Saídas (produção ou serviço); > Sócio-Econômico  Entradas (nível tecnológico e de insumos);  Hierarquia (escala da produção) > Ecológica  Ambiente do sistema (agro-ambiental). ► A árvore é o referencial para a classificação dos SAF 3.1. Classificação em Base Estrutural ► Natureza dos Componentes (Adaptado de NAIR, 1990) Sistema Componentes Silviagrícola ou Agrissilvicultural Culturas agrícolas e árvores Silvipastoril Pastagem e/ou animal e árvores Agrissilvipastoril Culturas agrícolas e/ou animal e árvores ► Arranjo dos Componentes > Arranjo Espacial  Stand - Denso ou Aberto  Padrão de Distribuição - Azonal (Misturado) ou em Zonas (Microzonal ou Macrozonal) > Arranjo Temporal  OTS/CATIE (1986) - Simultâneo ou Seqüencial  NAIR (1990) - Coincidente, Concomitante, Sobreposto, Separado ou Interpolado ► Base Funcional > Produção de bens (madeira, fruto, semente, forragem, lenha) > Serviços (quebra-ventos, cercas-vivas, conservação do solo) ► Base Ecológica > Condições agro-ecológicas (Zonas de Vida) ► Base Sócio-Econômica > Escala de produção: comercial, intermediário e de subsistência > Nível tecnológico e de manejo alto, médio e baixo F A A A A A A A A A F F A F A F A F A F A F A A A A F A A A F A A F A F A F A F A F A F A F A F A A F A A A A F A F A F A F A F A F A A A A A A A A A F A F A F A F A F A F A F A F A A A F A A F A A F A F A F A F A F A F Arranjo Misturado Arranjo Microzonal em Fileiras F F F F F F F F F F F F F F A A A A A F F F F A A A A A A A A A F F F F A A A A A F F F 65 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos Quadro - (continuação) Sistemas/ Descrição Componente Dinâmica Função Adaptabilidade Práticas da Árvore Sócio- Econômica Agro-Ecológica Sistema Silvipastoril Árvores em pastagens naturais ou plantadas Árvores plantadas ou de rege- neração natural em pastagens naturais ou plantadas Ar- uso multiplo e forrageira Ag- gramí- neas e le- guminosas An-bovinos, suínos ou ovino E-azonal ou zonal T- concomi- tante a coinciden- te Pd-forra- gem e outros Se-som- breamento Ee- todas Nt- todos Todas Pastejo em área de floresta ou de cultivos arbóreos Povoamen- to florestal natural ou artificial sob pastejo Ar-espécies comerciais Ag-gramí- neas e le- guminosas An-bovinos, suínos ou ovinos E-azonal ou zonal T- concomi- tante a coinciden- te Pd-madei- ra, forra- gem Se-sombra, conservação do solo Ee- todas Nt- todos Todos Banco de proteína Plantio de árvores em áreas para a produção de proteína para corte ou pastejo direto Ar-legumi- nosas for- rageiras Ag- gramí- neas An-bovinos, caprinos ou ovinos E- zonal T-coinci- dente ou intermiten- te Pd-forra- gem Ee- todas Nt- todos Todas Sistemas Agrissilvipastoris Jardins domésticos com animais Plantio multiestra- tificado de árvores, animais e culturas agrícolas em torno da casa Ar- uso múltiplo e frutíferas Ag- comuns An- peque- nos animais E- azonal T- intermi- tente ou interpo- lado Pd- variado Se-conser- vação do solo Ee-subsis- tência Nt- baixo Todas Sistemas Agrissilvi- pastoris em áreas de florestas ou de cultivos arbóreos Floresta natural ou artificial com plantios agrícolas e pastejo de animais Ar-comer- ciais Ag-comuns e gramíneas e leguminosas forrageiras An-diversos E- mistura-do ou zonal D- denso T- interpo- lado Pd- vários Se-sombra Ee- todas Nt- todos Todos Sistemas Agrissilvi- pastoris em áreas agrícolas Área de cultivo agrícola e pastagem com floresta ou cultivos arbóreos Ar-comer- ciais Ag-comuns, gramíneas e leguminosas forrageiras An-diversos E-azonal ou zonal T- interpo- lado Pd- variado Se-sombra, conserva- ção do solo Ee- todas Nt- todos Todos 66 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos Ar- espécie arbórea; Ag- espécie agrícola; An- espécie animal; E- arranjo espacial; D- densidade; T- arranjo temporal; Ee- escala econômica; Nt- nível tecnológico. 67 Silvicultura Básica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, J.C. de C. Comportamento inicial do Eucalyptus citriodora Hooker, em áreas submetidas ao pastejo com bovinos e ovinos no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Viçosa, UFV, Impr. Univ. 1990. 41 p. (Tese M.S.). BRIENZA JÚNIOR, S.; KITAMURA, P.C. e DUBOIS, J. Considerações biológicas e econômicas sobre um sistema de produção silvo-agrícola rotativo na região do Tapajós. Belém, EMBRAPA/CPATU, 1983. 22 p. (Boletim de Pesquisa, 50). BRUNING, E. F. & SANDER, N. Ecosystem structure and functioning: some interactions of relevance to agroforestry. IN: HUXLEY, P. A., Plant research and agroforestry. Kenya, ICRAF, 1983. 617p. p.221-247. COMBE, J. & BUDOWSKI, G. Classificación de técnicas agroflorestales: uma revision de literatura. In: TALLER: SISTEMAS AGROFLORESTALES EN AMERICA LATINA, Turrialba, 1979. Atas, Turrialba, G. de la Salas, CATIE, 1979. p. 17-48. FAO Forestry for rural communities. FAO, IN: CONFERENCIA MUNDIAL SOBRE REFORMA AGRÁRIA Y DESARROLO RURAL. Roma, 12-20 de julio de 1979, Roma, 1979, p. 3. Roma, 1979.p.55. Bases edafológicas de los sistemas de produccion agroflorestales. Turrialba, CATIE, 1984. 191p. HART, R. D. A natural ecosystem analog approach to the design of a sucessional crop system for tropical forest environments. Biotropica, 122:73-82. 1980. HUXLEY, P. A. some caracteristics of trees to be considered in agroforestry. IN: HUXLEY, P. A., Plant research and agroforestry. Kenya, ICRAF, 1983. 617p. p.1-12. KING, K. F. S. Agroforestry. IN: AGROFORESTRY: PROCEEDINGS OF THE FIFTIETH SYMPOSIUM ON TROPICAL AGRICULTURE. Amsterdan, 1978. Amsterdan, Royal Tropical Institute, 1979. KING, K. F. S. The history of agroforestry. 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ORGANIZACIÓN PARA ESTUDIOS TROPICAIS (OTS) & CENTRO AGRONÓMICO TROPICAL DE INVESTIGACIÓN Y ENSIÑANSA (CATIE) Sistemas agroflorestais: principios y aplicaciones en los tropicos. San José,Trejos Hnos. Sucs., S.A., San José, 1986. p. 818. PASSOS, C.A.M. Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden) em plantio consorciado com feijão (Phaseolus vulgaris L.), no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Viçosa, UFV, Impr. Univ., 1990. 64 p. (Tese M.S.). RAINTREE, J.B. Diseño de sistemas agroflorestales para el desarrolo rural: El enfoque D y D de ICRAF. IN: OTS/CATIE, ed. Sistemas Agroflorestales: principios y aplicaciones en los tropicos. Costa Rica, CATIE, 1986. p. 583-600. 818p. VERGARA, N.T. Integral agroforestry: a potential stratey for stabilizing shifting cultivation and sustaining productivity of the natural environment. Honolulu, Environment and Policy Institute, East-West Center, 1981.
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