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Treinamento Desportivo, Notas de estudo de Educação Física

Princípios para um treinamento desportivo

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 25/11/2009

tamires-oliveira-da-silva-4
tamires-oliveira-da-silva-4 🇧🇷

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Baixe Treinamento Desportivo e outras Notas de estudo em PDF para Educação Física, somente na Docsity! Princípios do treinamento desportivo e da musculação Treinamento desportivo como estrutura lógica é a organização para a aplicação dos métodos científicos de treinamento, que visam por meio de mecanismos pedagógicos, atingir o mais alto rendimento humano, nos aspectos e características técnicas, físicas, psicológicas, sociais e espirituais do indivíduo ou equipe. "O treinamento, já aceito há algum tempo como ciência, tem sua posição científica reforçada com referências consideradas essenciais para todos os que buscam o alto rendimento atlético". Tubino ; 1979. Toda e qualquer atividade necessita de normas para uma conduta racional de aplicação. No caso do treinamento desportivo e musculação particularmente, algumas normas e regras foram sendo criadas ou desenvolvidas com base em princípios relacionados com a constituição física humana e com as respostas orgânicas aos estímulos aplicados. Os princípios do treino desportivo são basicamente seis e abaixo escalonados. Há diferenciações pessoais de autores que lidam com o treinamento, afirmando ainda mais a necessidade de aprofundamento nos meios teóricos para o controle prático dos treinos. É comum o surgimento de subdivisões dentro de algum dos princípios do treinamento, situação esta que será visualizada em alguns parágrafos abaixo. 1. Princípio da individualidade biológica 2. Princípio da adaptação 3. Princípio da sobrecarga* 4. Princípio da continuidade/reversibilidade 5. Princípio da interdependência volume X intensidade 6. Princípio da especificidade dos movimentos Princípios específicos da musculação A musculação possui particularidades no momento da aplicação prática dos trabalhos, que estão sempre vinculadas aos princípios do treinamento desportivo. Os princípios do treino neste caso são singularmente aplicados de maneira mais qualificada e, encampando basicamente a individualidade biológica, a sobrecarga* e a especificidade dos movimentos. A estruturação das seqüências de exercícios, tornou-se um conceito paralelo e considerado, como sendo um principio do treinamento exclusivo dos trabalhos contra resistência. Princípio da individualidade biológica Cada ser humano possui estruturas físicas e psicológicas individualizadas ou diferenciadas dos demais, sugerindo que cada um de nós seja um ser único. O ser humano é a união entre as características do genótipo (carga genética recebida) com o fenótipo (carga geral de elementos que são adicionados ao indivíduo após o nascimento) que criam o suporte de individualização humana. Abaixo no quadro 01 encontra-se algumas características do genótipo e do fenótipo. Quadro 01 As respostas ao treinamento aplicado são determinadas por características hereditárias associadas às influências do meio ambiente. Buscamos continuamente o aperfeiçoamento das características técnico esportivas da forma mais específica e individualizada possível. Quanto mais o treino aproximar-se das características positivas de respostas individuais, maiores serão as performances alcançadas. Cada ser humano é único e por este motivo necessita de um direcionamento personalizado para o treinamento visando o alto rendimento físico e desportivo. É inadmissível a padronização de qualquer forma de treinamento, para grupos inteiros de indivíduos. O genótipo caracteriza os potenciais, a predisposição inata ou aptidão. As habilidades são parte do fenótipo ou das características possíveis de serem incorporadas ao indivíduo. Os profissionais da Educação físicas são bem familiarizados com os termos Aptidão e habilidade. Entendemos por aptidão didaticamente expondo, como sendo os potenciais ou as qualidades inatas do homem, que são expressas continuamente por meio da predisposição e do talento. Como exemplos citamos a aptidão de força muscular máxima, a aptidão de resistência cardiovascular máxima, flexibilidade e velocidade máxima atingível. "Evidentemente o treinamento físico não melhora a capacidade de desempenho além daquele limite preestabelecido pelo genótipo". Hollmann & Hettinger; 1983. As habilidades referem-se aos elementos que são adquiridos ou aprendidos ao longo do tempo de vida, somando-se e formando um quadro de experiências. O ato de jogar ou praticar esportes, são transmitidos aos indivíduos por meio de treinos e repetições contínuos, e são bons exemplos do que sejam as habilidades. "As condições neuromusculares, psico-cognitivas e anâtomo-biomecânicas que são herdadas caracterizam de uma forma geral a aptidão. Um desenvolvimento muito acima da média dessas condições denomina-se talento". (Geese & Hillebrecht; 1995). "Pode-se dizer que os potenciais são determinados geneticamente e as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do fenótipo". Dantas; 1985). Princípio da adaptação O princípio da adaptação do organismo ao treinamento possui particularidades relacionadas com o nível de estímulo a ele aplicado. Durante a aplicação de estímulos de treinamento sobre o organismo deparamo-nos com o conceito de síndrome de adaptação geral (SAG) proposto por Hans Seyle; 1956 in Dantas; 1985 , a qual possui fases correlacionadas com os estímulos ou stresses. Os stresses podem ser de ordem física, bioquímica e mental. A síndrome de adaptação geral possui três fases distintas abaixo escalonadas. 1. Excitação ou choque - a presente fase poderá provocar dores e por este motivo queda momentânea no rendimento provocando um período de reação de alarme no organismo. 2. Resistência ou adaptação - esta fase tende a provocar uma adaptação ao estímulo aplicado com elevação no rendimento. 3. Exaustão ou cansaço - nesta fase o corpo não responde positivamente aos estímulos por já estar adaptado, possivelmente haverá queda de rendimento nos casos de treinamento excessivo. Há o risco de lesões temporárias ou permanentes. Nos casos em que o estímulo seja muito fraco este não produzirá adaptação satisfatória, e será classificado como estímulo Débil. Os estímulos de baixa intensidade que apenas excitam o organismo e não produzem adaptações posteriores são classificados como Médios. Os estímulos Fortes são exatamente aqueles que proporcionam as adaptações mais seguras, plenas e prolongadas. Busca-se no treinamento consciente e organizado, na maior parte do tempo, exatamente a manutenção desta forma de estímulo. Os estímulos Muito Fortes acarretam sensíveis danos ao organismo e podem seguramente causar lesões, se não forem extremamente controlados por meio de testes periódicos e avaliações generalizadas prévias relacionadas ao estado biológico maturacional e também psicológico do indivíduo. Os conceitos de Hussay; 1956, acima descritos foram citados por Dantas; 1985, trazem consigo um alerta e a base para que sejamos cautelosos no momento da aplicação de sobrecargas no organismo durante os treinamentos. A busca incessante por combinações ideais de alternância entre os estímulos Médios e Fortes, são a base para o sucesso do treinamento. Saber em qual momento elevar o estímulo e ou reduzi-lo é a chave para as portas do alto rendimento. A utilização de estímulos Muito Fortes é necessária para a ultrapassagem das barreiras que surgem no decorrer dos treinamentos dos atletas de alto nível. Não devemos utilizar treinamentos nesta faixa de estímulo por mais de um ciclo (microciclo de choque) ou seja mais do que sete dias, e muito menos utiliza-lo com atletas ou praticantes novatos. Um ciclo de treinamento de 3 a 4 anos consecutivos(lei dos quatro anos), faz-se necessário antes de arriscar estes níveis tão elevados de cargas nos treinos. Não devemos esquecer que grandes performances atléticas são alcançadas após 8 a 12 anos de treinos intensivos e sistemáticos. Abaixo no quadro 02 apresenta-se uma proposta classificatória com as condições de intensidade e carga adicional referente aos estímulos proveniente do treinamento contra resistência. Quadro 02 O organismo humano responde de maneira diferenciada a cada estímulo a ele aplicado. O estresse vivido quotidianamente no meio ambiente, produz interferências que devem ser consideradas em conjunto aos estímulos do treino. As respostas aos treinamentos podem ser negativas caso haja influência do meio sem um adequado controle do treinador. As respostas aos estímulos psíquicos e sociais são relevantes sobre a performance. As atitudes psicológicas negativas como ansiedade, angustia, confiança excessiva, depressão etc, e fatores sociais como o abuso de bebidas alcóolicas, festas, excessos sexuais, tabagismo e outros, necessitam estar sob controle do treinador. A individualidade deverá possuir grande atenção aos períodos de adaptação, como exemplo citamos as crianças e os adolescentes, que possuem um estado de predisposição para adaptarem-se mais facilmente aos estímulos de treino com predominância de volume alto com intensidade moderada a baixa. sobrecargas específicas, visando o desenvolvimento da qualidade física mais importante para o presente momento. O estado de treinamento ideal deverá ser atingido em comum acordo com práticas de sobrecargas adequadas de treinamento e no período exato para a sua utilização. Caso as cargas de treinamento sejam de intensidade muito forte nos períodos iniciais ou mesmo débil durante a fase competitiva, as respostas orgânicas positivas para o sucesso no desenvolvimento das mais altas performances não serão atingidas. Princípio da continuidade/reversibilidade As modificações induzidas pelo treinamento são transitórias ou passageiras. Todas as características secundárias adquiridas por meio do treino, perdem-se e retornam aos limites iniciais pré treinamento, após determinado período de inatividade. Pelo motivo exposto há sempre a necessidade de manutenção do treinamento em níveis contínuos para a manutenção de um estado de treinamento mais elevado. A perda nos níveis de adaptação adquiridos no treino estão intimamente relacionados ao período de tempo em que foram adquiridos. Como regra "quanto mais longo o período de treinamento mais longo será o período de destreino" Zatsiorsky; 1999 e " Toda aquisição que se ganha lentamente e em um tempo prolongado mantém-se com mais facilidade e perde-se com mais lentidão do que as aquisições conseguidas rapidamente e em um tempo curto" Barbanti; 1986. Alguns aspectos morfológicos e funcionais como no caso das adaptações anaeróbias que perdem-se mais rapidamente do que as adaptações aeróbias e de força máxima. A hipertrofia muscular é tanto quanto vagarosa em sua evolução durante o treino quanto no destreinamento. Segundo Fleck & Kraemer; 1999, a redução da força durante o destreino dá-se em uma velocidade inferior quando comparada com o tempo para aquisição no treino. Vale lembrar, que os níveis de força muscular em períodos curtos de destreino, permanecem um pouco acima daqueles encontrados no pré treinamento Fleck & Kraemer; 1999. Para evitar uma drástica perda nos níveis de força alcançados, e criando condições para preservar um declínio mais vagaroso da mesma, deve-se programar períodos curtos de trabalhos contra resistência. A atitude de criar microciclos breves de treinamento de força, visando uma manutenção satisfatória da força com menor perda momentânea, faz-se lógica, necessária e econômica, assim como aproveita de maneira otimizada os efeitos residuais do treinamento. Para a manutenção ou preservação da força durante um breve período de destreino ou manutenção, deve- se trabalhar contra resistência duas vezes por semana, salientamos que estas cargas de trabalhos possuem baixo volume mas com intensidade elevada nos casos de atletas de elite e praticantes assíduos. A escolha dos exercícios torna-se valiosa, e é imprescindível a presença dos exercícios principais no caso de atletas de elite. Dá-se preferência aos exercícios multiarticulares e de grandes massas musculares, exceto nos casos específicos esportivos. Princípio da interdependência volume X intensidade O presente princípio baseia-se na relação ótima de aplicação do volume e da intensidade no treinamento, comumente sempre que o volume de treino eleva-se reduz-se a intensidade. Como regra geral de segurança dá-se prioridade ao volume nas primeiras modificações do treino, em seguida eleva-se a intensidade. Entendemos como volume a quantidade de treinamento, caracterizada por toda mudança ou modificação relacionada ao número de repetições por série de exercícios, número de exercícios em cada série ou seqüência, número de grupos, número de treinos diários, semanais e mensais do macrociclo. A intensidade é reconhecida como a qualidade do treinamento, possui estreita relação com as manipulações sobre a sobrecarga de trabalho(percentual de cargas), intervalos de repouso, velocidade de execução dos gestos etc. O volume de treinamento na atualidade encontra um lugar de destaque tão alto quanto a intensidade. Em alguns esportes é elemento determinante do sucesso esportivo, e relacionado diretamente com a quantidade de treinamento alcançado no decorrer da preparação do atleta. Como exemplo os esportes de resistência (maratona, esqui de fundo, triatlon etc.) fazem parte desse seleto grupo. " Elevar o volume de treinamento é uma necessidade para qualquer desporto ou evento aeróbio" Bompa; 2000. " Uma característica adicional de treinamento, importante sob o ponto de vista prático, é o alto volume de treinamento ou a quantidade total de peso levantado durante uma sessão de treinamento". Zatsiorski; 1999. A intensidade do treinamento é prioritária e inerente aos esportes de força e velocidade, por este motivo há uma grande preocupação com o controle das sobrecargas empregadas no cotidiano. Para que haja um acompanhamento periódico sobre a intensidade aplicada no treinamento de força, devemos utilizar o calculo do coeficiente de intensidade por meio da equação exposta no quadro 05 a. No quadro 05 b pode ser visualizada a resolução da equação por meio de uma situação hipotética. Quadro 05 a Busca-se excepcionalmente no treinamento atual, a manutenção dos treinos de atletas de elite, um alto volume associado a uma intensidade também elevada. A presente forma de estímulo só deve ser utilizada durante períodos breves de treinos, e visam principalmente ultrapassar os limites de estagnação ou estabilização da performance física. "A elevação contínua do volume de treinamento é provavelmente uma das mais altas prioridades do treinamento contemporâneo". Bompa;2000. No quadro 06 encontra-se um modelo imaginário de mesociclo, com os microciclos de intensidade e volume elevados de treinamento. Quadro 06 Princípio da especificidade dos movimentos A aplicação de um estímulo de treinamento provoca sobre o organismo uma resposta especifica e relacionada diretamente à forma de exercício utilizado. Treinamento de força provoca adaptações sobre os mecanismos neuro-musculares, específicos das fibras musculares que foram solicitadas nos treinos. Contrariamente, os exercícios de resistência provocam adaptações musculares sobre as mitocôndrias e capilares para elevar a capacidade de gerar energia aeróbia. A própria flexibilidade possui elementos relacionados com as respostas esperadas do treinamento. O treinamento de flexibilidade deve ser o mais próximo possível da realidade do esporte praticado, ou seja, a posição do movimento no treino poderá trazer respostas diferenciadas caso não esteja adequada à posição normalmente utilizada durante a prática esportiva. Segundo Weineck;1986, Os fusos musculares reagem de maneira semelhante àquela já habituada (treinada) e a cada novo processo de utilização diferenciado, este deve ser ajustado ou regulado mediante a nova exigência motora. Mesmo nas atividades com a mesma característica de movimento e energética, obtêm-se respostas diferentes, e em comum acordo com a exigência motora aplicada. Howley & Powers; 2000, citam as modificações induzidas por treinamento de corrida e ciclismo, sobre o limiar de lactato sangüíneo. Foram comparadas amostras por meio de testes realizados no início e no final do tempo de treinamento. Os testes foram realizados em tapete rolante e bicicleta. Respectivamente os resultados foram: o treinamento de corrida aumentou 58%, e elevou em 20% os resultados dos testes na esteira e na bicicleta. O treinamento de ciclismo elevou em 39% os resultados na bicicleta e sem nenhuma melhoria no limiar na esteira. "A transferência dos ganhos de treinamento pode diferir significativamente, mesmo em exercícios muito similares". Zatsiorski;1999. Há a possibilidade de possibilitarmos melhorias sobre a endurance intensa, quando esta for treinada paralelamente e principalmente em dias alternados com a força muscular, neste caso detectamos uma transferência positiva da forma de treinamento e não da especificidade do treino, justificando a utilização momentânea do Cross training neste caso em particular. Necessitamos ainda de mais pesquisas relacionadas à possível síndrome de transferencia positiva para varias atividades de treinamento cruzado ou combinado. Como exemplo clássico da especificidade do movimento temos naturalmente uma diferença no desenvolvimento da força, relacionada com cada angulo do arco do jogo articular. Por este fato, um treinamento voltado apenas para o desenvolvimento das qualidades físicas específicas do esporte, torna-se pouco produtivo ou potencialmente inferior, caso não seja associado aos movimentos e gestos específicos esportivos. A biomecânica esportiva possui elementos determinantes no momento da escolha dos exercícios, para serem introduzidos e treinados a cada período do programa geral de treinamento . Nadadores devem destinar a maior parte do tempo do treinamento, realizando e aperfeiçoando o nado propriamente dito, corredores devem correr e assim logicamente os outros esportes devem fazer o mesmo, na aplicação dos gestos e das técnicas inerentes ao esporte. Na escolha dos exercícios para o desenvolvimento dos jovens atletas, quase todos os exercícios são benéficos, e proporcionam melhorias da performance, devendo ser usados na formação física de base ou geral durante os primeiros anos de desenvolvimento esportivo. À medida que o atleta aproxima-se de seu limite máximo geneticamente determinado, e passa a competir rotineiramente buscando a superação de recordes, surge a necessidade de otimizar a escolha dos exercícios, para que os mesmos sejam produtivos na elevação do estado de treinamento. A complexidade do exercício torna-o cada vez mais estressante. À medida que os exercícios complexos são introduzidos no treinamento, de forma lenta e gradual passam a ser melhor compreendidos e assimilados por parte do organismo do atleta, tornando-se mais plástico e até certo ponto realizado de modo intuitivo. As exigências para o treino de alta complexidade técnica são inerentes aos esportes competitivos. Os treinamentos técnicos devem ser precedidos por período de repouso pleno, para que a assimilação pelo sistema nervoso central dos engramas motores dos gestos, seja facilitada e não possua interferências geradas principalmente por cansaço extremo ou má adaptação. "A transferência do ganho de treinamento é baixa em bons atletas; para iniciantes quase todos exercícios são úteis". Zatsiorski;1999. Os exercícios para desenvolvimento da velocidade de deslocamento, da força explosiva e coordenação motora, devem ser introduzidos no início da sessão de treinamento, exceto nos casos em que visa-se a capacidade de resistência ou manutenção da eficiência dos gestos sobre estresse ou fadiga competitiva. Princípio da estruturação das seqüências de exercícios Esse princípio é responsável pela criação ou montagem das séries ou seqüências de exercícios, na forma de aplicação prática durante os treinos contra resistência. Em função direta com os períodos ou fases de treinamento, deve-se selecionar e utilizar as seqüências mais específicas e ou indicadas para com a realidade momentânea do condicionamento ou estado de treinamento do aluno/atleta. Abaixo estarão enumeradas algumas das possíveis divisões, que podem ser utilizadas no ato da confecção das séries ou seqüências de exercícios. 1. Seqüência Simples ou alternada por articulação: realiza-se um exercício em uma região articular, o próximo será executado em outra região distinta e após repouso predeterminado. Alterna-se progressivamente os exercícios durante a realização de toda a seqüência. Utiliza-se esta forma de treinamento principalmente para os iniciantes, objetivando por meio da alternância dos grupos musculares não elevar demasiadamente o nível de fadiga local. Os treinamentos visando força máxima, força explosiva e força dinâmica são beneficiados quando há pouca ou nenhuma fadiga acentuada no momento da realização da exigência motora. 2. Seqüência Básica: dá-se ênfase aos exercícios que envolvam os grandes grupos ou cadeias musculares, especificamente exercícios biarticulares. A inclusão dos exercícios que envolvam os músculos de característica de sustentação corporal como coxas, glúteos, lombares, abdominais, dorsais superiores e ombros, devem sempre estar presentes nesta série, caso não haja impedimentos de ordem anatomopatológica, para a inclusão dos mesmos. 3. Seqüência Prioritária: a escolha dos exercícios dá-se frente a uma exigência específica sobre um grupamento ou região muscular previamente selecionado. Neste exemplo os exercícios são aglomerados em função da característica de atuação do mesmo grupo muscular sobre os movimentos. 4. Seqüência Parcelada: os exercícios são dispostos em series distintas e divididos ou distribuídos ao longo do dia (manhã, tarde , noite) ou durante a semana de treino. Treinos ao longo do dia são basicamente utilizados por halterofilistas. A forma parcelada semanalmente é alvo principal dos culturistas, por proporcionar maior período de repouso entre as solicitações dos grupos musculares selecionados em cada série. A presente série também poderá ser utilizada nos trabalhos da musculação atual, nos casos daquelas pessoas que treinam a partir de 3 dias na semana, deve-se dividir a série com muita atenção garantindo que os músculos sejam solicitados no mínimo ideal de duas vezes durante a semana. 5. Seqüência Seletiva: faz-se a seleção de exercícios de característica biarticular ou multiarticular, com esse treinamento visa-se atingir estados de fadiga extremos sobre os músculos selecionados. Ao final da realização do número de repetições predeterminados para cada grupo, aplica-se duas contrações de caráter estático ou isométrico em torno de 08 a 10 segundos. Esta maneira de montagem e execução dos exercícios deve ser encorajada apenas aos alunos experientes ou em fase de treinamento específico. 6. Seqüência Associada à articulação adjacente: o segundo exercício é composto pela articulação que foi utilizada durante o primeiro exercício, e adicionada a uma articulação próxima ou adjacente, visando a manutenção máxima do fluxo sangüíneo na região articular promovendo uma maior vascularização por meio de uma elevada hiperemia local. 7. Seqüência Alternada por origem e inserção muscular: esta forma de ordenação é aplicada utilizando- se os exercícios que envolvem cadeias musculares de característica biarticular. Comumente haverá alternância entre o trabalho inicial ser sobre a origem ou a inserção, não havendo uma regra especifica determinante. 8. Seqüência Continuada, bombeada ou localizada por articulação: há uma exploração "máxima" dos movimentos permitidos por uma articulação. A forma de montagem da série geralmente utiliza movimentos ou músculos opostos sobre a mesma articulação ou seja agonista/antagonista, podendo-se aplicar ou excluir os intervalos de recuperação entre os exercícios opostos. A característica de manutenção da hiperemia muscular no membro utilizado é objetivada da mesma forma que a série do parágrafo anterior. Final Observamos no decorrer do presente texto que os princípios do treinamento desportivo e musculação são interrelacionados, e não há a possibilidade de exclusão de algum. Sempre um princípio estará em conformidade com os outros, e caso não sejam respeitados e dentro de uma lógica ou controle racional, cria-se com esta atitude de negligência, as condições exatas para a instalação de lesões e ou mesmo, não atingir o maior rendimento individual predeterminado geneticamente.
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