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Raiva Canina, Notas de estudo de Medicina Veterinária

Enfermidade de caráter infeccioso, que acomete todos os animais de sangue quente. É caracterizada por uma encefalomielite viral de curso agudo, e que , com raras exceções, é fatal. A natureza infecciosa da raiva foi demonstrada nos primórdios do século XIX através da inoculação experimental da saliva de um cão raivoso e posterior reprodução da moléstia. Em 1881 Pasteur desenvolveu um tratamento pela aplicação de vírus atenuado após passagem sucessiva em coelhos. O vírus da raiva pertence ao

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 26/11/2009

felipe-sento-se-12
felipe-sento-se-12 🇧🇷

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Baixe Raiva Canina e outras Notas de estudo em PDF para Medicina Veterinária, somente na Docsity! RAIVA ETIOLOGIA Enfermidade de caráter infeccioso, que acomete todos os animais de sangue quente. É caracterizada por uma encefalomielite viral de curso agudo, e que , com raras exceções, é fatal. A natureza infecciosa da raiva foi demonstrada nos primórdios do século XIX através da inoculação experimental da saliva de um cão raivoso e posterior reprodução da moléstia. Em 1881 Pasteur desenvolveu um tratamento pela aplicação de vírus atenuado após passagem sucessiva em coelhos. O vírus da raiva pertence ao gênero dos Lyssavírus, o qual está inserido na família Rhabdoviridae (Rhabdo=bala). A família tem este nome devido ao formato de seu virion. Este é um vírus RNA envelopado, em forma de projétil, que infecta um número muito grande de hospedeiros. São observadas algumas diferenças anigênicas entre os grupos maiores de vírus. O vírus da raiva possui pouca resistência ao meio ambiente, podendo sobreviver menos de 24h em uma carcaça a 20C, embora possa sobreviver mais se esta for refrigerada. Esta característica não impede o diagnóstico uma vez que antígenos virais, usados na imunofluorescência podem ser detectados de 5-7 dias a 25C. A luz solar , o ressecamento, o calor e os desinfetantes, formalinas, fenois, halogêneos e mercuriais, podem destruir facilmente o vírus. EPIDEMIOLOGIA Todas as espécies animais de sangue quente podem ser infectadas e a susceptibilidade é totalmente variável de acordo com o tipo de vírus, quantidade de vírus inoculada e sitio da mordida e idade do hospedeiro. Gambás e aves apresentam maior resistência. Caninos, felinos, cavalos, ovinos, caprinos e primatas são mais resistentes que os canídeos silvestres, furões, raccons, bovinos e morcegos. Os animais silvestres são ainda os principais reservatórios da enfermidade, porém o prinicpla reservatório para o homem sejam os animais domésticos. Contudo, com a implementação de programas de vacinação anti-rábica dos cães a prevalência da raiva humana tem diminuído consideravelmente. O período de incubação pode ser longo, variando de 3-8 semanas. A localização da mordida é fundamental para agilizar o processo, logo mordidas na cabeça e pescoço estão associadas a períodos de incubação menores. A transmissão da raiva ocorre pela mordida de um animal infectado, que contenha o vírus na sua saliva. De forma menos comum, o vírus pode ser disseminado por cortes ou feridas na pele, ou através de membranas mucosas, ou até mesmo transplante de órgãos. No laboratório, são necessárias diversas precauções. A transmissão transplacentária do vírus é controversa, mas tem sido bem comprovada em morcegos. As espécies de morcego transmissoras da raiva são as hematófagas, entre elas Diphyla ecaudata, a Diaemus youngii e o Demodus rotundus. São morcegos de tamanho médio, orelhas pequenase levemente pontiagudas. Os dentes incisivos são maiores e desprovidos de membrana interdigital. O lábio superior apresenta um sulco mediano. Os morcegos geralamente mordem os bovinos em locais de difícil defesa dos animais, como região cervical, flancos, orelhas e alguns pontos dos membros. Eles atacam sempre o mesmo animal, num período de 48 horas. A raiva na América Latina é responsável pela morte de 50mil cabeças bovinas ao ano, um prejuízo da ordem de 50 milhões de dólares. PATOGENIA Após a infeccção IM (mordida) o vírus atinge a porta de entrada do sistema nervoso central, que se localiza na s terminações nervosas. Pode haver replicação nos miócitos. O SNC central é atingido pela infecção da medula. O vírus viaja nas fibras nervosas numa velocidade de 100mm por dia. A maior inervação do local da mordida pode reduzir o período de incubação. Com a evolução da infecção nervosa o vírus atinge o encéfalo, afetando os neurônios motores e podendo levar o animal a paralisia. NO SNC são observadas a intensa apoptose, morte celular precoçe e necrose neuronal. Ao mesmo tempo que o vírus é associado com sinais nervoso de fúria o vírus é disseminado em altas quantidades pela saliva. Este processo pode durar vários dias (2 semanas). A morte pode ocorrer antes da disseminação viral. Existem raros casos de raiva latente ou crônica e a recuperação tem sido reportada, tanto no ser humano, como nos animais, dependendo do local da mordida, quantidade de vírus inoculada e status imune do hospedeiro. SINAIS CLÍNICOS Podem ser divididos em três estágios Prodrômico: Antes de manifestar a doença típica. Ocorrem desordens gastrointestinais, salivação, dilatação das pupilas, febre, anorexia, adipisia (hirofobia), procura de isolamento, evidenciada micção, ereção nos machos e apetite sexual. Este período dura de 1-3 dias. Bovinos batem a cabeça e a doença progride rapidamente para paralisia e óbito nos 10 primeiros dias. Paralítico: Paralisia precoce da garganta e músculos mastigatórios, salivação profunda, espasmo no esôfago. A queda da mandíbula é comum e esta fase é muito perigosa pois muitas pessoas irão procurar corpos estranhos na cavidade oral. A morte pode ocorrer em horas. Excitação ou Fase Furiosa: também conhecida como síndrome do cachorro louco, o animal torna-se agressivo, ocorre dilatação das pupilas fotofobia, ansiedade, alaridos e ataques. Cães nesta fase geralmente não ficam vivos mais que 10 dias e a morte é conseqüência da paralisia progressiva. Nos bovinos há flacidez da musculatura do trem posterior sialorréia e intensa incoordenação motora. Nas pessoas os sinais da raiva são similares aos de cães e gatos. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, nevralgia e hiperestesia do local da ferida. Os individuos acometidos salivam muito e recusam a ingestão de água. Ocorre a fase furiosa, que progressivamente evolui para forma paralítica, coma e morte. DIAGNÓSTICO
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