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Alvenaria Condições técnicas de execução, Notas de estudo de Engenharia Civil

Alvenaria Condições técnicas de execução, tipos de alvenaria,patologias durante o processo de execução

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 22/11/2009

leonaldo-antonio-dos-santos-silva-s
leonaldo-antonio-dos-santos-silva-s 🇧🇷

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Baixe Alvenaria Condições técnicas de execução e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! Alvenarias Condições Técnicas de Execução Série MATERIAIS joão guerra martins Versão provisória (não revista) Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 2 Alvenarias Definição Apresentam-se duas definições sobre este tema: • As alvenarias são maciços construídos de pedras ou blocos, naturais ou artificiais, ligadas entre sí de modo estável pela combinação de juntas e interposição de argamassa ou somente por um desses meios; • Alvenaria é o termo que designa as paredes executadas com pedra, tijolo ou blocos de cimento e que, travados em sobreposição por meio de argamassas, servem para a execução de edifícios. • Introdução Nos últimos anos os traçados das redes internas das instalações técnicas aumentaram significativamente, bem como a quantidade dos aparelhos de comando ou de utilização no interior das habitações. Das soluções tradicionais passámos à necessidade de prever instalações telefónicas em todos os compartimentos, várias tomadas por compartimento, redes de aquecimentos, de música ambiente, iluminação decorativa e aumento do número de instalações sanitárias. Estas redes implicam espaços mais amplos nas paredes interiores, sem que o sistema tradicional de construção tenha sido adoptado para o efeito. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 5 Fig. 2 - Parede dupla Nas condições referidas a parede terá a espessura final de 35cm no limpo. Nas paredes expostas a Norte e decorrente do estudo do comportamento térmico, poderá ser utilizada uma solução do tipo indicado na (figura 3). Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 6 Fig. 3 - Parede dupla exposta a Norte Na parte inferior da caixa-de-ar deverá ser executado uma caleira para recolha de eventuais águas provenientes de infiltrações ou de condensações, sendo desejável a drenagem das caleiras para o exterior através de furos e tubos colocados na alvenaria exterior. Recentemente foram introduzidas no mercado soluções de isolamento da caixa de ar através da projecção de poliestereno sobre a face interior da alvenaria exterior. 2.2 - Alvenarias interiores Devido á necessidade de embeber as redes nas paredes interiores, a espessura das paredes separadoras e confinantes dos compartimentos que possuam tubagens de instalações especiais, tais como as cozinhas e as instalações sanitárias, deverão ser Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 7 estudadas com muito rigor, uma vez que as espessuras habitualmente apresentadas são insuficientes. A quantidade de roços é em número tão elevado que obriga à quase total reconstrução das paredes já executadas (figuras 4 e 5). Fig. 4 – Parede com roços Fig. 5 – Parede com roços Deverá ser estudada a compatibilização sistemática entre os projectos de arquitectura e das redes de esgotos, de águas e eléctricas, tendo como objectivo garantir uma adequada espessura das paredes para comportarem as diferentes tubagens. Um dos aspectos relevantes a ter em conta, e que foi agravado pelo acréscimo das redes internas, é a possibilidade das mesmas serem perfuradas pelos futuros utilizadores das habitações, decorrentes da sua adequação funcional. Neste contexto destacam-se como frequentes as perfurações de tubagens nas situações seguintes: Instalações de esquentadores e de caldeiras mural; Fixação de móveis de cozinha; Colocação de toalheiros; Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 10 As alvenarias só deverão ser executadas depois de terminada a estrutura e por ordem inversa, isto é, de cima para baixo. Esta prática é em geral, impossível, recomendando-se em alternativa a construção de piso sim, piso não, ou ainda, começando do 3º para o 1º, depois do 6º para o 4º e assim sucessivamente. O revestimento só deverá ser efectuado no fim da construção integral das alvenarias, porque o fecho superior destas – no remate à viga ou piso superior, por exemplo – só deve ser feito quando todas as alvenarias estiverem executadas ou pelo menos 50% destas, e de preferência de cima para baixo. Recomenda-se ainda que nenhuma alvenaria seja fechada antes de decorridos 14 dias após a execução da última fiada. Fig. 6 Fig. 7 X – alvenarias a executar depois da estrutura concluída Figs. 6 e 7 – Exemplos de alternativas à execução das alvenarias a partir do último para o 1º Piso. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 11 3.3 – Características essenciais dos tijolos cerâmicos para alvenarias Regularidade na forma e dimensões; Arestas vivas e cantos resistentes; Som "claro" quando percutido; Resistência suficiente para resistir esforços de compressão Ausência de fendas e cavidades; Facilidade no corte; Homogeneidade da massa e cor uniforme; Pouca porosidade (baixa absorção). 3.4 – Correcta execução de alvenaria de tijolos cerâmicos Efectuar a "marcação" das paredes com base na planta baixa (arquitectónica) da edificação, executando os cantos e, logo após, a primeira fiada com argamassa e com o auxílio de linha, esquadro, prumo e nível; Nas extremidades da parede suspendem-se prumadas de guia, controlando com o prumo e assentando os tijolos alternados. Executar todas as fiadas, seguindo um fio de nylon nivelado de acordo com as prumadas-guia das extremidades. Uma parede bem executada é plana, vertical, sem ondulações e necessita de pouca espessura de argamassa de revestimento 3.5 – Tipos de argamassas mais utilizadas cimento, cal e areia na proporção 1 : 2 : 9 em volume; O enchimento da parede também pode ser feito com uma argamassa aditivada que, aquando da sua secagem, aumenta o seu volume. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 12 3.6 – Tipos de blocos e tijolos mais utilizados 3.6.6.1 - Bloco de betão estrutural Aplicação em alvenaria estrutural armada e parcialmente armada. Permite que as instalações eléctricas e hidráulicas fiquem embutidas já na fase de levantamento da alvenaria. 3.6.2 - Bloco de betão de vedação Para fechamento de vãos em prédios estruturados. Devem ser observados os vãos entre vigas e pilares, de modo a propor vãos modulados em função das dimensões dos blocos. 3.6.3 - Bloco cerâmico de vedação Deve-se procurar a modulação dos vãos, apesar de ser mais fácil o corte neste tipo de bloco. Dimensões mais encontradas (cm): 9x19x19 e 9x19x29. 3.6.4 - Tijolo cerâmico maciço Empregado geralmente para alvenaria de vedação ou como estrutural para casas térreas. Devido às suas dimensões, a produtividade da mão-de-obra na execução dos serviços é mais baixa. Os tijolos maciços também são usados em alvenaria aparente. Dimensões (cm): 5x10x20 aproximadamente. 3.6.5 - Bloco silico-calcáreo Empregado como bloco estrutural ou de vedação. Mistura de cal e areia silicosa, curadas em autoclaves, com vapor e alta pressão e temperatura. Também conhecidos como blocos de betão celular autoclavados. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 15 As possíveis retracções; Á sua aderência; Á sua capacidade de retenção de água; Á trabalhabilidade; Depois de efectuados os testes, aos desempenhos das argamassas nos critérios acima referidos, estas devem cumprir também as seguintes condições: As argamassas de assentamento das alvenarias serão realizadas com Cimento Portland Normal (CPN) e areia, ao traço 1:5, ou ao traço 1 :5:5 de CPN, cal e areia. A sua aplicação deve respeitar sempre as indicações do fabricante e deverão estar adequadas aos diferentes tipos de trabalho. A espessura dos leitos e juntas não deverá ser superior a 0.01 m. A espessura das massas de assentamento, de alvenarias de pedra, tijolo ou betão estrutural, são variáveis de acordo com as peças mas nunca inferiores a 0.02m e superiores a 0.04m. Deverá existir um especial cuidado no aprovisionamento das matérias-primas. No caso de duas areias diferentes, estas deverão estar convenientemente separadas e deve evitar-se qualquer tipo de contaminação. Deverá também existir um cuidado especial no aprovisionamento dos ligantes hidráulicos. Se o fornecimento destes for em sacos, estes deverão ser armazenados num Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 16 espaço fechado, assentes sobre um estrado com boa ventilação. Deve garantir-se que a pressão exercida sobre os sacos que ficarem debaixo não seja excessiva. Deverá igualmente garantir-se que os adjuvantes se mantenham nos recipientes vindos de fábrica, para que não haja qualquer contaminação destes produtos. Os trabalhos de assentamento têm baixos consumos de argamassa (cerca de 10 a 15 litros de argamassa por m2 de alvenaria), pelo que se deve considerar pequenos volumes. É de ter em atenção que na evolução de uma argamassa, após o seu fabrico, temos um período dormente, um período de presa, com o respectivo início e fim, e um posterior período de endurecimento. As argamassas devem ser utilizadas antes do início de presa. 4.1 - Verificação e controlo das argamassas 4.1.1 - Estado fresco O estado fresco de uma argamassa define-se pela sua trabalhabilidade, sendo esta a primeira característica e a introdutora de todas as outras. Uma argamassa que não possua boa trabalhabilidade, será difícil de aplicar e tornar-se mais porosa do que o desejável. Existe um aparelho de laboratório, a chamada mesa de espalhamento, que nos permite uma boa avaliação da trabalhabilidade de uma determinada argamassa, (flow-test). 4.1.2 - Estado endurecido Deverá proceder-se a uma recolha, para fazer uma escolha racional dos produtos mais adequados, nomeadamente no que diz respeito á: Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 17 Resistência à flexão; Resistência à compressão; Retracção; Arranque (pull-off); Determinação do módulo de elasticidade (dinâmico). 5 - Assentamento de tijolos 5.1 - Tarefas preliminares Antes de se iniciar a execução das paredes de alvenaria, cujas tarefas e etapas são descritas nas alíneas seguinte, é necessário realizar diversas verificações preliminares. Verificar o estado da estrutura (geometria, desempeno e alinhamentos); Verificar a necessidade de uma reparação pontual da estrutura, e se decorreram 3 dias após a eventual reparação; Verificar a limpeza e nivelamento dos pavimentos; Verificar se as peças de betão armado foram chapiscadas e se decorreram pelo menos 3 dias após essa operação; Verificar se existem ferros de espera na estrutura para ligação das alvenarias (se estiverem previstos em projecto); Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 20 5.3 - Levantamento de paredes em zona corrente 5.3.1 - Conceitos Gerais A espessura da alvenaria é definida pela dimensão do tijolo, medida perpendicularmente ao paramento vertical da parede. Assim, em função deste posicionamento, as paredes podem designar-se, no que se refere á espessura em, paredes a um quarto de vez, a meia vez e a uma vez, no caso do tijolo ser assente com a sua menor dimensão, (largura ou comprimento), perpendicularmente à face da parede. A combinação do posicionamento de dois tijolos, na mesma fiada, conduz a paredes de uma vez e meia, duas vezes, etc. 5.3.1.1 - Marcação e 1ª fiada Depois de se ter verificado (ou corrigido) o nivelamento do pavimento (térreo ou elevado), com uma régua de 2 metros, marca-se as paredes de acordo com o projecto de execução (plantas, alçados e cortes). Na realização desta marcação (em planta), aplica-se uma fina camada de argamassa de cimento e areia (com largura compatível com a espessura da parede a marcar), na qual é implantada em primeiro lugar os ângulos (geralmente esquadrias), e de seguida os alinhamentos rectos (ou curvos) e a localização das aberturas (estas têm uma tolerância de + 5 mm). Os ângulos são geralmente marcados com o assentamento de 2 tijolos, a partir dos quais são traçados os restantes alinhamentos no pavimento, quer este seja efectuado por "batimento" de um fio pigmentado bem esticado, quer por utilização de uma régua ou por um riscador de aço. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 21 A ortogonalidade das paredes pode ser verificada com um esquadro rígido, e não deve apresentar desvios superiores a 2 mm/m. Fig.10 - Marcação e 1ª fiada de paredes simples no interior 5.3.1.2 - Marcação em altura e nivelamento Realizada a 1ª fiada, torna-se necessária a marcação em altura da parede de modo a garantir a horizontalidade das fiadas e a verticalidade do paramento. Para tal, recorre-se ao uso das “fasquias” nas quais são marcadas as fiadas de tijolo a realizar. Esta divisão em altura, que também visa minimizar o número de fiadas a realizar com tijolos cortados, é realizada por tentativas sucessivas com a fita ou com o compasso, sendo esta condicionada pela altura dos peitoris das janelas, padieira dos vãos e pelo pé-direito da parede. O “cordel” esticado entre fasquias permite uma constante verificação do nivelamento pretendido das juntas horizontais, e com o auxílio do fio-de-prumo, a sistemática verificação da verticalidade do pano da parede. Este procedimento facilita e melhora os tempos de execução, (não dispensa o uso do nível e do fio de prumo) e garante ainda a correcta interligação das fiadas na junção de duas paredes. Face ao peso próprio da alvenaria e ao ritmo de presa da argamassa, num dia de trabalho não deve ser executada uma altura superior a 1,60 m de parede, o que corresponde a cerca de 4 fiadas por período de trabalho (meio dia). Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 22 Fig.11. Verificação de aprumo a alinhamento de uma parede. 5.3.1.3 - Elevação da parede 5.3.1.3.1 - Molhagem previa Os tijolos, antes de serem assentes, devem ser molhados. Quando não é efectuada uma molhagem previa aos tijolos, estes absorvem parte da água da amassadura da argamassa. Esta por sua vez, sem a água necessária, em vez de adquirir a dureza necessária, torna-se desagregável. A melhor aderência entre os tijolos e a argamassa obtêm-se com teores médios, sendo recomendado o uso de retentores de água nas argamassas de assentamento. A porosidade excessiva, como se referiu, também é prejudicial, porque pode retirar água em excesso da argamassa, que seria necessária para as reacções de hidratação. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 25 5.3.1.3.4 – Processos de assentamento de tijolos maciços Argamassa rebatida com a colher 1º método Argamassa abundante Argamassa aplicada no tijolo com a colher 2º método Fig. 14 – Métodos para assentamento de tijolos maciços 5.3.1.3.4.1 – Assentamentos tradicionais e especiais de tijolos maciços a chato 1/2 vez Ajuste a chato 1 vez Fileira ímpar em planta Fileira par em planta Ajuste Para paredes de 22 a 25 cm de espessura Fig.15 – Ajuste normal de tijolos maciços Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 26 Fileira ímpar em planta Fileira par em planta Ajuste inglês ou gótico Para paredes de 22 a 25 cm de espessura Fig. 16 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços Fileira ímpar em planta Fileira par em plantaAjuste francês Para paredes de 34 a 38 cm de espessura Fig.17 – Ajuste francês de tijolos maciços Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 27 Fileira ímpar em planta Fileira par em planta Ajuste inglês ou gótico Para paredes de 34 a 38 cm de espessura Fig. 18 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços Ajuste de pilares de tijolos maciços Para pilares de 25x25 cm Fiada par Fiada ímpar Fiada par Fiada ímpar Para pilares de 38x38 cm Fiada par Fiada ímpar Para pilares de 50x50 cm Fig. 19 – Ajuste em pilares para tijolos maciços Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 30 5.3.1.3.5 - Correcção do posicionamento Qualquer erro no posicionamento inicial do tijolo que não possa ser corrigido com ligeira percussão, deve ser corrigido mediante o levantamento do tijolo, retirando completamente a argamassa das juntas e tornando a executar a operação com argamassa fresca. A tentativa de bascular o tijolo em torno do seu eixo longitudinal, para obter a verticalidade, ou eventual percussão acidental depois do assentamento, conduzem com frequência ao abaulamento transversal da junta da argamassa, reduzindo o desempenho da junta (resistência, isolamento térmico e acústico, resistência à passagem da água, etc.). 5.3.1.3.6 - Cunhais Nos cunhais e ângulos das paredes deverá existir um cuidado especial de modo que os tijolos fiquem bem travados entre si, usando-se para tal meio tijolo ou três quartos de tijolo para se conseguir o desencontro vertical das juntas. Nos cunhais das paredes de fachada, ombreiras e outras extremidades de parede em contacto com o exterior, é fundamental que o tijolo não fique com furos voltados para o exterior. Na ausência de tijolos de formato especial para estas situações, pode usar-se o tijolo furado corrente, ao alto (furação na vertical) cortado para as dimensões convenientes, mas sempre devidamente travado. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 31 Fig. 23 - Cunhal mal executado e esquema do princípio para uma correcta execução. Nos cunhais, como nos resultantes cruzamentos de paredes é muito vantajoso que as fiadas das duas direcções estejam niveladas, para permitir um adequado travamento. Quando se pretender uma maior rigidez da ligação, podem aplicar-se grampos metálicos na junta horizontal por forma a ligar as duas paredes. 5.3.1.3.7 - Verificação do levantamento de paredes Terminada a execução de cada pano de parede é necessário proceder ás seguintes verificações: Alinhamento da parede com as paredes confinantes do mesmo piso e com a estrutura; Alinhamento com as paredes dos outros pisos, em particular nas fachadas; Aspecto geral das juntas (sem rebarbas, sem irregularidades e com espaçamento regular); Dimensão das juntas horizontais (tolerância da ordem de 3mm); Completo preenchimento das juntas verticais de ligação à estrutura de betão armado; Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 32 Confirmação das características necessárias à aplicação do revestimento previsto (porosidade, rugosidade, aprumo). 5.3.1.4 – Paredes duplas Devem ser adoptadas as mesmas medidas e precauções descritas para as paredes simples, com as seguintes particularidades: A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que se segue a execução da 18 fiada interior; A seguir executa-se a meia cana ou caleira que remata o fundo da caixa-de-ar e assenta- se a 18 fiada exterior, com aplicação de tubos de drenagem (em plástico) salientes para o exterior (espaçados em cerca de 2 metros); Os tubos de drenagem devem recolher as águas do fundo da caleira, que deve ter a inclinação e impermeabilização adequadas, e conduzi-las ao exterior, com uma saliência em relação ao revestimento final não inferior a 15mm. Face à eventual incerteza relativa à espessura dos revestimentos, os tubos devem ficar mais compridos, para posterior alinhamento por corte. A execução das paredes duplas devem ter em conta os seguintes aspectos, para se poder proceder à limpeza: Protecção da caldeira com forra de papel, a retirar posteriormente por aberturas provisórias na 1ª ou 2ª fiada exteriores; Utilização de uma régua horizontal, com a largura da caixa-de-ar, suspensa, que vai recolher os restos de argamassa que caem na caixa-de-ar, sem que estes atinjam a caldeira; Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 35 fiadas acima do terreno, em particular quando o nível freático é elevado ou existem condições favoráveis à infiltração no solo junto às paredes; As paredes enterradas, devem ser impermeabilizadas em todas as superfícies em contacto com o terreno. 5.3.1.6 - Vãos e corte de tijolo O corte de tijolo pode ser feito manualmente com pequenos golpes de martelo ou por meios mecânicos (serra circular com arrefecimento a água), mais rentáveis e com menor desperdício de material, permitindo o total desempeno da face de corte. Quer na ligação às estruturas de betão armado, quer nos vãos, o topo cortado deve ficar voltado para o interior da parede, isto é, deve constituir a última junta vertical interior e não a ligação ou extremidade. Na execução de vãos devem usar-se moldes ou pré-aros indeformáveis que permitam a execução da parede nas dimensões exactas, evitando posteriores demolições ou enchimentos. 5.3.1.7 - Roços para alojamento de cabos e tubagens As tubagens embutidas nas paredes só deverão ser executadas aquelas que estão previstas no projecto, incluindo as zonas de cruzamento e atravessamento. O planeamento dos traçados e a sua marcação devem ser rigorosos e a abertura limitada ao mínimo indispensável, sem deteriorar os tijolos e juntas confinantes. Em paredes de espessura reduzida deve evitar-se a execução de roços, em particular se não forem verticais. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 36 Em qualquer parede, os roços não devem afectar, se possível, mais do que um alvéolo do tijolo, tendo o cuidado, todavia, de recobrir convenientemente as tubagens para evitar a fissuração do revestimento posterior. Quando é necessário abrir roços de maior dimensão, pode ser útil preencher o roço com argamassa e pequenos fragmentos de tijolo, reduzindo a quantidade da primeira e, consequentemente, os riscos de fissuração por retracção. Fig. 29 Fig. 30 Fig. 31 Figs. 29, 30 e 31 - Abertura de roços com diferentes graus de danos. 5.4 - Colocação de materiais de isolamento térmico 5.4.1 - Isolamento térmico na caixa-de-ar 5.4.1.1 - Materiais rígidos A colocação deste tipo de placas na caixa-de-ar de uma parede dupla deve obedecer às seguintes exigências gerais: O material deve ser imputrescível e indeformável (nas condições de aplicação e de serviço) e apresentar, de preferência, uma reduzida absorção de humidade (uma vez que em geral não está garantida a total estanquidade da parede exterior, que os fluxos de Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 37 vapor de água que atravessam a parede podem ser significativos e que a resistência térmica diminui com o aumento do teor de humidade). As placas de isolamento térmico devem estar aprumadas, encostadas à parede interior (com uma caixa de ar livre remanescente de 2 a 7 cm) e cobrir toda a sua superfície; As placas devem constituir uma barreira contínua sem juntas verticais ou horizontais abertas entre elas, de modo a impedir fenómenos de conservação entre as suas duas faces. A colocação das placas rígidas do isolamento deve ser coordenadas com sequência de operações da execução das alvenarias, uma vez que inviabiliza, por exemplo, o levantamento simultâneo dos 2 panos de parede (exterior e interior). Em geral a marcação da 2ª fiada dos 2 planos de parede e à execução da caldeira de drenagem, à qual se segue a elevação do plano exterior. Para manter as placas de isolamento térmico afastadas da parede exterior terá de se utilizar um dos seguintes processos: Atravessamento do isolamento pelos grampos de ligação das duas paredes, previamente fixados nas juntas da parede exterior e que serão posteriormente inseridos nas juntas horizontais a construir depois da colocação do isolante. Utilização de espaçadores metálicos ou de plástico, ligados ou não à parede exterior, com um batente (anilha) de posicionamento do isolante, com eventual ajuste através de rosca; Utilização de calços fabricados no local (eventualmente a partir de tiras de isolante excedente) colocados à placa pela face exterior. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 40 5.5 – Patologias em alvenarias 5.5.1 – Possíveis patologias As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser proveniente: a) Do solo (eflorescências junto ao chão); b) Por infiltração (manchas de água); c) Por condensação (fungos ou bolores); d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem ter diversas designações em função da sua abertura, podendo identificar-se como: Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm; Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm; Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm. As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou profundas – quando a sua extensão atinge os elementos estruturais. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 41 Fig. 36 – Alvenaria com manchas de água 5.5.2 – Causas para as patologias As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes: a) Nas paredes em contacto com o solo a água sobe arrastando sais que se depositam á superfície. b) Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos ou do entupimento das tubagens. c) Deficiente isolamento térmico das paredes. d) Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção térmica, ou deficiências estruturais do edifício. Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II Alvenarias 42 Fig. 37 – Alvenaria exterior sem caixa-de-ar, (não evita infiltrações de água) 5.5.3 – Soluções para as possíveis patologias Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a causa. No que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções encontradas são as seguintes: a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos impermeabilizantes. b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas. c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na envolvente exterior dos edifícios. d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução passa pela limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no mercado. Nos casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da estrutura.
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