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Utilização dos defensivos agrícolas no brasil, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Consumo e produção de defensivos agrícolas no Brasil

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 27/12/2009

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Baixe Utilização dos defensivos agrícolas no brasil e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! UTILIZAÇÃO DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NO BRASIL Análise do seu Impacto sobre o Ambiente e a Saúde Humana Autor: Prof. Claud Ivan Goellner Eng° Agr° MS. Professor Titular da Disciplina de Toxicologia e Ecotoxicologia da Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo, RS INTRODUÇÃO "A filosofia do risco zero é politicamente inadequada, socialmente suicida e cientificamente ingênua”. Claud Goellner Certamente, nos dias de hoje, estamos vivendo e vivenciando a chamada era do Holocausto Químico, onde toda e qualquer substância produzida pelo homem é contestada quanto aos seus efeitos nocivos ao mesmo e ao ambiente. Sem dúvida nenhuma, um dos grupos mais contestados no momento é o dos defensivos agrícolas, que tem levantado as maiores polêmicas e controvérsias, quase todas elas, sem base científica e sendo alvo de especulações. Este trabalho busca analisar o uso dos defensivos agrícolas no Brasil e seus impactos na saúde e no ambiente, tomando como base os dados técnicos existentes e os seguintes aspectos: 1. Consumo e Produção de Defensivos Agrícolas 2. Perdas na agricultura ocasionadas por insetos, doenças e plantas invasoras 3. Intoxicações com Defensivos Agrícolas 4. Resultados existentes no Brasil sobre resíduos de defensivos agrícolas em alimentos 5. Descarte de Embalagens 6. Riscos dos Defensivos Agrícolas para o homem e o ambiente Esperamos que o mesmo possa contribuir para uma análise mais técnica deste problema e que a realidade possa ser discutida com mais profundidade. 1. CONSUMO E PRODUÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Como mostra a Tabela 1, o consumo de defensivos agrícolas passou, no Brasil, de 27.728,8 toneladas em 1970 para 80.968,5 toneladas dez anos depois, fenômeno estreitamente relacionado com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar e da soja. Mas no início da década de 1980 aparece uma tendência à queda no uso desses insumos, decorrente de fatores como a elevação de preços (Figura 1), a redução da disponibilidade de crédito para custeio e o corte de subsídios ao crédito rural (com a consequente elevação da taxa de juros para o setor). A melhoria no manejo dos defensivos (evitando gastos desnecessários), o surgimento de técnicas alternativas de combate às pragas e outros fatores de natureza tecnológica também podem ter exercido influência, embora pequena, sobre a contração do consumo, fenômeno responsável, já em 1982, pela existência de uma imensa capacidade ociosa no setor. Tabela 1: Consumo de defensivos agrícolas no Brasil no período de 1970-1991. (Em toneladas de ingrediente ativo): Ano Consumo Aparente Incremento Relativo % Ano/ Ano 1970 27.728 - 1971 35.658 + 28,6 1972 62.441 + 75,1 1973 62.158 - 0,45 ____________________________________________________________________ 1974 79.456 + 27,82 1975 60.592 - 31,13 1976 54.965 - 10,23 1977 68.734 + 25,0 1978 79.768 + 16,05 1979 79.990 + 0,27 1980 80.968 + 1,22 1981 59.369 - 36,38 1982 42.533 - 39,58 1983 34.390 - 23,67 1984 50.224 - 46,04 1985 43.081 - 16,58 1986 55.221 + 28,15 1987 44.135 -25,11 1988 45.208 + 2,43 1989 48.413 + 7,08 1990 49.695 + 2,64 1991 60.188 + 21,11 Aumento Acumulado (1970/1991) 117,06 Figura 1: Variação no preço real de uma tonelada de ingrediente ativo no Brasil: Fonte: Andef, 1986 No entanto, as diferentes culturas e regiões agrícolas não seguem necessariamente o mesmo padrão no que diz respeito à sua demanda por defensivos, fazendo com que o comportamento global do mercado não seja um indicador seguro das variações ocorridas em cada produto ou em cada área do território nacional. A introdução de inovações tecnológicas e o advento de outros tipos de estímulo (aumentos de preços dos produtos, por exemplo) tendem a ser individualizados, por vezes induzindo a que certas culturas contrariem a tendência em geral do setor no que diz respeito ao uso de insumos. Por isso, a queda verificada em 1981 e 1982 no uso das três classes de defensivos - inseticidas, herbicidas e fungicidas - não se distribui por igual, chegando a haver, por exemplo, aumento do consumo de herbicidas na cana-de-açúcar (fortemente incentivada pelo governo) e de fungicidas no cacau (cujo preço internacional aumentou). Entre os defensivos, apenas alguns tipos de inseticidas eram produzidos no Brasil até o início da década de 1970. A política de isenção de impostos para a importação de formulados e de diversos produtos técnicos foi substituída por uma orientação que privilegiava os incentivos à importação de matérias-primas, tendo em vista a diversificação da capacidade produtiva instalada no país. Como resultado, aumentou a produção nacional de defensivos (e, dentro dela, como mostra a Figura 2, a participação relativa de herbicidas e fungicidas) e houve nítida modificação no perfil de importação dos componentes (Tabela 2). Até esbarrar, em 1980, em uma retração do mercado, a produção desses insumos experimentou rápida evolução, embora isso não tenha traduzido uma clara tendência de menores compras no mercado internacional. No entanto, deve-se registrar que, na pauta de importação do setor, as matérias- primas passaram a ocupar lugar destacado, redefinindo, mas não eliminando, nossa dependência externa. Apesar de uma nítida evolução percentual da participação da produção nacional no consumo interno, mostrada na Tabela 2, também não houve significativa transferência de tecnologia. Tabela 2: Participação percentual da produção nacional no consumo aparente de defensivos agrícolas em termos de ingrediente ativo. Defensivos Agrícolas 1965 1970 1976 1980 1982 1984 1986 1987 1988 1989 1990 Inseticidas 31.5 32.3 31.7 35.8 59.8 69.2 59.8 57.7 59.9 59.4 88.4 Fungicidas - 21.2 50.4 65.1 81.7 87.2 85.8 89.3 89.5 87.0 88.7 ____________________________________________________________________ Tabela 7: Consumo de defensivos agrícolas no Brasil em 1984 (toneladas) por região: Região Inseticidas Fungicidas Herbicidas Total % Norte 310 57 234 601 0.48 Nordeste 5.294 1.306 2.723 9.323 7.52 Sudeste 7.192 1.577 2.404 11.173 9.0 Centro Oeste 3.060 271 2.670 3.736 3.0 M. Grosso do Sul 2.556 379 2.833 5.768 5.0 São Paulo 21.439 13.723 9.255 44.387 36.0 Paraná 6.232 4.259 10.565 25.541 21.0 S. Catarina e R. G. do Sul 8.847 1.613 11.902 22.362 18.0 Total Brasil 59.415 23.185 42.556 125.156 100.0 FONTE: ANDEF, 1984. Na Tabela 8 é apresentado o consumo de defensivos agrícolas em termos de ingrediente ativo para o período de 1984-1990. Houve um decréscimo no consumo de 1% enquanto que a área cultivada aumentou 5,2%, sendo que o mesmo, em termos de i.a/ha, baixou de 1,34 kg/ha para 1,26 kg/ha em 1990, com uma queda de 5,9%. Esta queda, provavelmente, deveu-se a uma redução no número de aplicações pela introdução do manejo integrado em soja, algodão, citrus e café, controle biológico em cana e trigo, uso de Baculovirus em soja, uso de produtos com eficiência biológica em baixas doses como herbicidas pós-emergentes, fungicidas triazóis e inseticidas piretróides e difenil e/ou benzoiluréias. Outros fatores que podem ser enumerados são a redução de doses em muitos inseticidas de segunda geração em culturas como a soja, o fator econômico e as flutuações normais a que estão sujeitas pragas e doenças. Tabela 8: Consumo de defensivos agrícolas por hectare no período de 1984/1990: Ano Consumo (ton i.a) Área em mil/ha Consumo Kg i.a/ha 1984 50.224 37.224 1,34 1985 43.081 46.17 0,93 1986 55.211 40.558 1,36 1987 44.135 41.499 1,06 1988 45.208 43.096 1,04 1989 48.413 39.189 1,23 1990 49.695 39.187 1,26 Quanto a evolução em termos de consumo (i.a) por unidade de área das culturas com o maior consumo absoluto, temos que no caso dos herbicidas, para a soja houve uma diminuição de 32,5%, para a cana de 2,7% e um acréscimo de 227,2% em milho e 48,2% em arroz. A área cultivada de soja aumentou 21,87%, e a de cana 16,82%, a de milho baixou 5,23% e a de arroz baixou 26,2% (Tabela 9). Tabela 9: Consumo de defensivos agrícolas em kg ia/ha para as principais culturas no Brasil e variação percentual na área cultivada. Grupo Defensivo Agrícola/Cultura Consumo Kg i.a/ha Variação Percentual Consumo Variação Percentual Área cultivada 1984 1990 HERBICIDA Soja 0,86 0,58 - 32,5 21,87 Cana 1,48 1,44 - 2,7 16,82 Milho 0,11 0,36 227,2 - 5,23 Arroz 0,56 0,83 48,2 - 26,2 FUNGICIDAS Batata 10,70 16,55 54,7 16,82 Citrus 6,40 2,30 - 64,0 44,1 Tomate 22,60 28,20 24,8 17,30 Café 0,72 0,41 - 43,0 16,0 INSET/ACARICIDA Soja 0,38 0,28 - 26,3 16,82 Citrus 5,88 9,39 59,7 44,1 ____________________________________________________________________ Algodão 1,24 2,05 65,3 - 14,76 Café 0,21 0,60 185,7 16,0 Com relação aos fungicidas, a batata registrou um aumento de 54,6% para um aumento na área de 16,82%, citrus um decréscimo de 64% para um aumento de 44,1% na área cultivada, o tomate um acréscimo de 24,77% no consumo para um aumento na área de 17,30%. O café teve um decréscimo de 43% para um aumento de 16%. Para os inseticidas, a cultura de soja teve um decréscimo de 26,31% para um aumento de 21,87% na área cultivada; citrus teve um acréscimo de 59,69%, o algodão um acréscimo de 65,3% para um decréscimo na área de 14,76% enquanto que o café 185,71% para um aumento na área de 16% (Tabela 9). Tabela 10: Consumo de Defensivos Agrícolas por unidade de área em alguns países em 1989: País Consumo de Defensivos (kg i.a/ha) Alemanha 4,27 Japão 10,0 Itália 5,92 EUA 5,50 URSS 3,26 Brasil 1,23 Reino Unido 4,65 Fonte: AGROW WORLD AGROCHEMICAL MARKETS, 1990. Na Tabela 10 observa-se o consumo médio de defensivos agrícolas em kg i.a/ha do Brasil comparativamente ao dos EUA e Japão. O Brasil apresenta um consumo 4,47 vezes menor por unidade de área que os EUA e 8,13 vezes menor que o Japão, comprovando que a idéia de que o País aplica uma quantidade absurda de defensivos agrícolas é totalmente errônea. O número de moléculas de defensivos agrícolas disponíveis ao agricultor brasileiro até 1988 era de 156. Se agruparmos estes 156 ingredientes ativos segundo a sua classe de uso, teremos o seguinte: Tabela 11: Número de moléculas de defensivos agrícolas registrados no Brasil: Classe Número Percentual Inseticidas 61 39,10 Herbicidas 52 33,33 Fungicidas 43 27,57 Total 156 100,00 Fonte: ANDEF, 1988 Se observarmos estes dados da Tabela 11, veremos que este arsenal representa um número de ingredientes ativos perfeitamente adequado às nossas necessidades, uma vez que a relação entre estas moléculas e as culturas de importância econômica demonstra bastante equilíbrio. Um outro aspecto que deve ser ressaltado é que em relação ao mercado internacional estamos usando em torno de 40% das moléculas disponíveis, o que sem dúvida nenhuma, contraria a idéia errônea e amplamente difundida, de que o Brasil é um "depositário" de moléculas de países desenvolvidos. Nestes últimos anos, o ingresso de produtos novos no mercado tem diminuído face às novas exigências de toxicologia e ambiente para registro destas moléculas. Podemos dizer que nestes últimos anos (1988-1991) o Brasil deverá registrar cerca de 15-20 novas moléculas o que não muda nossa posição em relação ao mercado internacional, uma vez que estas moléculas já estão registradas em outros países. Na Tabela 12 é apresentada a taxa de crescimento anual nas vendas de defensivos no mercado mundial, onde o Brasil apresentou uma taxa de 6,5%, comparativamente à Índia com 7%, Espanha com 5,5% e China com 5%. O Brasil em termos de consumo mundial está em quinto lugar com 5,3% onde os EUA e o Japão se destacam com ____________________________________________________________________ 28,8% e 13%, respectivamente. Estes dados reforçam a idéia que embora se considerando o consumo no Brasil, em termos absolutos, o mesmo não é elevado, quando comparado com outros países com área agrícola equivalente ou bem inferior e de clima frio ou temperado onde os problemas de pragas e doenças teoricamente são menores. Tabela 12: Incremento no consumo de defensivos agrícolas no mercado mundial no período 1985/1990 e consumo no ano de 1985. País Taxa Crescimento Anual (%) (1985-1990) % em Relação ao Consumo Mundial (1985) EUA 1.0 29,8 Japão 3.0 13,0 França 2.5 8,5 URSS 4.5 5,5 Brasil 6.5 5,3 Reino Unido 2.0 3,7 Canadá 2.5 3,4 Itália 3.5 3,2 Alemanha 1.0 3,1 Índia 7.0 2,7 China 5.0 2,6 Espanha 5.5 1,9 Austrália 4.5 1,8 Hungria 4.0 1,6 Coréia 3.5 1,4 México 2.0 1,2 Outros 4.5 12,4 Fonte: MYAMOTO, 1990 2. PERDAS NA AGRICULTURA OCASIONADAS POR INSETOS, DOENÇAS E PLANTAS INVASORAS Desde tempos mais remotos, os problemas fitossanitários têm causado inúmeros prejuízos à agricultura. Indubitavelmente, esta batalha persistirá, pois homem, pragas, patógenos e plantas invasoras têm em comum um princípio básico de busca: o alimento, sem o qual não sobrevivem. A maior expansão demográfica ocorrida no início deste século, a maior demanda de alimentos, o monocultivo, a abertura de novas fronteiras agrícolas em áreas tropicais e sub-tropicais, bem como as significativas modificações nos ecossistemas fizeram com que estes agentes biológicos e seus subsequentes danos abalassem a economia de diversos países, com enormes prejuízos. Os primeiros dados de perdas anuais na agricultura são apresentados por PIMENTEL (1972) para o período de 1904-1975 (Tabela 13). Tabela 13: Perdas anuais (%) na agricultura ocasionadas por insetos, doenças e plantas invasoras no período 1904 - 1975: Período INSETOS PATÓGENOS PLANTAS INVASORAS 1904 9.8 ND ND 1910-35 10.5 ND ND 1935-51 17.1 10.5 13.8 1951-60 12.9 12.2 8.5 1975 13.0 12.0 8.0 FONTE: PIMENTEL, 1972 ND = Não disponível Em geral os insetos foram os maiores causadores de perdas, seguidos pelos patógenos e plantas invasoras. Na Tabela 14, são apresentados dados de perdas na produção de algumas culturas pelo ataque de pragas e doenças, onde pode-se observar que mesmo para culturas de ____________________________________________________________________ O trabalho de Lorena (1977) citado por Rodrigues e Silva (1986), compreendendo seis regiões agrícolas do estado de São Paulo e o ano agrícola de 1975/76, mostrou um total de 7,3% trabalhadores rurais acidentados com 0,13% de mortes. Já o levantamento de Lopes (1982), realizado na região policultora de Botucatu (São Paulo), no período de julho de 1975 a dezembro de 1980, mostra que os instrumentos de trabalho (facão, tratores, etc.) foram responsáveis por 42,2% dos acidentes (GOELLNER, 1988). Um dado extremamente interessante é que o excesso de exercícios e de movimentos extenuantes ocorrem em 6,5% dos casos como causas dos acidentes. A intensidade do ritmo de trabalho, além de provocar acidentes de modo direto, também ocasiona o aparecimento da fadiga, que, freqüentemente, está associada aos demais acidentes (Tabela 19). Esses dados em geral foram confirmados por um outro trabalho realizado pelo mesmo autor. Entre as causas externas mais frequentes destacaram-se os acidentes com implementos e com peças cortantes no total de 76,3%, quedas acidentais - 8,4% e o excesso de movimentos extenuantes - 3,8%. Apenas 0.8% se deve a acidentes com animais peçonhentos e 1,6% a acidentes com defensivos (RODRIGUES & SILVA, 1986). Tabela 19: Acidentes de trabalho e doenças profissionais rurais, segundo a classificação de causas externas. Botucatu, SP, julho de 1985 a dezembro de 1986. Causas Externas de Lesões e dos Envenenamentos N° % Acidentes de transportes 24 8.2 Envenenamentos 4 1.4 Quedas e impactos acidentais de objetos ou pessoas 31 10.7 Acidentes causados por máquina 30 10.3 Acidentes causados por objetos ou instrumentos cortantes 127 43.5 Excesso de exercícios e de movimentos extenuantes 19 6.5 Outras causas, inclusive as não especificadas e sem informação 57 19.4 Total 292 100 FONTE: LOPES (1982). Com relação aos defensivos agrícolas, cabe ressaltar que, comparativamente aos demais, a incidência é bem menor, o contrário do que normalmente se comenta. Esses dados são reforçados pelo trabalho de Zuchi (1982) realizado em 27 municípios mineiros, em que os acidentes registra dos com defensivos agrícolas acusaram um percentual de 0,8% apenas, enquanto que o índice de 42% é atribuído a acidentes ocasionados por trabalhos desenvolvidos com ferramentas manuais (GOELLNER, 1988). Tais dados confirmam que, mesmo nas regiões mais modernizadas da agricultura brasileira, a grande maioria dos acidentes de trabalho continua a ser provocada pelas ferramentas manuais (RODRIGUES & SILVA, 1986). VIEIRA et alii (1983) ao realizar trabalho no estado do Paraná, confirma essas estimativas, onde o facão e a enxada foram responsáveis por 36 e 22,1%, respectivamente, dos acidentes com instrumentos cortantes. No que diz respeito aos defensivos agrícolas aparecem, em alguns trabalhos, como responsáveis por pequena incidência de acidentes, em outros, como o de VIEIRA et alii (1983) compreendendo o período de 1976/1982, no Estado do Paraná, esses representam 34,4% do volume total de acidentes, destacando-se em primeiro lugar (Tabela 20). Esses resultados, extremamente variáveis, podem ter várias causas: tamanho da população exposta, que é variável de ano para ano e de local para local; formas de como são utilizados os defensivos, principalmente, referindo-se aos cuidados para evitar acidentes, que são maiores ou menores, dependendo do tipo de agricultor e de assistência em cada região agrícola; toxicidade potencial dos produtos utilizados, metodologia e critérios para definir um quadro de intoxicação com o defensivo. ____________________________________________________________________ Quanto a esse último fator, tem-se observado o aumento no número de pesquisas que se baseiam na história do quadro clínico (queixa do agricultor). Tabela 20: Distribuição dos acidentes de trabalho no meio rural por ano e por tipo, no estado do Paraná - 1976 a 1982: Tipo de acidente Distribuição (%) * Mecânico 18,5 Com ferramentas manuais 17,3 Com aplicação de produtos químicos 34,3 Com animais peçonhentos 8,3 Por queimaduras 3,4 De transporte 10,1 Com animais 6,6 Por queda de árvore 1,5 Total 100,0 FONTE: VIEIRA et alli (1983) * Média 7 anos O problema dessas pesquisas é considerar, por exemplo, uma dor de cabeça como sinal de agricultor intoxicado, como se o defensivo fosse a única causa, ou como se todos os defensivos fossem capazes de provocar tal quadro clínico. No caso, do doseamento de colinesterase, a maioria dos trabalhos evidenciam tratamentos inadequados na coleta e na análise do material, bem como na interpretação dos dados, onde não raro, níveis de atividade colinesterásica útil, superiores a níveis tidos como normais, às vezes são interpretadas como conseqüências de intoxicação. Na sua totalidade, tais trabalhos não utilizam população-controle e não fazem a determinação da curva na população exposta, compreendendo pelo menos, três pontos: antes da aplicação, durante e após a mesma. Enfim, se quando os dados de intoxicação são pequenos e diz-se que se deve à subestimativa, quando os mesmos são elevados, muitas vezes, os trabalhos não apresentam um tratamento metodológico adequado. A própria análise da Tabela 20 mostra que, caso se some o percentual de acidentes mecânicos com ferramentas manuais, queimaduras e transportes, dentro do risco físico, e se compare com o defensivo, dentro do risco químico, os primeiros totalizam 49,3% contra 34,3% do segundo, mudando um pouco a conclusão do trabalho. Por esses aspectos, é que se deve ter cuidado na análise desse tipo de dado, devido à imensa variabilidade que se observa nos fatores determinantes dessa etiologia, bem como na metodologia de obtenção e na interpretação dos mesmos. Na Tabela 21, são apresentados dados relativos ao cadastro de acidentes do trabalho rural no Estado de Santa Catarina, no período de 1983, onde os acidentes com tratores e com implementos agrícolas perfazem 20,2% do total, seguidos dos percentuais de: acidentes com ferramentas manuais - 16,47%; acidentes de trato com animais - 6,38%; acidentes de transporte - 4,06%; acidentes com derrubada de árvores - 3,18% e acidentes com animais peçonhentos - 3,13%. Tabela 21: Volume total de acidentes ocorridos no estado de Santa Catarina no período 1983: Causa N° % sobre Total Máquinas e Implementos 910 20,20 Ferramentas Manuais 745 16,47 Eletricidade 2 0,04 Defensivos Agrícolas 30 0,66 Fogo 11 0,24 Acidente de trajeto 7 0,15 Acidente com veículo 184 4,06 Animais peçonhentos 142 3,13 ____________________________________________________________________ Trato c/ animais 289 6,38 Derrubada de árvores 144 3,18 Outros 1441 31,85 Indefinidos 614 13,57 Total 4523 100,00 FONTE: GRAWULSKI, 1983. Os defensivos agrícolas compreendem 0,66% do total dos demais acidentes (GOELLNER, 1988). As estimativas do volume de intoxicações com defensivos agrícolas são muito variáveis. Na Tabela 22, observa-se algumas delas, em termos de volume de intoxicação e de mortes a nível mundial. Percebe-se pelas diferentes fontes, uma diminuição sensível do número de mortes, provocadas pelos defensivos, de 20.640 em 1977 para 3.000 em 1986. À primeira vista os números podem parecer elevados, no entanto se analisados com detalhamento, considerar-se-á muito pequeno, tanto em relação à população exposta como a outras causas de morbidade e de mortalidade. Tabela 22: Estimativas do volume mundial de acidentes com defensivos agrícolas: Ano Casos Intoxicação Mortes % Casos fatais Referências 1973 500.000 - - 1. OMS, 1973 1977 - 20.640 - 2. Coppelstone, 1977 1982 750.000 13.800 1.04 3. Buli, 1982 1983 1.500.000 40.000 2.6 4. Vários 1986 834.000 3.000 0.35 5. OMS, 1986 FONTE: I SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE LEGISLAÇÃO DE AGROTÓXICOS - Agosto 1986 - Porto Alegre - RS. Em termos de análise do percentual de casos fatais, vê-se, também, que é muito baixo, sendo que se constata um decréscimo na ordem de 66,6% no período compreendido entre 1982-1986, ressaltando que, possivelmente, as campanhas de orientação e de treinamento do agricultor para o uso correto de defensivos agrícolas, desencadeadas por diferentes instituições e pela indústria produtora, associadas ao lançamento de produtos cada vez mais seguros e em doses agrícolas menores, teve êxito. O melhor parâmetro, para se examinar o quadro, é aquele que compara o índice de mortes por um padrão fixo de população exposta. Os dados obtidos pela Organização Mundial de Saúde, no período compreendido entre 1977-1980, em países desenvolvidos, mostram que o índice é bastante baixo, no caso dos defensivos agrícolas (Tabela 23). Tabela 29: Mortes por envenenamento com Defensivos Agrícolas para países desenvolvidos (em todas as idades): Países desenvolvidos Ano Morte por envenenamento Taxa por 100.000 Austrália 1980 213 1.5 Áustria 1980 67 0.9 Bélgica 1979 276 2.8 Bulgária 1980 289 3.3 Canadá 1980 433 1.9 Dinamarca 1980 90 1.8 Finlândia 1980 314 6.6 França 1980 516 1.0 Alemanha Ocidental 1980 241 0.4 Alemanha Oriental 1980 1393 8.3 Grécia 1980 61 0.6 Hong Kong 1980 43 0.8 Hungria 1980 372 3.5 Islândia 1980 5 2.2 Irlanda 1980 54 1.6 ____________________________________________________________________ Minas Gerais 354 29 103 46 29 9 571 Bahia 2246 11 413 34 134 13 2851 Distrito Federal 680 41 113 25 45 36 940 Ribeirão Preto/SP 883 11 247 106 32 31 1337 Campinas/SP 1596 27 240 314 128 8 2313 Taubaté/SP 442 10 50 56 29 8 595 Sub-Total 13921 376 2417 1211 722 489 19136 Rio Grande do Norte * * * * * * 91 São Paulo* * * * * * * 8096 Total Geral 27323 FONTE: SNITF, 1985. A - Acidental B - Abuso C - Suicídio D - Profissional E - Outras Causas F - Não Determinado * Dados não disponíveis. Menezes et alii (1987) citado por GOELLNER (1988) em trabalho realizado no Centro de Controle de Intoxicações de Ribeirão Preto, aponta no período de maio de 1983 a junho de 1987 um total de 5.044 casos assim distribuídos: 3.841 (70%) assistidos clinicamente e 1.203 (24%) atendidos por consulta telefônica (Tabela 27). Tabela 27: Volume de casos de intoxicação registrado pelo Centro de Controle de Intoxicação de Ribeirão Preto, SP. Período 1983-1987. Classes Atendimento Informações Total % Animais Peçonhentos 2074 0 2074 41 Medicamentos 1153 19 1172 23 Defensivos Agrícolas 793 21 814 16 Produtos Químicos 311 7 318 6,5 Domissanitários 201 1 202 4 Plantas 151 4 155 3 Raticidas 121 0 121 2,5 Outros 179 9 188 4 Total 4983 61 5044 100,0 FONTE: MENEZES et alii, 1987. A natureza das intoxicações, relacionada na Tabela 27, evidencia a prevalência de 3 grandes grupos: animais peçonhentos, medicamentos e defensivos, com 80% das ocorrências. Com relação aos defensivos agrícolas, no mesmo período, no mesmo Centro, ocorreram 793 (15,7%) casos conseqüentes à intoxicação por diversos grupos (Tabela 28). Observa-se pelos dados apresentados que o maior volume envolveu a tentativa de suicídio (353 casos) principalmente pela utilização dos clorados. As intoxicações ocupacionais ficaram em terceiro lugar com 250 casos. Com relação ao número de óbitos, ocorreram 18 casos, totalizando um percentual de 1,98%, o que está de acordo com o apresentado por outros trabalhos onde as intoxicações se caracterizam por serem mais fatores de morbidade. Tabela 22: Volume de intoxicações com defensivos agrícolas ocorridas na região de abrangência do Centro de Controle de Intoxicações de Ribeirão Preto, SP. Período 1983-1987: Defensivos Agrícolas Total Circunstâncias Óbitos Ts Ac AcP DP Ig Clorados 230 107 55 59 3 6 1 Fosforados 224 81 53 83 3 4 11 ____________________________________________________________________ Clorofosforados 173 91 66 13 - 3 1 Carbamatos 96 37 33 24 1 1 1 Piretróides 71 22 42 5 1 1 - Herbicidas 43 8 7 26 2 - 4 Fungicidas e Acaricidas 36 3 7 25 - 1 - Outros e Ignorados 33 4 9 15 2 3 - Total 906 353 272 250 12 19 18 FONTE: MENEZES et alii, 1987. TS - Tentativa de suicídio Ac - Acidente AcP - Acidente Profissional DP - Doença Profissional Ig - Ignorada Em relação a faixa etária dos envolvidos, 36,4% corresponde a de 21-35 anos, seguida pela de 13-21 anos com 19,9%. Em relação aos medicamentos, que predominaram como causa de intoxicações exógenas, no tocante às circunstâncias nas quais ocorreram estes acidentes, as tentativas de suicídio representaram 52% do total, 27% acidentes, 15% acidentes terapêuticos, 4% várias causas (toxicomania, abuso, etc.) e 2% circunstâncias ignoradas (Tabela 28). Em Santa Catarina (WILLRICH, 1986) levanta que, no período de maio de 1984 a dezembro de 1986, ocorreram 1.832 casos de intoxicações, na região de abrangência do CIT/SC. Os animais peçonhentos predominaram com 51,36% dos casos, seguidos pelos medicamentos com 14,85%. Os defensivos agrícolas se situam em terceiro lugar com 6,77% do volume total de intoxicações. Os resultados podem ser vistos na Tabela 29. A principal causa destas intoxicações é a acidental: 50,52%. O índice elevado de tentativas de suicídio com defensivos agrícolas se explica pela sua disponibilidade, variedade e toxicidade. A experiência mostra que a acidental como a profissional envolvem basicamente falta de conhecimento de algumas propriedades dos produtos, falta de cuidados durante o manuseio, preparo e aplicação e defeito nos equipamentos de aplicação (Tabela 30). Tabela 29: Total de casos de intoxicações humanas, ocorridas em Santa Catarina, registradas de acordo com a classe do produto. Período maio/84 - dezembro/87: Classe do Produto Valores Absolutos Percentual Medicamentos 272 14,85 Animais Peçonhentos 941 51,36 Químicos Industriais 124 6,77 Defensivos Agropecuários 124 6,77 Defensivos Domiciliares 90 4,91 Raticidas 56 3,06 Domissanitários 63 3,44 Produtos Toalete 11 0,60 Plantas Tóxicas 89 4,86 Toxi-infecções alimentares 18 0,98 Outros Produtos 10 0,54 Produtos não determinados 2 0,11 Total 1832 100,00 FONTE: CIT/SC, 1987. Tabela 30: Casos notificados no CIT /SC de intoxicação por defensivos agrícolas, ocorridos em Santa Catarina durante o período de maio/84 - maio/86 de acordo com a causa: Causa Valores Absolutos Percentual Acidental 66 50,52 Abuso 0 0 ____________________________________________________________________ Suicídio 41 33,38 Profissional 17 15,80 Outros 0 0 Ignorado 0 0 Total 124 100,0 FONTE: CIT/SC, 1987. Já na Tabela 31, estão apresentados os principais grupos envolvidos, nos casos de intoxicação registrados no CIT/SC no mesmo período. Observa-se que os fosforados são os responsáveis pelo maior volume de intoxicações, totalizando 37% dos casos, seguido dos herbicidas com 23,4%. Os fosforados são hoje, dentre os inseticidas, os mais utilizados e têm dentro do grupo produtos de baixa e alta toxicidade, enquanto que, os herbicidas, são hoje os que compreendem o maior consumo entre os defensivos em geral. Tabela 31: Grupo químico dos defensivos envolvidos nos casos de intoxicações registrados no CIT/SC durante o período de maio/84 - dezembro/86. Grupo Químico do Produto Valor Absoluto Percentual Organofosforados 49 36,0 Organoclorados 7 5,4 Carbamatos 12 9,0 Ditiocarbamatos 3 2,3 Tlocarbamatos 3 2,3 Piretróides 2 1,0 Outros 11 8,3 Herbicidas* * 31 23,4 Não Classificados 15 11,31 Total 133 100,00 FONTE: CIT/SC, 1987. ** Refere-se a vários grupos químicos No Rio Grande do Sul, o CIT da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, aponta que o motivo total de casos de intoxicações com defensivos agrícolas aumentou no período compreendido entre 1980-1985. Porém se analisarmos, o número total que é de 1.149, em relação aos de casos de acidentes químicos verificados no Estado, que é de 16.731, observa-se que estes perfazem 6,9% tendo havido, em termos relativos, um decréscimo na contribuição dos mesmos. Quanto ao número de óbitos, para o período ocorreu um total de 62 casos, perfazendo 5,3%. Isto reforça certos dados de outras regiões que mostram que os defensivos se caracterizam mais por serem agentes de morbidade e não mortalidade (Tabela 32). Tabela 32: Relação entre o volume total de casos atendidos e intoxicações por defensivos agrícolas no período de 1980-1985 no Rio Grande do Sul: Ano Casos/Defensivos Óbitos T. Casos % Defensivos 1980 127 8 1. 084 11,7 1981 223 7 1. 986 10,0 1982 179 5 2.588 6,9 1983 192 7 3.028 6,3 1984 196 17 3.518 5,6 1985 256 18 4.527 6,9 Total 1.149 62 16.731 6,9 FONTE: CIT/RS, 1986. Na Tabela 33, observa-se o volume de casos atendidos pelo CIT/RS no período de 1980-1983. Os medicamentos situam-se em primeiro lugar com 2.625 casos, seguidos dos animais peçonhentos com 1.688 casos. Os defensivos agrícolas situam-se em sexto lugar com 697 casos. Com relação as faixas etárias mais atingidas as mesmas ____________________________________________________________________ aumento de 1,3% para 14,58% devido justamente a um aumento no número de suicídio e no número de mortes por esta causa. Enquanto o número de mortes acidentais cai de 51 em 1982 para 3 em 1990, o de suicídio teve um aumento de 24 para 70 casos. No ano de 1989 foram registradas 59 tentativas de suicídio no Paraná (10,6%) e em 1990 este número subiu para 119 tentativas o que dá 27,2% do número total de intoxicações. No Brasil, em 1987, o total de casos com acidentes químicos foi de 19.250, sendo que os animais peçonhentos foram responsáveis por 33,9% dos casos, seguido pelos medicamentos com 20,86% (Tabela 38). Os defensivos agrícolas foram responsáveis por 1.387 casos, perfazendo 7,2% do volume total de intoxicações. A faixa etária de 1-5 anos compreendeu, a nível de Brasil, 26,13% do volume total (Tabela 39). Este aspecto é extremamente preocupante, uma vez que demonstra que um alto percentual das intoxicações está ocorrendo em uma faixa etária não-produtiva o que pode ser devido ao fato que as intoxicações, na sua maior parte, não são profissionais, mas sim acidentais ou por suicídio. As intoxicações acidentais perfazem 74,3% do volume total de acidentes neste ano, enquanto que as profissionais somente 5,92% (Tabela 40). Tabela 32: Total de casos de intoxicações humanas, ocorridas no Brasil, registradas de acordo com a classe do produto. Período maio/84 - dezembro/87: Classe CIT/RS CIT/SC CIT/PR Cur. CIT/PR Lond. (*) CIT/SP Camp. CIT/SP Rib. P. CIT/RJ CIT/MS CIAVE/ MT (*) CIT/GO . CIAVE/ BA CIT/RN (*) Total . Medicamentos 1170 122 98 202 268 388 1111 71 25 84 473 4 4016 Anim. Peçonhentos 1641 1105 329 126 345 688 32 821 37 414 890 101 6529 Anim. N- Peçonhentos 207 33 27 173 177 139 156 25 16 90 505 29 1577 Prod. Quím. Ind. 444 53 56 45 193 75 526 74 8 32 142 1 1649 Pest. Agro- Pecuário 340 72 59 74 179 185 182 83 5 85 122 1 1387 Pest. Domésticos 368 43 42 25 80 75 248 42 3 40 103 2 1071 Raticldas 175 36 17 13 31 42 174 16 1 13 91 0 609 Domis- sanitários 420 22 28 23 85 66 313 38 4 25 190 4 1218 Prod. Toalete 79 1 1 4 11 5 47 1 0 2 20 0 171 Plantas 116 16 17 18 35 37 159 32 12 12 76 0 531 Toxi-Infec. Ali. 7 8 4 33 23 0 18 2 15 4 11 0 125 Outros Produtos 95 2 30 37 20 16 3 8 3 5 25 0 244 Não determinados 3 2 0 34 35 30 8 3 1 6 6 3 131 Totais 5065 1515 708 807 1482 1746 2977 1216 130 813 2654 145 19250 FONTE: SNITF, 1988. Observações: (*) - CCI/SP (CAMPINAS) - Não enviou dados nos meses de JULHO/87 a OUTUBRO/87 - CIAVE/MT - Dados parciais (iniciou atividades em NOVEMBRO/87) - CIT/RN - Dados parciais (correspondem aos meses de JULHO/87 a NOVEMBRO/87) (*) - Não enviaram dados: CCI/SP (JAAQUARA; CCI/SP) BOTUCATU; CIT/MG (BELO HORIZONTE; CIT/BRASÍLIA; CIT/ PB (JOÃO PESSOA). Tabela 33: Intoxicação humana / faixa etária (1987): Classe Faixa Etária (anos) Total - 1 1-5 6 -12 13 - 20 21 - 35 + 35 Ignr Medicamentos 246 1901 301 453 632 367 116 4016 Anim. Peçonhentos 27 419 800 1202 1998 1931 152 6529 Anim. N-Peçonhentos 19 224 248 223 413 393 57 1577 Prod. Quím. Ind. 70 527 111 187 395 254 105 1649 Pest. Agro-Pecuário 10 191 54 227 508 328 69 1387 ____________________________________________________________________ Pest. Domésticos 62 375 69 145 245 135 40 1071 Raticidas 18 217 36 96 140 79 23 609 Domissanitários 77 695 54 103 156 98 35 1218 Prod. Toalete 21 108 11 3 9 16 3 171 Plantas 19 258 71 46 83 24 30 531 Toxi-Infec. Ali. O 30 16 15 30 24 10 125 Outros Produtos 13 59 18 29 74 44 7 244 Não Determinado 4 27 21 25 34 14 6 131 Totais 586 5031 1810 2754 4717 3707 653 19258 FONTE: SNITF, 1988. Tabela 40: Intoxicação Humana / Causa (1987): Causa Causa Total Acid. Abus. Sui. Prof. Outr. Ign. Medicamentos 2452 161 928 13 283 179 4016 Anim. Peçonhentos 6268 0 0 235 3 23 6529 Anim. N-Peçonhentos 1448 42 0 48 7 74 1577 Prod. Quím. Ind. 1002 4 150 339 44 72 1649 Pest. Agropecuários 458 6 410 415 39 61 1387 Pest. Domésticos 620 O 347 10 38 50 1071 Raticidas 318 O 255 5 9 22 609 Domissanitários 935 6 185 34 20 38 1218 Prado Toalete 151 1 7 3 7 2 171 Plantas 394 42 21 5 51 18 531 Toxi. Infec. Alimentares 89 3 1 0 31 1 125 Outros Produtos 120 51 31 15 17 10 244 Não determinado 62 1 3 19 15 31 131 Totais 14317 317 2338 1141 564 581 19258 FONTE: SNITF, 1987. Quanto à evolução, 88,58% das intoxicações tiveram um prognóstico exitoso com 0,93% de óbitos (Tabela 41). Tabela 41: Intoxicação Humana / Evolução (1987): Classe Evolução Total Cura Óbito Ignorado Medicamentos 3460 33 523 4016 Anim. Peçonhentos 6130 41 385 6529 Anim. N-Peçonhentos 1467 6 104 1577 Prod. Quím. Ind. 1347 22 280 1649 Pest. Agro-pecuários 1096 47 244 1387 Pest. Domésticos 920 6 145 1071 Raticidas 504 17 88 609 Domissanitários 1084 2 132 1218 Prod. Toalete 164 0 7 171 Plantas 464 2 65 531 Toxi-Infec. Alimentares 120 0 5 125 Outros Produtos 214 0 30 244 Não Determinados 116 5 10 131 Totais 14059 181 2018 19258 FONTE: SNITF, 1987. Já os dados de 1988, mostram um total de 12.931 casos, sendo que os animais peçonhentos responderam por 33,58% dos casos, os medicamentos por 21,70% e os defensivos agrícolas por 6,55% (Tabela 42). Tabela 42: Intoxicações humanas no Brasil (1988) - SNITF. Classe CIT/ RS CIT/ SC CIT/ PR Cur. CIT/ PR Londr. CCI/ SP Camp . CCI/ SP Rib.P. CIT/ RJ CIT/ MS CIAVE/ MT CIT/ GO CIAVE/ BA CIT/ RN CIT/ PB Total ____________________________________________________________________ Medicamentos 1100 134 100 104 - 294 648 81 187 94 84 21 5 2807 Anim. Peçonhentos 1295 661 260 67 - 440 18 579 100 374 216 313 20 4343 Anim. N-Peçonhentos 154 46 31 71 - 104 63 19 136 58 104 108 2 896 Prod. Quím. Ind. 438 35 65 51 - 53 194 31 44 25 46 33 - 1015 Pest. Agro-Pecuário 289 51 40 79 - 81 101 63 39 48 34 22 - 847 Pest. Domésticos 262 44 21 25 - 38 260 24 59 28 28 5 - 794 Raticidas 107 35 13 15 - 39 146 13 8 23 17 5 - 421 Domissanitários 351 28 15 16 - 31 172 32 78 34 28 5 2 792 Prod. Toalete 75 8 1 5 - 4 21 8 4 3 4 1 1 135 Plantas 127 22 10 19 - 37 113 30 60 25 27 8 - 478 Toxi-lnf. Ali. 12 6 0 8 - 0 12 0 70 3 2 1 - 114 Outros Produtos 88 4 12 17 - 12 5 13 36 2 8 5 2 204 Não Determinado 14 0 0 10 - 16 6 1 4 3 3 28 - 85 Totais 4312 1074 568 487 0 1104 1759 894 825 720 601 555 32 12931 FONTE: SNITF,1988. Quanto às causas, a situação se manteve a mesma, com a acidental apresentando 70,51% e a profissional somente 8,62% (Tabela 43). Tabela 43: Intoxicação humana / causa (1988) - SNITF. Causa Causa Total Acid. Abus. Suic. Prol Outr. Ign. Medicamentos 1706 117 647 9 203 114 2796 Anim. Peçonhentos 3588 2 0 503 2 53 4148 Anim. N-Peçonhentos 829 1 0 43 1 20 894 Prod. Quím. Ind. 591 15 82 253 37 45 1013 Pest. Agropecuários 264 4 284 223 37 25 847 Pest. Domésticos 446 8 242 18 41 38 793 Raticidas 194 1 189 3 7 21 415 Domissanitários 632 2 92 21 25 17 489 Prod. Toalete 120 1 4 3 5 1 134 Plantas 364 35 11 4 41 13 468 Toxi. Infec. Alimentares 78 4 0 0 30 2 114 Outros Produtos 99 18 44 14 22 7 204 Não determinado 47 2 7 1 4 23 84 Totais 8948 210 1602 1095 455 379 12931 FONTE: SNITF, 1988. Quanto a evolução dos casos, 89% tiveram prognóstico exitoso e 0,81% o óbito. Este baixo índice no Brasil pode ser atribuído a um hábil e correto encaminhamento terapêutico, ou ao fato de que a maior parte dos mesmos são clinicamente leves ou, por último, a ambos (Tabela 44). Tabela 44: Intoxicação Humana / Evolução (1988). Classe Evolução Total Cura Óbito Ignorado Medicamentos 2472 19 310 2801 Anim. Peçonhentos 3984 23 291 4298 Prod. Quím. Ind. 845 9 158 1012 Pest. Agro-pecuários 681 25 138 844 Pest. Domésticos 688 2 103 793 Raticidas 328 9 84 421 Domissanitários 718 4 79 791 Prado Toalete 132 0 2 134 Plantas 395 8 72 475 Toxi-Infec. Alimentares 108 1 5 114 Outras Produtos 185 2 16 203 Não Determinados 69 3 9 81 Totais 11440 105 1308 12931 FONTE: SNITF, 1988. ____________________________________________________________________ S/ Definição 10,6 Fonte: AGAPEJEN et alli, 1986 No município de Passo Fundo, no período de 1986 a 1991, os resultados mostram que o maior volume de intoxicações ocorreu com os medicamentos, com 31,5 %, seguido pelas intoxicações provocadas por animais peçonhentos com 18,74%. Os defensivos agrícolas apresentaram um percentual de 6,01 % ocupando o quinto lugar (GOELLNER & SILVA, 1991) (Tabela 52). Para uma região tradicionalmente agrícola e com alto índice de uso dos defensivos agrícolas, a incidência de acidentes com os mesmos compreende uma média de 7,2 casos/ano, o que demonstra que gradativamente o uso está sendo mais adequado e que o volume de intoxicações, extremamente elevado, nunca passou de um exercício de pura futurologia. A tentativa de suicídio foi responsável por 37,20% destas intoxicações, sendo que somente 18,60% foi profissional, ou seja, por pessoas envolvidas efetivamente na manipulação e aplicação destes produtos. Tabela 52: Volume total de casos de intoxicação humana em Passo Fundo - RS, no período 1986-1991: Classe Numero Percentual Medicamentos 222 31,05 Animais Peçonhentos 134 18,74 Alimentos 94 13,15 Álcool 93 13,00 Defensivos Agrícolas 43 6,01 Outros 33 4,61 Domissanitários 30 4,20 Def. Domiciliares 18 2,52 Prod. Industriais 17 2,38 Não determinados 16 2,24 Raticidas 14 1,96 Plantas Tóxicas 1 0,14 Total 715 100,00 FONTE: GOELLNER & SILVA, 1991. Um outro aspecto importante é o apresentado na Tabela 53. Sempre se alegou que o baixo número de casos de intoxicação com defensivos agrícolas era devido à sub- estatística e que certamente estes números seriam aumentados muitas vezes. Pois, o número de Centros que hoje compõem o Pronitox - Programa Nacional Integrado de Informação Fármaco-Toxicológicas - é de 29, abrangendo todas as regiões representativas da agricultura brasileira. O tamanho da amostra, em relação aos primeiros dados levantados por 3-4 Centros, aumentou portanto cerca de 7 vezes e o que se observa é que os defensivos agrícolas mantêm a mesma posição relativa a outros agentes etiológicos. Em termos de números absolutos, esta proporção também não se verificou. O que é interessante notar na Tabela 53, que no período de 87-89 a percentagem de intoxicações profissionais com defensivos agrícolas teve uma queda de mais de 50%, enquanto que a tentativa de suicídio, que já era elevada, teve um aumento de 38,4%. Tabela 53: Evolução nas intoxicações com defensivos agrícolas no Brasil no período 1987-1989: Ano N° Intoxicações Percentual Tentativa de Suicídio Profissional 1987 1387 22,56 29,92 1988 847 33,50 26,32 1989 1450 31,24 14,70 ____________________________________________________________________ 4. RESULTADOS EXISTENTES NO BRASIL SOBRE RESÍDUOS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS EM ALIMENTOS 4.1. RESíDUOS EM FRUTAS E HORTALIÇAS A Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (CIENTEC) efetuou monitoramento de resíduos de defensivos agrícolas em frutas e hortaliças no período 1982/83, compreendendo 35 municípios, num total de 15.438 análises e 806 amostras no Estado do Rio Grande do Sul. O número de ingredientes ativos analisados foi de 22. Os resultados estão na Tabela 54. Tabela 54: Resíduos em frutas e hortaliças provenientes de 35 municípios do RS, no período 1982/83: Cultura % Amostras Analisadas % Abaixo Limite Detecção % Resíduos (LMR) NC* Acima Abaixo Alface 96 95 0 1 0 Batata 97 97 0 0 0 Cenoura 100 99 0 1 0 Maçã 99 99 0 0 0 Pêssego 99 82 0 16 1 Pimentão 94 89 0 3 2 Repolho 97 97 0 0 0 Tomate 96 92 0 3 1 Uva 100 97 0 2 1 Média 97.5 94.1 0 2,8 0,55 FONTE: CIENTEC, 1984. * NC = Não Comparáveis. Os dados mostram que no total de análises efetuadas, foram encontradas somente 2,8% de amostras com resíduos, sendo nenhuma acima dos limites máximos permitidos. Os níveis de contaminação estimados indicam valores relativamente baixos, uma vez que foram englobados aqueles resultados cujos valores estão abaixo do LMR ou não são comparáveis por falta de estabelecimento dos mesmos (Tabela 55). Esta realidade é totalmente diferente das especulações que até então vinham sendo levantadas quanto ao nível de contaminação de frutas e hortaliças com defensivos agrícolas, que apontavam altos níveis de contaminação. Deve-se considerar também que, nestas culturas, o número e a freqüência das aplicações de defensivos agrícolas são elevados e, estes dados, refletem, de maneira geral, que estas têm sido feitas dentro de uma boa prática agrícola. Tabela 55: Níveis de contaminação de frutas e hortaliças produzidas no RS, 1982/83: Cultura Níveis de Contaminação (%) Alface 0,55 - 3,45 Batata Máximo de 4,83 Cenoura 0,55 - 5,37 Maçã Máximo de 3,5 Pêssego Máximo de 4,36 Pimentão 0,419 - 7,8 Repolho Máximo de 3,4 Tomate 0,058 - 5,32 Uva 0,53 - 4,86 FONTE: CIENTEC, 1984 A CIENTEC (1986) monitorou 28 municípios no RS através de 10.834 análises de 513 amostras e 20 diferentes ingredientes ativos. Os dados são encontrados na Tabela 56 e os níveis de contaminação estimados na Tabela 57. Os resultados são semelhantes aos verificados no período 1982/83. ____________________________________________________________________ O nível de contaminação estimado foi um pouco maior, sendo que 1,97% das amostras analisadas continham resíduos, porém, abaixo dos limites máximos permitidos. Quanto ao pêssego para a indústria, trabalho realizado em 1985 em 18 empresas produtoras, com 25 diferentes ingredientes ativos, mostra 11% das amostras com resíduo abaixo da tolerância e 89% não detectados (CIENTEC, 1985). Tabela 56: Resultados de análises de resíduos em frutas e hortaliças produzidas no RS. 1984/85: Cultura % Amostras Analisadas % Abaixo Limite Detecção % Resíduos (LMR) NC* Acima Abaixo Alface 100 93 0 7 0 Batata 97 93 0 0 4 Cenoura 96 96 0 0 0 Maçã 94 94 0 0 0 Pêssego 98 98 0 0 0 Pimentão 100 96 0 4 0 Repolho 100 100 0 0 0 Tomate 98 98 0 0 0 Uva 100 97 0 0 3 Média 98,2 97,2 0 1,2 0,77 FONTE: CIENTEC, 1986. * NC = Não Comparáveis. Tabela 57: Níveis de contaminação de frutas e hortaliças no RS. 1984/85: Cultura Níveis de Contaminação (%) Alface Máximo de 5,7 Batata 1,8 - 17,3 Cenoura Máximo de 6,5 Maçã Máximo de 6,1 Pêssego Máximo de 6,5 Pimentão Máximo de 4,5 Repolho Máximo de 6,4 Tomate Máximo de 6,2 Uva 0,5 - 9,1 FONTE: CIENTEC, 1986 Os dados do Instituto Biológico de São Paulo (1992) apontam resultados de análise de resíduos organoclorados, em hortaliças e frutas, que foi iniciada em 1978 no Instituto Biológico de São Paulo em cooperação com a CEAGESP e a CATI (Tabela 58). Os resultados permitem observar que o percentual de resíduos acima do limite máximo permitido é baixo, variando de 0,8-0% no decorrer do período, para as hortaliças, e de 1,5% (1979) para 0% em 1991. A percentagem de resíduos de inseticidas não permitidos variou entre 6,7 e 11,3% para as hortaliças e de 13,5% para 1% para as frutas (Tabela 59). O percentual de resíduos não permitidos diminuiu até zero, enquanto que o total de amostras com resíduos aumentou. Tabela 58: Resultados de análises de resíduos de inseticidas clorados e fosforados em hortaliças comercializadas na CEAGESP realizadas pelo Instituto Biológico de São Paulo: Amostras com Níveis de Resíduos Períodos 10/78 10/79 01/81 01/83 01/84 01/85 01/89 01/90 01/91 10/79 12/80 12/82 12/83 12/84 05/85 12/89 12/90 08/91 Acima do LMR N° 1 1 1 2 3 0 1 0 0 % 0,8 0,8 0,4 1,5 2,2 0 0,6 0 0 Abaixo do LMR N° 12 2 15 7 2 7 2 2 1 ____________________________________________________________________ FONTE: CIENTEC, 1979, 1981, 1983 e 1985. * NC = Não Comparáveis. No caso da soja, são citados os resultados na Tabela 64. Os dados nesta cultura são semelhantes aos do trigo, sendo que 3,25% das amostras continham resíduos acima do permitido, comparados a 96,2% de amostras não detectadas (média de 4 anos) (CIENTEC, 1979, 1980, 1983 e 1985). Tabela 64: Resultados de análises de resíduos de defensivos agrícolas em grãos de soja nos anos de 1979-1985 no RS: Ano % Não Detectados % Resíduos NC* Acima Abaixo 1979 99,5 0 0 0,33 1980 95,8 2,4 1,8 0 1982 91,5 8,5 0 0 1985 98,0 2,0 0 0 Média 96,2 3,22 0,45 0,08 FONTE: CIENTEC, 1979; 1980; 1983 e 1985. * NC = Não Comparáveis. 4.3. RESIDUOS EM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS Análises freqüentes e bem programadas em amostras de carne bovina e em produtos enlatados de derivados têm sido feitas pelo Laboratório Regional de Apoio Animal - LARA, do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária. Estas análises têm revelado a presença de inseticidas organoclorados, em teores abaixo dos limites máximos permitidos, em praticamente todas as amostras analisadas. Resíduos mais altos, em violação à legislação, foram encontrados em 27% das amostras de carne em 1980, decaindo para 5 e 3% em 1982 e 1984, respectivamente. Esta redução do número de amostras com resíduos altos deve-se à progressiva diminuição do uso destes inseticidas em pastagens (RUEGG et alii, 1986) (Tabela 65). Tabela 65: Resíduos de inseticidas organoclorados na gordura de carne bovina (Brasil - 1980, 82 e 84): Ano % Resíduos (LMR) Acima Abaixo 1980 27 73 1982 5 95 1984 3 97 Média 11,6 88,3 Fonte: RUEGG et alli, 1986 A freqüência de resíduos de organoclorados em amostras de carne bovina enlatada em São Paulo no ano de 1980 variou de 11,3% para o endosulfan a 96,8% para o BHC (Tabela 66), porém o autor não especifica se os níveis residuais estão abaixo ou acima dos níveis permitidos. Tabela 66: Freqüência de resíduos de praguicidas organoclorados em amostras de conserva de carne bovina enlatada, proveniente de frigorfficos de São Paulo, 1980: Praguicidas Análises Presença de resíduo. N° % N° % BHC 218 100,0 211 96,8 Lindane 218 100,0 122 56,0 Aldrin 218 100,0 80 36,7 Dieldrim 218 100,0 154 70,6 DDT e metabólitos 218 100,0 199 91,3 Heptacloro e metabólitos 210 96,3 110 52,4 HCB 201 92,2 119 59,2 Endrin 173 79,4 158 91,3 ____________________________________________________________________ Endosulfan 159 42,9 18 11,3 Dodecacloro 74 33,9 10 13,5 FONTE: CARVALHO, 1980. Mais recentemente, trabalho de monitoramento do ITAL (1980) em produtos de origem vegetal e animal em São Paulo mostra que a percentagem de contaminação com organoclorados foi de 28,3% em laticínios, 38,3% em produtos cárneos, 37% em óleos e gorduras, enquanto que nada foi encontrado no café, sal e açúcar. Já no caso dos carbamatos e piretróides, o nível de contaminação foi de 0% para todos os tipos de alimentos estudados e 13,2% de contaminação de carbamatos em laticínios, mais precisamente no leite em pó e na manteiga (Tabela 67). No caso dos clorados, no entanto, os valores estão abaixo dos LMR's internacionais estabelecidos, uma vez que os mesmos já não são mais utilizados no Brasil. Tabela 67: Contaminação de produtos de origem vegetal por defensivos agrícolas em SP (1980): Tipo Alimento % Contaminação Organoclorados Fosforados Carbamatos Piretróides Produtos laticínios 28,3 - 13,02 - Produtos cárneos 38,3 - - - Café torrado e moído - - - - Sal refinado - - - - Óleos e gorduras 37,0 - - - Açúcar - - - - Fonte: ITAL, 1989. Laticínios: Leite em pó, Manteiga, Queijo Mussarela e Frescal e Leite Fluído. Cárneos: Lingüiça Calabresa, Presunto Cozido, Salsicha Frescal e Mortadela. Óleos: Margarina, Óleo de Arroz, Milho e Soja. Total de Amostras: 184. Tipos de Alimentos: 17. Contaminação Total Geral: 28% A presença de resíduos em alimentos não significa necessariamente que o consumidor esteja sendo contaminado ou envenenado pela alimentação, pois depende fundamentalmente de que os níveis residuais encontrados estejam acima dos níveis da DDA estabelecidos. Assim na Tabela 68, podemos observar que pela estimativa de ingestão de resíduos de defensivos agrícolas na dieta do brasileiro, estamos ingerindo quantidades extremamente pequenas em relação a DDA (Dose Diária Aceitável) ou IDA (lngestão Diária Aceitável) para os diferentes tipos de alimentos. Estes valores variam de 0,02% da DDA na soja até no máximo de 7,7% no feijão. Tabela 68: Estimativa da ingestão de resíduos de defensivos agrícolas na dieta alimentar da população brasileira: a. Hortaliças folhosas......................................................................... 0,1% da IDA b. Hortaliças não-folhosas................................................................... 3,1% da IDA c. RaÍzes e tubérculos........................................................................ 0,3% da IDA d. Frutas........................................................................................... 1,8% da IDA e. Trigo........ ,................................................................................... 1,1% da IDA f. Feijão........................................................................................... 7,7% da IDA g. Soja............................................................................................ 0,02% da IDA h. Carne bovina.. ............................................................................ 0,58% da IDA i. Peixe (água doce)........................................................................ 2,88% da IDA j. Leite........................................................................................... 2,04% da IDA 1. Frutos do mar................................................................................ 0,2% da IDA FONTE: GIANOTTI & LAVORENTI, s/do IDA = Ingestão Diária Aceitável. Desta forma, podemos concluir que os níveis de contaminação de frutas, hortaliças e grãos são extremamente baixos e comparáveis aos de países desenvolvidos. A contaminação de produtos cárneos e laticínios é devida aos organoclorados, que apesar de não serem mais utilizados, por serem extremamente persistentes, são ____________________________________________________________________ transferíveis através da cadeia alimentar, constituindo-se em resíduos não intencionais. Estes produtos por não terem LMR estabelecidos no Brasil, quando comparados aos limites internacionais, apresentam-se dentro dos valores permitidos. Estes níveis de contaminação quando comparados aos LMR's evidenciam que, de maneira geral, o agricultor brasileiro está seguindo a boa prática agrícola no uso dos defensivos agrícolas. 5. DESCARTE DE EMBALAGENS A produção e o uso de defensivos agrícolas leva à formação de rejeitos cujo destino associa-se invariavelmente a problemas de contaminação ambiental e intoxicação de pessoas e animais. No caso das embalagens, os efeitos do seu destino incorreto refletem-se, principalmente, na contaminação dos mananciais hídricos e no risco de intoxicação de pessoas e animais pela sua reutilização. A Tabela 69 resume os resultados obtidos em levantamentos feitos em 25 municípios do Rio Grande do Sul por GOELLNER (1986), em 136 municípios de Santa Catarina por GRAWULSKY (1983) e em cinco regiões do Mato Grosso do Sul pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente no período de novembro de 1987 a novembro de 1988. Tabela 69: Destino das embalagens de defensivos agrícolas nos Estados do RS, SC e MS: Destino Percentual RS SC MT do Sul Enterrio 10,0 - 48,2 Deixadas no campo, margens de córregos, rios e estradas 57,0 27,15 48,6 Depósitos Lixo Tóxico 3,0 4,96 - Reutilizadas 26,0 29,47 3,2 Queimadas 4,0 33,44 - Vendidas - 2,64 - S/informação - 2,31 - FONTE: GOELLNER, 1986; GRAWULSKY, 1983; SEC. MEIO AMBIENTE - MT SUL, 1988. Os dados refletem uma realidade extremamente preocupante, uma vez que demonstra que o destino está sendo feito incorretamente. No RS, 57% das embalagens são deixadas no campo ou próximo a mananciais hídricos, no Mato Grosso, esta cifra é de 48,6% e em SC é de 27,15%. O maior volume, portanto, representa foco potencial de contaminação, principalmente de águas superficiais. Outro dado é o índice de reutilização relativamente elevado observado em SC e RS (26% e 29,47%, respectivamente) o que expõe as pessoas a uma possível contaminação e intoxicação. O índice de enterrio sem nenhuma base técnica que pode acarretar contaminação do lençol freático, é também elevado no caso do MS onde atinge 48,2%. Na Tabela 70 constam os percentuais dos diferentes tipos de embalagens de defensivos agrícolas comercializados em 1986 e seu destino correto. É interessante notar que 64,20% do volume físico das embalagens apresenta potencial de reciclagem, contrastando com o baixo índice de 26% e 29,4% no RS e SC e de 3,2% no MS. Neste sentido, pode-se dizer que o que está faltando é um trabalho integrado envolvendo as partes interessadas para levar a orientação ao agricultor quanto ao destino correto da embalagem do defensivo agrícola. A Associação Nacional de Defesa Vegetal, em uma iniciativa pioneira, editou um folheto informativo, a nível de agricultor, sobre este problema que está sendo revisto para incorporar sugestões. Paralelamente, várias empresas têm publicado em seus Manuais de Segurança e Boletins Técnicos de Produtos informações desta natureza. ____________________________________________________________________ impacto ambiental que são apresentados na Tabela 76. A análise desta Tabela revela que a grande maioria das moléculas registradas no Brasil não são persistentes no solo (74,1%), 19,5% têm pequena persistência (inferior a 3 meses) e somente 6,3% têm alta persistência (superior a 3 meses), isto porque estão incluídos os organoclorados que não são mais usados. No que diz respeito a bioacumulação 94% das moléculas não se bioacumulam (FB<1000) e somente 2,6% sofrem bioacumulação (FB>1000), também considerando os clorados. Quanto ao potencial de contaminação de águas superficiais e subterrâneas, 80,2% têm um potencial baixo comparado com 17,7% de alto potencial. Em relação a efeitos nas biotas, foram utilizados dois indicadores, a saber, a toxicidade apícola e a peixes. Em relação à primeira, 54,3% apresenta baixa toxicidade contrastando com 29,1% de alta toxicidade e 16,5% de moderada. Quanto à toxicidade a peixes, 64,2% apresentam baixa toxicidade e somente 15,9% alta, principalmente devido aos inseticidas. Cabe ressaltar que neste critério não foi incluído o grupo dos fungicidas, devido a insuficiência de dados, porém, certamente a percentagem do grupo de baixa toxicidade iria aumentar em torno de 10%. Tabela 76: Características ambientais dos defensivos agrícolas registrados no Brasil: Característica Percentual 1. Persistência no solo Alta Pequena Não-Persistentes Herbicidas 7.4 27.9 64.7 Fungicidas 3.5 22.8 73.6 Inseticidas 8.0 8.0 84.0 Média: 6.3 19.5 74.1 2. Bioacumulação Alta Pequena Não-Bioacumulam Herbicidas 0.0 0.0 100.0 Fungicidas 0.0 0.0 100.0 Inseticidas 8.0 10.0 82.0 Média: 2.6 3.3 94.0 3. Potencial Cont. de Águas Superficiais/Subterrâneas Alta Baixa Herbicidas 30.8 69.1 Fungicidas 10.5 89.5 Inseticidas 18 82.0 Média: 17.7 80.2 4. Toxicidade Apícola Alta Moderada Baixa Herbicidas 2.9 17.1 80.0 Fungicidas 3.5 20.5 76.0 Inseticidas 81.0 12.0 7.0 Média: 29.1 16.5 54.0 5. Toxicidade Peixes Alta Moderada Baixa Herbicidas 2.94 11.7 85.4 Inseticidas 29.0 28.0 43.0 Média: 15.97 19.85 64.2 Esta segurança ao homem e ao ambiente se deve à intensa pesquisa desenvolvida pela indústria, em resposta à necessidade e às exigências dos órgãos regulamentadores. Na Tabela 77, é apresentada de forma sucinta a evolução na pesquisa da avaliação toxicológica e ambiental dos defensivos agrícolas, o que tem determinado fantásticos avanços na menor periculosidade dos produtos de 3ª e 4ª geração e o que torna, hoje, sem dúvida nenhuma, os defensivos agrícolas como as substâncias mais extensivamente e exaustivamente estudadas quanto aos aspectos de segurança ao homem e ambiente. Tabela 77: Evolução na pesquisa toxicológica dos defensivos agrícolas. Estágio Período Ciência Característica Pré Antes Séc. 19 - Primitivos Primórdio 1800-1920 Biologia Casual ____________________________________________________________________ 1ª Geração 1920-1950 Química Persistência Espectro Amplo 2ª Geração 1950-1970 Toxicologia Seletividade 3ª Geração 1970-1985 Bioquímica e Ambiente Praticamente Atóxicos 4ª Geração 1985 Biologia Molecular Praticamente Atóxicos 7. CARCINOGENICIDADE A identificação dos fatores de risco carcinogênico é hoje um dos assuntos mais polêmicos na área. Durante os anos setenta, vários cientistas alegaram que 80-90% de todos os tipos de câncer humanos eram atribuídos a fatores ambientais. Estas considerações foram mal interpretadas e se achou que era devido a químicos sintéticos. Recentemente outros autores mostram que a incidência de câncer, devido à poluição ambiental e exposição a químicos industriais, é muito pequena. A estimativa do risco é extremamente difícil, pois há uma grande variação entre as populações de várias regiões e também em função do tipo de câncer. Estas variações podem ser superiores a 100, como no câncer do pulmão e da faringe. Na Tabela 78 são apresentadas as variações observadas na incidência de câncer em cinco continentes. Tabela 78: Incidência de câncer em cinco continentes (casos/105 pessoas ano): Tipo Maior Taxa Menor Taxa Lábio 22.8 0.2 Boca 13.0 0.5 Faringe 32.9 0.3 Esôfago 24.7 1.1 Estômago 100.2 3.7 Colo 32.3 3.7 Fígado 34.4 0.6 Melanoma de Pele 17.2 0.2 Próstata 100.2 0.8 Bexiga 30.2 2.4 Linfosarcoma 7.5 1.2 FONTE: WATERHOUSE et alii, 1982. Na Tabela 79 é apresentada a distribuição percentual dos principais tipos de câncer primário no Brasil no período de 1976-1980. As maiores incidências são do câncer de pele, que está ligado à exposição a radiação solar, do estômago no homem e o do colo do útero na mulher. Todos estes tipos de cânceres estão comprovadamente relacionados a outros fatores como o do estômago à dieta e o do colo do útero e da mama a fatores hormonais na mulher. Tabela 79: Distribuição percentual dos principais tipos de câncer primários no Brasil (1976-1980): Tipo Câncer Distribuição Percentual Homem (%) Mulher (%) Pele 28,9 23,4 Estômago 10,6 3,9 Boca 8,5 2,3 Próstata 6,0 - Intestino Grosso 4,3 4,3 Esôfago 4,3 1,8 Laringe 4,2 - Bexiga 3,8 - Ap. Respiratório (traquéia, brônquios, pulmão) 3,8 - Gânglios Linfáticos 3,5 1,7 Colo útero - 23,7 Corpo do útero - 3,0 Ovário - 1,8 Mama - 16,5 ____________________________________________________________________ Glândula tireóide - 1,7 Outras 22,1 17,7 FONTE: BRUMINI, 1982. Na Tabela 80 é apresentada esta distribuição percentual, de acordo com as diferentes regiões no Brasil. Pode-se constatar que para todos os tipos de câncer, ocorrem pequenas variações de região para região, o que fica difícil de atribuir esta incidência a fatores químicos, entre os quais os defensivos. Variações maiores são observadas no câncer do colo do útero na mulher e do estômago no homem, entre a região Sul e Norte. Tabela 80: Distribuição percentual de cânceres primários de acordo com as regiões do Brasil (1976-1980): Tipo Câncer Regiões (%) Região Sul Região Sudeste Região Centro-Oeste Região Nordeste Região Norte H M H M H M H M H M Pele 25,8 23,9 27,8 24,3 34,3 23,3 37,2 20,7 31,3 16,3 Estômago 9,0 3,5 11,7 4,7 9,2 2,9 7,2 2,0 16,6 4,1 Boca 8,8 1,7 8,4 2,2 5,5 1,5 9,7 3,3 7,1 3,6 Próstata 6,2 - 5,9 - 8,4 - 5,6 - 4,7 - Intestino Grosso 4,3 5,0 4,6 4,8 4,3 2,7 3,1 2,5 3,2 3,0 Esôfago 6,2 1,8 4,3 - 2,5 - 2,1 - - - Laringe 4,5 - 4,3 - 3,2 - 3,1 - 4,1 - Bexiga 4,3 - 4,0 - 3,9 - 2,2 - 2,7 - Ap. Respiratório (traquéia, brônquios, pulmão) 4,5 - 4,1 - - - - - 2,8 - Gânglios Linfáticos 3,1 1,6 3,4 1,8 5,3 1,8 4,0 1,6 3,1 - Colo útero - 17,8 - 19,8 - 36,3 - 36,1 - 45,2 Corpo útero - 3,3 - 3,4 - - - 2,0 - 1,2 Ovário - 2,0 - 1,8 - 1,6 - 1,7 - 1,3 Mama - 17,3 - 17,4 - 12,0 - 15,1 - 9,6 Glândula Tireóide - - - 1,6 - 2,5 - 1,7 - 1,3 Outras 23,3 22,1 21,5 18,4 19,6 13,7 20,1 13,3 19,1 13,3 FONTE: BRUMINI, 1982. As taxas de incidência de câncer estão declinando. Quando ajustada de acordo com a idade, a taxa de mortos por câncer tem diminuído a partir de 1980 para todos os cânceres, exceto o do pulmão e, para todas as idades, exceto acima dos 85 anos. Não há nenhuma evidência, suficientemente clara, que a moderna tecnologia industrial aumentou o risco de câncer na população (Figura 4). Figura 4: Incidência de alguns tipos de câncer nos EUA O câncer é basicamente uma doença degenerativa associada à idade. É dezesseis vezes mais provável que se tenha câncer aos oitenta anos do que aos quarenta. Sem dúvida nenhuma, um dos fatores que mais contribuíram para um aumento na incidência de câncer, num primeiro instante, foi o aumento na expectativa de vida proporcionada pelos avanços da medicina. O único tipo de câncer que teve um aumento bastante significativo é o do pulmão, que está associado ao fumo. No Brasil existe uma grande tendência, entre os ditos "defensores do ambiente", de atribuir ao uso dos defensivos agrícolas um fator importante na incidência de câncer na população. Além do aspecto político, um dos grandes fatores deste erro é a falta de conhecimento dos mecanismos de ação carcinogênica e da avaliação toxicológica para este tipo de resposta. ____________________________________________________________________ Trigo/80. 179p., 1981. - Resíduos de Defensivos Agrícolas em Arroz. 65 p., 1982. - Resíduos de Defensivos Agrícolas em Grãos. 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