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Guias e Dicas
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Disturbios da saúde mental , Notas de estudo de Enfermagem

Algumas das doenças e suas características que acometem a sociedade a nível de doenças mentais.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 25/01/2010

patricia-mandroti-4
patricia-mandroti-4 🇧🇷

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Baixe Disturbios da saúde mental e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo expor sobre doenças que afetam a saúde mental, entre suas características, sinais, sintomas e tratamento. Por transtorno, distúrbio ou doença mental, ou ainda, transtorno psíquico, devemos entender qualquer anormalidade psíquica ou no seu funcionamento. O transtorno mental é campo de estudo interdisciplinar que envolve áreas como a psiquiatria, a psicologia e a neurologia. 1. ESQUIZOFRENIA PAGE 14 A esquizofrenia é relativamente comum, sendo encontrada aproximadamente em 1% da população geral. Um adicional de 2% a 3% da população apresenta uma forma mais leve da doença, denominada distúrbios de personalidade esquizotípica. A esquizofrenia não é personalidade dividida, embora a palavra esquizofrenia signifique divisão da mente, refere-se à desconexão entre o pensamento e a linguagem, que ocorre nessa doença. A esquizofrenia contribui com 30% das internações hospitalares, estimando-se que 30% dos sem teto tenham esquizofrenia. O início do distúrbio ocorre entre os 20 e os 35 anos de idade, embora esquizofrenia de início tardio ocorrendo entre as idades de 66 e 77 anos, não seja incomum. Homens e mulheres parecem ser afetados da mesma forma, porém a idade de início de subtipo paranóide é de três a quatro anos mais tarde nas mulheres que nos homens. Por outro lado, o tipo desorganizado surge mais cedo nas mulheres. Os fatores de risco de esquizofrenia consistem em ter um parente mais próximo com distúrbios de personalidade esquizotípica ou esquizofrenia, os parentes de primeiro grau de uma pessoa com esquizofrenia apresentam prevalência dez vezes maior da doença do que a população em geral. 1.1 MANIFESTAÇÕES A esquizofrenia é um distúrbio psicótico com muitos subtipos, caracterizada por sintomas positivos ou negativos. Os sintomas positivos são os que refletem a presença de comportamentos anormais e consistem em fala desorganizada e incompreensível, delírios (são exemplos que alguém está sendo controlado por uma força externa), alucinações (ouvir vozes é a mais comum); comportamento evidentemente desorganizado ou catatônico. As alterações dos padrões da fala podem incluir o emprego de palavras inventadas (neologismo), descarrilamento (afastando-se do assunto), tangencialidade (a incapacidade de fixar-se no ponto original), incoerência (perda de conexões lógicas) ou salada de palavras (grupo de palavra desconectadas). Com freqüência, as pessoas com esquizofrenia perdem a habilidade de selecionar e interpretar adequadamente os estímulos que chegam, o que compromete a habilidade de responder adequadamente ao meio ambiente. Um aumento ou embotamento dos sentidos são muito comuns nos estágios iniciais de esquizofrenia. Os sons podem ser vivenciados como mais altos e mais penetrantes; as cores podem ser mais brilhantes e mais definidas. Além disso, a pessoa com esquizofrenia freqüentemente apresenta sobrecarga sensorial por causa da perda da habilidade de filtrar os estímulos sensoriais esternos. Os delírios e alucinações podem ser excrescências naturais da incapacidade da pessoa com esquizofrenia interpretar e responder adequadamente aos estímulos. Os delírios são idéias PAGE 14 Um achado anatômico adicional é a maior densidade dos sítios receptores da dopamina (D²), particularmente os gânglios basais. Com a informações adicional de que as drogas antipsicóticas eficazes são os antagonistas da dopamina em que os agentes liberadores da dopamina, como a anfetamina , podem causar psicose, a “hipótese da dopamina” foi desenvolvida, a qual propõe que os sintomas de esquizofrenia se devem a atividade dopaminérgica exercida. Entretanto, essa hipótese não explica os tipos de esquizofrenia nos quais os sintomas negativos predominam nem explicam os sintomas residuais de episódios psicótico agudo. Além disso, é possível que a densidade aumentada dos receptores da dopamina, encontrado em alguns estudos, esteja relacionada aos efeitos das drogas antipsicóticas. Por outro lado, surgem evidencias de alteração em auto-receptor dopaminérgico pré-sináptico de forma a provocar desregulação ou hiper-responsividade dos neurônios. Outros transmissores implicados no desenvolvimento da esquizofrenia são a atividade diminuída da serotonina através do receptor 5-HT²a e atividade diminuída do glutamato através da disfunção do seu receptor N- metil-D-aspartato. 1.4 TRATAMENTO Os objetivos do tratamento para a esquizofrenia consistem em induzir remissão, prevenir a recorrência e estabelecer as funções comportamental, cognitiva e psicossocial até os níveis pré-móbidos. Inicialmente, em alguns casos o objetivo pode se reduzir principalmente a agitação e o risco de lesão física. Tanto a farmacoterapia quanto a psicoterapia são componentes essenciais no tratamento das pessoas com esquizofrenia. Os sintomas positivos de esquizofrenia (delírio, alucinações, agitação, emissão de pensamento, associações fracas, suspeição bem como higiene e vestimenta inadequada) são mais passíveis de responder a terapia medicamentosa com as drogas antipsicóticas típicas. Os sintomas negativos da esquizofrenia respondem mais favoravelmente as drogas antipsicóticas atípicas (clozapina). Com freqüência, os antipsicóticos são combinados as benzodiazepinas durante a faze aguda do tratamento, para reduzir o número de efeitos extrapiramidais provocados por doses grandes de agentes antipsicóticos. A psicoterapia (individual e em grupo) é particularmente importante após a faze aguda da terapia, visando ajudar o paciente a perceber a doença, melhorar as habilidades de socialização bem como apoiar e educar o cliente na manutenção da farmacoterapia. PAGE 14 2. DEPRESSÃO É uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. É uma doença comum e freqüentemente não diagnosticada e não tratada. A depressão maior, que afeta aproximadamente 20% da população, é classificada como unipolar (caracterizada por humor persistentemente desagradável) ou bipolar (caracterizada por períodos alternantes de depressão e mania). A depressão bipolar surge com maior freqüência nos grupos socioeconômicos mais altos, e a depressão unipolar ocorre mais comumente nos grupos socioeconômicos mais baixos. Aproximadamente 5% da população mundial têm depressão unipolar, a prevalência desta patologia entre mulheres é duas vezes maior do que em homens. A prevalência do distúrbio bipolar é aproximadamente de 1,5% na população geral e encontra-se distribuída quase igualmente entre os homens e mulheres. Entre os adolescentes que se apresentam com depressão maior desenvolvem distúrbio bipolar, a média de idade do início do distúrbio bipolar encontra-se no meio para o fim da década dos 20 anos, e na depressão unipolar, no meio da década dos 30 anos; contudo, a idade de início de ambos os distúrbios tem diminuído, e a incidência da depressão parece estar aumentando. A depressão é mais alta nos indivíduos oriundos de famílias com história de distúrbios do humor do que na população geral, indicando componente genético para a etiologia. Ocorre menos freqüentemente em afro-americanos do que em brancos ou hispânicos. 2.1 MANIFESTAÇÕES A depressão é classificada como um distúrbio do humor e caracteriza-se pelos seguintes aspectos: • Humor deprimido; • Anedonia; • Sentimento de desvalia ou de culpa excessiva; • Concentração diminuída; • Agitação ou retardamento psicomotor; • Insônia ou hipersonia; PAGE 14 • Libido diminuída; • Alteração no peso ou no apetite e • Pensamentos de morte ou ideação suicida. Quanto mais cedo e mais freqüente for o início dos sintomas, maior a probabilidade de o individuo afetado precisar de medicamentos para aliviá-los. A depressão no idoso surge freqüentemente com um elemento de confusão e comumente não é tratada. Um primeiro episódio de depressão que ocorra após os 65 anos de idade poderá ser um precursor de demência e deverá precipitar tanto a avaliação quanto o tratamento da depressão, bem como avaliação completa para a demência. A intervenção precoce retarda bastante a progressão da demência, mantendo a independência do individuo bem como sua qualidade de vida. 2.2 DEPRESSÃO UNIPOLAR Apresenta três subtipos diferenciados por padrões variáveis de sintomas. • O subtipo mais comum é a depressão melancólica, caracterizada por depressão pior pela manhã, insônia com despertar precoce, anorexia com perda de peso significativa, agitação psicomotora e sofrimento mental, perda de interesse em atividades, incapacidade de responder a estímulos agradáveis e perda completa da capacidade de sentir alegria. • Os sintomas da depressão atípica são o oposto da depressão melancólica; esta se caracteriza por depressão que piora conforme o dia progride comer excessivo e hipersonia. • O último tipo de depressão unipolar é denominado distimia e caracteriza-se por depressão leve, porém persistente, que dura mais de dois anos. 2.3 DEPRESSÃO BIPOLAR A depressão bipolar, ou doença maníaco-depressiva, também apresenta múltiplos subtipos, caracterizados por episódios de elação e irritabilidade (mania) com ou sem episódios de depressão, embora a ocorrência de mania sem depressão associada (mania unipolar) seja rara. PAGE 14 incompatível com o uso simultâneo do lítio, além da hipotensão que induz nos pacientes normotensos. 3. SÍNDROME DO PÂNICO Estudos epidemiológicos sugerem que a síndrome do pânico tenha uma prevalência, durante toda a vida entre 1,5% e 3%. Os parentes em primeiro grau de pessoas com a síndrome do pânico possuem risco de 3 a 21 vezes maior de desenvolvimento tal síndrome do que as pessoas não-relacionadas. 3.1 CARACTERÍSTICAS A síndrome do pânico caracteriza-se por sintomas neurológicos (tonteira ou vertigem, parestesias, desmaios), sintomas cardíacos (taquicardia dor no peito, palpitações), sintomas respiratórios (falta de ar, sentimento de asfixia ou sufocação) e sintomas psicológicos (sensação de perigo iminente, medo de morrer e sentimento de irrealidade). As crises, que não são esperadas e que não se relacionam a eventos externos, geralmente duram 15 a 30 minutos, mas, algumas vezes, continuam por uma hora. Metade dos pacientes com a síndrome do pânico também apresenta depressão concomitante. 3.2 TRATAMENTO As respostas aos medicamentos sugerem que múltiplos mecanismos e neurológicos estão envolvidos na iniciação da crise do pânico. As pessoas que vivenciam crises do pânico apresentam níveis de certa forma mais baixos de serotonina do que as pessoas sem doença mental conhecida, mas não se conhece o mecanismo de tal diminuição. Os SSRI são eficaz no tratamento do pânico, porém a resposta completa a medicação pode facilmente levar 12 semanas ou mais. Os antidepressivos tricíclicos podem ser úteis, contudo o risco de overdose pode limitar seu uso no tratamento do pânico, num esforço para reduzir suicídios. As respostas a ioimbina e clonidina indicam que o sistema adrenérgico está claramente envolvido. A ioimbina, um bloqueador do receptor α²- adrenérgico, precipita as crises de pânico em pessoas suscetíveis a elas, mas não em outras. Este fato sugere que alterações no sistema adrenérgico podem ser parte da etiologia do distúrbio. A administração da clonidina não esta comprovada como tratamento eficaz para a síndrome do pânico. PAGE 14 O ácido γ-aminobutírico é o terceiro sistema de neurotransmissores que, por hipótese, estaria envolvido na síndrome do pânico. Foi sugerido que as pessoas que vivenciam a sindrome do pânico podem apresentar excesso de agonistas inversos ao GABA. As benzodiazepínicas, que atuam nos sítios receptores do GABA, são eficazes no tratamento do pânico. Um dos riscos e o surgimento dos vicio entre os que podem ter proteção para o uso inadequado de substancias. Tem havido certa utilização fora de classe dos anticonvulsivantes GABA-érgicos no tratamento do pânico. Muitos pacientes podem necessitar do emprego de mais de uma classe de medicação no tratamento das crises de pânico. Entretanto, o tratamento no é completamente eficaz, a menos que seja incluída psicoterapia com o foco e alterações cognitivas e comportamentais como parte de programa abrangente. Se inadequadamente tratadas, as pessoas com síndrome do pânico freqüentemente desenvolvem fobias, particularmente agorafobia, que pode ser tão debilitante, a ponto de a pessoa não conseguir deixar sua casa. 4. DISTÚRBIO DE ANSIEDADE GENERALIZADA 4.1 ANSIEDADE NORMAL E ANSIEDADE PATOLÓGICA • Ansiedade normal não é um estado normal, mas é uma reação normal, esperada em determinadas situações. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais, esperadas, auto-limitadas e necessária para a auto-preservação. Caracterizada por: um sentimento desagradável, vago, indefinido, que pode vir acompanhado de sensações como frio no estômago, aperto no peito, coração acelerado, tremores e podendo haver também sensação de dispnéia. • Ansiedade patológica caracteriza-se por ter uma duração e intensidade maior que o esperado para uma determinada situação, além de não ajudar a enfrentar um fator estressor, ela dificulta e atrapalha a reação. 4.2 CONCEITO Distúrbio de ansiedade generalizada costuma ser uma doença crônica, com curtos períodos de remissão, causa um comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa ocasionando sofrimento durante vários anos. É basicamente uma preocupação ou PAGE 14 ansiedade excessiva, com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observada. O transtorno de ansiedade generalizada costuma ser crônico, duradouro com pequenos períodos de remissão dos sintomas mas geralmente leva o paciente a sofrer com o estado de ansiedade elevado durante anos. Pode vir a ceder espontaneamente em alguns casos e não há meios de se prever quando isso acontecerá. Não há crises, mas sim estados permanentes e prolongados de desconforto ansioso. 4.3 SINTOMAS Pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa. È acompanhado de sintomas como: • Tensão muscular • Hiperatividade autônoma, vigilância e esquadrinhamento • Xerostomia • Sudorese excessiva • Apatia • Afagia • Cefaléia • Dispnéia • Problemas gastrintestinais • Facilidade em alterar-se 4.4 DIAGNÓSTICO Uma das maneiras de diferenciar a ansiedade generalizada da ansiedade normal é através do tempo de duração dos sintomas. Como os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos pode estar comprometidos, o trabalho inicial do médico está em excluir outras doenças que possam ter sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade generalizada. Para tanto, alguns exames clínicos podem ser necessários, sendo que mais importante do que isso é o relato detalhado de informações do paciente. 4.5 TRATAMENTO As drogas particularmente mais eficazes no tratamento deste distúrbio são as benzodiazepinas (clordiazepóxido, diazepam). Tais drogas aumentam a atividade do receptor do GABA², que PAGE 14 • Ser alvo, ou julgar-se alvo de avaliação pelos outros – A crise de fobia pode ser desencadeada em qualquer situação de desempenho. Pode ser uma situação objetivamente simples, como preencher um formulário diante de alguém ou comer um sanduíche numa lanchonete. Ou situação mais complexa, como participar de reunião de trabalho e explicar um relatório. Ou entrar em contato direto com alguém hierarquicamente superior. Você provavelmente já viu algumas manifestações de ansiedade em situações sociais ser descrito como Ansiedade Social ou como formas de Timidez. Essas manifestações são conhecidas como Medo de Falar em Público, Medo do Palco, e Ansiedade de Desempenho. Embora elas sejam consideradas formas leves de ansiedade, semelhante à Timidez, e não serem classificadas como transtornos mentais, elas podem assumir características debilitantes e influenciar no curso das vidas das pessoas. Consequentemente, as manifestações de Medo de Falar em Público, Medo do Palco, e Ansiedade de Desempenho podem ser classificadas como Timidez e como Ansiedade Social – a diferença de uma para outra vai depender da intensidade e duração dos sintomas das crises de ansiedade, assim como na repercussão sobre a vida da pessoa. 6.3 TRATAMENTO Diversas drogas mostram-se eficazes no tratamento de fobia social, como os MAOI, SSRI, benzodiazepinas e bloqueadores β-adrenergicos. A fobia social também é particularmente responsiva as terapias comportamentais e cognitivas. 7. TRANSTORNOS ALIMENTARES Os Transtornos Alimentares são definidos como desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre outros problemas físicos e incapacidades. Os principais tipos de Transtornos Alimentares são a PAGE 14 Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa. Essas duas patologias são intimamente relacionadas por apresentarem alguns sintomas em comum: uma idéia prevalente envolvendo a preocupação excessiva com o peso, uma representação alterada da forma corporal e um medo patológico de engordar. Em ambos os quadros os pacientes estabelecem um julgamento de si mesmos indevidamente baseados na forma física, as quais freqüentemente percebem de forma distorcida. O impacto que os Transtornos Alimentares exercem sobre as mulheres é mais prevalente, ainda que a incidência masculina. A Vigorexia(obcecado por músculos), por exemplo, tem sido predominante nos homens, mas já se estão detectando casos de mulheres obcecadas pelo músculo. Já os Transtornos Dismórficos acometem igualmente ambos sexos. Os Transtornos Alimentares são todos aqueles que se caracterizam por apresentar alterações graves na conduta alimentar é uma perturbação da imagem corporal e busca incessante pela magreza e os mais freqüentes são Anorexia e Bulimia nervosas. 7.1 ASPECTOS NEUROLÓGICOS E SÓCIO-CULTURAIS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES Vários estudos epidemiológicos demonstram um aumento na incidência de alguns dos Transtornos Alimentares tem origem devido à evolução do padrão de beleza feminino em direção a um corpo cada vez mais magro. A Anorexia e a Bulimia parecem ser mais prevalentes em países ocidentais e são claramente mais freqüentes entre mulheres jovens, especialmente aquelas pertencentes aos estratos sociais mais elevados destas sociedades, o que fortalece sua conexão com fatores sócio-culturais. A pressão que a sociedade vivência hoje com essa cultural de emagrecer é considerada um elemento fundamental da etiologia desses transtornos, os quais, juntamente com fatores biológicos, psicológicos e familiares acabam gerando uma preocupação excessiva com o corpo, um medo anormal de engordar e uma ansiedade marcantemente acompanhada de alterações do esquema corporal. Em nível pessoal e neurológico, as condutas de alimentação estão normalmente reguladas por mecanismos automáticos no sistema nervoso central (SNC). A sensação de fome tem origem dupla; tanto em estímulos metabólicos, quanto em receptores periféricos situados na boca e no tubo digestivo. Induz-se a sensação de apetite, que desencadeia conduta de alimentação. A sensação de saciedade faz cessar os estímulos da fome e se detém o processo. As pessoas normais apresentam algumas reações adaptadas aos estímulos de fome e de sede, com respostas corretas para a saciedade. PAGE 14 Há tempos se reconhece o hipotálamo como o local onde se situam os centros da fome e da saciedade, mas, será no córtex cerebral o local onde se desenvolvem mecanismos mais complexos relacionados à alimentação. Embora o processo da alimentação (fome, sede, saciedade) possa parecer fisiologicamente automático e elementar, como dissemos, eles não ocorrem apenas nos elementos neurobiológicos que regulam a conduta alimentar. Eles também estão vinculados a experiências vivenciais prévias. Portanto, existem outros mecanismos mais complexos e relacionados com nossas experiências psicológicas (sentimentos de segurança, bem estar e afeto que se experimentam a através do peito materno na lactação, antecedentes pessoais de carência extrema, etc.) regulando o processo da alimentação. Também se relacionam ao ato de comer, nossas experiências sociais, tomando-se por base o fato de que o ato de comer tenha um aspecto eminentemente social e cultural. Em algumas ocasiões a causa dos Transtornos Alimentares pode ser física, decorrente de doenças que dificultam o processo da alimentação ou alteram o aproveitamento normal dos alimentos, outras vezes, entretanto, o processo da alimentação pode alterar-se por fatores, sócio-culturais, psicológicos e sociais tais como a religião, cultura, status, moda etc. 7.2 ALTERAÇÕES CEREBRAIS E TRANSTORNOS ALIMENTARES Os pacientes com Anorexia Pura têm aspectos clínicos comuns com os pacientes portadores de Bulimia, principalmente da Bulimia do tipo restritivo (de ingestão alimentar restrita), tais como, por exemplo, a distorção da imagem corporal(é magro e se vê gordo) , alterações na percepção das sensações internas, fobia do ganho de peso, preocupação em manter um peso de corpo subnormal. Estudos com tomografia por emissão de pósitrom (SPECT) mostraram haver um hipometabolismo (metabolismo abaixo do normal) em determinada região cerebral, mais precisamente na área frontal e parietal nos pacientes com Anorexia Nervosa (Tetsuro). Esses estudos funcionais cerebrais têm mostrado que estímulos visuais de alimentos de alto teor calórico aumentam o fluxo sangüíneo cerebral regional do sangue no do giro do cíngulo, nas áreas para-límbicas de pacientes com Anorexia Nervosa. Os pacientes selecionados por Tetsuro foram divididos em três grupos: aqueles com Anorexia Nervosa, outros com Bulimia e voluntários saudáveis. Todas as imagens foram submetidas à comparação com o espaço anatômico padrão do cérebro e alisadas a seguir. Após a análise estatística de cada imagem do cérebro, os relacionamentos entre imagens foram avaliados. PAGE 14 aparece antes de sua perda de peso ser perceptível. Alguns pacientes com anorexia nervosa induzem vômitos ou abusam de laxantes e diuréticos, causando preocupação sobre a alcalose hipolêmica e aumento na diurese. 7.3.4 SINTOMAS • Perda de peso em curto espaço de tempo. • Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões. • Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro. • Parada do ciclo menstrual (amenorréia) • Interesse exagerado por alimentos. • Comer em segredo e mentir a respeito de comida. • Depressão, ansiedade e irritabilidade. • Exercícios físicos em excesso. • Progressivo isolamento da família e amigos. 7.3.5 COMPLICAÇÕES MÉDICAS • Desnutrição e desidratação. • Hipotensão. • Anemia. • Redução da massa muscular. • Intolerância ao frio. • Motilidade gástrica diminuída. • Amenorréia. • Osteoporose. • Infertilidade em casos crônicos. 7.3.6 TRATAMENTO O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através da redução alimentar com apoio psicológico.Em geral, é necessário alguma forma de psicoterapia pra ajudar o paciente a lidar com sua doença e com as questões emocionais subjacente. PAGE 14 Psicoterapia individual, terapia ou orientação familiar, terapia cognitivo-comportamental (uma terapia que ajuda paciente a modificar pensamentos e comportamentos anormais). Para anorexia nervosa não há uma medicação especifica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal. Esse tratamento costuma ser demorado e difícil. 7.4 BULIMIA A Bulimia Nervosa é um transtorno mental que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo (as crises bulímicas), seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, preocupação esta que leva a pessoa a adotar condutas compensatórias recorrentes e perigosas para sua saúde como-vômitos auto-induzidos uso de laxantes, uso de diuréticos, jejum ou exercícios em excesso isso para evitar o ganho de peso. A Bulimia Nervosa também acomete preferentemente a mulheres jovens entre 18 aos 20 anos. De acordo com os critérios diagnósticos de bulimia nervosa, a compulsão periódica e os comportamentos compensatórios devem ocorrer em média pelo menos duas vezes por semana durante três meses e tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiria se alimentar em um determinado espaço de tempo. A bulimia costuma causar sofrimento psíquico e afeta áreas diversas do sujeito. O bulimíco não tem prejuízo somente da sua relação com a comida ou da sua relação com seu corpo. Ele se vê afetado em suas relações sociais - uma vez que festas e confraternizações envolvem alimentação. Ele se vê atormentado por uma questão que lhe é cotidiana (alimentação) e que não pode ser evitada, uma vez que todo indivíduo precisa se alimentar.Isso demonstra a dificuldade de se lidar com o transtorno alimentar (tanto para o sujeito que se vê afetado, quanto pelos demais à sua volta) É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome. O paciente perde o controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso. 7.4.1 SINTOMAS Os sintomas mais freqüentes são: • Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos PAGE 14 • Vômitos auto-induzidos, uso de laxantes • Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal. • Depressão • Obsessão por exercícios físicos. • Comer em segredo. 7.4.2 COMPLICAÇÕES MÉDICAS • Inflamação na garganta. • Face inchada e Dolorida • Desequilibro eletrolítico. • Vômitos com sangue. • Dores musculares e câimbras. 7.4.3 CAUSAS Suas causas são cobrança a si mesmo por se achar acima do peso, algumas vezes cobranças dos próprios pais.Por se sentir gorda(o), por nunca estar magra o suficiente, por se olhar no espelho e se ver gorda mesmo não sendo, criando um estereótipo de beleza imposto pela mídia, por amigas e pela própria sociedade no qual quer um padrão físico estável. 7. 4.4 TRATAMENTO Se a causa tem vários fatores e acarreta em prejuízo de várias áreas, o tratamento não poderia ser diferente: envolve abordagem multiprofissional. Psicoterapia, aconselhamento dietético e tratamento medicamentoso são as principais vertentes. Na maioria das vezes os pacientes não precisam ser internados, devendo ser acompanhados ambulatorialmente. Os medicamentos mais utilizados e estudados são os anti-depressivos, como os tricíclicos e os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) PAGE 14
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