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Mergulho Profundo Offshore, Notas de estudo de Engenharia Civil

Atividades de mergulho em offshore

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 31/01/2010

alex-fersan-9
alex-fersan-9 🇧🇷

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Baixe Mergulho Profundo Offshore e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! COOPERAÇÃO E SEGURANÇA EM SISTEMAS COMPLEXOS: O CASO DO TRABALHO DE MERGULHO PROFUNDO EM INSTALAÇÕES PETROLÍFERAS OFFSHORE NA BACIA DE CAMPOS Marcelo Gonçalves FIGUEIREDO LAGETEC/EE Centro Tecnológico e Científico - UFF CEP 24210-240 - Niterói, RJ - Brasil mparada@pep.ufrj.br Mario Cesar VIDAL GENTE/COPPE Centro de Tecnologia - UFRJ Calxa Postal 68507- CEP 21945-970 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil vidal@pep.ufrj.br Tony MARCHAND Aramiihs-IRIT UPS-CNRS UMR 5505, 118, Rte de Narbonne, 31062 Toulouse Cedex, France marchand@irit.fr Bernard PAVARD Aramiihs-IRIT UPS-CNRS UMR 5505, 118, Rte de Narbonne, 31062 Toulouse Cedex, France parvard@cict.fr ABSTRACT In this article, we research the work of deep dive in the region of Campos, an activity actually essential to make possible oil production and exploration offshore. Our objective is to emphasize the importance of the aspects related with the collective dimension of work (specially cooperation/comunication). Also, the relation between these aspects and safety, in place of complex systems. KEYWORDS : Deep dive, cooperation/comunication, safety, complex systems. RESUMO Neste artigo, analisamos o trabalho de mergulho profundo na Bacia de Campos, uma atividade que tornou-se imprescindível para viabilizar a produção e exploração petrolífera offshore. Nosso objetivo é ressaltar a importância de aspectos relacionados à dimensão coletiva do trabalho (em especial, a cooperação/comunicação), e sua relação com a segurança no âmbito dos sistemas complexos. I- INTRODUÇÃO Continua sendo inquestionável o papel crucial desempenhado pelo petróleo como principal fonte de energia da sociedade moderna. Estima-se que o peso relativo do petróleo no consumo de energia mundial seja superior a 60% (PINGUELLI ROSA e TOLMASQUIM, 1996). Não obstante o desenvolvimento de fontes alternativas, sabe-se que nas próximas décadas o petróleo tende a predominar para fins de geração de energia, sendo ainda mais remota a substituição de alguns dos seus produtos derivados tais como fibras sintéticas, plásticos, borrachas, fertilizantes etc. Em função desta enorme importância, e por ser um recurso natural geograficamente mal distribuído, tornou-se um elemento de disputa não apenas econômica, mas também política. Isto se reflete nas inúmeras discussões no campo da economia política acerca do “poder de mercado” das grandes companhias de petróleo e da “natureza estratégica” deste recurso natural, que de tão valioso acabou ficando conhecido como o “ouro negro”, deixando em seu rastro, ao longo deste século “uma história de dinheiro, ganância e poder” nas palavras de YERGIN (1993). No Brasil, a Petrobrás iniciou em 1977 as operações de produção de petróleo na Bacia de Campos, região situada no Norte do Estado do Rio de Janeiro, e onde, até então, predominavam as atividades pesqueiras e agropecuárias. Vinte anos depois esta região é detentora de 70% da produção nacional de petróleo e 40% da produção de gás. Segundo dados da própria empresa1 foram 21 bilhões de dólares investidos, já tendo sido ultrapassada a marca dos 1150 poços perfurados. Em julho de 97 foram produzidos, em média, 626500 barris diários de óleo e 10,5 milhões de metros cúbicos de gás, ultrapassando os patamares de países pertencentes à OPEP (Organização dos Países Exportadores II.1- A TÉCNICA DE SATURAÇÃO A técnica de saturação foi desenvolvida para atender fundamentalmente à dupla necessidade de se executar tarefas que demandavam jornadas de permanência no fundo mais longas e a profundidades cada vez maiores. Lembramos que com a técnica do “bounce dive”, o tempo máximo de fundo era de uma hora para uma profundidade limite de 130 metros. Hoje, com os sistemas de mergulho dos DSV’s mais modernos - conjunto de câmaras de saturação que comporta 16 mergulhadores saturados, 2 sinos de mergulho, ROV’s/RCV’s6 etc - é viável, em determinadas circunstâncias e mediante um esquema de revezamento, dispor de mergulhadores em atividade no fundo durante 24 horas por dia a grandes profundidades, durante vários dias. Nestes DSV’s o sistema de saturação é constituído basicamente por câmaras pressurizadas (câmaras de saturação) que estão interligadas entre si, ou seja, são grandes vasos de pressão intercomunicantes, que permitem, quando necessário, a transferência dos mergulhadores de uma câmara para outra. É nestas câmaras, supervisionadas pelo controle de saturação, que os mergulhadores permanecem, quando não encontram-se na água, durante todo o período em que estiverem saturados, normalmente 28 dias. Salvo situações excepcionais, este é o limite máximo permitido para o ciclo completo de uma saturação, o intervalo de tempo compreendido entre o início da compressão e o final da descompressão. Em geral são saturados 6 mergulhadores por equipe, num processo que se estende, aproximadamente, por 12 horas até o seu término7. A pressão das câmaras é então regulada de modo a tornar-se compatível com a respectiva pressão de trabalho do fundo, onde os mergulhadores executarão as tarefas requisitadas com base numa programação previamente estabelecida. II.2 – DESCRIÇÃO SUCINTA DA SITUAÇÃO DE TRABALHO Em primeiro lugar, vejamos em relação ao DSV SO os setores (e seus respectivos níveis hierárquicos) envolvidos mais diretamente numa intervenção submarina. Os cargos à nível de superintendência são aqueles cujos profissionais não se enquadram no esquema de revezamento, e não têm horário fixo, em geral cumprindo a maior parte de suas jornadas no período diurno. O superintendente de operações (“barge”) e o comandante do navio também ficam à disposição, mas isto não os exime do cumprimento de uma jornada fixa. O restante das funções obedece ao esquema de revezamento em dois turnos (0 às 12 e 12 às 24) durante os 14 dias de embarque, conforme indicado a seguir: - ponte de comando: 1 comandante (à disposição, cumprindo horário de 6 às 18h) e 1 imediato (18 às 6h). Para ambos a escala de revezamento é de 6 semanas, já que residem no exterior; - gerência de operações: 1 superintendente de operações ou “barge” (à disposição, cumprindo horário de 12 às 24h) e 1 supervisor técnico (0 às 12h); - controle de mergulho: 1 superintendente (à disposição), 2 supervisores (1 em cada turno), quatro mergulhadores no apoio de superfície8 (2 em cada turno) e, em geral, 6 mergulhadores saturados9 (28 dias); - controle de ROV/RCV: 1 superintendente (à disposição), 2 supervisores (1 em cada turno) e quatro pilotos (2 em cada turno); O controle de saturação não participa diretamente das intervenções, dando assistência aos mergulhadores que encontram-se no interior das câmaras de saturação, isto é, que não estão em atividade no fundo. A ele estão vinculados 1 supervisor (12 às 24h), 1 técnico de saturação senior (0 às 12) e 2 técnicos de saturação (1 em cada turno, sendo que um deles também exerce a função de enfermeiro do trabalho). Dependendo do número de mergulhadores saturados, coloca-se mais um técnico de saturação no período de 6 às 18. Esquematicamente, temos: Definido o local da intervenção pelo representante do cliente daquele horário (fiscal da Petrobrás que fica a bordo do navio, um de 0 às 12 e o outro de 12 às 24), este transmite a informação ao superintendente de operações (ou ao supervisor técnico), que irá então solicitar ao comandante para que rume com o navio até o referido local. Toda a parte concernente à navegação fica sob a responsabilidade do comandante. A programação a ser cumprida vai sendo, então, comunicada ao superintendente de operações ou ao supervisor técnico pelo fiscal. Os dois primeiros funcionam como elo de ligação entre este último e Fiscal (Petrobrás) Superintendente de Operações (Barge ) Comandante Superintendente de Mergulho Superintendente de ROV/RCV Supervisor de Mergulho Supervisor de ROV/RCV Supervisor de Saturação Mergulhdores Saturados Mergulhadores de Apoio Técnicos de Saturação Pilotos de ROV/RCV Imediato Supervisor Técnico quente, chegam até o mergulhador por intermédio de um conjunto de mangueiras, que se constitui na ligação entre o mergulhador (na água) e o sino, chamado de umbilical (ou narguilê). O sino, por sua vez, é alimentado pela superfície de modo análogo, isto é, através do umbilical principal que o liga até esta. Em verdade, durante toda a operação o controle de mergulho exerce um papel de coordenação central, estando em comunicação permanente com o mergulhador na água, com o ‘bell man’ no sino e com o controle de ROV/RCV. Em algumas etapas da operação também mantém contato com a ponte de comando do navio e com os mergulhadores que estão na equipe de apoio (para subida e descida do sino, da cesta de ferramentas etc). Por vezes, ainda fica em comunicação com as plataformas ou outras embarcações, quando da realização de operações em conjunto. Ao final da operação (que deve se limitar a uma duração máx. de 8h) ou pouco antes de se esgotar seu tempo máximo “de água”16, o mergulhador retorna ao sino e este é içado até a superfície. Esta dupla de mergulhadores regressa à câmara de saturação e, na hipótese da intervenção não ter sido concluída, outra dupla pode ser acionada reiniciando-se o processo. Em caso contrário, o DSV navega em direção ao local da próxima intervenção programada. III - A DIMENSÃO COLETIVA DAS INTERVENÇÕES Em relação ao grau de cooperação entre supervisor e mergulhador no curso das tarefas executadas por este último quando encontra-se no fundo, o comentário de um dos supervisores do DSV SO é bem ilustrativo no sentido de caracterizar a intensidade com que esta cooperação se manifesta: “eu (supervisor) trabalho junto com o ‘cara’ (mergulhador)”. Isto porque o supervisor acompanha passo a passo a movimentação do mergulhador no fundo através das imagens fornecidas pelo ROV/RCV, como frisamos acima. Ele conjuga as imagens emitidas pelo vídeo com o sistema de fonia, podendo assim orientá-lo na execução dos serviços. Através da fonia o mergulhador também pode ajudar o supervisor a construir uma representação mais precisa da situação, fornecendo detalhes que nem sempre são captados pelos veículos (ROV’s/RCV’s). Sobretudo quando a visibilidade está comprometida por partículas em suspensão ou pelos minúsculos camarões que se concentram em frente à câmera do veículo. No entanto, ao considerarmos o trabalho de monitorização desempenhado pelo controle de ROV/RCV, e a atividade do ‘bell man’ no sino, “pagando”17 e recolhendo o umbilical do mergulhador de acordo com a orientação que lhe vai sendo dada também pelo supervisor na superfície, constatamos que a cooperação se dá efetivamente em nível mais ampliado, envolvendo além do mergulhador e do supervisor de mergulho, o piloto/supervisor de ROV/RCV e o ‘bell man’ no sino. Isto sem falar nas operações em conjunto, em que a sala de controle da plataforma, junto a qual se desenrolam os serviços, também acompanha a intervenção18. Ou então quando os mergulhadores que estão no apoio de superfície “passam um telegrama ou telefone” para o mergulhador no fundo, isto é, enviam alguma ferramenta ou peça, cuja utilização não foi prevista quando do lançamento da cesta de ferramentas no início da operação. Por vezes, o supervisor de mergulho chega a ficar com quatro fonias abertas, e como um deles chegou a frisar, “com todo mundo querendo falar ao mesmo tempo”. Nestas circunstâncias desvela- se a “perícia cognitiva” (PAVARD e DECORTIS, 1994) mobilizada pelo supervisor no curso da atividade para gerir as informações que se apresentam simultaneamente. Entende-se, então, o que um dos engenheiros do DSV SO quis dizer ao afirmar que há ocasiões onde se faz necessário um investimento cognitivo que desborda da concentração: “tem que ser imersão”. Outrossim o “barge” do mesmo navio ressaltou a criticidade do aspecto comunicacional: “a comunicação é a coisa mais difícil no mergulho”. Entende-se, também, a razão do largo período de gestação necessário para a constituição das competências cooperativas neste tipo de atividade. Como veremos elas se caracterizam, em larga medida, pela mobilização de regras implícitas que podem não corresponder, e mesmo superar amplamente os aspectos prescritos do trabalho (LEPLAT, 1992; PAVARD et alii, 1994). Além de todo este trabalho de comunicação/cooperação, fica a cargo do controle de mergulho a operação e monitorização de controles e ‘displays’ (dispositivos de informação) variados existentes na mesa e nos painéis que integram a estação de trabalho do supervisor. No tocante à movimentação do sino, por exemplo, todas as manobras - do seu desacoplamento, quando deixa a superfície , até seu retorno - podem ser executadas por controles hidráulicos localizados nesta mesa. No caso do DSV SO, há uma cabine à parte, também comandada pelo supervisor, que normalmente fica encarregada de operar a movimentação do sino, constituindo-se em um canal adicional de comunicação. Há ainda uma série de ‘displays’ que informam a profundidade, pressão, temperatura, percentual e pressão de CO2 e O2. Em relação ao suprimento de gás usado nos mergulhos saturados - a mistura de hélio e oxigênio chamada de heliox - existe um painel para o controle e regulagem de sua circulação de forma a abastecer adequadamente o mergulhador. O gás é enviado para o sino por meio do umbilical principal, e do sino para o mergulhador através do umbilical de mergulho. Durante o processo respiratório, à medida que o mergulhador vai exalando o gás que acabou de inspirar, este é captado pela recuperação do sistema conectada ao capacete, retornando ao sino e deste novamente para a superfície, onde é filtrado para retirada do CO2 e acréscimo de O2, reiniciando-se o processo em circuito fechado. Nesta filtragem utiliza-se um produto denominado ‘soda sorb’, cuja renovação periódica é incumbência dos técnicos de saturação. Havendo algum tipo de problema com o sistema em circuito fechado, o supervisor orienta o mergulhador para que abra uma válvula no capacete fazendo com que o gás exalado não seja mais recuperado, caracterizando, desta forma, o funcionamento em circuito aberto. Esta situação, no entanto, é indesejável pois deixa-se de recuperar o hélio que é um gás caríssimo, raro e importado. O hélio, por sinal, afeta sobremaneira as cordas vocais, provocando uma distorção na qualidade do som emitido pela voz dos mergulhadores, o efeito “Pato Donald”. Embora o sistema de fonia seja dotado de um dispositivo capaz de atenuar consideralvelmente este efeito, sua eficácia se reduz à medida em que cresce a profundidade, implicando em aumento da carga cognitiva da atividade do supervisor na superfície, expressa sob a forma de uma maior concentração auditiva ao tentar discernir de forma satisfatória o que está sendo dito pelo mergulhador. Somando-se a isto os problemas de restrição da capacidade auditiva do próprio mergulhador, devido a afecções crônicas que o acometem ao longo de sua vida laboral, constata-se a existência de uma ‘contrainte’ que é de caráter fisiológico: atuam conjuntamente o efeito “Pato Donald” (nas cordas vocais) e as restrições de ordem auditiva. Cabe salientar que os supervisores são ex-mergulhadores, levando-nos a supor que, pelo menos, uma parcela também apresenta problemas de ordem auditiva19. Existem ainda os ‘contraintes’ de cunho tecnológico como o ruído dos equipamentos, dos veículos (ROV/RCV), acarretando um certo mascaramento da voz do supervisor, que assim deve estar atento para não permitir que sua fala se constitua em mais um elemento de perturbação para o mergulhador, conforme assinala um superintendente de mergulho: BIBLIOGRAFIA FIGUEIREDO, M. (1998). O Trabalho de Mergulho Profundo em Plataformas Offshore na Bacia de Campos: a Guerra de ‘Highlander’ contra ‘Leviatã’. Exame de Qualificação ao Doutorado. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ. LEPLAT, J. (1992). Ergonomie et activités colletives. In: Actes du XXVII Congrès de la SELF. Lille. LEPLAT, J. e TERSSAC, G. (1990). Les facteurs humains de la fiabilité dans le systèmes complexes. Marseille: Octares. PAVARD et alii (1994). Conception de collecticiels pour l’aide à la prise de décision en situation d’urgence: la nécessité d’une approche pluridisciplinaire et intégrée. In Pavard, B. (org.). Systèmes coopératifs: de la modélisation à la conception. Toulouse. Octares. PAVARD, B. e DECORTIS, F. (1994). Communication et coopération: de la théorie des actes de langage à l’approche ethnométhodologique. In: Pavard, B. (org.). Systèmes coopératifs: de la modélisation à la conception. Toulouse. Octares. PETROBRÁS (1997). Relatório do Grupo de Trabalho constituído pela Gerência Geral da Petrobrás na Bacia de Campos para apurar o acidente fatal ocorrido em 31/03/97 com um mergulhador no poço RJS 232. Macaé. PINGUELLI ROSA, L. e TOLMASQUIM, M. (coord.) (1996). A Regulamentação do Setor Petrolífero Brasileiro: refletindo sobre o futuro. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ. RIBEIRO, I. (1980). Trabalho em Condições Hiperbáricas. In: Mendes, R. (org.). Medicina do Trabalho/Doenças Profissionais. São Paulo: Sarvier. WYNNE, B. (1988). Unruly Technology: pratical rules, impratical discourses and public understanding. Social Studies of Science, vol. 18: 147-167. YERGIN, D. (1993). Petróleo: uma história de dinheiro, ganância e poder. São Paulo: Scritta. NOTAS 1- INFORMATIVO Bacia de Campos, Macaé, Petrobrás, 08/ago/1997. 2- Cada um destes 36 campos é identificado pelo nome de um peixe. Por isso as denominações Albacora, Marlim, Enchova, Garoupa, Namorado, Cherne, Vermelho, Pargo etc. 3- Ponte de aproximadamente 13 Km de extensão sobre a Baía de Guanabara, que faz a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói 4- Neste tipo de intervenção o tempo de pressurização é extremamente rápido (em torno de 5 min.), e o tempo máximo de permanência no fundo restringe-se a cerca de 60 min. 5- Os veículos de operação remota são sofisticados robôs indispensáveis para a consecução das atividades de inspeção e manutenção submarina. 6- Enquanto os ROV’s (veículos de operação remota) são capazes de realizar serviços de monitorização e intervenção direta (os ROV’s de grande porte são dotados de braços manipuladores que podem acionar controles, movimentar equipamentos etc), os RCV’s (veículos controlados remotamente) possuem dimensões menores e ficam limitados à monitorização de imagens submarinas. 7- Este intervalo de tempo termina se estendendo, pois a cada 100m são feitas paradas de estabilização para se evitar a HPNS (Síndrome Neurólogica das Altas Pressões), um quadro de intoxicação, com maior incidência nos mergulhos mais profundos, provocado pela utilização de misturas respiratórias especiais, em especial o hélio-oxigênio (RIBEIRO, 1980). Esta e outras afecções como a doença descompressiva e o barotrauma de ouvido serão abordadas na continuação deste trabalho. 8- São mergulhadores que não estando saturados auxiliam na subida e descida do sino, da cesta de ferramentas, em algumas manobras no convés do navio etc. 9- Este número pode variar de acordo com a demanda dos serviços previstos. 10- Durante a semana em que Figueiredo esteve a bordo do DSV SO, a empresa S foi penalizada com um ‘down time’ de 48 minutos, pois uma das operações de mergulho teve que ser ‘abortada’ em função de uma avaria no umbilical principal. 11- Equipamento constituído basicamente por um conjunto de registros e válvulas, cuja finalidade é controlar o fluxo de fluídos oriundos dos reservatórios submersos. 12- Existe uma “pastilha” embutida no capacete que funciona como um microfone; em relação às válvulas, podemos citar o dispositivo de acionamento do ‘B.O.S.’, a válvula que dispara o ‘free flow’ para ventilar o interior do capacete, a válvula anti -‘squeeze’ para evitar uma subpressão no interior do capacete, provocada pelo funcionamento ininterrupto do sistema de recuperação etc; a lanterna fica acoplada na parte superior do capacete, e o seu acionamento é comandado pela superfície. É mais conhecida entre os mergulhadores como “farol da bicicleta”. 13- O ‘B.O.S.’ é um equipamento transportado pelo mergulhador em suas costas como se fosse um ‘aqualung’. Ele é acionado quando ocorre alguma pane no sistema de suprimento de gás enviado pelo umbilical, permitindo ao mergulhador que se encontra na água retornar ao sino respirando normalmente. O modelo ‘B.O.S.II’, usado atualmente, foi especialmente desenvolvido para ser usado com o capacete ‘hydralite 3’, com o qual se conecta através de duas mangueiras. 14- Segundo um dos gerentes, o ‘know how’ acumulado na confecção de roupas especiais, acabou credenciando a empresa S para desenvolver protótipos de roupas utilizadas por astronautas. 15- Levando-se em conta as tarefas a serem executadas durante a operação o supervisor orienta a equipe de apoio na superfície para que coloque as ferramentas necessárias numa cesta cuja função é transportá-las até o fundo. 16- Para mergulhos entre 211 e 300m, o tempo máximo “de água” do mergulhador (intervalo de tempo decorrido entre a saída e o retorno ao sino) não pode exceder 5h. Entre 301 e 350m, este tempo é de 3h. 17- Aqui o termo “pagando”, assume a conotação de liberando. “Pagar” o cabo de um guincho, por exemplo, significa liberá-lo. 18- Isto é viabilizado por um sistema de ‘videolink’, que transmite à plataforma as imagens captadas pelo controle de ROV/RCV. 19- Tentaremos verificar junto à empresa S, a existência de dados que nos possibilitem identificar a abrangência destas afecções auditivas 20- O nome correto, segundo o entrevistado, é ‘tirfor’, uma ferramenta que permite multiplicar a força aplicada em manobras que envolvem puxadas de aproximação.
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