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Ensaios não destrutivos, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Documentos relacionados à ensaios não destrutivos sobre: Partícula Magnética

Tipologia: Notas de estudo

2010

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Baixe Ensaios não destrutivos e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! IATE MAGNÉTICAS Jan./2007 Ensaio por Partículas Magnéticas Prefácio “Este trabalho representa um guia básico para programas de estudos e treinamento de pessoal em Ensaio por Partículas Magnéticas, contendo assuntos voltados para as aplicações mais comuns e importantes deste método de Ensaio Não Destrutivo. Trata-se portanto de um material didático de interesse e consulta, para os profissionais e estudantes que se iniciam ou estejam envolvidos com a inspeção de materiais pelo método de ensaio superficial.” O Autor Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 4 G I|eneralidades Descrição e Aplicabilidade do Método. O ensaio por partículas magnéticas é utilizado na localização de descontinuidades superficiais e sub-superficiais em materiais ferromagnéticos. Pode ser aplicado tanto em peças acabadas quanto semi-acabadas e durante as etapas de fabricação. O processo consiste em submeter a peça, ou parte desta, a um campo magnético. Na região magnetizada da peça, as descontinuidades existentes, ou seja a falta de continuidade das propriedades magnéticas do material, irão causar um campo de fuga do fluxo magnético. Com a aplicação das partículas ferromagnéticas, ocorrerá a aglomeração destas nos campos de fuga, uma vez que serão por eles atraídas devido ao surgimento de pólos magnéticos. A aglomeração indicará o contorno do campo de fuga, fornecendo a visualização do formato e da extensão da extensão da descontinuidade. Magnetismo: Todos nós conhecemos os imãs e dizemos que um material ferromagnético nas proximidades de um imã é por este atraído. O magnetismo é um fenômeno de atração que existe entre esses materiais. Notase que por vezes o fenômeno pode ser de repulsão ou de atração. Os imãs podem ser naturais, conhecidos como “pedras-imãs” e os artificiais, fabricados a partir de aços com propriedades magnéticas específicas para esse fim. A palavra “magnetismo” vem de Magnésia na Turquia onde séculos atrás observou-se o minério magnetita que é um imã natural. —— campo magnético (e O Imã Permanente Pólos Magnéticos: Quando estudamos uma barra imantada, verificamos que as características magnéticas da barra não são iguais ao longo da mesma, porém verificamos que ocorre uma concentração da força magnética de atração ou repulsão nas extremidades. A estes pontos onde se manifestam a atração com maior intensidade damos o nome de pólos magnéticos. Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 Se dispusermos de duas barras imantadas e colocarmos uma próxima da outra, deixando uma fixa e a outra livre, verificaremos que ocorrerá uma força de atração entre as barras de modo a fazer com que se unam. No entanto, se separarmos as barras e girarmos a barra móvel de 180º e novamente aproximarmos, verificaremos que ao invés de ocorrer a atração, ocorrerá a força de repulsão, o que nos leva a concluir que temos duas espécies de pólos. Uma que promove a atração e o outro que promove a repulsão. Isto é, numa mesma barra os pólos não são iguais. É por isso que se diz que pólos iguais se repelem e pólos diferentes se atraem. O Campo magnético Uma região do espaço que foi modificada pela presença de um imã , recebe a denominação de campo magnético. O campo magnético pode ser visualizado quando limalha de material ferromagnético é pulverizado sobre um imã. Tais partículas se comportam como minúsculos imãs e se alinham na direção do campo magnético, formando o que chamamos de linhas de indução ou linhas de fluxo. As linhas de indução são sempre contínuas e mostram claramente a forma do campo magnético. TUR TARSO = MAS 4 MAMAS S & ANIS Forma do campo magnético produzido por uma barra imantada e visualizada por limalha de ferro —— 4——— Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 6 idades e Grandezas utilizadas no Magnetismo Vetor Indução Magnética Para caracterizar a ação de um imã em cada ponto do campo magnético, associa- se a esse ponto um vetor, denominado vetor indução magnética simbolizado por “B”. A unidade de medida do módulo do vetor indução no sistema internacional (MKSA) denomina-se Tesla ( T )ou Gauss ((G ) que é simplesmente a medida da concentração das linhas de indução numa pequena região espacial que contém o ponto considerado. Quando as linhas de indução são paralelas entre si, o vetor indução naquela região é constante em qualquer ponto. 1 Tesla = 10º Gauss O Sistema Internacional de Unidades - SI defini Tesla ( T) como sendo a indução magnética uniforme que produz uma força constante de 1 N / nf de um condutor retilíneo situado no vácuo e percorrido por uma corrente elétrica invariável de 1 A, sendo perpendiculares entre si as direções da indução magnética, da força e da corrente. A produção de campos magnéticos não se prende somente à presença de imãs. Em 1820 o físico Hans Christian Oersted? descobriu que a passagem de corrente elétrica por um fio condutor também produzia um campo magnético com a forma circular ao redor do condutor, com intensidade proporcional ao valor da corrente elétrica aplicada. ?Johann Carl Friedrich Gauss nasceu em 30 de abril de 1777 na ciade de Brunswick, hoje alemanha. Trabalhou em diversos campos da matemática e da física dentre eles a teoria dos números, geometria diferencial, magnetismo, astronomia e ótica. Em 1832, Gauss e Weber começaram a investigar à teoria de magnetismo terrestre depois de Alexander von Humboldt ter tentado obter ajuda de Gauss para fazer um grid de pontos de observação magnética ao redor da Terra. Gauss estava entusiasmado por este projeto e, antes de 1840, já inha escrito três importantes documentos sobre o assunto: Intensitas vis magneticae terrestris ad mensuram absolutam revocata (1832), Allgemeine Theorie des Erdmagnetismus (1839) e Aligemeine Lehrsátze in Beziehung auf die im verkehrten Verháltnisse des Quadrais der Entlernung wirkenden Anziehungs- und Abstossungskrálte (1840). Estes documentos que tratavam das teorias duais sobre o magnetismo terrestre, incluindo as idéias de Poisson, medida absoluta das força magnética e uma definição empírica de magnetismo errestre. A saúde dele deteriorou lentamente, e Gauss morreu na manhã cedo de 23 fevereiro, 1855, Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 9 c) Diamagnéticos: u < 1. São os materiais que são levemente repelidos por um imã. Exemplo: prata , zinco, chumbo, cobre, mercúrio. O ensaio por partículas magnéticas não é aplicável a estes materiais. A permeabilidade magnética dos materiais não são constantes, pois dependem da dos valores de B e H. Porém muitos livros trazem valores da permeabilidade magnética de vários materiais, porém esta se aplica na condição de total saturação magnética dos mesmos. A saturação magnética é conseguida quando ao aumentarmos o campo magnetizante H não ocorre nenhuma alteração de B. Densidade de Fluxo B Saturação Retentividade a Força Coercitiva Sturação emdireção + oposta Curva de Histerese — Variação de BxH A permeabilidade magnética do vácuo é uo= 44x107 Tm/A (MKSA), que é a base para cálculos de campos magnéticos formado a partir de condutores elétricos. [aço | A Lo) go Fertomenta 15 [o Fefroruncico Intensidade do Campo [e Cifrento Magnético em Função EM 19 ” de alguns materiais magnéticos. A Níquel Plro 05 O a a o Soog 10000 45000 Hm) Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 10 Variação da Indução B com a Força magnetizante H de alguns materiais: uss) Oersted Ferro Níquel Cobalto 5.5 5. . 40 16.200 5.500 2.800 60 16.800 5.700 4.400 7. EX Tn 5 IK onte: “Aços ono e os Liga , Chiaverini Outras características magnéticas dos materiais são: Retentividade : é definida como sendo a habilidade de um material em reter uma parte do campo magnético após a interrupção da força magnetizante. Força Coercitiva: é a magnetização inversa que se aplicada ao material, anula o magnetismo residual. Campo de Fuga: O desvio das linhas de força dá origem a novos pólos, provocando a dispersão das linhas de fluxo magnético que dão origem ao “Campo de Fuga”. A figura demonstra como as linhas de força são pertubadas pela presença de uma descontinuidade dando origem ao campo de fuga. Campo p Fuga Material Ferromagnético Peça contendo uma trinca superficial, dando origem ao campo de fuga Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 " No ensaio por partículas magnéticas, ao aplicarmos um pó ferromagnético, constituído de partículas finamente divididas, as quais denominadas de pó magnético, no local onde surgir um campo de fuga, devido à formação de um dipolo magnético, provocará o agrupamento das partículas, ou seja, as partículas se acumulam em todo contorno de um campo de fuga. Desta forma, poderíamos dizer que o ensaio por partículas magnéticas é um “detetor” de campos de fuga, que são “evidenciados” pela presença de acúmulos de partículas. Verificamos na prática que, para ocorrer um campo de fuga adequado na região das descontinuidades, a intensidade de campo, deve atingir valores adequados e as linhas de força devem ser o mais perpendicular possível ao plano da descontinuidade, caso contrário não será possível o acúmulo das partículas de forma nítida. Enfatizamos que é necessário que haja, na região inspecionada, intensidade de campo suficiente e que as linhas de força do campo magnético estejam o mais perpendicular possível em relação ao plano formado pelo contorno da descontinuidade para que ocorra a detecção, caso contrário, isso não será possível. Corte da secção transversal de uma junta soldada de topo contendo uma indicação de trinca longitudinal superficial na solda. Outro aspecto interessante que podemos observar é que o campo de fuga somente ocorre quando existe uma diferença na continuidade das características magnéticas do material base inspecionado. Assim todas as descontinuidades a serem detectadas, trincas, escórias, falta de fusão, porosidade, inclusões , etc.. possuem características magnéticas bem diferente do metal base, o que atribui ao ensaio grande sensibilidade de detecção. Outro aspecto também é a não existência de um tamanho mínimo da descontinuidade para que ocorra o campo de fuga, o que faz com que o método de ensaio por partículas magnéticas seja mais eficiente dos métodos superficiais até mesmo que o ensaio por líquidos penetrantes , para materiais ferromagnéticos. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 14 Ensaio de uma peça pela técnica de magnetização multidirecional. Observe os grampos dos terminais de contato elétrico em cada lado da peça. (Foto cedida pela empresa VOITH SIEMENS) Técnicas de Magnetização Mencionamos que podemos obter campos magnéticos por diversas técnicas, contudo, o processo de magnetização só é obtido através de indução de campo magnético ou por indução de corrente elétrica. Dizemos que há indução de campo quando o campo magnético gerado na peça é induzido externamente. Já no processo de magnetização por passagem de corrente, a peça em inspeção faz parte do circuito elétrico do equipamento de magnetização, isto é, a corrente de magnetização, circula pela própria peça. E por esta razão que recomenda-se bastante cuidado na utilização da técnica de magnetização por passagem de corrente, pois poderá ocorrer a abertura de um arco elétrico nos pontos de entrada e saída de corrente, queimando a peça nesta região, o que, em se tratando de peça acabada, pode ser inaceitável, ou mesmo poderá representar risco de explosão ou incêndio se no ambiente houver gases ou vapores inflamáveis. Tipos de Corrente Elétrica Utilizada: As correntes elétricas utilizadas na magnetização para inspeção por partículas magnéticas poderão ser das mais variadas fontes existentes, como segue: * corrente contínua (CC): somente obtida através de baterias, e que na prática não é aplicável em processos industriais ; Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 15 Tempo Corrente contínua * corrente alternada (AC): usada para detecção de descontinuidades superficiais. A corrente alternada , devido ao ciclo alternado da corrente, promove maior mobilidade às partículas, tem pouca penetração, as linhas de força são mais concentradas na superfície e portanto é mais recomendada para a detecção de descontinuidades superficiais; Vo + Tempo Corrente alternada e corrente alternada retificada de meia onda: usada para detecção de descontinuidades sub-superficiais, o que na prática representa poucos milímetros de profundidade. O uso de algumas técnicas pode representar até 6 a 10 mm de profundidade . v + Tempo Corrente alternada retificada de meia onda Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 16 e Corrente Alternada Retificada de Onda Completa : usada para detecção de descontinuidades sub-superficiais, o que na prática representa poucos milímetros de profundidade. O uso de algumas técnicas pode representar até 12 mm de profundidade . v + Tempo Corrente alternada retificada de onda completa e Corrente trifásica : pode ser utilizada na forma retificada de meia onda ou onda completa. A corrente elétrica trifásica retificada de onda completa é a que mais se aproxima às características de uma corrente contínua. v + Tempo Corrente Alternada trifásica retificada de onda completa As correntes elétricas alternadas, acima mencionadas, poderão ser ainda obtida na forma monofásica ou trifásica o que representa diferenças no rendimento do sistema de inspeção. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 19 Uso da técnica de eletrodos para inspeção de uma solda de conexão A Técnica de Contato Direto Também conhecida como magnetização por placas ou cabeçotes de contato. Devido sua aplicação maior ser através de máquinas estacionárias, é definida como sendo a técnica de magnetização pela passagem de corrente elétrica de extremidade a extremidade da peça. O campo magnético formado é circular. Esta técnica se difere da técnica por eletrodos descrita, pois é aplicável em sistemas de inspeção automáticos ou semi-automáticos, para inspecionar barras, eixos, parafusos, principalmente nas indústrias automobilísticas ou em fabricas de produtos seriados de pequeno porte. Campo Magnético Circular Polos de contato «<a Corrente elétrica Técnica de inspeção por Contato Direto Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 20 Nesta técnica , corrente elétrica contínua ou alternada poderão ser utilizadas, sendo recomendado pelo Código ASME Sec.V Art.7 uma limitação de 300 até 800 Ampéres/ pol. de diâmetro externo quando a geometria for redonda. Outras limitações de corrente elétrica podem ser requeridas, dependendo da norma ou especificação aplicável na inspeção. Para peças outras que não redondas, a corrente elétrica pode ser determinada pelo diâmetro maior da peça na seção perpendicular ao fluxo da corrente elétrica. Se o nível de corrente elétrica não pode ser obtida por limitações técnicas dos equipamentos utilizados, então deve ser empregado o padrão indicativo de campo magnético para certificação de que a máxima corrente elétrica aplicada é satisfatória. Exemplo de Aplicação; Uma barra com diâmetro externo maior de 10 pol. (254 mm), deverá ser inspecionado por partículas magnéticas pela técnica de contato direto. Qual deverá ser a corrente elétrica a ser aplicada ? Solução: De acordo com o recomendado pelo ASME Sec. V Art. 7, a limitação deverá ser de 300 a 800 Ampéres por pol. de diâmetro da peça. Assim teremos: 300 A x 10 pol. de diâmetro da barra = 3000 Ampéres ( corrente elétrica mínima) ; 800 A x 10 pol. de diâmetro da barra = 8000 Ampéres ( corrente elétrica máxima) Fotos mostrando a técnica de magnetização circular por contato direto. Na foto esquerda o técnico pulveriza o pó magnético seco num eixo magnetizado por passagem de corrente elétrica. Na foto direita o técnico posiciona uma barra para a técnica de contato direto. (Fotos extraídas do filme "Ensaio por Partículas Magnéticas” ) Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 21 Técnicas de Magnetização por Indução de Campo Magnético: A Técnica da Bobina: Nessa técnica a peça é colocada no interior de uma bobina ou solenóide, ocorrendo um campo longitudinal na peça. A bobina ou solenóide é formada por um enrolamento de fios condutores da corrente elétrica alternada ou contínua, que originam o campo magnético de intensidade que dependerá da corrente elétrica que passa pela bobina e o número de voltas que o enrolamento da bobina foi formado ( amperes-volta) bobina se desloca ao longo da peça. defeito detectável 4 peça ! [> direção do campo magnético Técnica de inspeção por Bobina ou Solenóide Para peças onde a razão L/D , onde L é o comprimento da peça sendo no máximo 18 polegadas e D o seu diâmetro, for maior ou igual a 4, a intensidade do campo pode ser calculada através da fórmula: Ampére-volta = 35000 / (L/D) +2 (+ 10%) (fonte: ASME Sec.V Art7) (Para peças não cilíndricas, D deve ser a máxima seção transversal da peça.) Conjunto da Bobina e sistema de spray de água contendo pó magnético. Ensaio de um virabrequim pela técnica da bobina Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 24 Magnetização utilizando o YOKE A Técnica do Condutor Central A técnica do condutor central é caracterizada pela passagem de um fio condutor ou conjunto de cabos condutores pelo centro da peça a inspecionar. A passagem da corrente elétrica através do condutor, permitirá induzir um campo magnético circular na superfície interna e/ou externa da peça Assim sendo, a peça a ser inspecionada por este processo, deve ter geometria circular, tais como: flanges, anéis , porcas, e outras. 4 , Campo Magnético Circular Peça Conente elétrica Condutor Técnica de inspeção por Condutor Central Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 25 Quando grandes diâmetros de peças devam ser inspecionadas, o condutor pode ser posicionado perto da superfície interna da peça, deslocado do centro. Neste caso, as superfícies devem ser inspecionadas em incrementos, e a intensidade do campo magnético verificado com auxílio do padrão indicativo do campo para saber qual a extensão do arco da circunferência a ser considerada. Em geral , a corrente elétrica de magnetização é determinada da mesma forma como descrita na técnica de contato direto, considerando que apenas um condutor passe internamente à peça. O campo magnético irá aumentar na proporção que o número de cabos condutores centrais passem internamente à peça. Como exemplo podemos citar, que se 6000 Ampéres são necessários para ensaiar uma peça usando um simples condutor central , então 3000 Ampéres serão requeridos para ensaiar a mesma peça usando 2 condutores centrais , ou 1200 Ampéres se usados 5 condutores centrais. O uso do padrão indicativo de campo é sempre um requisito recomendado para certificação da intensidade do campo magnético gerado. Indicação de trinca detectado pela técnica do condutor central. Observe a linha circular formada na superfície do anel pelo acúmulo do pó magnético. (Foto extraída do fime "Ensaio por Partículas Magnéticas” ) Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 26 Resumo dos Métodos e Técnicas de Magnetização METODO TECNICAS DE MAGNETIZAÇÃO Bobina (solenóide) Longitudinal Indução de Campo Yoke Imã permanente Passagens de Corrente elétrica | Eletrodos (pontas) Contato Direto (placas) Circular Condutor central Indução de Campo e Barra * Cabo Enrolado Indução e/ou passagem de Combinação das Técnicas de Multidirecional Corrente elétrica campo Longitudinal com o Circular Medidor típico de campo magnético utilizando a sonda de Hall. Pode medir de 10 até 30.000 Gauss , muito útil para verificação do valor do campo magnético efetivo na peça a ser inspecionada por partículas magnéticas ou ainda campos residuais. (oto extraída do catálogo da Magnallux e website Tema Flux ) —— 4—— Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 29 M todos de Ensaio e Tipos de Partículas Métodos de Ensaio: As partículas magnéticas podem ser fornecidas na forma de pó, em pasta ou dispersas em líquido. Em todos os casos, as partículas se constituem de um pó ferromagnético de dimensões, forma, densidades e cor adequados ao exame. Denominamos de via ou veículo , o meio no qual a partícula está sendo aplicada: * Via Seca: Dizemos que as partículas são para via seca, como o próprio nome indica, quando aplicadas a seco. Neste caso é comum dizer que o veículo que sustenta a partícula até a sua acomodação é o ar. Na aplicação por via seca usamos aplicadores de pó manuais ou bombas aspersoras que pulverizam as partículas na região do ensaio, na forma de jato de pó. As partículas para via seca devem ser guardadas em lugares secos e ventilados para não se aglomerarem. E muito importante que sejam de granulometria adequada para serem aplicadas uniformemente sobre a região a ser inspecionada. Comparando com o método por via úmida, as partículas por via seca são mais sensíveis na detecção de descontinuidades próximas a superfície, mas não são mais sensíveis para pequenas descontinuidades superficiais. Também, para uma mesma área ou região examinada, o consumo é maior. Por outro lado, é possível a reutilização das partículas , caso o local de trabalho permitir e que seja isenta de contaminação. sa " da Aplicação do pó via seca Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 30 * Via Úmida: É método de ensaio pela qual as partículas encontram-se em dispersão em um líquido, denominado de veículo. Este líquido pode ser a água, querosene ou óleo leve . No método por via úmida as partículas possuem granulometria muito fina, sendo possível detectar descontinuidades muito pequenas, como trincas de fadiga. Devemos ressaltar que neste método de ensaio, as partículas que estão em dispersão, mesmo na presença do campo magnético, tem maior mobilidade do que na via seca, e podem percorrer maiores distâncias enquanto se acomodam ou até serem aprisionadas por um campo de fuga. Da mesma forma, nas superfícies inclinadas ou verticais requerem menor esforço para remoção do excesso. Os aplicadores por via úmida são na forma de chuveiros de baixa pressão no caso de máquinas estacionárias ou manuais, tipo borrifadores, que produzem uma névoa sobre a região em exame. Contudo, nada impede que na aplicação manual, a suspensão seja derramada sobre a peça. A escolha do aplicador tipo borrifo tem finalidades econômicas e de execução do ensaio, visto que a quantidade aplicada é menor, e para o inspetor a visualização imediata das indicações, enquanto ocorre a acomodação das partículas e pouco excesso para remoção. Embora já exista no mercado suspensões em forma de spray, a aplicação mais usual é a que é preparada pelo próprio inspetor. O método por via úmida exige uma constante agitação da suspensão para garantir a homogeneidade das partículas na região de exame. Essa agitação é automática nas máquinas estacionárias. Na aplicação manual, o próprio inspetor deverá fazê- la, agitando o aplicador antes de cada etapa de aplicação. * Preparação das Partículas Via Úmida: As partículas para serem aplicadas pelo método por via seca não requerem preparação e são retiradas diretamente das embalagens para os aplicadores de pó. Já as partículas para via úmida requerem a preparação da suspensão ou banho. Estas partículas podem estar na forma de pó ou pasta. A preparação da suspensão por via úmida é muito importante para garantia da homogeneização do banho e dispersão das partículas na região em ensaio, após aplicação. Os fabricantes indicam nas próprias embalagens os valores de concentração adequada para a suspensão. Algumas partículas são utilizadas tanto em querosene quanto em água, fazendo com que o banho tenha uma composição homogênea, evitar a formação de espuma e a oxidação da superfície da peça logo após o ensaio. Deve-se salientar que no preparo da suspensão a partícula, que é um pó muito fino, tem dificuldade de se misturar no líquido caso seja adicionada a este de uma única vez. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 31 Na prática, o que faz é o inverso: o veículo da suspensão é adicionado aos poucos a um copo contendo o pó e no início em pouquíssima quantidade, com objetivo de permitir que seja bem misturadas todas as partículas. Só depois que o inspetor conseguir “quebrar” bem a aglomeração das partículas, formando um “mingau”, é que se adiciona aos poucos o restante do veículo até completar um litro, sem deixar de mexer ou agitar toda suspensão. A verificação da concentração pode ser realizada de acordo com a norma ASTM E-709, usando-se um tubo decantador padronizado graduado, que tem a forma de pêra. Como ele, são retirados da suspensão pronta 100 ml, e aguarda-se 30 minutos. Tubo decantador para partículas magnéticas via úmica Após esse tempo, verifica-se na base do tubo, a quantidade também em ml de partículas decantadas, que se estiverem dentro da faixa recomendada pelas normas, indicam que a suspensão está pronta para uso. Os valores recomendados são de 1,2 a 2,4 ml para a inspeção por via úmida de partículas observadas sob luz branca ou natural, e de 0,1 a 0,4 ml para as partículas fluorescentes, que são observadas sob luz ultravioleta ( ou luz negra ). Tais limites de concentração dependem da norma ou especificação aplicável. VIA SÉCA VIA ÚMIDA ED , riuorescente Pó a LUZ NATURAL * Querozene * Água * Óleo Tipos de Partículas ferromagnéticos Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 a4 fpuicade Visual do Inspetor A observação das indicações reveladas pelo ensaio por partículas magnéticas deve ser feita essencialmente pela visão do inspetor. Assim, a acuidade visual (com ou sem correção) deve ser verificada periodicamente, tanto visão para perto como visão para contraste entre cores. É importante destacar que o olho normal (com ou sem correção) consegue enxergar dois pontos luminosos a 30 cm de distância separados de 0,1mm, porém a acuidade visual pode ser modificada pela iluminação ambiente, reflexões na superfície, e patologias que o órgão da visão do inspetor pode apresentar. Algumas das patologias que prejudicam a boa visão são as seguintes: Miopia — A imagem de projeta antes da retina, resultando numa visão ruim para longe e boa para perto. Hipermetropia — A imagem se projeta atrás da retina, resultando em visão ruim para perto e longe, piorando com o envelhecimento. Astigmatismo — A imagem se projeta em pontos diferentes na retina, resultando em visão ruim para longe e perto. Visão para Perto A capacidade do inspetor em ter uma boa visão para perto pode ser verificada pelo profissional habilitado, através da leitura de textos e palavras com diferentes tamanhos de letra. O padrão mais usado é o Jaeger em que o inspetor deve ler o (com ou sem correção) tamanho de letra definido como grau J2 a uma distância não maior que 30 cm. Outro padrão que pode ser usado é o Ortho Rater com tamanho de letra Nr. 8, a uma distância não menor que 30 cm. Esse exame normalmente é realizado a cada ano, pois é constatado que a visão humana se modifica sensivelmente, principalmente se a visão é órgão vital para o desempenho profissional do inspetor. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 35 READING CARD 1 F P -2 TO Z's LPED4 PECFD=S5 EDrczr«=6 SOS desde ai Ren casrlages plo ter to à quam rELOPZD «7 o m Eta he people sending in the mud mile DETPOTEO «4 B parehasing: their provisions. A strip of groand dire the midio 04 the market vens a length bee vet bee, no tt hey bad Hem foming reropres u dr voor u1O es Carta de visão próxima Jaeger (à esquerda) e Ortho Rater (à direita) (as figuras estão reduzidas, sem escala) Visão a Cores A capacidade do inspetor em diferenciar contraste entre cores também é importante ser examinado. Em geral o exame de daltonismo através do padrão Ishihara é aplicado. O «ame é realizado pelo profissional habilitado onde será mostrado ao inspetor uma série de figuras coloridas formando números. Caso o inspetor tenha deficiência em visão a cores, ele não conseguirá definir o número que a figura apresenta. Algumas dessas figuras são mostradas a seguir. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 36 Figuras extraídas do padrão Ishihara as figuras estão reduzidas, sem escala) Uma pergunta que o leitor poderá fazer é a seguinte: “Se o inspetor for reprovado no exame de cores para daltonismo, ele poderá exercer a atividade de inspetor de partículas magnéticas ?” A resposta para essa questão dependerá da capacidade do inspetor em diferenciar contraste entre cores, no caso vermelho, cinza, amarela, e outras cores do pó magnético. Para tanto, ele deve fazer mais um exame complementar de capacidade de perceber tons de cinza. Caso ele tenha essa capacidade, o laudo técnico no ensaio por líquidos penetrantes não será prejudicado, e poderá trabalhar normalmente. Tal exame poderá ser realizado usando um padrão de tons de cinza, como por exemplo o que segue abaixo. E) 7 O inspetor deverá diferenciar pelo menos 20 tons de cinza, identificando os números dentro dos vários tons de cinza. Ensaio por Partículas Magnéticas dreucci Jan/2007 39 e Técnica do Campo Contínuo: É uma técnica utilizada na maioria dos casos em materiais com baixa retentividade, onde a magnetização, aplicação do pó magnético, remoção do excesso de pó, e a observação das descontinuidades são realizadas sequencialmente e simultaneamente , ou seja de forma contínua. e Técnica do Campo Residual: Nesta técnica , o material a ser inspecionado deve obrigatoriamente ter características de alta retentividade, pois as operações de magnetização, aplicação do pó magnético, remoção do excesso de pó, e a observação das descontinuidades são efetuadas de forma separadas e sucessivas. Em geral , apenas a técnica de contato direto para magnetização produz resultados satisfatórios com campos residuais acima de 70 A/m. * Planejamento do Ensaio e Magnetização da Peça: Escolhida a técnica de magnetização a ser empregada ou disponível para o ensaio, é importante que o Inspetor procure visualizar ou esquematizar a peça, como será o campo magnético formado, se longitudinal ou circular. Essa visualização é importante pois como não conhecemos a orientação das descontinuidades vamos começar a fazer o ensaio por um ponto e, para garantimos que a inspeção foi adequada, capaz de detectar qualquer descontinuidade em qualquer orientação, é preciso que, de acordo com a técnica de magnetização utilizada, uma outra varredura, defasada de mais ou menos 90º do eixo da anterior, seja realizada na mesma região. 7 A DD parece É % quer 2 3 ensaio polos de contato Esquema sequencial opcional para ensaio de soldas, pela técnica de Eletrodos e Yoke. A técnica de varredura descrita anteriormente é empregada na inspeção de peças utilizando-se de um loque ou através da técnica de eletrodos, onde recomenda-se, para garantir uma varredura perfeita e com sobreposição adequada entre uma e Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 40 outra varredura, que O inspetor trace com giz de cera na peça os pontos onde serão apoiadas as pernas do loque ou eletrodos, obtendo-se assim, uma varredura sequencial e com garantia de inspeção em 100% da região de interesse, a posição dos pólos de contato 1-1 e 440u2-2€ 3-3. Já nas máquinas estacionárias, onde as peças a serem inspecionadas, como por exemplo: pinos, bielas, engrenagens, disco, virabreguins, são submetidas, na maioria das vezes, a dois campos magnéticos aplicados simultaneamente, sendo um por corrente alternada - CA e outro, por corrente alternada retificada, ou ambos por correntes alternadas defasadas, é necessário garantir a varredura de toda a peça ou de uma região de interesse. Nesse caso, é importante verificar se a intensidade do campo é adequada para se fazer a inspeção de toda a peça de uma vez só. Caso isso não seja possível, é necessário inspecionar a peça em partes, ou seções. Portanto, de acordo com o equipamento disponível, em função de seus recursos e capacidade, fazemos os ajustes nos campos de modo a obter um valor adequado. O valor adequado para o campo magnético poderá, em alguns casos, ser verificado através de padrões indicativos de campo magnético, ou padrão para verificação do sistema de inspeção por partículas magnéticas citado pelo ASTM-E - 1444 Padrão indicativo de Campo Magnético recomendado pelo Código ASME Sec.V Art.7, ASTM E-709 e ASTM - E 1444 Influência do tipo de Corrente Elétrica Selecionada A Corrente Elétrica Altemada: este tipo de corrente elétrica promove uma maior mobilidade das partículas, o que atribui uma maior sensibilidade para descontinuidades superficiais, com pouca penetração no material. A Corrente Elétrica Contínua promovem pouca mobilidade das partículas, porém atribuem ao ensaio uma profundidade maior de detecção , sendo portanto mais indicada para descontinuidades subsuperficiais. Ensaio por Partículas Magnéticas Rio Jan./2007 41 Estudos feitos com corpos de prova circular contendo furos cilíndricos dispostos a diversas profundidades em relação à superfície (anel de teste Ketos) mostraram que a sensibilidade de detecção destes defeitos artificiais, variam em função da magnitude e tipo da intensidade da corrente elétrica , da profundidade e do tipo de pó ferromagnético utilizado. O gráfico da figura abaixo mostra os dados obtidos na prática. Profundidade do Centro do Furo Cilindrico Limiar de Deteção pelo Método Continuo num Anel contendo furos de 0,07 pol. de diâmetro 20 E Cia úmida N [ma] AC via seca 40 [a so dE via seca ao N 10,0 120 N o 250 500 750 1000 Ampéres Fonte: "Principle of Magnetic Particle” Cap. 12 - C.EBetz D+ DE via úmida (3.18 cm) 12 Tgin, E (2.22 cm) Anel de Teste Ketos (Betz) com 12 furos com diferentes profundidades. (fonte : ASME Sec. V Art. 7) Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 44 * Desmagnetização Verificamos que alguns materiais possuem propriedades diferentes de retentividade magnética, assim conforme a aplicação deste o magnetismo residual contido na peça poderá provocar problemas das mais diferentes ordens. Para comprovarmos o nível de magnetismo residual, pode ser utilizados aparelhos calibrados e especialmente projetados para isso, denominados indicadores de campo residual ou gaussímetro. Níveis da ordem de 3 a 8 Gauss de densidade de fluxo magnético residual são geralmente aceitáveis. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 45 bibração dos Equipamentos A recomendação básica de todo sistema de garantia da qualidade, é que todos os instrumentos de medição, inspeção e ensaio precisam estar calibrados. Para os equipamentos que incorporam miliamperímetros, estes devem estar calibrados ; por outro lado os Yokes devem ser calibrados com o teste de elevação de carga e/ou terem a sua distribuição de campo magnético mapeado ( magnetograma). Em geral as normas e códigos estabelecem que os equipamentos de magnetização devem ser calibrados de forma periódica de acordo com os seguintes critérios: * Fregúência : Os equipamentos contendo amperímetro devem ser calibrados no mínimo uma vez ao ano , ou quando ocorrer reparos elétricos ou danos. e Procedimento: Os amperímetros podem ser verificados por comparação com um padrão rastreável a outro reconhecido. Leituras comparativas podem ser feitas no mínimo em três níveis de saída de corrente dentro da faixa usual. * Tolerância: A medida realizada não deve variar mais do que + 10% do fundo da escala, relativa ao valor real da corrente. É importante lembrar ao leitor que as calibrações e ajustes são válidos se padrões calibrados e rastreáveis a entidades reconhecidas usados nestes processos , forem utilizados. Instrumentos de medição/ indicação de campo magnético residual denominado Gaussímetro. Quando colocado sobre a superfície do material inspecionado, o instrumento deve indicar , com pouca precisão , o campo magnético residual (foto extraída do catálogo da Magnaflux ) Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 46 C fitério de Aceitação das Indicações: Descontinuidades próximas à superfície são indicadas pela retenção das partículas ferromagnéticas na posição da descontinuidade, entretanto marcas de usinagem, e irregularidades superficiais podem produzir falsas indicações, devendo ser limpas ou reinspecionadas para saber se descontinuidades inaceitáveis estão presentes. O critério para análise das indicações deve estar baseado no Código de projeto e construção do componente inspecionado. Critério de Aceitação conforme o Código ASME Sec. VIII Div.1 e 2 O critério de aceitação que segue abaixo , é uma tradução do Código ASME Sec VIII Div.1 Apêndice 6 e Div. 2 Ap. 9, é aplicável para superfícies inspecionadas por partículas magnéticas , projetadas conforme este Código. Avaliação das indicações: Uma indicação é uma evidência de uma imperfeição mecânica. Somente indicações com dimensões maiores que 1/16 pol. ( 1,5 mm) deve ser considerada como relevante. (a) Uma indicação linear é aquela tendo um comprimento maior que três vezes a largura. (b) Uma indicação arredondada é aquela na forma circular ou elíptica com comprimento igual ou menor que três vezes a largura. (c) Qualquer indicação questionável ou duvidosa , deve ser reinspecionada para determinar se indicações relevantes estão ou não presentes. Aceitação: Toda as superfícies devem estar livres de : (a) indicações relevantes lineares ; (b) indicações relevantes arredondadas maiores que 3/16 pol. (5,0 mm) ; (c) quatro ou mais indicações relevantes arredondadas em linha separadas por 1/16 pol. (1,5 mm) ou menos (de borda a borda) ; (djuma indicação de uma imperfeição pode ser maior que a imperfeição , entretanto , o tamanho da indicação é a base para a avaliação da aceitação . Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 49 |R boistro das Indicações O registro da indicações produzidas por partículas magnéticas não é uma tarefa simples de ser elaborada. Quando o registro é requerido por especificações ou procedimento escrito, não somente a forma geométrica das indicações deverão ser registradas no relatório , como também a localização física destas na peça ensaiada, para uma perfeita rastreabilidade entre o documento e a peça. As formas possíveis de serem registradas as indicações produzidas por partículas magnéticas são as recomendadas pela norma ASTM E-1444 , que segue: Descrição escrita É a descrição escrita no relatório de ensaio da direção, comprimento, e número das indicações num croquis da peça. Fita transparente Para partículas via seca , pode ser utilizado uma fita adesiva transparente aplicada sobre a indicação, em que as partículas irão ficar aderidas , podendo ser transferidas para o relatório contendo informações adicionais sobre cada indicação. Spray plástico Uma outra forma de fazer com que as partículas ferromagnéticas fiquem aderidas é através da aplicação de um spray de forma a ser obtido um filme plástico transparente sobre a superfície inspecionada. O filme plástico contendo as indicações é removido da peça e transferido para o relatório de ensaio, introduzindo maiores detalhes e informações da inspeção. Processo fotográfico Uma das formas mais utilizadas para registro das indicações produzidas por partículas magnéticas é a utilização da fotografia ou vídeo. Este método permite reproduzir com mais fidelidade a disposição das indicações de um modo geral, podendo ainda ser transferidas ao relatório de ensaio. A fotografia pode ser por meio de filme fotográfico ou pela utilização de câmaras digitais que agilizam mais o processo , pois não requer revelação e permite imprimir as fotos diretamente no relatório. O inconveniente deste método é que o inspetor necessita de ter noções de fotografia para maior nitidez do registro. Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 50 É importante lembrar ao leitor que o requisito de registro de indicações produzidas por partículas magnéticas são incomuns nesta inspeção, pois dada a facilidade com que a técnica não destrutiva pode ser aplicada, os reparos podem ser efetuados de imediato, reinspecionando a seguir, evitando assim o registro detalhado das indicações produzidas. A prática de registro é mais comum quando se trata de assistência técnica e manutenção , onde o relatório do ensaio contendo todas as indicações serão objetos integrantes do orçamento para reparo ou ainda cobertura proporcionada pela garantia da peça. Equipamento para iluminação por luz ultra-violeta ( luz negra) para uso com partículas magnéticas fluorescentes. De acordo com a norma aplicável o nível mínimo da intensidade de luz na superfície deve ser de 1000 uW/cm?, medido com instrumento calibrado e adequado a este tipo de luz. Indicação típica de trinca num eixo automotivo, obtido pela técnica de magnetização por contato direto , método via seca com partículas visíveis com luz branca. (Foto extraída do filme “Ensaio por Partículas Magnéticas”) Ensaio por Partículas Magnéticas 'S bourança no Ensaio A segurança no manuseio das partículas magnéticas, secas ou úmidas, óleo, condicionadores, solventes, devem ser descritos pelos fabricantes destes produtos, no entanto devemos chamar a atenção para algumas características ligadas à segurança no manuseio, tais como: Jan./2007 51 Inflamabilidade O ponto de fulgor dos produtos envolvidos no ensaio devem ser objetos de testes pelos fabricantes destes, para prevenir a combustão de produtos na área de inspeção. Riscos de Inalação Precauções contra inalação dos produtos, principalmente aqueles que serão pulverizados , ou ainda proteção para pele, e exposição dos olhos. Estas instruções devem ser relatadas pelos fabricantes destes produtos. Riscos à eletricidade Os equipamentos de magnetização devem sofrer manutenção periódica no sentido de prevenir quanto ao risco de choques elétricos, e ainda abertura de arcos e ignição. Luz Ultravioleta Como foi visto, é recomendado uma intensidade de luz negra sobre a superfície da peça de 1000 uW/cm? , e este deve também ser o limite máximo para exposição da pele e olhos. Filtros trincados devem ser trocados imediatamente . Adaptação ao ambiente escurecido O inspetor que realizará inspeção por partículas magnéticas usando partículas fluorescentes , devem aguardar no mínimo 1 minuto após de ter entrado numa área escurecida para que seus olhos se adaptem ao baixo nível de iluminação antes de iniciar o ensaio. -—— Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 54 Jestões para Estudo Nas questões abaixo , marque a alternativa correta: 1) A inspeção por partículas magnéticas é aplicável em materiais: a) paramagnéticos b) diamagnéticos c) inoxidáveis austeníticos d) ferromagnéticos 2) Os tipos de pós magnéticos utilizados no ensaio por partículas magnéticas são: a) pós aplicados por via seca b) pós aplicados por via úmida c) pós fluorescentes d) todas as alternativas são corretas. 3) As indicações observadas no ensaio por partículas magnéticas , são causadas quando as partículas ferromagnéticas se aglomeram , no seguinte caso: a) na existência de um desvio das linhas de campo magnético, na região da descontinuidade superficial ou subsuperficial. b) na existência de uma descontinuidade interna c) na existência de descontinuidades abertas para a superfície. d) todas as alternativas são corretas 4) Dos materiais abaixo, quais os que não podem ser inspecionados por partículas magnéticas ? a) aços inoxidáveis austeníticos b) aços carbono c) aços fundidos d) as alternativas (b) e (c) são corretas 5) Um aparelho muito utilizado para magnetização que é baseado num eletroimã , denomina-se : a) eletrodos b) Yoke c) bobina d) magnetrômetro Ensaio por Partículas Magnéticas Jan/2007 55 6) Os campos de magnetização utilizados para a inspeção por partículas magnéticas são: a) campo longitudinal e transversal b) campo circular e transversal c) campo longitudinal e circular d) campo alternado e residual 7) Os aparelhos que operam injetando corrente elétrica na peça ,produzem um campo do tipo: a) longitudinal b) circular c) transversal d) residual 8)Após a inspeção por partículas magnéticas,há necessidade de... a peça principalmente se operações subsequentes de soldagem ou usinagem forem previstas. a) desmagnetizar b) esmerilhar c) reinspecionar com líquidos penetrantes d) lavar com ácido 9) A condição superficial de uma peça ser ensaiada por partículas magnéticas , é importante pois: a) a mobilidade das partículas sobre a superfície pode ser dificultada b) a presença de carepas ou sujeira pode mascarar os resultados. c) a presença de graxa ou óleo pode impedir a mobilidade das partículas magnéticas. d) todas as alternativas são corretas. 10)Uma vantagem do ensaio por partículas magnéticas sobre os líquidos penetrantes é que: a) O líquido penetrante só detecta descontinuidades abertas para as superfícies e as partículas magnéticas detecta aquelas subsuperficiais. b) O ensaio por partículas magnéticas não necessita de preparação de superfície. c) O ensaio por partículas magnéticas pode detectar descontinuidades internas em geral. d) O ensaio por partículas magnéticas não requer limpeza pós ensaio. Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 56 11)Os sistemas existentes para magnetização da peça para o ensaio por partículas magnéticas são: a) bobina ; eletrodos b) eletrodos ; bobina e Yoke c) eletrodos ; bobina ; condutor central e Yoke d) eletrodos ; bobina ; condutor central ; placas paralelas; Yoke ; ponteiras. 12)As etapas no processo de inspeção contínua por partículas magnéticas são: a) aplicação do pó magnético;magnetização ;remoção do excesso de pó ; observação das indicações. b) preparação da superfície; aplicação do pó magnético ; magnetização ; remoção do excesso de pó observação das indicações. c) preparação da superfície ; magnetização ; observação das indicações d) preparação da superfície ; magnetização; aplicação do pó magnético; remoção do excesso de pó magnético ; observação das indicações. 13)Qual das altemativas é verdadeira ? a) o ensaio por partículas magnéticas pode ser aplicada em altas temperaturas até 300 C . b) o ensaio por partículas magnéticas é de aplicação mais rápida que por líquidos penetrantes. c) o ensaio por partículas magnéticas é de fácil automatização. d) todas as alternativas são verdadeiras. 14)Qual dos métodos abaixo corresponde ao de maior sensibilidade para a detecção de descontinuidades por partículas magnéticas ? a) via seca , com pó magnético visível com luz natural. b) via úmida , com pó magnético visível com luz negra. c) via úmida , com pó magnético visível com luz natural. d) via seca , com pó magnético visível com luz negra. 15)Os veículos que podem ser usados para a aplicação dos pós magnéticos são a) água b) querosene c) óleo d) todas as alternativas são corretas 16)Os tipos de pós magnéticos que oferecem maior sensibilidade , encontrados no mercado são: a) via úmida vermelhos b) via seca fluorescentes c) via úmida fluorescentes d) via seca amarelos Ensaio por Partículas Magnéticas Jan./2007 59 29)No método de inspeção por partículas magnéticas via úmida , os parâmetros que devem ser verificados antes do início do ensaio são: a) se a superfície da peça está adequadamente preparada e foi umedecida com o veículo. b) se a concentração do pó magnético no veículo , está de acordo com o especificado. c) se a temperatura da peça está abaixo de 200 C d) se existe contaminação do pó magnético com materiais não magnéticos. 30)Em geral para a detecção de descontinuidades superficiais na inspeção por partículas magnéticas , o tipo de corrente elétrica magnetizante recomendada é: a) alternada b) contínua c) retificada de meia onda d) trifásica retificada 31)A operação de desmagnetização , deve ocorrer em: a) peças submetidas a inspeção por partículas magnéticas antes de sofreram tratamento térmico. b) todas as peças que sofreram inspeção por partículas magnéticas. c) peças submetidas ao ensaio por partículas magnéticas , que serão instaladas próximo a instrumentos , que podem sofrer desvios ou interferência sob campos magnéticos . d) todas as altemativas são verdadeiras. 32)Qual das afirmações abaixo é verdadeira: a) a forma ou posição da descontinuidade não afeta a detectabilidade por partículas magnéticas. b) não é recomendado o uso da técnica de eletrodos para inspeção de peças usinadas acabadas. c) não é permitido o jateamento como auxílio na preparação inicial da superfície d) nenhuma das alternativas é correta 33)Em geral para a inspeção de soldas planas pela técnica de eletrodos , a avaliação da intensidade da corrente é feita baseada: a) na espessura da chapa b) no tipo de material c) na distância entre os pontos de contato. d) altemativas (a) e (c) são corretas Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 60 34)Na técnica de ensaio por partículas magnéticas , denominada residual , é caracterizada por: a) as operações de magnetização e aplicação do pó magnético é feita sequencialmente , sem interrupção da magnetização. b) as operações de magnetização e aplicação do pó magnético é feita separadamente , com interrupção da magnetização. c) somente é aplicável em materiais com alta retentividade d) as alternativas (b) e (c) são corretas 35)A técnica de inspeção por partículas magnéticas que ao ser aplicada produz faíscas capaz de deixar marcas na superfície do metal é denominada: a) técnica do yoke b) técnica da bobina c) técnica dos eletrodos d) técnica do condutor central 36)De acordo com o Código ASME Sec. V SE-709 , a concentração das partículas via úmida visíveis com luz branca , a serem usadas com água , deve ser de: a)de1,2a24ml b)de 0,1a0,4ml c) de 1,5a 3,0 ml d)de2,0a5,0ml 37)Uma peça magnetizada com campo magnético circular, no ensaio por partículas magnéticas deverá mostrar: a) descontinuidades sub-superficiais b) descontinuidades dos tipo de inclusão não metálicas. c) descontinuidades circulares d) descontinuidades longitudinais à peça. 38)Qual das seguintes descontinuidades são típicas para a detecção por partículas magnéticas ? a) trincas ou falta de fusão superficiais , em soldas ferromagnéticas. b) bolhas internas de gás em fundidos ferromagnéticos c) gotas frias d) porosidade, inclusões e trincas em materiais ferromagnéticos 39)As características magnéticas principais das partículas ferromagnéticas , são: a) elevada permeabilidade e elevada retentividade. b) elevada retentividade e baixa permeabilidade c) elevada permeabilidade e baixa retentividade d) baixa retentividade e elevada retentividade Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 61 40)Quais das afirmações abaixo é verdadeira ? a) Não existe limitações ou formas das peças a serem inspecionadas por partículas magnéticas. b) A maior vantagem do uso de veículo oleoso para o ensaio por partículas magnéticas via úmida é a proteção contra a corrosão das peças. c)O método de inspeção por partículas magnéticas em materiais ferromagnéticos,é mais sensível que por líquidos penetrantes d) todas as alternativas são verdadeiras 41)Os tipos de correntes elétricas de magnetização que podem ser usadas nas máquinas para inspeção por partículas magnéticas são: a) corrente alternada retificada de meia onda com fase simples b) corrente alternada retificada de onda completa trifásica c) corrente contínua d) todas as alternativas são corretas 42)Quais dos veículos abaixo é o mais indicado para ser usado na inspeção por partículas magnéticas via úmida pela técnica de eletrodos ? a) querosene b) óleo c) água + antioxidante d) N.D.A 43)De acordo com o Código ASME Sec.V Art.7 , qual a corrente de magnetização necessária para inspecionar por partículas magnéticas , usando a técnica dos eletrodos, numa junta soldada de topo com espessura de 38 mm ? a) 200 a 250 A, com 25 mm de espaçamento dos eletrodos b) 200 a 250 A, com 50 mm de espaçamento dos eletrodos c) 90 a 110 A, com 25 mm de espaçamento dos eletrodos d) 100 a 125 A, com 50 mm de espaçamento dos eletrodos 44)De acordo com o ASME Sec. V Art.7 , a corrente de magnetização a ser utilizada com o Yoke deverá ser: a) contínua b) alternada retificada de onda completa c) alternada d) trifásica 45)De acordo com o ASME Sec.V Art.7 , a inspeção de uma junta soldada deve: a) ser inspecionada duas vezes numa mesma região, com a direção do campo do primeiro ensaio, perpendicular ao segundo ensaio. b) sofrer tratamento térmico antes do ensaio c) ser utilizada somente partículas magnéticas via úmida d) as alternativas (a) e (c) são corretas Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 Habarito das Questões Questão Resposta Questão Resposta Questão Resposta 1 d 21 b 41 d 2 d 22 b 42 c 3 d 23 d 43 b 4 a 24 b 44 c 5 b 25 d 45 a 6 c 26 b 46 b 7 b 27 b 47 d 8 a 28 b 48 a 9 d 29 b 49 c 10 a 30 a 50 b 1 c 31 c 51 d 12 d 32 b 52 a 13 d 33 d 14 b 34 d 15 d 35 c 16 c 36 a 17 d 37 d 18 b 38 a 19 d 39 c 20 c 40 d Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 65 [O Jbras Consultadas 1. American Society of Mechanical Engineers - ASME Boiler and Pressure Vessel Code , Section V ; 2. Leite, Paulo G.P , “Curso de Ensaios Não Destrutivos” 8a. edição , Associação Brasileira de Metais-ABM , 1966 ; 3. American Society of Mechanical Engineers - ASME Boiler and Pressure Vessel Code, Section VIII Div.1 ; 4. Chiaverini, Vicente — Aços Carbono e Aços Liga — Publicação da Associação Brasileira de Metais, 1965 5. Stegmann, Dieter - Fundamentos do Método de Correntes Parasitas , Scientific Series of the International Bureau , Hannover, Alemanha 1990 6. Betz,C.E - Principles of Magnetic Particles , Magnaflux Corporation, Fev./67, lllinois , USA 7. NDT, Resource Center, website: www.nde-ed.org 8. American Society of Non Destructive Testing -ASNT, SNT-TC-A, Ed. 2001, Onio, EUA Ensaio por Partículas Magnéticas Ricardo Andreucci Jan./2007 66 DIREITOS RESERVADOS PARA PUBLICAÇÃO E VENDAS COM AUTORIZAÇÃO DO AUTOR. Ena ASSOCIAÇÃO ERASILUIKA DE ENSAIOS NAO DESTRUTIVOS E INSPECAO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E INSPEÇÃO Rua Guapiaçu 05, 04024-020 , São Paulo / SP Tel: 011-5586-3199 e-mail: abendeDabende.org.br www.abende.org.br
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