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Guias e Dicas
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Viveiro de Mudas Florestais em Assentamentos de Reforma Agrária, Notas de estudo de Engenharia Florestal

O projeto é uma proposta para a construção de um viveiro comunitário, junto à comunidade. O espaço do viveiro servirá como núcleo de biodiversidade e fonte de inspiração comunitária, para a construção de novos espaços, como hortos medicinais e paisagísticos, com a implementação de um viveiro de essências florestais nativas. Terá como função a: ? Produção de mudas florestais para serem utilizadas em recuperação ambiental; ? Capacitação de agentes para a conservação e a utilização da agrobio

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 05/05/2010

Éder_Naves78
Éder_Naves78 🇧🇷

4.9

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Baixe Viveiro de Mudas Florestais em Assentamentos de Reforma Agrária e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! 1 GRUPO DE APOIO À REFORMA AGRÁRIA - GARRA VIVEIRO DE MUDAS FLORESTAIS COM ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E ECONÔMICA EM ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA Elaboração: Biólogo Moisés da Luz Acad. Matias Felipe E. Kraemer Acad. Rodrigo Baggio Responsáveis: Prof. Jorge Alberto Quillfeldt Depto de Biofísica, IB quillfe@ufrgs.br Prof. Paulo Brack Depto de Botânica, IB pbrack@adufrgs.ufrgs.br Prof. Fábio Kessler Dal Soglio Depto de Fitossanidade, FA fabiods@ufrgs.br Porto Alegre, março de 2007 2 1. INTRODUÇÃO As atividades agrícolas estão ligadas diretamente aos processos naturais do planeta, da mesma maneira que o humano, enquanto espécie, faz parte desse contexto ecológico. A humanidade vem se distanciando, por diversas razões, dos processos naturais, principalmente após a Revolução Industrial e ultimamente, com o intenso desenvolvimento da tecnologia eletrônica e de informática. Atualmente a maioria da população do planeta vive nas zonas urbanas. Por conseqüência, sua atividade agrícola passa a ignorar tais preceitos ecológicos, mesmo que para isso tenha que esquecer de suas próprias raízes culturais e conhecimentos adquiridos ao longo de milhares de anos. A homogeneização e simplificação dos sistemas agrícolas atuais mostram-se incapazes de sustentar-se no tempo-espaço, na medida que dependem de insumos externos e proporcionam ambientes suscetíveis a pragas e doenças. Este cenário, por sua vez, gera maior dependência do agricultor às empresas fornecedoras destes insumos, produzindo um ciclo vicioso e excludente, de modo a abrir espaços para novos “milagres econômicos”, baseados em novas técnicas e variedades que irão novamente cair em desuso perante a próxima “moda econômico-tecno-cultural”. O resultado disso é o êxodo rural e a concentração de terras e de poder econômico. Neste contexto, o retorno ao campo de famílias que perderam suas terras ou foram exploradas pelo modelo agrícola vigente, representa um novo ciclo de propostas buscando o planejamento de atividades agrícolas soberanas, do ponto de vista cultural, ambiental e social. Surge então a demanda de agricultores assentados no Assentamento Herdeiros de Oziel Alves, em São Jerônimo-RS, para a estruturação de um viveiro de produção de mudas de espécies florestais nativas, servindo como alternativa para a subsistência das famílias e também como alternativa econômica e de recuperação ambiental. A idéia é que seja estabelecida uma atividade comunitária, onde os agentes envolvidos sejam beneficiados com a utilização das mudas no próprio assentamento e para a comercialização na região. O acesso às mudas arbóreas de espécies nativas diversas, com poucos recursos econômicos, possibilita à comunidade o planejamento de sistemas produtivos complexos, 5 4. MATERIAIS E MÉTODOS O bom andamento das atividades inerentes à dinâmica do viveiro depende, dentre outros fatores, de uma disponibilidade de ferramentas e utensílios básicos para a realização das diferentes atividades. Segue abaixo uma listagem destes onde estão inclusos os materiais para estruturação, uso cotidiano ou periódico e de consumo. 4.1 Materiais para a estruturação e construção do viveiro • Sombrite 50%: 3 rolos de 3 metros de largura por 50 metros de comprimento cada; • 4 rolos de mangueira preta de 50 metros cada, para condução da água de irrigação; • 5 caixas de cotonetes para confecção dos bicos de aspersão; • brita ou cascalho para cobertura dos caminhos; • 11 moirões de eucalipto de 30cm x 3 m, para estrutura básica; • 45 escoras de 4 metros para complemento da estrutura; • 62 costaneiras de 3,40 metros para estrutura do sombrite e das bancadas de germinação; • 10 Kg de pregos para uso geral; • 20 Kg de arame queimado (2 mm) para sustentação do sombrite e uso geral; • 1 caixa d'água 1000 Litros para irrigação; 4.2 Materiais básicos para funcionamento do viveiro • 2 pás de corte quadrado • 2 pás de concha de bico • 1 alicate • 1 martelo • 2 podões • 2 sachos • 2 facões • 2 enxadas • 2 enxadão • 2 ancinhos • 2 foices • 1 serrote • 2 regadores • 2 baldes 15L • 3 peneiras • 1 mangueira (30m) • 1 carrinho de mão • 1 pulverizador costal 6 • 2 luvas • 1 vassoura jardinagem 4.3 Material de consumo na produção de mudas • Composição e preparo do composto 25% areia média; 25% composto orgânico; 50% solo, argisolo; • Sacos plásticos de 15 x 25 cm para primeira repicagem das mudas; • Sacos plásticos de 35 x 40 cm para segunda repicagem; 4.4 Metodologia de intervenção na comunidade O método a ser aplicado compreenderá o elo entre a teoria e a prática, onde o projeto será discutido junto com a comunidade, de modo que ela o execute de forma coletiva e autônoma. A ênfase deste projeto está na relação que será estabelecida com a comunidade do(s) assentamento(s) envolvido(s), visando consolidar e dar continuidade aos trabalhos e iniciativas, independente de eventual apoio institucional. Em todas as atividades práticas haverá momentos de formação, que abordarão temas relacionados a essa prática, tais como planificação agroecológica das áreas, balanço energético das propriedades (reciclagem, ciclo ecológico), reconhecimento de plantas e de seus usos, trabalho coletivo, cooperativismo, manejo de agroecossistemas. Primeiramente será feita uma apresentação do projeto juntamente com as pessoas envolvidas e colocada a importância da atividade de viveirismo dentro da comunidade. Será importante esclarecer tanto as potencialidades como as limitações e dificuldades de se produzir mudas com viabilidade agronômica. A discussão do local onde será implantado o viveiro, também se faz necessária, até para que sejam levantados e analisados os diversos fatores relevantes a esse ponto. A estruturação física do viveiro será construída em regime de mutirões, envolvendo todos os agricultores e estudantes interessados na proposta. Com o viveiro potencialmente ativo, serão realizadas saídas a campo, organizadas pela comunidade e assessoradas por estudantes da UFRGS, para coleta de sementes e 7 identificação de matrizes na região. Além disso, serão realizados dias de capacitação dos agentes envolvidos, para a produção de mudas com qualidade. 4.5 Metodologia de intervenção na área Juntamente com a comunidade buscar-se-á a realização de um zoneamento agroecológico das áreas potenciais para conservação e exploração sustentável das espécies. Para a construção do viveiro, assim como na produção de mudas, a comunidade poderá aproveitar ou reciclar materiais já existentes no local. O primeiro passo na estruturação física será a estruturação do viveiro propriamente dito e do horto de reprodução vegetativa. A fixação dos moirões para colocação do sombrite será a primeira atividade. A distância entre eles deverá ser de 4,5 metros. Fixada a estrutura, serão utilizadas costaneiras para ligar um moirão ao outro, formando quadrados de 4,5 m x 4,5 m. Um arame de 2mm de diâmetro será cruzado entre os moirões opostos de cada vértice do quadrado, formando um “X”, que aumentará a rigidez da estrutura. O sombrite então será colocado por cima desta armação e ao seu redor, formando uma “parede” que poderá ser recolhida através do enrolamento do mesmo. Devido a leve inclinação que possui o terreno, nos locais destinados aos canteiros, será feito um nivelamento para facilitar a disposição das mudas repicadas. Um dreno em forma trapezoidal preenchido com cascalho entre cada canteiro evitará o encharcamento do local. As bancadas de germinação serão construídas com costaneiras ligando os moirões, além da colocação de escoras entre cada um, como mostra a figura 1c. As caixas de germinação serão feitas com caixaria de verduras recolhidas na cidade, forradas com lona preta. As figuras 1a e 1b mostram os detalhes dos padrões de estrutura a serem construídas para o viveiro e horto. O fornecimento de água para a irrigação será inicialmente por gravidade visto que nas proximidades da área há açudes em cotas superiores. Posteriormente, conforme necessidade, será adicionada ao sistema uma moto-bomba para aumentar o fluxo de água, o que por enquanto não se faz necessário. Pode-se também optar por um sistema eólico ou que aproveite a própria gravidade para elevar uma maior quantidade de água. 10 Figura 3: Organização dos canteiros no interior da área I As bancadas para germinação das sementes estão localizadas entre as escoras de estrutura da mesma área, em forma de prateleiras com dois andares (figura 1b e 1c). O comprimento útil desta bancada será de 100 metros. As caixas de germinação terão dimensões de 0,7 metros de largura por 0,5 metros de profundidade e 0,4 metros de altura, possibilitando a colocação de pelo menos 120 destas nas bancadas. Tomando-se um número médio de 150 sementes por caixa de germinação e considerando um taxa de germinação e sobrevivência no repique de 60%, poder-se-á produzir uma quantidade de aproximadamente 10.800 mudas simultaneamente nas bancadas de germinação. O sombrite a ser utilizado será o que permite um sobreamento de 50% da luz solar incidente. Serão necessários 108 metros lineares na área do viveiro e mais 40,5 para a área contígua, totalizando 148,5 metros. Como este é vendido em rolos de 50 metros por 3 metros de largura, será preciso adquirir três rolos. Área II: Horto de reprodução vegetativa Esta área está inserida no espaço que hoje é destinado à horta familiar. Neste local poderão ser produzidas mudas por propágulos vegetativos, como o método da estaquia, por exemplo. Também serão semeadas sementes de espécies que 4,5 m 4,5 m 3,0 m 1,5 m 11 precisem de cuidados especiais ou condições de luminosidade e irrigação diferenciados das que serão semeadas nas caixas de germinação. No total são 182,25 m2 sendo que 127,5 m2 são destinados aos canteiros e 54,6 m2 para caminhos. O esquema geral desta área pode ser visto na figura 2, e a organização dos canteiros, na figura 4. Figura 4. Organização dos canteiro na área de reprodução vegetativa Área III: Está área está representada na figura 2 e servirá como área-depósito, com o objetivo de adaptar as mudas ao plantio a campo. Esta adaptação consiste na diminuição da freqüência de irrigação e maior insolação, expondo a planta a condições mais próximas do ambiente natural. Tabela 1. Lista das espécies nativas com respectivos nomes populares, famílias e uso preferencial. Família Espécie Nome popular Uso preferencial Anacardiaceae Lithraea brasiliensis Marchand aroeira-braba FRUT 2 Schinus molle L. aroeira-piriquita FRUT 2 Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-vermelha FRUT 2 Annonaceae Rollinia sylvatica (St. Hil.) Mart. Araticum FRUT 1 Aquifoliaceae Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate FRUT 1 Araucariaceae Araucaria angustifolia (bert.) O. Kuntze Araucária FRUT 1 Arecaceae Butia capitata (Mart.) Becc. Butiá FRUT 1 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Gerivá FRUT 1 Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. cambará Piptocarpha angustifólia Dus. vassourão-branco Vernonia discolor (Spreng.) Less. vassourão-preto Bignoniaceae Tabebuia pulcherrima Sandwith ipê-amarelo Tabebuia heptaphylla (Vell.) Tol. ipê-roxo Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. maria-preta Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud. louro-pardo Patagonula americana L. guajuvira 12 Cactaceae Cereus alacriportanus Pfeiff. tuna FRUT 1 Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume grandiúva Celastraceae Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. cancorosa MED Clusiaceae Garcinia gardneriana (Planch. Et Triana) bacupari Combretaceae Terminalia australis sarandi-amarelo Cunoniaceae Lamanonia ternata guaperê Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. caquizinho-do-mato Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum O.E. Schulz Cocão FRUT 2 Euphorbiaceae Gymnanthes concolor Spreng. Laranjeira-do-mato Sapium glandulatum (Vell.) Pax Pau-leiteiro Sebastiania commersoniana (Baill.) Smith & Branquilho Sebastiania schottiana sarandi-vermelho Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. grápia Bauhinia forficata Link pata-de-vaca MED Calliandra tweediei Benth. topete-de-cardeal Enterolobium contortisiliquum (Vell.) timbaúva Erythrina crista-galli L. corticeira-do-banhado Erythrina falcata Benth. corticeira-da-serra Inga marginata Willd. ingá FRUT 1 Inga vera Willd. ingá FRUT 1 Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá Mimosa scabrella Benth. bracatinga Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho Senna bicapsularis fedegoso Sesbania virgata (Cav.) Pers. cambai-amarelo Lamiaceae Aegiphila sellowiana gaioleira Vitex montevidensis Cham. tarumã-preto Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela-fedorenta Ocotea puberula (Rich.) Nees canela-guaicá Malvaceae Luehea divaricata Mart. et Zucc. açoita-cavalo Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. cangerana Cedrela fissilis Vell. cedro Trichilia claussenii C.DC. catiguá Moraceae Ficus cestrifolia figueira-de-folha-miúda FRUT 2 Ficus luchnatiana figueirão FRUT 2 Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger et cincho Myrsinaceae Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze capororocão FRUT 2 Myrsine umbellata capororocão FRUT 2 Myrsine coriacea capororoca FRUT 2 Myrtaceae Acca sellowiana Berg goiaba-da-serra FRUT 1 Campomanesia xanthocarpa O. Berg guabiroba FRUT 1 Eugenia involucrata cerejeira FRUT 1 Eugenia myrcianthes pêssego-do-campo FRUT 1 Eugenia pyriformis uvaia FRUT 1 Eugenia rostrifolia D. Legrand batinga-vermelha FRUT 2 15 6. SELEÇÃO DAS ESPÉCIES 6.1 Critérios de seleção Os critérios utilizados para a seleção das espécies foram: 1 – Espécies arbustivas e arbóreas nativas, ou seja, com ocorrência natural no Rio Grande do Sul; 2 – Espécies de categorias sucessionais pioneira, secundária inicial e secundária tardia; 3 – Importância ecológica, tais como, frutífera para fauna, melífera, entre outras. Cada uma das cerca de 90 espécies foi analisada segundo hábito, fenologia de flor e fruto, tipo de dispersão, categoria sucessional, tipo de fruto, viabilidade da semente, tipo de solo a ser utilizado e usos gerais. O sistema de classificação utilizado foi o de APG II e as espécies estão em ordem alfabética em relação à família. Algumas espécies a serem produzidas com descrições mais detalhadas: Lithrea brasiliensis – Anacardiaceae – Aroeira-braba Hábito: arbóreo. Categoria sucessional: pioneira, secundária inicial Fenologia flor: set-out Fenologia fruto: nov-mar. Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso Usos: lenha, carvão, madeira (moirões, postes), pólen alergênico. Schinus molle – Anacardiaceae – Aroeira-salso Hábito: arbóreo. Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: ago-nov Fenologia fruto: dez-mar. Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso, cresce bem em solos degradados. Usos: frutífera para a fauna, ornamental, medicinal, madeira (tornearia, moirões), alimentação (pimenta), melífera. Schinus terebinthifolius – Anacardiaceae – Aroeira-vermelha 16 Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: nov-mar Fenologia fruto: dez-jul. Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/humoso/pedregoso Usos: frutífera para fauna, ornamental, melífera, medicinal, madeira (moirões), lenha. Ilex paraguariensis – Aquifoliaceae – Erva-mate Hábito: arbustivo/arbóreo Categoria sucessional: clímax no planalto Fenologia flor: out-dez Fenologia fruto: jan-abr Tipo de fruto: baga Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: baixa, deve-se estratificar por 4-7 meses, para completar sua maturação fisiológica. O frio também influência a germinação. Solo: humoso/argiloso Usos: Erva-mate para cultura do chimarrão, medicinal e frutífera para fauna (aves). Araucaria angustifolia – Araucariaceae – Pinheiro-brasileiro ou Araucária Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: polinização em set-out Fenologia fruto: pinhas em abr-ago Tipo de fruto: semente (pinhão) Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: em torno de 120 dias Solo: humoso Usos: frutífera, comercialização dos pinhões economicamente viável, espécie-chave dentro do ecossistema Floresta Ombrófila Mista (Mata com Araucária) Butia capitata – Arecaceae – Butiá Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: out-dez Fenologia fruto: fev-abr Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: média 17 Solo: arenoso Usos: frutífera e para fins ornamentais. Syagrus romanzoffiana – Arecaceae – Jerivá Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: set-mar Fenologia fruto: fev-ago Tipo de fruto: carnoso/fibroso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso/arenoso Usos: frutífera para fauna, medicinal e para fins ornamentais. Gochnatia polymorpha – Asteraceae – Cambará Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: out-dez Fenologia fruto: dez-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso Usos: adaptada a solos pobres e secos, sendo indicada à recomposição de áreas degradadas, melífera, ornamental, madeira (moirões) e medicinal. Piptocarpha angustifolia – Asteraceae – Vassourão-branco Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira na Mata com Araucária Fenologia flor: ago-fev Fenologia fruto: out-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso Usos: rápido crescimento, indicada à recomposição de áreas degradadas. Vernonia discolor – Asteraceae – Vassourão-preto Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira na Mata de Araucária 20 Solo: humoso Usos: indicada à recuperação de matas ciliares. Sebastiania schottiana – Euphorbiaceae – Sarandi-vermelho Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: ago-set Fenologia fruto: novembro Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica (“explosiva”) Viabilidade da semente: ? Solo: humoso Usos: indicada à recuperação de matas ciliares, por ser fixadora de margens. Erythroxylum argentinum – Erythroxylaceae – Cocão Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: ago-set Fenologia fruto: nov-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: média? Solo: arenoso/argiloso Usos: frutífera para fauna Casearia sylvestris – Flacourtiaceae – Chá-de-bugre Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jun-ago Fenologia fruto: set-nov Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: arenoso/argiloso Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, frutífera para fauna e melífera de inverno. Apuleia leiocarpa – Leguminosae – Grápia Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: ago-nov 21 Fenologia fruto: dez-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso Usos: madeira de longa durabilidade, ornamental e melífera. Bauhinia forficata – Leguminosae – Pata-de-vaca Hábito: árvore Categoria sucessional: pioneira da Mata Atlântica Fenologia flor: out-jan Fenologia fruto: jul-ago Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, ornamental (flores grandes e brancas) e medicinal (folhas). Calliandra tweediei – Leguminosae – Topete-de-cardeal Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: ago-fev Fenologia fruto: out-nov Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso Usos: ornamental Enterolobium contortisiliquum – Leguminosae – Timbaúva Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: novembro Fenologia fruto: abr-jun Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: arenoso Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, por seu rápido crescimento e tolerância à solos pobres. Frutífera para fauna. Frutos contêm saponina. Não produzem sementes todos os anos. Erythrina cristagalli – Leguminosae – Corticeira-do-banhado 22 Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira de terrenos brejosos ou muito úmidos Fenologia flor: nov-dez Fenologia fruto: fev-mar Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso Usos: ornamental e melífera. Seu tronco rugoso favorece a colonização por epífitas. Erythrina falcata – Leguminosae – Corticeira-da-serra Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial, comum de áreas úmidas e início de encostas Fenologia flor: jun-out Fenologia fruto: março Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso Usos: ornamental, nectarífera, indicada à recuperação de matas ciliares. Inga marginata – Leguminosae – Ingá-feijão Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: jan-mar Fenologia fruto: fev-mai Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica/hidrocórica Viabilidade da semente: curta Solo: argiloso Usos: frutífera para fauna, comum em matas ciliares. Inga vera – Leguminosae – Ingá-de-beira-de-rio Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: out-fev Fenologia fruto: mar-abr Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica/hidrocórica Viabilidade da semente: curta 25 Eugenia uniflora – Myrtaceae – Pitanga Hábito: arvoreta Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: ago-out Fenologia fruto: nov-jan Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso Usos: frutífera para fauna e medicinal. Psidium cattleyanum – Myrtaceae – Araçá Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira comum nas restingas Fenologia flor: out-nov Fenologia fruto: fev-mar Tipo de fruto: carnoso Dispersão:zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso/arenoso Usos: frutífera, indispensável na recuperação de áreas degradadas. Phytolacca dioica – Phytolacaceae – Umbu Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: set-nov Fenologia fruto: jan-mar Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso Usos: frutífera para fauna e ornamental. Indicada à recomposição de áreas degradadas devido ao seu rápido crescimento. Salix humboltdiana – Salicaceae – Salgueiro-criolo Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira de solos úmidos Fenologia flor: set-nov Fenologia fruto: dez-jan Tipo de fruto: carnoso Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso 26 Usos: ornamental e indicada à recomposição de matas ciliares por ser fixadora de margens. Cupania vernalis – Sapindaceae – Camboatá-vermelho Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: abr-set Fenologia fruto: out-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: arenoso/argiloso Usos: frutífera para fauna e melífera. Dodonaea viscosa – Sapindaceae – Vassoura-vermelha Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: ago-set Fenologia fruto: nov-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão:anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso Usos: indicada na recuperação de áreas degradas. Medicinal. Matayba eleagnoides – Sapindaceae – Camboatá-branco Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: out-nov Fenologia fruto: dez-jan Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: argiloso/arenoso Usos: frutífera para fauna. Chrysophylum marginatum – Sapotaceae – Aguaí Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jan-abr Fenologia fruto: jul-out Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta 27 Solo: argiloso Usos: indicada na recuperação de áreas degradadas. Pouteria salicifolia – Sapotaceae – Mata-olho Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: out-dez Fenologia fruto: mar-abr Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:? Solo: humoso Usos: frutífera para fauna. Indicada na recomposição de matas ciliares por ser fixadora de margens. Solanum mauritianum – Solanaceae – Fumo-bravo Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: nov-abr Fenologia fruto: dez-mai Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso Usos: frutífera para fauna. É indicada para recuperação de áreas degradadas. Solanum pseudoquina – Solanaceae – Coerana Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: set-dez Fenologia fruto: abr-mai Tipo de fruto: baga carnosa Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: argiloso Usos: frutífera para fauna e melífera. Rústica, de rápido crescimento, sendo indicada para recuperação de áreas degradadas. Luehea divaricata – Tiliaceae – Açoita-cavalo Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: jan-mar 30 mangueira (30m) 1 58,90 58,90 carrinho de mão 1 77,00 77,00 pulverizador costal 1 203,00 203,00 luvas 2 4,50 9,00 vassoura jardinagem 1 12,00 12,00 Custo parcial ferramentas 756,90 Área germinação/repicagem sombrite (3 m largura x 50m) 3 422,26 1266,78 mangueira preta (50m) 4 35,00 140,00 cotonetes 10 3,00 30,00 brita ou cascalho 12 22,00 264,00 areia média (m3) moirão 30cm X 3 m 11 15,00 165,00 costaneiras 62 1,40 86,80 sarrafo 5x7 6,79 escora 3m 3,00 escora 4m 45 4,00 180,00 pregos (Kg) 10 8,00 80,00 arame queimado (Kg) 20 10,60 212,00 caixa d'água 1000 Litros 1 255,00 255,00 Custo parcial estrutura 2679,58 material de consumo (30000 mudas) composto orgânico (m3) 35 26,25 918,75 areia média (m3) 35 12,42 434,70 Solo, Argisolo (m3) 53 sacos plásticos (15x25cm) mil 30 18,13 543,90 sacos plásticos (35x40cm) mil 3 140,73 422,19 Custo parcial para 30.000 mudas 2319,54 Custo Total 5756,02 7.2 Cálculos Área (m2) células 20,25 viveiros (m2) 18 364,5 canteiros (m2) 247,5 caminhos (m2) 117 sacos mudas diâmetro (cm) altura (cm) área (m2) Qtde viveiro Qtde germin. Vol(m3) milh 8 15 0,005024 49264 36276 0,7536 10 20 0,00785 31529 23217 1,5700 15 25 0,017663 14013 10318 4,4156 20 30 0,0314 7882 5804 9,4200 25 40 0,049063 5045 3715 19,6250 35 40 0,096163 2574 1895 38,4650 31 sombra horto germinação 9 182,25 canteiros (m2) 127,575 espaços (m2) 54,675 sombrite viveiro (metro linear) 108 sombrite horto 40,5 sombrite total 148,5 Brita cobertura piso total 364,5 36,45 canteiros 247,5 24,75 caminhos 117 11,7 Espaço Bancadas germ. (m) 4 100 caixa de muda (0,7 m x 0,5 m) 120 92,4 espaços (m) 7,6 Qtde sementes 150 18000 Taxa sobrevivência s/r/m* 60% 10800 *semente/repicagem/muda mudas Substrato (m3) 132,47 areia - 30% 33,12 composto orgânico - 30% 33,51 argisolo - 40% 66,23 7.3 Balanço Econômico custo estrutura em três anos 0,126 custo variável insumos 0,085 preço mercado muda 1 ano: R$ 1,50 preço mercado muda 4-8 anos: R$ 6-8,00 Despesas (R$) 3 anos 5 anos Qtde. mudas produzidas 30000 50000 estrutura 3436,48 687,30 manutenção (30%) 1030,94 206,19 mão-de-obra (R$400,00)1 28800,00 48000,00 material consumo 2319,54 3865,90 imprevistos (30%) 695,86 1159,77 total 36282,83 53919,15 32 total, sem mão de obra 7482,83 5919,15 Receita (R$) venda mudas 45000,00 75000,00 mínimo esperado2 24188,55 35946,10 Custo unitário da muda (R$) 1,21 1,08 Saldo (R$) retorno financeiro líquido 8717,17 21080,85 retorno financeiro comunitário 37517,17 69080,85 1- Um empregado com salário de R$400,00 totalizando, com encargos e 13º, uma despesa mensal de R$800,00; 2- Mínimo de vendas esperado para compensar despesas; 8. PROPOSTA DE EXPANSÃO DA ATIVIDADE Para a continuidade e ampliação da estrutura de produção de mudas, estão propostos novos viveiros com o mesmo padrão de construção, porém com uma área de 486 m2 que representa uma área útil de 330 m2, possibilitando a produção de 18600 mudas. O custo ficaria em torno de R$ 3.500,00 cada. Como o retorno financeiro no final do quinto ano seria de aproximadamente R$ 21.000,00 torna-se viável a expansão. Os custos de construção do galpão para guardar ferramentas e outros materiais não foram considerados neste projeto porque a comunidade já se organizou nesse sentido e estará construindo tal estrutura para uso diverso. 9. CRONOGRAMA 2007 2008 ATIVIDADES MAR - MAI JUN - JUL AGO - OUT NOV - DEZ JAN - MAR Apresentação do projeto a comunidade X Zoneamento das áreas-alvo agroecológicas X Planejamento da construção do viveiro X Planejamento das coletas de sementes X Sensibilização da comunidade ao projeto X X X X Implantação do viveiro X Plantio de sementes para produção de mudas X X X X X Plantio definitivo nas áreas de interesse X X X Formação ambiental da comunidade X X X Coletas de sementes X X X X X
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