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Guias e Dicas
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Manual de Psicologia Aplicada, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

Psicologia

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 08/05/2010

Srta.Pacheco
Srta.Pacheco 🇧🇷

4.7

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Baixe Manual de Psicologia Aplicada e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! Pierre Weil MANUAL De PSICOLOGIA APLICADA BIBLIOTECA DE ESTUDOS SOCIAIS E PEDAGÓGICOS 1a. Série — CIÊNCIAS SOCIAIS 1. ANTROPOLOGIA — Um Espelho para o Homem – CLYDE KLUCKHOHN. 2/3. PERSONALIDADE NA NATUREZA, NA SOCIEDADE E NA CULTURA — ORGANIZADO POR CLYDE KLUCKHOHN., HENRY A. MURRAY DAVID M. SCHNEIDER. 4. DINÂMICA DE GRUPO E DESENVOLVIMENTO EM RELAÇÕES HUMANAS – PIERRE WEIL E OUTROS. 2ª Série — PEDAGOGIA 1. PSICOLOGIA DA CRIANÇA — ARTHUR T. JERSILD 2. MANUAL DE PSICOLOGIA APLICADA — PIERRE WEIL Próximo volume: COMO AS CRIANÇAS APRENDEM A LER — DAVID N. RUSSEL. texto da contra capa MANUAL DE PSICOLOGIA APLICADA O Professor e Psicólogo Pierre Weil nasceram em Estrasburgo na França, onde fez os seus estudos em Psicologia, Pedagogia e Orientação Profissional nas Universidade e Institutos de Paris, Lião, Estrasburgo e Genebra. Foi aluno de eminentes psicólogos como Wallon, Piéron, Piaget, Rey e Leon Walther do qual Pierre Weil foi assistente e com o qual veio para o Brasil em 1948, a convite do Departamento Nacional do SENAC, onde lançou uma rede nacional de Serviços de Orientação Educacional e Profissional. A obra do Prof. Pierre Weil é conhecida na França através do seu teste “afetivo- diagnóstico” publicado nas Presses Universitaires de France e dos seus trabalhos sobre o desenho na criança em colaboração com R. Zazzo, P. Naville e cuja publicação mereceu um Prefácio do Prof. Wallon do Colégio da França. No Brasil realizou inúmeras pesquisas sobre testes de aptidão e de personalidade. O seu “Teste de inteligência Não Verbal” (INV) serviu de instrumento da Pesquisa Nacional sobre o Nível Mental da População Brasileira que Pierre WeIl coordenou com a colaboração dos Prof. Lourenço Filho, Otávio Martins e Eva Nick e que figura como sendo uma das maiores pesquisas realizadas no mundo sobre o assunto; o teste é utilizado atualmente em grande escala no Brasil, na França, Bélgica e Holanda. Organizou o Consultório Psico-Pedagógico da Sociedade Pestalozzi do Brasil, no Rio de Janeiro, onde colaborou com a profa Helena Antipoff no diagnóstico e aconselhamento de mais de duas mil crianças excepcionais. A pedido do Banco da Lavoura de Minas Gerais montou um Departamento de Orientação e Treinamento e uma Escola de Administradores que pode ser considerada como sendo uma das maiores do mundo, segundo depoimento do Serviço Francês de Aumento da Produtividade. Apresentou trabalhos e comunicações em vários Congressos Internacionais na França, Suécia, Itália, Espanha e realizou inúmeras conferências e cursos no Brasil, França, Portugal e Uruguai a convite de Universidades e entidades públicas e particulares. Foi convidado em 1964 para ocupar o posto de perito da Organização Internacional do Trabalho das Nações Unidas, na Colômbia. Lançou no Brasil as técnicas de Psicodrama após ter realizado vários estágios sobre o assunto na França com Anne Ancelin Schutzenberger, Andoineau, Fauchou, R. Levy e na Itália com Moreno, o conhecido criador da Sociometria, do Psicodrama e Psicoterapia de Grupo, o qual prefaciou o seu último livro, sobre Psicodrama. Autor de mais de cinqüenta publicações científicas e de livros em francês, inglês, alemão, espanhol, português e holandês, se tornou bastante conhecido do público brasileiro, através de um «Best-Seller sobre Relações Humanas na Família e no Trabalho, do qual existem mais de vinte edições. Atualmente é Professor de Psicologia Social na Universidade Federal de Minas Gerais e de Dinâmica de Grupo e Psicodrama na Universidade Católica de Belo Horizonte. O Professor Pierre WeiIl continua realizando pesquisa sobre análise e redução de tensões individuais, interindividuais e coletivas, em correlação com as pesquisas sobre a paz e a guerra, de várias Universidade do mundo. SUMÁRIO INTRODUÇÃO: A unidade da Psicologia e seus fundamentos científicos §1. Definição de Psicologia §2. As Ciências Experimentais e a Psicologia §3. Definição da Psicologia Aplicada §4. Objetivos da Psicologia Aplicada PRIMEIRA PARTE Métodos e Processos da Psicologia Aplicada CAPÍTULO 1: O Método Estatístico §1. Estatística e Psicologia Aplicada §2. Apresentação das Observações §3. Características das Observações §4. Erros de Amostra §5. Correlações §6. Provas de Significação da Diferença Entre Duas Medidas CAPÍTULO 2: A Psicometria §1. Psicometria e Psicologia Aplicada §2. Que É Um “Teste”? §3. Condições Para Aplicação e Elaboração de Um Teste §4. Classificação dos Testes §5. Apresentação e Interpretação dos Resultados CAPÍTULO 3: Estado Atual dos Conhecimentos Sobre Algumas Variáveis, Objeto de Estudo da Psicometria §1. Estudo do Pensamento e da Sua Evolução §2. A Medida da Inteligência §3. As Habilidades Mentais Primárias §4. O Estudo da Memória §5. A atenção CAPÍTULO 4: Os Métodos de Estudo da Personalidade §1. Que É “Personalidade”? §2. Classificação dos Métodos de Estudo da Personalidade §3. Descrição dos Métodos, Processos e Técnicas de Estudo da Personalidade CAPÍTULO 5: Dimensões e Variáveis da Personalidade §1. A Psicotropia §2. As Variáveis da Personalidade §3. Estudo das Emoções e da Emotividade SEGUNDA PARTE Os Campos de Aplicação da Psicologia CAPÍTULO 1: O Trabalho Humano §1. A Adaptação do Homem ao Trabalho pela Orientação e Seleção Profissional §2. A Adaptação do Trabalho ao Homem §3. Relações Humanas no Trabalho e Diagnóstico da Personalidade §4. O Estudo das Profissões Objetivos do estudo das profissões Conceituação das atividades profissionais Análise da atividade profissional Metodologia da análise profissional CAPÍTULO 2: A Educação Psicologia Aplicada e Educação §1. O Controle da Eficiência da Escolaridade §2. O Estudo da Leitura §3. Técnicas de Síntese e Aconselhamento em Orientação Educacional A criação do teste ABC por Lourenço Filho constitui um exemplo bem ilustrativo: 1 ETAPA: Observação. – O prof. Lourenço Filho observou que algumas crianças com nível mental elevado não conseguiam aprender a ler e a escrever, enquanto que outras com nível mental baixo eram facilmente alfabetizadas. Observou também que os testes de nível mental não classificavam bem os alunos do primeiro ano. 2. ETAPA: Hipótese. — Surgiu então a seguinte hipótese: a Aprendizagem da leitura e da escrita constitui um ou vários fatores específicos da maturidade, relativamente independentes do nível mental. 3. ETAPA: Verificação da hipótese. — Começou então a pesquisa propriamente dita: com a colaboração de vários estudiosos aplicou o que é hoje chamado de teste ABC a milhares de analfabetos e crianças de todas as idades. 4a ETAPA: Elaboração da lei ou conclusão quanto ao fato. Mostrou, por vários processos, que havia relativa independência entre nível mental e maturidade para alfabetização, além de firmar o valor diagnóstico e prognóstico do referido teste. Além do processo comum a todas as ciências experimentais, convém lembrar certas regras a serem seguidas nas observações durante as experiências. Erros devem ser evitados, podendo provir: 1) Do observador. Os erros provenientes dos observadores são muito freqüentes em Psicologia Experimental; por isso, o psicólogo deve ser submetido a treinamento demorado e rigoroso; quando o coeficiente pessoal do erro é muito grande, convém colocar vários observadores. A presença física do observador às vezes prejudica (caso de animais e crianças); neste caso, são recomendáveis sistemas de isolamento ou postos de Observação (Gesell). 2) Dos instrumentos. A construção dos instrumentos requer, em Psicologia Experimental, cuidado especial. Por exemplo um teste foi construído por Piéron para medir a atenção consistia em riscar determinados sinais numa folha onde era impressa uma centena delas. Após algum tempo, foi necessário aumentar o tamanho dos sinais, pois se verificou que, em muitos casos, se estava medindo a acuidade visual e não atenção. 3) Da complexidade dos fatos. Um exemplo tomado na Psicologia comparativa das raças ilustrará este parágrafo. Em numerosos estudos, os pesquisadores encontraram médias Inferiores nos testes de inteligência aplicados aos pretos, e alguns concluíram pela inferioridade intelectual dos pretos; há, porém, muitos fatores que podem explicar a inferioridade dos resultados; entre este s, podemos citar: a natureza verbal dos testes utilizados, a qual beneficia os brancos, cujo nível cultural é maior; ou então o nível econômico, em conseqüência do qual há alimentação pior entre os grupos de pretos. As ciências experimentais puderam desenvolver-se graças à crença em vários princípios fundamentais, os quais iremos enunciar a seguir: 1º) O PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE Tudo tem uma causa e, nas mesmas condições, a mesma causa produz o mesmo efeito. Exemplo: procurando conhecer o nível mental médio dos adolescentes comerciários, em várias regiões do país, encontramos 05 seguintes resultados: MÉDIA Porto Alegre .....................................35,94 São Paulo .........................................34,48 Rio de Janeiro ..................................34,51 Como se pode constatar, os resultados são praticamente os mesmos, isso porque as mesmas causas, em condições idênticas (natureza do teste, instruções, técnicas de correção, treinamento dos pesquisadores e tipo de população), provocaram os mesmos efeitos. O princípio da causalidade tem como correlato o princípio do determinismo, que diz: Não há exceções nas leis. Não há fatos que não sejam regidos por leis. Quando há uma mistura muito grande de causas e as leis não podem mais ser encontradas pelos métodos científicos clássicos, estabelecem-se leis estatísticas, baseadas em grande número de observações, e fundamentadas em médias e correlações entre variáveis. As leis estatísticas estão baseadas na crença da continuidade dos fenômenos naturais e estabelecidas graças ao cálculo das probabilidades. 2º) A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL A Evolução da Psicologia demonstrou que é possível aplicar-lhe todos os processos das ciências físicas, embora o seu objeto seja diferente, pois a Psicologia Experimental estuda a conduta animal e humana. Iniciada em torno de 1860, pelo estudo das sensações e da percepção, ela se estende hoje a todo o domínio da personalidade. Existem dois conceitos da Psicologia Experimental: Um conceito restrito, utilizado por motivos predominantemente didáticos, por R. S. Woodworth; para esse autor, a Psicologia é experimental unicamente no caso de o experimentador exercer um controle da situação experimental, com as seguintes condições: 1º) Poder-se repetir as experiências por outra pessoa. 2º) Utilizar-se de uma ou várias variáveis independentes ou fatores de experimentação para observar a sua ação sobre a variável dependente. Por exemplo: ação do barulho (variável independente) sobre o trabalho mental (variável dependente). Experimentar consiste, sobretudo, em manter fixas todas as variáveis independentes, menos uma, procurando conhecer os efeitos da mudança da variável independente sobre a variável dependente. A Psicologia Experimental se diferencia assim, como mostra Andrews e também Woodworth: 1º) Da Psicologia Diferencial, cujo objetivo é estudar, para cada variável, as diferenças individuais, utilizando para isso o método estatístico e o cálculo das probabilidades. indivíduos e os grupos possibilita indicar aos publicistas quais os processos mais adequados. j) Na sondagem da opinião pública, é considerada como uma das aplicações mais demonstrativas do valor da Psicologia Aplicada, pois constitui um grande apoio para a vida política, econômica e pública de um país. i) Nas Artes. A Psicologia Aplicada estuda as reações dos indivíduos às diferentes produções artísticas, além de diagnosticar as aptidões e tendências de qualquer pessoa. m) Na segurança dos transportes. Como veremos mais adiante, a Psicologia aplicada permite diminuir o coeficiente dos desastres, não somente pela seleção dos automobilistas ou dos aviadores, mas ainda pelo estudo dos sistemas de sinalização e de educação do público. n) Nas Relações Humanas e nas Relações Internacionais, como foi exposto em nossos livros Relações Humanas na Família e no Trabalho, A Criança, O Lar e a Escola, e Dinâmica de Grupo e Desenvolvimento em Relações Humanas. PRIMEIRA PARTE Métodos e Processos da Psicologia Aplicada CAPÍTULO 1: O Método Estatístico § 1. Estatística e Psicologia Aplicada A estatística é, na Psicologia Aplicada, um dos instrumentos essenciais, seja na elaboração de um teste, seja na sondagem de opinião pública ou na procura das causas dos desastres do trânsito. A estatística nos fornece normas matemáticas para saber qual a probabilidade de erro ou de acerto, nas hipóteses que se tiram da observação dos fenômenos ou da experimentação. Na Psicologia Aplicada, trabalha-se, sobretudo, com grupos ou ainda populações, os quais podem constituir-se de alunos, de motoristas, de operários, de peças fabricadas, de provas, etc. Maior a população, maior a precisão da estatística. Na prática é, porém, difícil trabalhar com números muito grandes; por isso, costuma-se escolher, ao acaso, certo número de indivíduos, de modo a ter o que se chama uma amostra representativa da população estudada. A cada elemento da população se dá um número, o qual pode ser uma nota, um número de ordem de uma classificação ou qualquer outro valor de uma variável x. Cada valor da variável aparece com uma certa freqüência. § 2. Apresentação das Observações A Apresentação dos dados pode ser feita sob a forma numérica ou sob a forma de gráfico. Eis, por exemplo (tabela A), a forma de Apresentação numérica das freqüências encontradas em um teste de inteligência (teste “INV”) organizado por nós e aplicado a um grupo de comerciários adolescentes de São Paulo pela nossa aluna Fanny Vinicki e suas colaboradoras. T A B E L A “ A ” PONTOS FREQUÊNCIA (f) SOMA DAS FREQÜÊNCIAS OU N0 DE ORDEM De 10 a 12 0 0 13al5 2 2 16al8 5 7 19a21 10 17 22a24 13 30 25a27 26 56 28a30 50 106 81a33 51 157 34a36 58 215 37a39 39 254 40a42 35 289 43a45 27 316 46a48 27 343 49a51 9 352 52a54 3 355 55a57 0 N°. 355 Colocando os mesmos dados sob a forma de gráfico, obteremos a curva da figura 1; na abscissa, colocamos o número de pontos (Pt); na ordenada, a freqüência (f) dos casos para cada ponto. Esta curva é chamada curva de Gauss e tem, em geral, a forma de um sino. A curva de Gauss encontra-se em toda a Biologia: para o peso, a altura, o perímetro torácico, etc. As pesquisas da Psicometria mostram que o mesmo se passa com as funções mentais. Acontece, às vezes, que não se encontra a forma de sino na distribuição das freqüências. Na figura 2, temos diferentes tipos de curvas que, quando encontradas na Aplicação de um teste, por exemplo, significam que alguma coisa veio perturbar as experiências ou Observações. No caso de um teste, a curva A mostra que a prova é fácil demais para a população estudada, pois quase todos responderam a todas as perguntas. A curva B mostra o caso contrário. As curvas C e D se encontram quando a população não é de x pela freqüência correspondente; a fórmula de cálculo da média ficará, neste caso: Existem processos de simplificação dos cálculos. Os interessados poderão consultar um dos tratados de estatística indicados na bibliografia. b) A MEDIANA A mediana é o valor da variável correspondente a um ponto da distribuição de freqüência, situado de modo a ter igual número de casos acima e abaixo da distribuição. O mediano tem a vantagem de não ser influenciado pelos valores extremos. c) A MODA A moda é o valor da variável correspondente a ponto de maior freqüência. Numa distribuição de freqüência ideal, a moda, a mediana e a média são confundidos. Cálculos especiais permitem transformar uma distribuição imperfeita, em razão do pequeno número de observações, em uma distribuição normal. 2°) Os parâmetros de dispersão a) O DESVIO-PADRÃO Sendo a média o parâmetro de tendência central mais utilizado, seria normal que os parâmetros de dispersão tivessem como ponto de partida a média. O desvio- padrão (D.P.) é a raiz quadrada da média dos quadrados dos desvios da média aritmética, como mostra a fórmula: O desvio-padrão é útil na determinação dos pontos da distribuição de freqüência, além dos quais os dados fogem da norma estatística; fora disto, o D.P. é muito útil na comparação de diferentes grupos entre si. Sx = soma dos valores da variável F = freqüência X = valor da variável N = o número de observações. == N SfxM N SdPD 2 . = S = soma d = desvios da média N = número de observações b) OS PERCENTIS Um meio muito cômodo de determinar a posição dos diferentes valores da variável é dividir o campo das variabilidades por cem. É o que se chama a percentilagem. Para percentilar uma distribuição, pode-se proceder de duas maneiras: a primeira, dividindo-se a abscissa da curva de Galton em cem partes iguais; a cada percentil corresponde um valor da variável (ver fig. 3). Outra maneira de calcular os percentis é a utilização da seguinte fórmula: A mediana corresponde ao percentil 50. c) OS QUARTIS Os quartis são encontrados por meio de uma divisão mais grosseira da distribuição, em quatro partes iguais; correspondem eles aos intervalos situados entre os percentis 0, 25, 50, 75 e 100. § 4. Erros de Amostra Como vimos no início, em Psicologia Aplicada se trabalha em geral com amostras do grupo total a estudar; é indispensável saber que confiança se pode ter nos resultados, qual a probabilidade para que o resultado obtido não tenha sido devido ao acaso, para que o valor representativo da amostra seja testemunha fiel do grupo total. Com essa finalidade, calcula-se o erro-padrão E. Na qual: r = ordem de classificação ou freqüências acumuladas Sf p = o percentil procurado n = o número de observações. 100 11 −+= npr O erro-padrão da média é calculado pela fórmula: O erro-padrão do desvio-padrão é: O erro-padrão de uma freqüência é: O erro-padrão de uma diferença é: Para obter os limites de confiança, quer dizer, os valores em mais ou em menos, além dos quais só há 5% de probabilidade de os números achados estarem fora desses limites, multiplica-se E por 1,96. Dito de outra maneira, há 95% de probabilidade de que um valor x esteja nos limites de mais ou menos 1,96 E. A tabela B dá, para alguns valores de E, a probabilidade para que E seja maior que o número indicado. T A B E L A “ B ” E PROBABILIDADE APROXIMADA 0,6 50 1,0 31% 1,5 13% 2,0 05% 2,5 01% 3. 00,2% 3,5 00,04% 4 00,006% § 5. Correlações Quando existem duas variáveis numa mesma distribuição, é interessante, às N DPE = N DPE 2 = N ffE 1( −= 2 2 2 1 EEE += É o caso, por exemplo, quando um psicólogo de uma indústria quer calcular a correlação existente entre os resultados de um teste manual e a classificação dos operários em bons ou maus; ou, ainda, de um psicólogo que quer conhecer a correlação entre os acertos de cada pergunta de um teste de inteligência e o total do teste. A fórmula do coeficiente é: Existem tabelas especiais (Faverge) que dão para cada valor de p e q o valor de pq e da sua raiz quadrada, a qual é necessária na seguinte fórmula do erro de r bis: 4°) Coeficiente tetracórico. – Quando as duas variáveis são dicotomizadas, quer dizer, reduzidas a duas classes, o r bis não pode ser mais utilizado. Assim sendo, é empregado o “coeficiente tetracórico”. O coeficiente é calculado utilizando-se ábacos especiais. 5°) Outros coeficientes. – Existem outros coeficientes de correlação, como o de associação, de Yule, ou o de percentagem de acordos, os quais pretendem substituir o coeficiente tetracórico. Infelizmente, têm defeitos sérios que desaconselham o seu emprego. O coeficiente eneacórico, de Coumetou, é utilizado para calcular a correlação entre duas variáveis, cujos valores estão repartidos em três categorias: média, forte e fraca. Uma tabela de conversão possibilita traduzi-los, após cálculos, em coeficientes de Pearson. O coeficiente de Coumetou vale somente no caso de serem as três categorias distribuídas da seguinte forma : Superior .............................................. 25% dos casos Média .................................................. 50% dos casos Inferior................................................. 25% dos casos M’ = média dos valores de x para os elementos da classe superior M” = média dos valores de x para os elementos da classe inferior p = proporção de elementos de uma classe q = proporção de elementos de outra classe z = valor de ordenada da curva normal correspondente DP = desvio-padrão. = − = z pqX PD mmbisr .. "' N z rpq E 2− = A fórmula do coeficiente é a seguinte: A = número de casos Inferiores nas duas séries P = número de caso e médios na série 1 e superiores na série 2. C = número de casos superiores nas duas séries. J = número de casos superiores na série 1 e médios na série 2. B = número de casos superiores na série 1 e inferiores na série 2. H = número de casos médios na série 1 e inferiores na série 2. D = número de casos inferiores na série 1 e superiores na série 2. E = número de casos inferiores na série 1 e médios na série 2. T = número de casos médios nas duas séries. Eis a tabela de tradução dos Y em r de Pearson: T A B E L A “ D ” Y .0 .1 .2 .3 .4 .000 .00 .26 .51 .72 .89 .005 .01 .28 .52 .73 .90 .010 .03 .29 .53 .74 .91 .015 .04 .30 .54 .75 .92 .020 .05 .31 .55 .76 .92 .025 .07 .33 .56 .76 .93 .030 .08 .34 .57 .77 .93 .035 .09 .35 .58 .78 .94 .040 .11 .36 .59 .79 .95 .045 .12 .38 .60 .80 .95 .050 .13 .39 .61 .81 .96 .055 .15 .40 .63 .82 .96 .055 .15 .40 .63 .82 .96 .060 .16 .41 .64 .83 .97 .065 .17 .42 65 .83 .97 .070 .19 .44 .66 .84 .98 .075 .20 .45 .67 .85 .98 .080 .21 .46 .68 .86 .99 .085 .23 .47 .69 .87 .99 .090 .24 .48 .70 .88 .99 .095 .25 .49 .71 .88 .99 § 6. Provas de Significação da Diferença Entre Duas Medidas O fato de haver diferença entre dois resultados, como por exemplo entre a média de dois testes ou ainda entre duas percentagens, não quer dizer, ainda, que se ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )BHDTCFATDEATBJCT BADCY +++++++++++ +−+ = 4321 pode confiar nestes resultados; é indispensável saber se essas diferenças não são devidas à influência do acaso. Para saber se a diferença entre duas medidas é significativa, procede-se da seguinte forma: calcula-se a diferença entre as duas medidas x e x e divide-se pelo erro-padrão da diferença. A fórmula da significação da diferença entre duas medidas é a seguinte: Quando o coeficiente obtido superar o valor três, é praticamente impossível que a diferença achada seja devida ao acaso, pois seria maior que três vezes o seu erro- padrão. Para calcular a significação da diferença entre duas freqüências ou percentagens, calcula-se o X2 com a seguinte fórmula: Esta fórmula só pode ser utilizada no caso de as freqüências ou percentagens terem sido tiradas de um mesmo grupo; por exemplo, no caso de comparar a percentagem de acertos em duas perguntas de uma prova escolar. Êxitos Fracassos F1 F2 Fracassos Pergunta II Êxitos F3 F4 f = número de casos P E R G U N T A I .. ., .. ".. ' difE difaindaou difE xxdifSign −= ( )[ ]2 14 142 1 ff ffZ + −− = São três os fatores a considerar na aplicação de qualquer teste, tanto como fim de experimentação, quanto como fim prático. Esses fatores: o examinador, o ambiente de exame e o examinando. a) O EXAMINADOR. O examinador deve seguir, rigorosamente, as instruções de aplicação do teste de tal maneira que as condições de aplicação sejam as mesmas para todos. O examinador deve ser uma pessoa calma, controlada nas suas reações, inspirando confiança. Deve-se evitar que seja, por exemplo, um mestre a quem o examinando teme ou aborrece. O teste pode ser muito influenciado pela relação psíquica entre o examinando e o examinador. É necessário lembrar que o aplicador a quem os examinandos temem, ou aquele que não levam a sério, não está apto para nenhum trabalho psicopedagógico ou psicométrico. Além disso, nunca será demasiado advertir aos examinadores – disse Stern – que o teste é apenas um meio para se encontrar um objetivo, e esse objetivo é conhecer a personalidade. Com ele, procura-se compensar nossa deficiente capacidade de observação. Daí ser preferível “um mau teste em mãos de um bom examinador, a um bom teste em mãos de um mau examinador”. b) O AMBIENTE DE EXAME. Só se deve aplicar um teste num ambiente tranqüilo, isolado, onde não haja ruído e onde não possam ocorrer fatos que afastem a atenção do examinando. Antes de iniciar o trabalho, deve-se verificar se existe algum fator externo que possa influir no seu resultado. O teste deve ser realizado, sempre que possível, a sós com o examinando, e de maneira nenhuma em presença dos pais, parentes, médicos de família, etc. Quando houver uma terceira pessoa – por exemplo, para aprendizagem da Aplicação do teste – dar uma satisfação ao examinando, dizendo-lhe: Esta é uma pessoa que também vai aprender o que fazemos aqui. Você não se importa? Caso o candidato demonstre má vontade, a terceira pessoa não deverá assistir ao teste. c) O EXAMINAND0. Só se começa a aplicação de um teste quando o examinando está tranqüilo, confiante, em estado psíquico normal, encarando com serenidade as explicações do examinador. É de grande importância que o examinando realize o teste com naturalidade, espontaneamente e jamais obrigado. Deve-se primeiro ganhar a sua confiança, conduzindo-o, naturalmente, a interessar-se pela prova; explicar-lhe de maneira discreta como se realiza um teste psicológico, mediante o qual se pode verificar, por exemplo, até onde vai a sua capacidade de observação. Una das condições de bom rendimento é a aceitação da pesquisa pelo examinando, revelando-se como parte interessada. Deve-se estimulá-lo nos exemplos (quando houver) ou ao notar dificuldade de compreensão. Nas provas coletivas, tais condições deverão ser convenientemente adaptadas. Sistemas de notação – Os sistemas de notação dependem, evidentemente, do tipo de teste utilizado. Mas, em geral, podemos distinguir os seguintes tipos de notação, evitando em todos qualquer participação subjetiva, qualquer opinião por parte de quem anota ou corrige: a) Nos testes organizados sob a forma de respostas a dar a determinadas perguntas, a correção se faz anotando-se os acertos; segue-se para isso uma lista-padrão das respostas certas e faz-se a contagem do número de acertos. Eis, por exemplo, uma pergunta de um teste pedagógico: Exemplo 1. Quem proclamou a Independência do Brasil? Resposta ............................................................................................................................ b) Existem outros testes, nos quais se pede ao examinando para responder se as afirmações contidas neles são certas ou erradas. O exemplo precedente será, neste caso, apresentado da seguinte forma: Exemplo 2. Pedro Álvares Cabral proclamou a Independência do Brasil Certo Errado c) Os testes ditos de escolha-múltipla permitem escolher a resposta certa entre várias respostas erradas. O nosso exemplo precedente ficará constituído da seguinte forma: Exemplo 3. Quem proclamou a Independência do Brasil foi: ( ) Pedro Álvares Cabral ( ) D. João VI ( ) O Príncipe Regente D. Pedro ( ) D. Pedro de Alcântara ( ) José Bonifácio. Em Psicometria, prefere-se a Apresentação das respostas sob forma de “múltipla-escolha”, isso porque a experiência mostrou que os outros tipos estão sujeitos a sérios inconvenientes. No exemplo 1, a resposta “Pedro” poder deixar o examinador em dúvida, pois o examinando pode ter pensado em Pedro I, Pedro II, Pedro Cabral ou Pedro de Alcântara. No segundo exemplo, o examinador nunca saberá se o examinando respondeu escolhendo ao acaso a resposta certa; no tipo certo-errado, o examinando tem uma probabilidade sobre duas de acertar. A questão do tipo “escolha- múltipla” elimina esses inconvenientes, pois a resposta certa é uma só, e o fato de ter de escolher entre cinco ou seis perguntas elimina, completamente, as influências do acaso. Outros valores numéricos são obtidos por meio de aparelhos especiais. O tempo que levou cada indivíduo para executar uma determinada tarefa é medido por um cronômetro; existem cronoscópios para medir os tempos de reação de um indivíduo em centésimos de segundo; nos testes de habilidade manual, registradores especiais fazem a contagem dos erros cometidos. Há, porém, certos tipos de testes para os quais é mais adequado fazer anotação numérica: como, por exemplo, avaliar uma redação. As professoras Helena Antipoff, de Minas Gerais, e Eloah Brandt Ribeiro, do Rio Grande do Sul, mostraram que isso é possível (número de idéias representadas durante um certo tempo sobre um teste idêntico para todos, tipo de exposição objetivo ou subjetivo, número de palavras utilizadas, etc). F. Goodenough mostrou a possibilidade de avaliar a riqueza do desenho de um boneco pela contagem do número de elementos representados. Rey aplicou esse princípio na reprodução de uma figura complexa, além de chegar a uma tipologia da reprodução. Quando a apreciação de uma prova só pode ser qualitativa, utiliza-se o método Um Q.I. superior a 1 indica que o indivíduo tem inteligência superior à idade real; um Q.I. inferior a 1 indica que o indivíduo tem inteligência inferior à idade real ou cronológica. Na prática de Psicologia Infantil, é interessante possuir os dois índices: o Q.I. que situa a criança em relação à Psicologia Evolutiva, o percentil que situa a criança em relação à média do seu grupo de idade, do ponto de vista da Psicologia Diferencial. Fidedignidade de um teste — Não é suficiente a um teste ter sido aplicado em condições experimentais rigorosas, nem ser sensível e possuir um sistema objetivo de anotação. É ainda preciso verificar a sua fidedignidade, o que corresponde a saber se os resultados são fiéis, se se pode afirmar que os resultados que fornece hoje serão os mesmos de amanhã ou daqui a um mês ou um ano. Qual a variabilidade de uma aplicação à outra?1 Para responder a essa pergunta, costuma-se submeter um mesmo grupo de indivíduos duas vezes ao mesmo teste, com intervalos de um dia a vários anos, segundo o período de memorização. Calcula-se depois o coeficiente de correlação entre os resultados das duas aplicações. O índice obtido chama-se a constância do teste. É preferível, a fim de evitar a influência da aprendizagem ou de fatores afetivos na repetição dos testes, calcular o índice de homogeneidade do teste: procura-se a correlação existente entre duas partes equivalentes do teste aplicado só uma vez. Os índices de fidedignidade encontrados para os testes de inteligência são, em geral, muito elevados, variando de 0,70 a 0,95, com intervalos pequenos, de um dia a alguns meses. A fidedignidade dos testes de inteligência é tão grande como a da medida do peso e da altura, e decresce com o tempo. Validade de um teste – A validade de um teste é o seu valor preditivo. Um teste é considerado válido, quando a correlação entre os resultados obtidos com ele e o que pretendia medir ou prever é elevada. Por exemplo, um teste de aptidão mecânica só é válido se os resultados 1 Ver também a esse respeito o item 3, Capítulo 1 da 2.a parte. obtidos por um grupo de mecânicos têm correlação apreciável com uma avaliação objetiva do valor profissional de cada um; da mesma forma, considera-se um teste de inteligência como válido se a correlação entre os resultados obtidos nele, com os de um outro teste já validado, é apreciável. Consideram-se como satisfatórios coeficientes de correlação de validade a partir de 0,50. É relativamente raro encontrar coeficientes superiores a 0,80. Análise dos itens e criação de séries paralelas – Como vimos anteriormente, é possível conhecer o grau de dificuldade de cada item pela percentagem de acertos em diferentes grupos. Acontece, muitas vezes, que um teste já é demasiadamente conhecido, e precisamos, por isso, criar séries paralelas substitutivas. Conhecendo o grau de dificuldade de cada pergunta, é mais fácil criar séries paralelas, por substituição de cada pergunta antiga do teste por uma nova, equivalente. Além disso, é bom conhecer a validade de cada item em função do conjunto. O coeficiente de correlação bisserial permite calcular a validade de cada item em relação ao total dos pontos do teste. Análise fatorial de baterias de testes – Desde os tempos de Binet-Simon (criadores do primeiro teste de inteligência), constatou-se que certos testes, que pretendiam medir a mesma coisa, tinham entre si correlações baixas. Esse fato foi confirmado pela Orientação profissional e Orientação Escolar dos adolescentes; revelou-se que os indivíduos de nível mental idêntico tinham melhor êxito em certas matérias ou ocupações, que em outras; O que deixou supor a existência de outros fatores intelectuais, além da inteligência geral. Spearman e Thurstone foram os primeiros a investigar experimentalmente os diferentes fatores, pela análise estatística das intercorrelações entre diferentes testes; 05 processos utilizados São conhecidos hoje sob o nome de análise fatorial. Spearman utilizou o método da equação tétrade dada pela fórmula seguinte, na qual é o coeficiente de correlação entre quatro testes, a, b, c e d, tomados dois a dois: ( ) ( )bdaccdabcdab rrrrt ×−×= Se t é nulo em todas as combinações, é sinal de que há um fator geral comum a todos os testes (fator G), e um fator específico a cada um. No caso contrário, existem só fatores de grupos. Thurstone usa método de análise fatorial por rotação centróide. No caso da psicomotricidade, por exemplo, a maioria dos autores chegou à conclusão de que não existe uma aptidão psicomotora geral e que os testes motores não têm correlação com os testes de inteligência. Em recente análise de mais de 500 estudos feitos no mundo inteiro, sobre os testes de motricidade, M. de Montmollin encontrou os seguintes fatores, acabados nos diversos países onde foram feitas pesquisas sobre o assunto: rapidez, precisão, coordenação dos movimentos, destreza, agilidade, outros fatores ainda discutidos. Convém notar também a presença, em muitas provas motoras, de fatores não motores, como o fator espacial, perceptivo e de “inteligência prática”. § 4. Classificação dos Testes É hoje praticamente impossível reunir em um só capítulo todas as técnicas de investigação das funções mentais e sensório-motoras. Muitos autores o fizeram em manuais, dentre os quais recomendados os de: Baumgarten, Claparède, Violet Conil e Canivet, Fryers e Rappaport. Vamos aqui apresentar a Classificação geral dos testes, segundo o plano de Piéron (1948), citando, para tal, as técnicas atualmente mais utilizadas. I. Testes de inteligência – Aqui, podemos incluir as escalas de: Binet-Simon, Simon, revisão do Binet-Simon, por Terman e Merril; os testes de Gesell, para pequenas crianças os cubos de Kohs; o “Labirinto” de Porteus; a escala de Grace Arthur; o teste de Gille, experimentado em 100 000 crianças em França; teste “Army Alpha-Beta” utilizado em 2 000 000 de militares americanos; a escala de Wechsler Belevue, a de Ballard a de Lahy e a de Bonnardel as “Matrizes Progressivas” de Raven; o “Chicago Test ot Primary Mental Abilities” de L. L. Thurstone; os testes de Piéron (França) e de Mira (Barcelona), estes dois últimos constituindo adaptações do teste de Thurstone. Alguns desses testes nos dão um índice da inteligência sob a forma de Fig. 6 — Aparelho registrador de erros (do Catálogo Secap, Paris). VI. Testes perceptivos. – No quadro das funções perceptivas é necessário examinar: a) capacidade de apreensão (teste de Rossolimo, figuras lacunares de Rey, Geatalt – teste de Lauretta Bender); b) rapidez de estruturação (taquistoscópios); c) plasticidade de estruturação; d) visualização espacial (figura a desenrolar de Rey); e) golpe de vista (Piéron). Os testes de percepção podem ser classificados, também, segundo o órgão receptor visual, auditivo, táctil, quinestésico, olfativo ou gustativo. VII. Testes motores. – Os testes motores têm por objetivo medir a motricidade dos indivíduos. Pode-se distinguir: a) as escalas de desenvolvimento motor, como, por exemplo, a escala de Ozeretzki, que permite determinar a idade motora; b) as baterias de testes, como a de Walther-Antipoff, de Heuyer-Baille ou de Gille; c) os testes específicos, como o cronoscópio de Darsonyal ou o cronotoscópio de Piéron, para medida dos tempos de reação, Tapping, o termômetro, de Piéron, a ratoeira de Moede, a pontilhagem de Walther, os testes de coordenação bimanual de Lahy e de Daniel Antipoff. Fig. 7 – Teste de motricidade de Lahy para exame da coordenação bimanual (do Catálogo Secap, Paris). VIII. Testes pedagógicos e profissionais. – Para avaliação do nível de conhecimento, os testes pedagógicos podem ser classificados segundo a matéria (conhecimentos de português, matemática, história, geografia, biologia, etc.), ou segundo a série e ano escolar (ginasial, científico, básico e técnico industrial ou comercial, etc.), ou, ainda, a profissão (datilógrafo, mecânico, torneiro, contador, etc.). Existem, também, testes pedagógicos organizados de forma a permitir dizer que nível escolar atingiu determinado indivíduo. Fig. – teste de tempos de reação Cronoscópio (do Catálogo Secap, Paris) IX. Testes clínicos. – Distinguem-se das demais técnicas pelo fato de não ser possível a sua avaliação numérica, substituindo-se esta pela observação direta (de onde o nome, tirado da medicina, de “clínico”). Piaget utilizou a observação direta para estudar a evolução intelectual da criança. Algumas das técnicas empregadas por ele foram adotadas em Psicologia Aplicada. É assim que Barbel Inhelder utilizou a modelagem para determinar, nos débeis mentais, se este s já têm noção de conservação da matéria, do peso e do volume. Hanfmann-Kasanine inventou um teste dito “conceitual”, o qual permite estudar e diferenciar formas de raciocínio. Os testes clínicos São de manuseio muito delicado, e é preciso que o aplicador tenha Formação rigorosa. Devemos distinguir o “método clínico”, que tem o sentido exposto acima, da “Psicologia Clínica”, cujo objetivo é a aplicação da Psicologia científica à Psiquiatria. § 5. Apresentação e Interpretação dos Resultados No caso de se fazer um exame utilizando grande quantidade de testes, é indispensável contornar a dificuldade representada pela comparação de numerosos uma criança em um teste de memorização de 15 palavras, no teste de educabilidade de Rey. Na interpretação dos resultados de um teste, deve-se sempre considerar o simples resultado numérico, sobretudo quando inferior, como sendo submetido às várias influências que resumimos no esquema seguinte, inspirado em Rey (fig. 11). No diagnóstico, devemos sempre examinar todos esses fatores. A atitude do examinador pode agir sobre a emotividade, provocando inibição no rendimento; um rendimento baixo pode, por sua vez, agir sobre a emotividade. Má vontade ou complexo de inferioridade provocam motivação desfavorável a um bom rendimento; uma aptidão desenvolvida provoca, pelo contrário, motivação favorável; a ação do examinador pode aumentar a motivação. Enfim, sem a aptidão , não há rendimento possível no teste. A interpretação do resultado do exame psicológico só pode ser feita por pessoa muito experimentada e treinada. Aptidão Compreensão das instruções Condições fisiológicas Emotividade Atitude do examinador TRANQÜILIDADE DO AMBIENTE MOTIVAÇÃO RENDIMENTO DO TESTE Fig. 11 PROVAS PROPOSTAS SOB FORMA DE PROBLEMAS DE INTELIGÊNCIA PITT] 0152842597) 85 Eid] [IIII!! | dd tam 15 27241 58 72 84 100 fera! |m Log, INV A | Meo N verbal [p| N, E R N | 7 e a / SEN e N V E + né |m / e | m fo 1 N FS Perc, Y PRAT Fig. 12 Perfil de um servente (pouco dotado) CAPÍTULO 3: Estado Atual dos Conhecimentos Sobre Algumas Variáveis, Objeto de Estudos da Psicometria § 1. Estudo do Pensamento e da Sua Evolução Seria mera utopia tentar expor em tão poucas linhas os resultados de todos os estudos experimentais realizados sobre o pensamento humano; isso corresponderia em descrever a metade da Psicologia Experimental. Iremos apenas tentar fazer sentir ao estudante de Psicologia quais os processos utilizados para obter algumas das conclusões mais ilustrativas a respeito do assunto. Os métodos utilizados são os descritos nos capítulos precedentes; a aplicação do processo das variáveis, do clínico e do estatístico no estudo do pensamento é tão entrelaçada que se pode considerar impossível dissociá-los, como veremos a seguir, embora o método clínico seja o predominante. A utilização de redações. – Foi o psicólogo francês Binet um dos primeiros a estudar o pensamento em bases experimentais, através da aplicação de uma prova de redação às suas próprias filhas, Armande e Marguerite, sendo uma puramente do tipo descritivo e objetivo, e a outra de tipo sentimental e afetivo. Helena Antipoff, no Brasil, desenvolveu de maneira muito feliz a idéia de Binet, criando o já conhecido teste das mãos, o qual consiste em descrever, durante vinte minutos as minhas mãos. A autora, através dessa técnica, muito rica em Observações clínicas e com possibilidades de tratamento estatístico, chega a conclusões quanto à: Função perceptiva Função representativa Função imaginativa Função interpretativa Função afetiva ou sentimental Função lógica ou dialética. Os estudos clínicos de Piaget. – Ao contrário das Psicologias Logísticas e apriorísticas que estudam, por meio da introspecção ou da lógica pura, o pensamento Até 11-12 anos, a criança afirma que o volume diminui ou. aumenta conforme o tamanho ou espessura da pasta. Com experiências análogas, Piaget estudou o raciocínio, o desenvolvimento das quantidades, dos números, do espaço, etc. A técnica de Hanfmann-Kasanin para o estudo da Formação de um conceito. – O material utilizado por Hanfmann e Kasanin (1942), nos Estados Unidos, foi tirado de uma prova do psicólogo russo Vigotski, e tem por objetivo: 1°) Acompanhar, no adulto, o processo de Formação de um conceito. 2°) Procurar a existência de uma tipologia baseada nos níveis conceituais atingidos (conceitual, intermediário, primitivo). O material é constituído por peças de formas, tamanhos, cores e alturas diferentes. Pede-se ao indivíduo que classifique as peças em quatro categorias, cujos símbolos estão escritos embaixo de cada peça; no início, só se revela ao examinando o nome de uma peça do grupo “MUR”. Mostra-se o nome de outras peças, até achar a solução, que é o agrupamento, segundo o tamanho e a altura; esta é a única Classificação possível em quatro categorias, de tal modo que as pessoas vão experimentando primeiro soluções .concretas (cor, forma etc.). A técnica de associação de idéias. – Kent Rosanoff imaginou um método que consiste em apresentar à pessoa uma série de 100 palavras muito conhecidas e em pedir que responda, a cada palavra, a primeira que lhe ocorra na mente. Mil pessoas não dão mil respostas diferentes, mas há respostas que são dadas com grande freqüência. Por exemplo: riqueza-fortuna. Pode-se, a partir dessas experiências, fazer uma classificação dos tipos de associação (sinônimos, analogia, rimas ilógicas, etc.). § 2. A Medida da Inteligência Como “medir” a inteligência? – No parágrafo precedente, mostramos que é possível estudar como funciona o pensamento e como evolui; outro problema a resolver é o quanto a pessoa pode “render” intelectualmente; o problema que iremos estudar é de ordem quantitativa e abrange aspectos considerados outrora como de solução impossível; como “medir” abstrações como a inteligência, definida como sendo a “capacidade de adaptar-se a situações novas” (Claparède), ou o fator geral que preside a utilização de nossas aptidões (Spearmann)? Binet mostrou que isso era perfeitamente possível; juntou uma série de perguntas e provas, procurando saber a percentagem de respostas certas para cada idade, a partir de três anos; reuniu, então, num só grupo de cinco perguntas para cada idade, todas as perguntas ou provas que tinham sido resolvidas por mais de 75% das crianças ou adolescentes de cada idade. Graças à aplicação do método estatístico, pode ele dizer se a criança estava acima ou abaixo de sua idade, do ponto de vista intelectual quem, em seu teste, resolve cinco perguntas de 9 anos, e nada mais, é considerado como tendo 9 anos de idade mental ou como possuidor de inteligência de 9 anos. Quando se perguntou, certo dia, a Binet como definir a inteligência, Binet respondeu “A inteligência é o que meu teste mede”; essa afirmação pôs em termos objetivos o problema da definição de medida da inteligência, fugindo-se assim ao verbalismo e às especulações apriorísticas, que tanto prejudicam o adiantamento da psicologia. Mais tarde, W. Stern substituiu a noção de “idade mental” pela de “quociente intelectual” (Q.I.), que se obtêm pela seguinte fórmula: Um Q.I de 100 é considerado normal; o de 0,90, abaixo; e o de 110, acima do normal. Além de uma revisão da escala de Binet por Terman, nos Estados Unidos, foram construídos outros testes de inteligência, que também permitem chegar ao Q.I. Os mais conhecidos são os cubos de Kohs (reconstrução de figuras geométricas de complexidade crescente por meio de cubos), a escala de Goodenough (desenho da figura humana), a escala de Alexander (conjunto de testes diversos com material de realIdade mentalIdadeQI = madeira). A determinação do Q.I. revelou-se, aos poucos, insuficiente, pois não permite situar qualquer pessoa em relação aos indivíduos de sua própria idade. Por isso, outros testes foram construídos, utilizando a média aritmética ou outros índices como pontos de referência; nestes testes, existem baremas que permitem transformar os resultados brutos em índices da situação da pessoa, em relação à média de seu grupo; entre esses testes, convêm citar o das “Matrizes Progressivas”, de Raven, os testes “Army Alpha-Beta” e o “A.C.G.T”., ambos do exército americano das Primeira e Segunda Guerra Mundiais; o teste “Dominó 48”, de Anstey, o teste “Mosaico”, de Gille, e, no Brasil, o teste “I.N.V.” (Inteligência Não-Verbal), de nossa autoria, aplicado à população Brasileira. Algumas precauções devem ser tomadas na construção de um teste, as quais já foram descritas anteriormente. OS RESULTADOS 1. O crescimento mental. – É hoje fato estabelecido definitivamente de que há um crescimento mental, cuja curva foi construída experimentalmente em vários países. Essas curvas vão subindo até os doze anos, aproximadamente, chegando a um teto horizontal entre os doze e os dezoito anos (Binet, Yerkes, “Army-Alpha”, Gille, Raven, nosso “I.N.V.” no Brasil, etc.). Parece, segundo Piéron, haver maior rapidez e precocidade de desenvolvimento mental nos países quentes; porém, não há ainda comprovação experimental suficiente a esse respeito. A título ilustrativo do crescimento mental, damos a seguir a média de pontos encontrada por nossas colaboradoras, Eva Nick e Áurea Schechtmann, em crianças das escolas primárias do Rio de Janeiro, com nosso teste “I.N.V.”: Essas pesquisas mostram a importância do fator de hereditariedade na formação da inteligência.2 Newmann, porém, em 1935, comparou gêmeos univitelinos criados juntos, com outros separados desde o nascimento (19 casos), com os seguintes resultados: JUNTOS SEPARADOS Altura ............................. Peso .............................. Q.I. (Binet) .................... Q.I; (Otis) ...................... Conhecimentos ............. 0,98 0,97 0,91 0,92 0,95 0,96 0,88 0,67 0,72 0,50 Como se vê, as correlações são mais elevadas quando os gêmeos são criados juntos. Os coeficientes, porém, ficam bastante elevados para os criados separadamente. Piéron encontrou diferenças apreciáveis para inteligência segundo a atividade profissional dos pais. 6. Inteligência e raça. – Alguns autores encontraram diferenças entre certas raças; mas já ficou comprovado que essas diferenças eram devidas a circunstâncias culturais, ambientais ou econômicas. Quando se comparam diferentes raças, sujeitas às mesmas condições, essas diferenças desaparecem. Brown (1944) encontrou Q.I. idênticos entre crianças pretas e brancas nos Estados Unidos. Aniela Ginsberg confirmou esse fato no Brasil (1952). Outra descoberta confirmando esses dados: Klineberg mostrou que o nível mental dos pretos crescia proporcionalmente ao tempo passado na cidade. Na Pesquisa Nacional sobre o Nível Mental da População Brasileira, os pretos da cidade têm resultados superiores aos brancos do interior do país. 7. Inteligência e profissões. – Está comprovado que o grau de inteligência é diretamente proporcional ao grau de complexidade da atividade profissional (Yoakun e Yerkes, Cattell, Piéron). Confirmamos esses resultados no Brasil, com o teste de Meili; 2 Ver também 3, Cap. I, 2a parte. as médias vão diminuindo na seguinte ordem: diretores, secretários, datilógrafos, auxiliares de escritório e serventes. 8. Inteligência e altitude. – Segundo Piéron, foram encontradas diferenças entre o nível mental segundo a altitude da moradia, dados confirmados por nossa Pesquisa Nacional. § 3. As Habilidades Mentais Primárias 1. Observações e experiências clínicas – Através do estudo clínico das operações mentais, constatou-se que, em certos casos, havia maneiras diferentes de resolver certos problemas. A experiência de Rey é, neste sentido, bem demonstrativa: Em um bocal, foi fixado, sobre um suporte, um pauzinho de madeira, B e C, no plano horizontal. À mesma altura, dos dois lados do bocal, foram perfurados dois buracos, A e D, com abertura suficiente para permitir a passagem de duas agulhas de tricô, juntas. Pede-se à pessoa para encontrar um processo que permita medir a distância BC. Há três maneiras diferentes de chegar à mesma conclusão: a) Pela atividade sensório-motora: O indivíduo constrói um instrumento de medida com as duas agulhas, juntando- as, e, depois de tê-las introduzido no bocal, movimenta-as paralelamente, de modo a encontrar, concretamente, a medida certa de BC. É o grupo dos manipuladores. b) Por visualização e combinação perceptiva: Fazem o levantamento, em uma folha de papel, dos segmentos AD, AB e CD, após ter imediatamente visualizado e combinado os diferentes segmentos. Procedem assim por combinação efetiva de distâncias reais. É o grupo dos arquitetos. c) Por operação abstrata e raciocínio puro: Põe-se, por escrito ou mentalmente, a operação: E o grupo de geômetras. ( ) CDBDBCouCDABADBC −=+−= No teste dos cubos de Yerkes também se pode resolver o problema pela visualização, pela aritmética ou por combinação dos dois. Os educadores e psicopedagogos notaram também que havia, fato observável diariamente, indivíduos que tinham êxito em certas matérias e fracassavam em outras. Por exemplo: boas notas em português; notas inferiores em matemática. No domínio profissional também se notou que indivíduos extremamente capazes em atividades verbais, como advocacia ou secretariado, fracassavam em atividades científicas de engenharia ou de mecânica. 2. A experimentação psicométrica. – Diante dessas observações empíricas ou experiências clínicas, muitos autores, como Spearmann e Thurstone, resolveram aplicar testes de naturezas as mais diversas possíveis e, através de um processo estatístico chamado Análise fatorial, baseado no cálculo das correlações, procurar o grau de dependência ou de independência entre os testes, tirando conclusões sobre o número de fatores existentes nas operações mentais efetuadas nos testes. Às vezes, testes que aparentemente medem a mesma coisa têm, entre si, correlações baixas, o que demonstra que diagnosticam fatores diferentes. Esses fatores são, segundo Spearmann, os seguintes: A) Quatro fatores gerais: a) o fator G, que rege todos os processos mentais b) o fator C, representando a rapidez c) o fator O, representando a eficiência mental d) o fator W, seria um fator caracterológico de self control. B) Fatores de grupo: a) o fator lógico b) o fator mecânico c) o fator psicológico d) o fator aritmético e) o fator, musical f) o fator verbal g) o fator de rapidez de resposta. Thurstone, com seu método de análise fatorial por rotação centróide, achou os seguintes fatores: 1) o fator numérico (N) Os fatores verbais revelaram-se superiores nos grupos femininos, em estudos feitos por F. Goodenough (1927), Belle Schiller (1944) e Mme. Piéron (1945); Hobson (1947) encontrou tal diferença para o fator W, e não para o V. O fator mnésico revelou ser superior no grupo feminino, nas pesquisas de Goodenough (1927), de Hobson (1947) e Mme. Piéron (1945). b) A EVOLUÇÃO DAS APTIDÕES Já vimos que o fator geral da inteligência atinge um teto em seu desenvolvimento, a partir de 12 a 14 anos. Há a involução progressiva, que tem início a partir de 25 anos, mas que não é proporcional à evolução. O fator S, segundo Earl, Kilgour e Patrick Slater, só apareceria depois dos treze anos; entretanto, Otávio Martins, em sua análise fatorial do teste “A. B. C.”, de Lourenço Filho, já identificou o mesmo fator, na idade de sete anos. Mellone (1944) também encontrou o fator já com 7 anos e nos dois sexos. O fator verbal está muito pouco afetado pela regressão mental sem sua evolução estaciona com a puberdade. O fator numérico também estaciona com a puberdade, mas as médias tendem a diminuir com a idade após 25 anos, sobretudo nas mulheres (Jones e Gonrad). À medida que vai acabando a adolescência, observa-se uma diferenciação progressiva das aptidões. Jeanne Monnin observou uma correlação de 0,34 nas meninas de 12 a 15 anos, entre o fator N e o fator V; nos adultos, essa correlação baixa a 0,13. c) INFLUÊNCIA DA HEREDITARIEDADE E DO AMBIENTE As pesquisas realizadas com gêmeos põem em relevo maior influência do ambiente sobre os testes de fator verbal que sobre os testes não-verbais (Willoughby, 1928). As “crianças-lôbo”, recolhidas depois de oito anos, dificilmente assimilam a linguagem. Para o fator N, vários estudos deram correlações positivas entre pais e filhos e entre irmãos variando essas correlações de 0,20 a 0,60 (Cobb, Carter, Willoughby). O fator S também foi encontrado como tendo correlação positiva entre irmãos (Fryer). Como o mostra Piéron (1949), analisando outros autores, a influência do meio é inversamente proporcional à idade da criança; quanto mais jovem é a criança, tanto maior possibilidade tem o meio de influenciar seu desenvolvimento mental. Segundo Reymert e Hulton, a idade limite seria 7 anos. § 4. O Estudo da Memória A Memória foi uma das primeiras habilidades mentais estudadas em Psicologia Experimental, pois é suscetível de ser abordada não somente pelos processos clínico e estatístico, mas, ainda, pelo método das variáveis. Os métodos de estudo da memória. – O primeiro autor que fez um estudo experimental da memória foi Ebbinghaus (1885), demonstrando a possibilidade de chegar-se a resultados quantitativos e, também, de introduzir esquema experimental no estudo da memória. A possibilidade de chegar-se a resultados quantitativos foi bem ilustrada pela experiência de Jacobs (1887), que se utilizou de séries numéricas de dificuldade crescente. Eis um exemplo: 972 1406 39418 067285 3516927 58391204 764580129 2164089573 45382170369 810932614280 O resultado numérico poderá ser o número de algarismos da série alcançada pela pessoa ou, ainda, o número de séries retidas. O tratamento estatístico dos resultados de grande número de pessoas já permitira utilizar os resultados em estudos de Psicologia Diferencial; Binet foi o primeiro a utilizar, em seu teste, a memória de números, dando assim normas de Psicologia Diferencial aplicada à evolução da memória. Os métodos utilizados no estudo da memória são os seguintes (segundo Woodworth): a) MÉTODO DOS ELEMENTOS RETIDOS É o que foi descrito acima, sendo, também aplicável a textos, palavras, figuras, etc. b) MÉTODO DE AQUISIÇÃO Consiste em apresentar, várias vezes, a mesma lista de elementos a reter; procura-se o tempo ou o número de repetições necessárias para que a série seja retida completamente. c) MÉTODO DO “SOPRAR” É Uma modificação do método de aquisição, que consiste essencialmente em, a cada repetição, ajudar à pessoa, soprando-lhe as palavras ou números que não tinha ainda memorizado. Além da notação do número de acertos a cada repetição, é possível notar o número de ajudas necessárias, traçando-se a curva de aquisição e de certos. d) MÉTODO DE ECONOMIA Consiste em fazer duas aprendizagens sucessivas, da mesma série de elementos, com certo intervalo de tempo entre as duas. Diz-se que houve economia, quando a aquisição, na segunda experiência, é mais rápida que na primeira. O método da economia está sendo largamente utilizado no estudo da influência da aquisição de uma série sobre a rapidez de aquisição de outra diferente; quando a segunda é mais rápida que a primeira, diz-se que há transferência positiva da aprendizagem. Se ocorre o contrário, há transferência negativa. A Apresentação do material pode ser visual, auditiva, olfativa, tátil e gustativa. Resultados obtidos através do método clínico. – Procurando analisar a maneira pela qual as pessoas memorizavam uma série de números, constatou-se que algumas, no momento do aumento da dificuldade, agrupavam os números por três ou quatro, facilitando, assim, o processo de memorização, mas demonstrando, também, a interferência de um fator de inteligência no próprio processo da memória. Martin e Fernberger confirmaram essas observações clínicas pelo método das variáveis, mostrando aumento de 20% da reprodução, por estudantes, de uma série de números, após terem sido treinados em agrupá-los. Há análise de discordâncias muito grandes entre testes de inteligência com resultados elevados e testes de memória com resultados baixos; pode-se colocar em relevo, em numerosos indivíduos, fatores de baixa de tonus fisiológico em geral, ou, ainda, fatores afetivos de timidez e inibição, aos quais a memória se revela muito sensível (Rey). Resultados obtidos através do método das variáveis. – Vamos tentar resumir, aqui, as principais conclusões que podem ser tiradas das experiências, nas quais se utilizou o método das variáveis. 1°) O tempo de aquisição depende da quantidade de elementos a memorizar (Lyon, Bynot, Muller). 2°) Processos auxiliares (Woodworth) facilitam a memorização (familiaridade com experiências anteriores, relações lógicas, rítmicas, aritméticas, associações com elementos similares, no caso de elementos sem significado a memorizar). 3°) A aprendizagem tende a modificar o organismo, de modo a facilitar e abreviar o tempo de uma reaprendizagem posterior. 4°) Um esforço mental consecutivo a uma aprendizagem provoca uma retração do número de elementos assimilados, os quais são sempre superiores, no caso de haver repouso entre duas repetições. Esse fenômeno é chamado de inibição retroativa (Muller e Plzecker, 1900). 5°) O fenômeno da inibição retroativa demonstra a existência de atividade provável de elaboração fisiológica, posterior à própria experiência de aprendizagem e caracterizada, em muitos indivíduos, por fenômenos de perseverança dos elementos em sua mente (melodias que “não saem da cabeça”, números de telefones, etc.). 6°) O esquecimento dos elementos mais recentemente assimilados faz-se em primeiro lugar (Ribot). Esta lei foi confirmada por Jackson, em neurologia. 7°) A retenção de uma lição difícil é maior que a de uma lição fácil (Ebbinghaus). 8°) A retenção é maior quando a aprendizagem é realizada antes do sono (Jenkins e Dallenbach). 9°) A reprodução gráfica de formas faz-se no sentido de formas anteriormente assimiladas (Kuhlmann). 10°) Com o tempo, figuras assimétricas ou sem formas clássicas tendem a ser reproduzidas no sentido da forma clássica mais aparentada (Kofka), ou no sentido da acentuação das diferenças com a forma clássica (Wolf). Resultados da Estatísticas e da Psicologia Diferencial ANÁLISE FATORIAL DA MEMÓRIA Spearmann (1927) já admitia a existência do fator mnésico, embora o fator G entrasse em muitas atividades já analisadas Thurstone e outros também confirmaram a existência do fator M. Certos autores encontraram “subfatores” (visual, auditivo, espacial, lógico), os quais são, segundo Vernon, ainda hipotéticos. EVOLUÇÃO DA MEMÓRIA Binet foi o primeiro autor a estudar a memória do ponto de vista evolutivo. Eis os resultados encontrados em seu teste, revisto nos Estados Unidos (Binet-Stanford), com a memória imediata de séries numéricas: T A B E L A “I” IDADE No de Algarismos repetidos 2;6 3; 4;6 7; 10; 2 3 4 5 6 Todas as experiências realizadas confirmam, como as de Claparède, que não há mais progresso nos testes de memória, após a idade de 10 anos. MEMÓRIA E SEXO Já Vimos anteriormente que os resultados são levemente superiores no sexo feminino. Starch encontrou correlação de 0,31, entre testes de memória aplicados a pais e filhos. § 5. A Atenção A atenção é um dos fatores da atividade mental cuja existência se impõe a priori como evidente, mas cuja presença se revelou, prática de difícil constatação experimental. A maioria dos pesquisadores inferiu a sua existência através do estudo dos efeitos da sua perturbação ou da sua eliminação sobre o rendimento nos testes; demonstrou sua presença estudando as perturbações da atividade mental devidas à sua ausência. O estudo das flutuações da atenção. – Em 1875, Urbantschich, utilizando o teste do relógio, para medida da surdez, notou que, a uma certa distância, os indivíduos tinham momentos nos quais ouviam o relógio, e outros momentos nos quais não ouviam nada; notou uma certa periodicidade Essas oscilações foram também notadas no caso da percepção de fracos estímulos visuais e táteis. Falou-se em “flutuação da atenção, caracterizada por “ondas de atenção”. Procurou-se conhecer a rapidez de flutuação da atenção, na percepção de leve ruído, ou de um pequeno ponto preto sobre fundo branco; ficou demonstrado que essa velocidade varia não somente para a mesma pessoa, mas ainda o tempo médio difere para cada pessoa; além disso, comprovou-se que variava também em função da intensidade do estímulo, sendo que o tempo de percepção dos estímulos fortes era maior que o dos estímulos fracos. Eis, por exemplo, uma experiência de Wiersma (1901), citada por Woodworth, sobre o tempo de audição em função da intensidade de um estímulo auditivo para dois indivíduos (o tempo completo de apresentação dos estímulos é de 300 segundos): atenção. A atenção parece ser o esforço necessário para mobilizar as energias, permitindo o aproveitamento máximo de uma ou várias habilidades mentais; Esse esforço é tão dependente do desenvolvimento da aptidão , e também da motivação, que é perfeitamente lógica e explicável a dificuldade que se encontra para medir a atenção no seu estado puro. Atenção e esforço mental parecem intimamente ligados, e são talvez uma única coisa, sobretudo quando se pensa na sua ligação com a motivação: só há esforço mental onde há interesse; não há atenção sem motivação. O trinômio “atenção-motivação-aptidão” é, na realidade, de decomposição difícil. CAPITULO 4: Os Métodos de Estudo da Personalidade § 1. Que é Personalidade? É muito difícil dar uma definição da personalidade, pois o seu conceito varia de autor para autor. Allport (1937) enumerou cinqüenta definições diferentes. Essa divergência advém do fato de ser a personalidade abordada pelos autores em apenas um ou alguns dos seus aspectos, sem, entretanto, atentar para o conjunto que ela constitui. Allport nos dá uma definição, na qual reúne todas as opiniões; diz ele: A personalidade é a organização dinâmica dos sistemas psicofísicos que determinam o ajustamento do homem ao ambiente. Sheldon chega a conclusão semelhante, inspirado no próprio Allport, e diz: A personalidade é a organização dinâmica dos aspectos cognitivos, afetivos, conativos, fisiológicos e morfológicos do indivíduo. Mac Kinnon (1944) concebe a personalidade segundo o esquema seguinte: A inteligência corresponde ao aspecto cognitivo, correspondendo o temperamento ao aspecto afetivo, e o caráter ao aspecto conativo. § 2. Classificação dos Métodos de Estudo da Personalidade Inspirando-nos em três trabalhos anteriores, de Pichot, de Mira e o nosso, propomos a seguinte classificação, na qual introduzimos os métodos sociológicos, os métodos mistos, assim como alguns subgrupos: Métodos: 1°) PSICOSSOMÁTICOS: a) Técnicas morfopsicológicas b) Técnicas neuro-reflexológicas 2°) PSIQUIÁTRICOS 3°) EXPRESSIVOS: a) Técnicas grafológicas b) Técnicas filmológicas c) Técnicas miocinéticas d) Técnicas fisiodetectoras e) Técnicas fonográficas f) Técnicas fotográficas g) Técnicas fisiognômicas 4°) INTERROGATIVOS: a) Técnicas orais b) Técnicas escritas 5°) OBSERVAÇÃO: a) Técnicas clínicas b) Técnicas interpretativas 6°) SOCIOLÓGICOS: a) Técnicas sociométricas b) Técnicas ecológicas c) Técnicas grupoterápicas d) Técnicas sócio-visitadoras 7°) PROJETIVOS: a) Técnicas constitutivas b) Técnicas construtivas c) Técnicas interpretativas d) Técnicas catárticas ou situativas 8°) PSICOTERÁPICOS: a) Técnicas psicanalíticas b) Técnicas narco-analíticas c) Técnicas psicodramáticas 9°) DE ANÁLISE MOTIVACIONAL 10°) GENÉTICOS: a) Técnicas genealógicas b) Técnicas psicoevolutivas ou anamnéticas c) Técnicas genotrópicas 11°) ESTATÍSTICO-ANALÍTICO 12°) MISTOS. e o grau de coerência entre o temperamento, medido pela mão esquerda, e o caráter, medido pela mão direita. Um psicólogo suíço, Carrare, utilizava um teste chamado “La réglette”, no qual se estudavam os componentes caracterológicos de movimentos no plano horizontal, com os olhos fechados. A técnica de Lúria consiste em estudar as variações da pressão dos dedos diante de palavras-estímulo. Mira modificou, com fins judiciários, essa técnica, criando o monotômetro. c) AS TÉCNICAS FILMOLÓGICAS O registro fílmico das reações dos indivíduos, em situações espontâneas ou provocadas, fornece documentos permanentes de estudo e de comparações interindividual é assim que, por exemplo, o filme foi o instrumento essencial do estudo da evolução da criança e na demonstração didática de Gesell. O Instituto de Filmologia de Paris estudou cinematicamente, sob a direção de Wallon e Zazzo, as reações de crianças à projeção de vários filmes, pondo em evidência reações de angústia de tal ordem que permitem proibir, a priori, certos tipos de filmes para certas idades. d) AS TÉCNICAS FISIODETECTORAS Agrupamos nesta categoria todas as técnicas que permitam registrar reações de natureza fisiológica e estímulos psicológicos. São estas: 1) As reações electrocutâneas; de natureza especialmente emocional (Radecki), dependem das zonas subcorticais hipotalâmicas (Piéron) e podem ser registradas por micro-aniperímetro. Associadas à palavra estímulo (Jung.Rosanoff), são elas utilizadas em Psicologia Judiciária, por meio do “lie detector” (detector de mentiras) Com o nosso teste mostramos a possibilidade de utilizar o reflexo psicogalvânico ou electrocutâneo para medir a emotividade neurovegetativa; tratamos esse problema do mesmo modo que a medida da inteligência , procurando conhecer o número de estímulos aos quais o indivíduo reage, e tratando, estatisticamente, os resultados obtidos em grupos de amostra. 2) As reações respiratórias podem ser registradas por diversos processos, num quimógrafo. 3) As reações circulatórias; podem ser registradas igualmente pelo processo do tambor de Marey, ou pelo registro piezográfico de Lahy. Convém acrescentar que as reações electrocutâneas, respiratórias e circulatórias, podem ser estudadas conjuntamente com polígrafos. 4) As reações metabólicas; podem ser determinadas pelo registro do PH (Lagnel Lavastine), nos estados de angústia, pelo registro do metabolismo basal, ou pela pesquisa oximétrica. 5) As reações eletroencefalógraficas; utilizadas no diagnóstico da epilepsia, não permitiram, até agora, fazer avaliação.es sobre personalidade. e) AS TÉCNICAS FONOGRÁFICAS O registro da Voz e o estudo das correlações entre as suas modulação e a personalidade está ainda num estado embrionário. Convém assinala, porém, a utilização cada vez maior do registro fonográfico das entrevistas, das sessões psicoterápicas individuais ou de grupo, e mesmo de exames psicológicos completos. Do mesmo modo que o filme, essa técnica permite gravar, para sempre, as reações e respostas, que podem ser reestudadas a qualquer momento. f) AS TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS Estas técnicas foram utilizadas sobretudo pelos psicólogos desejosos de classificadas reações afetivas e, mais especialmente, emotivas, como, por exemplo, o fez Dumas, para os homens, e Köhler, para os macacos. As observações feitas a propósito dos filmes e do registro fonográfico valem também para as técnicas fotográficas. g) AS TÉCNICAS FISIOGNOMÔNICAS Citamos estas técnicas no fim porque, embora reconhecida sua importância, como pioneiras das técnicas expressivas (Lavater), foram praticamente abandonadas, apesar do valor capital das reações fisionômicas, Como expressão objetiva da personalidade. Esse abandono é devido, provavelmente à impossibilidade de avaliação objetiva destas expressões que Bohring. e GuiIford colecionaram em sistemas de recortes de modelos faciais, acabando combinações diferentes. A filmologia e a fotografia darão talvez um novo impulso às pesquisas sobre o assunto. IV. Os métodos interrogativos. – Os métodos interrogativos são constituídos de técnicas nas quais o indivíduo responde às perguntas apresentadas, sob forma oral ou escrita. a) APRESENTAÇÃO ORAL As entrevistas têm por finalidade conhecer melhor o examinando e, inclusive, deixá-lo descrever.se a si mesmo. As entrevistas podem ser espontâneas, ou dirigidas. Vasco Vaz publicou um excelente roteiro para tais entrevistas. b) APRESENTAÇÃO ESCRITA Nesta categoria, podemos distinguir os questionários diretos, como o de Pressey, que consistem em sublinhar, dentre uma lista de palavras, as que o indivíduo acha agradáveis ou desagradáveis, e os questionários indiretos, nos quais as perguntas feitas não têm relação aparente com o que se está pesquisando. Assim é também o teste “Tsedek”, de julgamento moral, de Baruk. Os “inventários” de personalidade São questionários, em geral muito demorados, que, previamente submetidos a uma análise estatística, permitem uma visão mais segura dos traços de personalidade considerados em relação a normas objetivas. Citamos o de Bernreuter, que foi adaptado e estudado no Brasil por Noemy Silveira Rudolfer, o “Multiphasic Inventory”, de Evans e Connel, e a “Minnesota Personality Scale”. Notamos também a existência de questionários de atitudes, como o de Sweet e o de Thurstone, tendo sido o primeiro estudado na França por Chauffard e Benassy. Os questionários de interesses profissionais, como os de Strong, Thurstone e Kuder, são de grande utilidade em Orientação Profissional. V. Os métodos de observação. – Os métodos de observação consistem em descrever e interpretar a conduta dos indivíduos em situações espontâneas ou experimentais. Podemos distinguir: estudos de validade do teste para a Psicopatologia; a utilização do teste com o fim de Orientação Profissional está ainda em estado embrionário, quanto às pesquisas efetuadas. Depois, o método de Rorschach foi aplicado à interpretação de outros estímulos musicais, verbais (Tautofone, de Skinner), tridimensionais ou consistindo ainda em nuvens (Stern). Existe também um teste constitutivo táctil para cegos. No desenho livre, cujos fenômenos projetivos foram descritos por Morgenstem, considera.se o tamanho, a forma, a cor e o conteúdo (Liss). A modelagem e a “Finger Painting” (pintura digital) de Shaw podem ser consideradas também como técnicas constitutivas. b) AS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Nas técnicas construtivas, o indivíduo deve partir de estruturas definidas e criar estruturas mais largas. Pode-se distinguir: 1) O jogo e o psicodrama, amplamente utilizados por Anna Freud, Melanie Klem e Madeleme Rambert, com material variando de bonecos a fantoches, animais, veículos desmontáveis. Ultimamente, Schneider, nos Estados Unidos, propôs a constituição de cenas sobre uma pequena platéia, com dezenas de personagens de cartolina; R. Stora preconiza técnica análoga com figuras de chumbo. O “teste da aldeia”, de Arthus, que pode também entrar nesta categoria, consiste em construir uma aldeia a partir de casinhas e outros elementos. 2) O desenho. Os testes de Sandet e de Wartegg constam do complemento de linhas. No teste de Morgenstem, pede-se ao indivíduo que desenhe a sua família. No de Buck, o examinando deve desenhar uma casa, uma árvore e uma pessoa. Koch sugere a interpretação de desenhos de duas árvores. c) AS TÉCNICAS INTERPRETATIVAS Consistem as técnicas interpretativas em pedir ao indivíduo que invente uma resposta ou uma composição atendendo a estímulos definidos. Nessa categoria, podemos classificar: 1) O “Thematic Aperception Test” (Teste de Apercepção Temática), de Murray, com formas para adultos, adolescentes (Symonds) e crianças (Bellak), no qual se pede ao indivíduo, diante de gravuras, que invente uma história. Apesar de não ter recebido um sistema de cotação satisfatório, é esse teste que provoca o maior número de fenômenos projetivos. 2) O teste de associação de idéias, de Jung-Rosanoff, no qual se pede responder o mais depressa possível a uma série de palavras.estímulos. 3) O teste das fábulas, de Duas, e o das histórias a completar, de Madeleine Thomas e Rey. 4) O teste de reação à frustração, de Rosenzweig, com formas para adultos e crianças. d) AS TÉCNICAS CATÁRTICAS OU SITUATIVAS (MIRA) Consistem essas técnicas em colocar o indivíduo diante de uma situação emocional fictícia (teatro, situação de exame, simulação de incêndio ou de fracasso numa prova, etc.) e em observar as suas atitudes e reações emotivas. As situações de emergência são as mais indicadas como estímulos. VIII Os métodos psicoterápicos. – Partindo das teorias de Freud, Adler e Jung, é muitas vezes útil procurar as origens da conduta ou da escolha de uma ocupação em complexos sexuais ou de inferioridade, ou ainda no inconsciente coletivo, através de processos utilizados em Psicoterapia, como as associações livres, a análise dos sonhos, a narco-análise, o sonho acordado de Desoille o psicodrama, etc. É, no entanto, indispensável lembrar que essas técnicas estão reservadas para a cura de neuroses, e que precisam ser manuseadas por especialistas muito bem treinados. IX. Os métodos genéticos. – São os métodos que procuram a origem dos traços de personalidade na hereditariedade familiar. a) O MÉTODO GENEALÓGICO Consiste em procurar dentro da família os traços temperamentais e os tipos de doenças mentais predominantes, a fim de formular hipóteses sobre a personalidade dos indivíduos. É o método utilizado em Psiquiatria e aproveitado por Szondi para demonstração da sua teoria do genotropismo, que nos levaria a escolher os nossos amigos, congêneres e profissão dentro de certo determinismo genético. Nessas técnicas, utiliza-se um genetograma, que permite resumir num gráfico os dados da herança de um indivíduo. b) A ANAMNESE PSICOLÓGICA Pode ser utilizada com o fim de diagnosticar a personalidade, não somente tomando em consideração os dados hereditários e fisiogênicos, mas também procurando conhecer os fatores psicogênicos, incluindo nestes os próprios traços de personalidade que podem ser considerados na sua interação recíproca, tal como o preconiza A. Rey. c) O MÉTODO GENOTRÓPICO DE SZONDI Consiste em escolher, dentro de fotografias de doentes mentais,. os que são simpáticos e antipáticos aos examinandos, tirando-se disso um diagnóstico versando sobre os equivalentes característicos dos vectores “sexual”, “paroxístico”, “esquizofrênico” e ciclóide. A validade do processo é muito discutida. X. Os métodos estatísticos. – Ante essa diversidade de pontos de vista, qual deve ser a posição de um psicólogo que deseja fazer uma investigação da personalidade? A dificuldade essencial, em que esbarraram todos os experimentadores, é que são obrigados a provar que os mais objetivos, que haviam encontrado com o auxílio de métodos indiretos, correspondem perfeitamente ao traço de caráter procurado; isto é, são obrigados a demonstrar a validade de um sinal objetivo, apoiando-se em julgamentos subjetivos. Para mostrar que um sinal X em um teste Y correspondia ao caráter Z, eles eram, e são ainda, muitas vezes, obrigados a estabelecer correlações entre os sinais objetivos do teste Y, que eles conhecem, e o caráter Z, que é justamente aquele que eles procuravam definir com o teste. Aliás, Binet não procedeu de outro modo, para estabelecer seu teste de inteligência, ou, pelo menos, para demonstrar o seu valor. Provou que os resultados de seus testes, baseados no êxito de 75% das crianças de cada idade, correspondiam ao julgamento subjetivo do seu mestre. Só mais tarde foram calculadas correlações entre os diversos testes de inteligência. Chegou-se assim a isolar certos fatores gerais ou específicos, que dirigem CAPÍTULO 5: Dimensões e Variáveis da Personalidade § 1. A Psicotropia Numerosos são os psicólogos que procuraram conhecer as grandes linhas constitutivas da personalidade. O que há de interessante é que a maioria insistiu na presença de uma dicotomia formada por dois pólos opostos, duas grandes tendências da personalidade. Dicotomia que Claparède chamou de Psicotropia. Já vimos, a respeito do estudo do pensamento, que Binet tinha descoberto duas atitudes diferentes nas suas filhas, donde partiu para a dicotomia objetivo-subjetiva. Jung, partindo de observações psiquiátricas e psicanalíticas, chegou à dicotomia extroversão-introversão, que seria equivalente à classificação de Kretschmer dos tipos esguizóides-ciclóides. Claparède (1933), Schneider (1937) e Eysenck (1950) fizeram um apanhado das diferentes classificações existentes. Reproduzimos, a seguir, as principais, dando o nome do autor correspondente (as três primeiras são classificações de doenças mentais). AUTOR ANO C L A S S I F I C A Ç Ã O Janet ...................... 1894 Histérico - Psicastônico Kraepelin ................ 1899 Maníaco-depressivo - Demente-precoce Bleuler .................... 1824 Sintônico - Esquizofrônico James ..................... 1890 Positivista - Ideólogo Binet........................ 1900 Objetivo - Subjetivo Rostan .................... 1828 Digestivo - Respirat.-cerebral Jung........................ 1923 Extrovertido - Introvertido Kretschmer ............. 1926 Ciclotímico - Esquizotímico Cattell ..................... 1933 Surgent - Desurgent Guillford .................. 1936 Expansivo - Reservado Rorschach .............. 1920 Extratensivo - Introversivo Mikhailowski ........... 1905 Adaptado (prático) - Inadaptado (ideal) Resta saber se todas essas classificações representam um mesmo fenômeno ou se, pelo contrário, atrás de cada termo se escondem sentidos diferentes e funções diversas. Além disso, existe uma tendência a considerar a Psicotropia como tricotômica, e não como dicotômica. O frenologista Wells (1869) distinguiu: 1°) O temperamento motor 2°) O temperamento mental 3°) O temperamento vital Essa tricotomia dos temperamentos tinha fundamentos biotipológicos na classificação de Rostan, que distingue os tipos seguintes: 1°) Tipo digestivo 2°) Tipo muscular 3°) Tipo cerebral Kretschmer distinguiu três tipos físicos: 1°) Tipo pícnico 2°) Tipo atlético 3°) Tipo astênico Sheldon teve o mérito, inspirando-se na própria classificação de Kretschmer, de considerar esses tipos como extremos. e de procurar, em cada indivíduo, a proporção em que cada componente se encontra. Partindo da embriologia, que distingue no feto três folhetos principais (endodermo, mesodermo e ectodermo), Sheldon distinguiu os componentes (e não os tipos) seguintes: 1°) Endomorfo (predomínio do desenvolvimento do endodermo) 2°) Mesomorfo (predomínio do desenvolvimento do mesodermo) 3°) Ectornorfo (predomínio do desenvolvimento do ectodermo) Utilizando o processo fotográfico, Sheldon procurou classificar cada componente de cada pessoa em sete categorias, numa escala de 1 a 7. Cada componente será representado por um número, sendo o biótipo individual representado por três números. O endormorfo extremo, assim, será caracterizado pelo índice 711; o mesomorfo extremo, pelo índice 171, e o endomorfo extremo, pelo índice 117. Sheldon teve o cuidado de utilizar-se de processos estatísticos para demonstrar a independência relativa dos três componentes, através do cálculo das intercorrelações. Eis os resultados encontrados entre os três componentes para 2 000 homens: 1 2 3 1 2 3 - - - -9,32 - - - 0,27 -0,64 - As correlações levemente negativas mostram a independência dos três componentes físicos. Procurou, então, Sheldon demonstrar que cada componente tem a sua correspondência temperamental, correspondência que iremos expor a seguir: COMPONENTE FÍSICO CORRESPONDÊNCIA TEMPERAMENTAL Endomorfia 1 Mesomorfia 2 Ectomorfia 3 Viscerotonia Somatotonia Cerebrotonia Eis, segundo tradução de J. A. Paiva, as principais características de cada componente do temperamento: ENDOMORFISMO MESOMORFISMO ECTOMORFISMO Viscerotonia + 0,79 – 0,23 – 0,40 Somatotonia – 0,29 + 0,82 – 0,53 Cerebrotonia – 0,32 – 0,58 + 0,83 Em outro quadro de correlações, e que reproduzimos a seguir, Sheldon demonstrou a Independência dos três fatores temperamentais. SOMATOTONIA CEREBROTONIA Viscerotonia – 0,34 – 0,37 Somatotonia — – 0,62 Recentes pesquisas brasileiras de Paiva, Ginsberg e O. Pereira encontraram correlações elevadas com a biotipologia de Sheldon, para extroversão-introversão. Outro psicólogo, Le Senne, utilizando a classificação de Heymans e Wiersma, demonstrou também a existência de uma distribuição tricotômica da Psicotropia, embora não se saiba ainda se os fatores apontados por ele são idênticos aos de Sheldon. A classificação de Heymans, distinguindo três propriedades constitutivas da personalidade, é a seguinte: A emotividade A atividade A ressonância das representações (primária ou secundária). Simbolizando o tipo emotivo por E; o tipo ativo por A, e o tipo de ressonância por P (primário) ou S (secundário), e acrescentando a letra n quando o traço não existe, podemos representar a Classificação de Le Senne assim: EnAP: nervoso nEAP: sanguíneo EnAS: sentimental nEAS: fleumático EAO: colérico nEnAP: amorfo EAS: apaixonado nEnAS: apático Embora essa classificação seja sedutora, o seu tratamento estatístico deixa muito a desejar. Eysenck (1945), após ter examinado 10 000 neuróticos e normais, chega à conclusão de que o que ele chama de “dimensões de personalidade” é constituído de três fatores essenciais: um fator G, da inteligência; um fator de introversão-extroversão e um fator geral de nervosismo. Eysenck confirmou a pesquisa de Burt, demonstrando que a dicotomia extroversão-introversão tem uma distribuição de freqüência aproximando-se da curva normal de Gauss, o que mostra que se trata de uma só variável. § 2. As Variáveis da Personalidade Murray (1938), com a colaboração de uma equipe de 27 especialistas da clínica psicológica de Harvard, e utilizando a maior parte dos métodos de estudo da personalidade descritos nos parágrafos anteriores, examinou 13 indivíduos, em sessões de quatro horas semanais, durante vários meses. Depois de efetuados todos os exames, os especialistas se reuniram em mesa-redonda, para estudar, em sessões de aproximadamente cinco a seis horas, cada indivíduo, a fim de reconstituir a sua história, desde o nascimento, e isolar as diferentes “variáveis” da personalidade. Uma análise estatística do quadro de intercorrelações entre as variáveis e as síndromes está dando uma base ainda mais sólida a esse trabalho, que pode ser considerado, junto aos de Eysenck e de Sheldon, como precursores de uma nova era no estudo científico da personalidade. Murray chegou à conclusão da existência de 44 variáveis da personalidade, distribuídas da seguinte forma: 1°) 20 necessidades manifestas correspondendo a atitudes determinadas; 2°) 8 necessidades latentes, sensíveis a inibição, a cuja avaliação devem ser somadas as atitudes manifestas e as tensões criadas pela inibição; 3°) 4 fatores internos diversos; 4°) 12 traços e atributos gerais. São estas variáveis que traduzimos para o português e que iremos enumerar e definir a seguir, por considerar o estudo de Murray o mais completo sistema até agora descrito e apoiado em bases científicas, com processos adequados ao estudo da personalidade. LISTA DAS NECESSIDADES MANIFESTAS N° NECESSIDADES ATITIUDES CORRESPONDENTES SÍMBOLOS 1. Humilhação .............................. Humilhada ............................. N. Hum. 2. Acabamento............................. Realizadora ........................... N. Acab. 3. Afiliação.................................... Afiliativo ................................. N. Afil. 4. Agressão.................................. Agressiva............................... N. Agres. 5. Autonomia................................ Autônoma .............................. N. Auto. 6. Reação..................................... Reacional............................... N. Reac. 7. Submissão ............................... Submissa............................... N. Subm. 8. Defesa...................................... Defensiva............................... N. Def. 9. Dominação............................... Dominadora........................... N. Dom. 10. Exibição.................................... Exibicionista .......................... N. Exib. 11. Evitação do sofrimento ........... Receosa ............................... N. Ev. sofr. 12. Evitação da ininferioridade ...... Antidesvalorizadora............... N. Ev. infer 13. Inviolação................................. Autopreservadora.................. N. lnv. Esta necessidade é considerada como sendo um componente de N. Ev. sofr., N. Ev. infer. e de N. Reac. 14. Proteção................................ Protetora................................ N. Prot. 15. Ordem ................................... Ordenada............................... N. Ord. 16. Jogo ...................................... Lúdica .................................... N. Jog. 17. Rejeição ................................ Rejeitora ................................ N. Rej. 18. Isolamento ............................ Isoladora................................ N. Isol. Esta necessidade é considerada como aposta à N. Exib. e não como variável separada. 19. Sensação ................................. Sensual ..................................... N. Sens. 20. Sexual ....................................... Erótica....................................... N. Sex 21. Socorro...................................... Imploradora .............................. N. Soc. 22. Superioridade............................ Ambiciosa ................................. N. Sup. Esta necessidade é considerada como composta pelas N. Acab. e N. Consid. 23. Compreensão ....................... Intelectual .............................. N. Compr. Há, ainda, algumas necessidades que são mencionadas por Murray, embora não estejam incluídas sistematicamente no seu estudo. TRAÇOS SIGNIFICADOS SÍMBOLOS EXOCATEXIA: Catexia positiva, ação prática e dos empreendimentos em cooperação. Preocupação por todos os acontecimentos exteriores Exo. Exocatexia- Endocatexia.................... ENDOCATEXIA: Catexia positiva do pensamento e da emoção. Preocupações por atividades interiores, tais como sentimentos, fantasias, generalizações, reflexões teóricas, déias religiosas. Afastamento da vida prática. Endo. INTRACEPÇÃO: Predomínio dos sentimentos e das fantasias. Perspectiva humana imaginativa e subjetiva. Ação romântica. Intra. Intracepção- Extracepção ................... EXTRACEPÇÃO:Gosto de contato com a realidade; atitude céptica; gosto por resultados tangíveis ou mecânicos. atitude céptica. Extra. Impulsão: Tendência a agir rapidamente e sem reflexão; decisões intuitivas ou emotivas; incapacidade de inibir um impulso. Imp. Impulsão – Deliberação .................... DELIBERAÇÃO: Inibição e reflexão antes da ação. Delib. Intensidade..................... Potência do esforço; ardor na expressão das opiniões. Int. PROJETIVIDADE: Disposição em projetar inconscientemente seus próprios sentimentos, Emoções e necessidades. Manter crenças nascidas do próprio desejo ou provocadas pela angústia. Proj. Projetividade- Objetividade ................... OBJETIVIDADE: Disposição para julgar os outros e a si mesmo de maneira desinteressada; realismo psicológico. Obj. SENTIMENTOS RADICAIS: Criação, promulgação ou defesa de idéias, sentimentos, teorias novas, discutíveis ou opostas à tradição. St. rad. Sentimentos r a d i c a i s e conservadores................ SENTIMENTOS CONSERVADORES: Manter pontos de vista convencionais; rejeição de novas idéias. St. con. UNIFORMIDADE: Consistência da conduta; rigidez de hábitos, uniformidade; aderência a certos lugares, determinada gente ou modo de conduta. Un. 12. Uniformidade-de- mudança ................. MUDANÇA: Tendência a caminhar, a não se submeter a hábitos fixos a procurar novos amigos e a adotar novas modas; mudar de interesses e profissão. Instabilidade. Mud. Murray e seus colaboradores, após terem estudado as inter-correlações entre as variáveis, indicaram os agrupamentos plausíveis e descreveram as interações possíveis. Murray insistiu sobre a necessidade de se estudarem as variáveis da personalidade, não somente em função dessas interações, mas, ainda, dos acontecimentos da infância e da catexia de cada idéia, objeto ou pessoa; quer dizer, do seu próprio sistema de valores e nível de aspirações, que deverão ser postos em paralelo com as diferentes capacidades reais. A diferenciação das variáveis pode dar a impressão de uma atomização e desarticulação da personalidade. Os estudos de Murray, porém, pelo contrário, tendem a explicar a personalidade através da integração das diversas variáveis num conjunto harmoniosamente unificado, em vista da realização das aspirações e objetivos individuais. Trata-se de um estudo científico exaustivo, em que foram utilizados os três métodos indicados no início deste curso, a saber: o das variáveis, o clínico e o estatístico. CONCLUSÃO. – Como se vê é ainda muito difícil definir quais as dimensões da personalidade, pois, enquanto certos autores, como Sheldon e Eysenck, chegam à conclusão da existência de três grandes fatores, outros, como Murray, descobriram dezenas de variáveis e fatores diferentes. É interessante notar que muitas das variáveis analisadas por Cattell e Murray se encontram como traços ou fatores integrantes e característicos das dico ou tricotomias. Só experiências e estudos de intercorrelação entre os diferentes sistemas e métodos poderão esclarecer quais as semelhanças e quais as diferenças entre os resultados obtidos pelos vários pesquisadores. Cada uma das variáveis descritas poderia ser objeto de estudo especial. Iremos, mais adiante, expor as experiências realizadas sobre a Variável a respeito da qual já existem estudos clássicos e importantes resultados, de validade relativamente segura, a saber: a emotividade e as emoções. § 3. Estudo das Emoções e da Emotividade O problema do estudo das emoções e da emotividade. - A emoção é um fenômeno que se dá em cada um de nós. Fenômeno normal, porém, de natureza muito complexa. Os primeiros autores que tentaram estudar as Emoções, como W. James, afirmaram que a emoção é a consciência que temos das modificações orgânicas que se produzem após a percepção de um estímulo de natureza afetiva. Estudar as Emoções consistiria em procurar as relações existentes entre essa consciência e as modificações corporais. Outros autores definem as emoções partindo das próprias reações corporais, e não mais do fenômeno consciência. Contudo, duas emoções diferentes, o medo e a alegria, podem, quando não se traduzem as reações faciais, ser caracterizadas por modificações corporais idênticas; por exemplo, o aumento das pulsações cardíacas. Por isso, foi necessário também incluir os estímulos no estudo das emoções . Estudar as emoções consiste, então, em analisar tanto as causas como os efeitos, procurando reconstituir o mecanismo de um fenômeno global chamado emoção. Em outras palavras, podemos distinguir: 1°) Os estímulos e a excitação periférica. 2°) A transmissão central. Os sistemas sinápticos conduzindo à excitação central. Os centros de excitação. 3°) Os órgãos de reação. As reações. 4°) Os nervos sensitivos adutores e a transmissão central das excitações provocadas pelas diversas reações. À psicologia Fisiológica cabe estudar os mecanismos de transmissão nervosa das estimulações e reações. À psicologia Experimental cabe estudar: 1) os estímulos. 2) as reações emotivas. Procedendo assim, a Psicologia Experimental tentou resolver os seguintes problemas:
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