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Guias e Dicas
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Corticosteroides, Notas de estudo de Bioquímica

Indicação, Eficácia, Segurança e Aspectos práticos de Prescrição

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 15/05/2010

thais-ca-7
thais-ca-7 🇧🇷

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Baixe Corticosteroides e outras Notas de estudo em PDF para Bioquímica, somente na Docsity! 1 FARMACOLOGIA CLÍNICA E TERAPÊUTICA ANO LECTIVO 2005/2006 1º semestre Texto de apoio às aulas de 14 de Dezembro de 2005 e 4 e 11 de Janeiro de 2006 “Corticosteroides: indicações, eficácia, tolerabilidade, segurança e aspectos práticos de prescrição” Autor: Mário Miguel Rosa Introdução Os corticosteroides são medicamentos com uso num largo espectro de patologias (em todas as especialidades clínicas). Eles mimetizam a acção de várias hormonas de natureza esteroide, cuja produção se relaciona com porções específicas das glândulas suprarenais. o Corticosteroides são fármacos, idênticos ou análogas a hormonas produzidas no córtex suprarenal. A hormona mineralocorticoide (aldosterona) é produzida na região glomerular, as glucocorticoides (cortisol, corticosterona) são produzidas 2 na região fascicular e as sexoesteroides (dihidroepiandrosterona, androstenodiona e testosterona) produzidas na região reticular. A grande maioria dos fármacos apelidados de corticosteroides têm características exclusivamente glucocorticoides, pelo que nos dedicaremos particularmente a estes medicamentos.  A síntese de corticosteroides no córtex suprarenal é efectuada a partir do colesterol, por controlo da ACTH (corticotrofina) ao longo de uma cadeia de metabolização com várias oxireduções. O efeito anti inflamatório cuja acção é pretendida com o uso dos corticoides está associado exclusivamente à acção glucocorticoide: 5 Os corticoides circulam ligados às proteínas plasmáticas:  Albumina: baixa afinidade (15%), grande capacidade total de ligação  Globulina: alta afinidade (75%), baixa capacidade total de ligação  Livre: peq. Quantidade (10%) Os corticoides são metabolizados no fígado e excretados pelo rim:  Metabolização o 1ª redução (inactivação): intra ou extrahepática o 2ª redução hepática o Glicuronoconjugação: hepática e renal  Excreção o Renal Mecanismos de acção Os glucocorticoides têm um mecanismo de acção imediato, como bloqueadores de vários intermediários da resposta imunitária, e um mecanismo de acção mediato intra nuclear, através da modulação da síntese proteica intracelular. O mecanismo imediato tem início de resposta rápida (< 15 minutos após administração ev), e de acção mais ou menos duradoura (horas a dias, consoante a farmacocinética do agente). 6 O mecanismo de acção mediato leva pelo menos 6 horas até que ocoram os primeiros sinais de resposta (alterações da síntese proteica no citosol), e leva semanas até atingir o efeito máximo. Após activação dos genes modulados pelos corticosteroides, observa-se modificação dos:  Metabolismo proteico  Metabolismo lipídico  Equilíbrio hidroelectrolítico, actuando em vários sistemas Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Metabolismo HC e proteico – Aumenta a glicémia • Diminui uso periférico – Aumenta gliconeogénese • Induz resistência periférica à insulina – Mobiliza aa dos tecidos • Atrofia muscular • Atrofia da rede linfática • Osteoporose (perda proteica seguida de descalcificação • Atrofia cutânea Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Metabolismo lipídico – 1º - redistribuição de gordura – 2º - potenciação de agentes adipocinéticos com mobilização dos Tgs dos adipócitos: – Síndrome de Cushing • Buffalo hump • Moon face • Estrias gordas • Distribuição truncal da gordura, e hirsutismo Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Equilíbrio hidroelectrolítico – Acção glicocorticoide • Aumento de taxa de filtração glomerular(++ se sobrecarga de sódio) • Aumento de excreção renal de potássio e hidrogeniões • Alcalose hipocaliémica Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema cardiovascular Activação do SRAA Activação ADH Retenção de sódio Hiperlipémia Diabetes HTA Lesão da microcirculação Aterosclerose acelerada 7 Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema cardiovascular Miopatia dos corticosteroides Deplecção de potássio, cloro e hidrogeniões Atrofia muscular generalizada Fraqueza muscular Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema nervoso central Controle da glicose, circulação e electrólitos Redução edema cerebral Diminuição da excitabilidade electrica Alterações neuropsicológicas Humor (mania) comportamento Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema hematopoiético sequestração desmarginação destruição produção Linfócitos Monócitos NeutrófilosEosinófilos Basófilos Eritrócitos Células neoplásicas Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Crescimento – Cérebro em desenvolvimento • Atraso de desenvolvimento psicomotor – Cartilagem de conjugação • Retardamento ou interrupção de crescimento – Cutâneas • Atrofia da pele – Hepáticas • Atraso de regeneração hepática Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema imune – Acção antiinflamatória • Aguda – Edema, fibrina, vasodilatação, migração leucocitária, fagocitose • Crónica – Proliferação de capilares e fibroblastos, deposição de colagénio, cicatrização Farmacologia Clínica dos corticosteróides • Sistema imune – Acção imunossupressora • Inibe resposta imune, sem inibir imunidade humoral (não diminui concentração de anticorpos), nem imunidade celular (não impede resposta a estímulo imune) • Inibe produção / libertação: – Ac. Araquidónico e seus metabolitos – PAF (factor actiuvador plaquetário) – TNF – IL-1 Indicações terapêuticas Os corticoides têm indicações terapêuticas alargadas. A maioria dos corticoides utilizados não têm todas as indicações para os quais são usados no RCM. A causa desta disparidade é múltipla: a) quando os mais usados foram comercializados (há mais de 30 anos), a metodologia de atribuição de autorização de introdução no mercado era menos rigorosa e era possível atribuir indicações latas; b) muitas patologias foram identificadas e individualizadas já depois de alguns terem sido introduzidos no mercado; c) 10 A maioria dos efeitos indesejáveis podem ser razoavelmente controlados, especialmente se for possível manter a corticoterapia em doses baixas ou moderadas. Há no entanto normas a acautelar: Profilaxia das reacções adversas à corticoterapia o Administrar dose mínima necessária o Administrar a dose total ou > 60% da dose diária no pico de libertação fisiológica de cortisol (< 10:00) o Citoprotecção gástrica se necessário o Eventual cobertura quimioterápica  Antivíricos  Bacilostáticos o Desmame lento se administrações prolongadas  Desmame de 20-25% de dose semanal, como administração em dias alternados nos últimos meses o Vigiar sempre estes doentes apertadamente 11 Recomendações para prescrição racional o Dose mínima por tentativa erro (up / down titration) o Dose única, mesmo elevada, é inócua o Administração curta, na ausência de contra indicações fortes, é relativamente segura o Os efeitos secundários crescem à medida dos dias de administração e da dose (se supra fisiológica) o A corticoterapia é paliativa (excepto nas situações de terapêutica de substituição em endocrinologia) o Suspensão súbita após administração prolongada desencadeia crise Addisoniana potencialmente letal
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