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Guias e Dicas
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Manual: Seleção e uso de respiradores, Manuais, Projetos, Pesquisas de Nutrição

Manual didático

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 06/08/2010

valeria-araujo-cavalcante-8
valeria-araujo-cavalcante-8 🇧🇷

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Baixe Manual: Seleção e uso de respiradores e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Nutrição, somente na Docsity! RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA Recomendações, Seleção e uso de respiradores COORDENADOR TÉCNICO: MAURÍCIO TORLONI* EQUIPE TÉCNICA: EDUARDO ALGRANTI ANTONIO VLADIMIR VIEIRA DELCIR JOSÉ PACÍFICO MENDES *Consultor contratado pelo Ministério do Trabalho com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). MINISTÉRIO DO TRABALHO FUNDACENTRO FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 2 CATALOGAÇÃO NA FONTE: DB/FUNDACENTRO Torloni, Maurício Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores/coordenação de Maurício Torloni; (colaboração de) Eduardo Algranti, (et. al.) São Paulo: FUNDACENTRO, 1994. 44 p. Publicação baseada na “ANSI Z88.2-1992 - American National Standard for Respiratory Protection” e no “Code Federal Regulations, Title 29 1910.1001.” 1. Proteção respiratória - Programa 2. Proteção respiratória - Normas e recomendações I. Algranti, Eduardo II. Vieira, Antonio Vladimir III. Mendes, Delcir José Pacífico IV. Título CDU 614.894 (083.96) CIS Ti Zua ÍNDICES PARA O CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Proteção respiratória - Programa 614.894(083.96)* Ti Zua** 2. Proteção respiratória - Normas e recomendações 614.894(083.74) : (083.12)* Ti Zah Vymc** 3. Programa - Proteção respiratória (083.96)614.894* Zua Ti** 4. Normas e recomendações - Proteção respiratória (083.74) : (083.12)614.894* Zah Vymc Ti** 5. Recomendações e normas - Proteção respiratória (083.12) : (083.74)614.894* Vymc Zah Ti** * Classificação Universal Decimal ** Classificação do Centre International d’informations de Sécurité et d’Hygiene do Travail”. T637p RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 5 SUMÁRIO 1. RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 7 1.1. Objetivo 7 1.2. Práticas permitidas 7 1.3. Responsabilidade do empregador 7 1.4. Responsabilidade do empregado 7 1.5. Programa mínimo aceitável de uso de respiradores 8 2. ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE USO DE RESPIRADORES PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 9 2.1. Introdução 9 2.2. Qualificações 10 2.3. Responsabilidades 10 3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS 10 3.1. Procedimentos operacionais para o uso rotineiro de respiradores 11 3.2. Procedimentos operacionais para o uso em situações de emergência e de salvamento 11 4. SELEÇÃO, LIMITAÇÕES E USO DE RESPIRADORES 11 4.1. Fatores que influem na seleção de um respirador 11 4.2. Seleção de respiradores para uso rotineiro 12 4.3. Seleção de respiradores para uso em atmosfera IPVS, espaços confinados ou atmosferas com pressão reduzida 13 4.4. Operações de jateamento 15 5. OUTROS FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO DE UM RESPIRADOR 15 5.1. Pêlos faciais 15 5.2. Necessidade de comunicação 15 5.3. Visão 15 5.4. Problemas de vedação dos respiradores 15 5.5. Uso de respiradores em baixas temperaturas 15 5.6. Uso de respiradores em altas temperaturas 16 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 6 6. TREINAMENTO 16 6.1. Treinamento para empregados 16 6.2. Freqüência do treinamento 17 6.3. Registros 17 7. ENSAIO DE VEDAÇÃO 17 7.1. Critérios aceitáveis 17 7.2. Problemas de vedação e alternativas 18 7.3. Considerações sobre o ensaio de vedação 18 7.4. Registros do ensaio de vedação 18 8. MANUTENÇÃO, INSPEÇÃO E GUARDA 19 8.1. Limpeza e higienização 19 8.2. Inspeção 19 8.3. Substituição de partes e reparos 19 8.4. Guarda 19 8.5. Qualidade do ar para as máscaras autônomas e os respiradores de linha de ar comprimido 19 ANEXO 1 - DEFINIÇÕES 23 ANEXO 2 - MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATÓRIOS 25 ANEXO 3 - SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE RESPIRADORES 26 ANEXO 4 - RECOMENDAÇÕES PARA "VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO 27 ANEXO 5 - PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DOS "ENSAIOS DE VEDAÇÃO” QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS 28 I - Ensaio qualitativo com vapor de Acetato de Isoamila (óleo de banana) 28 II - Ensaio qualitativo com aerossol de solução de Sacarina 31 III - Ensaio qualitativo com fumos irritantes 33 IV - Procedimento para ensaio quantitativo de vedação 34 ANEXO 6 - AVALIAÇÃO MÉDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS À UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 37 ANEXO 7 - INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1 DE 11 DE ABRIL DE 1994 38 RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 7 1. RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES. 1.1. OBJETIVO Apresentar recomendações para a elaboração, implantação e administração de um programa de como selecionar e usar corretamente os equipamentos de proteção respiratória. No ANEXO 1 estão definidos os termos técnicos utilizados. 1.2. PRÁTICAS PERMITIDAS No controle das doenças ocupacionais provocadas pela inalação de ar contaminado com poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores, o objetivo principal deve ser minimizar a contaminação do local de trabaIho. Isto deve ser alcançado, tanto quanto possível pelas medidas de controle coletivo (por exemplo: enclausuramento, confinamento da operação, ventilação local ou geral, ou substituição de substancias por outras menos tóxicas). Quando estas medidas de controle não são viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas ou avaliadas, devem ser usados respiradores apropriados em conformidade com os requisitos apresentados a seguir. 1.3. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR 1.3.1. Fornecer o respirador, quando necessário, para proteger a saúde do trabalhador 1.3.2. Fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fim desejado. 1.3.3. Ser responsável pelo estabelecimento e manutenção de um programa de uso de respiradores para proteção respiratória, cujo conteúdo mínimo está no item 2 1.3.4. Permitir ao empregado que usa o respirador deixar a área de risco por qualquer motivo relacionado com o seu uso. Essas razões podem incluir, mas não se limitam as seguintes: a) falha do respirador que altere a proteção proporcionada pelo mesmo; b) mau funcionamento do respirador; c) detecção de penetração de ar contaminado dentro do respirador; d) aumento da resistência à respiração; e) grande desconforto devido ao uso do respirador; f) mal estar sentido peIo usuário do respirador, tais como náusea, fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio, tontura, vômito, febre; g) lavar o rosto e a peça facial do respirador, sempre que necessário, para diminuir a irritação da pele; h) trocar o filtro ou outros componentes, sempre que necessário; i) descanso periódico em área não contaminada. 1.3.5. Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná-la. Se o defeito for de fabricação, o empregador deverá comunicá-lo ao fabricante e a SSST (Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho). 1.4. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADO 1.4.1. Usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e treinamento recebidos. 1.4.2. Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se danifique ou deforme. 1.4.3. Se observar que o respirador não está funcionando bem, deverá deixar imediatamente a área contaminada e comunicar o defeito à pessoa responsável indicada pelo empregador nos "Procedimentos operacionais escritos" (ver item 3). 1.4.4. Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de saúde que possa influir na sua capacidade de usar o respirador de modo seguro. 1.5. PROGRAMA MÍNIMO ACEITÁVEL DE USO DE RESPIRADORES PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 10 Para assumir as responsabilidades da administração do programa, a pessoa deve ter conhecimentos de proteção respiratória, bem como conhecer e estar atualizada no que se refere às publicações e aos regulamentos legais vigentes relativos. 2.3. RESPONSABILIDADES As responsabilidades do administrador do programa devem incluir: a) medições, estimativas ou informaçõesatualizadas sobre a concentração do contaminante na área de trabalho, antes de ser feita a seleção do respirador, e periodicamente durante o uso de respiradores, com a finalidade de garantir que o respirador apropriado está sendo usado; b) seleção do tipo ou classe de respirador apropriado que proporcione proteção adequada para cada contaminante presente ou em potencial; c) manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira, que o programa fique documentado e permita uma avaliação da sua eficácia; d) avaliação da eficácia do programa, através de uma auditoria. O programa, por mais abrangente que seja, é de "pouco valor se não for mantido e executado conforme foi planejado. Portanto, além de ter acompanhado o seu desenvolvimento, ele deve ser avaliado periodicamente para verificar se: a) os procedimentos contidos no programa atendem os requisitos dos regulamentos legais vigentes aplicáveis e os padrões aceitáveis da indústria; b) o programa executado reflete os procedimentos operacionais escritos. Para ser objetiva, a auditoria deve ser realizada por uma pessoa conhecedora do assunto, não ligada ao programa nem ao seu administrador. A lista de pontos a serem verificados deve ser preparada e atualizada quando necessário, e deve abranger as seguintes áreas: a) administração do programa; b) treinamento; c) avaliação médica; d) ensaios de vedação; e) amostragem do ar e classificação do risco; f) seleção e distribuição do respirador; g) uso; h) limpeza, manutenção e inspeção; i) fontes de ar respirável; j) guarda dos respiradores; k) prontidão para emergências; l) problemas especiais. A avaliação médica, quando realizada, pode incluir ensaios biológicos conduzidos periodicamente para verificar se o usuário do respirador está sendo protegido adequadamente. Os requisitos de um programa de avaliação médica devem ser determinados por um médico de saúde ocupacional. As falhas ou deficiências detectadas durante a auditoria devem ser corrigidas. A situação encontrada durante a auditoria deve ser documentada, inclusive os planos para correção das falhas observadas, bem como os prazos para sua correção. 3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS O empregador deve estabelecer procedimentos operacionais para o uso correto dos respiradores em situações de rotina e de emergência. Cópias destes procedimentos devem estar disponíveis para que os usuários as possam ler. O empregador deve ler e revisar estes procedimentos periodicamente ou quando necessário. Devem conter os seguintes elementos: 3.1. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA O USO ROTINEIRO DE RESPIRADORES RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 11 Os procedimentos operacionais para o uso de respiradores devem ser escritos e cobrirem o programa completo de uso de respiradores para proteção respiratória, além de incluir as informações necessárias para o seu uso correto, contendo no mínimo: a) treinamento dos usuários; b) ensaios de vedação; c) distribuição dos respiradores; d) limpeza, guarda e manutenção; e) inspeção; f) monitoramento do uso; g) monitoramento do risco; h) seleção; i) política da empresa na área de proteção respiratória. 3.2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E DE SALVAMENTO Embora não seja possível prever todas as situações de emergência e de salvamento para cada tipo de operação industrial, pode-se prever muitas condições nas quais será necessário o uso de respiradores. Pode-se chegar a escolha de respiradores apropriados para uma situação concreta, pela análise cuidadosa dos riscos potenciais devidos a enganos na condução do processo industrial ou a defeitos ou falhas no funcionamento. Os procedimentos escritos para emergência ou salvamento devem: a) definir os prováveis respiradores a serem usados, considerando os materiais e as substâncias utilizadas, os equipamentos, a área de trabalho, o processo e as pessoas envolvidas em cada operação; b) Com base nesta análise preliminar, verificar se os respiradores disponíveis podem proporcionar a proteção adequada quando os usuários tiverem que entrar no ambiente da área potencialmente perigosa. Existem situações em que as limitações do respirador podem impedir que os usuários entrem em uma atmosfera IPVS (por exemplo ambientes onde haja o risco potencial de atmosferas inflamáveis ou explosivas). c) selecionar o respirador apropriado e distribuí-lo em quantidade adequada onde possam ser necessários para uso nas situações de emergência ou salvamento; d) esses respiradores devem ser mantidos, inspecionados e guardados de modo que sejam facilmente acessíveis e estejam em condições de uso quando necessário. O procedimento deve ser revisto por pessoa que esteja familiarizada com o processo em particular ou com a operação. Deve-se levar em conta as ocorrências passadas que exigiram o uso de respiradores para situações de emergência e de salvamento, e as conseqüências que resultaram do seu uso. Devem ser levadas em conta falhas do respirador, falta de energia, ocorrência de reações químicas não controláveis, fogo, explosão e falhas humanas. Também devem ser identificados os riscos potenciais que podem resultar do uso desses respiradores para emergência e resgate. 4. SELEÇÃO, LIMITAÇÕES E USO DE RESPIRADORES 4.1. FATORES QUE INFLUEM NA SELEÇÃO DE UM RESPIRADOR 4.1.1. Atividade do usuário Na seleção de um respirador deve ser levada em conta a atividade do usuário (por exemplo: se permanece continuamente na área de risco ou não, durante o turno de trabalho, ou se o trabalho é leve, médio ou pesado) e sua localização na área de risco. 4.1.2. Condições de uso do respirador PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 12 É importante considerar na seleção o tempo durante o qual ele deve estar sendo usado. Cada tipo de respirador tem suas características que o tornam apropriado para uso rotineiro, não rotineiro, emergências ou resgate. 4.1.3. Localização da área de risco Na seleção deve-se levar em conta a localização da área de risco relativamente a áreas seguras que possuam ar respirável. Isto permite planejar a fuga na ocorrência de uma emergência, a entrada de pessoas para a realização dos serviços de manutenção ou reparos ou para as operações de resgate. 4.1.4. Características e limitações dos respiradores É muito importante levar em conta, também, as características físicas e funcionais dos respiradores, bem como as suas limitações. 4.1.5. Características da tarefa As condições do ambiente e o nível de esforço exigido de um usuário de um respirador podem reduzir drasticamente a vida útil do respirador. Por exemplo: em casos de extremo esforço, a autonomia de uma máscara autônoma fica reduzida pela metade, ou mais. 4.2. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO 4.2.1. Uso de respiradores aprovados Somente devem ser usados respiradores aprovados. Qualquer modificação, mesmo que pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do respirador. 4.2.2. A seleção de um respirador exige o conhecimento de cada operação, para determinar os riscos que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou a classe de respirador que proporcione a proteção adequada. 4.2.2.1. Etapas para identificação do risco A natureza do risco respiratório deve ser determinada do seguinte modo: a) determinar o(s) contaminante(s) que possa(m) estar presente(s) no ambiente de trabalho; b) verificar se existe limite de tolerância, ou qualquer outro limite de exposição, ou estimar a toxidez dos contaminante(s). Verificar se existe a concentração IPVS; c) verificar se existem regulamentos ou legislação específica para o(s) contaminante(s) (por exemplo: asbesto, sílica, etc.). Se existir, a seleção do respirador fica dependente dessas indicações; d) se existir o risco potencial de deficiência de oxigênio, medir o teor de oxigênio no ambiente; e) medir ou estimar a concentração do(s) contaminante(s) no ambiente; f) determinar o estado físico do contaminante. Se for aerossol, determinar ou estimar o tamanho da partícula. Avaliar se a pressão de vapor da partícula será alta na máxima temperatura prevista no ambiente de trabalho; g) verificar se o contaminante presente pode ser absorvido pela pele, produzir sensibilização da pele, produzir sensibilização da pele, ser irritante ou corrosivo para os olhos ou pele; h) se o contaminante é vapor ou gás, verificar se é conhecida a concentração de odor, paladar ou de irritação da pele. 4.2.2.2. Etapas para seleção do respirador O respirador apropriado deve ser selecionado conforme o seguinte procedimento: a) se não for possível determinar qual o contaminante tóxico potencialmente presente no ambiente, ou a sua concentração, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3.; b) se não existir limite de exposição ou valores de orientação disponíveis, e se não puder ser feita a estimativa da toxidez, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3; c) se existir limite de exposição ou orientação disponível para o contaminante, siga-a; d) se a atmosfera for deficiente de oxigênio, o tipo de respirador selecionado dependerá da pressão parcial de oxigênio, da pressão ambiente e da concentração dos contaminantes que possam estar presentes. Continuar no item (e) e de 4.3.1. até 4.3.4. e) se a concentração medida ou estimada do contaminante for considerada IPVS, continuar no item 4.3; f) dividir a concentração medida ou estimada de cada contaminante pelo limite de exposição ou valores de orientação para obter o Fator de Proteção Requerido. Se mais de uma substância estiver presente, considerar os efeitos sinérgicos. A partir da tabeIa 1, selecionar um respirador ou tipo de respirador que possua Fator de Proteção Atribuído maior que o Fator de Proteção Requerido. Se o respirador selecionado for do tipo purificador de ar, continuar no item (g); RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 15 Deve-se selecionar respiradores especificamente aprovados para esse fim. O jateamento em espaços confinados pode gerar níveis de contaminação que ultrapassem a capacidade de qualquer respirador, exigindo a adoção de outros recursos para diminuir o Fator de Proteção Requerido abaixo do Fator de Proteção Atribuído para aquele respirador. Deve-se estar atento ao máximo nível de ruído permitido dentro do capuz (85 dBA) e à obrigatoriedade do uso de ar respirável. 5. OUTROS FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO DE UM RESPIRADOR 5.1. PÊLOS FACIAIS Um respirador com cobertura das vias respiratórias de qualquer tipo, seja de pressão positiva ou negativa, não deve ser usado por pessoas cujos pêlos faciais (barba, bigode, costeletas ou cabelos) possam interferir no funcionamento das válvulas, ou prejudicar a vedação na área de contato com o rosto. 5.2. NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO Na escolha de certos tipos de respiradores deve-se levar em conta o nível de ruído do ambiente e a necessidade de comunicação. Falar em voz alta pode provocar deslocamento de algumas peças faciais. 5.3. VISÃO 5.3.1. Quando o usuário necessitar usar lentes corretivas, óculos de segurança, protetor facial, óculos de soldador ou outros tipos de proteção ocular ou facial, eles não deverão prejudicar a vedação. 5.3.2. Quando a peça facial for inteira ou do tipo que exija selagem perfeita, deverão ser usados óculos sem tiras ou hastes que passem na área de vedação do respirador, seja de pressão negativa ou positiva. 5.3.3. Somente é permitido o uso de lentes de contato quando o usuário do respirador está perfeitamente acostumado ao uso desse tipo de lente. Com lentes de contato colocadas, o trabalhador deve ensaiar o uso do respirador. 5.4. PROBLEMAS DE VEDAÇÃO NOS RESPIRADORES 5.4.1. Não devem ser usados gorros ou bonés com abas que interfiram com a vedação da peça facial no rosto. 5.4.2. Os tirantes dos respiradores não devem passar sobre partes duras dos capacetes. 5.4.3. O uso de outros equipamentos de proteção individual, como capacetes ou máscara de soldador, não devem interferir na vedação da peça facial. 5.5. USO DE RESPIRADORES EM BAIXAS TEMPERATURAS O desempenho do respirador pode ficar prejudicado quando este é usado em baixa temperatura e isso deve ser levado em conta na seleção (lentes ou visores podem embaçar e o congelamento pode prejudicar a vedação das válvulas). A máscara autônoma aprovada para operar abaixo de 0ºC deve possuir pinça nasal, mascarilha interna ou outro meio que evite esses inconvenientes. A umidade do ar comprimido deve estar dentro das especificações (ver NBR-12543), e devem ser observados outros detalhes:  checar todas as conexões que possam ser afetadas pela baixa temperatura;  no frio, guardar com cuidado todos os componentes elastoméricos (peça facial, traquéia, etc.), de modo que não se deformem e prejudiquem a vedação no rosto. Outros componentes devem manter a eIasticidade mesmo em baixa temperatura: guarnições, gachetas, diafragmas e anéis óring. Em temperatura muito baixa, as válvulas do respirador podem congeIar abertas ou fechadas devido a presença de umidade. Alguns respiradores de adução de ar usam o tubo Vortex para aquecer o ar que chega a peça facial. 5.6. USO DE RESPIRADORES EM ALTAS TEMPERATURAS PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 16 Além de influir no desempenho de um respirador, o calor provoca o "stress" térmico que é agravado pelo uso desse EPI. Por estas razões, na seleção do respirador deve-se levar em conta esses fatores, e o médico deve aprovar a escolha. Pode-se reduzir a contribuição ao "stress" devido ao respirador, usando respirador leve, de baixa resistência a respiração e com espaço morto o menor possível. O ar exalado que permanece no espaço morto do respirador é inalado no ciclo seguinte. Reduzindo o espaço morto, reduz-se o teor de gás carbônico no ar inalado, que é o maior responsável pelo stress devido ao uso de respirador. É recomendável o uso de respirador purificador de ar motorizado, respirador de adução de ar do tipo fluxo contínuo, respirador com peça semifacial no lugar de facial inteira, se possível, e o uso de peça facial inteira com mascarilha interna (independente do modo de operação). O uso do tubo Vortex reduz a temperatura do ar fornecido a peça facial. A guarda de respirador em ambiente em alta temperatura facilita a deterioração da peça facial e de componentes elastoméricos, criando deformações permanentes. Nessas condições a inspeção deve ser freqüente. 6. TREINAMENTO 6.1. TREINAMENTO PARA EMPREGADOS Com a finalidade de garantir o uso correto de equipamentos de proteção respiratória, devem receber treinamento (e reciclagem periódica): o supervisor, os usuários e a pessoa que distribui o respirador, e as equipes de emergência e salvamento. O treinamento deve ser dado por uma pessoa qualificada (conforme a legislação vigente no MTb) devendo ser registrados, por escrito, os nomes das pessoas que foram treinadas e as datas do treinamento. 6.1.1. Supervisor O supervisor, isto é, aquele que tem a responsabilidade de acompanhar a realização do trabalho de uma ou mais pessoas que necessitam usar respirador, deve receber treinamento adequado, que inclua, no mínimo, os seguintes tópicos:  conhecimentos básicos sobre práticas de proteção respiratória;  natureza e extensão dos riscos respiratórios a que as pessoas que estão sob sua supervisão poderão ficar expostas;  reconhecimento e resolução dos problemas que ocorrem com os usuários de respiradores;  princípios e critérios de seleção de respiradores usados pelas pessoas que estão sob sua supervisão;  treinamento para usuários de respiradores;  verificação, ensaio de vedação e distribuição dos respiradores;  inspeção dos respiradores;  uso e monitoramento do uso de respiradores;  manutenção e guarda dos respiradores;  regulamentos e legislação relativos ao uso dos respiradores; 6.1.2. Pessoa que distribui o respirador A pessoa indicada para distribuir os respiradores deve receber treinamento adequado, a fim de se garantir que o trabalhador receba o respirador adequado para a tarefa, definido pelos procedimentos operacionais escritos. 6.1.3. Usuário do respirador Para garantir o uso correto do respirador todo usuário deve receber um treinamento mínimo, que deve incluir obrigatoriamente os seguintes itens:  a necessidade do uso da proteção respiratória;  a natureza, extensão e os efeitos dos riscos respiratórios encontrados no ambiente de trabalho;  a necessidade de informar o seu supervisor de qualquer problema que tenha ocorrido consigo devido ao uso do respirador, ou com seus colegas de trabalho;  explicação do porque de a proteção coletiva não estar sendo realizada, ou não ser adequada, e o que está sendo feito para diminuir ou eliminar a necessidade de uso de respiradores;  explicação do porque de ter sido escolhido aquele tipo de respirador contra aquele risco respiratório;  explicação sobre a operação, capacidade e as limitações do respirador selecionado; RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 17  instruções sobre inspeção e colocação dos respiradores. Deve incluir a necessidade de ser verificada a vedação cada vez que o respirador é colocado ou ajustado;  explicações de como manter e guardar o respirador;  instruções sobre procedimentos em caso de emergências e uso de respiradores em situação de escape. 6.1.4. Equipamentos de emergência e salvamento Devem ser criadas pelo empregador e treinadas sobre o uso de respiradores equipes de atendimento para casos de emergência e de salvamento, como brigadas de incêndio. Deve ser estabelecido um programa conveniente de treinamento que inclua a simulação de emergências para assegurar a eficiência e familiaridade dos membros da equipe no uso de respiradores durante as tarefas realizadas nas operações de emergência e salvamento. 6.2. FREQÜÊNCIA DO TREINAMENTO Todo usuário deve receber treinamento inicial quando é designado para uma atividade que exija o uso de respirador, e a cada 12 meses o treinamento deve ser repetido. 6.3. REGISTROS Para cada usuário deve ser mantido registro no qual conste a data, o tipo de treinamento recebido, a avaliação do resultado obtido (se cabível) e o nome do instrutor. 7. ENSAIOS DE VEDAÇÃO Todo usuário de respirador deve ser submetido inicialmente a um ensaio quantitativo ou qualitativo de vedação para determinar se o respirador se ajusta bem ao rosto. Os ensaios de vedação considerados aceitáveis estão descritos no Anexo 5. 7.1. REQUISITOS DE UM ENSAIO DE VEDAÇÃO 7.1.1. Critérios aceitáveis Se o ensaio de vedação utilizado for quantitativo, o valor do fator de vedação para os respiradores de pressão negativa que se pretende fornecer ao usuário deve ser de no mínimo 10 (dez) vezes maior que o Fator de Proteção Atribuído. Se o ensaio for qualitativo, somente devem ser utilizados os métodos recomendados (ver Anexo 5), pois garantem, no mínimo, um fator de vedação 10 (dez) vezes maior que o Fator de Proteção Atribuído. 7.1.2. Respiradores de pressão positiva Os respiradores que são do tipo com cobertura das vias respiratórias com vedação facial devem ser colocados na posição "pressão negativa" e ensaiados qualitativa ou quantitativamente. A finalidade deste teste é garantir que o respirador se ajuste bem no rosto, evitando com isso que, operando na posição “pressão positiva", ocorram vazamentos que reduzam a autonomia. Deve ser obtido fator de vedação de no mínimo 100. 7.1.3. Peça facial Quando, para a realização do ensaio de vedação, a cobertura das vias respiratórias com vedação facial for modificada:  a modificação não deverá aumentar significativamente o peso, de modo que afete o equilíbrio ou que interfira nos ajustes;  o fluxo de ar não deverá sofrer restrições;  a peça facial modificada deverá ser testada preliminarmente na cabeça de manequim ou equivalente para verificar vazamentos;  a peça facial modificada somente deverá ser usada durante a realização do ensaio de vedação. 7.1.4. Freqüência O ensaio de vedação deve ser realizado para cada usuário de respirador com cobertura das vias respiratórias com vedação facial, no mínimo uma vez a cada 12 meses. 7.1.5. Repetição do ensaio PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 20 previamente ar comprimido. Concentrações de oxigênio acima de 23,5% somente devem ser usados em equipamentos projetados para operarem com oxigênio. 8.5.3. Ponto de orvalho O ponto de orvalho do ar usado para recarga do cilindro da máscara autônoma deve ser de -54ºC ou menos (menos que 25ppm de vapor de água). As máscaras autônomas que serão usadas abaixo de - 32ºC, devem ser carregadas com ar com ponto de orvalho de -73ºC ou menos. 8.5.4. Ar respirável de cilindros ou de compressores de ar. O ar respirável pode provir de cilindros ou de compressores de ar. 8.5.4.1. Os cilindros devem ser ensaiados e mantidos de acordo com a legislação aplicável (por exemplo CFR Title 49 Part 173 e Part 175). Alguns ensaios estão indicados na Tabela 3. TABELA 3 GUIA PARA AMOSTRAGEM PERIÓDICA NA COMPRA DE AR RESPIRÁVEL MÉTODO DE PREPARAÇÃO DE AR ANÁLISE RECOMENDADA Compressão: o fornecedor não enche os cilindros com outros gases Verificar em 10% dos cilindros de cada lote o teor de CO (ppm) e odor Compressão: o fornecedor enche os cilindros com outros gases Verificar em todos os cilindros a % de O2; verificar em 10% dos cilindros de cada lote o teor de CO (ppm) e odor Reconstituição Verificar em todos os cilindros a % de O2; verificar em 10% dos cilindros de cada lote o teor de CO (ppm) e odor 8.5.4.2. O compressor deve ser construído de modo a evitar a entrada de ar contaminado. Para todos os compressores, inclusive os portáteis, a localização da tomada de ar deve merecer cuidados especiais, bem como monitorada para garantir a qualidade do ar que alimenta o compressor. Quando necessário, o sistema deve possuir filtro com sorbente na própria linha para garantir a qualidade do ar respirável. A manutenção e revisão do compressor e do filtro deve ser periódica e realizada por pessoa treinada, obedecendo as recomendações do fabricante. 8.5.4.3. Como parte dos testes iniciais de aceitação do compressor, e antes do início do seu uso, deve-se fazer uma amostragem representativa do ar que sai, para verificação de sua concordância com os requisitos dos itens 8.5.1 e 8.5.4. Para garantir a qualidade do ar e verificar qualquer ponto de contaminação no sistema de distribuição, deve-se também retirar amostra do ar nos diversos pontos de uso do ar. As amostras devem ser retiradas periodicamente conforme programa existente. Na tabela 4 estão indicadas algumas recomendações: TABELA 4 AMOSTRAGEM PERIÓDICA DO AR COMPRIMIDO TIPO DE COMPRESSOR RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 21 TIPO/AMOSTRA LUBRIFICADO A ÓLEO NÃO LUBRIFICADO A ÓLEO ACOPLADO A MOTOR DE COMBUSTÃO Vapor de água X X X Monóxido de Carbono X --- X Hidrocarbonetos condensados X --- X Dióxido de Carbono X --- X Odor X X X NOTAS: a) Quando usar o compressor de ar, é importante localizar bem a aspiração do ar, bem como monitorar a sua qualidade. b) Não é indicada a freqüência da verificação da qualidade do ar devido à grande variedade de tipos de compressor e de condições ambientais. c) Não é necessário o monitoramento contínuo da temperatura do ar e do teor de CO. d) Para compressores não lubrificados a óleo operados a menos que 2,2 bar não é necessária a determinação do vapor de água. e) Esses requisitos são aplicáveis para sistemas projetados para uso de ar respirável. Outros respiradores de adução de ar necessitam de uma avaliação caso a caso para ser fixada a freqüência e o tipo de teste. 8.5.4.4. O ponto de orvalho do ar respirável deve ser mais baixo que a menor temperatura ambiente na qual vai ser usado o regulador ou a válvula de controle do respirador de adução de ar. 8.5.4.5. A conexão do respirador de adução de ar com a linha de suprimento deve ser incompatível com as utilizadas para outros gases não respiráveis. As tomadas de ar respirável devem estar convenientemente identificadas. 8.5.4.6. Os cilindros de ar respirável devem ser marcados de acordo com a Norma Brasileira apropriada. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 22 ANEXOS 1. DEFINIÇÕES 2. MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATÓRIOS 3. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DOS RESPIRADORES 4. RECOMENDAÇÕES PARA A VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO 5. PROCEDIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS DE VEDAÇÃO (QUANTITATIVO E QUALITATIVO) 6. AVALIAÇÃO MÉDICA 7. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1 DE 11 DE ABRIL DE 1994. RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 25 ANEXO 2 - MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATÓRIOS O nível de exposição a que está submetido um usuário de respirador é conhecido graças ao uso de instrumentos que medem a concentração dos contaminantes ou do oxigênio no ar. Para conhecer o risco potencial ou efetivo a que estará exposto o usuário do respirador, devem ser coletadas amostras e feitas análises convenientes, ou cálculos apropriados para determinar a concentração média ponderada, e quando cabível, a concentração de curta exposição. A concentração de uma substância no ar pode ser influenciada por mudanças nas operações do processo, alterações da velocidade e direção do vento, mudanças da temperatura ambiente entre o dia e a noite, e pela estação do ano. Por essas razões, ao se traçar um programa para monitoramento dos riscos respiratórios, esses fatores devem ser levados em conta. Para que a determinação da concentração do contaminante no local de trabalho seja precisa, é essencial que o volume de ar amostrado contenha a quantidade suficiente da substância responsável pelo risco. O volume de ar a ser coletado, ou a duração da amostragem, depende dos seguintes fatores:  concentração estimada da substância no ar;  sensibilidade do instrumento e procedimentos de amostragem;  valores estabelecidos para a concentração média ponderada no tempo e limite de exposição para curta duração. Embora se reconheçam as dificuldades para medir ou calcular a concentração da substância tóxica no ambiente numa emergência, deve-se colocar todo empenho para estimá-la. É recomendável o uso do monitoramento contínuo com alarme, a fim de alertar o usuário de respiradores, em caso do aparecimento súbito de altas concentrações da substância tóxica. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 26 ANEXO 3 SUGESTÃO DE PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE RESPIRADORES Além dos procedimentos recomendados pelo fabricante, são sugeridos os seguintes: a) antes de limpar e higienizar, remover, quando necessário: filtros mecânicos e químicos, diafragma de voz, membrana das válvulas e qualquer outro componente recomendado pelo fabricante; b) lavar a cobertura das vias respiratórias com uma solução normal de limpeza e higienização (no máximo a 43ºC); Usar escova para remover a sujeira. Não usar escova com fios metálicos; c) enxaguar com água morna (no máximo 43ºC); d) escoar a água e secar com ar seco; e) limpar e higienizar todas as partes retiradas do respirador conforme indicação do fabricante; f) secar as partes retiradas do respirador. Se necessário remover com um pano que não solte fiapos, qualquer material estranho depositado sobre as membranas e sede das válvulas; g) inspecionar as peças e substituir aquelas com defeito; h) montar as partes no respirador; i) recolocar os filtros; j) fazer uma inspeção visual e onde possível, verificar o funcionamento de alguns componentes; k) para guardar, colocar o respirador na embalagem apropriada. Para a limpeza podem ser usadas máquinas de uso industrial e doméstico adaptadas convenientemente (suportes internos para montar os respiradores no lugar). Têm sido usadas com sucesso máquinas de limpeza por ultra-som, máquinas de lavar roupa, de lavar louça e secadores de roupa. Devem ser tomadas precauções para evitar quedas ou agitação, bem como a exposição a temperaturas acima das recomendadas pelo fabricante (geralmente, 43ºC no máximo). Para higienização são recomendáveis os compostos quaternários de amônia, encontrados no mercado que têm ação bactericida. Agentes de limpeza e higienização muito concentrados e diversos solventes podem danificar os componentes de borracha e de outros elastômeros. Outro procedimento alternativo é lavar os respiradores com uma solução detergente e depois imergi-lo na solução higienizante. Algumas soluções higienizantes se mostraram eficientes: a) solução de hipoclorito (50 ppm de cloro), 2 minutos de imersão; b) solução aquosa de iodo (50 ppm de iodo), 2 minutos de imersão; c) solução aquosa do composto quaternário de amônia (200 ppm de sal quaternário em água com dureza total menor que 500 ppm), 2 minutos de imersão. A concentração do composto quartenário irá depender da dureza da água. Se o composto quaternário não for completamente removido do respirador, pelo enxague com água, ele poderá provocar irritação da pele (dermatite). As soluções de hipoclorito e iodo são instáveis e perdem o seu efeito com o tempo. Elas podem causar deterioração dos componentes de borracha ou de outros elastômeros e corroem componentes metálicos. Os tempos de imersão são os ind icados acima e, após a higienização, os respiradores devem ser enxaguados com bastante água limpa. Os respiradores podem ficar contaminados com substâncias tóxicas. Se a contaminação for leve, os procedimentos normais de limpeza são suficientes, por outro lado, às vezes são necessários procedimentos especiais de descontaminação antes de se efetuar a limpeza e higienização. RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 27 ANEXO 4 RECOMENDAÇÕES PARA “VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO” NO LOCAL DE TRABALHO NOTA: Convém observar a diferença entre as expressões: "VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO" E "ENSAIO DE VEDAÇÃO" empregados nesta publicação. A "VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO” é um ensaio rápido feito pelo próprio usuário antes de entrar na área de risco, ou na própria área, sem o uso de nenhum agente químico. O "ENSAIO DE VEDAÇÃO" é feito numa sala, fora da área de risco, onde uma pessoa espalha um agente químico ao redor do rosto do usuário e observa as suas respostas. Toda vez que o usuário colocar o respirador antes de entrar na área de risco ou ajustá-lo quando já estiver no local, deve-se verificar a vedação para garantir que ele está ajustado corretamente na face. Essa "verificação de vedação" não substitui os "ensaios de vedação" qualitativos ou quantitativos. São recomendados dois procedimentos durante a fase de treinamento, os usuários devem ficar familiarizados com eles. 1. "Verificação da vedação" pelo teste de pressão negativa Este procedimento pode ser usado com os respiradores purificadores de ar ou de adução de ar, equipados com coberturas das vias respiratórias com contato facial. É difícil fazer esta verificação nos respiradores sem válvula. As aberturas de entrada de ar (filtros) são bloqueadas completamente pela palma da mão ou pela colocação de um selo na entrada do filtro químico de tamanho médio ou grande, ou estrangulando do traquéia ou mangueira. O usuário deve inalar suavemente e segurar a respiração. Se a peça facial aderir ao rosto, pode-se afirmar que a vedação de peça facial e satisfatória. 2. "Verificação de vedação" pelo teste de pressão positivo Este teste pode ser usado em respiradores com cobertura das vias respiratórios com contato facial e que contenham válvula de inalação e de exalação. Pode ser difícil ou impossível realizar ensaio nos que não possuem válvulas. A válvula de exalação, ou traquéia, ou ambas são bIoqueadas, e o usuário deve exalar suavemente. A vedação será considerada satisfatória quando o usuário sentir ligeira pressão dentro da peça facial e não conseguir detectar nenhuma fuga de ar na zona de vedação entre a peça facial e o rosto. Em alguns respiradores será necessário remover temporariamente a cobertura da válvula de exalação antes do teste. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 30 7. Aguardar dois minutos antes de iniciar os exercícios do ensaio de vedação para garantir que o vapor espalhe pela câmara. Durante esse tempo é conveniente explicar para a pessoa o ensaio de vedação, a importância da cooperação, a necessidade dos movimentos da cabeça, ou demonstrar alguns dos exercícios. 8. Executar durante 1 minuto cada exercício especificado no parágrafo 4. 9. Durante a realização do ensaio, se a pessoa sentir o cheiro de banana o ensaio deverá ser suspenso. Imediatamente a pessoa deverá deixar a câmara e a sala para evitar a fadiga olfativa. O respirador não está vedando o suficiente, o ensaio falhou, ou seja, o uso do respirador não foi aprovado. 10. Se o ensaio falhou, a pessoa deve voltar para a sala onde foi feita a escolha do respirador, retirar o que estava usando, repetir o ensaio preliminar de acuidade olfativa, escolher e colocar outro respirador, voltar para a sala de ensaio de vedação e recomeçar o procedimento descrito no parágrafo 4 até o 8. O procedimento continua até que se encontre o respirador que se ajuste bem naquela pessoa. Se o ensaio de acuidade ao odor realizado neste parágrafo falhou, aguardar 5 minutos antes de repeti-lo, pois, geralmente, após esse tempo, a sensibilidade volta. 11. Se nenhuma peça semifacial deu resultado satisfatório a pessoa deve tentar uma peça facial inteira. 12. Quando um respirador for considerado aprovado neste ensaio, a pessoa antes de deixar a câmara deve levantar ligeiramente a aba de vedação para provocar vazamento, e com isso assegurar que a pessoa não sentirá o cheiro de banana devido à fadiga olfativa, mas sim por causa da boa vedação. 13. Quando a pessoa deixar a câmara deve remover o papel absorvente e entregá-lo a quem conduz o episódio. Para manter a área livre do cheiro de banana nos ensaios subsequentes, os papéis usados devem ser colocados em saco hermético. 14. Convém que sejam selecionadas pelo menos duas peças faciais e que a pessoa possa usá-las por uma semana para que escolha a mais confortável. 15. Pessoas que tenham sido aprovadas neste ensaio podem usar respiradores com peça semifacial, em ambiente com concentração de até 10 vezes o limite de tolerância. 16. O ensaio não deve ser realizado se a pessoa estiver com barba ou pêlos faciais crescidos na área de vedação do respirador. 17. Se o cabelo crescido ou o corte do cabelo interferirem com a vedação, devem ser alterados ou removidos, de modo a eliminar a interferência e permitir ajuste satisfatório. Se for impossível alcançar um bom ajuste, deve ser usado um respirador com pressão positiva (motorizado, linha de ar ou autônomo). 18. Se a pessoa sentir dificuldade para respirar durante a realização do ensaio de vedação, deverá ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar se tem condições de executar o trabalho previsto. 19. O ensaio qualitativo deve ser realizado no mínimo a cada 12 meses. 20. Como a vedação do respirador pode ser afetada, deve-se imediatamente repetir o ensaio qualitativo quando a pessoa tenha:  alteração no peso de 10 kg ou mais;  cicatrizes significantes na área facial de vedação;  mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação de dentadura;  cirurgia plástica ou reconstrutiva;  qualquer outra condição que interfira na vedação. D. Registros dos Resultados Deve ser mantido por três anos um registro resumido com os resultados dos ensaios, contendo: 1. Nome da pessoa. 2. Data do ensaio. 3. Nome da pessoa que conduziu o ensaio. 4. Respiradores selecionados (fabricante, modelo, tamanho, número do CA). 5. Substância usada no ensaio de vedação. II. ENSAIO QUALITATIVO COM AEROSSOL DE SOLUÇÃO DE SACARINA: A. Escolha do respirador pelo usuário RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 31 O respirador deve ser escolhido de acordo com os procedimentos descritos no item B do ensaio com vapor de acetato de isoamila, com exceção de que o respirador deve estar agora com filtro mecânico. B. Ensaio preliminar de acuidade de paladar 1. Para realizar o ensaio preliminar de sensibilidade do paladar e o ensaio de vedação, deve-se usar um capuz que cubra a cabeça e os ombros. Deve ter diâmetro aproximado de 30cm, altura de 40cm e pelo menos a parte frontal livre para não interferir com os movimentos da cabeça do usuário quando com o respirador. 2. Na frente do capuz, na altura do nariz e da boca do usuário, deve existir um orifício com diâmetro aproximado de 20mm para acomodar o bico nebulizador. 3. Antes da realização do ensaio preliminar e do ensaio de vedação a pessoa deve receber uma explicação sobre todo o conteúdo e procedimentos. 4. Durante o ensaio preliminar de acuidade de paladar a pessoa deve colocar o capuz e respirar com a boca, com a língua estendida. 5. Usando um nebulizador (DeVilbiss Modelo 40 para inalação de medicamentos ou equivalente), a pessoa que conduz o ensaio deve nebulizar a solução de sacarina para o ensaio preliminar dentro do capuz. Este nebulizador deve estar identificado perfeitamente para poder ser distinguido do usado com solução para o ensaio de vedação. 6. A solução para o ensaio preliminar é preparada dissolvendo 0,83g de sacarina sódica (pró-análise) em água. Pode ser preparada colocando 1 ml da solução usada para o ensaio de vedação (ver parágrafo 7 do item C) em 100ml de água. 7. Para gerar o aerossol o bulbo do nebulizador deverá ser apertado firmemente, de modo que uma parede do bulbo encoste na outra e deixando se expandir totalmente. 8. Dar 10 bombadas rapidamente e perguntar a pessoa que está com o capuz se está sentindo o gosto da sacarina. 9. Se a resposta for negativa, bombear rapidamente mais 10 vezes e repetir a pergunta. 10. Se a segunda resposta for negativa, bombear rapidamente mais 10 vezes e repetir a pergunta. 11. A pessoa que conduz o ensaio deve anotar o número de bombadas necessárias para conseguir uma resposta positiva. 12. Se com 30 bombadas (parágrafo 10) a pessoa não sentir o sabor da sacarina, o ensaio de vedação com sacarina não pode ser usado com ela. 13. Se a pessoa conseguir sentir o sabor, deve-se pedir a ela que procure se lembrar dele, porque vai ser usado no ensaio de vedação. 14. Usando corretamente o nebulizador é suficiente 1ml da solução colocada no bulbo para realizar o ensaio preliminar. 15. O nebulizador deve ser bem lavado, deixado secar e enchido novamente, no mínimo, pelo menos a cada quatro horas. C. "Ensaio de Vedação" no respirador escolhido 1. A pessoa deve colocar e ajustar o respirador sem a assistência de ninguém. 2. O capuz empregado no ensaio é o mesmo descrito no item B-2. 3. A pessoa deve usar o respirador pelo menos durante 10 minutos antes de realizar o ensaio. 4. A pessoa deve colocar o capuz quando já estiver usando o respirador equipado com filtro mecânico. 5. Pelo menos durante 15 minutos antes do ensaio de vedação a pessoa não deve comer, beber (água pura é permitida) ou mascar goma. 6. Usar um segundo nebulizador, igual ao primeiro, para nebulizar a solução dentro do capuz. Deve estar marcado de modo visível para distingui-lo do usado durante o ensaio preliminar. 7. Preparar a solução para o ensaio de vedação dissolvendo 83g de sacarina em 100ml de água morna. 8. Como antes, a pessoa deve respirar com a boca aberta e língua para fora. 9. Colocar o bico do nebulizador no orifício do capuz e nebulizar a solução para o ensaio de vedação, usando a mesma técnica empregada no ensaio preliminar de acuidade de paladar, e o mesmo número de bombadas necessárias para obter a resposta naquele ensaio (ver parágrafos B-8 até B-10). 10. Após a geração do aerossol, ler as instruções para a pessoa que usa o respirador. Cada exercício deve ser realizado durante um minuto. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 32 a) Respire normalmente. b) Respire profundamente. Esteja consciente que sua respiração seja profunda e regular. c) Vire a cabeça completamente para um lado e para outro. Inale em cada lado. Esteja certo de que os movimentos foram completos. Não deixe o respirador bater nos ombros. d) Movimente a cabeça para cima e para baixo. Inale enquanto a cabeça estiver voltada para cima (olhando para o teto). Esteja certo de que os movimentos foram completos. Não deixe o respirador bater no peito. e) Durante alguns minutos leia em voz normal o trecho indicado. f) Ande sem sair do lugar. g) Respire normalmente. Texto para leitura: (aproximadamente 8 linhas completas). 11. No início de cada exercício, bombear o nebulizador a metade do número de vezes empregada no parágrafo C-9. 12. A pessoa deve avisar o operador do ensaio o instante em que sentir o gosto de sacarina. 13. Se o gosto de sacarina for detectado, a vedação não foi satisfatória e deve-se procurar outro respirador. 14. Convém que sejam selecionadas pelo menos duas peças faciais e que a pessoa possa usá-las por urna semana para que escolha a mais confortável. 15. Pessoas que tenham sido aprovadas neste ensaio podem usar respiradores com peça semifacial, em ambiente com concentração de até 10 vezes o limite de tolerância. 16. O ensaio não deve ser realizado se a pessoa estiver com barba ou pêlos faciais crescidos na área de vedação do respirador. 17. Se o cabelo crescido ou o corte do cabelo interferirem com a vedação, devem ser alterados ou removidos, de modo a eliminar a interferência e permitir ajuste satisfatório. Se for impossível alcançar um bom ajuste, deve ser usado um respirador com pressão positiva (motorizado, linha de ar ou autônomo). 18. Se a pessoa sentir dificuldade para respirar durante a realização do ensaio de vedação, deverá ser encaminhada a um médico especiaIista em moléstias pulmonares para verificar se tem condições de executar o trabalho previsto. 19. O ensaio qualitativo deve ser realizado no mínimo a cada 12 meses. 20. Como a vedação do respirador pode ser afetada, deve-se imediatamente repetir o ensaio qualitativo quando a pessoa tenha:  alteração no peso de 10kg ou mais;  cicatrizes significações na área facial de vedação;  mudanças significações na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação de dentadura;  cirurgia plástica ou reconstrutiva;  qualquer outro condição que interfira na vedação. D. Registros dos resultados Deve ser mantido por três anos um registro resumido dos resultados dos ensaios, contendo: 1. Nome da pessoa. 2. Data do ensaio. 3. Nome da pessoa que conduziu o ensaio. 4. Respiradores selecionados (fabricante, modelo, tamanho, número do CA). 5. Substância usada no ensaio de vedação. III - ENSAIO QUALITATIVO COM FUMOS IRRITANTES A. Escolha do respirador pelo usuário Os respiradores devem ser escolhidos de acordo com o descrito no item B do ensaio com acetato de isoamila, com exceção de que o respirador deve estar equipado com um filtro mecânico classe P3. B. Ensaio de vedação no respirador escolhido RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 35 a) O ensaio deve começar pelas peças semi-faciais. Devem estar disponíveis respiradores de mais de um fabricante.  Verificação de vedação pelo teste de pressão positiva: com a válvula de exalação bloqueada, a pressão provocada por uma exalação suave não deve provocar vazamentos na área de contato com a face.  Verificação de vedação pelo teste de pressão negativa: com as entradas de ar bloqueadas pela palma da mão, a pressão provocada por uma inalação suave deve-se manter constante, por alguns segundos. b) Depois de ter ajustado corretamente o respirador, a pessoa deve usá-lo, pelo menos, durante 5 minutos, antes de realizar um dos ensaios de vedação descritos a seguir e executando exercícios contidos no item 5.  Ensaio com Acetato de Isoamila: com filtro contra vapores orgânicos colocado no respirador, o usuário deve responder se sente o cheiro de banana quando o agente de ensaio é dirigido as partes mais vulneráveis de vazamento na zona de vedação. Deve ser verificado, antes e depois do ensaio, se o usuário detecta o cheiro do acetato de isoamila.  Ensaio com fumos irritantes: com filtro mecânico cIasse P3 colocado, no respirador o usuário com os olhos fechados durante todo o ensaio, deve responder se sente o cheiro irritante do agente de ensaio (cloreto estânico ou tetracloreto de titânio usados nos ensaios de ventilação), quando ele é dirigido para as partes mais vulneráveis de ventilação. c) Somente quando o respirador for aprovado no ensaio de vedação descrito no item 4b é que a pessoa poderá ser submetida ao ensaio de vedação quantitativa. d) Antes de a pessoa entrar na câmara a concentração do agente de ensaio dentro dela deve estar razoavelmente constante. e) A concentração do agente dentro do respirador deve ser medida imediatamente após a entrada do indivíduo na câmara, com a finalidade de confirmar que os picos medidos estão abaixo de 5% para as peças semi-faciais, e de 1% para as peças inteiras. f) Antes de iniciar o ensaio confirmar se a concentração, dentro da câmara, está constante. Os tirantes não devem estar apertados demais, mas ajustados com a tensão normal de uso. 5. Exercícios Antes de entrar na câmara a pessoa deve receber instruções completas sobre qual será a sua participação nos ensaios. Deve realizar na seqüência indicada, todos os seguintes exercícios: a) Respiração normal: durante um minuto, em posição normal, sem falar, respirar normalmente. b) Respiração profunda: durante um minuto, em posição normal, respirar profundamente, mas sem provocar hiperventilação. c) Virar a cabeça: em posição normal, girar completa e lentamente a cabeça de um lado para outro, manter a cabeça por 5 segundos em cada posição extrema e realizar, no mínimo, 3 ciclos completos. d) Levantar e abaixar a cabeça: em posição normal, levantar e abaixar a cabeça completa e lentamente, mantendo-a em cada posição extrema por 5 segundos. Repetir, no mínimo, 3 ciclos completos. e) Leitura: a pessoa deve ler vagarosamente um texto em voz alta, de modo que o condutor do ensaio ou outra a pessoa possa ouvir claramente. f) Caretas: a pessoa deve fazer caretas, sorrir, ficar carrancuda, etc, de modo a usar os músculos faciais durante 15 segundos, no mínimo. g) Curvar-se: a pessoa deve curvar-se para tocar os sapatos com as mãos e retornar a posição normal. Repetir a operação durante 30 segundos, no mínimo. h) Andar: andar sem sair do lugar durante 30 segundos no mínimo. i) Respiração normal: como no parágrafo 5.a. Texto para leitura (aproximadamente 5 linhas completas). 6. O ensaio deve ser suspenso quando ocorrer um pico de penetração do agente de ensaio maior que 5% para os respiradores com peça semifacial e 1% para os de peça facial inteira. A pessoa pode reajustar o respirador e repetir o exercício. Se dois ensaios em três forem suspensos, o ensaio de vedação reprovou o uso daquele respirador para aquela pessoa. 7. Cálculo do fator de vedação. a) O fator de vedação determinado pelo ensaio quantitativo de vedação é igual a concentração do agente de ensaio na câmara dividido pela concentração média dos picos medidos dentro do respirador. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 36 b) A concentração do agente de ensaio na câmara é a média aritmética da concentração no início e no fim do ensaio. c) A concentração média dos picos dentro do respirador é a média dos picos obtidos nos nove exercícios. Em cada exercício, o valor do pico é calculado pela média dos picos obtidos em cada inalação. d) A média dos picos em um exercício pode ser determinada graficamente, se não houver grande variação. 8. Interpretação dos resultados O valor do Fator de Vedação medido deve ser igual ao menor dos três fatores de proteção obtidos nos três ensaios realizados. 9. Outros requisitos a) Não deve ser permitido a uma pessoa usar um respirador com peça semifacial ou facial inteira, se não forem alcançados, no mínimo, os fatores de vedação 100 e 1000, respectivamente. Se o cabelo crescido ou barba interferirem na vedação, eles devem ser cortados para eliminar os vazamentos. Se a vedação não for satisfatória, deve-se fornecer respiradores de pressão positiva, tais como: purificadores de ar motorizados, de adução de ar ou máscaras autônomas. b) O ensaio não deve ser realizado se os pêlos faciais interferirem com a vedação. c) Se a pessoa sentir dificuldades para respirar durante a realização do ensaio de vedação deve ser encaminhada a um médico especialista em moléstias pulmonares para verificar se tem condições de executar o trabalho previsto. d) Deve ser dada a oportunidade de a pessoa usar o respirador escolhido por uma semana. Se não mostrar vedação aceitável durante o uso, a pessoa poderá solicitar outro ensaio de vedação quantitativo, o qual deverá ser realizado imediatamente. e) Deve ser fornecida, ao trabalhador, uma ficha do fator de vedação contendo:  Nome;  Data do ensaio de vedação;  Fator de proteção obtido com cada respirador ensaiado (nome do fabricante, modelo e número do CA.);  Nome e assinatura da pessoa que conduziu o ensaio. f) Os filtros mecânicos usados nos ensaios de vedação devem ser substituídos semanalmente, ou sempre que a resistência à respiração tenha aumentado ou, ainda, quando o agente de ensaio tenha alterado a sua integr idade. Os filtros contra vapores orgânicos devem ser trocados diariamente ou antes, se permitirem a passagem do agente. 10. O ensaio quantitativo deve ser repetido imediatamente quando ocorrer:  alteração no peso de 10 kg ou mais;  cicatrizes significantes na área facial de vedação;  mudanças significantes na arcada dentária: extrações múltiplas sem prótese, colocação de dentadura;  cirurgia plástica ou reconstrutiva;  qualquer outra condição que interfira na vedação. 11. Registros dos resultados Deve ser mantido por três anos um registro resumido dos resultados dos ensaios, o qual deve constar:  Nome da pessoa;  Data do ensaio;  Nome da pessoa que conduziu o ensaio;  Fator de vedação obtido com cada respirador ensaiado (fabricante, modelo, tamanho e número do CA). RECOMENDAÇÕES, SELEÇÃO E USO DE RESPIRADORES 37 ANEXO 6 - AVALIAÇÃO MÉDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS A UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA A utilização de proteção respiratória individual contra inalantes deve ser adotada apenas após a avaliação dos seguintes parâmetros: 1. Características físicas do ambiente de trabalho, notadamente a temperatura, umidade e pressões parciais de O2 e necessidade de utilização de outros EPIs. 2. Demandas físicas específicas das atividades a que o usuário está alocado. 3. Tempo de uso em relação a jornada de trabalho (uso contínuo durante a jornada ou não). Estas informações devem ser encaminhadas ao médico examinador pelo responsável pela área de higiene e segurança do local em questão. Com estes dados o examinador procederá a entrevista, exame clínico e, se necessário funcional do candidato ao uso do EPI. As condições abaixo listadas exigem uma avaliação cuidadosa:  Deformidades faciais: A presença de deformidades faciais ósseas ou cicatrizes extensas pode impedir um ajuste facial adequado do respirador e impedir sua utilização. O uso de próteses dentárias também deve ser adequado, pois a ausência de próteses nos maxilares inferior ou superior causa deformidades faciais.  Pêlos faciais: A barba impede um ajuste facial adequado.  Doenças pulmonares: candidatos a utilização de EPR com doenças pulmonares obstrutivas e restritivas previamente diagnosticadas e sintomáticos não devem utilizá-los. A presença isolada de sintomas, notadamente a dispnéia de esforços, exige uma avaliação cuidadosa, incluindo avaliação funcional respiratória. A asma brônquica, com crises esporádicas pode não excluir a utilização de respiradores, com a devida orientação ao usuário.  Doenças cardiovasculares: A insuficiência coronariana crônica, as arritmias, notadamente as arritmias verticulares, e os usuários com infarto prévio não devem utilizar EPR mecânica com pressão negativa.  Doenças neurológicas: A epilepsia controlada, isto é, ausência de crises nos últimos 12 meses e bom controle farmacoIógico não contra-indicam a utilização de EPR.  Alterações psíquicas: Candidatos apresentando claustrofobia não devem utilizar EPR. A ansiedade pode ser também um fator limitante, dependendo de sua magnitude. A avaliação médica específica dos usuários de EPR deve ser renovada anualmente, juntamente com o exame periódico. Na ocorrência de queixas relacionadas ao sistema respiratório, é necessário que se atente para a conveniência de uso continuado do EPR em relação aos achados clínicos. APÊNDICE: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR Os testes de função pulmonar recomendados para os candidatos à utilização de EPR, com queixas respiratórias prévias, são basicamente o Volume Expiratório Forçado no 1º segundo (VEF1), a Capacidade Vital Forçada (CVF), a relação VEF1/CVF e a Ventilação Voluntária Máxima (VVM). Critérios para exclusão de uso de equipamento de proteção respiratória com filtros mecânicos com pressão negativa são um ou mais dos itens abaixo: 1. VEF1/CVF menor que o limite inferior de normalidade e VEF1 menor que 80% do previsto 2. VEF1/CVF normal com CVF menor que 70% do previsto 3. VVM menor que 75% do previsto Estes testes deverão ser feitos sempre por técnicos treinados e equipamentos que estejam em conformidade com as normas da American Thoracic Society (American Thoracic Society. Standardization of spirometry - 1987 update. Am. Rev. Respir. Dis. 1987;136:1285-98)
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