Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

fenologia da soja, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

fenologia da soja

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 11/11/2009

marcelo-agua-nova-da-rocha-12
marcelo-agua-nova-da-rocha-12 🇧🇷

4.5

(50)

56 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe fenologia da soja e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! 3 Figura 1. Plântula de soja. O crescimento e o desenvolvimento da soja são medidos pela quantidade de massa seca (matéria seca) acumulada na planta. Com exceção da água, a massa seca consiste em tudo que se encontra na plan- ta, incluindo carboidratos, proteínas, lipí- deos e nutrientes minerais. A planta de soja produz a maior parte da sua massa seca por meio de um processo único, denominado fotossíntese. Durante a fotossíntese, a ener- gia luminosa gerada pelo sol promove um processo no interior da planta, onde o dióxido de carbono proveniente do ar jun- to com a água proveniente do solo combi- nam-se para produzir açúcares (compostos carbonados longos). Esses açúcares produ- zidos pela fotossíntese, junto com os nu- trientes minerais obtidos do solo, são os in- gredientes básicos necessários para a ela- boração dos carboidratos, proteínas e lipí- deos da matéria seca. Na prática, o crescimento, desenvol- vimento e rendimento da soja resultam da interação entre o potencial genético de um determinado cultivar com o ambiente. Exis- te interação perfeita entre a planta de soja e o ambiente, de maneira que, quando ocor- rem mudanças no ambiente, também ocor- rem no desenvolvimento da planta. Todos os cultivares têm um poten- cial máximo de rendimento que é geneti- camente determinado. Esse potencial de rendimento genético somente é obtido quando as condições ambientais são per- feitas, sendo que estas não existem natu- ralmente. Em condições de campo, a natu- reza proporciona a maior parte das influên- cias ambientais sobre o desenvolvimento e rendimento da soja. Entretanto, os produ- tores, através de práticas de manejo já com- provadas, podem manipular o ambiente de produção. Logo, é tarefa do produtor provi- denciar o melhor ambiente possível para o crescimento da soja, usando práticas de ma- nejo tais como cultivo e adubação criteriosa do solo, seleção dos cultivares e densidade de plantas mais adequada, controle das plantas daninhas e das pragas, além de mui- tas outras. As combinações dessas práticas va- riam em diferentes situações de produção e níveis de manejo. Entretanto, independen- te de uma situação específica, o produtor precisa saber como a soja cresce e se de- senvolve. O produtor que conhece a planta de soja pode usar de maneira mais eficien- te as práticas de manejo para obter maio- res rendimentos e lucros. Como a Planta de Soja se Desenvolve 4 1 Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento indeterminado são: a) não apresenta o rácemo terminal na haste principal; b) a gema terminal continua sua atividade vegetativa simultaneamente à fase reprodutiva da planta; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride para baixo e para cima; d) no início do florescimento apresenta apenas 50% a 60% da sua altura final; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de baixa a média fertilidade em virtude de apresentar maiores tempo de vegetação, crescimento radicular e altura da planta, não sendo recomendável o seu uso em solos de alta fertilidade devido a maior tendência ao acamamento. 2 Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento determinado são: a) a haste principal termina com rácemo terminal; b) a gema apical termina a sua atividade vegetativa com o início do florescimento; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride em direção ao seu ápice; d) na floração a planta já atingiu cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de melhor fertilidade. 3 Nota do tradutor: No Brasil, ainda não existe uma classificação quanto à duração do ciclo de maturação fundamentada na adaptabilidade dos cultivares às diferentes latitudes das regiões produtoras de soja, como a existente nos EUA. Os cultivares de soja são classifica- dos quanto ao seu hábito de crescimento (forma e estrutura morfológica) e pelos seus requerimentos em comprimento de dia e temperatura, necessários para iniciar o de- senvolvimento floral ou reprodutivo. O hábito de crescimento indeterminado1 é tí- pico na maioria dos cultivares de soja uti- lizados no Cinturão do Milho nos EUA, sendo caracterizado pela continuação do crescimento vegetativo após o início do florescimento. O hábito de crescimento determinado2 caracteriza-se pela finaliza- ção do crescimento vegetativo a partir do início do florescimento, sendo típico das variedades cultivadas no Sul dos EUA. A classificação quanto à maturida- de ou ciclo de maturação é baseada na adap- tabilidade de um cultivar de soja em utili- zar efetivamente a estação de crescimento de uma determinada região. Nos EUA, as regiões de adaptação dos diferentes culti- vares são delimitadas por longos cinturões (faixas) no sentido Leste-Oeste, porém, re- lativamente curtos no sentido Norte-Sul (160 a 240 quilômetros de distância). Os cultivares de soja norte-americanos são classificados em diferentes grupos de maturação, os quais recebem como identi- ficação a numeração de 00 a VIII, confor- me a sua região de adaptação. Assim, os cultivares de soja mais adaptados às re- giões mais ao Norte dos EUA (Norte dos Estados de Minnesota e Dakota do Norte) pertencem ao grupo de maturação 00, en- quanto os cultivares mais adaptados às re- giões mais ao Sul (incluindo a Flórida e os Estados da Costa do Golfo) pertencem ao grupo de maturação VIII. A maioria dos cultivares pertencentes aos grupos de ma- turação 00 a IV possui hábito de crescimen- to indeterminado, enquanto a maioria per- tencente aos grupos de maturação V a VIII apresenta, principalmente, hábito de cres- cimento determinado3. As figuras, tabelas, gráficos e dis- cussões apresentados neste artigo represen- tam um cultivar de soja com hábito de cres- cimento indeterminado pertencente ao gru- po II de adaptação, cultivado na região cen- tral do Estado de Iowa. Plantas típicas de soja cultivadas no Cinturão do Milho se- guiram o mesmo padrão geral de desen- volvimento mostrado e descrito nesta pu- blicação. Porém, o tempo específico de du- ração entre os estádios de desenvolvimen- to, o número de folhas formadas e a altura da planta podem variar de acordo com os diferentes cultivares, estações de crescimen- to (clima), regiões de cultivo, datas (épo- cas) e padrões de semeadura. Por exemplo: 1. Um cultivar de maturação precoce pode formar menos folhas ou evoluir através das diferentes fases de desenvolvimento a uma taxa mais rápida que a indicada aqui, principalmente quando semeado em época tardia. Um cultivar de matura- ção tardia pode formar mais folhas ou desenvolver-se mais lentamente que o in- dicado aqui. 2. Para qualquer cultivar, a taxa de desen- volvimento da planta está diretamente re- lacionada à temperatura. Assim, a dura- ção de tempo entre os diferentes está- dios será variável conforme as variações de temperatura entre e dentro da estação de crescimento. 3. Deficiências de nutrientes, de umidade e outras condições estressantes à planta podem prolongar o tempo de duração en- tre os estádios vegetativos, porém, encur- tam o tempo entre as fases reprodutivas. 4. A soja cultivada em altas densidades ten- de a crescer mais em altura, ramificar menos e produzir menores quantidades de vagens e sementes por planta que aquela cultivada em baixas densidades. Em altas densidades a soja também terá maior altura de inserção das primeiras vagens e maior tendência a acamar. As figuras a seguir mostram plan- tas e partes da planta em diferentes está- dios de desenvolvimento morfológico. To- das as plantas cresceram no campo, com exceção dos estádios relativos à germina- ção e emergência das plântulas, que ocor- reram em condições de casa de vegetação, porém, foram fotografadas em laboratório. As partes de uma planta jovem de soja e respectivos nomes científicos são apresen- tados na Figura 1. Ilustrando o Desenvolvimento de uma Planta de Soja 7 ESTÁDIO V2 (segundo nó) No estádio V2 as plantas estão com 15 a 20 cm de altura e três nós apresentan- do folhas com folíolos desdobrados, isto é, o nó unifoliolado e os dois primeiros nós trifoliolados (Figura 4). As raízes de soja são naturalmente infectadas com bactérias de Bradyrhizo- bium japonicum que desenvolvem estrutu- ras nas raízes com formas circulares ou ovais, chamadas nódulos (Figuras 1 e 5). Milhões dessas bactérias localizam-se den- tro de cada nódulo e fornecem boa parte do nitrogênio requerido pela planta de soja, por meio de um processo natural conheci- do como fixação de nitrogênio. Através da fixação do nitrogênio as bactérias transfor- mam o N 2 gasoso presente na atmosfera do solo e indisponível à planta em produtos nitrogenados que a planta de soja pode usar. Em troca, a planta fornece o suprimento de carboidratos para as bactérias. Uma re- lação como essa, onde as bactérias e a planta lucram uma com a outra, é denominada relação simbiótica. Os nódulos que fixam nitrogênio ativamente para a planta mos- tram-se internamente com coloração rosa ou vermelha, porém, são brancos, marrons ou verdes se a fixação de N 2 não estiver ocorrendo (Figura 6). Em condições de campo, a forma- ção de nódulos pode ser vista logo após a emergência (VE), porém, a fixação de ni- trogênio de maneira mais ativa começa pró- ximo aos estádios V2 a V3. Depois disso, o número de nódulos formados e a quantida- de de nitrogênio fixada aumenta até apro- ximadamente R5.5 (no meio de R5 e R6), quando diminui bruscamente. Guias de Manejo para V2 A adubação nitrogenada da soja não é recomendada porque geralmente não au- menta o rendimento de grãos. O número total de nódulos radiculares que se forma diminui proporcionalmente com as quan- tidades crescentes de N aplicado. Além dis- so, o adubo nitrogenado aplicado a uma planta de soja com nódulos ativos os tor- nará inativos ou ineficientes, proporcional- mente à quantidade de N aplicada. Assim, a planta de soja pode utilizar tanto o N fi- xado pelas bactérias quanto o N existente no solo (mineralizado e N do fertilizante), porém, o N do solo é mais utilizado que o N fixado, se disponível em grandes quan- tidades. Figura 4. Planta de soja no estádio V2. Figura 6. Nódulos radiculares em uma planta de soja no estádio V2; no detalhe, um nódulo ativo fatiado, com colo- ração vermelha típica. Figura 5. Raízes com nódulos de uma planta de soja no estádio V2. No estádio V2 as raízes laterais proliferam-se rapidamente nos primeiros 15 cm de solo entre as linhas de plantas. No estádio V5 já ocupam completamente o solo situado entre as linhas. Em razão des- sas raízes estarem crescendo perto da su- perfície do solo, o cultivo para controlar plantas daninhas deve ser raso. 8 ESTÁDIOS V3 E V5 (terceiro e quinto nós) As plantas em V3 possuem 18 a 23 cm de altura e quatro nós, cujas folhas apresentam folíolos desdobrados (Figura 7). As plantas em V5 apresentam-se com aproximadamente 25 a 30 cm de altu- ra e possuem seis nós, nos quais as folhas estão com folíolos desdobrados (Figura 8). O ângulo de inserção formado en- tre a haste principal e um pecíolo foliar é chamado axila. Em cada axila foliar existe uma gema axilar (Figura 1) que é seme- lhante ao ponto de crescimento (gema api- cal) da haste principal. Porém, essa gema pode se transformar em um ramo vegeta- tivo, permanecer dormente (inativa) ou de- senvolver um agrupamento de flores e, pos- teriormente, vagens. O número de ramos que se desen- volve a partir da haste principal aumenta com os espaçamentos mais largos entre as linhas da cultura e com densidades mais baixas de plantas na linha, dependendo também do cultivar em crescimento. Em condições de campo, a planta de soja pode desenvolver nenhum ou até seis ramos. Geralmente, o ramo maior é o de inserção mais baixa na haste principal e, progressi- vamente, os ramos menores se desenvol- vem mais acima. Cada ramo desenvolve folhas trifolioladas, nós, axilas, gemas axi- lares, flores e vagens, da mesma forma que a haste principal. A Figura 7 mostra o pri- meiro ramo começando a se desenvolver na axila do primeiro nó da folha trifolio- lada. Cerca de uma semana antes do iní- cio do florescimento (estádio V5 no pre- sente artigo), as gemas axilares na parte superior da haste aparecem fechadas e co- meçam a desenvolver agrupamentos de flo- res chamados rácemos. Um rácemo é uma estrutura pequena semelhante à haste, que produz flores e finalmente vagens ao lon- go de sua extensão (Figura 21). O número total de nós que a planta pode produzir é definido em V5. Em uma planta de soja com hábito de crescimento indeterminado, o potencial de formação de nós sobre a haste principal é sempre maior que o número total de nós observado no fim do seu ciclo. Guias de Manejo para V3-V5 As gemas axilares das folhas unifo- lioladas e trifolioladas e dos cotilédones permite à planta de soja uma grande capa- cidade para se recuperar de danos, tais como Figura 7. Planta de soja no estádio V3. 11 Nota do tradutor: Nas últimas safras brasileiras de soja, esse tipo de problema tem ocorrido em estádios vegetativos mais precoces. Os produtores têm se deparado com o problema do ataque de pombas durante ou logo após a emergência das plântulas. Ao se alimentar, essa ave corta a haste abaixo do ponto de inserção dos cotilédones, causando a morte das plântulas e resultando em significativas falhas de estande. 12 Nota do tradutor: Devido às caraterísticas da planta com hábito de crescimento indeterminado, e por tradição trazida pela cultura do milho, nos EUA os produtores trabalham com maiores espaçamentos. No Brasil, os espaçamentos entre linhas variam de 40 a 60 cm. os causados pelo granizo. O ápice da haste principal, ou gema apical de crescimento, normalmente exibe dominância sobre as ge- mas axilares laterais durante o crescimen- to vegetativo da planta. Se o ápice da haste é cortado ou quebrado, as gemas axilares restantes ficam livres dessa dominância apical e os ramos crescem profusamente. Portanto, a planta possui a habilidade de produzir novos ramos e folhas após a des- truição pelo granizo, recuperando pratica- mente toda folhagem. Cortando-se a plan- ta abaixo do nó cotiledonar ela morrerá, isto porque não há nenhum broto axilar abaixo desse nó11. ESTÁDIO V6 (sexto nó) Plantas no estádio V6 têm 30 a 35 cm de altura (Figura 9). Nesse estádio, sete nós têm folhas com folíolos desdobra- dos e as folhas unifolioladas e os cotilédones já podem ter senescido e caído. Novos es- tádios de V aparecem agora a cada 3 dias. As raízes laterais estão completa- mente presentes no solo entre as linhas de plantas espaçadas a 75 cm12. Se 50% de folhas forem perdidas no estádio V6, o rendimento será reduzido em aproximadamente 3%. Figura 9. Planta de soja no estádio V6 apre- sentando ramificação. Figura 8. Planta de soja no estádio V5. 9 Os oito estádios R (reprodutivos) são divididos em quatro partes: R1 e R2 des- crevem o florescimento; R3 e R4 o desen- volvimento da vagem; R5 e R6 o desenvol- vimento da semente e R7 e R8 a maturação da planta. O crescimento vegetativo e a produção de novos nós continuam durante alguns estádios reprodutivos, de modo que, nestes, os estádios de R1 a R6 descrevem melhor o desenvolvimento da planta. Nes- te artigo, a descrição para cada estádio R refere-se apenas ao início do respectivo es- tádio. O desenvolvimento geral e a dura- ção dos períodos de crescimento vegetativo, florescimento, desenvolvimento da vagem e enchimento da semente, durante os está- dios reprodutivos, estão esquematizados na Figura 10. ESTÁDIO R1 (início do floresci- mento) R1 - uma flor aberta em qualquer nó so- bre a haste principal (Figura 11) As plantas em R1 estão com 38 a 46 cm de altura e apresentam-se nos está- dios vegetativo V7 a V10 (7 a 10 nós com- pletamente desenvolvidos)13. O floresci- mento começa entre o terceiro e o sexto nó da haste principal, dependendo do estádio V no momento do florescimento, progre- dindo para cima e para baixo. Os ramos começam a florescer alguns dias depois da haste principal. O florescimento em um rácemo ocorre da base para o topo (Figura 12). Dessa forma, as vagens da base do rácemo são sempre mais maduras que as vagens do ápice (Figura 21). O floresci- mento e a frutificação ocorrem principal- mente em rácemos primários, mas os ráce- mos secundários podem se desenvolver ao lado do rácemo primário na mesma axila. O florescimento atinge o auge entre os es- tádios R2.5 e R3, completando-se ao redor do estádio R5. Em R1, as taxas de crescimento ver- tical da raiz aumentam incisivamente e permanecem relativamente altas nos está- dios R4 a R5. A proliferação de raízes se- cundárias e pêlos radiculares até a profun- didade de 23 cm no solo também é grande durante esse período, porém, as raízes nes- sa zona geralmente começam a se degene- rar depois disso. Estádios Reprodutivos e Desenvolvimento Figura 10. Desenvolvimento e duração dos períodos de crescimento vegetativo, florescimento, desenvolvimento da vagem e enchimento da semente. * Desenvolvimento da altura da planta e dos nós. Figura 12. Início do florescimento nos rácemos.Figura 11. Planta de soja no estádio R1. 13 Nota do tradutor: Nas condições brasileiras, a cultura da soja é manejada para que no início do florescimento as plantas apresentem, pelo menos, 60 cm de altura, considerada como mínima para viabilizar a colheita mecânica com o mínimo possível de perdas. O número de nós vegetativos formados até esse estádio é variável em função do cultivar, do ambiente e das práticas culturais adotadas. Est. R R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 Dias 0 10 20 30 40 50 60 70 12 ESTÁDIO R4 (vagem formada) R4 – vagem com 2 cm de comprimento em um dos quatro nós superiores da has- te principal com folha completamente de- senvolvida (Figuras 17 e 18) As plantas em R4 apresentam-se com 70 a 100 cm de altura e estão nos está- dios V13 a V20. Este período é caracteri- zado pelo rápido crescimento da vagem e pelo início do desenvolvimento da semen- te. O período compreendido entre R4 e logo após R5.5 é um período de rápida e constante acumulação de matéria seca pe- las vagens. Algumas vagens localizadas nos nós mais inferiores da haste principal já se encontram com o seu tamanho final ou pró- ximo dele, porém, a maioria atingirá esse tamanho no estádio R5 (Figuras 18 e 25)17. Normalmente, as vagens atingem o maior comprimento e largura antes das sementes começarem a fase de rápido desenvolvi- mento (Figura 27). Assim, próximo ao fi- nal desse período, algumas sementes den- tro das vagens localizadas nos nós inferio- res iniciam rápido crescimento. As últimas flores que ocorrem na planta localizam-se na extremidade da has- te principal, onde surge um rácemo floral (Figura 20)18. Esse rácemo consiste de flo- res axilares agrupadas na extremidade da haste. O florescimento nos nós superiores dos ramos também ocorre por último na planta. Guias de Manejo para R4 O estádio R4 marca o início do pe- ríodo mais crítico de desenvolvimento da planta quanto à determinação do rendimen- to em sementes. Estresse (umidade, luz, de- ficiências nutricionais, geada, acamamen- to ou desfolha), ocorrendo a qualquer mo- mento entre os períodos de R4 a logo após R6 reduzirá mais a produção do que a ocor- rência do mesmo estresse em qualquer ou- tro período de desenvolvimento. O período de R4.5 (formação das últimas vagens) a aproximadamente R5.5 é muito crítico por- que o florescimento completa-se e não pode ser compensado, uma vez que as vagens e 17 Nota do tradutor: Pelo fato de ser uma planta com hábito de crescimento indeterminado, é evidente o desenvolvimento total das primeiras vagens localizadas no terço inferior da haste principal, onde iniciou-se o florescimento. 18 Nota do tradutor: Provavelmente, o cultivar de soja utilizado pelos autores deste artigo apresenta hábito de crescimento semi-determinado, isto é, característica de planta intermediária entre os hábitos de crescimento determinado e indeterminado. Figura 19. Corte longitudinal de uma vagem jovem de soja. Figura 17. Planta de soja no estádio R4. Figura 18. Haste principal da soja com vagens no estádio R4. 13 sementes novas são mais propensas a abor- tar sob estresse que as vagens e sementes mais velhas19. As perdas de produção ocor- ridas nesse período devem-se principalmen- te à redução no número total de vagens por planta do que à redução no número de se- mentes por vagem ou no tamanho da se- mente. De fato, o tamanho da semente pode compensar um pouco se as condições de crescimento forem favoráveis após R5.5. Porém, a compensação através do tamanho da semente é limitada geneticamente. As- sim, a planta possui limitadas habilidades em compensar o aborto de flores e vagens causado por estresses ocorridos nos está- dios de R4.5 a R5.5. Quando possível, deve-se irrigar a lavoura nesses períodos cruciais para ga- rantir umidade adequada. Figura 20. Rácemo floral de soja na extremidade apical da haste principal. Figura 21. Rácemo floral com vagens em for- mação. Figura 22. Seqüência do desenvolvimento das vagens de soja. 19 Nota do tradutor: A ocorrência de veranicos nessa fase reprodutiva é que tem causado as maiores quebras de safra de soja em muitas regiões brasileiras. 14 ESTÁDIO R5 (início da formação da semente) R5 – semente com 3 mm de tamanho em um dos quatro nós superiores da haste principal com folha completamente de- senvolvida (Figuras 23, 24, 25 e 26) Plantas em R5 têm 75 a 110 cm de altura e encontram-se nos estádios V15 a V23. Esse período é caracterizado pelo rá- pido crescimento ou início do enchimento das sementes (Figuras 27 e 28) e redistri- buição da matéria seca e nutrientes das par- tes vegetativas para as sementes em forma- ção (Figuras 38, 39 e 40). No início de R5, o desenvolvimento reprodutivo apresenta desde flores quase abertas até vagens contendo sementes com 11 mm de comprimento (Figura 27). Entre os estádios R5 e R6, vários eventos aconte- cem quase ao mesmo tempo. Perto de R5.5 tem-se: (1) a planta atinge seus máximos em altura, número de nós e área foliar; (2) as altas taxas de fixação de nitrogênio atin- gem o seu auge e em seguida começam a diminuir rapidamente; (3) as sementes ini- ciam um período de rápido e constante acúmulo de matéria seca e nutrientes. Logo após R5.5 ocorre o máximo acúmulo de ma- téria seca e de nutrientes nas folhas, pecío- los e ramos, iniciando a seguir a sua redis- tribuição (translocação) dessas partes da planta para as sementes em desenvolvimen- to. O período de rápida e constante acumu- lação de matéria seca na semente continua até logo após R6.5, no qual a semente está com aproximadamente 80% da sua maté- ria seca total. O rendimento em grãos depende da taxa e da duração do tempo de acúmulo de matéria seca nas sementes. Entre os culti- vares adaptados existem pequenas diferen- ças quanto à taxa de acúmulo de matéria seca, porém, com relação à duração de tem- po de acúmulo de matéria seca nas semen- tes as diferenças são maiores20. Estresses podem influenciar tanto a taxa como a du- ração do tempo de acúmulo de matéria seca nas sementes. Guias de Manejo para R5 A demanda por água e nutrientes é alta ao longo do período de enchimento das sementes. Durante todo esse período, as Figura 23. Planta de soja no estádio R5. Figura 24. Colmos no estádio R5. Figura 25. Colmos nos estádios R4 (imagem à direita) e R5 (imagem à esquerda). Figura 26. Vagem de soja no estádio R5 retira- da do 4º nó da haste principal. 20 Nota do tradutor: De todos os nutrientes requeridos pela planta de soja, apenas o N é fixado pelas bactérias nos nódulos radiculares. 17 ESTÁDIO R7 (início da maturi- dade) R7 – uma vagem normal na haste prin- cipal que tenha atingido a cor de vagem madura, normalmente marrom ou palha, dependendo do cultivar (Figuras 32 e 33) A maturidade fisiológica de uma semente de soja acontece quando cessa o acúmulo de matéria seca. Isso ocorre quan- do a semente (e geralmente a vagem) tor- na-se amarela ou tenha perdido completa- mente a cor verde. Embora nem todas as vagens numa planta em R7 tenham perdi- do a sua cor verde, a planta essencialmente se encontra na maturidade fisiológica por- que muito pouca matéria seca adicional será acumulada (Figuras 32 e 33). A semente de soja na maturidade fisiológica possui aproximadamente 60% de umidade e con- tém todas as partes da planta necessárias para começar sua próxima geração. A Figura 34 mostra uma vagem e grãos verdes no estádio R6, uma vagem e grãos completamente amarelos na maturi- dade fisiológica e uma vagem e grãos com cor característica para a colheita. Guias de Manejo para R6-R7 À medida que vagens e sementes amadurecem, elas ficam menos propensas a abortar. Assim, o número total de vagens por planta e o número de grãos por vagem são fixados gradualmente com a maturida- de da planta. Embora uma semente mais velha não possa abortar (cair da planta) sob condições de forte estresse, a duração do período de rápido acúmulo de matéria seca na semente pode ser encurtada, resultando na formação de sementes menores e na re- dução do rendimento. Como após R6 a planta de soja já amadurece, o potencial de redução de ren- dimento por estresse declina gradualmen- te. De R6 a R6.5 o estresse pode causar grandes reduções de rendimento, a maio- ria das vezes pela redução no tamanho da semente, mas também pela redução de va- gens formadas por planta e de grãos por vagem. Reduções de rendimento motiva- das por estresse ocorrido entre R6.5 e R7 são menores pelo fato das sementes já te- rem acumulado quantidades consideráveis de matéria seca. Estresse a partir de R7 não afeta o rendimento. A Figura 35 mostra o redireciona- mento do crescimento das folhas em dire- ção ao sol de uma planta de soja parcial- mente acamada. A tendência para acama- mento aumenta com o crescimento em al- tura das plantas. Altas populações de plan- tas, irrigação e ocorrência de chuvas tor- renciais aumentam a altura da planta e o acamamento. O acamamento reduz o ren- dimento devido a um aumento nas perdas de colheita a ao uso ineficiente da luz solar pela planta23. Figura 35. Planta de soja acamada no estádio R6.Figura 34. Vagens de soja nos estádios R6 (ver- de), R7 (amarela) e R8 (marrom). Figura 32. Planta de soja no estádio R7. Figura 33. Colmos da soja com vagens no es- tádio R7. 23 Nota do tradutor: O acamamento é uma característica genética com expressão variável conforme o cultivar, que pode ser modificada por práticas de manejo adotadas e/ou fatores do ambiente, tais como: densidade de plantas na linha da cultura, espaçamento entre as linhas, fertilidade do solo e/ou adubações, umidade e temperatura, entre outras. Lavouras acamadas tendem a apresentar maiores índices de perdas na colheita. 18 ESTÁDIO R8 (maturidade com- pleta) R8 – 95% das vagens apresentam-se ma- duras (Figura 36). São necessários de 5 a 10 dias de clima seco após R8 para que a soja atinja menos de 15% de umidade A Figura 37 ilustra as mudanças de cor e de tamanho das vagens e grãos de soja a partir do estádio R6, com vagens e sementes verdes até grãos maduros pron- tos para a colheita. Na mesma figura, a se- gunda vagem e respectivos grãos, a partir da direita, apresentam cor característica para colheita, porém não atingiram a for- ma e o grau de umidade para a realização desta. Assim, cor de vagem madura nem sempre indica ponto de colheita para os grãos em seu interior. Com ambiente seco favorável a soja perderá umidade rapida- mente. Guias de Manejo para R8 Erros de baixas densidades de se- meadura, com os vazios no campo, tornam- se visíveis por ocasião da colheita. Já, altas densidades de plantio causam acamamento da lavoura, dificultando a colheita, redu- zindo, assim, o potencial de rendimento no campo. Menores estandes promovem mais ramificações, porém com menor altura de inserção de vagem. Ramificações muito carregadas de vagens tornam-se pesadas e podem quebrar facilmente, caindo ao chão. Da mesma forma, vagens muito próximas ao solo são difíceis ou, às vezes, impossí- veis de serem colhidas mecanicamente. O momento certo de colheita é muito crucial para a soja. A umidade ideal nos grãos para colheita e armazenamento é 13%. Embora a colheita possa ser iniciada com maiores porcentagens de umidade, al- guns custos com secagem serão necessá- Figura 36. Planta de soja no estádio R8. Figura 37. Seqüência de maturação de vagens e grãos de soja. Da esquerda para a direita, evolu- ção da cor verde (estádio R6) para a cor marrom (ponto de colheita). rios para um armazenamento seguro. Por outro lado, o atraso na colheita, com umi- dade abaixo de 13%, causa aumento nas perdas durante a colheita e no número de grãos danificados, e diminui o peso dos grãos para comercialização. Para reduzir perdas de colheita de- ve-se: dirigir em velocidade apropriada, conferir a abertura do côncavo, a velocida- de do cilindro, as peneiras e a velocidade do ar da ventilação. Estar certo de que as velocidades do molinete e do deslocamen- to da máquina estejam sincronizadas para diminuir as perdas por quebra na platafor- ma de corte. Regular a altura de corte para minimizar perdas. A 9 cm de altura perde- se 5% da produção, e a 16,5 cm de altura perde-se 12%. 19 Como a Planta de Soja Cresce A taxa de incremento de matéria seca na planta de soja é pequena no início, porém aumenta gradativamente durante os estádios vegetativos de desenvolvimento até o R1, quando aumentam o desenvolvimen- to das folhas e a cobertura do solo. Em tor- no de R2, a taxa diária de acúmulo de ma- téria seca pela planta é essencialmente constante até o gradativo decréscimo du- rante o período de enchimento das semen- tes (logo após R6), terminando após R6.5 (Figura 38). O acúmulo de matéria seca ini- cia-se nas partes vegetativas da planta, po- rém, entre R3 e R5.5 transloca-se gradati- vamente para as vagens e grãos em forma- ção (Figuras 10 e 38). A taxa de crescimento das folhas, pecíolos e hastes segue o mesmo padrão da planta como um todo até o início de forma- ção das vagens e grãos, ou seja, até aproxi- madamente R4. Logo após R5.5 a matéria seca é máxima nessas partes vegetativas, quando então inicia-se rapidamente a sua translocação para os grãos em formação. A perda de folhas e pecíolos começa entre os estádios V4 e V5, nos nós vegetativos e pecíolos mais baixos, e progride muito len- tamente para o ápice da planta até logo após o estádio R6 (Figura 38). A partir desse momento, a perda de matéria seca torna-se rápida e contínua até o estádio R8, quando normalmente todas as folhas e pecíolos caem (Figura 36). O crescimento radicular começa com a emergência da raiz primária a partir da germinação da semente. Sob condições favoráveis, a raiz primária e várias raízes laterais crescem rapidamente e podem al- cançar profundidades de 0,8 a 1,0 m no estádio V6. Durante os estádios vegetativos mais adiantados e próximo ao florescimento (de V6 a R2) o sistema radicular se expan- de na sua maior velocidade. A maior parte desse crescimento ocorre nos primeiros 30 cm de solo, desde que haja umidade ade- quada. Algumas raízes podem estar nos 2,5 cm superficiais do solo. Em R6, sob con- dições favoráveis, as raízes de soja podem atingir profundidades maiores que 1,8 m e se estender lateralmente de 25 a 50 cm. Nesse estádio, as raízes crescem muito len- tamente, porém, algumas continuam o seu crescimento até a maturidade fisiológica (R7). Parte do nitrogênio utilizado pela planta de soja é proveniente da fixação do nitrogênio do ar, realizada pela bactéria Bradyrhizobium japonicum presente nos nódulos radiculares. Essa bactéria infecta as raízes causando a produção de nódulos logo no estádio V1 (Figura 1). Ao longo dos estádios vegetativos de desenvolvimento, o número de nódulos aumenta junto com a taxa de fixação do N 2 (Figura 14). Por volta do estádio R2, a taxa de fixação do N 2 aumenta significativamente, atingindo o seu pico no estádio R5.5, e cai rapidamente a seguir. O florescimento inicia-se no estádio R1 com a abertura da primeira flor entre o terceiro e sexto nó vegetativo da haste prin- cipal, progredindo daí para cima e para bai- xo. As primeiras flores geralmente apare- cem na base de um rácemo (Figura 13). Com o tempo, o rácemo se alonga, enquanto novas flores aparecem progressivamente em direção ao seu ápice (Figura 21). No está- dio R5 a planta completou a maior parte do seu florescimento, porém, um pouco de flores ainda pode abrir nos ramos e nos nós superiores da haste principal. A maioria das flores de soja se autofecunda no momento ou um pouco antes da sua abertura. RESUMO Figura 38. Acúmulo total de matéria seca em diferentes partes da planta de soja. M at ér ia s ec a (1 .0 00 k g/ ha ) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 V E 1 3 5 8 11 14 17 20 R 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias após a 0 20 40 60 80 100 120 emergência Data Maio Junho Julho Agosto Setembro Estádio 22 A redistribuição dos nutrientes mi- nerais a partir de partes mais velhas da planta para as mais novas em crescimento é a fonte primária de alguns nutrientes. Alguns nutrientes são muito móveis na planta e são prontamente translocados de um órgão velho para um mais novo. A redistribuição de N (Figura 39), P e S cons- titui-se na fonte primária desses nutrientes para os grãos em formação e resulta em sig- nificativa diminuição desses elementos nas folhas, pecíolos, hastes e vagens, durante o período mais avançado de enchimento das sementes. Entretanto, alguns nutrientes como o Ca são muito imóveis nas plantas, existindo pequena redistribuição dos mes- mos das partes mais velhas para as mais novas em crescimento. A translocação dos nutrientes móveis das folhas para as semen- tes em formação, exceto a do cálcio, faz com que este nutriente apresente-se com maior concentração nas folhas ao final do ciclo de maturação (Figura 41). A redistribuição de outros nutrien- tes na planta geralmente segue um padrão intermediário entre os extremos de alta mobilidade do N e imobilidade do Ca. P e S são muito semelhantes ao N. O K é redistribuído das partes vegetativas para as sementes em formação, porém, não é redistribuído a partir das vagens. Zn e Cu são redistribuídos, mas não na mesma in- tensidade do N. Mn, Mg, Fe, B e Mo são relativamente imóveis, mas não tanto quan- to o Ca. Diferenças marcantes quanto à mo- bilidade do Fe têm sido verificadas entre os diferentes cultivares. Uso de Fertilizantes e Manejo da Fertilidade Quando o solo não pode suprir as necessidades em nutrientes da planta, fer- tilizantes e/ou esterco podem ser adiciona- dos para atender a nutrição das plantas. A absorção de nutrientes adicionados ao solo nem sempre é um processo eficiente. Em boas condições, a recuperação do fósforo e potássio adicionados varia de 5 a 20% e de 30 a 60%, respectivamente, no mesmo ano de adubação. Entretanto, os nutrientes adi- cionados são recuperados nos anos poste- riores. Nutrientes Normalmente Deficientes 1. Nitrogênio: é fixado e prontamen- te disponível à soja pelas bactérias presen- tes no interior dos nódulos radiculares. Em áreas onde a soja nunca foi cultivada há necessidade de inoculação das sementes para suprir a planta com bactérias. A cala- gem de solos ácidos é benéfica. Em condi- ções favoráveis à fixação do N 2 , a necessi- dade de adubação mineral nitrogenada é re- duzida ou eliminada. 2. Fósforo e Potássio: a disponibili- dade desses nutrientes para altos rendimen- tos de soja não é adequada em muitos so- los, de maneira que a adição de fertilizan- tes contendo esses nutrientes deve ser fei- ta. Dependendo do pH do solo a calagem pode ser necessária24. 3. Em solos onde existam condições de deficiência nutricional, a aplicação de outros nutrientes pode ser necessária para atender os requerimentos da planta. S, Fe, B, Mn ou Zn são os elementos que ocasio- nalmente se apresentam deficientes25. Considerações para Altos Rendimentos de Soja As figuras apresentadas neste arti- go indicam que o rendimento produzido pela planta de soja depende da taxa e do tempo de acúmulo de matéria seca. Entre- tanto, para se obter altos rendimentos, é necessário conhecer todas as práticas cul- turais compatíveis com uma produção eco- nômica, aplicadas para maximizar a taxa de acúmulo de matéria seca no grão. Considerar as seguintes práticas de manejo: 1. Calagem e adubação fundamen- tadas em amostragem e análise de solo con- fiáveis. 2. Não cultivar ou plantar em solos muito úmidos. 3. Semear em épocas recomendadas para sua região. 4. Escolher os cultivares melhor adaptados à sua região. 5. As máximas produtividades são obtidas em espaçamentos entre linhas me- nores (20-40 cm) que os ainda utilizados nos EUA, isto é, 75 a 100 cm. 6. Ajustar o estande em função do espaçamento de entre-linhas adotado. 7. Não semear muito profundo: 2 a 4 cm de profundidade é o ótimo na maioria dos solos. 8. Monitorar e controlar plantas da- ninhas, pragas e doenças sempre que pre- ciso. 9. Reduzir ao mínimo possível as perdas de colheita. 24 Nota do tradutor: Com relação aos solos brasileiros, principalmente aqueles localizados no Brasil Central (cerrado), fósforo, potássio e enxofre têm sido os macronutrientes com maior necessidade de correção via adubação, e cálcio e magnésio, via calagem, e manutenção, visando a busca de altas produtividades. 25 Nota do tradutor: Além das necessidades de correção e manutenção da fertilidade com macronutrientes nos solos brasileiros, ultimamente vem merecendo destaque a necessidade de aplicação de alguns micronutrientes, tais como B, Co, Cu, Mn, Mo e Zn. Estes podem ser fornecidos à cultura no momento da semeadura, através de fórmulas fertilizantes completas. No caso de Co e Mo, pode-se fornecê-los via semente, por ocasião do tratamento destas com fungicidas. Uma vez instalada a cultura, preventivamente os micronutrientes B, Co, Cu, Mn e Mo podem ser adicionamente fornecidos por meio da adubação foliar, quando a soja se encontra nos estádios V4 a V5. 23 Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Rua Alfredo Guedes nº 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (019) 433-3254 Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP - Brasil Sócios mantenedores: Potash & Phosphate Institute (USA) Potash & Phosphate Institute of Canada D EV O LU Ç ÃO G AR AN TID A ISR - 40 - 2216/84 ENTREGUE AOS CORREIOS NESTA DATA POTAFOS A HISTÓRIA DO POTASH & PHOSPHATE INSTITUTE HÁ MAIS DE 63 ANOS, o Instituto Ame-ricano de Potassa iniciava uma importan-te e única experiência de cooperação. A data era julho de 1935. O local, Washington, D.C., cerca de três blocos da Casa Branca. A pessoa falando era Dr. J.W. Turrentine, o primeiro presidente do novo Instituto e químico de grande reputação. Era autoridade mundial na produção e uso de potássio. Na ocasião falava não para grande platéia de cientistas, mas para grupo de apenas oito pessoas, o primeiro Conselho de Diretores do Instituto que se for- mava. Era grupo do alto gerenciamento das maiores empresas produtoras de potássio da época, homens de negócios realistas, com o objetivo de vender po- tássio. A mensagem do Dr. Turrentine foi curta e direta: “Cavalheiros, o uso de potássio depende do seu reco- nhecimento como nutriente de planta, que é fator agro- nômico, e da possibilidade do agricultor em comprá- lo, que é fator econômico. Assim, o uso agrícola de potássio deve ser aumentado apenas quando for re- querido pela cultura e lucrativo para o agricultor”. A indústria americana de potássio aceitou esta filosofia e, através do Instituto, por mais de 63 anos aplicou o conceito da integridade científica na direção de seus negócios. Em 1977, com a inclusão de P no programa, o nome foi mudado para Potash & Phosphate Institute... mas o enfoque científico para desenvolvimento de mercado permaneceu o mesmo. Cooperação tem sido a base fundamental. Coo- peração de milhares de pesquisadores, professores, extensionsistas, consultores e autoridades governa- mentais ligados à agricultura – com vendedores, dealers e agricultores lá no campo – na dedicada e sincera busca da verdade.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved