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Capitulo 2 Como Interpretamos um Texto, Notas de estudo de Direito

PORTUGUES1

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 18/08/2010

cristina-alves-14
cristina-alves-14 🇧🇷

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Baixe Capitulo 2 Como Interpretamos um Texto e outras Notas de estudo em PDF para Direito, somente na Docsity! | UNIB / iMCERD BRA! | Comunicação e Expressão Capítulo 2 Professor: Edson Capítulo 2 Professor: Edson COMO INTERPRETAMOS UM TEXTO Caro aluno, Como tem sido as suas leituras? Você lê com frequência? Quando lê, você consegue entender claramente o que o texto quer dizer? Uma das maiores dificuldades encontradas pelos alunos, em relação ao aprendizado de um conteúdo, é a deficiência na leitura e compreensão do sentido dessa leitura. Isto quer dizer que muitos não conseguem entender o que leem ou apenas reproduzem, com as mesmas palavras, o que está escrito na superfície textual, ou seja, naquilo que está escrito ”literalmente” ou mostrado. Abaixo segue uma crônica de Ignácio de L. Brandão, publicada no jornal O Estado de São Paulo. Leia-a atentamente, para entender o que acabamos de falar: Para quem não dorme de touca Na infância, ele era diferente. Acreditava nos outros, acreditava nas coisas. Quando alguém dizia: - Por que não vai ver se estou na esquina? Ele corria até a esquina, olhava, esperava um pouco, reconfirmava e voltava: - Não tem ninguém na esquina. - Quer dizer que voltei. - Por que não me avisou que voltou? - Voltei por outro caminho. - Que outro caminho? - O caminho das pedras. Não conhece o caminho das pedras? - Não. - Então não vai ser nada na vida. Outra vez, numa discussão, alguém foi imperioso: - Quer saber? Vá plantar batatas. Ele correu no armazém, comprou um quilo de batatas e foi até o quintal, plantou tudo. Não é que as batatas germinaram! Houve também aquele dia em que um amigo convidou: - Vamos matar o bicho? - Onde o bicho está? - Ali no bar. - Que bicho? É perigoso? Me dê um minuto, passo em casa, pego a espingarda do meu pai ... - Espingarda? Venha com a sede. - Não estou com sede. - Matar o bicho, meu caro, é beber uma pinga. Capítulo 2 Professor: Edson queria que o sujeito que recebeu essa informação fosse até à esquina a fim de verificar essa informação, porque não haveria necessidade, uma vez que ela já estava bem à sua frente. Na realidade, por meio desses dizeres, o desejo dessa pessoa é que o outro parasse de perturbá-la. No entanto, deverá surgir uma nova pergunta: “Será que eu tenho essas mesmas atitudes em relação à interpretação dos textos?” Infelizmente, muitos ainda têm. Quer fazer um teste? Leia a seguir a fábula de Millôr Fernandes: A RAPOSA E AS UVAS De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes.” E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia risco de despencar, esticou a pata e... Conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes! MORAL: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra. Fonte: (FERNANDES, Millôr. Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991) Se alguém lhe perguntasse “o que você entendeu do texto?”, o que diria? Tente formular, em sua mente, a interpretação do texto. Talvez, tenha conseguido formular a seguinte interpretação: Essa fábula narra a história de uma raposa, que não comia já há quatro dias e que, portanto, estava com muita fome. Ela saiu do areal do deserto e foi a um parreiral que descia por um precipício. Ela olhou e viu que os cachos de uvas eram grandes e maravilhosos. Capítulo 2 Professor: Edson A raposa tentou pegá-los por diversas vezes, mas como não conseguiu, desistiu, dizendo que as uvas estavam muito verdes. Quando estava indo embora, se deparou com uma pedra enorme. Com muito esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra e conseguiu pegá-lo. Colocou o cacho inteiro na boca e o cuspiu imediatamente, por que as uvas estavam muito verdes. Se essa foi a sua interpretação, ela foi apenas uma reprodução do que está na superfície do texto, ou seja, ela é muito parecida com o sujeito da crônica que entendia tudo literalmente. Ao contar essa fábula, a intenção é muito maior do que apenas narrar a história de uma raposa que estava com fome. Então, qual seria a possibilidade de interpretação? Tente enxergar outros significados que estão além das palavras. Por exemplo: Observe que essas questões estão nos fazendo olhar não apenas para aquilo que está dito, mas buscarmos significados que estão além do texto. Isso deve ocorrer na interpretação de todo texto. O que é uma fábula? Qual a relação da fábula com a moral? Capítulo 2 Professor: Edson Ao analisar a fábula “A Raposa e as Uvas”, devemos primeiramente ter o conhecimento de que uma fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história. Ela é muito utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios ou ditos populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” na fábula A lebre e a tartaruga e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em A cigarra e as Formigas. Portanto, sempre que alguém redige uma fábula ele deve ter em mente um ensinamento. Além disso, observamos que na fábula a raposa não tem procedimentos próprios de um animal, mas de ser humano, pois ela falou, empurrou a pedra, armou toda uma estratégia para pegar as uvas etc. Diante disso, uma vez que a fábula sempre procura trazer um ensinamento, devemos analisar a relação que existe entre a narrativa e a moral. Num primeiro momento, o texto parece ter um caráter ingênuo, de uma narrativa aparentemente infantil, conforme apontamos naquela interpretação literal. Contudo, quando observamos alguns elementos textuais que estão presentes na fábula, ampliamos a nossa leitura. Logo no início da narrativa é colocada não uma necessidade fisiológica (a fome da raposa), mas uma questão comportamental (a gula da personagem), dado importante para reforçar a conclusão. Além disso, aparecem várias tentativas do animal em obter o objeto de desejo que alimentaria sua gula, mesmo depois de vários fracassos. Só então a raposa emite um juízo “Ah, também não tem importância. Estão muito verdes.” (É bom ressaltar que esse enunciado é precedido das expressões “entre dentes, com raiva”, que evidenciam as condições da raposa no momento em que diz). Capítulo 2 Professor: Edson de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (BRASIL. PCNS: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998, pp. 69-70.) Portanto, o nosso desafio é fazê-lo perceber que há níveis de leitura e entendimento de um texto. Muitas vezes, uma pessoa fica somente no primeiro nível, o da superfície do texto, sendo que o sentido do texto vai muito além. Para ajudar ainda mais no entendimento desse sentido, é necessário saber, também, que tudo é construído dentro de um aspecto ideológico. Quando Millôr Fernandes escreveu a fábula “A Raposa e as Uvas” procurou, conforme analisamos, trazer como ensinamento a repreensão à gula. Para isso, ele parte do princípio que a gula é algo condenado socialmente, uma vez que ela pertence aos sete pecados capitais. Dessa forma, essa fábula confirma os valores sociais, mostrando a gula de forma depreciativa, passível de um julgamento. Agora, suponhamos que uma empresa de alimentos fosse fazer uma propaganda. Você acha que ela seria a favor ou contra a gula? Pegue como exemplo alguns comerciais de alimentos, principalmente quando se trata de algum chocolate: neles, normalmente, aparece uma criança toda lambuzada, pois ela come o doce com tanto prazer, que acaba se sujando toda. Agora me responda: a empresa que faz a propaganda tem a mesma visão de gula presente na fábula ou uma visão contrária? Por que isso ocorre? Percebemos que é uma visão contrária, pois o objetivo dessa empresa é fazer que o leitor consuma o maior número possível de produtos, para que ela obtenha lucros. Portanto, a gula não seria vista como algo maléfico, mas benéfico. Agora, leia o poema a seguir: Aspecto Ideológico? O que é isto? Capítulo 2 Professor: Edson A gula Sorvo delícias em prazeres que mal mastigo... Compenso-me em torrões mascavados de deleite Repasto-me em trouxas douradas de ovos moles Degusto ostras ovadas de luar e empanturro-me em iguarias às quais não ofereço resistência E confesso-me pecadora e escrava desta gula, que leva à mesa, o banquete que me sacia, meu regozijo e conforto, prova das minhas fraquezas. Maria Fernanda Reis Esteves (http://www.luso-poemas.net) Nesse poema, como é vista a gula? É vista como algo aceito ou condenado pelo eu-lírico, ou seja, por aquele que está dizendo o poema? O que o faz ter esse posicionamento? Ao analisarmos o poema, vemos uma pessoa que se declara pecadora e escrava da gula. Embora consciente de que a gula é algo condenado socialmente, ela sente prazer no que faz. E parece não ligar por estar transgredindo os valores sociais. Ela sabe que a gula é uma fraqueza dela, todavia, ela se sente confortável. Essa consciência e esse conforto vêm marcados no poema pelos verbos “sorvo”, “repasto”, “degusto” e “empanturro”, pois estão todos ligados a ação de Capítulo 2 Professor: Edson saborear algo. Esse posicionamento se mostra diferente da fábula e da empresa de alimentos. Então, o que nos leva a ter essas três visões diferenciadas da gula? São os chamados pressupostos ideológicos de cada sujeito constituído no texto. Dessa forma, cabe-nos ver um pouco sobre a questão da ideologia e a linguagem. Segundo Marilena Chauí (O que é ideologia, p. 113), “a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas e de regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar o que devem valorizar e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.” Leia novamente essa definição e pense no que Marilena Chauí quer dizer. Esse é um bom teste para ver o seu nível de leitura. Se você for a um dicionário ou a um livro de filosofia, verá outras definições de ideologia, todavia, essa definição dada por Chauí está bem apropriada ao que estamos falando. Um indivíduo, durante a sua formação vai adquirindo valores sociais, regras de conduta que vão direcionar a sua vida. Ele buscará interpretar os fatos e se expressar de acordo com essas ideias. Por exemplo, se um indivíduo é de uma família em que certas palavras não podem ser ditas porque são proibidas, esse indivíduo sempre as verá dessa forma, por isso, procurará evitá-las. Isso é o que ocorre nos textos, cuja temática é sobre a gula. O modo de ver a gula e falar dela dependerá dessa questão de valores. Esses valores, essas regras e normas são o que formam a ideologia, portanto, o seu significado está ligado a um conjunto de ideias, de pensamentos, das experiências de vida de um indivíduo e é por meio desta ideologia que o indivídio interpreta seu mundo, os textos que lê e as informações que recebe por meio de suas ações e linguagem. Todavia, muitas vezes, a ideologia é utilizada dentro de um aspecto negativo, porque ela pode ser usada como uma forma de mascarar a verdade. Por exemplo, quando o patrão diz aos empregados que quanto mais eles produzirem, mais Capítulo 2 Professor: Edson Alegria, Alegria Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou... O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou... Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot... O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou... Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não? Por que não? Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou... Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Como Nossos Pais Não quero lhe falar, Meu grande amor, Das coisas que aprendi Nos discos... Quero lhe contar como eu vivi E tudo o que aconteceu comigo Viver é melhor que sonhar Eu sei que o amor É uma coisa boa Mas também sei Que qualquer canto É menor do que a vida De qualquer pessoa... Por isso cuidado meu bem Há perigo na esquina Eles venceram e o sinal Está fechado prá nós Que somos jovens... Para abraçar seu irmão E beijar sua menina na rua É que se fez o seu braço, O seu lábio e a sua voz... Você me pergunta Pela minha paixão Digo que estou encantada Como uma nova invenção Eu vou ficar nesta cidade Não vou voltar pro sertão Pois vejo vir vindo no vento Cheiro de nova estação Eu sei de tudo na ferida viva Do meu coração... Já faz tempo Eu vi você na rua Cabelo ao vento Gente jovem reunida Na parede da memória Essa lembrança É o quadro que dói mais... Geração Coca-Cola Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de nove as seis. Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola Capítulo 2 Professor: Edson Eu vou... Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil... Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou... Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Por que não? Por que não? Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso/ 1967 Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo o que fizemos Ainda somos os mesmos E vivemos Ainda somos os mesmos E vivemos Como os nossos pais... Nossos ídolos Ainda são os mesmos E as aparências Não enganam não Você diz que depois deles Não apareceu mais ninguém Você pode até dizer Que eu tô por fora Ou então Que eu tô inventando... Mas é você Que ama o passado E que não vê É você Que ama o passado E que não vê Que o novo sempre vem... Hoje eu sei Que quem me deu a idéia De uma nova consciência E juventude Tá em casa Guardado por Deus Contando vil metal... Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo, Tudo o que fizemos Nós ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Como os nossos pais... Elis Regina Composição:Belchior1976 Geração Coca-Cola Legião Urbana Composição: Renato Russo / Fê Lemos / 1985 Capítulo 2 Professor: Edson Você percebeu que essas músicas foram compostas em três décadas diferentes? A primeira em 1967, a segunda em 1976 e a terceira em 1985. Nelas, encontramos diferenças nos perfis dos jovens que está intimamente ligada com a ideologia dominante da época. Veja a análise!!! Na primeira música, temos um jovem que vive a opressão sofrida nas ruas, nos meios de comunicação, em sua cultura nativa, no seu próprio país na década de 60. A letra denuncia o abuso de poder de forma metafórica: “caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento”; expressa a violência praticada pelo regime: “sem livros e sem fuzil,/ sem fome, sem telefone, no coração do Brasil”; denuncia a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas: “O sol nas bancas de revista /me enche de alegria e preguiça/quem lê tanta notícia?”. Na segunda música, a canção fala sobre o tempo e a juventude, a maturidade e a impotência, a ilusão e a decepção, sobre ganhar e perder. Embora as pessoas sejam tão previsíveis e as histórias, inclusive políticas, costumem acabar praticamente sempre “em pizza”, como se costuma dizer no Brasil, o autor nos alerta do quão é importante que façamos a nossa parte. É importante não desistir. Na terceira, temos uma geração marcada pelo consumismo, que procuram para si a praticidade e os produtos importados. É uma juventude que se deixa envolver pelo caminho mais fácil, deixando de lado ideais revolucionários. Como se vê, as idéias produzidas num determinado tempo, numa dada época estão sempre presentes no texto. Por isso, é preciso verificar as concepções e fatos correntes na época e na sociedade em que o texto foi produzido, para ajudar-nos a entender os aspectos ideológicos, ou seja, as crenças, valores e pensamentos relacionados à época e, consequentemente, fazermos uma leitura além da superfície de um texto.
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