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Guias e Dicas
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Técnicas Participativas para Aprender: Sexualidade, AIDS e DST, Manuais, Projetos, Pesquisas de Administração Empresarial

Neste documento, gustavo henrique da costa discute as técnicas participativas para o processo de aprendizagem sobre sexualidade, aids e dst. Ele propõe atividades como andar pela sala, ler situações e desenvolver atividades de discussão e reflexão coletiva. O documento também aborda a importância de saber ouvir, compartilhar sentimentos e estar aberto para ajudar.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 02/09/2010

iris-marinho-jireh-o-deus-da-minha-
iris-marinho-jireh-o-deus-da-minha- 🇧🇷

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Baixe Técnicas Participativas para Aprender: Sexualidade, AIDS e DST e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! LONE a BBEL O ADOLESCENTE SUMÁRIO Apresentação ............................................................................................................................. 7 Introdução........................................................................................................................................ 9 Oficina de Trabalho Para a Prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids Dirigida a Adolescentes .......................................................................11 CAPÍTULO I - SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA EM TEMPOS DE AIDS ........................................................................................................15 Sexualidade e Adolescência em Tempos de Aids .....................................................................17 O Que os Adolescentes Querem Saber Sobre Sexualidade? .................................................................21 Dinâmica: A visita do E.T .........................................................................................................................................23 Sexualidade na Adolescência .................................................................................................................................25 Dinâmica: O Semáforo ................................................................................................................................................26 Sexualidade e Curiosidade .....................................................................................................................................27 Dinâmica: Expressando a Sexualidade .................................................................................................................28 Relações de Gênero ....................................................................................................................................................29 Dinâmica: Por que Tanta Diferença? .....................................................................................................................30 Imagem Corporal ........................................................................................................................................................31 Dinâmica: Espelho Mental ........................................................................................................................................32 Curtindo o Meu Corpo .............................................................................................................................................35 Dinâmica: Beleza e Idealização ...............................................................................................................................36 Como eu me Sinto .......................................................................................................................................................37 Dinâmica: Eu me Gosto ..............................................................................................................................................38 Meus Valores .................................................................................................................................................................39 Dinâmica: A Escada .....................................................................................................................................................40 Tomada de Decisão ....................................................................................................................................................41 Dinâmica: Casos e Acasos .........................................................................................................................................42 Exemplos de Situações ................................................................................................................................................43 Ficha Para Tornada de Decisão ...............................................................................................................................44 Sabendo Dizer Não .....................................................................................................................................................45 Dinâmica: A Balança ...................................................................................................................................................46 Evitando a Gravidez Inoportuna na Adolescência ....................................................................................47 Dinâmica: Cuidando do Ninho ................................................................................................................................48 Roteiro Para Debate: Gravidez na Adolescência .........................................................................49 Sexo Seguro .....................................................................................................................................51 Preservativo Masculino (Camisinha) ............................................................................................53 Dinâmica: Vestindo-se Para a Festa .................................................................................................54 CAPÍTULO II - PREVENÇÃO ÀS DST/AIDS ...................................................................57 Prevenção às DST/Aids ..................................................................................................................59 Estereótipos .....................................................................................................................................61 Dinâmica: A Semente .......................................................................................................................62 Dinâmica: Jogo das Aparências .......................................................................................................63 Medos Relacionados com a Aids ...................................................................................................65 Dinâmica: A Roda da Surpresa ........................................................................................................66 Dinâmica: Nunca Vi Meu Parceiro - QueroTransar! ........................................................................67 Transmissão do HIV e das DST ....................................................................................................69 Dinâmica: Contatos Pessoais ............................................................................................................70 Reflexão Sobre HIV/Aids ...............................................................................................................73 Dinâmica: O Que Pensamos Sobre as DST e a Aids ........................................................................74 Vivendo com HIV/ Aids .................................................................................................................75 Dinâmica: Refletindo Sobre Sentimentos ........................................................................................76 Dinâmica: O Ganho da Reconstrução ..............................................................................................77 Discriminação n79 Dinâmica: E A Canoa Virou ............................................................................................................80 Dinâmica: Revivendo .......................................................................................................................81 Solidariedade ..................................................................................................................................83 Dinâmica: Aids no Mundo do Adolescente .....................................................................................84 Dinâmica: O Trem da Solidariedade ................................................................................................85 Principais Dificuldades Encontradas no Trabalho Educativo de Prevenção ao HIV/Aids ..................................................................................................................87 CAPÍTULO III - PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS ..........................93 Prevenção ao Uso Indevido de Drogas ..........................................................................................95 Dinâmica: Amarras ...........................................................................................................................96 O Que é Droga? ..............................................................................................................................97 Dinâmica: Jogo dos Balões ..............................................................................................................98 Facilitando a Expressão de Mensagens ........................................................................................99 Dinâmica: Mensagem ...............................................................................................................................100 Mudança........................................................................................................................................ 101 Dinâmica: Jogo das Fitas ............................................................................................................... 102 Identificação com o Grupo .......................................................................................................... 103 Dinâmica: Descontração ................................................................................................................ 104 Pressão de Grupo ......................................................................................................................... 105 Dinâmica: Dentro e Fora ............................................................................................................... 106 Mecanismo de Defesa .................................................................................................................. 107 Dinâmica: A Bengala ..................................................................................................................... 108 Elaboração e Construção de Tarefas ......................................................................................... 109 Dinâmica: Jogo dos Bastões .......................................................................................................... 1 l0 A Fantasia da Droga .................................................................................................................... 111 Dinâmica: Fantasma/Bomba .......................................................................................................... 112 Ritual do Uso de Drogas .............................................................................................................. 113 Dinâmica: O Ritual ........................................................................................................................ 114 Refletindo Sobre a Dependência ................................................................................................. 115 Dinâmica: A Bolsa ......................................................................................................................... 116 Realidade Familiar ...................................................................................................................... 117 Dinâmica: Cama, Mesa, Bebê ....................................................................................................... 118 A Família Convivendo com Drogas ............................................................................................ 119 Dinâmica: O Rastro ....................................................................................................................... 120 Posturas ........................................................................................................................................ 121 Dinâmica: Fantoches (Bonecos) .................................................................................................... 122 Solidariedade ................................................................................................................................ 123 Dinâmica: A Trilha ........................................................................................................................ 124 Feliz Adolescer ............................................................................................................................. 125 Dinâmica: Adolescer ..................................................................................................................... 127 Dinâmica: A Forma ....................................................................................................................... 128 ANEXO ...........................................................................................................................................................129 DINÂMICAS DE DESCONTRAÇÃO ................................................................................ 131 Dinâmica: A Rede ......................................................................................................................... 133 Dinâmica: Jogo do Toque .............................................................................................................. 134 Dinâmica: Mensagem nas Costas .................................................................................................. 135 Dinâmica: A Tempestade .............................................................................................................. 136 Dinâmica: Balão no Pé .................................................................................................................. 137 Dinâmica: Dançando com Balões .................................................................................................. 138 Dinâmica: Mudança de Código ..................................................................................................... 139 Dinâmica: Jogo do Jornal .............................................................................................................. 140 INTRODUÇÃO Muito se tem falado e mostrado sobre sexo, aids e drogas nos últimos anos. Os adolescentes têm dúvidas e questionamentos sobre esses assuntos e necessitam ser respondidos de maneira franca e simples. A educação sobre a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST), incluindo a aids, para adolescentes, deve ser iniciada a partir do que eles conhecem, ouvem, têm visto e do que pensam que sabem sobre o assunto. Ao invés de esperar que eles aprendam tudo o que achamos que eles precisam saber, podemos ensiná-los a refletir sobre as informações que já receberam, aprender a manejá-las e tomar decisões seguras para suas vidas. Os adolescentes devem ter consciência de sua responsabilidade para consigo e para com os outros. Uma dessas responsabilidades é compreender a natureza e as causas das DST e da aids, e proteger-se a si e aos outros dos riscos de infecção. O HIV e as DST são transmitidos, principalmente, por meio da relação sexual sem proteção. Por essa razão, os adolescentes precisam aprender sobre aids no início da adolescência, quando estão tomando consciência da sua sexualidade. Entretanto, a maioria dos adolescentes não se considera vulnerável ao risco de infecção pelas DST e pelo HIV, e vê a sexualidade como uma questão romântica. Portanto, a educação sexual e a educação para prevenção às DST e aids iniciadas precocemente, podem levar a um adiamento do início das atividades sexuais dos adolescentes que ainda não tiveram relações sexuais ou à adoção de práticas mais seguras daqueles que são sexualmente ativos. O manual é constituído por 3 unidades: Sexualidade, Prevenção às DST/ Aids e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. Em cada unidade, são apresentadas dinâmicas de trabalho de grupo, que utilizam como metodologia a educação por meio de trocas de experiências, vivências, conhecimentos e atitudes. Procura-se identificar o saber que cada adolescente traz para, a partir disso, introduzir ou aumentar a percepção de risco e orientar a adoção de práticas seguras. 9 Adolescente Nesse processo de formação de multiplicadores, pensamos que o fundamental não está no uso isolado das dinâmicas participativas, mas na concepção metodológica, que orienta o processo educativo. A técnica, por si só, não é formativa nem tem caráter pedagógico. Ela funciona como ferramenta educativa, devendo ser utilizada em função de um tema específico e com um objetivo concreto. Como Utilizar as Dinâmicas Como já foi referido anteriormente, as dinâmicas são uma ferramenta, por isso temos de saber para que servem, quando e como devem ser utilizadas e que precisam estar sempre relacionadas com o objetivo. Quando escolhemos uma dinâmica, devemos ter claro qual objetivo queremos atingir com ela, por isso devemos relacionar a técnica com o objetivo e determinar a atividade a seguir para sua aplicação, de acordo com o número de participantes e o tempo disponível. Quando utilizamos qualquer dinâmica, ela nos dá elementos que motivam a discussão, por isso temos que ter claro onde queremos e podemos chegar com essa técnica. Portanto, devemos conhecer bem a técnica, saber utilizá-la no momento certo e saber conduzi-la corretamente para evitar imprevistos dentro do grupo de trabalho. Uma única dinâmica muitas vezes não é suficiente para trabalhar um assunto. Devemos ter conhecimento de outras dinâmicas de grupo que possam permitir um aprofundamento do tema em questão, bem como entender e conhecer as possibilidades e limites de cada uma delas. As técnicas devem ser fáceis e estar ao alcance de todos para que sejam utilizadas com criatividade. Adolescente 13 C A P Í T U L O I SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA EM TEMPOS DE AIDS CAPÍTULO I - SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA EM TEMPOS DE AIDS Sendo a via sexual uma das formas de transmissão do HIV, saber mais e corretamente a respeito da sexualidade tornou-se uma necessidade para o adolescente. Seu enfoque educativo vai além dos debates sobre práticas sexuais e comportamentos de risco, pois estimula o repensar sobre valores, atitudes internalizadas e ações que se exteriorizam no contexto sociocultural. 15 Adolescente ADOLESCER “Boneca, carinhos... Bonecos, aviões. Cabeça confusa, Responsabilidade, rebeldia, Som, música, sexo, transa, Diversão, namoro... Indecisão, atração, enrolação... Confusão, amor, paixão, medo. Muito criança, Muito adulto, Muita responsabilidade, Muito futuro em jogo... Decisão certa, decisão errada... Futuro perdido...Vida perdida, Vida ganha, Pensar demais, decidir demais Vida jogada fora..., ou... Vida vivida”. (Tatiana Britto da Silveira, 14 anos, Belém - Pará, 1994). 19 Adolescente DINÂMICA: A VISITA DO E.T. Objetivo: Levantar questionamentos relativos à sexualidade, desvinculados de um contexto sociocultural. O que você irá precisar: Sala ampla, 5 cartolinas, 5 pincéis atômicos, fita crepe, adereço para cabeça. O que você deverá fazer: 1 - O facilitador pedirá a todos que caminhem pela sala. 2 - Ele avisará que chegaram E.T.s na Terra e gostariam muito de saber sobre a sexualidade dos humanos. 3 - O facilitador comentará que apareceram 5 jornalistas para conversar com os E.T.s e colocará crachás com a inscrição "Imprensa" em 5 participantes. 4 - Em seguida, o facilitador pedirá que se formem 5 grupos de E.T.s, com 1 jonalista em cada grupo, sentados no chão. 5 - Esses 5 jornalistas irão registrando as perguntas que os E.T.s fizerem sobre a sexualidade dos terráqueos. 6 - Para cada grupo, serão dados 1 cartolina e 1 pincel atômico; e o(a) jornalista anotará os itens mais interessantes perguntados pelos E.T.s e irá procurar respondê-los. 7- A Prefeitura também pretenderá ajudar e enviará 5 consultores da cidade para complementar as dúvidas dos E.T.s. (nesse caso, poderão ser envolvidos outros facilitadores da instituição). 8- Antes de finalizar, o facilitador perguntará se as expectativas dos E.T.s foram atendidas e pedirá aos jornalistas que afixem a matéria da reportagem (as cartolinas) na parede. Pontos para discussão: a) Refletir se é fácil ou não falar sobre sexualidade. b) Por que é fácil para algumas pessoas e difícil para outras? c) Com quem os adolescentes se sentem mais à vontade para conversar sobre sexualidade? Resultado esperado: Ter possibilitado a verbalização de fantasias e assuntos desprovidos das “amarras sociais”, isto é, de preconceitos, estigmas, estereótipos e crendices. Adolescente 23 SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA A discussão sobre sexualidade com adolescentes é tão emocionante quanto a fase efervescente da vida em que se encontram. Apesar de alguns julgarem que a discussão sobre sexualidade está-se tornando uma coisa normal, muitos jovens ainda sentem vergonha e medo de discutir esse assunto. O adolescente geralmente não expõe suas dúvidas ou curiosidades sobre o assunto, por medo de ser taxado de "avançadinha" (as meninas) ou "bolha" (os meninos). Por outro lado, há meninas que preferem discutir esse assunto sem a presença dos meninos, que também não ficam soltos na presença das meninas. Entender e discutir os questionamentos e reflexões dos adolescentes é fundamental para o amadurecimento e desenvolvimento de atitudes responsáveis. A sexualidade é fundamental não só para a reprodução, como também para o bem-estar do ser humano, devendo, por isso, estar relacionada a outros aspectos, como sentimentos, afeto, prazer, namoro, casamento, filhos, projetos de vida etc. Adolescente 25 DINÂMICA: EXPRESSANDO A SEXUALIDADE Objetivo: Discutir com os adolescentes as manifestações da sexualidade. O que você irá precisar: Sala ampla e confortável, cartolinas, folhas de papel, canetas coloridas, revistas c jornais atuais, tesouras e cola. Tempo: 30 minutos. O que você deverá fazer: Trabalho individual: 1 - Pedir aos adolescentes que pensem em algo que tenham visto, ouvido, falado ou sentido sobre sexualidade. 2 - Solicitá-los a guardar esses pensamentos para si. Não é necessário escrever. Trabalho em grupo: 1 - Formar grupos de 5 adolescentes e solicitar que conversem sobre di- ferentes situações em que a sexualidade é manifestada pelas pessoas no ambiente social. 2 - Entregar revistas, jornais, folhas de papel, canetas, tesouras e cola aos grupos. 3 - Solicitar os grupos a montar um painel com as figuras, os anúncios e textos que estejam relacionados com a sexualidade. 4 - Após a elaboração do painel, pedir a cada grupo que eléja um repre- sentante para explicar como foi o processo de discussão e de montagem do painel. 5 - Cada coordenador de grupo coloca seu painel em uma parede da sala e explicará para o grande grupo o seu real significado. 6 - Após as apresentações dos coordenadores, abrir um debate com todos os participantes. 7 - O facilitador poderá fazer uma síntese dos tópicos apresentados e incentivar a reflexão sobre essas manifestações da sexualidade em diferentes culturas. Pontos para discussão: a) Por que as pessoas confundem sexualidade com sexo? b) De que maneiras a sexualidade pode ser expressada? c) Que sentimentos podem estar envolvidos na expressão da sexualidade? d) O que se entende por sexualidade, sensualidade, erotismo e pornô- grafia? Resultado esperado: Ter esclarecido as concepções do grupo sobre sexualidade e suas diferentes formas de expressão. 28 Manual do Multiplicador RELAÇÕES DE GÊNERO “ Q u e m d e v e c u i d a r d a c a s a e d o s f i l h o s é a m u l h e r , o h o m e m c u i d a d o s u s t e n t o d a f a m í l i a ” . ( S e v e r i n o , 3 8 a n o s ) A sexualidade está muito relacionada com o papel que homens e mulheres desempenham socialmente. A sociedade estabelece hierarquicamente papéis sociais para o homem e a mulher, nos quais, não raramente, encontramos o homem colocado em um papel privilegiado. O que a sociedade espera do homem e da mulher é o que se chama de papel sexual. Mas o que é realmente papel sexual? Papel sexual é o modo de se comportar dos indivíduos do mesmo sexo. A sociedade e a cultura de cada povo determinam como homens e mulheres vão incorporar esses papéis, e quem não segue esse padrão, muitas vezes, não é visto com bons olhos. Antigamente, não se admitia que a mulher trabalhasse fora, usasse calças compridas e batom. Atualmente, muitas mulheres desenvolvem trabalhos iguais aos dos homens e se vestem de acordo com a conveniência, condição e ocasião. Apesar da modernização que a estrutura social sofreu nas últimas décadas, observamos que a educação de meninas e meninos continua sendo bem diferenciada. Enquanto os meninos são educados dentro da ótica da competição e agressão, as meninas são educadas para serem delicadas e maternas. E, quando chega a adolescência... Para a moça, vem uma série de proibições: não deve sair sozinha, não pode transar com o namorado etc. Ao passo que, para o rapaz, tudo é permitido e até estimulado: sair só, beber, fumar, voltar para casa de madrugada, ter relações sexuais. Por isso, ao educador cabe a tarefa de desencadear a reflexão e o debate sobre os papéis sexuais carregados de estereótipos (modelos rígidos de comportamento). Não se pretende fazer meras substituições entre as posições sociais que os homens e as mulheres ocupam, mas promover a igualdade de direitos e a equiparação de oportunidades. 29 Adolescente DINÂMICA: POR QUE TANTA DIFERENÇA? Objetivo: Discutir como os participantes percebem os papéis sexuais entre homens e mulheres na sociedade. O que você irá precisar: Sala ampla, folhas de papel sulfite, canetas, cartolinas ou papel manilha. Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Dividir os participantes em 6 grupos: 03 grupos do sexo masculino; 03 grupos do sexo feminino. 2 - Solicitar os 03 grupos do sexo masculino a discutirem em subgrupos: as vantagens de ser mulher; as desvantagens de ser mulher. 3 - Solicitar os 03 grupos do sexo feminino discutirem em subgrupos: as vantagens de ser homem; as desvantagens de ser homem. Após a discussão, deverão preparar uma lista com as referidas vantagens e desvantagens de ser homem ou mulher. 4 - Após a montagem da listagem, cada grupo apresenta seus resulta- dos. Observação: Nesta dinâmica de grupo, é proposital que os garotos pensem sobre as vantagens e, às desvantagens de ser mulher e vice-versa. Dessa forma, um sexo se colocará no lugar do outro. Pontos para discussão: a) Qual a origem dessas diferenças? b) Como essas diferenças são vistas em outras sociedades? c) Como essas diferenças afetam a vida dos homens e das mulheres? d) Quais das vantagens de ser homem ou mulher são reais e quais são estereotipadas? e) É possível ser homem e exercer alguns dos tópicos listados em “mulher” e vice-versa? f) O que significa “masculino” e “feminino”? É o mesmo que “macho” e “fêmea”? Resultado esperado: Membros do grupo terão começado a pensar sobre as diferenças dos papéis sexuais. 30 Manual do Multiplicador Pontos para discussão: a) Os homens e as mulheres estão satisfeitos com suas formas físicas? b) A forma como nos sentimos em relação ao nosso corpo é influenciada pelo que as pessoas do outro sexo acham interessante ou atraente? c) Existem partes do nosso corpo que podemos modificar. Por que e para que? Resultado esperado: Os adolescentes terão vivenciado a oportunidade de tomar consciência das suas mudanças físicas. Adolescente 33 CURTINDO O MEU CORPO “ M e a c h o m u i t o d e s i n t e r e s s a n t e , n a d a f i c a l e g a l p a r a m i m . E u q u e r i a t e r u m c o r p o d e m o d e l o , u n i c a b e l o b o n i t o e r o u p a s b e m t r a n s a d a s . A c h o q u e n u n c a v o u s e r b o n i t a c o m o a s m o d e l o s . S e r á q u e e u a i n d a p o s s o m u d a r ? ” (Rosana,14 anos) Corpo e personalidade transformam-se ao mesmo tempo na adolescência. Também pudera: os hormônios sexuais aumentam rapidamente de quantidade e viajam por todo o organismo. E aí vêm as surpresas, o não saber o que fazer para esconder ou evidenciar mais essas mudanças, que trazem ainda dúvidas sobre a normalidade de suas ocorrências. Não dá para ficar indiferente. A síndrome do "Patinho Feio" toma conta de ambos os sexos. Surgem as comparações com os corpos dos amigos. Ser livre conflitua-se com a necessidade de ser igual aos amigos. A sociedade propõe estereótipos (modelos rígidos) de beleza. As pessoas passam a correr atrás desses modelos, que costumam ser associados ao sucesso, poder, desempenho sexual e plena aceitação social. No entanto, é importante saber que para ser atraente e simpático(a) não é preciso ser bonito(a). O que vale é como expressamos nossos sentimentos aos outros. Mas, para isso, temos que nos gostar por inteiro e entender que nosso corpo é nosso fantástico instrumento de comunicação interpessoal. E precisamos cuidar muito bem dele. Adolescente 35 DINÂMICA: EU ME GOSTO Objetivo: Incentivar os jovens a refletirem sobre sua auto-estima. O que você irá precisar: Sala ampla e confortável, folhas de papel-sulfite, conjunto de fichas coloridas (cor vermelha, amarela, azul, verde, branca), canetas, cola. Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - O facilitador entregará meia folha de papel-sulfite para cada participante e solicita que escreva uma situação extremamente positiva que tem acontecido com ele ultimamente. 2 - No verso da folha, deverá ser escrita uma situação difícil que tenha causado sentimentos negativos. 3 - Assegurar ao jovem que não é preciso colocar o nome. 4 - O facilitador recolherá todas as folhas dos participantes e as guardará consigo. 5 - O facilitador distribuirá o conjunto de fichas coloridas com o seguinte código: vermelho = extremamente chateado(a) amarelo = muito chateado azul = mais ou menos chateado verde = pouco chateado branco = não me chateia 6 - O facilitador explicará que lerá algumas situações que podem ocorrer com qualquer um deles. 7 - À medida que o facilitador for lendo uma frase, cada participante deverá arrancar um pedaço da ficha colorida, de acordo com o código, na proporção em que essa situação afetaria sua, auto-estima. O facilitador dá um exemplo: lerá uma frase e rasgará um pedaço de sua folha de papel, dizendo - "Isso me afeta muito ou não me afeta muito". 8 - O facilitador lerá as situações que julgar adequadas, escritas pelos adolescentes, ou criará suas próprias frases. 9 - Em seguida, solicitará os participantes a colarem ou montarem um quebra-cabeça com os pedaços de papel recortado, relacionando-o à sua auto-estima. Pontos para discussão: a) Identificar situações que incomodam. b) Identificar situações que não interferem na auto-estima. c) Que cores aparecem mais? d) Encontrar alternativas para melhorar sua auto-estima. Resultado esperado: Os participantes obterão clara idéia do conceito de auto-estima e terão também aprendido a manejá-la. Manual do Multiplicador 38 MEUS VALORES O adolescente vive o hoje, o agora... O amanhã é um tempo muito distante...está longe. Muitas vezes, "longe é um lugar que não existe..." É difícil pensar e programar ações para o futuro quando o raciocínio se detém em coisas concretas, reais. Por isso, é importante exercitar o planejamento de ações para o futuro, isto é, fazer um exercício em cima do abstrato, para que os adolescentes aprendam não somente a estabelecer metas, como também a tomar decisões. Os adolescentes precisam de conhecimento e estímulo para tomarem decisões conscientes e não sofrerem influências de grupos que os cercam. Para se estabelecer objetivos, é necessário que eles estejam embasados em um sistema de valores pessoais. Influências diversas interferem na formação desses valores: família, escola, religião, amigos, leituras e mídia em geral. Dessa forma, é conveniente saber escolher valores que ajudem e não prejudiquem a vivência e a convivência das pessoas. Os objetivos podem ser listados para curto, médio e longo prazo, e as etapas para consegui-los devem estar claras. A dificuldade de expressar os valores justifica-se pela demora de algumas pessoas em escrever as palavras, pois dizem que “deu branco”, “a gente pensa pouco sobre isso”. Os valores, geralmente, estão relacionados com instituições (família, igreja, trabalho), sentimentos (amor, paixão, paz, prazer) ou princípios éticos (honestidade, verdade, coerência). Repensar, reordenar, complementar e substituir valores faz parte da dinâmica da vida. Programar ações e responsabilizar-se por elas possibilita ao jovem ter condições de planejar e atuar em seu projeto de vida. Adolescente 39 DINÂMICA: A ESCADA Objetivo: Auxiliar os adolescentes a identificar seus valores de vida e a refletir sobre os mesmos. O que você irá precisar: Sala ampla, folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe. Tempo: 30 minutos. O que você deverá fazer: 1 - O facilitador solicitará que os participantes a caminharem pela sala e a pensarem sobre "O que é mais importante na sua vida"? 2 - O facilitador pedirá a cada adolescente que pegue 1 folha de papel e 1 pincel atômico. 3 - O facilitador pedirá que a folha seja dividida em 3 partes, no sentido do comprimento. 4 - A seguir, o facilitador pedirá que, em cada tira de papel, seja escrita uma palavra que corresponda a um valor da vida do adolescente. 5 - Enquanto isso, o facilitador marcará no chão da sala, com fita-crepe, 3 degraus de uma escada. 6 - Certificando-se de que todos terminaram, o facilitador pede que cada adolescente que vá até os degraus e coloque uma tira com a palavra escrita em cada degrau, em ordem decrescente de importância. Pontos para discussão: a) No início da dinâmica, foi difícil detectar os principais valores? (“deu branco?”) b) Que valores aparecem mais? Que tipos de valores são? c) Por que eles não estão na mesma escala de prioridade? d) Durante nossa vida, esses valores se modificam? Por quê? e) Qual a relação entre os valores de vida e a prevenção? Resultado esperado: Os participantes terão um melhor entendimento sobre os próprios valores de vida e sobre a diversidade de valores de outras pessoas. Manual do Multiplicador 40 EXEMPLOS DE SITUAÇÕES: Situação 1 “ Q u a n d o c o n h e c i m e u v i z i n h o , é r a m o s s ó a m i g o s . C o m o p a s s a r d o t e m p o a c a b a m o s s a i n d o j u n t o s e , h o j e , a p e s a r d e j á t e r s e m u d a d o , e l e v e m t o d o s o s d i a s n a m i n h a c a s a . C o m o e s t á e s t u d a n d o , n ã o q u e r s e p r e n d e r a n i n g u é m . S ó q u e r t r a n s a r , m a s n ã o s o m o s n a m o r a d o s . S e r á q u e s e e u t r a n s a r , e l e f i c a c o m i g o ? ” (Revista Meu Amor, nº 39) Situação 2 “ T i v e u m a c r i a ç ã o m u i t o r e p r e s s o r a . M e u s p a i s n ã o m e d e i x a m n a m o r a r , n e m s a i r c o m m e u s a m i g o s . A g o r a , e s t o u a p a i x o n a d a p o r u m g a r o t o q u e m e c u r t e u m m o n t e , s ó q u e e l e u s a d r o g a s e e u q u e r o a j u d á - l o a s a i r d e s s a . ” Situação 3 A l e x , 1 6 a n o s , n a m o r a M a r i n a d e 1 7 a n o s h á q u a s e u m a n o . E l e e s t á t e r m i n a n d o o 2 º g r a u e e s t á e m d ú v i d a s e v a i p a r a a U n i v e r s i d a d e o u s e c o m e ç a a t r a b a l h a r . S e u s p a i s n ã o s ã o r i c o s e à s v e z e s a t é e n f r e n t a m d i f i c u l d a d e s . H á u m a s e m a n a , M a r i n a l h e c o n t o u q u e a c h a q u e e s t á g r á v i d a . A g o r a A l e x t e m q u e t o m a r u m a d e c i s ã o e m s u a v i d a . Situação 4 ” T e n h o 1 5 a n o s , e s t u d o e e s t o u g o s t a n d o d e u m c a r a m a i s v e l h o . M i n h a s a m i g a s d ã o a m a i o r f o r ç a p a r a f i c a r m o s j u n t o s . E l e t a m b é m e s t á a f i m . T e n h o m e d o d e m e e n v o l v e r e d e p o i s n ã o d a r c e r t o . O q u e d e v o f a z e r ? ” (Revista Querida, Ano VI nº 100) Adolescente 43 FICHA PARA TOMADA DE DECISÃO SITUAÇÃO Nº: VANTAGENS: DESVANTAGENS: ALTERNATIVAS: CONSEQÜÊNCIAS: DECISÃO: Manual do Multiplicador 44 SABENDO DIZER NÃO Transar ou não transar... Que dúvida... Será que é a hora e eu me sinto preparada (o) para isso? Há situações em que os motivos para dizer SIM são muitos e as razões para dizer NÃO também. Primeiramente, é importante identificar os próprios sentimentos, e isso é uma habilidade que se aprende. Dessa forma, as relações sociais podem se tornar mais transparentes, mais objetivas, estabelecendo-se limites e possibilidades. Discordar de alguém faz parte da maturidade e indica que há formas divergentes de pensar, sentir e agir. Não importa que surjam afirmações generalizados, como "Todo mundo faz isso", "Se não entrar nessa, você está fora do grupo". O importante não é seguir a maioria e sim amadurecer a decisão a ser tomada. Há muitas maneiras de dizer NÃO, como há pessoas que reagem de formas diferentes à negação. É adequado dizer NÃO quando não se tem certeza do que se quer, quando não se sente pronto(a), quando não se tem vontade, mesmo sob pressão. E dizer com segurança "Não gosto de ser pressionado(a)". Há casos em que a necessidade de refletir sobre a decisão pode adiar a resposta, como "Pensarei sobre isso". Se determinadas situações foram bem pensadas, não há porque temer o fato de desagradar alguém. Refletir, amadurecer e falar diretamente dos sentimentos e das decisões a outra pessoa é saber viver com coerência e autonomia. Adolescente 45 DINÂMICA: CUIDANDO DO NINHO Objetivo: Trabalhar com o grupo as questões relacionadas com a maternidade/ paternidade precoce e com a responsabilidade de suas ações. O que você irá precisar: Sala ampla e confortável, 1 ovo cru de galinha por participante, canetas hidrográficas. Tempo: 15 minutos em sala de aula e 5 a 7 dias no cotidiano. O que você deverá fazer: 1 - Marcar os ovos previamente: uma cor para o sexo feminino, outra para o sexo masculino, duas marcas para gêmeos e um asterisco ou uma trinca para alguma necessidade especial (deficiência). 2 - Distribuir 1 ovo por participante ou 2 ovos com a marca de gêmeos e explicar que ele simboliza um recém-nascido que será cuidado pelo garoto ("pai") e pela garota ("mãe"). 3 - Estimular os adolescentes a personalizarem seu "bebê", pintando um rosto, fazendo-lhe um ninho. 4 - Estabeleçer o compromisso de levarem seu "bebê-ovo" a todos os lu- gares a que forem, pelo prazo de tempo estipulado pelo facilitador. 5 - Siolicita-los a trazer os "bebês" no último dia do encontro ou do cur- so. 6 - Anotar os depoimentos e as histórias ocorridas com o "bebê" e com o participante. Pontos para discussão: a) Como o "bebê-ovo" interferiu na vida diária de cada adolescente? b) Que sentimentos surgiram? c) Que dificuldades apareceram durante o processo? d) Como foram interpretadas as quebras dos ovos? e) Por que há pessoas sem filhos? f) Algum "bebê-ovo" foi seqüestrado? Como evitar? e) Que aprendizado resultou dessa dinâmica? Resultado esperado: Os participantes terão vivenciado o sentimento de responsabilidade que envolve a maternidade e a paternidade precoce (ter filhos) e o cuidado com os filhos. Manual do Multiplicador 48 ROTEIRO PARA DEBATE: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 1- Mãe adolescente considera-se responsável para cuidar da futura criança? 2 - Se não se considera, quem cuidará da criança? 3 - Como será acompanhada a gravidez? 4 - Os estudos serão ou não serão interrompidos? 5 - Como se posicionará a mãe solteira? (em relação à família, aos amigos, à escola, ao trabalho?) 6 - Havendo casamento, será ou não por pressão da família? 7 - Como se sustentará o casal adolescente? 8 - Expulsar de casa é a solução? 9 - Nossos avós casavam-se na adolescência e procriavam. Por que? 10 - Se o pai não assumir a criança, que providências você tomará? 11 - O que representa para você ter um filho na adolescência? 12 - O que muda em termos do seu projeto de vida? Adolescente 49 PRESERVATIVO MASCULINO (CAMISINHA) A camisinha continua sendo o acessório sexual mais antigo, barato e disponível em cores e sabores variados. E a maneira mais fácil e mais eficiente de barrar a transmissão de fluidos corporais - sangue, esperma e secreção vaginal — para a prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids. Vale a pena reprisar algumas recomendações sobre o uso da camisinha: ela deve ser guardada em local frio e seco (guardá-la no bolso da calça por muito tempo pode prejudicar o látex); verificar a data de validade na embalagem; abrir a embalagem com cuidado para não furar a camisinha; colocar algumas gotas de lubrificante a base de água, se ela não for lubrificada, para ficar mais fácil desenrolá-lar, só se deve colocá-la com o pênis ereto; antes de desenrolá-la, apertar o receptáculo (ponta), para retirar o ar existente, o que evitará a ruptura durante o ato sexual; desenrolar a camisinha até a base do pênis, evitando que os pelos púbicos enrosquem em sua gola; após a ejaculação, retirá-la do pênis, fechando com a mão a abertura, evitando que o esperma saia da camisinha; jogar a camisinha usada no lixo, pois ela não é reutilizável. Manifestações de adolescentes evidenciam a importância da criação de mensagens educativas, com a expectativa de que a prática da prevenção seja uma realidade para todos. “ O u t r o d i a s a í c o m u m a m i n a q u e d i s s e : N e m u s o . . . E u r e s o l v i f i c a r n a v o n t a d e e n ã o c o r r e r r i s c o ! O s c a r a s s ó f i c a r a m m e a l o p r a n d o . . . A n t e s o u v i r a q u e l e m o n t e d e c o i s a s d o q u e f i c a r e n c a n a d o ” . (Daniel Fagnoni,16 anos) “ T e r u m a c a m i s i n h a c o m o s e f o s s e u m d o c u m e n t o d e i d e n t i d a d e d o q u a l n ã o s e p o d e s e p a r a r ” . (Ana,16 anos) “ N a h o r a H e n c a p e o . . . d o c u m e n t o ” . (Maurício Alonso,14 anos) “ P a r a n ã o s e t o r n a r u m p e s a d e l o , f a ç a s e x o c o m m u i t o z e l o ” . (Catarina,15 anos) 53 Adolescente DINÂMICA: VESTINDO-SE PARA A FESTA Objetivo: Possibilitar aos adolescentes o uso correto do preservativo masculino. O que você irá precisar: Sala ampla, cadeiras dispostas em duas fileiras bem próximas, com espaços laterais entre as cadeiras, preservativos, próteses de pênis de borracha ou objetos simbolizando pênis (cenoura, pepino), lubrificantes a base de água e a base de óleo, doces diversos. Tempo: 30 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Pedir às duplas de adolescentes para sentarem frente a frente. 2 - Orientá-los a que negociem a distribuição da atividade: um parti- cipante pegará o "pênis" e o outro a camisinha masculina. 3 - Solicitá-los a pegar o mais rápido possível cada material e voltar aos seus lugares. 4 - Alertá-los para que coloquem acertadamente o preservativo no "pê- nis". 5 - Pedir ao participante que está com o "pênis" vestido com a cami- sinha que se dirija até o facilitador, por ordem de chegada. 6 - O facilitador solicitará o parecer do grupo ao analisar a colocação cor-reta ou não da camisinha em cada "pênis". 7 - A seguir, o facilitador polemizará sobre a pressa, lembrando o ditado "A pressa é inimiga da perfeição".Além disso, discutirá se a pressa entre parceiros pode ser modificada. 8 - O facilitador irá propor que cada dupla, sem pressa, coloque uma nova camisinha no "pênis", valorizando o momento de encontro, de envolvimento e de descoberta da possibilidade de prazer. 9 - Nesse momento, o facilitador irá propor o debate sobre as diferenças en-tre as duas situações de uso da camisinha. 10 - A seguir, cada dupla encherá ar sua camisinha, esfregará na mesma um lubrificante a base de água e, em seguida, um lubrificante a base de óleo, para testar a sua resistência. (No segundo caso, ocorre o rompimento da camisinha). 11 - O facilitador também apresentará uma camisinha cheia de água, demons-trando a sua impermeabilidade. 12 - Ao final da atividade, o facilitador demonstrará o uso correto do preservativo, no caso de alguma dupla ter encontrado dificuldade para colocá-lo corretamente. 13 - O facilitador poderá distribuir brindes no encerramento da "festa do sexo seguro". Manual do Multiplicador 54 Pontos para discussão: a) Como o fator pressa influi na colocação da camisinha? E, por que pressa? b) Cuidados que devem ser tomados para a guarda e a utilização da camisinha. c) O que fazer quando o parceiro rejeita o uso da camisinha? d) Comparar o cuidado que tomamos quando nos vestimos para uma festa com os cuidados que devemos tomar para nos “vestirmos” para as relações sexuais. Resultado esperado: Os adolescentes terão vivenciado a oportunidade de esclarecer dúvidas quanto ao uso de preservativos, que podem fazer parte dos momentos de prazer. Adolescente 55 PREVENÇÃO ÀS DST/AIDS O impacto da aids em nossas vidas tem sido dramático e sem precedentes. Atualmente, poucas pessoas não têm consciência da existência da aids, embora muitos não saibam o que fazer para se proteger. Os adolescentes precisam e têm o direito de receber informações abertas e claras sobre as doenças sexualmente transmissíveis e a aids, tanto quanto refletir sobre essas questões e integrá-las a suas vidas. Na nossa cultura, a aids está ligada a uma complexa teia de medos, crenças e preconceitos. Isso pode trazer sérias implicações para as pessoas infectadas pelo HIV e conseqüências importantes para desenvolver um programa de prevenção às DST/aids, afim de educar os jovens quanto aos riscos de contrair a doença e quantos às formas de prevenção, levando-nos a iniciar um trabalho pela quebra de crenças e conceitos errôneos. As técnicas trabalhadas desafiam algumas de nossas crenças e comportamentos, oferecem a oportunidade de refletir sobre os mesmo e nos auxiliam a repensar conceitos e valores. Adolescente 57 DINÂMICA: JOGO DAS APARÊNCIAS Objetivo: Demonstrar como estereótipos e interpretações subjetivas interferem na comunicação. O que você irá precisar: Sala ampla e confortável, balões, pedaços de papel, lápis ou canetas, música alegre e movimentada. Tempo: 30 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Entregar um balão vazio e um pedaço pequeno de papel em branco para cada um dos participantes. 2 - Cada pessoa deverá escrever no papel 3 (três) características pessoais, de maneira que, a partir dessas características ela possa ser identificada pelos outros participantes. 3 - A seguir, os participantes deverão dobrar o papel e colocá-lo dentro do balão. 4 - Agora, cada pessoa deverá encher o seu balão. Quando todos os ba- lões estiverem cheios deverão ser jogados todos para cima, ao mesmo tempo, ao som de uma música animada. 5 - Quando a música parar, cada um deve pegar o balão que estiver na sua frente e estourá-lo. 6 - Finalmente, cada participante deverá ler o papel que encontrar dentro do balão e tentar identificar a pessoa que apresenta as características descritas. Pontos para discussão: a) Como adquirimos os estereótipos? b) Por que, muitas vezes, as aparências enganam? c) Os estereótipos influenciam no comportamento e nos sentimentos das pessoas? De que forma? Resultado esperado: Ter discutido os estereótipos conhecidos pela comunidade. Adolescente 63 MEDOS RELACIONADOS COM A AIDS Muitas pessoas sentem medo quando ouvem falar em aids. Há muitas opiniões diferentes sobre a natureza da doença, como se dissemina e quem a contrai. Todos nós fomos educados para seguirmos padrões e comportamentos estabelecidos como corretos, normais e aceitáveis. Assim, quando agimos fora desses padrões, parece que estamos correndo riscos. Geralmente, temos medo daquilo que não conhecemos ou ignoramos. O medo pode levar-nos a formar opiniões errôneas, e nos fazer agir de forma preconceituosa. Mas, em algumas ocasiões, o medo funciona como um freio para as situações de risco. O medo da aids, no início da epidemia, parecia estar relacionado com a desinformação. Entretanto, a tomada de consciência do que é a doença, suas formas de transmissão e as formas de evitá-la não fez diminuir o medo de contraí-la. Adolescente 65 TRANSMISSÃO DO HIV E DAS DST As doenças sexualmente transmissíveis (DST), também conhecidas por doenças venéreas, são geralmente transmitidas e adquiridas através da relação sexual com parceiro(a) infectado(a). Algumas DST como a sífilis e a hepatite podem ser transmitidas também através do sangue. A aids é o estágio de manifestação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) que provoca uma diminuição do sistema de defesa do organismo, deixando-o sem condições de reagir contra o contagio de doenças que chamamos de oportunistas. A transmissão do HIV pode ocorrer por meio do sangue contaminado, por meio das relações sexuais sem proteção, com parceiro(a), contaminado(a) e por meio da mulher grávida portadora do HIV, que pode transmitir o vírus para o bebê durante a gravidez, na hora do parto ou pela amamentação. Adolescente 69 DINÂMICA: CONTATOS PESSOAIS Objetivo: Facilitar a compreensão da transmissão sexual do HIV e das DST. O que você irá precisar: Sala ampla, folha de papel sulfite, lápis ou caneta. Música alegre e movimentada. Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Entregar para cada um dos participantes uma folha (conforme mo- delo), com apenas uma figura já desenhada pelo facilitador. Para cada grupo de 10 participantes, o facilitador deverá desenhar em cada folha apenas uma figura geométrica, sendo: 1 triângulo; 2 quadradinhos (um por folha); 7 círculos (um por folha). 2 - Os participantes deverão dançar pela sala e conversar com seus colegas, com a finalidade de integração. 3 - Em um determinado momento o facilitador deverá solitar os participantes a pararem e a copiarem o desenho do colega que estiver mais próximo. 4 - Esse processo se repetir-se-á por 4 (quatro) vezes. 5 - Após o término da atividade, o facilitador deverá perguntar se os par- ticipantes têem idéia do significado das figuras. 6 - Discutir com o grupo o significado das figuras e o que aconteceu com cada participante. círculo = pessoa sadia quadrado = portador de DST triângulo = portador de HIV Pontos para discussão: a) Quantos participantes começaram o jogo com círculos? b) Quantos participantes começaram o jogo com quadrados? c) Quantos participantes começaram o jogo com triângulos? d) Quantos participantes chegaram ao final do jogo sem triângulos na folha? e) O que significa ter mais de um triângulo na folha? f) O que significa ter mais de um quadrado na folha? g) E possível prever quem é portador de DST/aids, levando-se em conta apenas a aparência física? h) Você se preocupa com a idéia de contrair DST/aids? i) Que relação existe entre as DST e o HIV? Resultados esperados: Os adolescentes saberão discorrer sobre a transmissão sexual do HIV/ DST, cadeia de transmissão, sexo seguro e situações de risco. 70 Manual do Multiplicador REFLEXÃO SOBRE HIV/AIDS A maioria dos adolescentes está bem informada a respeito de fatos básicos sobre HIV, aids e DST, e não é apenas de mais informação que eles precisam. O que eles precisam é de uma oportunidade para se expressar, falar e transmitir as informações recebidas e avaliar sua exatidão e utilidade. Esse exercício envolve ativamente os adolescentes num processo de exteriorização do aprendizado, o sentimento, e da crença, focando-se a compreensão ao invés de simplesmente expor fatos memorizados e decorados. É importante que o adolescente perceba o seu conhecimento e compreensão sobre o assunto, para que possa descobrir e corrigir idéias equivocadas. Esse processo permite retomar a importância das crenças e atitudes preconceituosas nas distorções das mensagens educativas. Adolescente 73 DINÂMICA: O QUE PENSAMOS SOBRE AS DST E A AIDS Objetivo: Auxiliar o adolescente a refletir em seus sentimentos com relação à aids e às DST e a distinguir fatos de crenças. O que você irá precisar: Cartolinas ou papel pardo branco, lápis de cor ou pincel atômico (várias cores), música instrumental tranqüila, por exemplo: "As Bachianas" de Villa -Lobos. Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Formar grupos de 5 (cinco) pessoas. 2 - Entregar para cada grupo uma cartolina e lápis de cor; 3 - Solicitar que cada grupo representar, por meio de desenho, seu sen- timento com relação à aids e às DST. 4 - Cada participante terá de 30 segundos a 1 minuto para expressar sua idéia no papel, sem conversar com os colegas. 5 - O cartaz deverá ir passando por cada um dos participantes do grupo, até que todos tenham expressado a sua idéia. 6 - A seguir, os grupos deverão fazer uma discussão sobre o significado do desenho realizado e escolher um relator para apresentá-lar ao grande grupo. Pontos para discussão: a) Quais os sentimentos comuns ao grupo? b) Como se pode reduzir os mitos e temores em relação às DST/aids? c) Quais as crenças mais comuns em relação às DST/aids? Resultado esperado: Os adolescentes terão feito uma reflexão sobre seus sentimentos, sua visão e suas crenças com relação às DST/aids. Manual do Multiplicador 74 VIVENDO COM HIV/AIDS Ao contrário do que muitos pensam, ter um exame positivo para o HIV não significa que a pessoa vai desenvolver a doença aids. Pessoas portadoras de HIV podem permanecer sadias por muito tempo, e as pessoas com aids podem passar por períodos em que estão doentes, alternados com longos períodos em que se sentem bem. Para entender as atitudes e os sentimentos de um indivíduo que se descobre portador do HIV, nada melhor do que nos imaginarmos no lugar dessa pessoa. Um diagnóstico de infecção por HIV ou aids, ou mesmo a discussão da possibilidade de uma pessoa estar infectada, é muito estressante. Essa situação poderá trazer implicações importantes, seja do ponto de vista social, econômico ou afetivo, ou em relação a mudanças, perdas e adaptações pelas quais passam o indíviduo afetado e a família. Os pacientes podem sentir-se impotentes para resolver os problemas que se apresentam, necessitando de apoio e estímulo para melhorar a qualidade vida. Adolescente 75 DISCRIMINAÇÃO Em uma cultura como a nossa, a aids liga-se a uma complexa rede pré- existente de medos, crenças e preconceitos. Isso, freqüentemente, traz implicações de ordem psicossocial para as pessoas infectadas pelo vírus, as quais além de terem que manejar seus conflitos internos calcados nas incertezas profissionais e afetivas, ainda têm que enfrentar preconceito e discriminação. Algumas pessoas reagem com temores e atitudes discriminatórias de diferentes intensidades, ao se depararem não só com pessoas realmente infectadas pelo HIV, como também com todas aquelas que apresentam alguns sinal que as possa expor à condição de suspeitas de infecção. Esse tipo de reação contribui para intensificar as conseqüências psicológicas e sociais que, freqüentemente, acompanham um diagnóstico de HIV Adolescente 79 DINÂMICA: E A CANOA VIROU Objetivo: Discutir a natureza do preconceito e maneiras pelas quais discriminamos ou não discriminamos alguém. O que você irá precisar: Sala ampla, que permita a formação de grupos, aparelho de som, fita- cassete. Música: "Fulgaz" (Marina Lima e Antônio Cícero). Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Formar grupos de 5 (cinco) a 6 (seis) participantes. 2 - Apresentar ao grupo a seguinte situação: Cada grupo está em um barco em alto-mar. O barco bate em um recife e pode afundar a qualquer momento. Vem um barco salva-vidas que tem capacidade de transportar todas as pessoas menos uma. Por isso, cada grupo vai excluir um membro, baseado em critérios decididos e aceitos pelo grupo. Tempo: 15 minutos. 3 - Quem for excluído ficará em um lugar da sala pré-fixado discutindo os critérios utilizados para a exclusão e o sentimento de ser excluído. 4 - Os não excluídos discutirão o que se sentem ao terem de excluir alguém do grupo e definir os critérios de exclusão. Pontos para discussão: a) Como interagem as pessoas excluídas e as pessoas que excluem? b) Quais os sentimentos evidenciados pelos excluídos? c) Como o grupo se sente ao ter de excluir alguém? Resultado esperado: Ter promovido uma reflexão sobre atitudes de discriminação e preconceito. Manual do Multiplicador 80 SOLIDARIEDADE “C a m i n h a n d o e c a n t a n d o e s e g u i n d o a c a n ç ã o S o m o s t o d o s i g u a i s , b r a ç o s d a d o s o u n ã o . . . V e m , v a m o s e m b o r a q u e e s p e r a r n ã o é s a b e r Q u e m s a b e f a z a h o r a , n ã o e s p e r a a c o n t e c e r ” . (“Para não dizer que não falei de flores”, Geraldo Vandré) Muito se tem falado sobre solidariedade nos últimos anos, mas pouco se vivencia a real solidariedade. Mas o que significa solidariedade? Solidariedade significa lutar contra o prenconceito e a discriminação, aceitar a pessoa como ela é, ajudando a superar dificuldades, angústias e medos, entender que ninguém se contamina porque quer, ajudar as pessoas que convivem com HIV/aids a terem uma vida normal, oferecendo-lhes apoio e amizade. Para ser solidário, nós precisamos: saber ouvir com discrição os problemas das pessoas; compartilhar os sentimentos; estar abertos para ajudar. “Ser solidário é construir junto com o outro um quadro social que permita o resgate dos seus valores”. Adolescente 83 DINÂMICA: AIDS NO MUNDO DO ADOLESCENTE Objetivo: Refletir sobre o adolescente no contexto ou na realidade da aids. O que você irá precisar: Sala ampla, um globo ou uma bola grande, cartões com as letras da frase: "AIDS/ADOLESCENTES UNIDOS NA ESPERANÇA". Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Entregar a cada participante recebe um cartão com uma letra. 2 - O facilitador colocará, no centro da sala, uma bola, representando o mundo. 3 - Solicitar os adolescentes a compor, com as letras, palavras ou frases relacionados com o assunto. 4 - Deixar que a criatividade corra solta. 5 - Após um tempo, dizer aos adolescentes que eles podem ornamentar o "mundo" (bola) e que as letras formam uma frase "slogan" da campanha. 6 - O facilitador desafia o grupo. 7 - A técnica termina com o mundo ornamentado pelos adolescentes, e, no chão, aparece a frase: "AIDS/ADOLESCENTES UNIDOS NA ESPERANÇA" Manual do Multiplicador 84 DINÂMICA: O TREM DA SOLIDARIEDADE Objetivo: Auxiliar os alunos a refletirem e expressarem sentimentos de solidariedade. O que você irá precisar: Aparelho de som, fita-cassete, música. Tempo: 40 minutos. O que você deverá fazer: 1 - Organizar os participantes em fileiras de quatro ou cinco conforme o número total de participantes. 2 - Cada grupo receberá o nome de um vagão que, junto aos demais, comporá um trem. 3 - O grupo que forma a locomotiva puxará o trem. 4 - Cada parte do trem estará associada a um sentimento de solidariedade escolhido pelo grupo, por exemplo: um vagão representa respeito etc. 5 - O facilitador orientará o grupo da locomotiva a fazer o trem partir só quando estiver completo. A locomotiva deverá formar o trem dizendo: "O trem da solidariedade quer partir, mas falta..." e citará um dos componentes do vagão para dizer em voz alta que sentimento está levando para o grupo que contém o vagão. 6 - Todos os grupos que forem chamados dirão que sentimentos os levam, segurar-se-ão pela cintura e irão juntar-se à locomotiva, que já começará a caminhar e a fazer evoluções pela sala; 7 - Quando o trem estiver completo, sai pela sala gritando o nome dos sentimentos que estará levando. Pontos para discussão: Sugestões de sentimentos (respeito, amor, amizade, afeto, aceitação, honestidade, carinho, compreensão etc). Resultado esperado: Através da manifestação dos sentimentos, os participantes terão feito uma reflexão sobre a solidariedade. Adolescente 85 As casas v i z inhas são at ing idas também. Q u a n d o a t e m p e s t a d e p a s s o u a s o u t r a s c a s a s e s t a v a m d e p é , m a s e s t a c a s a n ã o . In ic ia lmente houve surpresa por a tempestade ter des tru ído ta l casa . E n t ã o , n a m a d e i r a d a c a s a d e s m o r o n a d a , o t r a b a l h o d o s c u p i n s f o i d e s c o b e r t o . As colunas estão cheias de buracos. Agora é fáci l ver o que não se suspei tava antes . A casa t inha, na real idade, se tor- nado muito frági l ” . WHO/GPA/HPR/89.1 Questão n° 1 - Comente o texto acima: Questão n° 2 - O que você entende por Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)? Questão n° 3 - O que causa a aids? “ E l e v i n h a s e m m u i t a c o n v e r s a s e m m u i t o e x p l i c a r E u s ó s e i q u e f a l a v a , c h e i r a v a e g o s t a v a d e m a r S e i q u e t i n h a t a t u a g e m n o b r a ç o e d o u r a d o n o d e n t e m i n h a m ã e s e e n t r e g o u a e s t e h o m e m p e r d i d a m e n t e . E l e a s s i m c o m o v e i o , p a r t i u n ã o s e s a b e p r a o n d e E d e i x o u m i n h a m ã e c o m o o l h a r c a d a d i a m a i s l o n g e E s p e r a n d o p a r a d a , p r e g a d a n a p e d r a d o p o r t o C o m s e u ú n i c o v e l h o v e s t i d o c a d a d i a m a i s c u r t o . ” ("Minha História", Chico Buarque de Holanda) Questão n° 4 - Comente o texto acima: Questão n° 5 - De que maneira se transmite o HIV? Questão n° 6 - Quais são as maneiras que não oferecem risco de transmissão do HIV/aids, mas que a população acredita serem formas de transmissão? Manual do Multiplicador 88 “ A d o e n ç a é o l a d o s o m b r i o d a v i d a , u m a e s p é c i e d e c i d a d a n i a m a i s o n e r o s a . T o d a s a s p e s s o a s v i v a s t ê m d u p l a c i d a d a n i a , u m a n o r e i n o d a s a ú d e e o u t r a n o r e i n o d a d o e n ç a . E m b o r a t o d o s p r e f i r a m o s u s a r s o m e n t e o b o m p a s s a p o r t e , m a i s c e d o o u m a i s t a r d e c a d a u m d e n ó s s e r á o b r i g a d o , p e l o m e n o s p o r u m c u r t o p e r í o d o , a i d e n t i f i c a r - s e c o m o c i d a d ã o d o o u t r o p a í s ” . (Sontag, 1984) Questão n° 7 - Comente o texto acima: Questão n° 8 - Qual a diferença existente entre o portador do HIV e o doente de aids? Questão n° 9 - Se uma pessoa esta infectada pelo HIV, em quanto tempo ela vai desenvolver a doença? “Quem é você? Adivinha, se gostas de mim Hoje os dois mascarados procuram Os seus namorados perguntando assim: Quem é você? Diga logo eu quero saber o seu jogo Que eu quero morrer no seu bloco Que eu quero me arder no seu fogo Eu sou seresteiro, poeta e cantor O meu tempo inteiro, só zombo do amor. . . . . . Mas é carnaval Não me diga mais quem é você Amanha tudo volta ao normal Deixa a festa acabar Deixa o barco correr Deixa o dia raiar que hoje eu sou Da maneira que você quiser O que você pedir Eu lhe dou Seja você quem for Seja o que Deus quiser. . . ” (“Noite dos Mascarados”, Chico Buarque de Holanda) Questão n° 10 - Comente o texto acima: Questão n° 11 - O que significa, na sua opinião, situação de risco? Questão n° 12 - O que é sexo seguro, na sua opinião? Adolescente 89 “Car los , professor de ing lês , t inha 28 anos quando procurou o médico por causa de uma infecção in tes t ina l . O médico desconf iou de suas lesões de pe le e ped iu o tes te ant i -HIV . D ias depo is , Car los fo i buscar o resu l tado dos exames . Passou pe lo ps icó logo , depo i s pe lo médico . “ I s so me fez f icar preocupado e d e s c o n f i a d o . Q u a n d o o m é d i c o m e e n t r e g o u o r e s u l t a d o d o e x a m e , n ã o consegu i fazer ou t ra co i sa senão chorar” , conta Car los . O própr io médico se encarregou de t ratá- lo f r iamente . Ao ver que chorava , perguntou se es tava res fr iado . Car los não respondeu . Saiu do c o n s u l t ó r i o e f i c o u h o r a s n u m p a r q u e , c h o r a n d o . “ N ã o c o n s e g u i a p e n s a r e m n a d a , s ó c h o r a r ” , l e m b r a . D e p o i s r e s o l v e u p r o c u r a r s e u c o m p a n h e i r o . F i c o u n a c a s a d e l e d u r a n t e u m a s e m a n a . N ã o t i n h a c o r a g e m d e v o l t a r p a r a c a s a , c o n t a r p a r a a m ã e s o b r e a d o e n ç a , a b r i r s u a c o n d i ç ã o d e h o m o s s e x u a l q u e a f a m í l i a d e s c o n h e c i a . M a s , a c a b o u v o l t a n d o e r e v e l a n d o t u d o p a r a a i r m ã q u e é m é d i c a . A v i d a s e g u i u s e m g r a n d e s m u d a n ç a s . N o f i n a l d e 1 9 9 2 , C a r l o s t e v e q u e f a l t a r à s a u l a s p a r a u m a c o n s u l t a e a p r e s e n t o u a t e s t a d o m é d i c o . O a n o l e t i v o e s t a v a t e r m i n a n d o , e n t r o u e m f é r i a s e v i a j o u p a r a o n o r d e s t e . S u a s a ú d e i a b e m , s e m p r o b l e m a s . N o c o m e ç o d a s a u l a s , e m 1 9 9 3 , s e u n o m e d e s a p a r e c e u d o q u a d r o d e h o r á r i o s . O i n d e c i f r á v e l cód i go que o méd i co co locara no a te s tado ind i cou , para o d i re tor , q ue o p a c i e n t e e r a p o r t a d o r d o H I V . “ O s p a i s e o s a l u n o s n ã o v ã o q u e r e r que o senhor con t inue dando au la . D e i xe a e sco la e não comente e s se a s s s u n t o c o m n i n g u é m ” , d i s s e f r i a m e n t e o d i r e t o r . Ac uado , Car l o s ob edeceu . E s ta va a pa r t i r da í , como d i z i a Her be r t Dan ie l , c i v i lmente mor to . Depo i s de um per íodo de depres são , p rocu rou u m a d v o g a d o . " A e s c o l a e s t á c e r t a " , f o i a r e s p o s t a q u e o u v i u a o t e n t a r de fender s e u s d i r e i t o s . Ca r l o s con ta tou en tão en t i dades de apo io ao s po r tador e s de AID S , ameaçou denunc ia r a e sco la em p rog ramas de t e l e v i são e consegu i u uma v i t ó r i a : a e s co la l he paga m e i o s a l á r i o m í n i m o , f o r ne c e o s va l e s r e f e i ç ã o e o c o n vê n i o m é d i c o . M a s e l e e s t á p r o i b i d o d e i r a t é l á , é o b r i g a d o a r e c e b e r o d i n h e i r o e m c asa . E a i r m ã m éd i c a t em m ed o d e l e . O s am i go s s um i r am , a m ã e re se r vou um banhe i r o só par a e l e , s e u s t a l he r e s são s epar ados e o s f a l a t ó r i o s g i r a m e m t o r n o d e c o m o e c o m q u e m e l e c o n t r a i u o v í r u s . N ing uém e s tá p reoc upado com o s s eu s s en t imen to s . No ú l t imo ano Car l o s pe r deu s e u companhe i r o , adoeceu , emagreceu 1 8 q u i l o s , mas c o n t i n u a g u a r d a n d o n o a r m á r i o o m a t e r i a l q u e u s a v a p a r a e n s i n a r e a i n d a t e m e s p e r a n ç a . A o s q u e a c r e d i t a m q u e s ã o i m u n e s e q u e A I D S é s i n ô n i m o d e v i d a p r o m í s c u a , C a r l o s l e m b r a q u e s u a v i d a se x ua l c o m e ç o u a o s 2 0 a n o s e q u e e l e t e v e a p e n as t r ê s c o m p an h e i r o s . M a s n ã o s e p r e o c u p a v a c o m a s e g u r a n ç a . “ P e n s a m o s s e m p r e q u e c o m a g e n t e n ã o v a i a c o n t e c e r , n ã o é ? (Publicado na Revista Nova Escola, Agosto, 1994). Manual do Multiplicador 90 CAPÍTULO III PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS Adolescente CAPÍTULO III – PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS Procuramos conscientizar o adolescente a evitar o uso indevido de substâncias psicoativas, por meio de uma abordagem direcionada para a vida. As questões relacionadas com as drogas são trabalhadas dentro de um contexto de valorização da vida e aumento de auto-estima. Os educadores devem selecionar as técnicas mais relevantes e adaptá- las para as necessidades locais. 93 l t PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS O adolescente passa por circunstâncias e situações importantes nesta época de sua vida, tem de suportar transformações físicas e psicológicas que o obrigam a responder a exigências tanto sociais quanto biológicas e intrapsíquicas, nas quais tem de resolver conflitos de dependência e independência, adotar uma identidade pessoal e ser aceito no grupo ao qual pertence, de acordo com condutas socialmente aceitáveis. Esse processo implica o ajuste gradual do adolescente à aquisição de uma nova imagem corporal que vai alcançando com a maturidade e a capacidade de estabelecer relações interpessoais com o meio. Nesta época é normal que pertença a grupos de iguais, para que possa adquirir segurança e equilibrar a auto-estima. Nesse momento, faz-se necessária a presença de figuras positivas, tais como a família e a escola. O adolescente precisa discutir as razões para adotar um comportamento preventivo e aprender a resistir às pressões para experimentar drogas. Precisa, também, aprender a expressar seus sentimentos, opiniões, dúvidas, inseguranças, angústias, medos e preconceitos, e trabalhá-los de forma a que possa enfrentar e resolver problemas e dificuldades do dia-a-dia. O uso de drogas é um comportamento, uma conduta cujas causas precisam ser analisadas para podermos desenvolver um trabalho de educação e prevenção. A educação é o elemento-chave para o trabalho preventivo. Não há dúvida de que é necessário controlar a disponibilidade de drogas, castigar os traficantes e melhorar as condições de vida, mas o que realmente pode livrar os jovens das drogas é uma verdadeira educação preventiva. A educação preventiva é diferente da simples informação ou repressão. Por isso, procuramos conscientizar o adolescente por meio de uma abordagem direcionada para a vida, onde a prevenção ao uso indevido de drogas se encontra dentro de um contexto de valorização da vida e do ser humano. Esse conjunto de técnicas foi selecionado e aborda temas essenciais para a juventude que se depara diariamente com conflitos e desencontros (carências de modelos e perspectivas para o futuro), os quais podem levá-la a uma relação perigosa com as drogas. Assim, as vivências lúdicas visam a trabalhar a prevenção nos seguintes tópicos: aceitação do grupo, curiosidade, pressão social, armadilhas, realidade familiar, sentimentos, fantasias, preconceitos, solidão e busca de ajuda. Adolescente 95
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