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Empregabilidade em Manaus: Adequação no Mercado de Trabalho, Notas de estudo de Administração Empresarial

Uma análise exploratória da empregabilidade na região de manaus, examinando as transformações na relação capital-trabalho e suas consequências para a empregabilidade. O texto discute o conceito de empregabilidade, sua importância no contexto do mercado de trabalho globalizado e as exigências necessárias para se manter competitivo no mercado. Além disso, o documento aborda a evolução do mercado de trabalho em manaus e as bases da empregabilidade.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 03/09/2010

zulivana-lobato-3
zulivana-lobato-3 🇧🇷

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Baixe Empregabilidade em Manaus: Adequação no Mercado de Trabalho e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! Empregabilidade: Uma análise da região de Manaus1 Zulivana Lobato da Silva2 RESUMO: Este artigo tem como finalidade mostrar uma análise exploratória da empregabilidade na região de Manaus – AM dentro do contexto nacional e internacional. O resultado principal encontrado é de que o mercado local ainda é bastante atrativo, mas já exige que a mão-de-obra local apresente muito dos requisitos do conceito empregabilidade para conseguir um bom emprego e mantê-lo. Trabalhos de análise mais específicos também merecem ser desenvolvidos para melhorar o entendimento do mercado local. Palavras-chave: empregabilidade, desemprego, análise mercado. ABSTRACT: This paper has the purpose to show an exploratory analysis of the employability in the Manaus City – Amazon State – regarding the international and national context. The major finding is that the local market is still very attractive but it just requires that the local manpower shows most of the concepts requirements of employability to get a good job and keep it. More specific papers deserve to be developed in order to understand better the local market. Keywords: employability, unemployment, market analysis. INTRODUÇÃO Estamos em uma sociedade em que as mudanças são mais freqüentes a cada dia. Um dos motivos desta aceleração é o processo de globalização que o nosso planeta enfrenta. Este processo também tem realizado transformações na relação capital-trabalho com efeitos sensíveis na empregabilidade. Empregabilidade é um termo criado no mercado brasileiro por MINARELLI (1995). Está relacionado com a capacidade de adequação do trabalhador aos novos requisitos, às novas tecnologias, e à dinâmica nos novos mercados de trabalho. É a capacidade que o profissional deve manter para se proteger dos riscos normalmente encontrados no mercado de trabalho. As inovações tecnológicas, em conjunto com as novas formas de gestão, têm como finalidade reduzir os custos operacionais das instituições e aperfeiçoar os seus recursos. Isto 1Artigo apresentado ao Instituto de Desenvolvimento Econômico, Rural e Tecnológico Dados da Amazônia - Universidade Gama Filho, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista de MBA em Gestão de Pessoas, sob a orientação da Prof. Ângela Vieira, M.Sc. (angelavieira@vivax.com.br). Manaus-AM, Dezembro de 2007. 2Tecnóloga em Marketing – Universidade Paulista – UNIP – Manaus-AM (zulivana@hotmail.com). provoca uma maior quantidade de trabalho para cada profissional e o acréscimo de novas responsabilidades. 1.1 DESEMPREGO GLOBALIZADO O aumento do desemprego em todo o mundo tem aumentado em função destas mudanças. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estimou na virada do século, pouco antes do ano 2000, que o desemprego mundial era de 150 milhões de trabalhadores. A força de trabalho foi calculada, também pela OIT, como sendo de 3 bilhões de trabalhadores. Constatou-se também que 25% a 30% da força de trabalho viviam às custas de benefícios governamentais, subemprego, e atividades informais, sem registro e conseqüentemente sem os benefícios e direitos legais. Um fato agravante na evolução do desemprego é a crise econômica provada pelas constantes instabilidades do mercado financeiro. Como exemplo destas crises, e suas conseqüências, podem ser citados a crise do México em 1994 e 1995, a recessão do Japão e queda das bolsas em 1997, a dissolução da União Soviética em 1998. Soma-se a estas as constantes oscilações do preço do petróleo e ataques de capitais especulativos. 1.2 DESEMPREGO NO BRASIL DA SILVA (2001) destaca que um estudo realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (1999) indicou uma taxa de desemprego de 4,03% em agosto de 1991 e de 7,65% em agosto de 1999. O Brasil possuía em 2001 cerca de 7,6 milhões de desempregados, para uma população economicamente ativa (PEA) de 79,3 milhões. DA SILVA (2001) aponta que isto se deve a diversos fatores, entre os quais se destacam praticamente as mesmas crises externas (México, Rússia, Japão e Tigres Asiáticos). As crises econômicas que abalaram o mercado financeiro mundial na década de 90 não deixaram isento o Brasil, já em 2001 era a oitava economia do planeta. A abertura comercial, iniciada no governo Collor em 1990, que permitiu a entrada de produtos e empresas estrangeiras, eliminou setores inteiros da indústria brasileira, impossibilitadas de concorrer com os preços dos importados. Isto obrigou as empresas a modernizarem-se, a adotar novas tecnologias, buscar a redução dos custos e racionalizar a produção. Estes fatores colaboram para haver uma menor necessidade de mão-de-obra. Constata-se assim que a questão do desemprego não é um fenômeno localizado, não se relaciona a um determinado país ou região geográfica, nem a uma determinada área de conhecimento específica. 2 requerida pelas empresas que aqui se instalaram. Esta evolução na demanda de mão-de-obra pode ser vista na Figura 1 apresentada a seguir. Até o fim da década de 80 a empregabilidade no Pólo Industrial de Manaus não era muito exigida para cada um dos trabalhadores. A demanda era alta, a escassez enorme, e as empresas só conseguiam suprir suas necessidades com a importação de mão-de-obra e a formação da mão-de-obra local em treinamento intensivo, até mesmo fora do Brasil. Entretanto, a partir da década de 90, com a crise mundial tendo reflexo também nas empresas do PIM, as exigências de empregabilidade começaram a ser notadas. Houve um recuo da demanda por empregos na região que só começou a ser recuperada no início do novo milênio. Sendo assim, o mercado de trabalho atual já está acima do que foi registrado no final da década de 80 e Manaus ainda é um pólo atrativo de mão-de-obra para todo o Brasil. Fonte: Suframa (2007) Figura 1: Evolução do mercado de trabalho em Manaus – AM 3 AS BASES DA EMPREGABILIDADE De acordo com SAVIANI (1997), o termo empregabilidade, originário do termo inglês employability, surgiu no Brasil por volta de 1995, em conseqüência das mudanças nas relações de trabalho que se intensificaram nos últimos 4 ou 5 anos. Desde então, tem sido tema de discussão em palestras, seminários e congressos. Embora ainda seja um conceito novo, e pouco compreendido pela grande maioria, traz um alerta de desemprego para todas as 5 pessoas que se acomodaram em sua vida profissional, creditando na segurança e estabilidade no emprego. Na literatura que versa sobre o tema empregabilidade encontram-se duas tendências básicas: a primeira tende a conceituar o fenômeno como uma decorrência dos avanços tecnológicos, de modificações que vêm ocorrendo na estrutura socioeconômica mundial, apresentando uma visão que se pretende isenta do conceito de valor, impregnada de conceitos derivados da ideologia do mercado de produção em massa. A segunda tendência, por seu turno, volta-se para o questionamento da conceituação da empregabilidade, particularmente em seu entrelaçamento com o fenômeno do desemprego em massa, como uma decorrência puramente objetiva, natural e involuntária e, portanto, incontornável do processo histórico. Nesta última perspectiva, a questão deve ser vista em seu caráter mais amplo, de uma nova estratégia do capital em escala global, visando, por um lado, contornar empecilhos de ordem trabalhista e legislativa e, de outro, alcançar a abertura econômica de áreas geográficas, marcadas por barreiras econômicas e tarifárias, entre outras. Para OLIVEIRA (1999), a empregabilidade surgiu com a expansão econômica. A internacionalização do capital e a globalização da economia despertam nas grandes corporações a necessidade de buscar novos mercados, acirrando a disputa por novos consumidores. As empresas, para poderem fazer frente a essa disputa, buscam nas inovações tecnológicas e nos novos modelos de gestão, a competência para se estabelecer nesse novo mercado. Essa reestruturação capitalista impõe aos trabalhadores, por sua vez, a necessidade de estabelecerem novas estratégias de sobrevivência, principalmente quando elas estiverem sendo determinadas pela ocupação de um posto de trabalho. "O conceito de empregabilidade estrutura-se, então, a partir de uma organização econômica que tem como característica a eliminação de postos de trabalho e aumento da competição entre trabalhadores" (OLIVEIRA, 1999, p. 56). O mesmo autor explica, ainda, que a incapacidade das organizações em criar soluções para o desemprego obriga a implementação de mecanismos ideológicos que justifiquem as contradições na sociedade capitalista. O profissional, para se manter dentro do contexto da empregabilidade, deve, segundo MINARELLI (1995), reunir seis condições básicas: adequação vocacional, competência profissional, idoneidade, saúde física e mental, reserva financeira e fontes alternativas, e relacionamentos. Segundo o autor, esses são os 6 pilares que, uma vez conectados e igualmente desenvolvidos, dão segurança ao profissional e conferem a empregabilidade, ou seja, a capacidade de gerar trabalho, de trabalhar e de ser remunerado. Considera que competência é sinônimo de capacitação profissional e com ela a pessoa compete no mercado. 6 Ele afirma que são duras e cruéis as leis de mercado e que as empresas só contratam pessoas bem formadas, profissionais de primeira classe. Diversos autores enumeram as competências essenciais a serem desenvolvidas e/ou aperfeiçoadas, para que uma pessoa se torne empregável. Eis algumas delas: habilidade de trabalhar em equipe; descobrir seus valores pessoais e a contribuição que pode dar à equipe; consciência do todo; visão holística; amplitude profissional, não se limitando somente à sua responsabilidade funcional; criatividade e flexibilidade; capacidade para lidar com os desafios e as incertezas; entusiasmo pelo pensamento criativo e pela inovação; pró-ação, tempestividade e aptidão para tirar lições dos erros; familiaridade com a filosofia da qualidade total e aprendizado contínuo. Num mercado altamente competitivo; aproveitar as oportunidades, sabendo "aprender a aprender" é um exercício individual que necessita de dedicação, esforço e de uma auto-avaliação e posicionamento crítico. Há outras habilidades que já se pressupõe incorporadas ao profissional, como saber mais de um idioma e o manuseio computacional, que não são mais um diferencial competitivo. O mercado de trabalho, por outro lado, prima, cada vez mais, pela ética. O profissional, em um mercado com mudanças constantes, além de suas habilidades, carrega um histórico de seu desempenho. Aquele que é idôneo, honesto, correto e que conduz sua vida dentro dos princípios legais, tem a seu favor as considerações e a admiração das pessoas. MINARELLI (1995) afirma que as principais virtudes de um profissional para ser contratado, recomendado e apresentado são respectivamente: ser idôneo, ser honesto e ser correto e confiável. Conclui ainda que essa questão não admite meio-termo. O profissional é correto, idôneo, honesto, ou não é. Não se considera mais a idéia de "levar vantagem", o que sempre foi um comportamento considerado normal. Os valores básicos como honestidade, o respeito ao próximo, à natureza e ao meio ambiente, ao direito e ao dever de cada um estão ressurgindo e se encontram num processo de reavaliação acelerada. Todos estão reconhecendo esses valores, sejam empregados, clientes e empresários. Se estes últimos não os reconhecerem, colocam em risco o seu negócio. O valor moral, tanto para as empresas como para os funcionários, é, portanto, um entre outros pré-requisitos indispensáveis para se manter no mercado. Outros itens são merecedores dos maiores cuidados se o profissional pretende continuar a ter, entre outros um diferencial competitivo. Quando a saúde física e mental, por exemplo, tem a atenção devida, encontra-se equilíbrio entre o trabalho e o lazer; a obrigação e a diversão; a atividade física e mental e o repouso. Esse equilíbrio, com orientação médica, 7 Pilares Idoneidade; Saúde física e mental, Reserva financeira e fontes alternativas, Rede de relacionamentos (networking). Áreas-chave Prioridade e fixação de objetivos; Proatividade e mudança gerencial; Rede de relacionamento; Aprendizagem continuada; Trabalhar em equipe. Perfil Relacionamento em equipe; Visão global; Liderar mudança; Ser facilitador; Aprendizado contínuo. Elementos Educação formal e continuada; Cultura geral; Ética; Consciência crítica e cidadania; Competência técnica; Espírito empreendedor; Autodesenvolvimento e autotreinamento; Utilização de instrumentos de trabalho. Fonte: PEZZI (2001) com adaptações. 10 CONCLUSÕES O entendimento de trabalho tido no passado não muito distante, em que o funcionário permanecia vinte anos em uma mesma organização, seja esta pública ou privada, não existe mais e os níveis hierárquicos estão sendo eliminados com a delegação de responsabilidades aos poucos detentores de emprego. As organizações empresariais de todas as áreas passaram a ser afetadas pela empregabilidade. Por empregabilidade entende-se a capacidade de aplicar ou conseguir emprego para seus conhecimentos, habilidades e atitudes, adquiridas através de educação e treinamento voltados para as novas tendências e necessidades do mercado de trabalho. A empregabilidade de um trabalhador está fundamentada em um conjunto de características tais como, adequação vocacional, competência profissional, idoneidade e saúde física e mental (de nada adianta competência profissional se o trabalhador não possuir saúde), entre outras. Considera-se que o trabalhador dotado de empregabilidade possua maiores chances de atuar no mercado em função da atratividade que suas habilidades especiais causam em possíveis empresas contratantes. A responsabilidade pela preparação do profissional para atuar no mercado de trabalho deixou de figurar, pelo menos em grande parte, entre as atribuições do Estado e das empresas, tendo como uma das implicações, que as conseqüências da empregabilidade ainda não foram totalmente compreendidas pelo conjunto social. Frente a este panorama, torna-se imprescindível ao trabalhador um contínuo processo de aprendizagem e atualização de conhecimentos e habilidades, como forma de não somente tentar garantir seu emprego, mas preparar-se adequadamente para enfrentar a possibilidade da perda do emprego. Esta nova realidade impõe aos trabalhadores uma necessidade contínua de capacitação para encontrar-se à altura das exigências do mercado de trabalho. Em Manaus esta necessidade de formação e treinamento torna-se maior para a população nativa, que tem que aumentar o seu nível de empregabilidade para ocupar uma posição no mercado local e, para isso, competindo com trabalhadores de outras regiões do país já com uma boa formação e treinamento prévio. Pode-se afirmar, tendo em vista o panorama existente, que o estimulo ao desenvolvimento da mão-de-obra local, como um todo, continuará existindo enquanto houver a Zona Franca com seus incentivos. Parece também, que este mesmo estímulo promoverá uma mudança do perfil de conhecimento e habilidade desta mão-de-obra, a ser pesquisado em outros estudos. 11 Outros pontos específicos da empregabilidade poderiam ser mais bem observados em outros trabalhos a serem desenvolvidos, como, por exemplo: a empregabilidade vista sob o aspecto da idade, do sexo, dos funcionários que estão próximos da aposentadoria e dos novos funcionários entrantes no mercado de trabalho. 12
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