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7036068 - Apostila - de - Seguranca - Do - Trabalho, Trabalhos de Segurança do Trabalho

segurança do Trabalho

Tipologia: Trabalhos

2010

Compartilhado em 20/09/2010

michele-nichimore-2
michele-nichimore-2 🇧🇷

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Baixe 7036068 - Apostila - de - Seguranca - Do - Trabalho e outras Trabalhos em PDF para Segurança do Trabalho, somente na Docsity! 1 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 1.1 – Antecedentes Históricos Antes mesmo do advento histórico da Saúde Pública, ocorrido em 1854 – através da investigação epediomológica de Snow, que descobriu no poço de Broad Street o foco de epidemia da cólera que ameaçava Londres – já havia sugerido a idéia do que seria a Saúde Ocupacional, identificada em Leis do Parlamento Britânico que visavam proteger a saúde do trabalhador. No período de 1760 a 1830, ocorreu a advento da Revolução Industrial na Inglaterra, que deu grande impulso às industrias como conhecemos hoje. A revolução Industrial transformou totalmente as relações de trabalho existentes, pois naquela época praticamente só existia a figura do artesão, que produzia seus produtos individualmente ou com alguns auxiliares e trocava seus produtos por outros, geralmente em um mercado público. Das máquinas domesticas e artesanais, criaram-se às máquinas complexas que exigiam volumosos investimentos de capital para sua aquisição e considerável mão de obra para o seu funcionamento, que foi recrutada indiscriminadamente entre homens e mulheres, crianças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e as relações entre capital e trabalho também iniciaram-se através de movimentos trabalhistas reinvidicatórios. Pressionado, o Parlamento aprovou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno e introduziu medidas de higiene nas fábricas. O não comprimento desta Lei, obrigou o Parlamento Britânico a criar, em 1833, a “Lei das Fábricas”, que estabeleceu a inspeção das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitou a jornada de trabalho para 12 horas diárias e 69 horas por semana. Criou-se, em 1897, a inspetoria das Fábricas como órgão do Ministério do Trabalho Britânico, com o objetivo de realizar exames de saúde periódicos no trabalhador, além de propor a estudar doenças profissionais, principalmente nas fábricas pequenas ou desprovidas de serviços médicos próprio. Paralelamente, em outros países europeus e nos Estados Unidos, adota-se uma legislação progressista em defesa da saúde do trabalhador. Em 1919, é fundada em Genebra, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo como objetivo estudar, desenvolver, difundir e recomendar formas de relações de trabalho, sendo que o Brasil um dos seus fundadores e signatários (veremos adiante alguns dados relativos ao Brasil). 1.2 – Conceito de Saúde Ocupacional Compreende-se por Saúde Ocupacional o segmento da Saúde Publica que tem como objetivo a segurança e higiene do ambiente do trabalho, bem como a saúde do trabalhador. A efetivação deste objetivo envolve uma equipe de profissionais que compreende o médico do trabalho, o ergonomista, o engenheiro de segurança do trabalho, o toxicologista, o enfermeiro, o psicólogo, além é claro do Técnico de Segurança do Trabalho, bem como outros profissionais de nível médio ou superior. Em 1957, o comitê Misto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) a Organização Mundial da Saúde (OMS), reunidos em Genebra, estabeleceram os seguintes objetivos para Saúde Ocupacional e estabeleceram o seu âmbito de atuação: 1 – Promover e manter o mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações; 2 – Prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu trabalho; 3 – Proteger os trabalhadores, em seu trabalho, contra os riscos resultantes da presença de agentes nocivos a saúde; 4 – Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas; 5 – Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho. 1.3 – Conceito de Saúde A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o conceito de saúde como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência da doença”. Outro conceito, sob o enfoque ecológico, afirma que a saúde é um estado de equilíbrio dinâmico entre o individuo e o seu ambiente, considera que a doença ocorreria da ruptura desse mesmo equilíbrio dinâmico. Devemos estabelecer algumas diferenciações que afetam a saúde do trabalhador para que possamos melhor trabalhar estes conceitos, como segue abaixo: Condições de Trabalho: • Ambiente Físico: temperatura, barulho, vibrações, etc. • Ambiente Químico: vapores, fumaças, tóxicos, etc. • Ambiente Biológico. • Condições de Higiene e Segurança. Organização do Trabalho: • Divisão do Trabalho • Conteúdo da Tarefa • Sistema Hierárquico • Modalidades de Comando • Relações de Poder • Questões de Responsabilidades, etc. Portanto, para que possamos estabelecer uma qualidade de vida completa ao trabalhador, ou seja, que ele tenha “Saúde”, devemos atacar todos os problemas de Condições de Trabalho e Organização do Trabalho. Abaixo as 28 Normas Regulamentadoras (Portaria 3214 de 8/jun/1978) NR 01 DISPOSIÇÕES GERAIS NR 02 INSPEÇÃO PRÉVIA NR 03 EMBARGO OU INTERDIÇÃO NR 04 SESMT NR 05 CIPA NR 06 EPI NR 07 EXAME MÉDICO NR 08 EDIFICAÇÕES NR 09 RISCOS AMBIENTAIS NR 10 INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS. NR 12 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. NR 13 CALDEIRAS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO. NR 14 FORNOS NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES NR 16 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS NR 17 ERGONOMIA NR 18 OBRAS DE CONSTRUÇÃO, DEMOLIÇÃO E REPAROS. NR 19 EXPLOSIVOS NR 20 LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS. NR 21 TRABALHOS A CÉU ABERTO NR 22 TRABALHOS SUBTERRÂNEOS. NR 23 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS. NR 25 RESÍDUOS INDUSTRIAIS NR 26 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NR 27 REGISTRO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NR 28 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES NÚMEROS DE ACIDENTES REGISTRADOS – PERÍODO 1970 – 1993 Estática Oficial ANO Número de Trabalhadores Segurados Número de Acidentes Registrados Óbitos Registrados 1970 7.234.022 1.220.111 2.232 1971 7.553.472 1.330.525 2.587 1972 8.148.987 1.504.723 2.854 1973 10.956.956 1.632.696 3.173 1974 11.537.024 1.796.761 3.883 1975 12.996.796 1.916.187 4.001 1976 14.945.489 1.743.825 3.900 1977 16.589.605 1.614.750 4.445 1978 16.638.799 1.551.501 4.342 1979 17.637.127 1.444.627 4.673 1980 18.686.355 1.464.211 4.824 1981 19.188.356 1.270.465 4.808 1982 19.476.362 1.178.471 4.496 1983 19.671.128 1.003.115 4.214 1984 19.673.915 961.575 4.501 1985 20.106.390 1.077.861 4.384 1986 21.568.660 1.207.859 4.578 1987 22.320.750 1.137.124 5.738 1988 23.045.901 992.737 4.616 1989 23.678.607 888.373 4.554 1990 22.755.875 693.572 5.355 1991 22.792.858 629.918 4.464 1992 22.803.065 532.515 3.634 1993 22.722.008 412.293 3.110 TOTAL = 29.135.763 99.373 Alem dos números de acidentes descritos na pagina anterior, temos a seguinte situação aproximada no Brasil em termos de lesões devidos a acidentes do trabalho. (Este número infelizmente não reflete a realidade, pois estão registrados apenas os dados informativos aos órgãos competentes). 4.300 MORTES/ANO 12 MORTES/DIA 500.000 DEDOS/ANO 1370 DEDOS/DIA Fazendo uma analogia, temos também: ⇒ 14 anos de guerra no Vietnã resultou em 43.000 mortes ⇒ 10 anos de acidentes do trabalho no Brasil = 50.000 mortes Alguns Órgãos Públicos Vinculados a Segurança e Higiene do Trabalhador • MTb – Ministério do Trabalho • CRT – Coordenadoria das Relações do Trabalho (antigo DRT – Delegacia Regional do Trabalho) • Secretaria da Saúde. • Prefeitura Municipal (Código de Obras) • Corpo de Bombeiros • Cetesb • Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo • IRB – Instituto de Resseguros do Brasil 1.5 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NOS ESTADOS UNIDOS Atitudes de Segurança por volta de1900 Durante a última metade do século 19, a indústria americana cresceu muito rapidamente. A introdução da energia a vapor e outras técnicas avançadas transformaram o mundo do trabalho. Em conseqüência da revolução industrial, a produção transferiu-se das pequenas companhias que empregavam alguns artesãos habilidosos para as grandes fábricas e usinas. Embora a mudança para o sistema de produção em massa ampliasse muito as técnicas de produção industrial, os setores industriais emergentes pouco faziam para proteger seus empregados contra acidentes ou riscos à saúde. O seguinte comentário é típico de como a maioria do pessoal da indústria se sentia em relação a acidentes, por volta de 1900. “Prevenir Acidentes? Duvido muito! Sou superintendente desta fábrica há mais de 15 anos, e uma coisa eu sei: 95% dos acidentes são resultados de descuidos. Não se pode impedir esse tipo de coisa. Alguns homens estão fadados a ser mortos, não importa o que se procure fazer por eles. Faz parte da natureza humana, creio eu. Não, acho que fazemos tudo o que é possível. Mas no nosso tipo de trabalho haverá sempre uma porção de acidentes”. Naqueles dias, as empresas faziam muito pouco sobre prevenção de acidentes porque gerentes e empregados acreditavam que não havia muito o que pudessem fazer. A maioria considerava os acidentes industriais como subprodutos desafortunados, mas inevitáveis, do próprio trabalho. Fabricar aço, minerar carvão, operar estradas de ferro, fabricar vidro e produtos químicos – e muitas outras atividades industriais eram ocupações tidas como naturalmente perigosas. Os ferimentos, que incapacitavam fisicamente, e as fatalidades eram aceitas como fatos industriais à vida. É muito fácil olhar para trás, agora, e ver como essas atitudes cegavam gerentes, supervisores e empregados para a gravidade do problema de acidente industrial, bloqueando qualquer esforço real para prevenir acidentes. O padrão de ferimentos era igualmente chocante. O relatório final dizia o seguinte: “Anualmente, o Distrito Pittsburgh retira de suas usinas, fábricas, pátios ferroviários e minas, 45 homens com uma só perna; 100 aleijados irrecuperáveis que precisam andar com auxílio de muletas ou bengalas; 45 homens com braços torcidos e inúteis; 30 homens sem um braço; 20 homens com apenas uma das mãos; 60 com perda de metade da mão; 70 com um só olho – e assim por diante, mais de 500 seres humanos fisicamente arruinados”. As estatísticas contavam apenas uma parte da história. O relatório também descrevia o sofrimento mental e físico resultante desses acidentes e chamava atenção para a miséria que a família da vítima devia suportar. O relatório incluía recomendações para mudança. O Levantamento de Pittsburgh dramatizava a gravidade do problema de acidentes industriais, e concluía, Precisava-se fazer alguma coisa! Começa o Movimento de Segurança O Levantamento de Pittsburgh deu o chute inicial na bola. Estudos semelhantes em outros estados produziram os mesmos resultados. Invariavelmente, revelavam uma perda extremamente grande de membros e vidas, e nada se fazia para melhorar a situação. A medida que os fatos se tornavam mais amplamente divulgados, educadores e líderes trabalhistas começaram a se manifestar em favor de reformas. Os legisladores estaduais eram pressionados para se posicionarem, banindo os riscos mais contundentes dos setores: industrial e de mineração. A opinião publica exigia ação corretiva. Leis do Governo Federal O governo federal apoiou o movimento pró-segurança logo no início. Em 1908, um ano após o término do Levantamento de Pittsburgh, o Congresso aprovou a primeira lei de Acidentes de Trabalho. As indenizações especificadas na Lei eram irrisórias, mas o principio de indenização por acidente fora estabelecido. Pela primeira vez nos Estados Unidos, os empregados e suas famílias tinham garantia de algum meio de compensação por ferimentos incapacitantes ou fatais. Dois anos mais tarde, em 1910, foi fundado o Bureau de Minas dos Estados Unidos. Um dos seus principais objetivos era reduzir acidentes no setor industrial de mineração. Em 1913, foi organizado o Bureau de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics) para coletar, tabular e divulgar fatos sobre problemas de saúde e de acidentes industriais. Mais ou menos na mesma época, o Bureau Nacional de Padrões (National Bureau of Standards) começou a estabelecer normas de segurança para equipamentos e materiais industriais. Todos esses eventos tiveram lugar nos seis anos que se sucederam ao Levantamento de Pittsburgh. Muitos Estados Seguem o Exemplo Muitos Estados também corresponderam as novas preocupações. Em 1911, o Wisconsim aprovou a primeira lei estadual efetiva de Acidentes de Trabalho. Em 1915, mais da metade dos estados tinham leis semelhantes. Hoje, todos os estados proporcionam algum tipo de indenização por acedente no trabalho. Estas leis variam de estado para estado, mas todos dão indenização aos empregados acidentados, independentemente da descoberta do culpado. Antigamente, qualquer empregado gravemente acidentado era mandado para casa até que se recuperasse, mas não recebia pelos dias inativos. A partir dessas leis de Acidentes de Trabalho, o movimento pró-segurança aumentou. Quanto às companhias se viram forçadas a indenizar seus empregados por acidentes no trabalho, compreenderam logo que custaria menos tomar medidas para prevenir acidentes do que custear as indenizações e reivindicações por incapacidade física. Portanto, o fator custo tornou-se um incentivo poderoso para as atividades de prevenção de acidentes. 1.6 – PRINCIPAIS ATIVIDADES DE UM TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA INDUSTRIA METALURGICA As atividades do profissional Técnico de Segurança do Trabalho variam de empresa para empresa dependendo de alguns fatores, tais como: o tipo de negócio (mecânico, químico, serviços, etc), o porte da empresa, o local das instalações, e etc...; Daremos a seguir uma descrição de função de uma empresa metalúrgica de grande porte, o que deve ser analisado apenas como exemplo e não como uma regra fixa a ser seguida. 1. Assessorar tecnicamente os Supervisores/Mestres em relação a Segurança do Trabalho e Higiene Industrial, bem como fornecer subsídios para aplicação da Política de Segurança e Higiene da empresa. 2. Auxiliar nas investigações de acidentes e através delas propor ações e recomendações para evitar e reincidência dos acidentes. 3. Auxiliar na elaboração de normas e procedimentos relativos a Segurança e Higiene do Trabalho. 4. Divulgar as mudanças ocorridas e/ou promulgadas na legislação brasileira referente a Segurança do Trabalho e Higiene Industrial. 5. Elaborar e divulgar as Estatísticas de Segurança do Trabalho. 6. Auxiliar na escolha de EPI’s utilizados ou a ser utilizados, garantir a eficiência, conforto e qualidade, bem como auxiliar no desenvolvimento de novos fornecedores. 7. Assessorar a CIPA. 8. Coordenar as atividades da Brigada de Incêndio. 9. Auxiliar nas avaliações ambientais. 10. Assessorar os Supervisores/Mestres nas Reuniões de Segurança. 11. Executar e/ou auxiliar nas Inspeções de Segurança. 12. Executar as Palestras de Integração de Segurança. 13. Acompanhar e orientar os serviços de empresa contratadas em relação a Segurança e Higiene Industrial. 14. Realizar treinamentos específicos na área de Segurança e Higiene Industrial. 2 – DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO O que é um acidente? Todos devem compreender claramente o que é um acidente. Antigamente, considerávamos que um acidente era um erro que resultava em ferimento, mas essa definição, na verdade, era incompleta. Alguns acidentes realmente causam ferimentos, mas os acidentes também danificam ferramentas, máquinas, matéria prima, edifícios, etc..., e certos acidentes têm pouca ou nenhuma conseqüência óbvia. De acordo com a definição legal (Lei número 6367 de 19/10/1976): Vamos analisar o significado da definição em partes: Exercício do Trabalho a Serviço da Empresa Para que uma moléstia ou lesão seja considerada como acidente de trabalho é necessário que haja uma ligação entre o resultado final e o trabalho, ou seja, que o resultado (no caso a lesão ou moléstia) tenha origem no trabalho realizado e em função do serviço realizado Por exemplo, se você assistir uma partida de futebol e sofrer algum tipo de acidente dentro do estádio, não podemos considerar que tenha sido acidente do trabalho. Porém se você trabalhar no estádio e sofrer o mesmo tipo de acidente, aí sim será um acidente de trabalho e você estará coberto pelas leis trabalhistas vigentes no país. Lesão Corporal Lesão Corporal deve ser entendido como qualquer tipo de dano anatômico no organismo, por exemplo, quebra de uma perna, corte na mão, perda de um membro, etc... Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Usando efetivamente as atividades de segurança e saúde para eliminar as causas dos ferimentos sem gravidade tanto estes como os ferimentos graves foram reduzidos gradativamente, nesses locais. A. Investigação de Acidente Sem Ferimentos Há uma série de meios de coletar e estudar os dados de acidentes sem ferimentos. Dois dos mais comuns são a investigação com ausência de ferimentos e uso de uma ferramenta conhecida como técnica de lembrança do incidente. B. Amostragem de Comportamento Uma abordagem ainda mais abrangente da prevenção de acidente é virar a pirâmide ao contrário e concentrar a atenção nos comportamentos perigosos. Ao invés de esperar que ocorram acidentes graves ou leves, ou esperar relatórios sobre “quase acidentes”, é muito mais produtivo fazer uma amostragem rotineira do comportamento do funcionário no trabalho. Como demonstra o diagrama, existem milhares de comportamentos perigosos ocorrendo a cada dia, a cada hora, e qualquer um deles pode se tornar o ponto de explosão para escapar por um triz sem se ferir. Existem muitos sistemas disponíveis para estudo dos comportamentos. Um dos melhores é a Amostragem de Segurança. Seu uso pode ajudar qualquer fábrica a coletar dados básicos necessários para melhorar a prevenção de acidentes. 3 – CAUSAS DO ACIDENTE DE TRABALHO Durante anos, os profissionais da área de segurança basearam seus esforços num axioma duplo, afirmando que: (1) acidentes são causados; e (2) acidentes podem ser prevenidos pela diminuição dessas causas. A partir da década de 60, quando as empresas começaram a introduzir algum tipo de programa de segurança, esses dois conceitos forneceram grande parte da base para os esforços de prevenção de acidentes. Antigamente, os programas de segurança baseavam-se numa definição aberta sobre causas de acidentes incluindo tudo e qualquer coisa relacionada com o funcionário ou seu ambiente que contribuísse para um acidente. Essas causas podiam incluir as ações dos funcionários e colegas ou inércia dos supervisores ou da gerência. Embora tais idéias ainda forneçam um ponto básico de partida para a segurança, a natureza do local de trabalho industrial mudou profundamente, nos últimos anos. Máquinas sofisticadas substituíram a força muscular, computadores eliminaram a papelada, lasers e outros equipamentos automáticos e mudaram a natureza do trabalho. Novos produtos e novas técnicas de processamento introduziram novas preocupações sobre radiação, produtos químico tóxicos, ruído e outras condições de risco. A ergonomia, estudo de como o local de trabalho pode ser projetado para se ajustar às necessidades físicas e de segurança do empregado, foi reconhecida. Introduziram-se novas técnicas de análise de segurança de sistemas para identificar riscos no local de trabalho, nas etapas de instalação de equipamentos, na construção de edifícios e de sistemas sofisticados com antecedência. Hoje, vemos o ambiente de trabalho em termos cada vez mais amplos. Por ambiente queremos dizer não só o ambiente físico, mas também os mecanismos que utilizamos para monitorar as condições de segurança e saúde. Isso inclue o sistema de gerência que indica quem é responsável e quem tem a obrigação de que ações, que procedimentos estão funcionando para descobrir e corrigir riscos, e que treinamento é necessário para ter certeza de que cada funcionário saiba fazer o trabalho que lhe foi atribuído em condições seguras. O ambiente atual também inclue o clima ou cultura da organização; se a gerência e supervisores convenceram ou não os subordinados de que a segurança é uma alta prioridade; se os funcionários acreditam ou não que a gerência está realmente comprometida com segurança; se a gerência e os funcionários percebem corretamente as necessidades recíprocas de segurança e saúde; se os funcionários recebem ou não comunicações regulares sobre segurança; se os supervisores recebem ou não uma avaliação sobre seus respectivos desempenhos em segurança e saúde; ou se existem outros mecanismos para demonstrar o compromisso da companhia com a segurança e saúde ocupacional. Causas de Acidentes – O Modelo da Falha Humana Muitos dos aspectos comportamentais do programa de segurança e saúde citados aqui foram desenvolvidos por Dan Petersen, consultor em segurança industrial. O diagrama de causa e efeito de Petersen, apresentado na página seguinte sugere que todos os acidentes são causados por: (1) um sistema de gerência defeituoso, (2) falha humana, ou alguma combinação dessas duas condições básicas. Nas páginas seguintes examinaremos mais detalhadamente o Modelo de Falha Humana do Petersen. Modelo de Causa (Diagrama de Petersen – simplificado) DIAGRAMA DE PETERSEN É CAUSADO POR FERIMENTO OU PERDA FALHA NO SISTEMA GERENCIAL ACIDENTE OU INCIDENTE DECISÃO DE ERRAR ARMADILHAS EXCESSO DE TRABALHO ERRO HUMANO O modelo de Petersen sugere que qualquer ferimento ou outra perda na área de segurança e saúde para a companhia é resultado final de um acidente ou incidente. Trabalhando da esquerda para a direita através do gráfico podemos ver que o acidente ou incidente é causado ou (1) por uma falha de sistemas gerenciais e (2) por erro humano, ou alguma combinação dos dois. Falha dos Sistemas Gerenciais Os elementos incluídos em uma falha dos sistemas dizem respeito a muitas das seguintes perguntas que os profissionais de segurança fazem diariamente: • A gerencia tem uma declaração de política sobre saúde e segurança? • Quem é responsável e em que grau? • Quem tem autoridade para fazer o que? • Quem é responsável pela segurança e saúde? Como? • Como essas pessoas são medidas em termos de desempenho? • Que sistemas são usados nas inspeções para verificar o que saiu errado? • Como são selecionados os novos empregados? • Como é dada orientação aos novos empregados? • Recebem Treinamento suficiente? • Quais são os procedimentos operacionais padronizados? • Que Padrões são usados? • Como são reconhecidos, avaliados, e eliminados ou controlados os riscos de segurança e saúde? • Que registros são utilizados e como são mantidos? • Qual é o programa médico? Porque as pessoas erram (falha humana) Dan Pertersen classifica os comportamentos perigosos em três categorias ele diz que o erro humano se origina de: Decisão de errar (trabalhar em condições inseguras) Em certas condições, parece lógico ao empregado preferir a ação insegura. As razões dessa decisão poderiam incluir: • Pressão de colegas, exigências de produtividade da gerência, aborrecimento, falta de interesse, ou muitas outras. • Uma atitude mental que dê á pessoa uma razão inconsciente para se acidentar.Isto se chama tendência a acidentes. • Crença que não possa sofrer acidentes. 3. Nível de habilidade As habilidades e informações não são as mesmas. Muitas habilidades exigem o uso das mãos, dos olhos, e de certos músculos de forma coordenada para se obter o resultado desejado. Poucos têm habilidade e coordenação naturais para dirigir um carro-guincho ou para atingir uma bola de golfe na primeira tacada. Nem a maioria das pessoas conseguem operar um guindaste, uma locomotiva ou outro qualquer equipamento industrial pesado sem uma soma considerável de treinamento e experiência. 4. Restrição de tempo Se o meio seguro for mais demorado do que o inseguro, muitos funcionários irão preferir o caminho mais curto, ganhando tempo. Quanto maior a vantagem de tempo oferecida pelo comportamento inseguro, maior a tentação de correr o risco e adota-lo. 5. O meio mais fácil Sempre que o comportamento seguro exigir mais esforço ou aplicação física, podemos prever que alguns empregados prefiram o meio mais fácil. Quanto maior a imposição, maior a tentação. 6. Prevenção de desconforto Quando o comportamento seguro envolver algum desconforto físico (como o uso de equipamento de proteção individual) alguns darão preferência para a alternativa mais confortável. 7. Motivo de atenção Algumas pessoas preferem enfrentar riscos de vida apenas para ganhar a aprovação do grupo ou para atrair a atenção dos colegas. 8. Ressentimento Alguns funcionários se ressentem e reagem á supervisão. Essas pessoas, as vezes, seguem um comportamento perigoso para expressar sua independência ou para se desforrar, da supervisão por injustiça real ou imaginária. 9. Incapacidade física Os funcionários podem ser induzidos aos comportamentos arriscados devido a intoxicação, ressacas, uso de drogas, fadiga, pequenos ferimentos ou outro tipo de incapacidade física. 10. Condições mentais Raiva, frustração, aborrecimento, preocupação, tensão por problemas familiares, tudo isso pode distrair o funcionário e intervir com sua capacidade de concentração para realizar o trabalho em segurança. Exemplos de condições arraigadas de comportamento inseguro A seguinte estória ilustra a importância de se descobrir as razões ou causas arraigadas sob atos inseguros, antes de se decidir sobre ação corretiva. Depois de um registro na área de segurança particularmente medíocre de um grupo de motoristas profissionais, o departamento de segurança procedeu um estudo detalhado sobre o desempenho da frota. Constatou-se que o equipamento mecânico estava em ordem. Os erros dos motoristas eram, obviamente, o problema. Mas que motorista e que erros? Outras análises realizadas mostraram que um grande número de colisões era causado pela distância que o motorista interpunha entre seu carro e o da frente. A experiência indicava que os avisos normais do Departamento de Segurança sobre manter a distância segura tinham pouco efeito, não evitando assim a freqüência dos acidentes. Fez-se, então, um estudo profundo sobre os acidentes recentes e motoristas envolvidos - estudo este destinado a descobrir por que os motoristas não se desempenhavam de acordo com as expectativas - que mostrou resultados surpreendentes. A evidência do estudo indicava que um grupo de motoristas - aquele com os piores registros de acidentes - simplesmente não estavam dirigindo tão bem quanto sabiam. Esses motoristas tinham problemas de disposição de ânimo e apresentavam comportamentos descuidados na direção. O remédio, no caso, foi um programa de contatos mais freqüentes por parte dos supervisores e retorno positivo, quando os resultados melhoraram. O segundo grupo de motoristas não estavam convencidos do que a distância entre seu carro e o carro da frente oferecia perigo. Para estes, foi necessário mais treinamentos em direção defensiva. O terceiro grupo era composto de motoristas com problemas de visão que dificultavam o calculo exato das distâncias. Para estes foram indicados exames oftalmológicos e lentes corretivas. Havia ainda um outro grupo de motoristas muito pressionado em termos de tempo que julgava impossível atender o programa exigido pelos chefes sem dirigir em alta velocidade. Os registros deste grupo melhoraram assim que os programas foram reformulados mais realisticamente. Na situação acima, a gerência usou quatro ações corretivas diferentes para melhorar o desempenho da frota na área de segurança, procurando causas arraigadas dos atos inseguros dos motoristas. 4. ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES INSEGURAS Todo acidente é CAUSADO, e não simplesmente acontece, é por isso que toda vez que ocorre um acidente, por mais simples que possa parecer, nós o investigamos e analisamos, com a finalidade de encontrarmos causas e, em conseqüência, encontrarmos as providências ou recomendações necessárias, para evitarmos a repetição de acidentes semelhantes. Os acidentes ocorrem por falta cometida pelo empregado contra as regras de segurança ou por condição de insegurança que existem no ambiente de trabalho. Podemos classificar basicamente as causa de um acidente de trabalho em dois fatores: ATO ou CONDIÇÃO INSEGURA. Existe uma terceira classificação de causas de acidentes que são as causas naturais, responsável por 1 a 2% dos acidentes. As causas naturais são os fatores da natureza, tais como vulcão, terremotos, maremotos, tempestades, etc, onde a tecnologia não tem controle ou previsões mais confiáveis. Atos e condições inseguras são fatores que, combinados ou não, desencadeiam os acidentes do trabalho. São portanto, as causas diretas dos acidentes. Assim, pode-se entender que prevenir acidentes do trabalho, em síntese, é corrigir condições inseguras existentes nos locais de trabalho, não permitir que outras sejam criadas e evitar a pratica de atos inseguros por parte das pessoas. Tanto as condições como os atos inseguros tem origem mais remotas, em causas indiretas. Esses fatores indireto, porém, podem ser atenuados ou eliminados, de modo a evitar que os últimos elos da cadeia, atos e condições inseguras, venham a propiciar a ocorrência de acidentes ou pelo menos que essas ocorrências se tornem cada vez mais raras. Levantamentos realizados por diversos órgãos e institutos mostraram que a proporção das causas de acidentes é de aproximadamente: ATOS INSEGUROS 80% CONDIÇÕES INSEGURAS 20% 4.1 ATO INSEGURO É a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente, a riscos de acidentes. São esses os atos responsáveis por muitos dos acidentes de trabalho e que estão presentes na maioria dos casos em que há alguém ferido. Nota-se que nas investigações de acidentes, que alguns atos inseguros se sobressaem entre os catalogados como os freqüentes, embora essa maior evidência varie de empresa para empresa. Cabe ressaltar que um funcionário sem treinamento ou que não saiba os riscos inerentes a uma determinada atividade, não deve ser classificado como ato inseguro, mas sim como condição insegura.
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