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Guias e Dicas
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adubação verde em citros, Notas de estudo de Agronomia

Adubos verdes em citrus

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 05/11/2010

joao-george-moreira-6
joao-george-moreira-6 🇧🇷

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Baixe adubação verde em citros e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! 69 Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 28, n. 1, p. 69-72, Abril 2006 ADUBAÇÃO VERDE EM POMAR CÍTRICO1 CARLOS RENATO ALVES RAGOZO2, SARITA LEONEL3, ADALBERTO JOSÉ CROCCI4 RESUMO - A utilização de adubos verdes na citricultura ainda é pouco estudada, embora possa trazer benefícios ao citricultor, do ponto de vista econômico e de preservação dos recursos ambientais. O trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da utilização de adubos verdes em um pomar de laranjeira ‘Pêra’ enxertada em limoeiro ‘Cravo’. Foram empregados quatro tratamentos correspondentes aos adubos verdes avaliados: feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)), labe-labe (Dolichus lablab), feijão-guandu-anão (Cajanus cajan) e braquiária (Brachiaria brizantha – como testemunha). Os adubos verdes foram semeados nas entrelinhas da cultura e posteriormente foram roçados e direcionados para a linha na ocasião do pleno florescimento, 120 dias após a semeadura dos mesmos. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro tratamentos, seis repetições e duas plantas úteis para as avaliações. As características avaliadas foram: peso médio dos frutos, número de frutos por caixa de colheita (40,8 kg), produtividade, teores de matéria seca e de macro e micronutrientes contidos nos tratamentos, bem como rendimento de suco e “ratio”. Os resultados obtidos evidenciaram não haver diferença estatística entre os tratamentos para as características de produtividade das plantas e qualidade dos frutos. O feijão-guandu-anão apresentou o maior teor de matéria seca no primeiro ano de experimentação, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. No segundo ano, diferiu estatisticamente do feijão-de-porco e do labe-labe, produzindo maior quantidade de biomassa. Termos para indexação: Citrus sinensis, Citrus limonia, produção, crescimento, cobertura vegetal, qualidade de frutos. GREEN MANURE IN CITRUS ORCHARD ABSTRACT - The green manures utilization in citrus orchards is little studied yet, therefore can enhance the yield and preserve the nature. The purpose of the experiment was to evaluate the efficiency of the use of green manures on an orchard planted with ‘Pera’ sweet orange, situated Botucatu/SP. Four different treatments were applied: jack bean (Canavalia ensiformis), lab-lab (Dolichus lablab), dwarf guandu (Cajanus cajan) and brachiaria (Brachiaria brizantha) as control. They were sown, then grubbleb and moved directed next to the line plants by the occasion of full flowering. The experimental design was a randomized blocks with four treatments, six replications, and two useful plants per plot. Characteristics evaluated were: average fruits weight, number of fruits per boxes (40,8 Kg), productivity, percentage of dry matter and the contents of macro and micronutrients in the treatments. Also, it was evaluated the juice content and ratio. The results obtained showed that there was no statistical significant differences among green manures in orange yield and the fruits quality. Dwarf guandu showed a higher dry matter content in the first year of experimentation, differing from the other treatments. In the second year, it differed from jack bean and lab-lab, producing a higher quantity of biomass. Index terms: Citrus sinensis, Citrus limonia, yield, growth, green manure, fruits quality. adensadas e compactadas ao longo do tempo; aumento do teor de matéria orgânica do solo; incremento da capacidade de infiltração e retenção de água no solo; diminuição da toxicidade do Al e Mn devido ao aumento de complexificação e elevação do pH; promoção do resgate e da reciclagem de nutrientes de fácil lixiviação; extração e mobilização de nutrientes das camadas mais profundas do solo e subsolo, tais como Ca, Mg, K, P e micronutrientes; extração do fósforo fixado; fixação do N atmosférico de maneira simbiótica pelas leguminosas; inibição da germinação e do crescimento de plantas invasoras, seja por efeitos alelopáticos, seja pela simples competição por luz (Von Osterroht, 2002). O presente trabalho teve como objetivos avaliar possíveis incrementos na produção de plantas cítricas e diferenças em relação à qualidade dos frutos, quando introduzida a técnica da adubação verde em um pomar de laranjeira ‘Pêra’ [Citrus sinensis (L.) Osbeck] e, também, detectar qual o melhor adubo verde a ser empregado. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido na fazenda Três Irmãos, município de Botucatu-SP. O clima da região é do tipo Cwa, segundo a classificação climática de Köeppen (Mello et al., 1994). A precipitação pluviométrica média anual é de 1.445 mm, apresentando temperatura média anual de 21 ºC e evapotranspiração de 700 mm. A denominação do solo do local é Neossolo quartzarênico, de acordo com critérios da Embrapa (1999). A cultivar copa estudada foi a laranjeira ′Pêra′ enxertada em limoeiro ′Cravo′ (C. limonia Osbeck). O pomar comercial está plantado no espaçamento de 7 m entre linhas e 4 m entre plantas e vem recebendo 1 (Trabalho 169/2005). Recebido: 17/10/2005. Aceito para publicação: 08/03/2006. 2 Profª. Drª. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Agronômicas. Departamento de Produção Vegetal. Cx Postal 237. CEP 18603.970. Botucatu- SP. E-mail: sarinel@fca.unesp.br. 3 Engº. Agº. Msc. Doutorando em Horticultura. UNESP/FCA/Botucatu. E-mail: jrragozo@btu.flash.tv.br. 4 Profº. Drº. Universidade Estadual Paulista. Instituto de Biociências. Departamento de Bioestatística. ajcrocci@ibb.unesp.br. INTRODUÇÃO O maior desafio do citricultor é obter um produto que atenda ao mercado consumidor, seja de frutas frescas, seja para a indústria, a custos baixos, alcançando uma renda compatível com o investimento do empreendimento e com o custeio anual que a cultura demanda. A citricultura paulista está localizada em regiões de solos de textura média a arenosa, conforme um estudo de Demattê & Vitti (1992), onde 65% das áreas estudadas apresentaram solos de textura média com teor de argila na superfície de 15% a 35%; 30% com solos de textura arenosa (teor de argila até 15%) e, praticamente, 5% encontravam- se em solos argilosos, o que obriga o produtor a lançar mão de insumos externos para viabilizar a atividade, elevando os custos de produção da fruta cítrica. De acordo com Melarato (1998), a maior parte dos solos tropicais apresenta características semelhantes, principalmente nas áreas onde a citricultura se expandiu nos últimos anos, dentre as quais pode ser destacado o alto grau de intemperização, a acidez elevada, a grande quantidade de alumínio, a baixa capacidade de retenção de cátions e os baixos teores de bases trocáveis. Dentro do contexto de buscar redução dos custos de produção, a utilização da adubação verde cresce no Brasil, apoiada por trabalhos científicos em citros, que mostram os efeitos benéficos desta prática milenar na agricultura (Silva et al., 1999), determinando menos agressões ao meio ambiente (Ambrosano et al., 2000). Segundo estudos científicos e evidências práticas, os adubos verdes desempenham ações em diferentes aspectos da fertilidade do solo, tais como: proteção do solo contra os impactos das chuvas e também da incidência direta dos raios solares; rompimento de camadas 70 Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 28, n. 1, p. 69-72, Abril 2006 os tratos culturais necessários, desde a sua implantação em outubro de 1996. Os adubos verdes utilizados foram: feijão-de-porco (Canavalia ensiformis DC); labe-labe (Dolichus lablab L.); feijão- guandu-anão (Cajanus cajan L. Millsp) e como testemunha, braquiária brizanta (Brachiaria brizantha Hochst ex A. Rich. Stapf). Antes da implantação dos adubos verdes, nas entrelinhas do pomar, foi realizado o controle de ácaros e da braquiária brizanta, para evitar competição com os adubos verdes. Após este manejo, em dezembro de 2003 e de 2004, efetuou-se o plantio direto destas culturas protetoras do solo, sendo aplicado 40 kg/ha de P2O5 na forma de superfosfato simples. O tratamento que continha a braquiária (T4 – testemunha) foi inicialmente roçado, aplicando-se também os mesmos 40 kg/ha de P2O5 na forma de superfosfato simples. Os tratamentos que continham adubos verdes: Tratamento 1-feijão-de-porco; Tratamento 2- feijão-guandu- anão, e Tratamento 3-labe-labe foram semeados em 6 linhas espaçadas a 50 cm a partir da projeção da copa da laranjeira. A quantidade de sementes por metro linear utilizada para o feijão-de-porco, guandu-anão e labe-labe foi 3; 20 e 10, respectivamente. Os tratamentos foram roçados e direcionados para a linha da cultura e, logo em seguida, com o auxílio de um quadrado de madeira de 1 m2, colocado aleatoriamente nas parcelas, efetuando-se o corte do material contido no quadrado. A época de corte ficou estabelecida em 120 dias após a implantação dos mesmos, de acordo com Silva et al. (1999). Foi realizada uma coleta de material fresco, sendo efetuadas quantificações das massas fresca e seca e a análise de macro e micronutrientes contidos em cada amostra, conforme a metodologia descrita por Malavolta et al. (1989). Com esses dados, estimaram-se as quantidades de matéria fresca, seca e nutrientes fornecidos à cultura. No ano de 2003, os frutos foram colhidos em duas etapas, em virtude de duas floradas, característica comum da laranjeira ‘Pêra’. No ano de 2004, houve somente uma colheita. Na colheita, foi mensurado o número e o peso total de frutos por planta (kg) e, logo em seguida, calculados estes valores para caixas de 40,8 kg e também para toneladas por hectare, considerando o estande de 357 plantas/ha. O rendimento de suco foi determinado após esmagamento em extratora e calculado por meio da relação massa do suco/massa do fruto e expresso em porcentagem. O “ratio” foi determinado pelo quociente entre os teores de sólidos solúveis (º Brix) e de acidez titulável (g ácido cítrico/100 g de polpa). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso. A composição das parcelas foi estabelecida da seguinte forma: quatro linhas da cultura espaçadas de 7 m, com quatro plantas por linha, espaçadas por 4 m, ocupando 252 m2. Foram empregados quatro tratamentos, com seis repetições, totalizando 24 parcelas, onde duas plantas úteis foram utilizadas para as avaliações, e as demais funcionaram como bordadura dos tratamentos (Rossetti, 2002). Para as variáveis relativas à matéria seca dos tratamentos, produção e qualidade dos frutos, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) de um delineamento inteiramente casualizado, com os tratamentos no esquema fatorial (Época e Adubos verdes). Todas as comparações de médias foram realizadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância (Cochran & Cox, 1957). RESULTADOS E DISCUSSÃO O número médio de frutos por caixa de 40,8 kg (Tabela 1) diferiu significativamente entre as diferentes épocas de colheita. Também dentro dos tratamentos, o número de frutos por caixa diferiu significativamente quando se compararam a primeira e a terceira épocas de colheita com a segunda, indicativo este que os frutos, por serem de uma safra temporã, são menores, aumentando significativamente sua quantidade por caixa- peso. O peso médio dos frutos (Tabela 2) diferiu estatisticamente entre as três diferentes épocas de colheita submetidas aos diferentes tratamentos. Para o feijão-de-porco e o labe-labe, o peso médio dos frutos diferiu significativamente na primeira e na terceira épocas de colheita, quando estas foram comparadas com a segunda. No tratamento guandu-anão, o peso médio dos frutos diferiu significativamente na primeira e na segunda épocas de colheita, embora o peso médio dos frutos tenha apresentado diferença significativa entre a primeira e a segunda épocas de colheita; quando estes foram comparados com a terceira época, não apresentaram diferença significativa, repetindo os mesmos resultados do número de frutos por caixa. De acordo com Figueiredo (1991), a produção de laranjeira ‘Pêra’ é muito boa, atingindo uma média de 250 kg de frutos por planta. Portanto, em termos de peso médio de frutos, todos os tratamentos possibilitaram um incremento em peso quando comparados com o peso médio citado pelo referido autor. Os resultados das Tabelas 3 e 4 demonstraram não haver diferença significativa de produtividade entre os adubos verdes utilizados quando comparados com a testemunha, nos anos de 2003 e 2004. A utilização dos adubos verdes nas entrelinhas de laranjeira ‘Pêra’ seria uma opção interessante para os citricultores, não somente por possíveis incrementos em produtividade, que poderiam acarretar em função do uso desta prática por vários anos, mas também, pelos outros benefícios oriundos da sua utilização, citados por Von Osterroht (2002) e Neves et al. (1998), os quais reportam que a utilização da adubação Tratamentos Época Feijão-de-porco Guandu-anão Labe-labe Braquiária 20-09-2003 204,2Aa 210,0Aa 204,0Aa 212,3Aa 28-10-2003 263,0Ab 245,0Ab 252,2Ab 246,2Ab 1º-11-2004 230,8Aa 231,0Aab 219,0Aa 223,3Aab CV = 10,8% DMS Trat.= 37,70 DMS Épocas = 34,28 TABELA 1 - Médias relativas ao número de frutos por caixa de 40,8 kg, de pomar de laranjeira ‘Pêra’ [Citrus sinensis (L.) Osb.] submetido a diferentes adubos verdes. Botucatu-SP, 2005. Médias seguidas pela mesma letra na linha e coluna não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância. Maiúscula= tratamentos; Minúscula= épocas de colheita. TABELA 2 - Médias relativas ao peso fresco de frutos em gramas, de pomar de laranjeira ‘Pêra’ [Citrus sinensis (L.) Osb.] submetido a diferentes adubos verdes. Botucatu-SP, 2005. Tratamentos Época Feijão-de-porco Guandu-anão Labe-labe Braquiária 20-09-2003 201,2Aa 195,7Aa 200,8Aa 194,8Aa 28-10-2003 159,1Ab 167,8Ab 162,8Ab 169,8Aa 01-11-2004 178,4Aa 176,8Aab 187,5Aa 182,8Aa CV = 10,19% DMS Trat.= 28,22 DMS Épocas = 25,66 Médias seguidas pela mesma letra na linha e coluna não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância. Maiúscula= tratamentos; Minúscula= épocas de colheita. ADUBAÇÃO VERDE EM POMAR CÍTRICO
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