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A redação de textos técnico-científicos, Notas de estudo de História

Este texto foi preparado com o objetivo de dar algumas indicações sobre as etapas de redação e as características de diferentes tipos de textos técnico-científicos. O texto não pretende ser um manual de redação e sim um roteiro de redação, por isso não discute regras gramaticais.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 11/11/2010

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Baixe A redação de textos técnico-científicos e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 1 A REDAÇÃO DE TEXTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS Marco-Aurelio De Paoli mdepaoli@iqm.unicamp.br Laboratório de Polímeros Condutores e Reciclagem, Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, C. Postal 6.154, 13084-971 Campinas, SP, Brasil. Este texto foi preparado com o objetivo de dar algumas indicações sobre as etapas de redação e as características de diferentes tipos de textos técnico-científicos. O texto não pretende ser um manual de redação e sim um roteiro de redação, por isso não discute regras gramaticais. Ele inclui algumas informações sobre a preparação dos trabalhos, montagem de figuras, unidades a serem usadas, tabelas, bibliografia, etc. Também inclui sugestões de procedimentos para elaborar comunicações para congressos e trabalhos para serem submetidos para publicação. Inclue-se os procedimentos para enviar uma comunicação a um congresso e uma descrição do caminho que cada manuscrito científico percorre até ser publicado. Foi escrito com base na experiência adquirida em três décadas de trabalho científico. [1] O texto está dividido em: I. Projetos. II. Relatórios. III. Dissertações e Teses. IV. Comunicações em congressos. V. Publicações. VI. Figuras e tabelas. VII. Apresentação da bibliografia VIII. Patentes. IX. Bibliografia. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 2 I- Projetos. Um projeto é apresentado para solicitar uma Bolsa de Estudos, um Auxílio à Pesquisa ou como um adendo a um Convênio de Pesquisa. De qualquer forma, é sempre o primeiro passo para o desenvolvimento de um projeto de pesquisas. Por esta razão a sua redação é discutida em primeiro lugar. As etapas da redação de um projeto são: 1. Definição de um tema em termos da duração pretendida, do tempo disponível e do nível do trabalho (estágio técnico, iniciação científica, aperfeiçoamento, mestrado, doutorado, pós- doutorado, projeto de pesquisa, etc). 2. Levantamento bibliográfico e leitura dos principais trabalhos. 3. Redação da 1ª versão contendo: • Título: curto e suficientemente atraente para chamar a atenção sobre o trabalho; não deve parecer com um resumo do projeto. • Introdução: o “estado da arte” no assunto, o mais abrangente possível. Deve também situar o trabalho no contexto da instituição e do grupo de pesquisas onde o projeto será desenvolvido. • Objetivos do projeto: texto curto indicando as metas a serem alcançadas ou as hipóteses levantadas e que serão comprovadas ou contestadas. • Metodologia a ser usada: i. Materiais. ii. Equipamentos. Informar: se estão disponíveis no laboratório ou na instituição, se estão funcionando de forma regular e se já foi treinado para usá-los (se não foi, incluir o treinamento no cronograma). Se for usar equipamentos de outra(s) instituição(ões), incluir uma carta o autorizando a usá-los. iii. Procedimentos experimentais a serem usados (sínteses, purificação, caracterizações, análises, etc) Para ensaios normatizados basta citar o número da norma, e.g., ASTM – D 2378. iv. Métodos de medida e de cálculo. Indicar os programas de computador que usará (tem licença para usar?, está disponível na rede da instituição?, é grátis ?). • Cronograma de execução do projeto: prever relatórios, reuniões, treinamentos, exames de qualificação, exames de idiomas, etc. • Bibliografia atualisada. 4. Correção da 1ª versão. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 5 3. Discussão dos dados com o orientador, supervisor e/ou com os colegas. 4. Coleta, leitura e atualização da bibliografia. 5. Redação da primeira versão e correção pelo orientador ou supervisor. 6. Redação da versão final. Abaixo está uma sugestão para a organização do relatório: 1. Folha de rosto. 2. Resumo de, no máximo, uma página do projeto e, se for o caso, do(s) relatório(s) anterior(es). 3. Resumo das atividades do período que abrange o relatório: congressos, publicações, treinamentos técnicos, cursos, disciplinas, monitoria, estágio docente, etc. 4. Objetivos, como apareceu na versão submetida do projeto. Se houver uma mudança de objetivos, esta pode e deve ser justificada nesta seção. 5. Se for o caso, resposta às questões levantadas pelo assessor no parecer do último relatório. O assessor pode se transformar em um excelente conselheiro se suas sugestões forem sempre acatadas ou rechaçadas com uma boa justificativa. De qualquer forma as sugestões e críticas do assessor não devem passar desapercebidas. 6. Atualização da revisão bibliográfica a partir da época em que foi escrito o projeto ou o último relatório. 7. A Parte Experimental deve conter uma descrição dos experimentos realizados compreendendo: a) Equipamentos b) Materiais e reagentes c) Procedimentos experimentais e métodos de cálculo (a parte experimental não deve conter resultados ou discussão dos mesmos). A descrição dos procedimentos experimentais deve ser feita de modo que uma pessoa com a mesma formação do redator do relatório possa reproduzir os experimentos. 8. Resultados, contendo figuras, tabelas e discussão. Lembrar que primeiro deve-se apresentar e discutir os resultados para depois concluir alguma coisa a partir deles. Em um relatório deve-se incluir também os experimentos que não deram os resultados desejados. Isto será usado para justificar novos experimentos ou uma mudança do projeto e/ou cronograma. 9. Conclusões (parciais ou não). 10. Próximas etapas e cronograma. Aqui também se pode incluir uma justificativa para novas etapas ou para modificações do cronograma original 11. Bibliografia, utilizando a mesma norma usada no projeto. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 6 O relatório deve ser apresentado da melhor forma possível, pois ele reflete a qualidade da pesquisa realizada. No caso de relatórios de bolsas de estudo ou de auxílios, também é bom verificar, antes de escreve-lo, quais os itens serão usados para o seu julgamento pela entidade financiadora da pesquisa. Isso é possível se os formulários a serem usados pelo(s) assessor(es) estiverem disponíveis no website da entidade financiadora da pesquisa. Desta forma será possível fornecer os dados que o(s) assessor(es) irão usar em seu julgamento. Para a apresentação das figuras, Gráficos, Tabelas e Bibliografia, ver os capítulos VI e VII. Formatação das páginas. • Usar papel tamanho A4 (é o tamanho padrão em todo o mundo, exceto USA). • Numerar as páginas (exceção da folha de rosto). • Margens razoáveis (2,5 cm em geral, a não ser que haja uma norma específica). • Folha de rosto com: título, número do processo, número do relatório, nome do(s) autor(es), orientador ou supervisor (se houver), local onde o projeto está sendo desenvolvido, mês e ano. III - Dissertações e Teses. Devem ser redigidas no instante em que orientador e orientado concordarem que os resultados alcançados na pesquisa são coerentes com os objetivos colocados no projeto inicial. Não existem normas para redação destes textos, cada grupo ou cada curso tem o seu método. No entanto, algumas características comuns têm que ser seguidas, tais como: resumo, introdução, objetivos, parte experimental, resultados e discussão, conclusões e bibliografia. Em alguns cursos aceita-se as publicações em periódicos como parte constituinte da Tese, mas isso ainda não é uma prática comum. Algumas vezes a Tese é dividida em capítulos independentes, mas isso depende diretamente da coerência da pesquisa a ser relatada e deve ser cuidadosamente discutido com o orientador antes de iniciar a redação. Neste caso, cada capítulo deve ter uma breve introdução especificando o assunto, parte experimental, resultados e discussão e conclusões. A Dissertação ou a Tese deve ainda conter uma lista das abreviações usadas no decorrer do texto, uma listagem das figuras e das tabelas com as respectivas páginas onde Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 7 aparecem e um curriculum vitae resumido do autor. Abaixo discute-se todas estas seções ou capítulos de uma Dissertação ou Tese. Lista de abreviações: Nesta deve–se colocar todos os acrônimos que foram criados ou usados ao longo do texto, como por exemplo; RMN – ressonância magnética nuclear, LDPE- polietileno linear de baixa densidade, etc. Os símbolos de unidades do sistema internacional de medidas não precisam ser incluídos nesta lista, assim como as abreviações de kilo (com k minúsculo !), mega, etc. É praxe utilizar os acrônimos mais comuns na literatura (e.g. os de língua inglesa) mas, independente disso, tentar usar todos da mesma língua, por exemplo RMN e PEBD ou NMR e LDPE. Resumo e “abstract”: Devem conter, em uma página, uma pequena introdução sobre o assunto, um comentário breve sobre a metodologia e as principais conclusões que corroboram a(s) hipótese(s) levantada(s). O “abstract” deve ser fiel ao resumo em português. Introdução: Esta pode ser subdividida em diversas sub-seções para facilitar a sua leitura. Ela deve conter a problemática estudada e uma visão geral e completa do “estado da arte” no assunto da Tese ou Dissertação. Uma curta visão histórica da pesquisa é as vezes interessante antes de se começar a discutir a bibliografia em ordem cronológica. Na introdução deve ser citada a bibliografia mais importante referente ao trabalho. Deve-se evitar a repetição de modelos, teorias e métodos descritos em livros textos. A introdução não deve ser muito extensa nem muito curta (a ênfase do trabalho deve ser o que foi feito pelo autor e não pelos seus antecessores). Deve-se também situar o trabalho no contexto atual e cronológico dos trabalhos de pesquisa do grupo, do orientador e/ou da instituição. As figuras, reações, equações ou esquemas que forem copiadas da bibliografia devem conter a citação bibliográfica em sua legenda. Estas devem ser numeradas em seqüência. Objetivos: Deve conter de forma concisa os objetivos do trabalho, ou seja, as hipóteses que se quer demonstrar, os dispositivos que se quer montar, os compostos que se deseja sintetizar, etc. Também deve-se dar, de forma concisa, as razões pelas quais se quer atingir estes objetivos. Não basta dizer que essa pesquisa é inédita porque nunca foi feita (provavelmente, ninguém nunca pesquisou porque os cavalos não acasalam com as Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 10 • Folha de rosto com: título, nome do autor, do orientador, co-orientador (se houver), instituição onde a Tese ou Dissertação foi desenvolvida e ano. IV - Comunicações em congressos. Apresentar trabalhos e/ou comunicações em congressos científicos é uma forma de divulgar os resultados de uma pesquisa e também uma oportunidade para discutir estes resultados com pessoas de outros grupos de pesquisa e de outras instituições. Hoje em dia há uma pletora de congressos em todas as áreas, é preciso ter muito critério para selecionar o congresso mais adequado para a apresentação de um trabalho. Deve-se sempre pensar no público alvo do congresso e não na qualidade das praias do local onde o congresso será realizado. Abaixo algumas sugestões para este procedimento. Etapas para redigir uma comunicação para um congresso: 1. Verificar o assunto do congresso, o tipo de audiência dos trabalhos, o local onde será realizado, a possibilidade de comparecer e as datas limite (em inglês isso tem um nome muito sugestivo dead line) para inscrição, submissão de resumos, pagamento de inscrição com desconto, reserva de hotel, etc. 2. Reunir os resultados e verificar se constituem um conjunto coerente, com começo, meio e fim e dentro do escopo do congresso ou da seção do congresso onde se pretende apresentar o trabalho. 3. Definir o conjunto dos autores do trabalho. O autor principal (quem “carregou o piano”) geralmente está em primeiro lugar e o orientador deve vir em último lugar, mas isso não é uma regra geral. Alguns congressos tem normas específicas para isto que devem ser respeitadas. 4. Ler atentamente as instruções para a redação da comunicação, prestando atenção à limitação de tamanho, tamanho de letra, etc. 5. Definir um título que dê a exata noção do que será apresentado, evitando títulos extensos demais e abreviações. O título não deve ser um resumo do trabalho. O título deve despertar a curiosidade dos participantes do congresso. A elaboração do título é um exercício de marketing. 6. Redigir a comunicação de modo que ela contenha: introdução, objetivos, parte experimental, resultados e discussões e conclusões. Não devem haver sub-títulos indicando estas seções, a não ser que as normas específicas do congresso o exijam. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 11 De um modo geral, a comunicação toda é escrita em um único parágrafo, a não ser que as normas do congresso estabeleçam o contrário. 7. Incluir figuras, tabelas, esquemas de reações e fórmulas somente quando o espaço permitir e com dimensões que permitam a sua visualização quando o livro de resumos for impresso ou quando for impresso a partir do CD com os textos do congresso. 8. Não usar cores, pois os livros de resumos são sempre impressos em preto e branco. Se o resumo for gravado em CD, consultar os organizadores ou ler as instruções atentamente para verificar se é permitido usar cores. 9. Agradecer às entidades que financiaram o trabalho, doaram os reagentes, cederam os equipamentos e as pessoas que auxiliaram nas medidas e/ou interpretações. Algumas agências de fomento exigem que se coloque o número do processo junto com o nome do beneficiado e a sigla da agência. 10. Citar a bibliografia seguindo as normas explícitas para o resumo e definidas pelos organizadores do congresso. Sempre que possível, citar autores brasileiros. 11. Verificar se o texto cabe no template fornecido pelos organizadores para a submissão on-line, se for o caso. 12. Quando a submissão do trabalho for feita por vias convencionais, correio, isso deve ser feito com a antecedência necessária para o trabalho chegar no destino antes da data limite. No caso da submissão on line, enviar o resumo antes da data limite para evitar o congestionamento do servidor de rede da instituição organizadora. Como todos nós sabemos, é exatamente duas horas antes de expirar este prazo que: acaba a força no prédio, cai a rede, falta tinta no cartucho, “dá pau no computador”, “dá pau no Windows”, etc. Tente “enganar o Murphy” enviando o trabalho com antecedência. Etapas pelas quais passa a apresentação de uma comunicação em Congresso 1. Leitura atenta das normas para submissão. 2. Redação da comunicação segundo as normas específicas para o Congresso. 3. Envio da comunicação dentro do prazo e, se for o caso, junto com a inscrição no congresso e respectivo pagamento. Atualmente, a maioria dos congressos aceita somente o envio on-line, portanto deve-se tomar atenção redobrada com os procedimentos de envio e o tipo de programa que será usado para redigir o texto e inserir figuras e tabelas. 4. Recebimento da confirmação que o trabalho chegou às mãos da comissão organizadora. 5. Recebimento da carta ou e-mail de aceitação ou rejeição da comunicação. Poucos congressos pedem versão revisada de comunicações curtas. Alguns congressos Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 12 solicitam nesta etapa uma versão completa do trabalho para ser publicada em um livro de Anais ou em uma edição especial do periódico da Sociedade que está organizando o congresso. Verificar se isto é uma condição para o trabalho ser apresentado. 6. Confecção do painel ou da apresentação oral. No caso de painel, verificar as normas de tamanho e de lay-out. As apresentações orais usando projetor multi-mídia (“data-show”) e computador só devem ser preparadas após verificar a disponibilidade desta ferramenta no congresso. Mesmo assim, recomenda-se levar o próprio note-book para evitar incompatibilidades de programas e de equipamentos. Se não houver projeto multi-mídia, preparar transparências para usar com retro-projetor (over head projector). Alguns pesquisadores mais precavidos levam aos congressos o seu notebook e as transparências impressas. Não recomendo utilizar slides porque muitos lugares já não dispõem de projetor de boa qualidade e eles requerem uma sala muito escura. 7. Ensaiar a apresentação oral para verificar se está dentro do tempo estipulado para a mesma. Geralmente se calcula 1 minuto por slide ou transparência. Conferir o painel antes de imprimi-lo. Em ambos os casos, é recomendado um período de hibernação antes de fazer as correções e impressão final. 8. Imprimir o painel ou as transparências com a devida antecedência. Recomenda-se imprimir cópias do painel em tamanho A4 para distribuir durante a seção de apresentação do mesmo para as pessoas interessadas no trabalho. 9. Viajar para o congresso levando o material da apresentação na “bagagem de mão”. A roupa pode ser perdida, mas o trabalho tem que chegar ao destino junto com o seu apresentador. 10. No horário de início da seção onde será apresentada a comunicação oral, apresentar-se ao coordenador. Levar seu próprio apontador. Deve-se seguir rigorosamente as instruções para as apresentações orais; com relação ao tempo de apresentação, ao tempo para as perguntas e o horário de entrega do CD com o arquivo da mesma. 11. No caso de painel, afixá-lo no local previsto no horário indicado pelos organizadores do congresso. Comparecer pessoalmente à seção, munido de cartões de visita, anotar as perguntas e recolher os cartões das pessoas que visitarem o painel. Levar o material para fixar o painel (geralmente usa-se fita adesiva dupla-face). 12. Após retornar do congresso enviar separatas para as pessoas que se interessaram pelo trabalho e manter a comunicação com elas via e-mail. 13. Procurar publicar o trabalho completo o mais rápido possível, já que muitas pessoas tomaram conhecimento dele e poderão fazer a mesma coisa. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 15 O trabalho a ser submetido deve conter [5]: q Um título que dê a exata noção do que será apresentado, evitando títulos extensos demais e o uso de abreviações ou acrônimos. q Lista de autores com o endereço do(s) local(is) onde foi feita a pesquisa. A correspondência entre autores e endereços deve ser indicada por símbolos, para não confundir com a bibliografia. É importante lembrar que o(s) endereço(s) que vai(ão) ao cabeçalho do trabalho se refere(m) especificamente ao(s) local(is) onde o trabalho foi desenvolvido. Dependendo do periódico, se algum dos autores vem de outra instituição, o seu endereço funcional ou de origem deve ser colocado como nota de rodapé (em algumas revistas aparece como: present address ou on leave from, etc). q Resumo: contendo todos os elementos para entender os objetivos do trabalho e as metas alcançadas. Deve incluir um sumário das conclusões. Deve-se evitar abreviações e/ou acrônimos, pois o resumo aparecerá de forma isolada em diversos lugares e o leitor não terá acesso ao significado destas abreviações. q Introdução: contendo uma revisão do assunto e abrangendo a maior parte possível da literatura, citando os primeiros autores a trabalhar naquele assunto e procurando citar os trabalhos feitos por cientistas brasileiros da área. A introdução de uma publicação deve ser completa mas concisa. No final da introdução deve-se descrever, em um único parágrafo, os objetivos do trabalho, ou seja a hipótese a ser demonstrada. q Parte experimental: contendo uma descrição detalhada dos procedimentos usados no laboratório. Um trabalho científico só é reconhecido como tal se for reprodutível e, para ser reprodutível, tem que ter uma parte experimental que possa servir de roteiro para qualquer outro químico em qualquer lugar do mundo poder reproduzir os experimentos descritos. q Resultados e discussão: contendo uma descrição dos resultados, figuras e tabelas, e a discussão dos mesmos. Lembrar sempre que a conclusão da discussão deve vir depois dos resultados. q Conclusões: de forma concisa concluir se a hipótese levantada ao final da introdução foi confirmada e comentá-la. Deve-se evitar dizer que esta conclusão será confirmada em um próximo trabalho (o editor recusará o trabalho e recomendará incluir nesta publicação os resultados que seriam colocados no próximo trabalho). q Agradecimentos: incluir as entidades que financiaram as bolsas de estudo, a compra dos equipamentos, doaram reagentes ou materiais e as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para o trabalho. Os co-autores não devem constar dos agradecimentos. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 16 q Bibliografia: deve ser listada da forma como consta nas instruções para publicação no periódico escolhido. Ver capítulo VII. q Legendas das figuras em página(s) separada(s). q Tabelas (uma por página). Ver capítulo VI. q Figuras (uma por página). Ver a lista de símbolos que podem ser usados nas figuras, sugeridos pela editora do periódico. Ver capítulo VI. Como organizar o material para enviar ao editor e submeter o trabalho para publicação: Cada periódico tem as suas normas específicas, que devem ser consultadas antes de se iniciar a redação do trabalho. No entanto, alguns itens organizacionais são comuns a muitos periódicos e serão descritos abaixo. q Primeira página contento: título, nome dos autores, local(ais) onde a pesquisa foi realizada, resumo, palavras chave e indicação do autor para onde a correspondência deve ser enviada (corresponding author). Se for o caso, incluir no rodapé o(s) endereço(s) do(s) autor(es) que não correspondem ao(s) endereço(s) onde foi realizada a pesquisa. q Texto do trabalho na ordem sugerida pelas instruções do periódico escolhido. Na maioria das vezes eles adotam a ordem: introdução, parte experimental, resultados e discussão, conclusões e agradecimentos. q Referências bibliográficas, listadas de acordo com as normas do periódico. q Legendas das figuras em uma ou mais páginas separadas. q Tabelas, uma por página. q Figuras, uma por página. q Todas as páginas devem ser numeradas. q Deve-se incluir também uma carta de encaminhamento endereçada ao editor-chefe ou ao editor regional da revista, de acordo com as instruções. Alguns editores aceitam sugestões de árbitros para a avaliação do trabalho. A publicação de resultados técnico-científicos passa por uma verdadeira “via sacra”: 1. Redação e correção do texto (ver acima). 2. Submissão ao editor do periódico com uma carta de encaminhamento. Algumas revistas aceitam a submissão on-line ou por e-mail. Alguns editores aceitam sugestões de nomes de pesquisadores para atuar como árbitro (referee). 3. Recebimento do aviso (por carta ou e-mail) que o trabalho chegou às mãos do editor. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 17 4. Recebimento da carta (ou e-mail) de: i) rejeição (ler atentamente o parecer dos árbitros para ver os erros que cometeu), ii) aceitação com correções (ler atentamente as críticas e sugestões dos árbitros e corrigir o texto de acordo com elas) ou iii) aceitação direta sem correções (parabéns, isso é raro, você deve abrir uma garrafa de vinho tinto de boa procedência e tomá-la até o fim junto com os outros co-autores para comemorar, é permitido abrir outras garrafas em seqüência). 5. Envio da versão corrigida na forma impressa e no número de cópias solicitado pelo editor em sua carta. Colocar no rodapé das páginas e junto com a numeração o seguinte texto “first revised version” (para trabalhos em inglês). Na carta de encaminhamento listar as correções feitas, indicando a página e o número da linha contado de cima para baixo. Alguns periódicos pedem uma resposta separada para cada um dos pareceres. Estas devem ser enviadas ao editor com uma carta de encaminhamento. É recomendável agradecer as sugestões e correções feitas pelos árbitros (afinal eles tiveram o trabalho de ler o trabalho todo e corrigi-lo !). A maioria dos periódicos pede que se envie um disquete ou CD com a versão final do arquivo gerado pelo editor de texto usado para produzir o artigo. Verificar se o texto e as figuras devem ir juntos ou em arquivos separados. O disquete ou CD deve ser identificado segundo as normas da editora do periódico. A versão impressa deve corresponder fielmente à versão digital, pois é a versão digital que vai ser usada para a editoração final. 6. Recebimento da carta (ou e-mail) de aceitação final (comemore com moderação), indicando que o artigo foi encaminhado para a editoração final e gráfica. Nesta etapa você já pode colocar esta publicação no seu curriculum vitae com a observação “aceito”. 7. Recebimento das provas tipográficas solicitando resposta o mais rápido possível. Atualmente elas vêm em formato *.pdf, como attachment de um e-mail, e podem ser impressas no computador. Faça as correções à mão e envie a listagem das correções feitas por e-mail, fax ou por correio aéreo normal. Nesta etapa só é permitido corrigir os erros tipográficos, nenhum material novo pode ser incluído. Prestar muita atenção nas fórmulas e nas legendas das tabelas e das figuras. Envie também o termo de cessão dos direitos de copyright e a folha de compra de separatas (se for o caso). Às vezes cada uma destas vai para um endereço diferente. Nesta etapa você já pode colocar esta publicação em seu curriculum vitae com a observação “no prelo”. 8. Alguns periódicos enviam nesta etapa um e-mail aos autores dizendo que a versão final do artigo foi enviada para a gráfica. Outros já disponibilizam o artigo em sua webpage antes de sair a versão impressa. 9. Publicação propriamente dita. Após esta etapa o artigo pode constar no curriculum vitae com a referência completa. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 20 apresentam as unidades das variáveis representadas. No gráfico da Figura 2 foram feitas as correções: a escala foi ajustada de modo que o eixo x começa em zero e o eixo y está dentro da faixa de variação da variável fração de gel. O ajuste feito no eixo y é aceitável para se ter uma melhor visão da variação dos resultados dentro de uma determinada faixa. Na figura 2 os pontos experimentais não foram unidos porque eles apresentam uma flutuação dentro do erro experimental e não dispomos das barras de erro para calcular e traçar a melhor curva que conecta estes pontos. De qualquer forma, a figura 2 é válida para representar estes resultados experimentais porque ela mostra claramente que a fração de gel aumenta rapidamente com a dose até 120 kGy e depois não varia mais, independentemente do aumento da dose de irradiação. As legendas destas figuras também procuram exemplificar a melhor maneira de redigir uma legenda. Note-se que UHMWPE é a sigla usada para polietileno de ultra-alta massa molar. 0 100 200 300 400 500 60 65 70 75 80 85 90 95 Fr aç ão d e ge l Dose Gel Figura 1- Variação da fração de gel com a dose de irradiação. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 21 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 50 60 70 80 90 100 Fr aç ão d e ge l ( % ) Dose (kGy) Figura 2 – Variação da fração de gel de uma amostra de UHMWPE em função da dose de radiação gama. Apresentação das tabelas. A tabela é uma forma resumida de apresentar condições ou resultados experimentais. Ela deve ser sempre organizada de forma compreensível para quem não conhece o trabalho. A legenda também deve conter informações que permitam a compreensão da tabela sem a leitura do texto. Abaixo algumas sugestões para confeccionar tabelas: • Organizá-las de modo a conter o maior número possível de dados de forma compreensível, mas sem exagerar o número de colunas ou linhas. • Usar o mínimo possível de traços, evitar cores, colocar os desvios, número de algarismos significativos condizente com a medida, colocar as unidades de forma inteligível e usando os símbolos do sistema SI. • As legendas devem ser numeradas em seqüência, dando todos os detalhes para se entender a tabela sem ler o texto, mas sem ser muito extensa. Especificar na legenda se os resultados foram feitos em replicata, dupli- ou triplicata. • A legenda deve ser alinhada com as margens do texto. • Centralizar a Tabela e ajustar o tamanho para que seja o mais legível possível. A “Table 1”, abaixo, é um exemplo de como se pode reunir em uma só tabela as condições de preparação de uma amostra e os resultados de uma medida de caracterização com estas amostras [7]. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br Redação de textos técnico-científicos – Marco-Aurelio De Paoli 22 Table1:Composition and electrical conductivity data for Pani-DBSA/O-MMT clay nanocomposites. Composition ratios(wt) Compound code Aniline O-MMT1 O-MMT2 Conductivity (S cm-1) Pani-DBSA - - - 0.60 ± 0.15 Pani-DBSA/O-MMT1 - I 1 2 - 0.12 ± 0.01 Pani-DBSA/O-MMT1 - II 1 3 - 0.22 ± 0.07 Pani-DBSA/O-MMT1 - III 1 4 - 0.09 ± 0.01 Pani-DBSA/O-MMT2 - I 1 - 2 0.36 ± 0.04 Pani-DBSA/O-MMT2 - II 1 - 3 0.49 ± 0.04 Pani-DBSA/O-MMT2 - III 1 - 4 0.24 ± 0.02 A Tabela 1, mostrada abaixo, exemplifica os resultados em paralelo de um conjunto de medidas e a média final. Ela representa um modo de apresentar resultados de forma resumida, contendo: nome da amostra, identificação, resultados de cinco medidas em paralelo e a média aritmética com o desvio. A média dá uma idéia precisa da exatidão da medida. A variação do valor medido está na casa dos décimos de grama apesar das pesagens terem sido feitas em balança analítica com precisão de décimos de miligrama[8]. Tabela 1: Valores de MFI referentes a cada amostra. Amostra Identificação 1º Leitura / g / 10min 2º Leitura / g / 10min 3º Leitura / g / 10min 4º Leitura / g / 10min 5º Leitura / g / 10min Média / g / 10min 796/04 Makrolon 12,60 12,20 12,20 12,00 12,40 12,3 ± 0,2 667/04 Calibre 1080 71,77 71,03 69,85 72,04 71,52 71,2 ± 0,9 682/04 P01 Calibre 1080 65,47 63,70 65,67 66,49 63,52 65 ± 1 682/04 P02 Calibre 1080 67,56 68,05 66,93 69,31 68,42 68,1 ± 0,9 743/04 P01 LS1-111 11,86 12,12 11,88 11,80 11,92 11,9 ± 0,1 743/04 P02 LS1-111 11,92 12,16 11,80 11,84 11,94 11,9 ± 0,1 Os exemplos de figura e tabela foram dados somente para se ter uma idéia da melhor maneira de elabora-los, sempre é com contar com uma certa dose de bom senso. Editora Keimelion Revisores de textos http://www.keimelion.com.br
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