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Guias e Dicas
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hst2, Trabalhos de Engenharia Civil

02. O ambiente é tudo - Telecurso 2000 - Cursos profissionalizantes - Higiene e Segurança do Trabalho

Tipologia: Trabalhos

Antes de 2010
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Compartilhado em 20/09/2006

hugo-makoto-6
hugo-makoto-6 🇧🇷

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Baixe hst2 e outras Trabalhos em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! 2 A U L A O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações, os equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade do ar, a iluminação, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem o nosso ambiente. Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos condições ambientais. É possível imaginar que, num futuro próximo, os trabalhadores fiquem livres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em risco sua integridade física e saúde. Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por controle remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras de solo e registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras erupções. Os cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros. Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações em que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis em seu ambiente de trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões. E o que é pior: há casos em que o homem desenvolve seu trabalho em condições ambientais aparentemente inofensivas, sem ter consciência dos riscos invisíveis que está enfrentando. Nesta aula, estudaremos as condições ambientais e o impacto que elas provocam no homem, em seu trabalho. Estaremos preocupados em identificar as condições ambientais que representam riscos à saúde do trabalhador. Essas atividades são também chamadas de Higiene do trabalho, que é a ciência que se dedica à prevenção e ao controle das causas das doenças profissionais e do trabalho. Dá para avaliar a importância desse assunto, tomando como base o fato de que o homem passa, em média, pelo menos um terço de sua vida adulta no trabalho. Portanto, não se descuide! O inimigo invisível Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por indicação médica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse exame. O ambiente é tudo Introdução Nossa aula U L A 2 2 A U L A Porém, para executar a radiografia, o equipamento libera uma grande carga de energia eletromagnética não percebida por nós. Essa radiação, em dosagens elevadas, é prejudicial ao organismo humano, pois provoca altera- ções no sistema de reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns casos, a morte. Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos ambientais como inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos órgãos dos sentidos (audição, visão, olfato, paladar e tato), fazendo com que o trabalhador não se sinta ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dar importância à prevenção. Relatórios médicos falam de pessoas que adquiriram doença pulmonar depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma proteção, com algum tipo de produto químico. Esse tipo de doença avança vagarosamente, tornando difícil seu diagnóstico no início. Quando a pessoa se dá conta, a doença já está em fase adiantada e a cura fica difícil, ou o dano é irreversível. Essa é outra razão que torna os riscos ambientais traiçoeiros. Em resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos à saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador. Os riscos que nos rodeiam Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento de suas tarefas diárias. Alguns atingem grupos específicos de profissionais. É o caso, por exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas especiais, para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície. Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente impercep- tível. Esses últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados. Nesta aula, você ficará conhecendo os principais tipos de riscos ambientais que afetam os trabalhadores de um modo geral: os agentes físicos, químicos e biológicos, sobre os quais fala a Norma Regulamentadora - NR 9, do Ministério do Trabalho, e as conseqüências para o organismo humano quando há uma exposição exagerada a um ou mais desses elementos. Ficará sabendo também, o que são riscos ergonômicos e quais os principais fatores de riscos ocupacionais, previstos no Anexo IV da Norma Regulamentadora - NR 5. Serão abordados apenas os riscos mais comuns, que podem estar presentes em qualquer tipo de ambiente de trabalho ou, predominantemente, na área da Mecânica. Se você quiser se aprofundar neste assunto, conhecendo outros fatores de risco, consulte as normas regulamentadoras citadas e as obras indica- das na bibliografia deste módulo. Começando pelos riscos físicos Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quan- tidade de energia para produzir um determinado resultado. Quando as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura, são agradáveis, produzimos mais com menor esforço. Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção, a falta de motivação para o trabalho, as doenças profissionais e os acidentes do trabalho. 2 A U L ARaios infravermelhos Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta e material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora de raios infravermelhos. Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de tolerância, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios infravermelhos podem causar sérios danos à saúde. Raios ultravioleta Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização do ar e da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com o emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emitem raios ultravioleta. Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol), o ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode causar graves prejuízos à saúde. Tanto os raios infravermelhos como os ultravioleta normalmente não são medidos nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades que emitam esses raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser tomadas para garantir a saúde dos trabalhadores. Microondas As microondas são encontradas em formas domésticas ou industriais: fornos de microondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação, equipamentos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento em produção de plásticos e cerâmica. A medição ou avaliação das microondas pode ser por sistema elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não existem limites nacionais de tolerância definidos. Laser Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”, que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para soldar e também em equipamentos para medições a grandes distâncias. Tem também aplicações em medicina, para modernos processos cirúrgicos. 2 A U L A Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos e experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns casos irreversíveis, podendo provocar cegueira. Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microon- da e o laser são classificadas como radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas são as ionizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo humano, produzem alterações das células, provocando o câncer. Radiações ionizantes Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento de onda l. Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos radioativos, tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas vindas do espaço celeste. Artificialmente, são originadas pela tecnologia moderna, como o raio X, usado em metalurgia para detectar falhas em estruturas metálicas e verificar se há soldas defeituosas. Outros tipos de radiações são usados para determinar espessuras de lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, bem como para indicar níveis de líquidos em reservatórios. Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo chama-se gamagrafia. As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção de energia elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de verificação de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e de anéis de motores de automóveis. São também usadas em laboratórios de pesquisa e na medicina, no combate ao câncer e em muitas outras aplicações. A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada pela unidade chamada REM, em inglês: “Relative Efect Man” que em portu- guês quer dizer: efeito relativo no homem. A detecção das radiações ionizantes é feita por vários tipos de aparelhos, como detectores pessoais e de cintilação, dosímetros etc. Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e por norma do Ministério do Trabalho. 2 A U L ACuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo este símbolo em materiais aban- donados ou mal acondicionados, informe aos órgãos especializados. Um pouco sobre os agentes químicos Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industri- al, são lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como combustível nos fogões residenciais. No estado líquido, temos os ácidos, os solventes, as tintas e os inseticidas domésticos. Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do trabalhador por: · Via respiratória – essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos pulmões. Se o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou longo prazo, sérias doenças chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o câncer dos pulmões. Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a substância atravessa os pulmões, entra na corrente sangüínea e vai alojar-se em diferentes partes do corpo humano, como no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro etc., causando anemias, leucemias, alergias, irritação das vias respiratórias, asfixia, anestesia, con- vulsões, paralisias, dores de cabeça, dores abdominais e sonolência. · Via digestiva – se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substân- cias químicas será ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios riscos à saúde. · Epiderme – essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e tiver contato com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela pele. A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com os produtos perigosos, como arsênico, álcool, cimento, derivados de petróleo etc. que causam câncer e doenças de pele conhecidas como dermatoses. Para saber mais sobre as conseqüências das radiações sobre o organismo humano, analise o Quadro de riscos e possíveis conseqüências, incluído no final desta aula. ® ®® ® ®® 2 A U L A 50kg Riscos de acidentes Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminados dos ambientes de trabalho são decorrentes de: falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e prédios; deficiências de leiaute; ilumina- ção excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; probabilidade de incêndio ou explosão; armazenamento inadequado de produtos, presença de animais peçonhentos etc. Você acabou de ter uma visão geral dos principais fatores de risco encontra- dos nos ambientes de trabalho, de um modo geral. Agora é importante você aplicar o que aprendeu, começando por analisar seu próprio ambiente de trabalho. Resolver os exercícios a seguir vai ajudá-lo nessa tarefa. Exercício 1 Pequise, em seu ambiente de trabalho, se já houve afastamento de algum funcionário decorrente de doença profissional ou lesão causada por risco ambiental. Exercício 2 Analise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos fatores de risco existentes. Depois, classifique-os de acordo com o quadro abaixo. Exercício 3 Faça uma lista das conseqüências associadas aos riscos que você identificou na questão anterior. Exercício 4 Pesquise quais as medidas preventivas aplicáveis a cada um dos fatores de risco que você identificou. RISCOS BIOLÓGICOS RISCOS DE ACIDENTES RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS QUÍMICOSRISCOS FÍSICOS Exercícios 2 A U L A QUADRO DE RISCOS E POSSÍVEIS CONSEQÜÊNCIAS TIPO CONSEQÜÊNCIAS POSSÍVEIS diminuição da visão noturna; ansiedade; fadiga nervo- sa; irritabilidade; dificuldade para perceber distâncias e relevos; redução do apetite sexual; perda de memória; alterações das funções cardíacas, circulatórias e digesti- vas; dificuldade para distinguir cores. aumento do diâmetro dos vasos sangüíneos; queimadu- ras; erupções na pele; prostração térmica, podendo levar ao desmaio; cãibras de calor, principalmente nos finais de expediente; fadiga física extrema; envelhecimento precoce; redução do tempo de vida. diminuição da mobilidade para o trabalho, causada pelo excesso de roupas, provocando acidentes e queda da produtividade; redução da sensibilidade dos dedos, da movimentação, das juntas e da precisão dos movimen- tos; congelamento das mãos e pés, que ocasiona necrose, isto é, apodrecimento dos tecidos; doença chamada de “pés de imersão” que provoca fortes dores e paralisação dos pés e pernas, agravada se houver umidade no local; ulceração do frio, que causa feridas, rachaduras e até necrose superficial da pele; queimaduras pelo frio. rugas prematuras e engrossamento da pele; manchas avermelhadas e escurecimento da pele; queimaduras na pele; câncer da pele; aquecimento do corpo; agressão à córnea; conjuntivite; catarata, doença que deixa o crista- lino do olho opaco; cegueira; cansaço visual; dores de cabeça; danos no sangue e nos órgãos reprodutores. náuseas, diarréia, febre, fraqueza, inflamação da boca e garganta; perda de cabelo; catarata, anemia, ou seja, redução do número de glóbulos vermelhos do sangue; leucemia, isto é, câncer do sangue; alterações nas células reprodutoras; morte. problemas de coluna; fadiga muscular; fadiga visual, fadiga subjetiva, isto é, falta de disposição para executar uma tarefa, mesmo sem estar presente a fadiga muscu- lar; fadiga mental; lesões por esforços repetitivos. Ruído excessivo Altas temperaturas Baixas temperaturas Radiações ionizantes Radiações não ionizantes RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS FÍSICOS
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