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Nutrição Esportiva 03, Notas de estudo de Educação Física

Nutrição Esportiva 03

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 07/01/2011

fernando-de-sa-6
fernando-de-sa-6 🇧🇷

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Baixe Nutrição Esportiva 03 e outras Notas de estudo em PDF para Educação Física, somente na Docsity! Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 185 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r O USO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS ENTRE ATLETAS QUE PARTICIPARAM DA SEGUNDA TRAVESSIA DA LAGOA DO PERI DE 3.000 m. Joana Bastos Matos1,2, Rafaela Liberali1 RESUMO Este trabalho visou pesquisar o uso de suplementos entre os atletas que participaram da segunda Travessia da Lagoa do Peri de três mil metros, que ocorreu no dia 13 de outubro de 2007. Foi aplicado um questionário aberto, com uma amostra de 56 atletas. Percebeu-se que 26 (%) fazem uso destas substâncias. O mais utilizado entre os entrevistados foi a Maltodextrina, com 42,31%. A maioria dos suplementos foi indicada por nutricionistas e o motivo do uso seria para reposição energética. Conclui-se que os atletas fazem maior uso do carboidrato como suplemento e que demonstraram certa consciência em relação ao uso dos mesmos, sendo que a maioria procurou antes um nutricionista para indicação do suplemento a consumir. A finalidade do uso de suplementos seria para reposição energética e a maior parte dos entrevistados não faz uso de suplementos tendo em vista que uma alimentação balanceada pode suprir as demandas energéticas necessárias para a atividade. Palavras chaves: suplementos, travessia, nutrição. 1- Programa de Pos Graduação Lato Sensu em Bases Nutricionais da Atividade Física – Nutrição Esportiva da Universidade Gama Filho - UGF 2 – Bacharel em Educação Física pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC ABSTRACT The use of dietary supplements by the athletes that took part in the second 3000 m crossing of Lagoa do Peri This article intends to research the use of dietary supplements by the athletes that took part in the second 3000m crossing of Lagoa do Peri, which happened on October 13 th 2007. An open questionnaire was handed over to 56 athletes. It was verified that 26% of them had made use of dietary supplements. Among the interviewers maltodextrina is the substrate most commonly used (42.31%). Most of the supplements taken were suggested by nutritionists and they did because they believed it would help to help in energy replacement. From this fact it is concluded that the athletes mainly use carbohydrates as a dietary supplements as the majority of them looked for a nutritionist in order to know witch supplement they should take. The objective of taking supplements would be for energy replacement. Most interviewers do not make use of supplements knowing that a balanced diet can supply the energy needed for this physical activities. Key Words: supplements, crossing, nutrition Endereço para correspondência: Rua Osni Ortiga, 3177 casa 24 djoubm@hotmail.com Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 186 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r INTRODUÇÃO Segundo Bertolucci (2002), a maior preocupação do atleta é em relação ao rendimento, alimentação de treino e de competição. Há muitos anos o uso de manipulações dietéticas, além do consumo de substâncias ergogênicas, com o intuito de melhorar a performance já era acometido por atletas (Bacurau, 2007). Williams (2004) afirma que há uma teoria de que estes produtos podem intensificar os processos fisiológicos envolvidos na produção de energia para o desempenho esportivo. De acordo com Camina e Kapazi (2004), por modismos e propagandas não cientificas, as pessoas fazem uso de suplementos sem a recomendação de um profissional e acabam sendo indicados por técnicos e vendedores de lojas específicas. Segundo Morgan e Burke (2004), alguns estudos sugerem que o uso do suplemento é mais comum entre atletas (50%) do que a população em geral (35%). É muito importante, antes de utilizar um suplemento, consultar-se com um médico ou nutricionista especializado, na dosagem e qual suplemento deverá ser ingerido. Deve-se também prestar atenção nos rótulos, nome e endereço da empresa, recomendações para armazenamento, designação, declaração da estrutura e função (cientificamente comprovada), composição, orientações e data de validade (Reader’s Digest, 2001). Existem alguns estudos que buscaram analisar o uso de suplementos em certos esportes como voleibol, e em academias, mas entre participantes de travessias o estudo é aparentemente escasso. Com a grande popularidade dos suplementos seria interessante um estudo científico sobre o assunto, principalmente relacionado com travessias, sendo que não foram encontrados assuntos com o mesmo tema. HISTÓRICO O ato de nadar remonta as épocas mais primitivas da história do homem. No princípio era praticada em águas abertas como rios, mares, lagos, enseadas e baías (Vaz, 2003). Tem-se registrado como uma travessia histórica a de Leandro, afastado de sua amada pelo estreito de Dardanelos, que separa a Ásia da Europa, nadava cerca de 1300 metros ao anoitecer e retornava ao amanhecer. Sua amada iluminava com uma tocha no alto de uma colina, para orientar a rota (Neto, SD). Noronha (1985), afirma que em 1810 o poeta inglês e aventureiro Lord Byron, realizou a mesma travessia, cobrindo uma distancia de 1960 metros. Segundo Neto (SD), uma das travessias mais famosas é a do canal da mancha, sendo realizada pela primeira vez em 1875 pelo capitão Mathew Webb, num tempo de 21horas e 39 minutos. Vaz (2003) explica que hoje em dia no Brasil, com a poluição e com a construção de piscinas, a partir de 1950, estas provas foram perdendo sua importância ou desaparecendo. A ênfase era para a natação de distâncias mais curtas. Apenas recentemente a FINA supervisiona esta modalidade nos campeonatos mundiais. No Brasil, já há alguns anos, quem supervisiona é a CBDA. Antigamente, de acordo com Neto (SD), nas décadas de 10 e 20 por não existirem piscinas, as travessias eram mais comuns e ocorriam em mares e rios. Destacam-se a travessia da Bahia de Guanabara, em março de 1912 (Boa Viagem – Niterói) até a Praia das Virtudes no Rio de Janeiro, com cerca de 5.000m. Em São Paulo 1924, ocorreu a travessia do rio Tietê com um percurso de 7.200m com saída na Vila Maria e chegada em frente ao clube Tietê. A primeira travessia da Lagoa do Peri ocorreu no dia 21 de outubro de 2006. CARACTERÍSTICAS DA NATAÇÃO Platonov (2005) afirma que competições de natação exigem muito dos sistemas funcionais dos atletas, que podem sofrer um profundo esgotamento destes sistemas. Segundo Powers e Howley (2006), a energia para um exercício deste valor é originada do sistema aeróbio e do metabolismo de carboidrato e gorduras (principalmente o carboidrato). Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 189 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r Wilmore e Costill (2001) afirmam que os aminoácidos são compostos formados por moléculas de carbono, hidrogênio e nitrogênio. Estes podem ser classificados como essenciais e não essenciais. Os essenciais seriam os que não podem ser sintetizados pelo corpo. Champe e Harvey (1997) sugerem que os aminoácidos mais abundantes seria a glutamina, encontrada no músculo esquelético e no plasma sanguíneo, atua em funções como o aumento da síntese protéica, manutenção do volume muscular e aumento da função imunológica, e os BCAAs que são os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina). De acordo com Maestá e Burini (2002) estes compostos estimulam e participam na manutenção do crescimento muscular e da força, aumentam a utilização de energia e podem também estimular a formação do GH. Champe e Harvey (1997) afirmam que quando a ingesta de carboidratos é baixa, os aminoácidos são desaminados a fim de fornecer esqueletos de carbono para a síntese de glicose, e servir de substrato para o sistema nervoso central. O BCAA é um conjunto de aminoácidos que têm efeito ergogênico, pode auxiliar no anabolismo muscular, na manutenção da glutamina e favorecer a gliconeogênese. São formados por três aminoácidos: leucina, valina e isoleucina, mais encontrados principalmente na proteína animal (Wilmore e Costil, 2001). McArdle e Katch (2003) ainda sugerem que os BCAA’s podem combater os sinais da fadiga no cérebro, a fadiga central. As proteínas apresentam por volta de 4 kcal de energia por grama. Champe e Harvey (1997) sugerem que a ingestão recomendada é de 0,8 g/kg de peso corporal, para adultos. Bertolucci citando Lemon e colaboradores (2002) sugere a ingestão de 1,6 a 1,7 g/kg do peso corporal para atletas de resistência. Proteínas em excesso podem ser desaminadas e os esqueletos de carbono resultantes são metabolizados para fornecer energia ou acetil CoA para a síntese dos ácidos graxos (Champe e Harvey, 1997). GORDURA A gordura contém os mesmos elementos químicos que o carboidrato, e quando armazenada é a principal fonte de substrato para o exercício prolongado, as moléculas de gordura contêm grande quantidade de energia por unidade de peso (Powers e Howley, 2006). Bacurau (2007) afirma que algumas estratégias de treino, para exercícios que duram acima de 60 minutos quando os estoques de glicogênio estão esgotados e ocorre a fadiga, seria poupar os carboidratos através da utilização de lipídios. De acordo com Powers e Howley (2006) as gorduras são lipossolúveis e podem ser encontradas na forma de ácidos graxos (principal fonte de energia utilizada pelas células), de triglicerídeos (forma em que o acido graxo é armazenado no organismo), fosfolipídos (fonte de energia pelo músculo esquelético durante o exercício) e esteróides (usados como fonte de energia e síntese de hormônios). Champe e Havey (1997), afirmam que a gordura na dieta pode produzir uma sensação de saciedade e ser necessária para a absorção de vitaminas lipossolúveis. VITAMINAS E MINERAIS Vitamina é uma substância química orgânica essencial para a regulação das funções metabólicas nas células e nos processos bioquímicos que liberam energia através de alimentos. Podem ser lipossolúveis ou hidrossolúveis (Reader’s Digest, 2001). A vitamina C (ácido ascórbico), por exemplo, é hidrossolúvel e pode fortalecer os capilares e paredes celulares, é essencial na formação de colágeno prevenindo equimoses, ajudando na cicatrização e mantendo fortes tendões, ligamentos (Fernandez, Saíns e Garzon, 2002). Outra vitamina importante, segundo Bertolucci (2002), seria as do complexo B, que estão relacionadas com a produção de energia, síntese de proteínas e no reparo celular. De acordo com Reader’s Digest (2001) os minerais estão presentes em pequenas quantidades no corpo e representam apenas 4%da composição corporal. São substâncias inorgânicas encontradas na crosta terrestre e também em vários alimentos. Darden (1993) afirma que são incorporados nas estruturas e Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 190 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r nas funções químicas do corpo. Estão envolvidos na formação de enzimas e estruturas teciduais. Os minerais são muito importantes para o organismo, como por exemplo, o cálcio, que atua na formação dos ossos, coagulação sanguínea e contração muscular (Fernandez, Saíns e Garzon, 2002). Segundo o Reader’s Digest (2001) o zinco é um mineral essencial, necessário para todas as células do corpo – do crescimento celular à manutenção sexual e imunidade. Bertolucci (2002) afirma que em atletas, o ferro é o mineral que apresenta maior deficiência entre eles. O ferro de acordo com Connors, e colaboradores (1992), é necessário para a formação de hemoglobina e mioglobina, além de ajudar no metabolismo das proteínas. Cada mineral tem uma função diferente no corpo, assim como as vitaminas devem ser consumidos diariamente e podem ser encontrados em diversas fontes alimentícias (Darden, 1993). SUPLEMENTOS De acordo com Maestá e Burini citando o Dietary and Suplements Health and Education Act (2002), suplementos dietéticos são produtos entendidos para suplementar a dieta e melhorar a saúde, que inclui vitaminas, minerais, aminoácidos, ervas e outros botânicos, sendo que não é representado como alimento convencional ou um único item de uma refeição ou dieta. Bacurau (2007) afirma que o uso destas substâncias também pode prevenir doenças e atuar no ganho ou perda de peso. Platonov (2005) sugere que facilitam a recuperação das reservas de energia e o equilíbrio do organismo em situações de estresse. Segundo o Reader’s Digest (2001), os suplementos vêm a oferecer um poderoso recurso para promoção da saúde e bem estar pessoal, mas, ao mesmo tempo têm algumas substâncias que podem gerar efeitos colaterais e, tóxicos se usados com imprudência. De acordo com Maughan e Burke (2004) podem ser encontrados na forma de pílulas, cápsulas ou pós, líquido e barras. Suas definições variam de país para país de acordo com a regulamentação dos produtos alimentícios e farmacêuticos. Bacurau (2007), afirma que no Brasil estas substâncias são classificadas por categorias, como repositores eletrolíticos, alimentos protéicos, alimentos compensadores, entre outros, foi denominado suplemento alimentar: bebidas que contêm carboidratos e eletrólitos, suplementos com alto conteúdo de carboidrato, vitamínicos, multivitamínicos e suplementos minerais, refeições liquidas e suplementos a base de cálcio. De acordo com Maughan e Burke (2004) a maioria dos suplementos que provocam efeitos diretos no desempenho está relacionada com medicamentos e hormônios. Antes de utilizar um suplemento, é importante uma consulta com um nutricionista especializado, na dosagem e qual suplemento deverá ser ingerido. Segundo Carmina e Kazapi (2004) o uso incorreto de suplementos pode ser prejudicial à saúde a longo e médio prazo. Deve-se prestar atenção nos rótulos, nome e endereço da empresa, recomendações para armazenamento, designação, declaração da estrutura e função (cientificamente comprovada), composição, orientações e data de validade (Reader’s Digest, 2001). Bacurau (2007) sugere que os suplementos podem ajudar quando há dificuldade na ingesta de grande quantidade de alimento necessário para demanda energética de uma atividade intensa ou competitiva, podem ser úteis na perda de massa corporal com intuito de melhorar o desempenho. São de utilidade quando o atleta deseja reduzir a necessidade de defecação durante a competição, auxiliam na dieta da supercompensação, na obtenção de uma recuperação rápida e também para auxiliar o indivíduo que tem restrições calóricas a obter os nutrientes necessários evitando carências alimentares. Este estudo teve como objetivo verificar o uso de suplementos entre atletas do sexo masculino na idade entre 15 e 60 anos, participantes da segunda travessia da lagoa do Peri de 3000.m em Florianópolis, Santa Catarina. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 191 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa descritiva. Segundo Thomas e Nelson (2002) pesquisa descritiva é aquela que levanta dados da realidade sem nela interferir. A população do estudo N = 200 corresponde ao número de participantes da travessia da lagoa do Peri. Destes foram selecionados uma amostra n = 56, intencional, por atender a alguns critérios: gênero masculino, ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido, com idades entre 15 e 60 anos que participaram da travessia da Lagoa do Peri de 3000m. Foi aplicado aos atletas um questionário previamente adaptado de Silvestre, (2002). Com questões abertas, apresentando perguntas como idade, tempo que participa de travessias, se faz ou não uso de suplementos, qual suplemento é consumido, entre outras. Os dados são avaliados através estatística descritiva de freqüência simples, realizados pelo Excel ®. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS Observa-se a prevalência de idades entre 15 e 29 anos, sendo que o mais velho apresentava 60 anos e o mais novo 15 anos. Figura 1: Dados descritivos da idade dos amostrados 15 29 anos 30 35 anos 36 40 anos acima 40 anos Estudos de Carmina e Kazapi (2004) com atletas de voleibol a idade média foi de 18 anos. Sendo que a atleta mais velha tinha 20 anos enquanto a mais nova apresentava 16 anos. Um estudo sobre o perfil de surfistas, que também analisava o uso de suplementos entre eles de Huei Liu e colaboradores (2006), obteve uma média de idade de 24,5 anos. Em outro estudo de Araujo, Andreolo e Silva (2002) sobre suplementos alimentares e uso de anabolizantes por praticantes de musculação em uma academia de Goiânia, os entrevistados apresentaram idades entre 13 e 18, todas estas modalidade apresentam similaridade na faixa etária com os presentes amostrados. Os amostrados apresentaram um tempo de pratica variante de 0 a 15 anos. Figura 2: Dados descritivos do tempo de prática de travessias entre os amostrados: 0 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 194 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r Tabela 2: Dados descritivos dos suplementos citados entre os amostrado SUPLEMENTO FA FR MALTODEXTRINA 11 42,31% WHEY 10 38,46% BCAA 7 26,92% GLICODRY 5 19,23% GLICOGEL 4 15,38% GLUTAMINA 3 11,54% ALBUMINA 1 3,85% PROTEÍNA NUTRILATINA 1 3,85% ENDUROX R4 1 3,85% ENDUROX EXCEL 1 3,85% REPOSITOR HIDROELETROLÍTICO 1 3,85% AMINOÁCIDO LÍQUIDO 1 3,85% CASEINATO DE CÁLCIO 1 3,85% MULTI COMPLEXO B 1 3,85% LISINA 1 3,85% STRING 1 3,85% PROTEÍNA DESIGNER 1 3,85% ZINCO 1 3,85% VITAMINA B12 1 3,85% VITAMINA C 1 3,85% VITAMINA E 1 3,85% Entre atletas de moutain bike 18% fazem uso de maltodextrina e 12,5% de Bcaas (Soares e Machado 2004). Dos 26 atletas que tomam suplemento 53,85% tomam suplementos por recomendação do nutricionista, enquanto 19,23% tomam por conta própria. A maioria dos amostrados procurou um nutricionista para indicar o suplemento, o que confronta os dados de Camina e Kapazi (2004) em seus estudos com atletas jogadoras de vôlei, 45% das atletas citaram o técnico como indicador do suplemento e apenas 21,21% indicaram o nutricionista, e também confronta os dados de Silvestre (2002), entre os praticantes de musculação 31,5% dos suplementos foram indicados por amigos, 29,8% pelo professor da academia e 15,7 pelo nutricionista. Estudos de Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003) mostraram que 31,1% dos suplementos formam indicados por professores de academia e instrutores, em seguida por amigos, com 15,6%%, auto - indicação 15,6 e por nutricionistas apenas 11,1%. Tabela 3: Dados descritivos de por quem os suplementos foram indicados RECOMENDAÇÃO Nº atletas NUTRICIONISTA 14 53,85% TÉCNICO/PROFESSOR 5 19,23% MÉDICO DESPORTISTA 1 3,85% PERSONAL TRAINER 1 3,85% SEM RECOMENDAÇÃO 5 19,23% Dos 26 atletas que tomam suplemento, 61,5 % visam a reposição/ recuperação energética, conforme demonstra a tabela 4. Nos estudos de Silvestre (2002), o principal motivo para o uso de suplementos é o estético 55,1% em seguida 28,3% usam o suplemento para melhorar o desempenho, 13,3% tomam por sentir que têm uma alimentação inadequada e apenas 3,3% por recomendação do nutricionista, e nos estudos de Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), 14% dos entrevistados não sabiam a finalidade do produto. Nos estudos de Halk, Fabrini e Peluzio (2007) parte dos entrevistados fazem uso de suplementos com objetivo de aumento de massa muscular (34,7%) e a mesma quantidade tem como objetivo aumentar energia e melhorar performance. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 195 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r Tabela 4: Dados descritivos do objetivo do uso de suplementos entre os amostrados MOTIVO Nº atletas REPOSIÇÃO/RECUPERAÇÃO 16 61,54% MELHORA NO DESEMPENHO 5 19,23% PERDA DE MASSA MAGRA 4 15,38% MUITA ATIVIDADE FÍSICA 2 7,69% EVITAR FADIGA 2 7,69% DIMINUIR PERDA GLICOGÊNIO 1 3,85% MELHORA NA FORÇA 1 3,85% RESISTÊNCIA 1 3,85% EQUILÍBRIO DE MINERAIS 1 3,85% Dos 26 atletas que tomam suplemento alimentar, 24 sentem melhora no desempenho (92,3%). Figura 6: dados descritivos da sensação de melhora de desempenho entre os amostrados sim nao CONCLUSÃO Conclui-se que entre os amostrados ocorreu uma idade média de 30 anos, e um tempo de prática de travessias com uma média de 3 anos e quatro meses. Os mesmos apresentaram a sessão de treinos com uma média de uma hora e trinta minutos de duração de quatro a cinco vezes por semana sendo que 67,8% fazem alguma atividade extra além da natação. 53,3% dos atletas entrevistados não fazem uso de suplementos e entre os que fazem, a maltodextrina foi o mais citado com 42,31%. Quando questionados sobre quem indicou o suplemento 53,85%, dos entrevistados responderam que foram indicados pelo nutricionista. O principal motivo do uso destas substâncias é para reposição e recuperação energética, e 92,3% dos amostrados sentem melhora do desempenho com o uso de suplementos. Uma dieta balanceada e de acordo com as necessidades do individuo é a base para o sistema de utilização de substâncias que estimulam a capacidade de trabalho, recuperação e reações adaptativas ao esporte, mesmo aceitando esta afirmação muitos atletas não conseguem chegar perto destas necessidades diárias nutricionais e optam ao uso de suplementos alimentares. Percebeu-se neste estudo a importância da necessidade de um nutricionista competente para a prescrição da dieta e do suplemento. O profissional da nutrição deve saber de todas as etapas do treino (cargas de treinamento, competições, etapas da preparação) do atleta para poder adequar a dieta, deve saber as características do esporte, assim como saber analisar o caráter do desportista e suas reações individuais a certas substâncias. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 185-197, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927. 196 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Per iód ico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc íc io w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r Existe uma grande quantidade de suplementos no mercado com promessas de efeitos benéficos ao esportista, assim como existe muitos atletas desinformados de questões nutricionais que compram o suplemento por modismos e propagandas sem saber o real efeito no seu organismo, o que pode acarretar se consumido de forma incorreta, efeitos prejudiciais ao organismo, a longo e médio prazo. Em contrapartida, quando utilizado de forma coerente, com auxilio de um profissional especializado pode funcionar melhorando algumas características do treino como na fase de reposição e recuperação levando o atleta a um melhor preparo na hora de uma competição. REFERENCIAS 1- Araújo, L.; Andreolo, J.; Silva, M. Utilização de Suplementos Alimentares e Anabolizantes por Praticantes de Musculação nas Academias de Goiânia – GO. www.novosparadigmas.ucb.br acesso em 05/07/2008 às 13h20min 2- Bacurau, R. Nutrição e Suplementação Esportiva. 5 ed. Editora Phorte. São Paulo SP, 2007. 3- Bertolucci, P. Nutrição, Hidratação e Suplementação do Atleta. Nutrição em Pauta – A revista do Profissional de Nutrição. ISSN 1676 – 2274. Ano X número 54 maio/junho 2002. 70p. São Paulo SP. 4- Bompa, T.O. Periodização: Teoria e metodologia do treinamento. 1 ed. Editora Phorte Ltda. São Paulo SP, 2002. 5- Camina, S.M.; Kazapi, I.A.M. Avaliação do perfil nutricional e conhecimentos de Nutrição de Atletas de Voleibol. Nutrição em Pauta – A revista do Profissional de Nutrição. ISSN 1676 – 2274. Ano XII número 69 novembro/dezembro 2004. São Paulo SP. Pag. 20. 6- Champe, P.; Harvey, R. Bioquímica Ilustrada. 2 ed. Editora: Artes Médicas, 1977. 7- Connors, e colaboradores. Gold’s Gym: Mass Bulding Training and Nutrition System. Contemporary Books Chicago IL. USA. 1992. 8- Darden, E. Grow: A 28-day Crash Coursing for Getting Huge. Contemporary Books. Lincolnwood IL. USA. 1993. 9- Fernandez, M.D.; Saíns, G.; Garzon, M.G. Treinamento Físico Desportivo e Alimentação da Infância à Idade Adulta. Ed. Artmed São Paulo SP. 2002. 10- Fett, C. Ciência da Suplementação Alimentar. 2 edição. Ed: Sprint Rio de Janeiro RJ. 2002. 11- Gauto, S.R.F.; Bricarello, L.P. Suplementação de aminoácidos x performance. Âmbito Medicina Esportiva, São Paulo SP, n 35 ano III setembro 1997. Pag. 23 12- Halk, A.; Fabrini, S.; Pelúzio, M. Avaliação do Consumo de Suplementos Nutricionais em Academas da Zona Sul de Belo Horizonte, MG, Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. v. 1, n. 2, p. 55-60, Mar/Abril, 2007. 13- Lancha Jr, A.H. Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora. Ed. Atheneu. São Paulo SP. 2002. 14- Liu, S.H.; Neto, J.M.S.C.; Ribeiro, D.G.; Costa, P.V. Aspectos do Treinamento de Surfistas Catarinenses Profissionais. www.fdeportes.com/edf100/surf.html acesso em 16/05/2008 às 11:37 hrs. 15- Maestá, N.; Burini, R.C. Nutrição, Hidratação e Suplementação do Atleta. Nutrição em Pauta – A revista do Profissional de Nutrição. ISSN 1676 – 2274. Ano X número 54 maio/junho 2002. 70p. São Paulo SP. 16- Maughan, R.Jr.; Burke, M.L. Nutrição Esportiva. Ed: Artmed, São Paulo SP. 2004. 17- Mamus, R.; Santos, G. Efeitos Biológicos da Suplementação de Carboidratos Após uma Competição Dissimulada de Short Duatlon Terrestre. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v.6, n1, jan/abr 2006.
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