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Cor e Ambientes Hospitalares: Impacto Emocional e Físico, Notas de estudo de Urbanismo

Este artigo apresenta uma pesquisa sobre as reações diferentes de pacientes e profissionais em ambientes hospitalares em relação às cores. A cor pode criar ilusões, influenciar o espaço e gerar efeitos diversos, afetando a capacidade de percepção, concentração e atenção. As cores também podem transmitir sensações de calor ou frio, agitar ou inibir as pessoas. O uso adequado da cor pode melhorar a qualidade de vida dos usuários de hospitais, facilitando a locomoção e a orientação.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 26/01/2011

paula-lima-14
paula-lima-14 🇧🇷

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Baixe Cor e Ambientes Hospitalares: Impacto Emocional e Físico e outras Notas de estudo em PDF para Urbanismo, somente na Docsity! ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DA ABDEH – IV SEMINÁRIO DE ENGENHARIA CLÍNICA – 2004 57 A COR NO AMBIENTE HOSPITALAR Luiz Cláudio Rezende Cunha RESUMO O objetivo desta pesquisa é demonstrar que há diferentes reações, de pacientes e de profissionais que trabalham em um hospital, na presença de cores. O espaço físico absorve luz emitida por uma fonte e a transmite aos usuários, permitindo sua interpretação emocional. ABSTRACT The color in the Hospital Environment The objective of this research is to demonstrate that there are different reactions of patients and of professionals that work in a hospital in the presence of colors. The physical space absorves light emited from a source and transmits it to the users, allowing emotional interpretation. PALAVRAS-CHAVE: Humanização. Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Cor. Arquitetura Hospitalar. INTRODUÇÃO Este artigo apóia-se nas questões teóricas relacionadas à importância da cor em ambientes hospitalares, tendo em vista que o objetivo daqueles que trabalham em tais espaços é o aumento da qualidade de vida do homem, já que os hospitais abrigam pessoas que lidam com fortes emoções: nascimento, doença, risco de morte e morte. Por essa razão, a cor passa a ter significado diferente para pacientes, acompanhantes e funcionários, devendo, portanto, ser valorizada pelos profissionais que estão envolvidos com o planejamento hospitalar. A cor pode ser entendida como sensações visuais provenientes do reflexo da luz sobre os objetos. As superfícies dos corpos exercem uma ação seletiva em relação aos raios luminosos, absorvendo-os ou refletindo-os. Em última análise, apenas a sensação provocada pela ação da luz sobre a visão, quando se varia a qualidade, a quantidade, a forma e o posicionamento das áreas coloridas, provoca respostas com diferentes intensidades. Cada estímulo visual tem características próprias, possuindo tamanho, proximidade, luz e cor. A percepção visual, portanto, é distinta para cada pessoa. Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que comunique uma idéia. (FARINA, p.27) A COR EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE Os hospitais têm sofrido grandes transformações físicas nos últimos anos, exatamente para atender melhor o paciente, oferecer-lhe mais qualidade de vida e perspectiva de recuperação e, nesse sentido, a cor, hoje, deve ser vista como um elemento que participa dessa mudança uma vez que proporciona bem-estar e tranqüilidade. A harmonia visual bem como o equilíbrio cromático dependem do tamanho e da forma da área revestida. Assim, algumas cores atraem, outras repelem – isso quando a cor utilizada não for apropriada àquele espaço – podendo, também, transmitir sensações de calor ou de frio, agitar ou inibir as pessoas. Segundo Pedrosa (1989, p.18): [...] o fenômeno da percepção da cor é bastante mais complexo que o da sensação. Se nesta entram apenas os elementos físicos (luz) e fisiológicos (o olho), naquela entram, além dos elementos citados, os dados psicológicos que alteram substancialmente a qualidade do que se vê. A Gestalt coloca que [...] a visão não é um registro mecânico de elementos, mas sim a captação de estruturas significativas (ARNHEIM apud FARINA, 1990, p.43). Farina (1990, p.43) completa, usando os princípios da psicologia, para dizer que [...] o mundo percebido por qualquer indivíduo é, em grande parte, um mundo resultante das experiências adquiridas em lidar-se com o meio ambiente. ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DA ABDEH – IV SEMINÁRIO DE ENGENHARIA CLÍNICA – 2004 58 A cor pode criar ilusões, influenciar diretamente o espaço e criar efeitos diversos, como monotonia ou movimento e, com isso, diminuir ou aumentar a capacidade de percepção, de concentração e de atenção. Kandinsky (apud GUIMARÃES, 2002, p.82) afirma que a cor quente sobre a superfície tende a aproximar o objeto do espectador, ao passo que a fria distancia. Assim, tetos e pisos sofrem essas influências: o teto branco dá a impressão de aumentar o espaço, pisos mais escuros passam a idéia de “base, apoio”, enquanto as cores mais claras causam uma sensação de leveza. O ser humano possui facilidade para se adaptar às mais diversas situações ambientais, por isso, em muitos hospitais, o que acontece é uma aceitação dos funcionários e pacientes às instalações, mesmo não contando com o auxílio destas para o desempenho de suas atividades, o que provoca uma queda na produtividade. Portanto, nos hospitais, onde pessoas são, por diversas vezes, atendidas com risco de vida, as equipes trabalham sob tensão, e os fatores ambientais não podem ser mais um motivo de estresse. As cores, quando usadas em blocos de prédios, andares ou unidades específicas, vão dar uma visão geral do conjunto – orientação espacial – facilitando a locomoção do indivíduo em função dessas informações recebidas da arquitetura do ambiente, permitindo definir seu próprio deslocamento através de um “mapa mental” (BINS ELY, 2003). Na área hospitalar, as cores também estão presentes na organização das instalações, como no caso de gases, facilitando a orientação para sua utilização e manutenção. Na percepção da cor como informação, podem ocorrer dificuldades devido à baixa acuidade visual do próprio indivíduo ou a um excesso de reflexão luminosa no espaço físico, provocando excesso de informação. Fatores emocionais, também, são grandes causadores da má percepção da cor em ambiente hospitalar. As cores, quando condicionadas, são usadas para identificar perigo, alerta ou situação de risco e, assim, provocam reação de defesa no espectador. Como exemplo de simbologia de algumas cores utilizadas nesses casos, tem-se (GRANDJEAN, 1998, p.311): vermelho aviso de perigo amarelo aviso de transporte verde equipamentos de socorro azul sinalização, avisos e orientação Para identificar os diversos tipos de resíduos sólidos, as cores mais utilizadas são: azul papel amarelo metal verde vidro vermelho plástico O grau de reflexão das cores no campo do trabalho e do repouso é de grande importância, tanto para o poder da visão quanto para o conforto visual e, se a distribuição de densidade luminosa (brilho) for formada por contrastes intensos, pode provocar grande desconforto. Deve-se trabalhar os objetos de maior destaque no campo visual com a mesma intensidade de brilho.
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