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Toxicologia Geral 02, Notas de estudo de Farmácia

Toxicologia Geral

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 20/01/2011

andre-tomaz-terra-junior
andre-tomaz-terra-junior 🇧🇷

4.5

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Baixe Toxicologia Geral 02 e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! Curso de Toxicologia Geral MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores MÓDULO II INTOXICAÇÃO POR DOMISSANITÁRIOS Saneantes são substâncias ou preparações destinadas a higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar (domissanitários ou domissaneantes), em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de água. São Domissanitários: •Detergentes, sabões, saponáceos e congêneres; •Alvejantes; •Ceras; •Desincrustantes; •Polidores de Metais; •Removedores; •Desinfetantes; •Desodorizantes; •Esterelizantes; •Algicidas e Fungicidas para piscinas; •Desinfetantes de água para consumo humano; •Produtos biológicos; •Inseticidas domésticos; •Raticidas domésticos; •Produtos para jardinagem amadora; •Repelentes de insetos. Estatísticas •3o Grupo mais freqüente em humanos desde 1996: –Medicamentos (30,4%); –Animais peçonhentos (22,2%); 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Local mais acometido Estômago (antro e piloro) Esôfago QUADRO CLÍNICO: DOR INTENSA na região acometida, cefaléia, tontura, fraqueza, hipotensão arterial, taquicardia; ESPASMO GLÓTICO (asfixia); HEMORRAGIA DIGESTIVA (vômitos em borra de café, desidratação, hipotensão arterial, choque); IRRITAÇÃO RESPIRATÓRIA: dispnéia, tosse, aumento de secreção brônquica, cianose e edema pulmonar; edema e inflamação de boca, língua, faringe posterior e laringe, diminuição do calibre das vias aéreas superiores. QUEIMADURAS por contato cutâneo: região esbranquiçada e edema, vesículas, necrose. Contato Ocular leve: CONJUNTIVITE QUÍMICA (hiperemia, lacrimejamento e fotofobia). Contato ocular grave: dor intensa, edema de conjuntiva, LESÃO CORNEANA. OBS 1: ÁCIDO FLUORÍDRICO: ( uso em catálises, cerâmica, sínteses químicas, gravações em vidro, petróleo, medicamentos, plásticos, processamento de combustíveis nucleares), tem afinidade com cálcio: escaras da necrose de coagulação não impede o aprofundamento da corrosão. Quando é absorvido, produz um quadro de intoxicação por fluoretos (hipocalcemia, hipercalemia, tetania e insuficiência renal). OBS 2: ÁCIDO BÓRICO: (antisséptico) distúrbios gastrointestinais, cutâneos e neurológicos. OBS 3: ASSOCIAÇÕES DE RISCO: Hipoclorito com Amônia - produzem fumos de cloramina e dicloramina, que em contato com mucosas, formam ácido hidrocloroso e oxigênio nascente, potentes agentes oxidantes que causam lesão celular. Hipoclorito com Soluções Ácidas – liberam gás cloro e ácido hipocloroso que penetram mais profundamente em mucosas. COMPLICAÇÕES: Perfuração (mediastinite ou peritonite). Aspiração: Comprometimento pulmonar (pneumonite química, edema pulmonar). A entrada de cáusticos na traquéia determina geralmente morte imediata por sufocação. Coma e convulsões. Estenose cicatricial de esôfago. 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores EXAMES COMPLEMENTARES: Dosagem de Eletrólitos; Gasometria Arterial; RX de Tórax e Abdômen (comprometimento pulmonar, perfuração gástrica); Endocospia Digestiva Alta nas primeiras 24 e 48 horas (grau de comprometimento digestivo); Pesquisa de Sangue Oculto em Fezes. TRATAMENTO: INGESTÃO: -> Diluição imediata com água ou leite/volumes inferiores a 15ml/Kg, demulcentes/protetores de mucosa (óleo de oliva, clara de ovo, leite, gelatina, hidróxido de Al); Uso de anti-eméticos; Controle da dor (analgésicos opiáceos); Assistência respiratória (manter vias aéreas livres e O2 se necessário); Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos; Suspender alimentação VO (3dias para álcalis e 5 a 7 dias para ácidos – segue-se com alimentação líquida-pastosa inicialmente). CONTRA-INDICAÇÕES: Þ Medidas de esvaziamento gástrico (lavagem gástrica, êmese); Þ Diluição em grandes volumes (risco de induzir êmese); Þ Agentes neutralizantes (reação exotérmica agrava lesão tecidual) ou substâncias carbonatadas (produção de gás carbônico, distensão gástrica, aumenta risco de perfuração); Þ Catárticos (laxantes) aumentam dano por aumentar trânsito do ácido no trato gastrointestinal. Þ Carvão ativado (pouca capacidade adsortiva e bloqueia o campo visual endoscópico, mediastinite química quando há perfuração). Benefício quando co-ingestão de outras drogas. Þ Endoscopia em pacientes instáveis, com evidência de perfuração, comprometimento de via aérea ou após 48 horas por aumentar risco de perfuração. 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores CONTROVÉRSIAS: -> CORTICÓIDES: (Hidrocortisona ou prednisona) não comprovada ação na prevenção de estenose cicatricial. Pode mascarar sintomas secundários à perfuração. -> ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO: parece não ter valor, devendo ser reservado para casos de infecção (prevenir sepse ou no caso de perfuração, sepse, infecção). INALAÇÃO: -> Retirada do local contaminado; -> Assistência respiratória (rouquidão ou estridor sugere edema de laringe); -> Tratar broncoespasmo com broncodilatadores; -> Espirometria e Rx de tórax (possibilidade de pneumonite química ou edema pulmonar). CONTATO CUTÂNEO: -> Lavagem copiosa do local com grande quantidade de água corrente fria diminui o dano tecidual; -> Neutralização do tecido (pela lavagem) ao pH 7; -> Remoção de corpos estranhos contaminados; -> Cremes tópicos antibióticos; -> Imunização antitetânica; -> Admissão hospitalar quando queimaduras 2º e 3º graus e 1º grau em mais de 15% da superfície corporal. CONTATO OCULAR: -> Descontaminação ampla com água ou soro corrente sob baixa pressão (pálpebras abertas), remover lentes de contato; -> Instilar solução salina, ringer lactato ou dextrose por 20 min., manter o pH da conjuntiva neutro. -> Avaliação oftalmológica. Na Página seguinte colocamos algumas fotos de acidentes causados por domissanitários: 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Estudos sugerem que os benzodiazepínicos interagem em um receptor específico com um modulador proteico endógeno que antagoniza a ligação com o GABA, potencializando os seus efeitos. Certos benzodiazepínicos estão associados com dependência e alguns produzem reações de abstinência mais intensas que outros. Clínica da Intoxicação Aguda: Absorção de dose excessiva está usualmente associada com sedação, sonolência, fala arrastada, diplopia, disartria, ataxia e confusão mental. Podem ocorrer depressão respiratória e hipotensão arterial. Na maioria dos casos a evolução é benigna, mas existem relatos de intensa depressão respiratória e coma e inclusive de óbitos após o uso de benzodiazepínicos de ação muito curta, especialmente quando administrados por via intravenosa. Crianças, idosos e pacientes com insuficiência cardiorrespiratória são mais sensíveis e o álcool e barbitúricos podem potencializar os efeitos tóxicos. Tratamento: É essencial assistência respiratória, manter vias aéreas, oxigênio se necessário. Monitorar respiração, pressão arterial, sinais vitais. Ingesta: Para BZD de ação muito curta, nunca induzir vômitos, início de depressão e coma podem ser rápidos. Para BZD de ação longa, induzir vômitos somente em poucos minutos da ingestão. Paciente consciente, dar via oral carvão ativado, catártico. Paciente inconsciente e/ou superdosagem: lavagem gástrica com intubação prévia para prevenir aspiração. Administrar antídoto Flumazenil – reverte sedação dos BZD, há melhora parcial dos efeitos respiratórios. Hipotensão: administrar fluidos endovenosos, manter equilíbrio hidroeletrolítico, vasopressores se necessário. Medidas sintomáticas e de manutenção. FENOTIAZÍNICOS Os derivados da fenotiazina, a princípio utilizados em terapêutica como antissépticos urinários e anti-helmínticos, representam um dos mais importantes grupos de medicamentos empregados nas mais variadas afecções neurológicas e exercem uma ação farmacológica bastante extensa, incluindo efeitos sedativos e potencialização dos efeitos de sedativos, narcóticos e anestésicos; ação antiemética; efeitos sobre a regulação da temperatura corporal; efeitos bloqueadores colinérgicos e adrenérgicos (tipo 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores alfa); efeitos anti-histamínicos e anti-serotonínicos; efeitos antipruriginosos; efeitos analgésicos e outros. Estas propriedades são as responsáveis pelas chamadas reações colaterais, que se tornam mais acentuadas nos casos de intoxicação. Em virtude de sua alta eficácia terapêutica, seu consumo é muito grande e generalizado, com tendência a aumentar continuamente e como decorrência, o número de intoxicações. Os derivados da fenotiazina podem se divididos em três grupos: -Derivados Piperazínicos: flufenazina (Anatensol, Motival), trifluoperazina (Stelazine, Stelapar), perfenazina ( Mutabon). –Derivados Alifáticos: clorpromazina (Amplictil), promazina (Metilsedor), levomepromazina (Neozine). –Derivados Piperidínicos: tioridazina (Melleril). Estes grupos diferem em potência por mg e propensão em causar efeitos colaterais específicos. Em geral, quanto mais potente o fenotiazínico, maior a propensão em determinar reações extrapiramidais e quanto menor a potência, maior a propensão em determinar efeitos secundários tipo autonômico, sedação ou convulsões. São geralmente bem absorvidos pelo tubo gastrointestinal e parenteralmente. Após absorção, são rapidamente distribuídos pelos tecidos; 70% da dose administrada é logo removida da circulação porta pelo fígado. Clínica da Intoxicação Aguda: Risco cardiovascular e de depressão do SNC. Síndrome neuroléptica maligna é potencialmente fatal e pode ocorrer com doses terapêuticas e após poucos dias de uso. Sedação, miose, hiper ou hipotensão, taquicardia, retenção urinária, xerostomia, ausência de sudorese. Sintomas extrapiramidais. Convulsão, coma, falência respiratória, prolongamento do intervalo QT, arritmias, distúrbios da temperatura. Tratamento: Esvaziamento gástrico por lavagem gástrica se superdosagem até 12 horas após ingesta (fenotiazinas reduzem a motilidade gástrica). Indução do vômito se ingesta recente (minutos) em paciente alerta e assintomático, evitar se após algumas horas (convulsões ou reações distônicas de cabeça e pescoço podem resultar em aspiração). Carvão ativado a cada 2 ou 3 horas e catártico salino. Monitorização respiratória e cardiovascular. Se hipotensão/choque – Trendelemburg, Ringer Lactato EV, vasopressores de escolha (agonistas alfa-adrenérgicos): noradrenalina, fenilefrina, 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores metoxamina, em infusão contínua EV. Não utilizar beta-adrenérgicos. Arritmias ventriculares: fenitoína, 10 a 15mg/Kg, lentamente, ou lidocaína 1mg/Kg EV ou marcapasso. Convulsões: diazepan seguido de fenitoína. Sintomas extrapiramidais: difenidramina EV (2 mg/Kg até o máximo de 50mg/dose em administração lenta) ou mesilato de benztropina (0,5mg/Kg em crianças, 2mg em adultos), biperideno 2mg IM ou EV lento a cada 30 min., se necessário até 4 doses por dia. Síndrome neuroléptica maligna: resfriamento corporal, diazepan EV, dantrolene. Pacientes sintomáticos devem ficar internados no mínimo 24 h após o ECG normal; assintomáticos devem ser observados no mínimo por 4 horas. BUTIROFENONAS E TIOXANTENOS Neurolépticos de largo uso em psiquiatria. Grupo das Butirofenonas: droperidol(Droperidol), haloperidol (Haldol, Haloperidol), penfluridol (Semap), pimozide (Orap). Exercem forte antagonismo dopaminérgico central e tem pouca ação anticolinérgica. Grupo dos Tioxantenos: tioxeno (Navane). De modo geral são bem absorvidos por via oral, mas sofrem metabolização de primeira passagem. Apresentam significativa ligação protéica plasmática. A metabolização é hepática e a eliminação é urinária. Clínica da Intoxicação Aguda: SNC: rigidez e espasmos musculares, pseudoparkinsonismo, distonias, acatisias, discenisia tardia persistente, agitação ou depressão, cefaléia, confusão, vertigem, síndrome neuroléptica maligna. SCV: hipotensão ortostática, prolongamento do intervalo QT, taquicardia. Hipertermia. Tratamento: Em geral é semelhante ao realizado nas demais intoxicações agudas por neurolépticos e descrito com maiores detalhes na intoxicação por fenotiazínicos. 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores distúrbios do comportamento, confusão mental, náuseas, vômitos e hirsutismo. Coma profundo não é comum. São consideradas reações de hipersensibilidade: eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, febre, doença do soro, discrasias sangüíneas e insuficiência renal. Descrevem-se também reações paradoxais, com aumento das convulsões sem outros sinais de intoxicação aguda. Toxicidade cardíaca freqüente após infusão intravenosa rápida ou ingestão de doses muito grandes: arritmias e bradicardia sinusal, fibrilação atrial, bloqueio incompleto de ramo direito e hipotensão arterial. Casos mais graves: fibrilação ventricular e assistolias, evoluindo para óbito. Tratamento: Ingestão: Esvaziamento gástrico mesmo decorrido várias horas. Paciente torporoso: lavagem gástrica em serviço bem equipado. Administrar carvão ativado. Medidas dialisadoras não encontram justificativas. Possível eficácia da plasmaferese. O tratamento é essencialmente sintomático e de suporte, incluindo correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e assistência respiratória e cardiocirculatória. ÁCIDO VALPRÓICO Ácido valpróico e Valproato de sódio são medicamentos sintéticos não relacionados quimicamente à maioria dos anticonvulsivantes. Exemplos de nomes comerciais: Depakene, Valpakine, Valprin. Absorção por via oral é rápida, observando-se níveis máximos sangüíneos 1 a 4 horas após ingestão. Ligação protéica significativa. Metabolização hepática e excreção renal. Clínica da Intoxicação Aguda: Distúrbios neurológicos incluindo confusão mental, sonolência, torpor e coma. Hiperatividade, movimentos mioclônicos e convulsões. A evolução fatal, embora excepcional, pode ocorrer por depressão respiratória e parada cardíaca. Tratamento: Ingestão: Esvaziamento gástrico e administração de carvão ativado. Tratamento sintomático e de suporte. Não há indicação para medidas dialisadoras. Possíveis bons resultados da Naloxona, mas indicação é discutível. 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Intoxicação Crônica: Descreve-se uma associação entre o uso crônico de ácido valpróico com o desenvolvimento de hepatotoxicidade e Síndrome de Reye. Os distúrbios hepáticos são evidenciados por uma simples elevação dos níveis de transaminases sem sintomatologia, até um quadro característico de Síndrome de Reye, com necrose hepática centrolobular, hiperamoniemia e encefalopatia. Descrita também hepatite tóxica fulminante e irreversível, sem sintomatologia da Síndrome de Reye. Admite-se que crianças com menos de 2 anos, especialmente as submetidas à terapêutica anticonvulsivante múltipla, incluindo ácido valpróico, apresentam maiores riscos de desenvolver lesão hepática. O tratamento, além da interrupção da droga, é sintomático e de suporte. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Antidepressivos tricíclicos (ADT) têm potente efeito sedativo. Uso amplo em depressão melancólica e em alguns casos de depressão atípica. São exemplos de ADT: amitriptilina (Tryptanol, Limbitrol), amineptina (Survector), imipramina (Tofranil), nortriptilina (Motival). São rapidamente absorvidos por via oral, com elevada união a proteínas plasmáticas. Metabolismo hepático, eliminação renal em vários dias. Efeitos Adversos: Tontura, prejuízo na função cognitiva, fraqueza, fadiga, precipitação de psicose ou mania, tremores, apetite aumentado, ganho de peso, sudorese, cafaléia, boca seca, constipação, retenção urinária, visão borrada, exacerbação de glaucoma. Clínica da Intoxicação Aguda: Letargia, coma ou convulsões, acompanhadas por prolongamento do intervalo QRS ao ECG. Excitação seguida de coma, com depressão respiratória, hiporreflexia, hipotermia e hipotensão. Marcantes efeitos anticolinérgicos. Tratamento: Complexo. Lavagem gástrica, seguida de carvão ativado em uso repetido e catártico salino. Não induzir êmese pelo risco de convulsões. Tratamento sintomático e suportivo. Alcalinizações, anticonvulsivantes (Fenitoína). Observação mínima de 6 horas em todos os pacientes. 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores DESCONGESTIONANTES NASAIS E SISTÊMICOS São também chamados de antigripais, são produtos de largo uso popular para tratamento de resfriados, gripes e infecções de vias aéreas superiores. Apesar de composição variada, a maioria inclui, na fórmula, simpatomiméticos e anti-histamínicos. São alguns exemplos de descongestionantes sistêmicos e seus principais componentes: triprolidina, psedo-efedrina (Actifedrin); pirilamina, cloridrato de efedrina (Benegrip); clorfeniramina, Vitamina C (Benegrip Xarope Infantil); clorfeniramina, metoxifenamina (Cheracap); cinarizina, fenilefrina, pentoxiverina (Coldrin); dextroclorfeniramina, cloridrato de fenilefrina (Coristina D); cloridrato de fenilefrina, carbinoxamina (Gripenil); maleato de dimentideno, trivietilrutina, Vit C, paracetamol, cloridrato de fenilefrina (Trimedal); (Bialerge); (Descon); (Naldecon). Intoxicação freqüente, principalmente em crianças, por largo uso e falsa impressão de inocuidade. Apesar da dosagem relativamente baixa dos componentes, podem ocorrer intoxicações graves. Relatados casos de abuso para obtenção de efeitos psíquicos e sensoriais. Absorção irregular pelo trato gastro-intestinal, metabolismo hepático e intestinal, excreção renal. Clínica da Intoxicação Aguda: Quadro tóxico depende da composição relativa dos simpatomiméticos e anti-histamínicos. Os distúrbios produzidos por doses excessivas dos principais componentes são os seguintes: sonolência, cefaléia, tonturas, vômitos, taquicardia ou bradicardia, palpitação, bloqueio A-V, hipertensão arterial, tremores, distúrbios neuropsíquicos incluindo inquietude, irritabilidade, agressividade, confusão mental, convulsões, alucinações e até quadros paranóides. Tratamento: Nos casos de ingestão, recomenda-se esvaziamento gástrico, mesmo decorrido várias horas, pois a maioria dos descongestionantes sistêmicos contêm anti- histamínicos e devido ao seu efeito anticolinérgico, podem retardar a absorção. Administrar carvão ativado, catárticos salinos. Manter vias aéreas permeáveis. Tratar hipertensão e arritmias, monitorar sinais vitais e realizar ECG por 4 a 6 horas após intoxicação. O tratamento é sintomático e suportivo. Bradicardia pode ser tratada com atropina. Ectopias ventriculares são melhor tratadas com propranolol, devendo-se evitar quinidina e antiarrítmicos da mesma classe. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores O ÁLCOOL O álcool é um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso Central, e esta depressão é dose-dependente. Apesar de ser consumido especialmente pela sua ação estimulante, esta é apenas aparente e ocorre com doses moderadas, resultando da depressão de mecanismos controladores inibitórios. O córtex, que tem um papel integrador, sob o efeito do álcool é liberado desta função, resultando em pensamento desorganizado e confuso, bem como interrupção adequada do controle motor. O etanol se difunde pelos lipídios, alterando a fluidez e a função das proteínas. Altas concentrações de álcool pode diminuir as funções da bomba Na+ K+/ATPase no transporte de elétrons, este efeito compromete a condução elétrica. PSICOESTIMULANTES – Anfetaminas e a Cocaína Os psicoestimulantes abrangem um grupo de drogas de diversas estruturas e que têm em comum, ações como aumento da atividade motora e redução da necessidade de sono. Estas drogas diminuem a fadiga, induzem a euforia e apresentam efeitos simpaticomiméticos (aumento das ações do sistema nervoso simpático). Compreendem as seguintes drogas: anfetamina e cocaína. As Anfetaminas É o grupo mais comum das drogas psicoestimulantes. Representado pela dextroanfetamina (ou simplesmente anfetamina), metanfetamina, fenmetazina. Mais recentemente foram introduzidas a metilenodioxianfetamina (MDA) e metilenodioximetanfetamina (MDMA – "ecstasy"). Estas últimas drogas tem mais efeitos próprios da anfetamina do que alucinógenos. Os derivados anfetamínicos podem agir de diversas maneiras, mas provavelmente agem principalmente aumentando a liberação de neurotransmissores. As drogas semelhantes à anfetamina são classificadas como agonistas de ação indireta das sinápses noradrenégicas, dopaminergicas e serotoninérgicas. Estas ações resultam tanto da inibição da recaptação dos neurotransmissores como da inibição da enzima monoamino oxidase (MAO). 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A anfetamina é agonista de ação indireta das aminas, especialmente noradrenalina e dopamina: • Inibição competitiva do transporte de noradrenalina e dopamina e em altas doses inibe também a recaptação de serotonina. • Libera dopamina e noradrenalina independente de Ca++ ,(causa liberação do neurotransmissor independente da despolarização do terminal nervoso). • Inibe competitivamente a enzima MAO. As drogas semelhantes à anfetamina revelaram um padrão típico de abstinência, manifestado por sinais e sintomas que são o oposto daqueles produzidos pela droga. Os usuários privados da droga ficam sonolentos, tem apetite voraz, ficam exaustos e podem vir a apresentar depressão psíquica. A tolerância desenvolve-se rapidamente de modo que os usuários abusivos podem tomar doses maiores em comparação àquelas usadas como anorexígenos, por exemplo. A Cocaína A cocaína é um alcalóide extraído da planta do gênero Erythroxylon, arbusto cultivado em regiões andinas e amazônicas. A dependência à cocaína depende de suas propriedades psicoestimulantes e ação anestésica local. A dopamina é considerada importante no sistema de recompensa do cérebro, e seu aumento pode ser responsável pelo grande potencial de dependência da cocaína. A cocaína sob a forma de cloridrato é administrada por diferentes vias. Pode ser aspirada, sendo absorvida pela mucosa nasal. A cocaína causa vasoconstrição de arteríolas nasais, levando a uma redução vascular o que limita a sua absorção. O uso crônico freqüentemente acarreta necrose e perfuração do septo nasal, como conseqüência da vasoconstrição prolongada. Injetada por via venosa induz efeito extremamente rápido, intenso e de curta duração. Mais recentemente, tem-se popularizado o uso por via pulmonar, sendo a droga inalada com dispositivo tipo cachimbo ou em cigarros. Nesse caso, é empregado o crack, que é a base livre, preparada por alcalinização de cloridrato e extraindo-o com solvente não polares. Embora parte do alcalóide seja destruída pela temperatura alta, a cocaína é prontamente absorvida pelos pulmões, atingindo concentrações sanguíneas máximas em poucos 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores minutos, e comparável com a administração venosa, porém por um tempo reduzido. A injeção venosa raramente é usada pela possibilidade de intoxicação por dose excessiva. Esta via é a mais responsável pelas alterações cardiovasculares e arritmias. A potência e a pureza da cocaína disponível variam amplamente. A meia-vida plasmática da cocaína é curta, de modo que o efeito após uma dose única persiste apenas uma hora ou um pouco menos. Em conseqüência disto, a vivência de euforia pode ser repetida muitas vezes no decorrer de um dia ou uma noite. A cocaína aumenta dopamina e noradrenalina em doses normais e o aumento da serotonina só ocorre em altas doses, porque atua inibindo a recaptação para estes neurotransmissores. Em geral há um consenso neste mecanismo de ação, mas é controverso se a cocaína atua como um inibidor competitivo ou não competitivo no transporte desta proteína. A capacidade de a cocaína induzir alterações do humor depende da quantidade de dopamina e noradrenalina liberada no cerébro. O efeito psicoestimulante varia na intensidade de moderado a tóxico com o aumento da dose. Muitos dos efeitos descritos exibem tolerância, sendo que o efeito estimulante de suprimir o apetite desenvolve-se dentro de poucas semanas. Após o uso contínuo pode desencadear-se estado de psicose tóxica, com alucinações visuais e auditivas, delírio, idéias paranóides e tendências suicidas. A cocaína quando ingerida com álcool, leva a formação de um metabólito conjugado cocetileno, que tem propriedades psicoativa e uma meia-vida maior que a cocaína e o etanol ingeridos separadamente, seu acumulo leva rapidamente a um quadro de intoxicação. Os efeitos cardiovasculares são complexos e são doses dependentes. O aumento da noradrenalina aumenta a resistência periférica total, levando a um aumento da pressão arterial. Esta vasoconstricção reduz a capacidade da perda de calor pela pele e contribui para uma hipertermia. Os efeitos anestésicos locais interferem com a condução miocardiaca levando a arritmias cardíacas e convulsões. Como complicações do uso crônico desta droga temos a psicose paranóide e edndocardite bacteriana devido ao uso de seringas contaminadas. As intoxicações por doses excessivas de cocaína em geral são rapidamente fatais como arritmias, depressão respiratória e convulsão.
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