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Guias e Dicas
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Tintas e Vernizes, Notas de aula de Engenharia Civil

Apostila sobre Tintas e Vernizes aplicada na aula de Materiais de Construção ministrada pela PROF.: MSc ANGELA Z. PIOVESAN;

Tipologia: Notas de aula

2011
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Compartilhado em 22/02/2011

lillian-untenberger-7
lillian-untenberger-7 🇧🇷

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Baixe Tintas e Vernizes e outras Notas de aula em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! 1 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS DE JOAÇABA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: Materiais de Construção Civil I PROF.: MSc ANGELA Z. PIOVESAN PARTE IV – TINTAS E VERNIZES 1. FUNÇÃO DAS TINTAS E VERNIZES Com o nome genérico de tintas e vernizes, compreende-se qualquer material de revestimento, de consistência líquida ou pastosa, apto a cobrir, proteger e colorir a superfície de um objeto. O elemento que gera a película é, salvo para algumas pinturas murais, de natureza orgânica. Segundo o seu uso podem ser brilhantes ou foscas, transparentes ou pigmentadas, coloridos ou incolores, bem como apresentar resistência a determinados tipos de agentes agressivos. Duas são, portanto, as funções que normalmente deve preencher uma tinta, quais sejam, a de proteger e a de embelezar. Além disso, as tintas desempenham outras funções, como, por exemplo, na sinalização, impermeabilização, identificação e propaganda. A proporção com que as duas funções principais influem na composição de uma tinta depende, principalmente, da finalidade para a qual ela se destina. Assim, por exemplo, quando o formulador prepara uma tinta que se destina à cobertura de uma ponte, terá em mira principalmente o fator proteção, ficando o fator ou a função estética condicionada a anterior. Entretanto, quando o formulador prepara uma tinta para a pintura interna de uma fachada de edificação, onde a parede está perfeitamente impermeabilizada, o fator estético é o mais importante. As diferentes qualidades das tintas produzidas pelas indústrias especializadas são apresentadas em catálogos bem feitos, onde figuram milhares 2 cores distintas. Os clientes escolhem as cores, normalmente utilizando, como critério, seu gosto pessoal e ou um arranjo previamente demonstrado por um profissional. As maquinas dosadoras podem produzir padrões personalizados nas centenas de combinações e arranjos de misturas. O profissional, entretanto, deve utilizar racionalmente as cores, de modo a criar reações subjetivas pré-determinadas nas pessoas que visualizarem a pintura. A isto se chama “aplicação funcional da cor” e seu corolário fundamental é que “cores diferentes despertam emoções diferentes”. Assim, por exemplo, o vermelho, o laranja e o amarelo são chamados de cores quentes. São cores excitantes, vibrantes. Já o verde e o azul-claro são chamados cores frias. Dão a sensação de tranqüilidade e certa monotonia, enquanto o azul escuro o cinza inspiram quietude e suavidade. Além disso, a cor tem peso e dimensão. Quando se observam dois navios da mesma tonelagem, porém com cascos pintados em cores diferentes, o primeiro de preto e o segundo de verde claro, tem- se a impressão de que o primeiro deles é mais pesado. As cores escuras dão maior sensação de peso aos objetos, enquanto as cores claras dão maior dimensão às superfícies sobre as quais são aplicadas, e as cores frias e o preto parecem diminuir as áreas dessas mesmas superfícies. Pela aplicação funcional da cor, pode-se aproximar ou afastar subjetivamente um teto ou uma parede, conseguindo um ambiente de aconchego ou de maior amplitude espacial. Com relação à proteção, cumpre salientar que os prejuízos por deterioração de materiais são tão grandes que o custo com pintura é amplamente compensado. A luta pela preservação das superfícies contra a ação destrutiva da intempérie é, portanto, um fator não desprezível a ser considerado na construção. 2. PROCESSAMENTO DA PINTURA Sem dúvida alguma, é muito grande o número e a variedade de objetos que podem ser pintados, desde as rolhas metálicas até sinalizações feitas nos 5 As massas são empregadas para corrigir defeitos de pequena monta. Grandes defeitos devem ser corrigidos de maneira já anteriormente indicada. Assim, as paredes de alvenaria defeituosas devem ser corrigidas com reboco fino e desempeno feltrado; as madeiras, com lixas, e assim por diante. As massas devem ser aplicadas sempre em finas camadas e devem secar bem, antes da aplicação da nova demão. De resto, as tintas também devem ser aplicadas da mesma maneira, isto é, em demãos finas, e somente depois de bem secas deve-se proceder à aplicação de nova demão. 5. TINTAS As tintas são uma suspensão grosseira do pigmento (pó sólido colorido) no veículo (material líquido em que o pó está emulsionado). No veículo temos a parte volátil e não-volátil. A parte não-volátil é constituída pelos formadores de filme e secantes. As tintas também levam maior ou menor dose de material denominado carga. As cargas, nos primórdios da fabricação das tintas, eram usadas com o objetivo exclusivo de baratear o custo. Posteriormente, constatou-se que as cargas influíam favoravelmente sobre certas propriedades das tintas, como exemplo, facilitando a aplicação da tinta e melhorando seu espelhamento. Servem, também, para dar corpo ás tintas. Em resumo, as tintas são constituídas por pigmento, veículo e, eventualmente, carga. Os fundos são constituídos por pouco pigmentos, pelo veículo e alguma carga. As massas têm mais carga que os fundos, a fim de adquirirem consistência sólida. A diferença entre uma tinta brilhante e uma fosca pode ser exemplificada nos seguintes dados: 6 Tinta brilhante Rendimento médio: 55-65m² / galão / demão Constituição 10% solvente 65% não-voláteis 25% pigmento Tinta Fosca Rendimento médio; 35-40m² / galão / demão Constituição 25% solvente 25% não-voláteis 50% pigmento Como se vê, a tinta brilhante tem sobre o pigmento uma camada de verniz que, tendo elevado poder de refringência, dá à tinta características brilhantes. A tinta fosca possui uma quantidade muito maior de pigmento do que a brilhante e caracteriza-se por ter a superfície irregular, enquanto que a tinta brilhante a tem lisa. Na tinta fosca, o verniz serve para aglutinar as partículas do pigmento. 5.1 Pigmentos Entende-se por pigmento todo corpo formado de elementos opacos, de estrutura amorfa e particularmente fria, e com coloração própria. Os pigmentos são os constituintes essenciais das tintas, que diferem dos vernizes pela opacidade causada pelo pigmento. Os pigmentos podem ser naturais ou sintéticos, orgânicos ou inorgânicos. A princípio, o pigmento era usado só para dar a cor; hoje, porém, sabe-se que exerce influência sobre outras propriedades. Os pigmentos, além da cor e 7 aparência, dão corpo à tinta e reforçam sua ação protetora especialmente aos raios-ultravioleta. As principais propriedades dos pigmentos são poder de cobertura, endurecimento, estabilidade e capacidade de proteger os aglomerantes orgânicos do veículo, dos raios nocivos do sol; devem ser ainda for a indiferença. Quando a diferença se anula, pigmento é transparente. Os pigmentos de bom poder de cobertura são também eficazes para defender a pintura dos efeitos da luz solar. A opacidade depende ainda das dimensões dos grãos (diâmetro médio 4µm) e de sua forma, sendo a forma esférica a melhor. A estabilidade do pigmento é essencialmente importante para as tintas expostas à luz solar e aos gases industriais. Os pigmentos brancos apresentam pouca variação, o mesmo acontecendo com os vermelhos, pardos e negros. Os azuis e verdes são os menos estáveis. A pulverulência (desintegração ou pó de capa de pintura) também pode produzir mudança de cor, porém pode ser corrigida com escolha adequada do pigmento e sua devida proporção. 5.2 Veículos A parte líquida das tintas é chamada de veículo. Neste distinguimos a parte volátil e a não-volátil. A parte volátil ou dissolvente facilita a aplicação da tinta e, por sua evaporação, facilita a secagem da mesma. A parte não-volátil é o ligante ou aglomerante, formador da película, que liga entre si as partículas do pigmento. É também responsável pela aderência à superfície e pelas qualidades protetoras e de duração da tinta. Os veículos, em geral, são óleos ou resinas secantes, ou misturas dos dois e do dissolvente. Às vezes, são ainda adicionados colas e plastificantes. 5.2.1 Veículos não-voláteis: formadores de filmes e secantes. 10 6. Vernizes Os vernizes são produtos de consistência líquida ou semilíquida, que, espalhados sobre um objeto, deixam uma camada fina, brilhante, transparente, incolor ou colorida, de modo a proteger de modo durável o suporte. A secagem se opera pela simples evaporação do solvente, por complexos fenômenos físicos e químicos. Em forma esquemática, um verniz é formado de um solvente e um produto dissolvido, que gera o filme. A substância filmógena pode ser um óleo, uma resina natural ou sintética, ou uma mistura. Pigmentando o verniz, obtém-se uma tinta. O pigmento elimina a transparência, que é própria e essencial aos vernizes. As únicas exceções são os vernizes negros, que mesmo sem pigmento não são transparentes. Os vernizes podem ser agrupados em quatro classes: 1. Vernizes gordos, constituídos de um óleo secante, uma resina e um diluente. 2. Vernizes a solventes voláteis, de uma ou mais resinas naturais ou sintéticas em um solvente volátil, contendo pequenas quantidades de óleos e plastificantes. 3. Vernizes celulósicos, formados de um ou mais ésteres celulósicos, um plastificante (resina natural ou sintética) e solvente e dissolvente. 4. Vernizes negros betuminosos, que não são transparentes e são formados de betumes naturais, quase sempre com óleo e resinas. 7. Métodos de Controle das Qualidades das Tintas Dois são os métodos empregados no controle das tintas: o método de exposição acelerada e o método de exposição à intempérie. 11 7.1 Métodos de exposição acelerada (Weather-Ometer) Neste método, os painéis pintados são submetidos, alternadamente, à ação da luz e das radiações ultravioletas emitidas por um arco voltaico de carbono, e à ação de um chuveiro de água. Em geral, após um mês de tratamento, os filmes começam a falhar e tem-se então a idéia de quais são mais duráveis. Este método é recomendado quando se deseja comparar a durabilidade de diferentes tipos de tintas, ou de tintas semelhantes de marcas diferentes. Todavia, ela falha redondamente quando desejamos conhecer qual o período de vida da pintura exposta à ação intempérie, em condições reais. Não há meio de converter os resultados obtidos pelo método de exposição acelerada em anos de uma tinta exposta ao tempo. É muito empregado este método em concorrências públicas, onde os concorrentes são geralmente numerosos e o tempo disponível não muito longo. 7.2 Método de exposição ao tempo Quando o problema se resume em conhecer o comportamento de uma tinta submetida às condições reais, e também o tempo de vida da tinta em idênticas condições, não há como fugir ao método de exposição ao tempo. Consiste esse método em pôr-se os painéis de madeira sem nós, pintados, em cavaletes inclinados de 45º em relação ao chão, dispostos na direção leste-oeste e de modo a receber o máximo de incidência solar durante o dia. Um sarrafo montado sobre as dobradiças protege parte do painel da ação do sol e da chuva. Assim, pode-se, a qualquer momento, comparar a área protegida e verificar se há, por exemplo, perda de brilho, descoloramento, calcinação, etc. O tempo de durabilidade média de uma tinta, em condições reais, é igual ao tempo de exposição em cavalete (transcorrido entre o início da exposição e o aparecimento das primeiras falhas), multiplicado por três. Assim, se as primeiras falhas, em um painel, surgirem aos oito meses de exposição ao tempo, a tinta terá um período médio de vida de dois anos, em exterior. 12 8. Alguns Defeitos das Tintas. As tintas, no momento de sua aplicação, devem ser um todo homogêneo. Sendo assim, quando houver um defeito na pintura, uniformemente distribuído , poderá o mesmo ser ou não defeito da tinta; mas, se o defeito se restringir a certas áreas apenas na pintura, ele não poderá ser provocado pela tinta, sendo sempre resultado de um defeito de aplicação ou de má preparação para a superfície. 8.1- Cor diferente da cartela de cores : As cores que se encontram nas cartelas de cores são confeccionadas com produtos diferentes daqueles que representam, devido ao sistema de impressão. Suas tonalidades aproximam-se ao máximo do padrão de cor da tinta, porém são passíveis de pequenas variações, além de se alterar sob a ação do tempo e da luz. Por isso, a cartela deve ser usada como um meio de identificação e não como um padrão exato de cor. 8.2- Sedimentação: A parte sólida da tinta se acumula no fundo da embalagem devido a um longo tempo de armazenamento. Solução: Isto é corrigido homogeneizando-se a tinta conveniente com espátula retangular. Não utilize chave de fenda ou qualquer objeto arredondado. 8.3 -Cobertura insuficiente A diluição excessiva da tinta torna a espessura do filme inferior a ideal. Solução: Para corrigir, adicionar tinta não diluída. A não homogeneização adequada da tinta na embalagem também pode causar uma cobertura deficiente na aplicação, já que os pigmentos tendem a assentar. Superfícies muito absorventes não seladas podem trazer o problema em questão. 15 Solução : Refazer a aplicação com 2 ou 3 demão respeitando a diluição e instruções de aplicação expressas na embalagem. 8.11 - A absorção da superfície: Aplicação de massa corrida para correção de imperfeições tornando a superfície porosa. Solução : Sobre os locais onde houver correção de massa corrida aplicar uma demão de tinta com trincha e aguardar a secagem de 4 horas. Logo após aplicar uma demão de tinta com rolo de lã de pêlo baixo. 8.12 - Devido ao rolo em tintas acrílicas / PVA : Estas manchas ocorrem devido a utilização de rolo de pêlos altos que não espalham corretamente o produto sobre a superfície. Solução : Utilização de rolo de lã de pêlo baixo. 8.13 - Pigmentos não dispersos: Falta de homogeneização devido ao uso de ferramenta inadequada ou por pouco tempo de agitação. Solução : Homogeneização com espátula retangular. O tempo deve ser o suficiente para uma completa mistura da tinta. 8.14 - Devido a cor do fundo : Tonalidade de fundo muito forte. 16 Solução : Aplicação prévia de tinta branca ou um número maior de demãos. 8.15 - Devido ao tipo de superfície: Superfícies muito absorventes não seladas adequadamente (reboco novo, massa corrida, gesso). Solução : Se o produto já foi aplicado serão necessárias mais demãos. Se ainda não foi aplicado, aplicar previamente o fundo indicado na embalagem.
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