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Guias e Dicas
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Caderno 2, Notas de estudo de Atualidades

implementacao de horta na escola

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 13/03/2011

geziane-pereira-11
geziane-pereira-11 🇧🇷

7 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Caderno 2 e outras Notas de estudo em PDF para Atualidades, somente na Docsity! Caderno 2 A HORTA (Rubem Alves, em "O Quarto do Mistério") Horta como o lugar onde crescem as coisas que, no momento próprio, viram saladas, refogados, sopas e suflês. Também isso. Mas não só. Gosto dela, mesmo que não tenha nada para colher. Ou melhor: há sempre o que colher, só que não para comer. Pois é, horta é algo mágico, erótico, onde a vida cresce e também nós, no que plantamos. Daí a alegria. E isso é saúde, porque dá vontade de viver. Saúde não mora no corpo, mas existe entre o corpo e o mundo - é o desejo, o apetite, a nostalgia, o sentimento de uma fome imensa que nos leva a desejar o mundo inteiro. Agradecimentos Aos revisores da versão final do material didático: Sra. Vera Boerger, Oficial de Extensão, Educação e Comunicação da FAO (SDRE); Dr. Cecílio Morón, Oficial Principal de Política Alimentar e Nutricional da Oficina Reginal da FAO; Sr. Juan Izquierdo Oficial Principal de Produção Vegetal da FAO e Sra. Lydda Gaviria, Especialista Sênior em Educação e Comunicação. Aos especialistas das diferentes áreas que colaboraram na revisão da versão preliminar do material didático: Arison José Pereira, Edna Riemke de Souza, Edilene Simões Costa, Fabrícia Chagas Barboza, José Tubino, Márcia Molina, Mário Bispo dos Santos, Miriam Sampaio de Oliveira, Odete Veiga, Rachel Trajber, Teresa Cristina da Silva Lima e Viviane Fernandes Moreira. Aos professores do ensino fundamental dos municípios de Bagé (RS), Saubara (GO) e Santo Antônio do Descoberto (GO) que participaram na revisão e validação da versão preliminar do material didático. Sumário 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - Introdução....................9 Hortaliças.....................13 Desperdício....................17 Implantação da Horta Escolar...............21 Iniciando o plantio na Horta Escolar .................31 Manutenção da Horta Escolar.......................37 Bibliografia Complementar.....................43 10 para a natureza e para a sociedade, mesmo que a produtividade não seja tão alta. Entretanto, produtos da agroecologia ainda são muito caros e inacessíveis para a grande maioria da população. Uma outra possibilidade de obtenção de hortaliças de boa qualidade e baixo custo é através do cultivo em escala menor, feito em hortas que, proporcionam também momentos de distração, de vida ao ar livre, oportunidade de realizar trabalhos manuais e satisfação de ver o desenvolvimento das plantas. Além disso, ter a certeza de consumir hortaliças saudáveis, de forma econômica, observando as leis da natureza, respeitando o meio ambiente e contribuindo na preservação dos recursos naturais. Podemos ter acesso a diferentes tipos de hortas: doméstica, quando é cuidada por uma única família; comunitária, coletiva ou escolar, quando a produção de hortaliças é feita em conjunto por um grupo de pessoas. Entendendo um pouco mais sobre os diferentes tipos de hortas 1.1. As hortas familiares Muitas famílias gastam a maior parte da renda familiar com alimentação. A implantação de hortas domésticas pode trazer, a essas famílias, a garantia de consumo de alimentos frescos e ricos em nutrientes a baixo custo, com a possibilidade de comercialização do excedente da produção. Desta forma, torna- se possível reduzir a desnutrição, aumentar a segurança alimentar, a geração de trabalho, a renda e a inclusão social no País. Todavia, a horta deve ser planejada para atender a necessidade de consumo diário de hortaliças da família. Recomenda-se em torno de 10 metros quadrados de área plantada para cada pessoa da família. Ex: para uma família composta de cinco pessoas são necessários em média 50 metros quadrados de horta. No Brasil, encontram-se iniciativas pioneiras com o objetivo de introduzir alimentos oriundos da produção de agricultores familiares na alimentação escolar. O resultado é bom para todos: as escolas enriquecem a merenda e os agricultores têm a comercialização garantida, o que os estimula a produzirem alimentos de qualidade com base em sistemas diversificados que “...uma horta também proporciona momentos de distração, de vida ao ar livre, oportunidade de realizar trabalhos manuais e satisfação de ver o desenvolvimento das plantas..." 11 garantem melhores condições ecológicas para essa produção. É mais econômico para as prefeituras que gastam menos com transporte e armazenamento, e por valorizarem a produção regional promovem o resgate da cultura do meio rural. As hortas comunitárias têm a característica principal de serem conduzidas Nessa época, quando os dias se tornam mais longos, ali, encontram-se, com freqüência, professores universitários, funcionários públicos, profissionais liberais, donas de casa, e famílias inteiras trabalhando alegremente em finais de semana e após o expediente. Em pouco tempo colhem hortaliças para consumo in natura, para conservas que serão consumidas no inverno, e para presentear os amigos. É uma atividade que, além de dar-lhes prazer, é sinônimo de saúde e economia na renda familiar. Isso mostra que a agricultura urbana pode ser praticada por qualquer classe social, que hortas comunitárias aproximam as pessoas e que Todas essas vantagens são expressas por meio do termo "agricultura sustentável" que indica, genericamente, um objetivo social e produtivo manifestado na adoção de um outro padrão tecnológico, que seja ético, não use de forma predatória os recursos naturais e nem seja agressivo ao meio ambiente. 1.2. As hortas comunitárias por grupos de pessoas que dividem as áreas de cultivo, o trabalho, as despesas e a produção de hortaliças. Possibilitam maior oferta de alimento de qualidade, contribuem para o aumento de seu consumo e para a redução do preço final desses produtos. A implantação de hortas comunitárias possibilita melhoria das condições de vida de grupos sociais, em especial os que vivem em situação de insegurança alimentar e nutricional, aumenta a geração de renda e eleva as oportunidades de trabalho. Em bairros de classe média de países europeus como a Inglaterra, é comum ver grupos de vizinhos arrendarem, na primavera, uma área próxima de suas casas para o cultivo de hortas comunitárias. possibilitam mais saúde e economia. “Em bairros de classe média de países europeus como a Inglaterra, é comum ver grupos de vizinhos arrendarem, na primavera, uma área próxima de suas casas para o cultivo de hortas comunitárias.” 12 1.3. As hortas escolares Com uma pequena horta escolar, podem-se atingir vários objetivos: - Melhorar a educação dos escolares, mediante uma aprendizagem ativa e integrada a um plano de estudos de conhecimentos teóricos e práticos sobre diversos conteúdos; - Produzir verduras e legumes frescos e sadios a baixo custo. Para isso basta que as hortaliças sejam plantadas e cuidadas com carinho e dedicação; - Proporcionar aos escolares experiências de práticas ecológicas para a produção de alimentos, de tal forma, que possam transmití-las a seus familiares e conseqüentemente, aplicá-las em hortas caseiras ou comunitárias e - Melhorar a nutrição dos escolares, complementando os programas de merenda escolar com alimentos frescos, ricos em nutrientes e sem contaminação por agrotóxicos. Além de todos os aspectos educacionais abordados com a horta escolar, é importante que o educando aprenda também a consu- mir as hortaliças produzidas. O estudante pode aprender a pre- pará-las de forma criativa e ser informado sobre seu valor nutritivo, ao participar do seu preparo, e ter satisfação ao consumir o que ajudou a cultivar. A existência de hortas nas escolas é importante para enriquecer a alimentação, ajudar na mudança de hábitos alimentares, e despertar o interesse dos alunos pela natureza. No contexto escolar, identificamos três tipos de hortas: Hortas Pedagógicas Tendo como principal finalidade a realização de um programa educativo prestabelecido, a Horta Escolar, como eixo organizador, permite estudar e integrar sistematicamente ciclos, processos e dinâmicas de fenômenos naturais. Superando a área das ciências naturais, o (s) professor (es) podem abordar problemas relacionados com outras áreas do conhecimento de forma interdisciplinar, como: matemática, história, geografia, ciências da linguagem, entre outras. Hortas de Produção Visam a complementar a alimentação escolar através da produção de hortaliças e algumas frutas. Hortas Mistas Possibilita desenvolver tanto um plano pedagógico quanto melhorar a nutrição dos escolares mediante a oferta de alimentos frescos e sadios. 15 Vamos conhecer o valor nutritivo de algumas hortaliças no Quadro 1. Vitaminas Sais minerais B1 (mcg) (mg) Fe (mg) Ca (mg) (mg) Mg (mg) 55 0,7 12 87 1,1 38 89 0,9 40 60 0,4 17 50 2,5 32 60 0,6 56 70 1,5 29 150 2,0 110 96 2,2 330 100 4,0 25 300 0,5 43 140 110 5,6 221 70 0,52 56 2,0 30 0,23 10 20 0,4 12 40 0,5 62 30 1,71 138 Mandioca (aipim) Hortaliças Abóbora Alface Batata-doce Berinjela Beterraba Cenoura Chicória Coentro Couve Inhame Mostarda Nabo Pepino Pimentão Quiabo Rabanete Tomate A (mcg) 280 102 350 5,0 2,0 1.100 330 533 750 5,0 2,0 700 473 2,0 200 31 25 60 C (mcg) 9,5 10 23 1,2 35,2 26,8 6,8 75 108 9,8 49 57,3 19,3 14 126 25,8 25 34,3 80 B2 100 187 25 45 50 50 140 280 247 83 72 220 70 40 30 80 35 113 1,67 9,0 P 27 42 62 29 40 46 27 45 66 50 66 47 21 28 19 64 43 10 26 0 90 17 17 18 0 32 0 0 0 10 11 0 10 13 Mn (mg) 0 0,6 0 0 0,5 0,6 0,3 0 0 0 0 0 0 0 0,2 0 0 0,1 249,2 105,3 243,8 Na (mg) 32,1 12 36,6 38,2 53,7 0 30,7 40,6 49 63,6 20,4 28,2 56,3 86,5 42 * As quantidades fornecidas são relativas a 100g de alimento cru. Quadro 1: Valor nutritivo de algumas hortaliças* 2.2 Quando colher as hortaliças? A colheita deve ser efetuada apenas quando a hortaliça atingir seu ponto ideal de desenvolvimento. Raízes e algumas hortaliças folhosas (alface, chicória, mostarda e outras) colhem-se, simplesmente, arrancando as plantas. Outras hortaliças, também folhosas, como salsa, cebolinha e rúcula, colhem-se várias vezes, cortando as folhas selecionadas. Já a couve, se colhe retirando as folhas mais velhas e maiores. Se a hortaliça for utilizada na alimentação escolar, então deve ser colhida pouco antes, pois assim a sua riqueza em vitaminas e sais minerais é máxima. Entretanto, essa atividade deve ocorrer nos horários mais frescos do dia. 16 2.3 Como preparar as hortaliças? Podem-se prepará-las cruas, cozidas, refogadas, assadas ou, então, em saladas, sopas, suflês, bolinhos, ensopados, recheados etc. Hortaliças cruas Utilizar hortaliças frescas e sadias, lavando-as muito bem em água corrente. Hortaliças cozidas Para reduzir as perdas de vitaminas e minerais, o preparo e o cozimento devem ser feitos da seguinte forma: • não deixá-las de molho, antes ou depois de serem cozidas; •colocá-las em panelas tampadas, com pouca água fervente, cozinhando-as por pouco tempo; •cozinhá-las inteiras e com as cascas, sempre que for possível; •servir logo depois de serem preparadas; •utilizar a água do cozimento em outras preparações, como no arroz, em sopas e molhos pois esta água contém minerais e vitaminas; •não colocar bicarbonato de sódio, porque destrói as vitaminas. Durante o preparo dos alimentos, é importante proteger os cabelos com toucas. 3 Desperdício Ei, professor, você sabia que o Brasil é um dos líderes mundiais em desperdício de comida? 17 O Brasil tem sido consa- grado como um dos líde- res mundiais em desper- dício de comida. Entre a colheita no campo e a mesa do consumidor, as perdas de alimentos chegam a variar entre 20% e 60%. Mais da metade do lixo produzido no país é composto por restos de alimentos. Estimativas mostram que ,a cada ano, 35 milhões de toneladas de grãos, frutas, hortaliças e produtos de origem animal são perdidos durante o processo que vai da produção no campo ao consumo final nos lares brasileiros, isto é, há perdas durante a colheita, o transporte, o armazenamento, a comercialização e também no preparo das refeições. Fica evidente que muitos são os culpados pelo desperdício. É preocupante pensar que essa significativa quantidade perdida de alimentos seria suficiente para fornecer cestas básicas a alguns milhões de famílias brasileiras, hoje excluídas do mercado de alimentos por insuficiência de renda. As perdas no campo são bastante significativas e variam com as estações do ano, o estado de conservação de máquinas e o grau de especialização do trabalhador que faz a colheita, entre outras coisas. Perdas no transporte estão associadas ao estado de conservação das estradas, mas também variam com as estações do ano - muita chuva e altas temperaturas aceleram a deterioração. O descarrega- mento sem critério, e o armazenamento inadequado podem causar grandes perdas. 20 Além de danos sociais e econômicos, as perdas de alimentos representam grande desperdício energético. Pode-se perceber claramente esse desperdício quando a terra é preparada, adubada, semeada, recebe tratos culturais e o produto é colhido, processado, armazenado, transportado e, finalmente, é jogado no lixo. Para que o desperdício de alimentos seja reduzido é necessário um trabalho de conscientização com todos os agentes envolvidos na cadeia. Evitar desperdício compreende desde ações como apagar lâmpadas, fechar as torneiras da casa, tampar panelas no fogo, verificar vazamentos de gás e água, até o aproveitamento máximo e saudável dos alimentos nas refeições. 4 Implementação da Horta Escolar 4.1 O que devemos plantar? Algumas hortaliças são mais apreciadas pelos escolares do que outras, entretanto, recomenda-se variar ao máximo, utilizando tanto as folhas (alface, couve, salsa, cebolinha, mostarda, etc), como as flores (alcachofra, brócolis e couve flor), os frutos (quiabo, abóbora, tomate, etc), legumes (ervilha e feijão vagem) e os tubérculos/raízes/bulbo (batata-doce, cenoura, inhame, mandioca, nabo, rabanete, alho, cebola, etc.), porque uma alimentação mais diversificada tem melhor qualidade nutriciona Recomenda-se também o plantio de espécies medicinais que podem ser usadas para várias indicações terapêuticas, segundo a ANVISA/MS. Quadro 3. l e contribui para a boa saúde de todos. Quadro 3: Medicamentos Fitoterápicos Tradicionais aprovados pela * ANVISA/MSQuadro 3: 21 * ANVISA/MS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Ministério da Saúde. Babosa Aloe vera Boldo do Chile Peumus boldus Dose diária/ via de administração Parte da planta usada/ Forma de uso Indicação terapêutica Sene Senna alexandrina Calendula Calendula officinalis Camomila Matricharia recutita Confrei Symphytum officinalis Erva-doce Pimpinella anisum Gengibre Zingiber officinalis Hortelã Mentha piperita Melissa Melissa officinalis Maracujá Passiflora incarnata Folhas/ infusão, decção e tintura (%) Bulbo fresco ou seco/ tintura, óleo e extrato seco Gel mucilaginoso Flores/ infusão e tintura Capítulos florais/ infusão e tintura Folhas e raízes/ infusão e decocção Frutos/ infusão Raízes/ infusão e decocção Folhas/ infusão e tintura (1:5) Folhas/ infusão e tintura (1:10) Folhas/ infusão e tintura (1:8) Folhas e frutos/ infusão Colerético e colagogo Coadjunvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertensão arterial leve; prevenção da arterosesclerose Tratamento de queimaduras térmicas, de 1º e 2º graus, e de radiação Colerético e colagogo Cicatrizante, anti-inflamatório e antisséptico Antiespasmódico e anti-inflmatório Cicatrizante Antiespasmódico, carminativo e expectorante Profilaxia de náuseas causadas pelo movimento (cinetose) e pós-cirúrgicas Carminativo e expectorante Carminativo, antiespasmódico e sedativo Sedativo Laxante suave Folhas secas: máximo 6g/ tintura, 2 a 4mL, 3x ao dia/ via oral Bulbo seco: 0,4 a 1,2g; bulbo fresco: 2 a 4g tintura; 6 a 12mL; óleo: 2 a 5mg; extrato seco: 300 a 1000mg/via oral 10 a 70% do gel fresco/ tópico 2 a 5g/ via oral Infusão: 1 a 2g/150mL; tintura: 2 a 4mL; 250 a 500mL/tópico Infusão: 2 a 6g, 3 vezes/ via oral, tintura: apenas 5% tópico Infusão 5 a 20% (máximo 4 a 6 semanas ao ano)/ tópico Crianças de 0 a 1 ano: 1g; De 1 a 4 anos: 2g; adulto: 3 a 5g/via oral Crianças até 6 anos: 0,5 a 2g; adulto: 2 a 4g/via oral Infusão: 3 a 6g; tintura: 5 a 15mL/ via oral Infusão: 8 a 10g; tintura: 6 a 18mL/ via oral Infusão: 4 a 8g; tintura: 1 a 4mL/ via oral Crianças acima de 10 anos e adultos, 0,5 a 2g (antes de dormir)/ via oral Nome popular/ Nome Científico Alcachofra Cynara scolymnus Alho Allium sativum Folhas/ infusão 22 E nas áreas próximas às hortas, recomenda-se o cultivo de algumas fruteiras de porte baixo como: bananeiras, acerola, e espécies regionais. Para definir a quantidade de hortaliças a ser plantada é preciso fazer uma planificação de produção a partir de levantamento semanal da necessidade de consumo desses alimentos pelos escolares. Assim sendo é preciso conhecer o ciclo de vida e a produção de cada espécie de hortaliça, o que cultivar, quando colher e quanto é necessário produzir. o espaço na horta para produção de uma determinada hortaliça. 4.2 Que tipo de ferramenta precisamos para a nossa horta? As principais ferramentas utilizadas nas hortas escolares são: Obs: existem no mercado ferramentas de plástico que são apropriadas para uso pelos escolares. Com base nessa planificação da produção pode-se também calcular 1. Ancinho - serve para destorroar, revolver a terra e limpar a superfície dos canteiros; 2. Carrinho de mão - transporte de ferramentas e de insumos para a horta; 3. Colher de transplante - retirada de mudas de canteiros e sementeiras; 4. Escarificador - possibilita afofar a terra dos canteiros; 5. Enxada - auxilia na abertura de covas, capina, revolvimento do solo e formação de canteiros; 6. Enxadinha (sacho) - auxilia na capina dos canteiros e na semeadura; 7. Estacas e barbantes - servem para marcação dos canteiros; 8. Gadanho - serve para revolver o composto orgânico; 9. Irrigação (mangueira, regador e aspersores) - equipamentos utilizados na rega (irrigação) das hortaliças; 10. Pá comum - serve para destorroar e alisar a terra dos canteiros; 11. Pá reta - auxilia na preparação do solo e na aração de áreas pequenas; 12. Peneira - utilizada na preparação de composto orgânico e húmus de minhoca e 13. Pulverizador - utilizado nas pulverizações foliares com defensivos alternativos para controle de insetos pragas. 14. Rolo de Barbante. 1 8 7 4 3 1011 10 56 2 9 12 13 14 25 4.5 E como vamos preparar as áreas para o plantio? Amostra de solo - inicialmente, recomenda-se retirar algumas amostras do solo do local onde será implantada a horta e enviá-las a um laboratório específico para análise de sua fertilidade e determinação da necessidade de aplicação de adubos e ou corretivos. Várias amostras de solo devem ser retiradas na profun- didade de 20cm e misturadas. Apenas uma pequena parcela de solo (em torno de 200g) deve ser encaminhada para análise. Preparo do terreno - o preparo do terreno é um dos fatores que contribuem para o êxito da horta. O local deve ser limpo, capinado e livre de pedras, tocos e ervas invasoras. Após a sua limpeza, revolve-se a terra com enxadão para que fique bem fofa e, por fim, emparelha-se o terreno com o ancinho. Os canteiros devem ser organizados em relação à inclinação do terreno, tomando-se o cuidado de respeitar o relevo dos morros e encostas. Podem ter formas variadas, sendo os tradicionais construídos com 60 a 80 centímetros de largura, 20 centímetros de altura e o comprimento variável de acordo com o tamanho da horta. Entre os canteiros, deixar um espaço de 60 a 80 centímetros para facilitar as atividades com os alunos e os trabalhos de manutenção da horta. 26 As covas devem ser abertas com 20cm x 20cm x 20cm, tomando-se o cuidado de misturar o esterco com a terra que foi retirada da cova. 4.6 Como fazer a correção do solo? A partir dos resultados da análise, será possível identificar necessidade de correção do solo e quantidades adequadas de adubos para utilização na horta escolar. A correção do solo, também chamada de calagem, consiste em melhorar sua acidez, utilizando principalmente o calcário. Segundo recomendações técnicas, a aplicação desse produto no solo deve ocorrer pelo menos um mês antes do início do plantio das hortaliças. 4.7 Que tipos de adubos e como adubar? As hortaliças necessitam para seu desenvolvimento, de vários nutrientes (macro e micronutrientes) que podem ser encontrados tanto nos adubos químicos quanto nos adubos orgânicos. Entretanto, a decisão de usar um ou outro, ou ambos, vai depender do tipo de plantio que se pretende adotar nas hortas escolares. Sendo a opção o cultivo agroecológico (ver capítulo 1), necessariamente deverá ser feita a adubação orgânica do solo. Esse tipo de adubação é muito importante por cooperar com a saúde da terra, possibilitar a produção de Logo após, encher com esse solo preparado. Já as leiras são organizadas nas linhas de plantio, misturando-se e amontoando-se terra e esterco, de modo a ficar com 40 cm de altura e mais ou menos 60 cm na base. hortaliças de alta qualidade e ajudar no controle da erosão do solo. Pode ser feita com: esterco animal, composto orgânico, subprodutos da agroindústria (torta de mamona, farinha de ossos, e outros), e adubos verdes, pelo uso de plantas leguminosas. O esterco animal, preferencialmente de bois ou aves, é um adubo de excelente qualidade para utilização nas hortas, desde de que Para curtir o esterco, deve ser feita uma esterqueira, que é o local onde o esterco irá fermentar antes de ser usado como adubo. Esse processo ocorre no período de 60 a 90 dias, dependendo da temperatura média da região onde foi construída a esterqueira. Em regiões mais quentes, a fermentação é mais rápida. Recomenda-se, em média, de 5 a 10 litros de esterco curtido de boi por metro quadrado de canteiro, e a metade quando se utilizar esterco de aves. 4.8 O Composto Orgânico O Composto Orgânico pode ser feito na própria escola a partir da coleta seletiva de lixo e os restos vegetais como: cascas de legumes, de ovos, de frutas, poda de grama e folhas verdes ou secas, ou restos de cultura. E ainda papéis, pó de café ou chá, serragem, cinzas. esteja bem curtido, Depois de curtido, o esterco deve ser colocado nos canteiros 20 dias antes da semeadura, misturando-se bem com a terra e, se não chover, de forma a não prejudicar o desenvolvimento das sementes e mudinhas. devem ser feitas duas ou três regas. O lixo coletado na escola deverá ser separado em vasilhames especiais. Para separar corretamente o lixo, use marrom para orgânico, vermelho para plástico, verde para vidro, amarelo para metal e azul para papel. 27 30 5.1 Como plantar? Algumas espécies de hortaliças necessitam passar, inicialmente, pelo plantio em sementeira e, quando as plantinhas estiverem com 4 ou 5 folhas, poderão ser transplantadas para canteiros definitivos. Ex: alface, cebola, repolho, beterraba, brócolis, chicória, couve-flor, repolho, couve e jiló. Quadro 2. Outras espécies são plantadas definitivamente em canteiros. Ex: alho, cenoura, nabo, espinafre, rabanete, ervilha, pepino, melancia e vagem. QUADRO 2: Informações técnicas para plantio de algumas hortaliçasQUADRO 2: Iniciando o Plantio na Horta5 31 Rendimento médio por canteiro de 15m 2 Colheita (dias) Espaçamento (centímetro) Batata- doce 60 70 45 80 120 70 150 100 120 90 70 120 120 90 90 180 90 90 40 25 x 25 25 x 25 25 x 25 100 x 50 30 x 25 20 x 10 250 x 250 100 x 50 100 x 50 100 x 50 100 x 30 100 x 50 100 x 40 20 x 10 20 x 5 100 x 50 100 x 50 20 x 10 20 x 5 Folhosas Alface Chicória Coentro Couve Mostarda Rúcula Tipo de plantioHortaliças Frutos Raízes/ tubérculos mudas 240 pés mudas 240 pés mudas 750 pés mudas 30 pés mudas 200 pés mudas 750 pés Abóbora direto covas duas plantas (±10 kg) Berinjela mudas 30 plantas (± 60 kg) Pimentão mudas 30 plantas (± 30 kg) Pepino direto covas 30 plantas (± 100 frutos) Quiabo direto covas 50 plantas (± 20kg) Tomate mudas 30 plantas (± 30kg) direto camalhões 37 plantas (± 15kg) Beterraba direto canteiro 750 plantas (± 20kg) Cenoura direto canteiro 1500 plantas (± 40kg) Inhame direto covas 30 plantas (± 15kg) Mandioca (aipim) direto covas 30 plantas (± 20kg) Nabo direto canteiro 750 plantas (± 25kg) Rabanete direto canteiro 1500 raízes (± 7kg) Há outras hortaliças, como a batata-doce, que são plantadas em leiras. Já a abóbora, a abobrinha, o inha- me, a mandioca, a batata-baroa (mandioquinha salsa) e o quiabo devem ser plantados diretamente em covas. As hortaliças folhosas, como os temperos e a alface, podem ser cultivadas em vasos ou em garrafas PET cortadas, ou ainda em outros tipos de recipientes. Essa reciclagem é também uma forma de colaborar na redução do resíduo sólido urbano. Junto as hortas escolares, podemos também instalar estufas para plantio de hortaliças, sendo recomendados os modelos que apresentam baixo custo de instalação, construídos em madeira, com cobertura de plástico transparente e telas laterais com sombrite. Essas estruturas protegem as plantas do ataque de diversas pragas e possibilitam cultivos em condições de excesso de chuvas, geadas, temperaturas baixas, ventos fortes, etc. E ainda, permitem ao professor realizar aulas práticas quando as condições climáticas se apresentam desfavoráveis às atividades externas à sala de aula. Outra opção de cultivo de hortaliças é por meio da hidroponia que consiste obter hortaliças, principalmente as folhosas, em recipientes especiais contendo substratos, imersos em água e enriquecidos com nutrientes. Ver detalhes da técnica em HIDROPONIA ESCOLAR (Bibliografia Complementar). Devemos lembrar que para o bom desenvolvimento das plantas é necessário respeitar aos espaçamentos de plantios. Esses espaçamentos consistem na distância entre as linhas e entre as plantas de uma mesma linha de plantio, que são adequados as diferentes espécies de hortaliças. 32 35 Independentemente do sistema utilizado para a produção de mudas, é muito importante utilizar sementes de boa qualidade, pois o sucesso da horta depende em grande parte delas. De preferência, usar sementes compradas em embalagens fechadas, onde é garantida a germinação e o prazo de validade. É possível definir a quantidade de mudas necessárias para uma determinada área de plantio. Inicialmente, calcula-se a área a ser ocupada pela hortaliça a partir do espaçamento específico para cada espécie. Por exemplo: para plantio da cultura da alface utiliza-se em média o espaçamento de 0,25m x 0,25m, que 2corresponde a área de 0,0625m da planta. Para calcular o 2 2 plantio de um canteiro de 15m , basta dividir 15m por 20,0625m , que dará o total de 240 mudas para plantio nessa área. 5.3 E como manter as hortas no recesso escolar? Para evitar que o mato tome conta da área das hortas escolares nos períodos de recesso escolar, recomenda-se o plantio de espécies que não requerem muito cuidados (milho, batata-doce, mandioca, etc.) ou que favorecem a fertilidade dos solos, como as leguminosas (feijões, crotalária, etc.). 6 37 Manutenção da Horta Escolar 6.1 Como conservar a nossa horta? Algumas tarefas são importantes para manter a horta em condições ideais de produção. • Adubação de cobertura: para o bom desenvolvimento das hortaliças que permanecem mais tempo nos canteiros é necessário complementar a adubação feita na etapa do plantio com mais adubo orgânico. • Amontoa: consiste em chegar terra às plantas para fixá-las no solo. • Capina: as hortaliças competem com o mato que cresce no canteiro por luz, nutrientes e água. Mesmo assim, não é necessário retirar todo o mato dos canteiros. Capinar apenas aquele que estiver abafando ou prejudicando as hortaliças. Com as dicas a seguir e com ajuda dos nossos professores, vamos poder cuidar melhor da nossa HORTA ESCOLAR! 40 Armadilha atrativa para controle de lagartas Misturar 50 ml de melaço, 10 ml de detergente neutro e biodegradável em um litro de água e colocar em garrafas plásticas com uma janela aberta de modo a permitir a entrada das borboletas atraídas pela mistura. Chá de losna para controle de lagartas e lesmas Derramar um litro de água fervente sobre 30 g de folhas secas e deixar em infusão por 10 minutos. Diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas. Controle de lagartas e lesmas. Controle de insetos (pragas) em geral a) Alho em água Esmagar os quatro dentes de alho e deixar curtir em um litro de água por 12 dias, após este período, diluir em 10 litros d'água e pulverizar. Auxilia no controle de insetos sugadores b) Alho, sabão de coco, óleo mineral e água Moer 100 gramas de dentes de alho e deixá-los em infusão por 24 horas em cinco mililitros de óleo mineral. Em outro vasilhame dissolver 10 gramas de sabão de coco em meio litro de água. Misturar tudo e filtrar. Utilizar em pulverizações foliares, diluído em 10 litros de água, para o controle principalmente de pulgões e cochonilhas. c) Chá de folhas de arruda Levar ao fogo folhas de arruda com água fervente por 10 minutos. Coar e aplicar depois de esfriar. Utilizar em aplicações foliares para o controle de insetos em geral. d) Fumo de rolo e água Picar 20 cm do fumo de rolo e deixar curtir na água por 48 horas, depois coar e diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas para o controle de insetos. 41 e) Óleo mineral, querosene, amido e água Misturar 300 ml de óleo mineral, 20 ml de querosene e 100 gramas de amido em 10 litros de água. Está pronto para aplicar nas plantas, no controle de insetos sugadores. f) Sabão, querosene e água Aquecer os 4 litros de água e adicionar 250 gramas de sabão em barra picado, agitando bem, até derreter, em seguida com a mistura já amornada, acrescentar meio litro de querosene com cuidado e diluir em 11 litros de água. Aplicar ao anoitecer ou nas primeiras horas da manhã, para evitar qualquer efeito tóxico do querosene as plantas. Ação contra insetos em geral. g) Iscas com cascas de citros (laranja, limão, tangerina, etc.) para controle de formigas saúvas. Cortar em pequenos pedaços as cascas dos citros e espalhá- los próximo a entrada dos formigueiros. Controle de fungos a) Cal e flor de enxofre Misturar cal apagada em pó (3,5 kg) e flor de enxofre (6,5 kg) e polvilhar nas plantas antes de secar o orvalho. Eficiente no controle das doenças conhecidas como ferrugem, oídio ou cinza. b) Calda Bordalesa A calda bordalesa é o resultado da mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. Para preparar 10 litros da calda é necessário: •um dia antes dissolver 100 gramas de sulfato de cobre em um litro de água, utilizando um balde de plástico. Reservar. •colocar 100 gramas de cal virgem em um balde com capacidade de 10 litros e adicionar aos poucos nove litros de água, para dissolver bem a cal. Logo após, acrescentar bem lentamente e mexendo sempre a solução de sulfato de cobre reservada. Estando a calda pronta, ainda é preciso verificar seu pH. No caso de se apresentar ácida, pH menor que 7, adicionar mais leite de cal. c) Calda de Viçosa Esta calda é nada menos que a calda bordalesa suplementada com nutrientes (100g de cal, 30g de 42 ácido bórico ou bórax, 100g de sulfato de cobre, 160g de sulfato de magnésio e 30g de sulfato de zinco, para 20 litros de calda), constituindo um fungicida muito eficiente no controle de várias doenças de hortaliças e de culturas perenes. No caso de hortaliças, realizar tratamento preventivo através de pulverizações foliares quinzenais. d) Querosene, sabão em barra e sulfato de cobre Dissolver o sabão em barra (25 gramas) em um litro de água morna. Dissolver o sulfato de cobre (100 gramas) em um litro de água fria ou morna. Juntar em duas soluções, mexendo sempre e acrescentar o querosene (400 ml). Verte a emulsão sobre oito litros de água. Pronto para realizar pulverizações foliares para controle de fumagina e ferrugem. e ) Leite ou soro de leite em água Misturar 300 ml de leite ou soro de leite em um litro de água e pulverizar sobre as plantas. Auxilia no controle de doenças fúngicas. f) Calda Sulfocálcica É preparada a partir do cozimento em água do enxofre e da cal virgem ou hidratada. Para preparar 25 litros de calda é necessário: dissolver 5 kg de enxofre e 5 kg de cal hidratada (ou 2,5 kg de cal virgem) em 25 litros de água quente e deixar ferver por uma hora. Durante a fervura o volume da calda deve ser completado para 25 litros. Quando pronta, a calda possui odor de ovo choco, coloração amarelada e densidade aproximada de 25º Baum (Bé). Além da ação acaricida, tem efeito fungicida e exerce ação sobre alguns insetos sugadores. Recomendam-se pulverizações foliares quinzenais a 1% (10ml/litro) para as hortaliças, evitando-se pulverizações quando a temperatura for elevada.
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