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A Revolução Verde , Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Historico da Revolução Verde no Brasil e no mundo

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 19/03/2011

Salamaleque
Salamaleque 🇧🇷

4.5

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Baixe A Revolução Verde e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! FACULDADE DE ESTUDOS ADMINISTRATIVOS DE MINAS GERAIS Thiago L. Ferreira A Revolução Verde Belo Horizonte 2010 Ana Júlia Ribeiro dos Santos Carolina Maria Cristiane Cupertino Batista Osiris Philipe Guilherme Thiago lucas Valtânia A Revolução Verde Belo Horizonte 2010 INTRODUÇÃO Revolução Verde é o conjunto de estratégias e inovações tecnológicas com o objetivo de se alcançar maior produtividade através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização de solos, utilização de agrotóxicos e mecanização no campo. A implantação das novas técnicas agrícolas começou no fim da década de 1940, mas só obteve resultados significativos entre 1960 e 1970, quando países em desenvolvimento tiveram uma expressiva melhora em sua produtividade agrícola. Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque que utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação com vendas de pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México. O impacto social da revolução verde, na medida em que ajudou a erradicar a fome no mundo, fez com que Norman Ernest Borlaug, considerado o pai do movimento, ganhasse o Prêmio Nobel da Paz em 1970 Porém a Revolução Verde, apesar da proposta inicial de aumentar a produção de alimentos para combater a fome no mundo não obteve apenas bons resultados com a introdução das novas técnicas e modernização dos meios de produção. Alguns estudos e fatos comprovam que a Revolução Verde, em longo prazo, pode ter se tornado insustentável. Trabalho entregue a professora Ana Paula Gomes Carissimo como pré-requisito para a obtenção de créditos na disciplina Sociologia e Extensão Rural. Curso Agronomia II. mecanização das atividades, tendo como única alternativa, a venda de suas terras a outros produtores. Outro motivo para o fracasso da Revolução Verde pode ser explicado pelo fato de que paralelamente ao aumento da produção de alimentos, deveria ter sido proposto um programa que visasse combater as desigualdades sociais, pois, elas são responsáveis pela pobreza que é o real causador da fome nos países em desenvolvimento que é causada não pela falta de alimentos, mas sim pela falta de recursos para adquirir os alimentos disponíveis. Uma terceira linha de críticas refere-se aos efeitos ambientais da Revolução Verde: ocorreram impactos ambientais ocasionados pelo uso do maquinário e fertilizantes químicos tais como: erosão, compactação do solo, poluição do ar e do solo, redução dos recursos hídricos, perda de matéria orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas, exploração excessiva dos recursos pesqueiros e poluição dos mares. A perda da biodiversidade, especialmente, torna esse tipo de agricultura contrária aos princípios básicos do desenvolvimento sustentável Brasil Para se compreender melhor as consequências que a revolução verde teve no Brasil, é preciso primeiramente se entender em qual contexto histórico a mesma foi implantada no país. Durante a ditadura militar, muito se discutia a respeito de qual caminho o país deveria seguir para aumentar sua produtividade agrícola. Duas possibilidades distintas predominavam: a que defendia o aumento da produtividade por meio da reforma agrária, e a que defendia a adoção de pacotes tecnológicos pelos agricultores, sem se tocar na questão fundiária. Sem nenhuma surpresa, o Governo militar adotou a opção de manter a estrutura agrária que já existia no Brasil e adotou as bases do modelo da Revolução Verde. Essa postura foi muito questionada por seus críticos que a denominaram modernização conservadora. Primeiramente as regiões que sofreram mais intensamente foram as regiões Sul, Sudeste e um pouco mais tarde, a região Centro Oeste. A grande abertura da nova fronteira agrícola foi executada pela grande empresa com o apoio do estado. Foi observada a preferência pelas monoculturas com o objetivo de exportação como soja, milho, algodão e arroz. Logo depois, a cana-de-açúcar também teve sua expansão observada devido aos incentivos do programa Proácool. Observou-se que as atitudes tomadas aumentaram sim a produtividade do setor, entretanto houve um grande custo para a sociedade e para o meio ambiente. Com relação à questão ambiental, pode se destacar a erosão genética, um dos processos de degradação provocado pela seleção de espécies e pelo desmatamento. O processo de modernização da agricultura acentuou a extinção de espécies, tanto animais quanto vegetais por ter se dedicado a produtos economicamente mais rentáveis. O desmatamento de vastas áreas para o cultivo de monoculturas acarretou a proliferação de pragas que se alimentam desses cultivos como a lagarta da soja, o besouro bicudo do algodão. Para se combater essas e outras diversas pragas que atacavam os cultivares os produtores investiram no uso intensivo de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas sem se levar em conta o fato de que, quanto mais se usa esses insumos, mais as pragas tendem a se tornar resistentes, demandando cada vez mais o uso de agrotóxicos. O uso indiscriminado desses insumos ainda provocou a contaminação de solos, rios, animais e por conseqüência, de todo o ecossistema. Ainda pode ser observado outro problema quanto a irrigação, que se usada de maneira errada, nos moldes da Revolução Verde, altera todo o ciclo hidrológico natural. Como se observou, a Revolução verde causou grandes impactos ambientais, mas não pode se esquecer de que o homem, apesar de causador desses impactos, também sofre com as conseqüências de seus atos, tanto como ser biológico quanto como ser social. Biologicamente a saúde do homem foi afetada pelo uso de agrotóxicos que se acumulam no organismo e causam doenças e impactos irreversíveis. Não pode se esquecer também que o contato direto que o homem do campo teve com tais produtos, sem se usar o equipamento de proteção necessário, acarretou problemas de saúde como: lesões hepáticas e renais, distúrbios mentais e doenças respiratórias. Do ponto de vista social, o processo de modernização da agricultura é extremamente desigual e excludente, visto que privilegia os poucos grandes produtores em detrimento de outros pequenos produtores familiares. Primeiramente os investimentos não atingem de forma democrática os estabelecimentos já que as maiores parcelas de financiamentos se destinaram a grandes e médios produtores, deixando de fora, os pequenos produtores que representavam mais de 87% m 1985. A mecanização também acentuou o desemprego no campo conforme a intensificação do processo. Isso ocorreu porque as máquinas agrícolas implantadas e advindas dos pacotes tecnológicos da Revolução verde eram poupadores de mão- de-obra. Os produtores que não receberam investimentos, ou seja, os pequenos produtores, não conseguiram acompanhar essa modernização, muitas vezes sendo obrigados a vender suas terras aos grandes produtores o que acarretou uma grande expropriação de terras. Esses produtores expropriados de suas terras migraram para cidades grandes, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo para trabalhar em empregos de remuneração baixa, em empregos informais ou ainda colaborar com o aumento da criminalidade, na pior das hipóteses. Populações advindas do meio rural se vêem obrigadas, pela falta de oportunidades, a morar em favelas, muitas vezes em condições precárias, ou em periferias das grandes cidades. A perda das terras pelos pequenos produtores ocasionou ainda a concentração fundiária e de renda nas mãos de grandes produtores. Essa concentração é evidenciada ao se observar os conflitos pela Terra, acentuados devido as tensões geradas pelo desenvolvimento de mobilizações de trabalhadores rurais pela reforma agrária como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). A nova revolução verde Por ocasião da grande demanda mundial de alimentos, muito tem se falado sobre o surgimento de uma Nova Revolução Verde. A crise mundial de alimentos se tornou novamente uma oportunidade para as próprias empresas que criaram as condições para a crise se iniciar, os proponentes da Revolução Verde. De certo tem se falado que não a razões para duvidar que a resposta a nova crise de mundial de alimentos virá do avanço tecnológico (Revista VEJA, 2009). Segundo um artigo de Luís Guilherme Barrucho, publicado na revista VEJA existem três caminhos vitais a serem seguidos para alimentar a população do planeta nos próximos anos. O primeiro caminho listado trata da modernização das lavouras e a
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