Baixe Trauma Uma Doença Social e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! TRAUMA - UMA DOENÇA SOCIAL Técnicos Analises Clinicas “TRAUMA” é uma doença comumente ignorada como problema de saúde da comunidade 2 5  Doença heterogênea e multidisciplinar  Principal causa de morte em população jovem  Prevenção é o mais importante parâmetro para sua diminuição 6 “Os acidentes não ocorrem por acaso e não são produtos da fatalidade. Existe sempre um fator de risco sobre o qual é possível atuar modificando, assim, a ocorrência de eventos traumáticos.” BRASIL = GUERRILHA URBANA A CADA DIA O TRAUMA MATA 320 BRASILEIROS E DEIXA MAIS DE 950 SEQÜELAS DEFINITIVAS FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS E CONTAGEM POPULACIONAL E MS/SE/DATASUS SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS DO IBGE 2003 7 10 Cenário nº de vítimas Homicídios por (FAF) no Brasil em 18 meses na população de 15 a 25 anos (FAF – ferimento arma fogo) 41 mil Mortos na Chechênia em 18 meses 30 mil Mortos na Bósnia em 48 meses de guerra (Brasil = 109 mil) 70 mil Mortos no Vietnã em 84 meses de guerra (Brasil = 190 mil) 56 mil * Cultura e Saúde, 2:22, 1996 - Fonte: Jornal da Tarde, 07/09/96 MATANDO MAIS QUE AS GUERRAS * FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS E CONTAGEM POPULACIONAL E MS/SE/DATASUS SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS DO IBGE 2003 CENÁRIO TOTAL VÍTIMAS 11 1,94 18,57 43,32 51,58 67,6 60,12 36,99 19,16 8,68 4,06 2,38 1,84 33,33 0 10 20 30 40 50 60 70 80 < 1 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 >79 Ignor. % sobre total de mortes IDADE (anos) 1-4 5-9 10-14 Mortes por Causas Externas segundo IDADE (% sobre o total de mortes por idade) - Brasil, 2003 - Total de óbitos = 118.367 FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS E CONTAGEM POPULACIONAL E MS/SE/DATASUS SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS DO IBGE 2003 12 7,4 27,3 33,6 18,3 21,8 26,8 29 31,9 31,1 25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 - 1 1 a 4 5 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 65 a 74 75 ou + Mortes por Acidentes de Transporte segundo IDADE (% sobre o total de mortes por idade) - Brasil, 2003 - Total de óbitos = 118.367 FONTE: IBGE - CENSOS DEMOGRÁFICOS E CONTAGEM POPULACIONAL E MS/SE/DATASUS SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS DO IBGE 2003 15 TRAUMA - BRASIL SIM / MS 6,4 28,4 33,6 31,6 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais 5,4 41,8 23,5 29,3 1984 2004 Total de óbitos = 82.157 Óbitos causas externas = 10,2 % Total de óbitos = 118.367 Óbitos causas externas = 12,5 % Prof.Dr Luiz C Von Bahten 16 BRASIL - MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS Coeficiente de mortalidade / 100 mil hab < 45 46 - 89 90 - 134 Prof.Dr Luiz C Von Bahten 17 BRASIL - MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS Coeficiente de mortalidade / 100 mil hab < 45 46 - 89 90 - 134 Prof.Dr Luiz C Von Bahten 20 BRASIL - MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS Coeficiente de mortalidade / 100 mil hab < 45 46 - 89 90 - 134 Prof.Dr Luiz C Von Bahten 21 BRASIL - MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS Coeficiente de mortalidade / 100 mil hab < 45 46 - 89 90 - 134 2000 Homicídios população 15 a 24 anos por 100.000 habitantes Sul 134 Norte 112 Nordeste 126 Sudeste 218 Centro 174 2000 TRAUMA “A vítima deve ser encaminhada para um serviço que tenha condições de atendê-la adequadamente e não para o hospital mais próximo.” FONTE: TRUNKEY,1982 22 PRINCÍPIOS DO ATENDIMENTO AO TRAUMATIZADO A Via aérea com controle da coluna cervical B Respiração (ventilação e oxigenação) C Circulação (expansão volêmica e controle das perdas) D Incapacidade, estado neurológico E Exposição (despir) mantendo controle de temperatura PRIORIDADES 25 6,6 36,8 0,6 19,8 28,9 4,6 2,7 03,7 5,531,8 29,2 25,7 4,1 2 13 1,7 20,5 39 20,5 3,3 0 4,4 2,4 22,4 48,5 18,8 3,5 5,7 44,8 17 0,5 25,4 4,91,7 4,6 42,4 0,5 17,3 24,2 9,1 1,9 0 6,8 53 20,8 11,3 4,93,2 3,8 4,8 23,3 4,9 19,1 1,5 42,6 VAM Suicídios Homicídios Queda Afogamento Sufocação Demais 7,8 7,2 28 2,5 35,2 1,8 17,5 7,2 29,1 1 21,6 31,9 4,5 4,7 9 13,6 26,2 1,6 37,4 3,3 8,9 8,1 21,5 24,2 0,9 35,4 3,9 6 <1 ano 1-4 anos 10-14 anos5-9 anos 20-29 anos15-19 anos 40-49 anos30-39 anos 50-59 anos 70-79 anos60-69 anos >80 anos ETIOLOGIA DAS MORTES POR TRAUMA NAS DIFERENTES IDADES 26 27 TRAUMA -2003 SIM / MS 7,19 37,98 19,58 35,25 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais DISTRITO FEDERAL Coef. Mort./100.000 hab. = 85,99 Óbitos causas externas = 19,2 % 30 TRAUMA -2003 SIM / MS 4,51 53,5 18,53 23,46 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais 3,35 61,97 19,85 14,83 PERNAMBUCO RECIFE Coef. Mort./100.000 hab. = 92,95 Óbitos causas externas = 14,01 % Coef. Mort./100.000 hab. = 118,71 Óbitos causas externas = 15,98 % 31 TRAUMA -2003 SIM / MS 5,92 16,96 49,63 27,49 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais 4,36 21,13 18,95 55,56 RIO GRANDE DO NORTE NATAL Coef. Mort./100.000 hab. = 53,42 Óbitos causas externas = 11,51 % Coef. Mort./100.000 hab. = 68,68 Óbitos causas externas = 12,88 % 32 TRAUMA -2003 SIM / MS 5,48 38,24 27,69 28,59 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais 5,23 51,08 22,18 21,51 SÃO PAULO SÃO PAULO (capital) Coef. Mort./100.000 hab. = 94,33 Óbitos causas externas = 14,07 % Coef. Mort./100.000 hab. = 107,02 Óbitos causas externas = 15,12 % 35 8,76 22,59 24,89 43,76 Acid. VAM Suicídios Homicídios Demais 6,81 26,52 42,44 24,23 PARANÁ CURITIBA Coef. Mort./100.000 hab. = 76,46 Óbitos causas externas = 13,07 % Coef. Mort./100.000 hab. = 83,29 Óbitos causas externas = 13,98 % TRAUMA -2003 SIM / MS 36 Prejuízo social do trauma: IMENSURÁVEL Não há como avaliar quantitativamente o impacto social que as mortes ou seqüelas do trauma causam para a população. Impacto econômico do trauma: MENSURÁVEL É possível estimar qual o gasto financeiro que um traumatizado representa, considerando-se seu atendimento, acompanhamento, reabilitação ou perda de capacidade produtiva. 37 “A ETIOLOGIA DO TRAUMA ESTÁ NA SOCIEDADE E NELA A SOLUÇÃO. CADA AÇÃO POLÍTICA, PREVENTIVA, TERAPÊUTICA E DE CONSCIÊNCIA DEBRUÇADA SOBRE A PESSOA HUMANA É UMA ESPERANÇA PARA ATENUAR ESTE FLAGELO.” 40 BAHTEN, LCV et al REV COL BRAS CIR 30: 224-229, 2003 41 BAHTEN, LCV et al REV COL BRAS CIR 30: 224-229, 2003 42 568,22 692,95 676,59 412,33 503,05 600,03 0 100 200 300 400 500 600 700 U$ Custo Médio TOTAL FAF FAB AGRESSÃO QUEDA AC. TRÂNSITO BAHTEN, LCV et al REV COL BRAS CIR 30: 224-229 , 2003 Prof.Dr Luiz C Von Bahten 45 PREVENÇÃO • A PREVENÇÃO É A ÚNICA FORMA DE EVITAR AS MORTES QUE OCORREM NO LOCAL DO “ACIDENTE” • A PREVENÇÃO É A FORMA MAIS EFICIENTE E BARATA DE REDUZIR OS CUSTOS (MORTES, SOFRIMENTO, DESPESAS, PERDAS DE PRODUTIVIDADE, ETC.) DA DOENÇA TRAUMA • A PREVENÇÃO É POSSÍVEL NA MAIORIA DOS CASOS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO, DE MEDIDAS LEGAIS E DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO PASSIVA Prof.Dr Luiz C Von Bahten 46 PREVENÇÃO • PREVENÇÃO PRIMÁRIA EDUCAÇÃO, CONDIÇÕES SOCIAIS, SALÁRIO JUSTO • PREVENÇÃO SECUNDÁRIA MEDIDAS PUNITIVAS SEVERAS PARA INFRAÇÕES GRAVES ( DESARMAMENTO) • PREVENÇÃO TERCIÁRIA SISTEMAS INTEGRADOS DE ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS INVESTIMENTOS NO APRIMORAMENTO DE RECURSOS HUMANOS 47 PARA A SOCIEDADE  TRAUMA É DOENÇA E NÃO “ACIDENTE” OU “FATALIDADE”  A MAIORIA DAS MORTES E DAS LESÕES POR TRAUMA SÃO EVITÁVEIS. PREVENÇÃO É A PALAVRA CHAVE WALT, A.J., Am J Surg 135:12, 1978 APOTEOSE DOS DELÍRIOS “NO ATENDIMENTO DO PACIENTE TRAUMATIZADO” IDEOLEPSIS – a corrente das idéias... A SÍNDROME DA TORRE DE BABEL – ninguém entende o que eu digo O INESPERADO – o homem nem sempre se comporta como um animal de laboratório O MACHISMO CIRÚRGICO – quanto maior, melhor! O NOVIDADEIRISMO – quanto mais novo, melhor! O EFEITO LUZES DA RIBALTA – hoje é meu dia! 50 ERROS E IATROGENIAS NO ATENDIMENTO AO TRAUMATIZADO  Negligência - Síndrome do cansaço  Imperícia - Síndrome do despreparo  Imprudência - Síndrome do desespero 51 ASHER HIRSHBERG, 2001 OS GRANDES ERROS NO TRAUMA ERROS DE DECISÃO OPÇÃO EQUIVOCADA ERROS DE EXECUSSÃO AÇÃO EQUIVOCADA 52 “É UMA CARACTERÍSTICA DOS INTELIGENTES APRENDER COM SEUS ERRROS, PORÉM É DOS SÁBIOS APRENDER COM OS ERROS DOS DEMAIS” 55  Trauma é DOENÇA e não “acidente” ou “fatalidade”  A maioria das mortes e das lesões por trauma são evitáveis. PREVENÇÃO é a palavra chave  A assistência às vítimas deve ser prestada através de um “SISTEMA DE ATENDIMENTO AO TRAUMA”  As peças essenciais de um sistema de trauma são RECURSOS HUMANOS bem treinados e qualificados 56