Baixe Resumo de bioquímica e outras Resumos em PDF para Bioquímica, somente na Docsity! BIOQUÍMICA Ser vivo: alto grau de complexidade química e organização microscópica; existência de sistemas que extraem, transformam e utilizam energia do ambiente; capacidade de autor replicação; mecanismos que sentem alterações no ambiente e respondem a estas alterações; cada um dos componentes possui uma função definida além de interagirem entre si de maneira regulada. ORIGEM DA VIDA NA TERRA Logo após ter sido formada, a Terra era um ambiente extremamente inóspito, com temperaturas elevadas, altos índices de radiação ultravioleta (devido a ausência de O3) e uma atmosfera com gases tóxicos (CH4, CO, NH3, H2S, etc.). Vida na Terra surgiu há 3,5 bilhões de anos com o aparecimento das primeiras bactérias, provavelmente nos oceanos. Isso ocorreu devido as resfriamento do planeta e ao aparecimento das primeiras moléculas orgânicas de importância bioquímica. TEORIA DA “SOPA” PRIMORDIAL Presença dos gases: NH3, H2S CO, CO2 CH4, N2, H2 e H2O (ambiente bastante redutor) Conjunção de fatores como altas temperaturas, grandes quantidades de radiação UV e elevada incidência de descargas elétricas provenientes de relâmpagos. Experimento Urey-Miller: Reações entre moléculas simples levam à formação de bases nitrogenadas. Os aminoácidos são produzidos muitos mais facilmente que os nucleotídeos. o Formaldeído Carboidratos o HCN Adenina o Glicina o Alanina o Ácido Glutâmico o Leucina Obs: Aminoácidos podem ter sidos usados para a síntese de bases nitrogenadas. A polimerização abiótica de carboidratos e nucleotídeos também ocorre, mas menos facilmente. TEORIA DO MUNDO DO RNA RNAs podem ter atividade catalítica o Em 1860 criou-se uma hipótese de um “mundo de RNA” habitado por formas de vida primitivas dependentes de RNA para exercer todos os papéis principais em um organismo como herança, armazenamento de informação e catálise de reações específicas envolvidas na síntese de biomoléculas e no metabolismo energético. o O surgimento de uma forma de RNA capas de codificar sua própria replicação foi o principal evento na origem da vida. Este sistema deve ter evoluído para a síntese de catalisadores mais eficientes (proteínas). O DNA então teria assumido o papel de material genético principal enquanto o RNA passou a ter um papel intermediário. o Importância da compartimentalização com o uso de membranas: Durantes a evolução, quantidades suficientes de lipídeos devem ter se acumulado formando vesículas que aprisionaram ácidos nucléicos, formando estruturas semelhantes a célula. A vantagem da compartimentalização é que os produtos de reações enzimáticas não se difundem para o ambiente, podendo ser usado pela célula. Isto ocorre também devido ao fato de a maioria das biomoléculas serem carregadas e não se difundirem pela membrana. TEORIA DO IMPACTO: Moléculas orgânicas vieram do espaço, trazidas por uma espécie de meteoro. Há presença de aminoácidos e bases nitrogenadas. TEORIA DAS FENDAS SUBMARINAS: água superaquecida rica em íons de metais de transição e H2S. Locais de grande atividade biológica, independente da luz solar. A redução de CO2 por FeS geraria moléculas orgânicas mais complexas. TEORIA DA ARGILA: Moléculas orgânicas surgiram inicialmente em reações catalisadas por silicatos. A QUÍMICA DOS ORGANISMOS VIVOS É baseada no carbono Importância da água em sistemas bioquímicos: o A água representa 70% ou mais do peso da maioria dos organismos. o São essenciais as forças atrativas entre moléculas de água (pontes de hidrogênio) e a tendência da água em se ionizar ( que influenciam a estrutura e as propriedades dos diversos componentes celulares), ainda muito fracamente. Possibilitam a existência dos sistemas tampões. o Diferenças de eletronegatividade entre o H e O conferem um momento dipolo à água. Este momento dipolo e a presença de pares de elétrons não compartilhados no O é responsável pela formação de pontos de hidrogênio entre moléculas de água. Os orbitais da molécula de água, incluindo os orbitais não-ligantes do oxigênio, possuem um arranjo aproximadamente tetraédrico. o Pontes de hidrogênio: biomoléculas polares se dissolvem na água devido ao fato de poderem trocar interações água-água por interações água-soluto, que são energeticamente mais favoráveis; biomoléculas não polares conseguem formar interações água-soluto e por isso, são muito pouco solúveis em água. Pontes de hidrogênio são mais fortes quando orientadas de maneira a permitir interação eletrostática máxima, o que ocorre quando os átimos envolvidos na ponte de H estão em linha reta. o Água como solvente: A polaridade da água faz com que esta dissolva facilmente substâncias polares (hidrofílicas). Substâncias apolares, por outro lado, não são solúveis em água (hidrofóbicas). OBS: Quanto maior a constante dielétrica menor a força que une as duas cargas, ou seja, a constante dielétrica de um solvente é uma medida de sua capacidade de manter cargas opostas separadas. A água é um dos solventes com maior constante dielétrica. OBS2: Partículas carregas são solvatadas pela água. o Gases apolares são insolúveis em água. Isso tem implicações importantes no transporte de O2 dos pulmões para os tecido e de CO2 dos tecidos para os pulmões. O oxigênio é transportado através de proteínas carreadoras (hemoglobina). O transporte de CO2 é feito principalmente sob a forma de HCO3 - , bastante solúvel em água. o Interações hidrofóbicas: Força que mantem as regiões apolares de moléculas diferente juntas. Resultam de uma maior estabilidade termodinâmica através da minimização de interações com a água. Membranas biológicas são estabilizadas por interações hidrofóbicas. Essas interações entre aminoácidos apolares são importante na estabilização de proteínas. o A importância das interações fracas em sistemas biológicos: são importantes na manutenção da estrutura de biomoléculas. Para separar a enzima de seu substrato é necessário romper as interações simultaneamente, o que é muito difícil. SISTEMA TAMPÃO E SISTEMAS BIOLÓGICOS Importância de medidas e do controle do pH em Bioquímica o Alterações de pH alteram, por exemplo, a estrutura e a atividade de enzimas por alterarem a ionização de grupos carregados em aminoácidos. Alteram também a estrutura do DNA. Medidas de pH do sangue e da urina são usadas em diagnósticos. Células e organismos mantem um pH próximo de 7,0 o que ajuda a manter as biomoléculas em seu estado iônico normal. Em organismos multicelulares o pH de fluidos também é rigorosamente controlado. Sistemas tampão são soluções aquosas que resistem a mudanças de pH quando pequenas quantidade de um ácido ou uma base são adicionados. Tampão biológico – CITOPLASMA: o Íons fosfato são abundantes nas células na forma inorgânica ou como grupo funcional de moléculas orgânicas mais complexas como ATP ou de precursores metabólicos. Proteínas também contribuem para mante o pH celular. o Tampão fosfato: pKa = 6,86 H2PO4 - H + + HPO4 2- o Proteínas: Aminoácidos histidina: pKa = 6,04 para histidina livre, mas aprox. 7 em peptídeos e proteínas. Tampão biológico – SANGUE o Tampão bicarbonato: regula o pH sanguíneo ao redor de 7,4. o O CO2 proveniente da respiração celular nos tecidos está em equilíbrio com CO2 dissolvido e forma o tampão bicarbonato CO2 (g) CO2 (d) CO2 (d) + H2O H2CO3 H2CO3 H + + HCO3 - o Constitui um sistema aberto, em que o CO2 tampona perdas de ácido carbônico. A presença de CO2 gasoso nos alvéolos a uma pressão parcial de 40 mm de Hg é responsável por manter a concentração de CO2 dissolvido, que restitui o H2CO3. AMINOÁCIDOS E LIGAÇÃO PEPTÍDICA Proteínas: o São as macromoléculas mais abundantes; caracterizadas por uma grande diversidade de tamanhos, formas e funções. o São os instrumentos pelos quais a informação genética é expressa. o Fórmula geral de um aminoácido: Estrutura quaternária: montagem de subunidade de diferentes polipeptídios para formar uma estrutura funcional; agregação de cadeias de polipeptídios separadas em uma proteína funcional. É mantida principalmente por ligações iônicas, pontes de hidrogênio e interações hidrofóbicas. Pontes de dissulfeto também podem estar presentes. Estruturas super-secundárias: o Motivos proteicos: são estruturas super-secundárias de repetição. Referem-se ao dobramento proteico apenas, não sendo possível prever a função da proteína, pois proteínas com diferentes funções podem ter alguns motivos iguais. - estruturas super-secundárias do tipo meandro β podem formar proteínas com estrutura terciária na forma de barril chamadas barril β. o Domínios proteicos: unidades de uma cadeia polipeptídica que se dobram de maneira independente um do outro. Muitas vezes sua estrutura é mantida mesmo após retirada do outro domínio. - diferentes domínios normalmente têm diferentes funções como ligação de pequenas moléculas ou interação com outras proteínas. Domínios com conformações similares geralmente estão associados à mesma função, como é o caso de domínios de ligação ao DNA, presentes em fatores de transcrição. CLASSIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS PROTEÍNAS FIBROSAS Apresentam repetições de elementos de estruturas secundárias. Insolúvel em água devido ao alto conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos Papel estrutural (suporte, forma e forma) Ex: colágeno; α-queratina; elastina; fibroína. o α-queratina: - cabelo, penas e unhas; - α-hélice direita - duas α-hélices se enrolam uma sobre a outra formando um “coiled coil” o que aumenta a resistência da estrutura. Esta se organiza posteriormente em protofilamentos, protofibrilas e filamentos intermediários. - os pontos de contato entre as duas α-hélices de um “coiled coil” são formados por aminoácidos hidrofóbicos. α- queratinas são ricas em Ala, Val, Leu, Ile, Met e Phe. - Rigidez é aumentada por pontes de dissulfeto intercadeias. o Colágeno: - rico em Pro e Gly - alta resistência a tensão. - componentes de pele, tecido conectivo, parede de vasos sanguíneos, córnea, tendões, cartilagem e osso. - α-hélice à esquerda forma uma tripla hélice à direita. - unidades repetitivas de Gly-X-Y, sendo X geralmente Pro e Y geralmente 4-Hyp. o Elastina: - fibra elástica com propriedades semelhantes à borracha. - proteína própria de tecidos conectivos. o Firbroína: - proteína da seda, produzida por insetos e aranhas. - folha β, rica em Ala e Gly. - não extensível, devido à estrutura já estendida da conformação β, mas flexível devido às interações fracas que unem as cadeias polipeptídicas. PROTEÍNAS GLOBULARES Diferentes segmentos da cadeia polipeptídica (ou diferentes cadeias) dobram-se uma sobre a outra. Solúveis em água Funções de transporte, regulação, proteínas motoras, imunoglobulinas e catálise enzimática. Mioglobina: o Função: armazenamento e difusão facilitada de O2 o Especialmente abundante em músculos de mamíferos que mergulham em grandes profundidades. o O alto grau de empacotamento torna interações de Van der Waals mais importantes na estabilização da proteína. o Formada por 8 segmentos de α-hélice separada por voltas β. o Cadeia punica de 153 aminoácidos e um grupo heme Grupo Heme: Presente em mioglobina, hemoglobina e citocromo; o átomo de ferro se encontra coordenado a 4 átomos de nitrogênio do anel porfirínico. Das duas posições de coordenação livre, uma é ocupada pelo N de uma histidina e outra pelo O2. PROTEÍNAS MEMBRANARES Têm pelo menos uma porção solúvel em água. São muito importantes na comunicação entre as células Constituem canais que permitem a passagem de átomos ou pequenas moléculas para o interior da célula. DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS: É a alteração da estrutura da proteína sem ruptura das ligações peptídicas. A maior parte das proteínas pode ser renaturada quando o agente desnaturante é retirado. Agente desnaturantes: o Físico: Alterações de temperatura; raios-X; Ultrassom. o Químicos: ácidos e bases fortes; detergentes; uréia; mercaptoetanol. Alterações das propriedades de uma proteínas desnaturada: o Redução da solubilidade (precipitação em solução) o Aumento da digestibilidade por proteases ou agente químicos (ácidos ou bases, por exemplo) o Perda da atividade biológica (enzimas, hormônios, anticorpos, etc.) FOLDING (DOBRAMENTO) DE PROTEÍNAS RECÉM-SINTETIZADAS Não ocorre por acaso nem por tentativa e erro. Supõe-se que estruturas secundárias locais se formam primeiro guiados pelas preferências devidas à sequência de aminoácidos. Após isto são estabelecidas interações de curta distância para estabelecer estruturas super-secundárias. O processo continua até a formação de domínios completos e do “folding” da proteína inteira. Folding assistido: chaperonas o Dois tipos de chaperonas: Hsp 70 (análogo de DnaK em bactérias) e chaperoninas. o O dobramento de algumas proteínas necessita de chaperonas. o Chaperonas DnaJ e DnaK: Não promovem ativamente o dobramento, mas previnem a agregação de proteínas às quais estão ligadas. Folding assistido: chaperoninas o Exercem papel ativo no dobramento de proteínas; FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS 1) Função estrutural – participam da estrutura dos tecidos Muitas proteínas servem como filamentos de suporte para fornecer proteção ou resistência a estruturas biológicas. A alta força de tensão da pele o do osso é devida à presença do colágeno, uma proteína fibrosa. O couro é quase que colágeno puro. Os ligamentos contêm elastina, uma proteína estrutural capaz de distender-se em duas dimensões. o Colágeno: proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões. Regulação da afinidade da hemoglobina por O2 pelo 2,3-bifosfoglicerato (BPG) A afinidade da hemoblobina pelo O2 é reduzida pela ligação ao 2,3-difosfoglicerato. Sem BPG, a afinidade da hemoglobina pelo O2 seria muito maior e, assim, pouco O2 seria liberado nos capilares. O BPG tem um papel importante na adaptação do organismo humano a grandes altitudes. Isto ocorre pelo aumento da [BPG] no sangue, o que diminui a afinidade da hemoglobina pelo O2 resultando num aumento na quantidade de O2 liberada nos capilares, o que compensa a falta de oxigênio em grandes altitudes. Anemia Falciforme o É causada por uma mutação na qual há substituição de um Glu por uma Val na cadeia β da hemoglobina, levando à formação da hemoglobina S, anormal. Ocorre apenas em indivíduos homozigotos para esta mutação. o Esta mutação provoca uma alteração na estrutura da hemoglobina uma vez que o glutamato é polar enquanto a valina é apolar. Esta substituição provoca a associação anormal das hemoglobinas (por interações hidrofóbicas na parte externa na molécula), o que leva à formação de agregados fibrosos característicos. Isso leva à deformação da célula dos glóbulos vermelhos, ficando estes com forma de foice. o As crises na anemia falciforme são desencadeadas por exercício físico e se caracterizam por fraqueza, tontura, falta de fôlego e aumento da pulsação. O conteúdo de hemoglobina no sangue é de aproximadamente metade do valor normal de 15-16 g/100 mL, devido à fragilidade das hemácias em forma de foice que se rompem facilmente. Os capilares podem ser obstruídos pelas células alongadas causando dores e mal funcionamento de órgãos. ENZIMAS 1) Características Velocidades de reação muito maiores; Condições de reação (pH, temperatura, pressão) muito mais brandas; Alta especificidade de substratos e produtos (não formam produtos secundários); o O sítio de ligação ao substrato consiste em geral de uma cavidade na superfície da proteína que é geometricamente complementar ao substrato. Os aminoácidos do sítio ativo se organizam de maneira a interagirem com o substrato. o Enzimas interagem com seus substratos através de interações fracas: pontes de H, interações eletrostáticas, hidrofóbicas e de van der Waals. Geralmente, após a ligação ao substrato, ocorre ainda um ajuste induzido no sítio ativo da enzima. o Especificidade geométrica: As enzimas apresentam, em geral, especificidade geométrica (ajuste ao sítio ativo). Este grau de especificidade pode variar. Poucas enzimas são específicas para um único substrato. A maioria catalisa reações de substratos correlatos, mas com eficiências diferentes. Algumas enzimas como as digestivas, são mais permissivas aceitando vários tipos de substratos, mas a eficiência da reação enzimática pode variar de acordo com o substrato. o Estereoespecificidade: As enzimas são altamente estereoespecíficas nas reações que catalisam. As enzimas são quirais por natureza (formadas apenas por L-aminoácidos) e, por isso, seus sítios ativos são assimétricos. A tripsina, por exemplo, hidrolisa polipeptídeos formados por L-aminoácidos, mas não tem efeito sobre aqueles formados por D-aminoácidos. Capacidade de regulação: atividade varia em resposta às concentrações de substratos e produtos. A regulação pode ser feita por controle alostérico, modificações covalentes e variações na síntese das enzimas. o Controle da disponibilidade de enzima: velocidade de síntese x velocidade de degradação. o Controle da atividade enzimática em enzimas regulatórias: controle da afinidade da enzima pelo substrato - Associação de ligantes a enzimas alostéricas: por exemplo, O2, CO2, H + e BPG na hemoglobina - Modificações covalentes: por exemplo, fosforilação. Maior parte das enzimas são proteínas; A atividade catalítica depende da integridade da conformação nativa; Enzimas apresentam uma variedade muito grande de tamanho. Algumas enzimas necessitam de cofatores (íons metálicos) ou coenzimas (moléculas orgânicas complexas); o Coenzimas: atuam como carreadores transientes de grupos funcionais específicos, a maioria é derivada de vitaminas. Cofator ou coenzima que são fortemente ligados a uma enzima são chamados de grupos prostéticos; Enzima + cofator ou coenzima holoenzima. A parte proteica é chamada de apoenzima ou apoproteína. 1) Enzimas regulatórias Controlam a velocidade de uma via metabólica. Em vias metabólicas, o produto de uma enzima torna-se o substrato da via seguinte. Isto permite o uso eficiente dos recursos da célula, para aumentar a produção de energia apenas quando isto se faz necessário. Ajustes na velocidade de reações catalisadas por enzimas regulatórias fazem com que a célula se adapte às suas necessidades energéticas e de biomoléculas. Na maior parte das vias metabólicas multienzimáticas, a primeira enzima da via é uma regulatória. 2) Enzimas alostéricas Tem sua atividade regulada por moduladores alostéricos, geralmente metabólitos pequenos ou cofatores enzimáticos. Outras enzimas tem sua atividade regulada por modificações covalentes. Ambas possuem normalmente várias subunidades. Em alguns casos, o sítio regulatório e o sitio ativo estão em subunidades diferentes. Há ainda enzimas que são reguladas por clivagem proteolítica e aquelas em que a atividade é estimulada ou inibida quando estão ligadas a diferentes proteínas regulatórias. Passam por alterações conformacionais induzidas pela ligação de moduladores que podem ser estimulatórios ou inibitórios.eles afetam a atividade de outros sítios da proteína. A ligação do modulador é não covalente e reversível. Muitas vezes o modulador pode ser o próprio substrato (enzimas homotrópicas) ou diferente do substrato (enzima heterotrópica). o Enzimas alostéricas-inibição por “feedback”: em alguns sistemas multienzimáticos, a enzimas regulatória é inibida pelo produto final da via sempre que a concentração deste produto excede as necessidades da célula. Quando a enzima regulatória é inibida, todas as outras enzimas que catalisam etapas subsequentes são inibidas, devido à menor disponibilidade de seus substratos. NOMENCLATURA DE ENZIMAS As enzimas são classificadas de acordo com as reações que catalisam. Muitas são denominadas pela adição do sufixo –ase ao nome do substrato ou a uma frase que descreva sua atividade (como uréase). Outras são denominadas por nomes ligados a sua descoberta antes que a reação catalisada fosse conhecida (como pepsina). MECANISMOS DE REAÇÕES ENZIMÁTICAS 1) Catálise ácido-base: utiliza íons H + ou OH - presentes na água, ou ainda cadeias laterais de aminoácidos. 2) Catálise covalente: uma ligação covalente transiente é formada entre enzima e substrato. Envolve a participação de nucleófilos. 3) Catálise dependente de íon metálico: pode estar ligado à enzima ou ser obtido da solução juntamente com o substrato. Interações iônicas entre metal ligado à enzima e o substrato podem ajudar a orientar o substrato ou estabilizar cargas no estado de transição. Metais podem também mediar reações reversíveis de oxirredução. Obs: a maioria das enzimas utiliza mais de um mecanismo catalítico. CINÉTICA ENZIMÁTICA É a determinação da velocidade da reação catalisada pela enzima e como esta se altera em resposta a pH, concentração de substrato, etc. é o mais importante na caracterização de uma enzima. Concentração do substrato: medir a velocidade inicial quando a concentração de [S] é muito maior que a de enzima [E]. Mista: O inibidor também se liga a um sítio diferente do sítio ativo, mas liga-se tanto a E quanto a ES.Afeta Km e Vmáx.Na prática, tanto a inibição acompetitiva quanto a mista são observadas apenas para enzimas com dois ou mais substratos. o Irreversível: ligam-se covalentemente ou destroem um grupo funcional da enzima que é essencial à atividade enzimática. -Mecanismo de ação da aspririna: A aspirina inibe a reação catalisada pela cicloxigenase que produz prostaglandinas, responsáveis pelo mecanismo de inflamação e dor. ANTIMETABÓLITOS (VENENOS) Constituem análogos estruturais de substratos enzimáticos que, ao contrário dos inibidores competitivos, geram produtos. Os produtos são obviamente diferentes dos obtidos a partir dos substratos e não servem de substrato para as enzimas seguintes em vias metabólicas. A conseqüência é a interrupção da via metabólica. Muitos são de ocorrência natural e constituem mecanismos de defesa de vegetais contra a ingestão de folhas, sementes ou frutos por pássaros, insetos e mamíferos. Muitos são análogos de aminoácidos que são incorporados em proteínas e resultam em formas inativas. Fluoroacetato é um antimetabólito presente em algumas plantas e que constitui um análogo de acetato. Forma fluoroacetil- coenzima A, inibindo o ciclo de Krebs. (presente em veneno para ratos) TÉCNICAS DE PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROTEÍNAS Tem como objetivo determinar caracteristicas fisicas como peso molecular, ponto isoelétrico e número de subunidades, bem como a natureza do aminoácidos constituintes e sua sequência. 1) Purificação de Proteínas: o Planejamento de um processo de purificação de proteína: o “Salting in” e “Salting out”: a solubilidade de proteínas é afetada pela concentração de sal de duas maneiras o Em concentrações baixas de sal, a solubilidade de uma proteína aumenta com a [sal] (“salting in”) o Em concentrações mais altas de sal, a solubilidade de uma proteína diminui com o auemnto da [sal]. Quando a concentração de sal é suficientemente elevada, a proteína deve estar quase completamente precipiitada (“salting out”) - devido ao fato de a solubilidade de diferentes proteínas em alta concentração de sal variar bastante, a técnica de “salting out” é bastante usada nas etapas iniciais de purificação de proteínas. - o sal mais usado para esta finalidade é o (NH4)2SO4. 2) Métodos utilizados na lise de tecidos e células: o Liquidificador (quebra tecido conjuntivo e também as células, também pode romper organelas) o Homogeneizador tipo Potter (rompe as células, mas deixa as organelas intactas) o Sonicação Escolha do material de partida Lise das células Precipitação de proteínas contaminantes com (NH4)2SO4 Diálise para retirada de sal 1ª etapa cromatográfica 2ª etapa cromatográfica Proteínas puras o Ciclos de congelamento/descongelamento o Detergentes 3) Métodos de separação de proteínas o Cromatografia - Definições: fase estacionária (matriz sólida porosa); fase móvel (tampãoo, solvente, gás) - Tipos: Coluna; Camada fina; Papel. - Equipamentos: HPLC (High Pressure Liquid Chromatography) – amostras líquidas; FPLC (Fast Protein Liquid Chromatography) – proteínas em solução; CG (Cromatógrafo a Gás) – amostras volatilizáveis. o Eletroforese - Separação baseada na migração de proteínas carregadas submetidas a um campo elétrico. - No caso de proteínas, utiliza géis de poliacrilamida com ligações cruzadas que funcionam como peneiras moleculares diminuindo a migração das proteínas. Proteínas com relação carga/massa têm um maior atraso na migração. - SDS-PAGE: caso especial em que utiliza o detergente dodecil sulfato de sódio, que se liga a todas proteínas da amostra conferindo uma carga negativa bastante alta a estas. A carga intrínseca das proteínas passa a ser irrelevante. Como a SDS desnatura as protéinas, todas passam a ter uma forma parecida e a separação ocorre, neste caso ,quase que exclusivamente pela massa da proteína. DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS POR HPLC Para a detecção dos aminoácidos por HPLC, estes são derivatizados com um composto fluorescente (OPA, o-ftalaldeído). A identificação dos picos de cada aminoácido se dá pela comparação com padrões. Um pico com o mesmo tempo de retenção de um padrão identifica aquele aminoácido. Clivagem de uma proteína com Tripsina: tripisina cliva proteínas após resíduos de Arg ou Lys Clivagem de uma proteína com Quimiotripsina: quimiotripsina cliva proteínas após resíduos de aminoácidos aromáticos. Clivagem de uma proteína com brometo de cianogênio: brometo de cianogênio cliva proteínas em resíduos de metionina.