Definição de Acidentes do trabalho.

Apostilas Petrobras - Seguranca Industrial
(Parte 1 de 21)
Segurança Industrial

2 Segurança Industrial
Segurança Industrial
CURITIBA 2002
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento UNs: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
Segurança Industrial
Gravena, Antonio.

Curso de formação de operadores de refinaria; segurança industrial /
Antonio Gravena, Andre Luis da Silva Kamierski, Ilson Paulo Castelo de Barros; coordenação do Comitê de Desenvolvimento de Competências da REPAR; diagramação e revisão UnicenP. – Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002. 70 p. : il. (algumas color) ; 30 cm.
Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC, RECAP, SIX, REVAP.
1. Segurança Industrial. 2. Segurança do Trabalho. 3. Brasil. I.
Kamierski, Andre Luis da Silva. I Barros, Ilson Paulo Castelo de. II. PETROBRAS. REPAR. IV. UnicenP. V. Título.
Segurança Industrial
Apresentação
É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você. Para continuarmos buscando excelência em resultados, diferenciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria. Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes técnico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não podem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na Petrobras.
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Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.
Segurança Industrial
1 SEGURANÇA INDUSTRIAL | 7 |
1.1 Antecedentes Históricos | 7 |
1.2Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil | 7 |
1.2.1 Conceito de Segurança | 9 |
1.2.2 Conceito de Acidente | 9 |
1.2.3Conceito de Acidente do Trabalho | 9 |
1.2.4 O Ambiente de Trabalho | 9 |
1.2.5A experiência e a percepção | 10 |
através das Cores | 1 |
1.2.7Equipamentos de Proteção lndividual – EPI | 1 |
1.3 Classificação dos E.P.I.'s | 12 |
1.3.2 Das obrigações do empregado | 12 |
1.3.4 Responsabilidades da Empresa | 13 |
1.3.5 Responsabilidade do Usuário | 13 |

Proteção Individual – EPI | 13 |
1.4.1 Proteção para a Cabeça | 13 |
1.4.2 Proteção dos olhos | 14 |
1.4.3 Proteção facial | 14 |
1.4.4 Proteção auditiva | 15 |
1.4.5 Proteção das mãos | 16 |
1.4.6Proteção dos pés e pernas | 17 |
1.4.7 Proteção do tronco | 18 |
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos | 18 |
1.4.9 Proteção do corpo inteiro | 18 |
1.4.10 Proteção respiratória | 19 |
e máscaras | 19 |
1.4.12 Equipamentos autônomos | 21 |
1.4.13Equipamentos de Proteção Respiratória com | |
alimentação por linha de ar (ar-mandado) | 2 |
1.4.14 Proteção contra quedas | 23 |
1.4.15 Colete salva vidas | 24 |
1.5Equipamento de Proteção Coletiva – EPC | 24 |
de Proteção Individual – EPI | 25 |
1.7 Inspeção Planejada | 27 |
1.7.1A Importância da Inspeção Planejada | 28 |
1.7.2Levantamento dos riscos de acidentes | 30 |
1.7.3 Relatório de Inspeção | 30 |
de acidentes – CIPA | 31 |
1.8.1 Do objetivo | 31 |
1.8.2 Da constituição | 31 |
1.8.3 Da organização | 31 |
1.8.4 Das atribuições | 32 |
1.8.5 Do funcionamento | 3 |
1.8.6 Do treinamento | 34 |
1.8.7 Do processo eleitoral | 34 |
1.8.8 Das contratantes e contratadas | 35 |
1.8.9 Disposições finais | 35 |
1.9 O mapa de risco | 38 |
1.9.1 Simbologia de Riscos | 38 |
1.9.2 Cores de Riscos | 38 |
1.9.3Objetivos do Mapa de Riscos | 40 |
1.9.4 Etapas de elaboração | 40 |
1.10 Acidente do Trabalho | 40 |
1.10.1 Tipos de lesão | 41 |
1.11Fontes de Acidentes / Incidentes | 42 |
Abaixo do Padrão | 43 |
Acidentes/Incidentes | 45 |
Segurança de Frank Bird | 47 |
o acidente de trabalho | 48 |
1.12.1Estabilidade após acidente de trabalho | 48 |
1.12.2 Custo dos acidentes | 49 |
1.12.3Custo dos Acidentes no Brasil | 49 |
1.13Causas do acidente de trabalho | 50 |
Falha Humana | 51 |
1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais | 51 |
1.13.3Por Que as Pessoas Erram (Falha Humana)? | 52 |
1.14 Atos e condições inseguras | 54 |
1.14.1 Ato inseguro | 54 |
1.14.2 Condicão insegura | 5 |
1.14.3 Análise dos acidentes | 5 |
1.15 Controle de acidentes | 57 |
1.16Procedimento em caso de acidente | 57 |
1.16.1 Procedimento do Acidentado | 57 |
1.16.2 Procedimento do Supervisor | 58 |
1.17 Condições gerais | 59 |
1.17.1 Emissão | 59 |
1.17.2 Requisição | 60 |
1.17.3 Cancelamento | 60 |
1.17.4 Etiquetas de Advertência | 60 |
1.17.5 Recomendações de Segurança | 61 |
1.17.6 Execução dos Trabalhos | 62 |
1.17.7 Conclusão dos Trabalhos | 62 |
1.18 Condições específicas | 63 |
1.18.1PTT – Permissão de Trabalho Temporária | 63 |
Segurança Industrial
1Segurança Industrial
1.1 Antecedentes Históricos
A Revolução Industrial foi uma das maiores revoluções da humanidade. A Inglaterra foi o berço da Revolução Industrial. O avanço da tecnologia e a criação de produtos para oferecer a um número maior de consumidores marcaram essa época.
No período de 1760 a 1830, ocorreu o advento da Revolução Industrial na Inglaterra, que deu grande impulso às indústrias na forma como são conhecidas atualmente.
A Revolução Industrial teve como ponto mais importante a revolução social, devido às mudanças nas diversas sociedades do mundo. A área econômica, por conta dessa revolução, sofreu uma série de transformações na indústria, na agricultura, no comércio, enfim, em toda a economia que se tornou capitalista.
A Revolução Industrial transformou totalmente as relações de trabalho exigentes, pois, naquela época, praticamente só existia a figura do artesão, que produzia seus produtos individualmente ou com alguns auxiliares e trocava seus produtos por outros, geralmente em um mercado público.
Das máquinas domésticas e artesanais, criaram-se as máquinas complexas que exigiam volumosos investimentos de capital para sua aquisição e considerável mão-de-obra para o seu funcionamento, que foi recrutada indiscriminadamente entre homens e mulheres, crianças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e as relações entre capital e trabalho também se iniciaram através de movimentos trabalhistas reivindicatórios.
Pressionado, o Parlamento Britânico aprovou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno e introduziu medidas de higiene nas fábricas. O não cumprimento desta Lei obrigou o Parlamento Britânico a criar, em 1833, a Lei das Fábricas, que estabeleceu a inspeção das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitou a jornada de trabalho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.
Criou-se, em 1897, a Inspetoria das Fábricas como órgão do Ministério do Trabalho Britânico, com o objetivo de realizar exames de saúde periódicos no trabalhador, além de se propor a estudar as doenças profissionais, principalmente nas fábricas pequenas ou desprovidas de serviços médicos próprios.
Paralelamente, em outros países europeus e nos Estados Unidos, adota-se uma legislação progressista em defesa da saúde do trabalhador.
Em 1919, é fundada em Genebra, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o objetivo de estudar, desenvolver, difundir e recomendar formas de relações de trabalho. O Brasil foi um dos seus fundadores e signatários (serão verificados, adiante, alguns dados relativos ao Brasil).
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil
No Brasil, para falar de Segurança do Trabalho, devem ser localizadas na legislação as ações do governo que regularizam e aplicam práticas de trabalho saudáveis.
No começo deste século, naqueles estados onde se iniciava a industrialização – São Paulo e Rio de Janeiro – a situação dos ambientes de trabalho era péssima, ocorrendo acidentes e doenças profissionais de toda ordem. W. Dean, em seu livro “A industrialização de São Paulo 1881–1945”, afirmava que as condições de trabalho eram duríssimas: muitas estruturas que abrigavam as máquinas não haviam sido, originalmente, destinadas a essa finalidade – além de mal iluminadas e mal ventiladas, não dispunham de instalações sanitárias. As máquinas amontoavam-se, ao lado umas das outras, e suas correias e engrenagens giravam sem proteção alguma. Os acidentes eram freqüentes, porque os trabalhadores, cansados, que trabalhavam aos domingos, eram multados por indolência ou por erros cometidos, se fossem adultos, ou separados, se fossem crianças.
Segurança Industrial Em 1923, criava-se a Inspetoria de Higie- ne Industrial e Profissional junto ao Departamento Nacional de Saúde, no Ministério do Interior e Justiça.
Em 1934, introduz-se a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, no Departamento Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
Nesse mesmo ano, o governo de Getúlio
Vargas promulga a segunda Lei de Acidentes do Trabalho e, dez anos depois, ainda no governo Vargas, aparece a terceira Lei.
Um ano antes, a legislação trabalhista consagra-se na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com todo o Capitulo V dedicado à Higiene e Segurança do Trabalho.
Não obstante o Brasil ser signatário da
OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que veio a obedecer à Recomendação 112, de 1959, daquela Organização. Tornou-se, então, obrigatória a existência de Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o número de empregados e o grau de risco em que se enquadram. Ainda assim, em torno de 85% dos trabalhadores ficaram excluídos destes serviços obrigatórios. As micro, pequenas e médias empresas não estão enquadradas nesta legislação e, atualmente as grandes empregadoras são estas empresas.
Um outro fato alarmante é que os riscos e as condição insalubres a que estão expostos estes trabalhadores são muito maiores que em empresas de porte superior. Nas empresas de maior porte, as condições financeiras e econômicas permitem um maior investimento em máquinas modernas e processos com certa garantia de segurança e higiene do trabalho, o que não ocorre nas pequenas empresas.
Alguns estudos realizados apontam que o risco nas pequenas empresas industriais (até 100 empregados) é 3,7 vezes maior que o das grandes empresas (mais de 500 empregados) ou 1,96 vezes o das médias empresas (101 a 500 empregados).
As indústrias do ramo da mecânica, material elétrico e eletrotécnico são responsáveis pelos índices mais elevados de acidentes graves, seguidos pelas indústrias ligadas ao ramo dos produtos alimentícios. Em nível nacional, a indústria da construção civil responde por 25% dos acidentes, inclusive os mais graves e letais.
Com relação às estatísticas de acidentes do trabalho, os dados brasileiros são poucos confiáveis, por diversos motivos. A seguir, estão listados alguns fatores que prejudicam uma análise mais aprofundada nas estatísticas de acidentes: a)enorme quantidade de acidentes não registrados ou ocorrência de sub-registros; b)grande quantidade de trabalhadores que não têm carteira de trabalho assinada; c)sistema de estatística oficial não é confiável devido, dentre outros fatores, à burocracia.
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