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ANÁLISE SISTÊMICA: UMA FERRAMENTA PARA ESTUDOS AMBIENTAIS, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Análise sistemica da abordagem ambiental

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 18/10/2012

luanna-nava-5
luanna-nava-5 🇧🇷

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Baixe ANÁLISE SISTÊMICA: UMA FERRAMENTA PARA ESTUDOS AMBIENTAIS e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! ANÁLISE SISTÊMICA: UMA FERRAMENTA PARA ESTUDOS AMBIENTAIS Rafael Campos Vieira1 Décio Cotrin2 Heitor Kirsch3 Grupo de Pesquisa: Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Resumo Este ensaio é um esforço de revisão teórica no sentido de ampliar a compreensão das vantagens do uso do enfoque sistêmico na análise da relação entre Sociedade e Natureza. Tendo como base às obras dos autores Ludwig Von Bertalanffy, Edgar Morin, Fritjof Capra, Humberto Maturana Romesín & Francisco J. Varela García e Jalcione Almeida buscou-se o entendimento de como estes vêem a análise sistêmica enquanto um qualificador do entendimento da relação do Homem com a Natureza para os estudos em diversas áreas da ciência. Palavras-chaves: análise sistêmica, questão ambiental Abstract This assay is an effort of theoretical revision in the direction to extend the understanding of the advantages of the use of the sistêmico approach in the analysis of the relation between Society and Nature. Having as base the workmanships of the authors Ludwig Von Bertalanffy, Edgar Morin, Fritjof Capra, Humberto Maturana Romesín & Francisco J. Varela García and Jalcione Almeida searched the agreement of as these see the sistêmica analysis while a qualifier of the agreement of the relation of the Man with the Nature for the studies in diverse areas of science. Key Words: sistêmica analysis, ambient question 1 Licenciado em Geografia, Mestrando em Desenvolvimento Rural ( UFRGS) , Bolsista Capes. 2 Agrônomo, EMATER/RS,Mestrando em Desenvolvimento Rural ( UFRGS). 3 Sociólogo, Docente Universidade Estadual do Mato Grosso- Campus Ponto de Lacerda ,Mestrando em Desenvolvimento Rural (UFRGS). INTRODUÇÃO A análise sistêmica é uma proposta de compreensão da realidade objetiva que tem por objetivo transcender as fronteiras disciplinares e conceituais da teoria cartesiana e reducionista. Morin (2005) acredita que um estado de inter-relação e interdependência é essencial em todos os fenômenos, desta forma, a análise sistêmica se apresenta como um novo paradigma. A abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho se constittui em resgatar autores que estudaram a base conceitual da análise sistêmica como: Ludwig Von Bertalanffy, Edgar Morin, Fritjof Capra, Humberto Maturana Romesín & Francisco J. Varela García e Jalcione Almeida A obra de Bertalanffy (1973) é apresentada na forma de proposta de uma "Teoria Geral dos Sistemas" cujos princípios gerais se caracterizam por serem aplicáveis aos sistemas em geral, quer sejam eles de natureza física, biológica, ou sociológica. A teoria se constitui em uma ferramenta útil capaz de fornecer modelos a serem utilizados em diferentes campos e transferidos de uns para outros, salvaguardando ao mesmo tempo o perigo das analogias vagas, que muitas vezes prejudicam o avanço nesses campos. Morin (2005) , propõe uma formulação que o universo não é fundado em uma unidade indivisível, mas em um sistema complexo. Todos os objetos chaves constituem sistemas, nosso mundo organizado é um arquipélago de sistemas. O ser humano faz parte de um sistema social, que está no seio de um ecossistema natural, que está dentro de um sistema solar, que está inserido no sistema galáctico. Num outro sentido, ele é constituído de sistemas celulares, que são constituídos de sistemas moleculares, que são constituídos de sistemas atômicos. Outro conceito importante do autor é que, organização e sistema estão ligados pelas suas inter-relações. Na obra de Capra (1982) é proposto o principio da homeostase, onde os organismos vivos possuem um estado de não-equilibrio, estando sempre em uma espécie de continua atividade. Há nestes organismos uma tendência à busca de uma estabilidade, fenômeno este denominado de homeostase, caracterizado por um equilíbrio dinâmico, transacional, em que existe grande flexibilidade relativa ao seu estado original. Os autores Maturana & Varela (1997) elaboram a noção da autopoiese, como forma de organização do ser vivo, diferenciando-os dos demais sistemas, e se auto-explica ao ser compreendida como um operar circular e fechada de produção de componentes que produzem a própria rede de relações de componentes que a geram. Edgar Morin O autor é um crítico da ciência reducionista, pois ela nos tirou a idéia sistêmica da vida. Cita, por exemplo, que a química isolou os elementos constituintes do objeto e desta forma criou a idéia de que o átomo é formado de partes indivisíveis e suas composições formam toda a matéria. Esta visão reducionista foi abalada pela descoberta de que o átomo não é mais uma unidade primária e indivisível, mas na verdade ele é um sistema constituído de partículas em interação mútua. O átomo é considerado um campo de interações especificas e para defini-lo é preciso apelar para as interações que ele participa e para as interações que tecem a organização deste átomo. Desta forma, o universo é fundado não em uma unidade indivisível, mas em um sistema complexo. A partir da idéia de sistema complexo pode-se dizer que todos os objetos e elementos que constituem a realidade objetiva constituem sistemas. Nosso mundo organizado é um arquipélago de sistema no oceano de desordem. O ser humano faz parte de um sistema social, no seio de um ecossistema natural, que esta dentro de um sistema solar, que esta no sistema galáctico. Da mesma forma, o ser humano é constituído de sistemas celulares, que são constituídos de sistemas moleculares, que são constituídos de sistemas atômicos. Morin, considera a Natureza como sendo a solidariedade de sistemas embaralhados edificando-se uns sobre os outros. A Natureza são os sistemas de sistemas em série, em galhos, em pólipos, em cascata, em arquipélagos. A vida é um sistema de sistemas. Um conceito que o autor reforça é o de organização. Considera como sendo o encadeamento de relações entre componentes ou indivíduos que produz uma unidade complexa. A organização transforma, produz, religa e mantém. Os conceitos organização e sistema estão ligados pelas inter-relações, desta forma toda inter-relação produz caráter organizacional e produz um sistema. Os três termos são inseparáveis, porém a idéia de inter-ralação remete a forma da ligação entre indivíduos e o todo; a idéia de sistema remete a unidade complexa da inter-relação; e a idéia de organização remete a disposição das partes dentro do todo. Fritjof Capra O autor propõe o enfoque sistêmico como um novo paradigma onde a visão transcenda as fronteiras disciplinares e conceituais, típicas do mecanicismo de Isaac Newton, criando uma consciência do estado de inter-relação e interdependência essencial em todos fenômenos físicos, químicos, biológicos, sociais e culturais. Sugere que pensemos em uma “biologia de sistemas” encarando os organismos não como máquinas, mas como um sistema vivo. A concepção sistêmica, através deste autor, compreende o mundo em termos de relações e de integração. Os sistemas são integrados. A atividade dos sistemas envolve um processo de “transação” como sendo a interação simultânea e mutuamente interdependente entre múltiplos componentes. Na teoria geral dos sistemas de Bertalanffy (1973) é enfatizada muito mais a relação do que as entidades isoladas. O pensamento sistêmico é o pensamento no processo, a forma torna-se associada ao processo, e os opostos são unificados através da oscilação. O autor salienta que os “reducionismos” são importantes no entendimento de alguns casos, mas são perigosos como explicação completa. Desta forma, o reducionismo e holísmo são enfoques complementares. Através do enfoque cartesiano, a interpretação do mundo fica associada a uma analogia que remete a de funcionamento mecânico, cujo modelo exposto por uma máquina, como um relógio, por exemplo, onde a estrutura é determinante, existe um número definido de peças e o funcionamento é determinado por uma cadeia linear de causa-efeito. No enfoque sistêmico o mundo é visto como constituído por organismos vivos, nos quais suas estruturas orgânicas determinam o processo, onde existe um grau de flexibilidade e plasticidade internas, e são guiados por modelos cíclicos e muitas vezes variáveis. Desta forma, o autor propõe o princípio da auto-regulação nos organismos vivos, onde a plasticidade e a flexibilidade internas são controladas por relações dinâmicas, e geram propriedades características como a “auto-renovação”, que é a capacidade de renovar e reciclar, e a “auto transcendência”, que a capacidade de dirigir-se para além das fronteiras físicas do aprendizado. Os organismos vivos dentro do processo de metabolismo possuem um estado de não-equilíbrio, de estar sempre “em atividade”. Os organismos tendem a estar em estabilidade, porém uma estabilidade dinâmica. Desta forma, o conceito de homeostase proposto por Capra é de um equilíbrio dinâmico e transacional, em que existe grande flexibilidade. Os sistemas organismos são capazes de três tipos de adaptações ao meio ambiente, sendo elas: A mudança ambiental que ocorre em um processo de pequena variação ambiental; a mudança fisiológica que ocorre para restabelecer flexibilidade; e a mudança somática como sendo a mais profunda e duradoura. O autor sugere que teoria sistêmica é centrada na dinâmica da auto transcendência. Como exemplo, se imaginarmos que em um dado momento um sistema estiver em homeostase, quando ocorrer uma perturbação haverá a tendência da manutenção da estabilidade por mecanismo de realimentação, porém, se a perturbação for forte, acima da capacidade de resiliência do sistema, este buscará um novo patamar de estabilidade, uma estrutura nova, outra homeostase será alcançada. O meio ambiente é em si, para o autor, um sistema vivo capaz de adaptação e evolução. Ele propõe um foco na co-evolução entre organismo e meio ambiente. O reforço interno as flutuações e o modo como o sistema atinge o ponto crítico ocorrem aleatoriamente e sua decisão para a trajetória é aleatória. Desta forma, a evolução não é linear, mas aberta e indeterminada. Humberto Maturana Romesín & Francisco J. Varela García Maturana&Varela suscitam uma reflexão inicial sobre o que há de comum em todos os sistemas vivos que permite identificá-los como tal, e, portanto, como distintos dos demais sistemas, num sentido mais amplo, seu questionamento consiste na tentativa de perceber características visando responder ao questionamento: “De que é afinal de contas um ser vivo?” Sua formulação teórica apontando para necessidade na compreensão de que os seres vivos têm uma condição de entes separados, autônomos, que existem como unidades independentes, que se auto-reproduzem e auto-renovam, e que assim, são portadores de uma autonomia enquanto sistema. A dinâmica destes sistemas, independentemente de sua natureza, quer seja ela interna ou relacional, tem como peculiaridade de se referirem como unicamente a eles mesmos, na realização de si mesmos, ou seja, operam como sistemas auto-referidos, onde tudo o que lhes acontece tem lugar neles mesmos. Assim, a existência de um ser vivo se processa em duas dimensões, quais sejam, no seu operar como totalidade em seu espaço de interações como a totalidade, e no seu operar de seus componentes em sua composição, sem fazer referência à totalidade que constituem, que é o espaço onde se constitui, de fato, o ser vivo como sistema vivente. O estabelecimento da distinção entre o que identificou como sistemas auto- referidos, que consistem em sistemas nos quais seu operar somente faz sentido em relação a si mesmos, e sistemas alo-referidos, que se caracterizam como sendo os que fazem sentido somente em relação a um produto ou algo distinto deles, tais como os elaborados pelos seres humanos, remetem a noção de que os seres vivos passam a serem entendidos, como entes autônomos e auto-referidos, onde os primordiais não são as propriedades dos componentes destes tomados individualmente, mas os processos e as relações que se estabelecem entre os realizados através de seus componentes. A idéia central destes autores sugere a introdução do conceito de autopoiese como uma forma de organização sistêmica, onde estes produzem e substituem seus próprios componentes, numa contínua articulação com o meio, não somente estabelecendo, mas também mantendo uma fronteira que, simultaneamente, os separa e conectam com o meio ambiente, entendidos assim como sistemas fechados. Os seres vivos são, a partir deste entendimento, sistema autopoiéticos moleculares, cuja classificação foi estruturada em sistemas em três ordens gerais: sendo as células compõe os de primeira, e que existem, portanto, diretamente como sistemas autopoiéticos moleculares; os organismos, enquanto agregados moleculares, constituídos assim como de segunda ordem; e finalmente os de terceira, onde se incluem a família ou um sistema social,
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