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Guias e Dicas
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Manual de Criação de Peixes em Tanques-Rede 2010, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Biológica

Guia rápido de criação de peixes

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 08/03/2013

ray-araujo-borges-7
ray-araujo-borges-7 🇧🇷

4.7

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Baixe Manual de Criação de Peixes em Tanques-Rede 2010 e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Biológica, somente na Docsity! ETR Dica CU ENC NASO Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba Ministério da Integração Nacional Manual de Criação de Peixes em Tanques-Rede Coordenação de Paulo Sandoval Jr. Elaboração de texto de Thiago Dias Trombeta e Bruno Olivetti de Mattos Revisão técnica de Willibaldo Brás Sallum Brasília-DF 2010 Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF SGAN 601 - Conj. I - Ed. Deputado Manoel Novaes CEP 70830-901 Brasília-DF Fone/Fax: (61) 3312-4860 www.codevasf.gov.br divulgacao@codevasf.gov.br É permitida a reprodução de dados e de informações contidas nesta publicação, desde que citada a fonte. Elaboração: Instituto Ambiental Brasil Sustentável - IABS Revisor técnico: Willibaldo Brás Sallum - Codevasf Projeto gráfico: Frederico Augusto Gall - IABS Capa: Luciana Guedes Cotrim - Codevasf Foto da capa: Willibaldo Brás Sallum - Codevasf Ilustrações: Alexandre Mulato - IABS Normalização bibliográfica: Biblioteca Geraldo Rocha - Codevasf 1ªedição 1ª impressão (2009): 2.000 exemplares 2ª impressão (2009): 2.000 exemplares Edição revista (2010): 6.000 exemplares Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Manual de criação de peixes em tanques-rede / coordenação de Paulo Sandoval Jr.; elaboração de texto de Thiago Dias Trombeta e Bruno Olivetti de Mattos; revisão técnica de Willibaldo Brás Sallum Brasília: Codevasf, 2010. 69 p. : il. ISBN 978-85-89503-08-2 1. Piscicultura. 2. Peixe - criação. 3. Tanque-rede. 4. Legislação - aqui- cultura - águas da União. I. Sandoval Jr., Paulo. II. Trombeta, Thiago Dias. III. Mattos, Bruno Olivetti de. IV. Sallum, Willibaldo Brás. V. Codevasf CDU 639.33 (035) Colaboradores Técnicos Alexandre Delgado Bonifácio Engenheiro de Pesca - Codevasf Álvaro de Assis A. de Albuquerque Engenheiro de Pesca – Codevasf Ana Helena Gomes da Silva Engenheira de Pesca - Codevasf Charles Fabian Alves dos Santos Engenheiro de Pesca- Codevasf Eduardo Jorge de Oliveira Motta Engenheiro de Pesca – Codevasf Flávio Henrique Mizael Engenheiro de Pesca – Codevasf Flávio Simas de Andrade Engenheiro Florestal – Ministério da Pesca e Aquicultura Kênia Régia Anasenko Marcelino Zootecnista - Codevasf Leonardo Sampaio Santos Biólogo - Codevasf Luciano Gomes da Rocha Engenheiro de Pesca - Codevasf Luz Weber Baladão Engenheira de Aquicultura – Ministério da Pesca e Aquicultura Maurício Lopes de Grós Engenheiro de Pesca - Codevasf Ruy Cardoso Filho Engenheiro de Pesca - Codevasf Thompson França Ribeiro Neto Biólogo - Codevasf Willibaldo Brás Sallum Zootecnista - Codevasf 1.0 - Introdução A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf, empresa pública federal instituída em 1974, possui como foco principal em seus programas e ações o desenvolvi- mento regional. É responsável por grandes avanços registrados na piscicultura brasileira, assim, na década de 80, importou da Hungria, adaptou e difundiu nacionalmente a tecnologia refinada da propagação artificial de peixes, que proporcionou a produção em alta escala de al- evinos, tornando a piscicultura de água doce uma atividade em expan- são em todo o País. A partir daí, a Codevasf desenvolveu a tecnologia da reprodução artificial de dezenas de espécies nativas da bacia do São Francisco, dentre elas o surubim (Pseudoplatystoma corruscans) e o pirá (Conorhynchos conirostris), sendo este considerado o peixe sím- bolo do São Francisco, por ser uma espécie endêmica. Nesta mesma década, a Codevasf deu início às pesquisas de criação intensiva de peixes em gaiolas no reservatório de Três Marias, em Minas Gerais. Atualmente, os sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Empresa produzem cerca de 18 milhões de alevinos/ ano, destinados à recomposição da ictiofauna, pesquisas, unidades de capacitação, piscicultura comercial e à segurança alimentar com peixa- mentos em inúmeros açudes públicos. A ambiência favorável à aquicultura continental deve-se ao po- tencial representado, especialmente pelo grande número de corpos hí- dricos – rios e reservatórios – aptos aos empreendimentos de produção de pescado em tanques-rede presentes em todo o território nacional e à criação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República – SEAP/PR, atualmente Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA, que tem como um dos propósitos o estabelecimento de bases para o ordenamento da produção de pescado, por meio da centraliza- ção processual na liberação de espaço físico em águas da União para fins de aquicultura. Neste panorama, os vales do São Francisco e do Parnaíba caracterizam-se por reunir as condições ideais ao desenvolvimento da aquicultura, com riqueza de água em quantidade e qualidade e por apre- sentar clima quente com pequena variação de temperatura ao longo do ano. A Codevasf propiciou a elaboração deste manual com o objetivo de fomentar a produção de pescado, com o fornecimento de material didático e atualizado. 10 2.0 - Por que Criar Peixes em Tanques-Rede Tanques-rede são estruturas flutuantes utilizados na criação de peixes, em rede ou tela revestida, com malhas de diferentes tamanhos e que podem ser confeccionados de diversos materiais, permitindo a pas- sagem do fluxo de água e dos dejetos dos peixes. Deve ser elaborado com materiais leves e não cortantes para facilitar o manejo e apresentar resistência mecânica e à corrosão. Na figura a seguir, pode-se observar os detalhes das estruturas básicas que compõem um tanque-rede: Estruturas básicas de um tanque-rede O sistema intensivo de criação de peixes em tanques-rede está se tornando cada vez mais popular, entretanto é preciso saber as vanta- gens e desvantagens desse sistema: Vantagens: • Menor custo fixo (investimento) por kg de peixe produzido; • Rápida implantação e expansão do empreendimento; • Possibilidade de uso racional dos recursos hídricos; • Possibilidade de colheitas durante o ano todo (escalonamento da produção); • Intensificação da produção de pescado (densidades altas, menor ciclo, devido a temperaturas mais constantes da água, etc.); • Manejo simplificado (biometria, manutenção, controle de preda- dores, despesca, etc.); Foto: Bruno O. de Mattos 13 Nas fotos a seguir são demonstrados dois locais distintos, indi- cando um local apto e um inapto à implantação de tanques-redes. Local indicado para implantação de tanques-rede Local não indicado para implantação de tanques-rede O processo decisório para a implantação do projeto depende ainda da facilidade do acesso aos tanques-rede, pois são necessários barcos/canoas, passarelas ou balsas para locomoção e chegada dos insumos ao local. As distâncias não devem ser muito longas, de ma- neira a baratear o custo do frete, reduzindo assim o custo de produção. Devem-se considerar, também, aspectos de segurança, uma vez que os peixes ali confinados são presas fáceis para roubos ou furtos. O acesso até as instalações para armazenamento de insumos como, por exemplo, a ração, deve possuir estradas em adequado es- tado de conservação, de maneira a não acarretar custos adicionais de frete, nem com manutenção e reparo dos veículos. 3.1.2 - Profundidade e velocidade da água Ambientes lênticos, como reservatórios, representam lugares po- tencialmente aptos para se instalar o empreendimento, especialmente quando possuem boa taxa de circulação de água. Além da constante renovação de água, recomenda-se que o lo- cal tenha uma profundidade de pelo menos uma vez a altura do tanque- rede entre a parte inferior (fundo do tanque-rede) até o fundo do res- ervatório, ou seja, tanques-rede de 2 metros de altura, o local deve ter pelo menos 4 metros de profundidade na sua cota mínima. Em ambientes lênticos, é comum a ocorrência da estratifica- Foto: Thiago D. Trombeta - IABS Foto: Bruno O. de Mattos 14 ção térmica e química, ou seja, temperatura, oxigênio, gases e com- postos orgânicos e inorgânicos presentes na água podem apresentar distribuição heterogênea na coluna d’água. O fenômeno da desestrati- ficação da coluna d’ água caracteriza-se quando ocorre queda na tem- peratura do ar, resfria-se a camada superficial da massa d’água tornan- do-a mais densa, favorecendo a mistura das diversas camadas d’água. Tal mistura faz com que gases nocivos como o gás sulfídrico, amônia (geralmente em alta concentração), CO2 e metano, que se concentram na parte inferior do reservatório, circulem em toda coluna d’água, ocasio- nando assim, mortandade dos peixes. Esse fenômeno se verifica, espe- cialmente, em corpos hídricos com grande volume de matéria orgânica em decomposição. Em locais com pouca circulação hídrica, haverá pouca renova- ção da água nos tanques-rede, diminuindo a circulação do oxigênio dis- solvido na coluna d’água. O comportamento dos peixes será um indica- dor do estado da água. Assim, poderá ocorrer diminuição do apetite e boquejamento na superfície, onde o uso de aeradores será necessário para superar tais dificuldades. 3.1.3 - Dinâmica (correntes, ventos e ondas) Os tanques-rede exercem naturalmente resistência às correntes de água e, quanto maior for a intensidade das correntes atuantes, mais resistente deverá ser a estrutura de criação e sua ancoragem. Diante deste fato, é conveniente identificar locais “calmos” no corpo hídrico, como pequenas reentrâncias e enseadas, para diminuir os riscos de danos às estruturas de criação. Existem métodos mais acurados para determinar correntes em ambientes aquáticos, com o uso de equipamentos apropriados como correntógrafos e medidores de vazão, entretanto, uma “dica” dada pelo ambiente em relação à dinâmica de um determinado local é a granu- lometria do sedimento no fundo naquele local, além do conhecimento natural dos moradores e da observação visual continuada. Coletando-se uma amostra do fundo do reservatório onde se pre- tende instalar os tanques-rede, com uma draga ou equipamento similar, pode-se observar a existência de grãos finos (lama), a grãos grossos (rochas, pedregulhos), o que mostra, indiretamente, a dinâmica naquele local. O sedimento rico em grãos finos indica um local de baixa dinâmica. Deve ser previamente avaliado o regime de ondas incidentes no local onde se pretende implantar o empreendimento, evitando-se 15 aquelas regiões onde ocorram grandes ondas. Assim, verifica-se que o regime de ondas é diretamente influenciado pelo regime de ventos ocor- rentes na região. É importante salientar que os ambientes protegidos e de baixa dinâmica, se por um lado são interessantes por apresentarem menor desgaste às estruturas de criação, por outro, são mais facilmente suscetíveis a problemas com a qualidade da água, aspecto que será destacado no item 3.2 - Qualidade da água. 3.1.4 - Distância e posicionamento dos tanques-rede Para que se tenha uma boa renovação de água nos tanques- rede, é necessário que a corrente de água passe de maneira perpen- dicular às instalações. Sendo assim, a posição dos tanques-rede nos reservatórios vai depender do movimento das correntes de água. É importante que a água de um tanque-rede não passe para um próximo, devido à consequente redução de sua qualidade, pelo car- reamento dos detritos e queda do oxigênio dissolvido. Geralmente os tanques-rede são posicionados em linhas, po- dendo ser em uma única linha ou mais de uma. Quando for posicionar mais de uma linha, sugere-se manter uma distância de 10 a 20 metros entre linhas. A distância recomendada entre os tanques-rede é de uma a duas vezes o seu comprimento, por exemplo, se o tanque-rede medir 2 me- tros de comprimento, a distância será de 2 a 4 metros entre os demais. É demonstrado nas figuras a seguir o posicionamento de tanques- rede em linha(s). Tanques-rede dispostos em linha simples Tanques-rede dispostos em quatro linhas Foto: Bruno O. de Mattos Foto: Thompson F. R. Neto - CODEVASF 18 3.2.3 - Potencial hidrogeniônico - pH O pH é representado por um número de 0 a 14 e indica a quan- tidade de íons de hidrogênio [H+] livres numa determinada solução. A água quando está com pH = 7, diz-se que é neutra. Porém quanto maior a concentração de íons de hidrogênio, mais ácida fica a água e o pH di- minui de 7 até 0, diminuindo a concentração de [H+] ela fica mais básica e o pH sobe de 7 até 14. É recomendável para a maioria das espécies de peixes que o pH se situe numa faixa de 6,5 a 8,5, já que fora desta faixa há um compro- metimento no seu grau de atividade e no apetite. Algumas substâncias têm o poder de tamponar o pH, isso quer dizer, não deixá-lo variar demais. É o caso dos carbonatos e bicarbo- natos presentes na cal e no calcário, entretanto o seu controle em re- servatórios/rios é inócuo. Portanto, a determinação do pH é importante parâmetro na definição da escolha do corpo hídrico para a implantação do empreendi- mento. 3.2.4 - Transparência Esse parâmetro indica a concentração da população de plâncton ou a suspensão de sedimentos finos (siltes e argilas) que ocorrem co- mumente após as fortes chuvas. A leitura da transparência é feita com um equipamento denomi- nado Disco de Secchi. O disco serve para estimar a quantidade do plâncton que tem na água e se estes podem trazer algum malefício para os peixes. O horário em que a leitura deverá ser realizada é das 10:00 às 14:00 horas, devido à forte incidência de raios solares sobre a água, resultando numa leitura mais acurada. A profundidade encontrada na medição da transparência está relacionada com o nível de eutrofização (aumento da concentração de nutrientes na água principalmente fósforo e nitrogênio) do ambiente. Quando a profundidade estiver entre 40 e 60 cm, o nível de eu- trofização é alto, sendo recomendável o uso de aeradores durante a madrugada, pois os níveis de oxigênio nesse período é crítico; de 60 a 160 cm a eutrofização é média; e quando for acima de 160 cm a eutro- fização é baixa. 19 Cabe ressaltar que o Disco de Secchi é bastante utilizado em viveiros escavados, entretanto, é também útil em corpos hídricos ricos em plâncton, como os recém construídos ou com grande quantidade de material orgânico em decomposição. O modo de utilização do Disco de Secchi deve ser feito conforme apresentado a seguir: Figura 1 - utilização do Disco de Secchi Disco de Secchi 3.2.5 - Amônia e nitrito A amônia surge no ambiente aquático através da excreção (fe- zes e urina) dos próprios peixes e da decomposição das proteínas que estão presentes nas rações. É um composto nitrogenado que se apre- senta no ambiente aquático em duas formas NH4 + (íon amônio) e NH3 (amônia), sendo a concentração dessa última, fator de risco para a cria- ção de peixes. Com a temperatura da água alta e pH elevado, a quantidade de amônia em sua forma NH3 (tóxica) aumenta, por isso se faz a necessário o monitoramento constante da temperatura e do pH da água. Valores de amônia acima de 0,5 mg/L podem causar grande estresse aos peixes e, em casos extremos, levá-los à morte. Este parâmetro pode ser analisado através de kits baseados no princípio da colorimetria. O nitrito é o resultado da oxidação da amônia por bactérias Ni- trossomonas. O envenenamento de peixes pelo nitrito ocorre devido a este composto induzir a transformação de hemoglobina em metahemo- globina, ou seja, fazendo com que esta molécula perca sua capacidade de transportar oxigênio para as células, o que leva os peixes a morte por asfixia. Quando os peixes morrem por asfixia, o sangue e as brânquias Foto: Bruno O. de Mattos 20 tornam-se da cor marrom escura. 3.2.6 - Monitoramento da qualidade da água As variações nos parâmetros de qualidade da água podem prejudicar o desempenho produtivo dos peixes. A tabela 2 apresenta a frequência em que os parâmetros devem ser observados, bem como os intervalos de valores recomendados e os equipamentos utilizados nesse monitoramento. Tabela 2. Principais parâmetros de qualidade de água, suas frequências de análise e seus níveis ótimos (adaptado de Boyd &Tucker, 1998) Parâmetro Níveis Ótimos Equipamento Temperatura 25-29 °C Termômetro Oxigênio Dissolvido 5-8 mg/L Oxímetro pH 6-9 pHmetro Transparência 60-160 cm Disco de Secchi Amônia e Nitrito < 0,5 mg/L Kit de análise Peixes criados em água de boa qualidade vivem bem, crescem bem e remuneram melhor o produtor!!! 23 4.2 - Rações e arraçoamento As rações fornecidas para cada fase de desenvolvimento dos peixes devem obedecer aos critérios de tamanho, peso e hábitos ali- mentares, considerando as exigências nutricionais de cada espécie em determinada fase. Sendo assim, a alimentação dos peixes é o principal fator do manejo, pois está diretamente ligado ao custo final de produção, representando cerca de 70% deste, sendo o insumo mais utilizado e o que mais demanda capital devido ao seu preço. Com isso é recomen- dado ao produtor, que sempre trabalhe com empresas conceituadas, idôneas, com boa aceitação no mercado. O arraçoamento deve ser feito de maneira que não ocorram so- bras, isso é facilmente observado em rações extrusadas. Dependendo da fase de desenvolvimento do peixe, a frequência de arraçoamento aumenta ou diminui, sendo a temperatura da água fator determinante para o aumento ou diminuição no consumo e conse- quentemente no número de refeições por dia. A tabela 3 auxilia o produ- tor em relação à quantidade de ração a ser ofertada de acordo com a temperatura da água. Tabela 3. Comportamento da Tilápia do Nilo em diferentes faixas térmicas (adaptado de BRÜGGER et al., 2000) Temperatura Resultado < 15°C Cessa alimentação 15°C a 18°C 40% da taxa de arraçoamento 19°C a 21°C 60% da taxa de arraçoamento 22°C a 24°C 80% da taxa de arraçoamento 25°C a 26°C 100% da taxa de arraçoamento 27°C a 28°C 120% da taxa de arraçoamento 29°C a 30°C 140% da taxa de arraçoamento 31°C a 32°C 160% da taxa de arraçoamento > 32°C Cessa alimentação 24 A despeito dos dados encontrados na literatura (vide tabela 3), tem-se evidenciado altas taxas de mortalidade quando se aumenta a taxa de arraçoamento em temperatura acima de 29ºC. O fato do peixe encotrar- se na zona térmica de conforto faz com que ele se alimente mais, en- tretanto, na situação de mortalidade, os peixes apresentam hemorragias na parte externa do abdômen e aparelho digestivo sanguinolento, sendo recomendado a redução da taxa de arraçoamento para 80% em temper- aturas d’água entre 29-30ºC e para 60% entre 31-32ºC. Na prática, o valor de proteína bruta é o principal fator utilizado pelos criadores na aquisição da ração, sendo importante a troca de in- formações junto aos piscicultores da região sobre a qualidade das ra- ções presentes no mercado. O arraçoamento é o ato de fornecer rações aos peixes, e como foi dito anteriormente, nas criações de peixes em tanque-rede esta é a única fonte de alimento dos peixes, sendo assim, deve-se ofertar rações que atendam às exigências nutricionais dos peixes e que apresentem granulometria própria para cada fase de seu desenvolvimento. Desenho: Alexandre Mulato 25 A tabela 4 mostra as recomendações sobre o fornecimento de rações para diferentes fases da Tilápia do Nilo. Tabela 4. Recomendação de fornecimento de rações para Tilápia do Nilo, em dife- rentes fases de desenvolvimento em temperaturas de 25ºC a 26ºC. (adaptado de GONTIJO et al., 2008) Peso médio inicial (g) Peso médio final (g) Exigência nutricional (tipo de ração em % PB) Granulometria (mm) Frequência diária Ração diária (% da biomassa) 1,0 5,0 55 Pó 6 vezes 25 5,0 15,0 42 1 a 2 mm 4 vezes 10 15,0 25,0 42 1 a 2 mm 4 vezes 7,0 25,0 45,0 36 2 a 4 mm 4 vezes 6,0 45,0 75,0 36 2 a 4 mm 4 vezes 5,0 75,0 175,0 32 4 a 6 mm 4 vezes 4,0 175,0 350,0 32 4 a 6 mm 4 vezes 3,0 350,0 700,0 32 6 a 8 mm 4 vezes 2,0 O esquema a seguir demonstra um exemplo de ajuste de arra- çoamento para um tanque-rede com 1.250 peixes com média de peso de 125 gramas, após realização da biometria. • Peso médio da amostragem = 125 gramas ou 125 ÷ 1000 = 0,125Kg • Número de peixes no tanque-rede = 1.250 peixes • Porcentagem da biomassa (valor retirado da tabela 4) = 4% ou 4÷100 = 0,04 • Quantidade de ração (a ser ofertada no dia) = 0,125 Kg x 1.250 peixes x 0,04 • Quantidade de ração a ser ofertada no dia = 6,250 Kg • Quantidade de ração a ser ofertada em cada refeição = 6,250 ÷ 4 = 1,560 Kg 4.3 - Biometria Biometria é uma prática bastante difundida na atividade aquí- cola, sendo executada mediante periódicas pesagens e medições do 28 5.0 - Detalhamento das Estruturas 5.1 - Tamanho e formato de tanques-rede O tanque-rede pode ser de formato quadrado, retangular, cilíndri- co, hexagonal ou circular, entre outros, sendo mais utilizados o quadrado e o circular. O fluxo de água nesses formatos se dá conforme ilustrado na figura 2, podendo ser alterado devido à colmatação (acúmulo de algas e sujeiras) da tela do tanque-rede (ver item 9.2 - Limpeza dos tanques- rede). Figura 2. Fluxo de água em tanques-rede Os tanques-rede devem ser escolhidos na implantação do em- preendimento seguindo critérios como preço, tamanho do reservatório e espécie a ser criada, sendo os mais comerciais: Tanque-rede quadrado • Volume: 4,8 m³ (2,0 x 2,0 x 1,20) – malha 17 ou 19 mm • Volume: 6,0 m³ (2,0 x 2,0 x 1,5) – malha 13 ou 19 mm • Volume: 13,5 m³ (3,0 x 3,0 x 1,5) – malha 19 mm • Volume: 18 m³ (3,0 x 3,0 x 2,0) – malha 19 mm Tanque-rede circular • Volume: 25,0 m³ - malha 19 mm • Volume: 200,0 m³ - malha 19 mm • Volume: 300,0 m³ - malha 19 mm • Volume: 400,0 m³ - malha 19 mm 29 A comparação entre tanques-rede de pequeno e grande volume pode ser resumida conforme a tabela 5. Tabela 5. Comparação de algumas características dos tanques-rede de pequeno volume/alta densidade (PVAD) e dos tanques-rede de grande volume/baixa densi- dade (GVBD) (ONO & KuBITzA, 2003) Características TR de PVAD TR de GVBD Volume útil (m³) Até 6 Acima de 18 Capacidade de renovação de água Maior Menor Biomassa econômica (kg/m³) 100 a 250 20 a 80 Custo de implantação por m³ Maior Menor Porte do empreendimento onde são mais usados Pequeno Grande Tempo de retorno ao capital investido Menor Maior Custo de mão-de-obra/m³ de volume útil Maior Menor Custo da mão-de-obra/kg de peixe produzido Menor Maior A produtividade dos tanques-rede está relacionada às trocas de água no seu interior. Assim, pode ser observado na tabela 6 a relação entre o potencial de troca de água do tanque-rede de forma natural (pela dinâmica de corpo hídrico lêntico) e/ou induzido pela movimentação dos peixes confinados. Desta forma, quanto menor for o tanque-rede, maior é a relação entre a sua área de superfície lateral (ASL em m²) e seu volume (V em m³), portanto, quanto maior a relação ASL:V, maior é o potencial de troca de água, conforme tabela 6. Tabela 6. Comparação do Potencial de Renovação de Água entre Tanques-Rede de Diferentes Dimensões e Relação ASL:V (SCHIMITTOu, 1995) Dimensões (m x m x m) Volume (m³) ASL : Volume (m² : m³) Potencial de Renovação de água (%) 1 x 1 x 1 1 4:1 100 2 x 2 x 1 4 2:1 50 2 x 4 x 1 8 1,5:1 38 (25/50) 4 x 4 x 2 32 1:1 25 7 x 7 x 2 98 0,57:1 14 6 x 11 x 2 132 0,52:1 13 (9/17) 13 x 13 x 2 338 0,31:1 8 11 x 11 x 3 363 0,36:1 9 30 5.2 - Material utilizado na construção e instalação dos tanques-rede Na fabricação da estrutura de armação dos tanques-rede pode- se utilizar diversos materiais como: tubos e cantoneiras em alumínio, vergalhões soldados com pintura anti-corrosão, chapas de alumínio sol- dadas ou parafusadas, barras de ferro soldadas e pintadas, aço galva- nizado, bambu, madeira, tubos de PVC, entre outros. Nessas estruturas são fixados os flutuadores, comedouros, as malhas, tampas e cabo de fixação, que irão dar o formato ao tanque- rede. Os flutuadores podem ser de materiais simples como tambores plásticos e tubos de PVC tampados, evitando reutilizar tambores de substâncias tóxicas. As malhas podem ser confeccionadas de materiais flexíveis como: poliéster revestido de PVC, nylon, alambrado de aço inox. Para determinar o tipo de material a ser utilizado na confecção das malhas é de fundamental importância conhecer o ambiente que irá receber os tanques-rede, pois como esse é um sistema que irá atrair diversas outras espécies de peixes e na maioria das espécies carnívo- ras, deve-se escolher o material que demonstre maior segurança aos peixes. Além de conhecer o ambiente, deve-se levar em conta a capaci- dade de renovação que a malha apresenta em relação à passagem de água pelo sistema, e com isso seu tamanho de abertura, além de ser de um material que não provoque lesões nos peixes, não deve ser corro- sivo. A malha apresenta normalmente abertura de 13 mm a 25 mm para alojar os peixes, dependendo da sua fase de desenvolvimento. Já as tampas dos tanques-rede podem ser feitas com malhas maiores ou de igual tamanho ao do tanque-rede. Geralmente são con- feccionadas com malhas de 25 mm e apresentam abertura total ou de 50%. É recomendado utilizar sombrites sobre as tampas dos berçários para reduzir a exposição dos peixes aos raios solares, o que melhora seu sistema imunológico, resultando em maior produtividade, além de evitar a predação por pássaros. Para a fixação dos tanques-rede no ambiente são utilizadas cor- das de nylon com espessura entre 14 mm e 20 mm ou cabos de aço, esticado ao longo do eixo em direção perpendicular, à corrente superfi- cial. Suas extremidades serão fixadas em poitas (âncoras) no fundo do corpo hídrico, sendo o peso das mesmas dependentes da quantidade de tanques-rede, profundidade e correntes de água. 33 Os comedouros variam de tamanho podendo apresentar formatos dife- rentes: Tipo de comedouro Vantagem Desvantagem quadrado Foto: Bruno O. de Mattos É o mais indicado devido o aproveitamento de toda a superfície do tanque-rede, tendo maior área de alimentação. Podem prender os peixes nos espaços entre o tanque-rede e o comedouro. Faixa Foto: Bruno O. de Mattos Possui grande área de alimentação, podendo atender a todos os peixes, evitando assim competição pelo espaço. O fluxo de água é preju- dicado devido à malha ser fixada junto ao tanque-rede, e com isso dificultar a entrada de água provocando assim estresse aos peixes. Circular Foto: Carlos A. V. de Oliveira - CIDISEM Dificulta a perda de ração no momento do arraçoamento. Apresenta área de alimentação reduzida, fazendo com que os peixes maiores se alimentem primeiro e os menores fiquem com as sobras, deixando o lote heterogêneo. 5.6 - Estruturas de apoio 5.6.1 - Galpão de armazenamento Para auxiliar na criação é aconselhável a construção de um galpão para estocagem da ração, petrechos e material diverso. Esta estrutura deve ser provida de ventilação preferencialmente natural e cuidados especiais devem ser tomados para se evitar infiltrações, pois 34 umidade excessiva na ração propicia o aparecimento de fungos e bo- lores, que podem ser tóxicos aos peixes. Ressalta-se, também, que as rações devem estar sobre estrados, evitando contato direto com o piso e parede. 5.6.2 - Balsa Outra estrutura de apoio utilizada é a balsa (foto a seguir), que serve de plataforma para o manejo dos peixes e dos tanques-rede, tanto no decorrer do ciclo de produção, como principalmente na despesca. As balsas geralmente são construídas em formato de “U” e dotadas de guinchos (manuais ou motorizados) para o içamento dos tanques-rede, quando necessário retirá-los d’água. A balsa pode se locomover com auxilio de motor, ou ainda ser fixa, e neste caso as intervenções no tanque-rede exigem que ele seja retirado da linha de criação e levado até a balsa. A balsa também poderá ser construída em forma de “quadrado”, sendo ancorada na linha dos tanques-rede, locomovendo-se com auxílio de dois cabos. Nesse caso, as linhas de criação são dispostas de maneira a possibilitar que a balsa possa flutuar sobre os tanques-rede. Foto: Bruno R. B. de Souza Balsa para manejo dos tanques-rede 35 5.6.3 – Plataforma As plataformas com passarelas são construídas, de modo a per- mitir o acesso aos tanques-rede, facilitando sobremaneira o manejo, como observado na foto a seguir. Especial atenção deve ser tomada quanto à qualidade da água ao se empregar passarelas, uma vez que normalmente quando se usa esse tipo de estrutura há uma maior pro- ximidade entre os tanques-rede, portanto diminui-se a área de diluição dos metabólitos. Foto: Thompson F. R. Neto - CODEVASF Bateria de tanques-rede com plataforma 38 de PB por 60 dias e a partir daí, ração com 28% de PB até a despesca. As biometrias são realizadas a cada 30 dias para ajustar as ta- xas de arraçoamento. Tambaqui (Colossoma macropomum) 6.1.3 - Pacu (Piaractus mesopotamicus) O pacu é um dos peixes de água doce mais estudados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. É originário da Bacia do Rio Prata e do Pantanal do Mato Grosso. Apresenta boas características para ser criado em tanques-rede, dentre as quais se destacam: 1. Possui características de precocidade e rusticidade. 2. Sua carne é saborosa e de boa aceitação comercial. 3. Apresenta bom crescimento e adaptação à alimentação ar- tificial. 4. Apresenta excelentes características zootécnicas para a criação intensiva em tanques-rede. A densidade de estocagem recomendada para fase de termina- ção é de 50 a 75 peixes/m³. Pacu (Piaractus mesopotamicus) Foto: Thiago D. Trombeta - IABS Foto: Rui D. Trombeta 39 6.1.4 - Matrinxã (Brycon spp.) Os “Brycons” são nativos na maioria das bacias do Norte, Cen- tro-Oeste, Sudeste e Nordeste. Apresentam várias características fa- voráveis a criação em tanques-rede: 1. São rústicos, de rápido crescimento. 2. Resistentes a baixos teores de oxigênio dissolvido. 3. Aceitam bem ração extrusada. São comercializados com peso superior a 1 kg. Matrinxã (Brycon spp.) A criação se dá em tanques-rede de 18m³ (3,0mx3,0mx2,0m) de malha 20 mm, com a presença de berçários. Na fase de alevinagem, a densidade de estocagem é de 200 peixes/m³, com peso médio de 3,5g. A alimentação nos três primeiros meses se dá com ração extrusada com 32% de PB, sendo realizadas 4 refeições diárias. Após três meses, os peixes atingem peso médio de 60g quando são transferidos para tanques-rede definitivos a uma taxa de estocagem de 50 peixes/m3, sendo alimentados com ração extrusada com 28% de PB. A cada 30 dias é realizada biometria para ajustar as taxas de arra- çoamento. 6.1.5 - Pirarucu (Arapaima gigas) O pirarucu é nativo das bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins. Provavelmente é a espécie nativa mais promissora para o desenvolvi- mento da criação de peixes em regime intensivo, devido apresentar: 1 - Alta velocidade de crescimento, podendo alcançar até 10 kg no primeiro ano de criação. Foto: Bruno O. de Mattos 40 2 - Grande rusticidade ao manuseio. 3 - Possui respiração aérea, não dependendo do oxigênio da água. 4 - Não apresenta canibalismo quando confinado em altas den- sidades. 5 - Facilidade no treinamento para aceitar alimentação com ra- ção extrusada. 6 - Alto rendimento de filé (próximo a 50%). Pirarucu (Arapaima gigas) No entanto, o conhecimento sobre o comportamento e cresci- mento do pirarucu, em qualquer modalidade de criação intensiva ainda é escasso. No rio Negro é usado tanques-rede de 50 a 350m³. A biomassa sustentável de juvenis de pirarucu para a criação intensiva em tanques-rede é de aproximadamente 30kg/m³. Hoje um dos principais entraves na sua criação é na questão da oferta de alevinos no mercado e ração específica para a espécie. 6.1.6 - Surubim (Pseudoplatystoma spp.) O surubim, conhecido como pintado, é nativo das bacias do Pra- ta e do São Francisco. Surubim (Pseudoplatystoma spp.) É um peixe de couro, corpo alongado e roliço, cabeça grande e achatada. É importante na pesca comercial e esportiva. Apresenta boas características para criação em tanques-rede, quais sejam: Foto: Thiago D. Trombeta - IABS Foto: Altamiro de Pina - CODEVASF 43 temperatura esteja mais amena, como as primeiras horas da manhã. É aconselhável ainda, deixar os peixes em jejum por um período de 24 horas, evitando estresse e mortalidade. Na captura dos peixes é impor- tante manuseá-los com peneiras e puçás de maneira rápida. A densidade que inicialmente era de 1.000 a 1.250 peixes/m³ (4.000 a 5.000 peixes por berçário de 4m³), passará a ser de 150 a 250 peixes/m³ na densidade final (fase terminação). A contagem dos peixes nessa fase é feita individualmente, contando peixe por peixe do berçário e levando-os aos tanques-rede de recria ou terminação. Densidades muito superiores às recomendadas poderão inter- ferir no desempenho produtivo dos peixes e propiciar um lote heterogê- neo ao final da criação. 7.3 - Despesca Antes de realizar a despesca, é preciso estabelecer os cus- tos de produção e determinar o preço de venda do peixe em suas diferentes formas de processamento. Antes do abate os peixes de- vem passar por um período de jejum de 24 horas, para que ocorra o esvaziamento do intestino, melhorando assim o sabor, aspecto e textura da carne, e caso for transportado vivo, evita a intoxicação. A despesca pode ser parcial ou total, sendo realizada por meio de balsa ou pelo rebocamento dos tanques até a margem. Deve ser realizada de maneira rápida, com auxílio de puçás, baldes, balaios e engradados, sendo os peixes transferidos para as caixas de transporte ou caixas de isopor, no menor tempo possível, sendo necessária mão- de-obra suficiente. Este procedimento pode reduzir o estresse do abate, sem gerar comprometimento à qualidade da carne. Os peixes vendidos vivos são transportados em caminhões com caixas próprias para transporte com mecanismo de oxigenação e água salinizada na proporção de 3,0 kg de sal comum para 1.000 litros. Para evitar estresse, a carga máxima recomendada é de 350kg de peixes para 1.000 litros de água. Para distâncias longas, essa carga deve ser reduzida. Se forem vendidos abatidos, os peixes devem sofrer choque tér- mico, mediante imersão em mistura de água com gelo (50% água + 50% gelo), sendo sacrificados em poucos instantes. O transporte dos peixes até o local de destino deve ser feito em caixas térmicas com a utilização de gelo. Normalmente, recomenda-se adicionar gelo em partes iguais à quantidade de peixe até chegar ao lo- 44 cal de processamento ou comercialização. Nas fotos a seguir estão demonstrados o sacrifício dos peixes e o acondicionamento em gelo. Sacrifício dos peixes e acondicionamento em gelo Foto: Felipe B. de Carvalho - CIDISEM Foto: Bruno O. de Mattos 45 8.0 - Enfermidades De um modo geral os peixes criados em tanques-rede estão mais vulneráveis a doenças, devido estarem sob alto estresse e/ou des- balanceamento nutricional, adquirindo baixa resistência a patógenos. Em tanques-rede, as enfermidades encontradas na maioria das vezes devem-se a 2 fatores: 1) Pelo MANEJO INCORRETO realizado quer seja no transporte, du- rante o povoamento, nas biometrias, nas repicagens, no armazena- mento da ração e na escolha do fabricante da ração. 2) Por CONDIçõES AMBIENTAIS não favoráveis, como por exemplo, com temperatura fora do conforto térmico ou oxigênio fora do inter- valo ótimo, podendo ser causado por fenômenos climáticos, como frio intenso. 8.1 - Enfermidades mais comuns 8.1.1 - Trichodina Um modo simples de identificar esse parasita no peixe é quando em seu corpo aparece uma camada cinza-azulada. Apesar de tais para- sitas não causarem sérios danos nos peixes, podem provocar infecções, favorecendo o ataque de fungos e bactérias. Estas infestações estão relacionadas com alta densidade nos tanques-rede e baixa qualidade de água. 8.1.2 - Aeromonose Aeromonas são bactérias que causam infecções, podendo pro- vocar aumento do abdômen, lesões no corpo, cabeça e nadadeiras, perda de apetite e natação vagarosa. Pode-se observar os olhos salta- rem para fora. Está associada à alimentação excessiva e transporte incorreto. 48 peixe, dependendo da doença, perder o apetite e com isso, o problema se agravará ainda mais. O método mais utilizado é o banho de sal devido à facilidade, baixo custo e eficiência comprovada. Para realizar esses banhos, é necessário que o produtor tenha em sua propriedade um bolsão imper- meável que irá envolver todo tanque-rede, impedindo a saída da água. Para fazer o tratamento, o sal será adicionado dentro desse bolsão, sen- do a quantidade dependente do tempo do banho e do grau de infecção. Quanto maior a quantidade de sal, menor o tempo do tratamento. Geral- mente utiliza-se de 2 a 10 gramas de sal para cada litro de água, com tempo de imersão entre 30 a 60 minutos. Para diagnóstico preciso, é fundamental o atestado de um pro- fissional da área ou laudo de laboratório registrado junto à ANVISA. Para a prescrição de medicamentos deverá ser consultado um médico- veterinário. 49 9.0 - O Dia-a-dia da Criação Apresentamos aqui algumas orientações para o produtor. 9.1 - Arraçoamento Já foi mencionado nesse manual a maneira correta e os cálculos para fazer o arraçoamento, mas o produtor pode usar uma dica impor- tante, observando visualmente o tempo em que os peixes gastam para consumir toda a ração: Se foi gasto até 10 minutos, a quantidade deve ser aumentada em 10% no dia posterior, mais de 20 minutos a quantidade terá que ser reduzida em 10%. O tempo de 15 minutos é o ideal para que os peixes consumam toda a ração ofertada. 9.2 - Limpeza dos tanques-rede Na questão da limpeza dos tanques-rede, é necessário um manejo periódico a fim de evitar a colmatação que prejudica a troca de água nos tanques-rede e consequentemente o desenvolvimento dos peixes. Nas fotos a seguir se pode observar a colmatação no berçário e no tanque-rede. Colmatação das telas Para diminuir esse acúmulo de sedimento geralmente são usa- das as espécies iliófagas: curimbatás e/ou cascudos numa densidade de 5 a 6 peixes/m³, que se alimentam do sedimento formado. Também pode-se realizar a limpeza das malhas por meio de escovões. Foto: Thiago D. Trombeta - IABS Foto: Hailton S. Costa - CIDISEM 50 Ao fim da despesca é indicado que os tanques-rede fiquem ex- postos ao sol em torno de 5 dias, onde o criador também aproveita para verificar suas condições gerais (flutuadores, comedouros, malhas e es- truturas) e também realizar a limpeza da tela. 9.3 - Planilhas para acompanhamento do empreendimento Para maior controle do empreendimento é necessário o uso de planilhas para acompanhar o andamento da criação. Seguem os mo- delos que podem ser aplicados no dia-a-dia do empreendimento. 1) Arraçoamento Equipe de plantão: Local: Data: Tanque Rede Fornecimento de Ração (horas) Consumo Ração Nº Peixes p/ tanque Peixes Mortos Obs. 08:00 10:00 13:00 17:00 Diário Acumulado Dia Acumulado 1 2 2) Análises corriqueiras da água Equipe de plantão: Local: Data Temperatura (ºC) Oxigênio (mg/l) Transparência (cm) Amônia/Nitrito (mg/l) 3) Biometrias quinzenais ou mensais Equipe de plantão: Local: Data de estocagem: Peso médio inicial (g): Nº tanque: Nº peixes estocados: Espécie: Data Nº peixes Peso total (g) Peso médio (g) Biomassa (kg) Obs. 53 Depreciação anual Depreciação anual Depreciação anual das estruturas (R$) 20% 3.226,80 Empréstimo bancário Empréstimo (R$) Juros 6,75% a.a. (R$) Carência (anos) Prazo (anos) Total (R$) 50.000,00 16.232,36 1 4 64.929,42 Produção anual Produção anual (kg) Preço de venda por kg (R$) Total (R$) 22.173,73 (1° ano) 3,50 77.608,04 38.012,10 (a partir do 2° ano) 3,50 133.042,35 10.2 - Subprodutos O produtor poderá “vender seu peixe” não apenas na forma viva, como também comercializar o produto beneficiado, com agregação de valor. Foto: Acervo FISHTEC Foto: Thiago D. Trombeta - IABS Filés de tilápia Artesanato em couro de peixe 54 Na tabela 7, observa-se o percentual de aproveitamento em relação ao peixe inteiro, com vista à agregação de valor ao produto e consequent- emente melhores preços na comercialização. Tabela 7. Percentual aproximado de aproveitamento do pescado Subprodutos e Cortes Porcentagem de aproveitamento em relação ao peixe inteiro (%) Filé 31 Pele (Vestuário; Pururuca) 12 Cabeça (Bolinhos de carne) 14 Vísceras (Silagem ácida; Farinha) 10 Carcaça (Farinha) 20 Polpa + aparas (Empanados) 10 Barriguinha (Aperitivo) 3 10.3 - Aspectos mercadológicos É importante que o produtor tenha a consciência de que faz parte da cadeia produtiva, com isso, deve estar atento ao mercado consumi- dor local e regional para poder direcionar seu foco de comercialização, sendo importante a divulgação, aliada à logística de distribuição. Somente com o prévio conhecimento do mercado, o produtor saberá vender seu peixe!!!!!!!! Desenho: Alexandre Mulato 55 De acordo com a figura a seguir, observa-se que o objetivo final a ser atingido são os consumidores e que o produto só chegará a eles se to- dos os elos (produção, industrialização e distribuição) da cadeia produ- tiva estiverem funcionando bem. Fabricantes de ração Produtores de alevinos Outros (insumos: tanques-rede, cordas, telas, flutuadores, sal, etc.) Fornecedore de Insum os Restaurantes Peixarias Supermercados Feiras Livres Pesque-Pagues M ercado C onsum idor Produtores Sistema intensivo de criação B eneficiam ento No fator produção, é fundamental a oferta de pescado de quali- dade, quer seja para atender a indústria ou diretamente o mercado con- sumidor. Existem várias estratégias que o empreendedor aquícola pode adotar visando obter sucesso na comercialização, tais como: • Fazer embalagens chamativas, identificando a origem (rastreabili- dade) e valores nutricionais; • Realizar venda direta para mercearias, mercados, restaurantes, bares, supermercados e feiras da região; • Diversificar o produto no mercado, em diferentes cortes e sub- produtos, como por exemplo, embutidos a base de peixe, em- panados, fishburger, peixe defumado e etc.; • Divulgar a marca, com fornecimento de material impresso para divulgação no mercado; e • Realizar venda de peixes vivos em diferentes pontos da cidade. Atualmente a tilápia é comercializada sob diversas formas: viva para pesque-pague, inteira eviscerada, com destaque para o filé res- friado. 58 12.0 - Legislação Aplicada na Aquicultura em Águas da união Para a atividade de aquicultura, envolvendo a criação de peixes em tanques-rede, é necessária a autorização da União, ou seja, seu uso depende de licenciamento pelo poder público. Todas as autorizações (carteira de aquicultor, outorga para uso d’água, licenciamento ambi- ental, etc.) são regidas por legislação específica estabelecidas pelas diversas instituições envolvidas. A autorização para uso de espaços físicos em corpos d’água de domínio da União está, atualmente, regulamentada pelo (a): D Decreto nº 4.895, de 25 de novembro de 2003; D Instrução Normativa Interministerial nº 06, de 31 de maio de 2004; D Instrução Normativa Interministerial n. 07, de 28 de abril de 2005; D Instrução Normativa Interministerial n. 01, de 10 de outubro de 2007. Então, para o empreendedor produzir de maneira legalizada deve-se obedecer a legislação vigente. Os órgãos envolvidos no pro- cesso de regularização são: • MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura) - Coordena o processo de liberação de espaço físico em águas da união para fins de aquicul- tura. • IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Nat- urais Renováveis) e OEMAs (Organizações Estaduais do Meio Am- biente) – São responsáveis pela emissão das licenças ambientais do empreendimento: • Licença Prévia (LP) - aprova a localização e concepção, atestan- do a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação, sendo considerada uma fase preliminar do plane- jamento de atividade; • Licença de Instalação (LI) - autoriza a implantação da atividade segundo planos e projetos aprovados; • Licença de Operação (LO) autoriza a operação do empreendi- mento de acordo com o previsto nas LP e LI. 59 • Marinha – A Capitania dos Portos emite o parecer autorizando a implantação do empreendimento aquícola ao empreendedor sobre as questões de ordenamento do espaço aquaviário e à segurança da navegação. • ANA (Agência Nacional de Águas) - Emite a outorga do uso de re- cursos hídricos em águas federais. • SPu/MPOG - Superitendências do Patrimônio da União do Ministé- rio do Planejamento, Orçamento e Gestão emitem o Termo de En- trega ao MPA para a realização do certame licitatório. 12.1 - Trâmite processual Primeiramente, o interessado protocola na Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura - SFPA, do Ministério da Pesca e Aqui- cultura - MPA, o requerimento para autorização de uso de espaço físico, acompanhado do projeto técnico, conforme as especificações contidas nos Anexos da INI 06/04, em 4 vias. Formalizado o processo, este é enviado ao Departamento de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União - DEAU, onde será cadastrado na base de dados do Sistema de Infor- mação das Autorizações das Águas de Domínio da União para fins de Aquicultura - SINAU e analisado nas áreas de Aquicultura e Geoproces- samento. Aprovado o pleito no âmbito do Ministério da Pesca e Aquicul- tura - MPA, cópias do processo com as vias do projeto técnico e dos anexos são encaminhadas à Agência Nacional de Águas - ANA, à Auto- ridade Marítima da Marinha e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Nesta fase, os três órgãos emitem, respectivamente, a outorga de direito de uso dos recursos hídri- cos, a autorização para a realização de obras sob, sobre e às margens das águas sob jurisdição brasileira e a permissão para envio do docu- mento à Organização Estadual de Meio Ambiente – OEMA, visando à emissão das licenças ambientais. Após o deferimento pelas instituições supracitadas, o processo é remetido pelo MPA à Superintendência do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SPU/MPOG para averiguar se a área em questão fora requerida para outros usos. Con- firmada a inexistência de solicitações anteriores, a SPU/MPOG emite o Termo de Entrega ao MPA, autorizando este Ministério licitar o referido espaço geográfico. 60 A licitação será na modalidade concorrência pública, podendo ser dos tipos “maior lance ou oferta” (onerosa) ou “seleção não onerosa por tempo determinado” (não onerosa), conforme o enquadramento do requerente. Finalizado o certame licitatório, será formalizado o contrato de cessão de uso com o licitante vencedor, com duração de 20 anos. Este procedimento finaliza quando a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura - SFPA emite o Registro de Aquicultor em águas de domínio da União. Neste momento, o aquicultor poderá iniciar o pro- cesso produtivo integralmente legalizado. O fluxo processual para regu- larizar um empreendimento aquícola em águas de domínio da União é demonstrado na figura 3. Figura 3 - Fluxograma do processo de liberação de espaço físico em águas da união 63 13.3 - CuSTEIO PECuÁRIO TRADICIONAL a) Aquicultura e Atividade Pesqueira de Captura Beneficiários: Aquicultores e pescadores artesanais, pessoas físicas ou jurídicas, habilitados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA. Finalidade: Atividade aquícola relacionada ao cultivo ou à criação co- mercial de organismos (peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios e algas), sendo financiáveis as despesas normais de: • Aquisição de matrizes e alevinos; • Reparo e limpeza de diques, comportas e canais; • Mão-de-obra, ração e demais bens secundários necessários ao de- senvolvimento da atividade. Encargos: Recursos controlados a 6,75% a.a. Teto: Recursos controlados R$ 150 mil por beneficiário/safra Prazos: Até 2 anos, no caso de aquisição de peixes para engorda e materiais para captura do pescado. Demais itens financiáveis: até 1 ano de prazo. b) Conservação, Beneficiamento ou Industrialização do Pescado Beneficiários: Empresas de conservação, beneficiamento, transforma- ção ou industrialização de pescado. Finalidade: Conservação, beneficiamento/industrialização de pescado: matéria-prima (pescado “in natura”) adquirida diretamente do produtor, materiais secundários, mão-de-obra, fretes, silagem, seguros e simil- ares. Teto: Financiamento em até 100% do valor do incremento de aquisição previsto para o período de abrangência do empréstimo. Encargos: Recursos controlados a 6,75% a.a. Limite: 100% do valor do incremento da aquisição previsto para o perío- do do financiável empréstimo em relação a igual do período do ano an- terior. 64 Prazos: Até 2 anos, no caso de aquisição de peixes para engorda e materiais para captura do pescado. Demais itens financiáveis: até 1 ano de prazo. 13.4 - Pronaf Pesca O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar) é dividido em duas modalidades: O investimento que financia, por exemplo, os equipamentos, e o custeio que financia, por exemplo, as rações. No quadro abaixo pode-se observar a diferença de beneficiários, valores financiados, juros e prazos entre os grupos A, B, C e D. Modalidade Grupo Beneficiários Valor Financiado Juros Prazo Investimento e Custeio A Aquicultores e pescadores assentados pelo programa de reforma agrária R$ 5.000,00 até R$ 13.000,00 Até R$ 15.000,00 se tiver ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) 1,15% Até 7 anos Investimento B Aquicultores e pescadores com renda bruta anual de até R$ 2 mil Até R$ 1.000,00 1% Até 1 ano Investimento C Aquicultores e pescadores que possuam renda bruta anual entre R$ 2 mil e R$ 14 mil R$ 1.500,00 até 5.000,00 1% Até 5 anos Custeio C Aquicultores e pescadores que possuam renda bruta anual entre R$ 2 mil e R$ 14 mil R$ 500,00 até R$ 2.500,00 4% Até 2 anos Custeio D Aquicultores pescadores que possuam renda bruta anual entre R$ 14 mil e R$ 40 mil Até R$ 6.000,00 4% Até 2 anos Investimento D Aquicultores pescadores que possuam renda bruta anual entre R$ 14 mil e R$ 40 mil Até R$ 18.000,00 4% Até 5 anos 65 14.0 - Órgãos Estaduais e Federais que prestam Assistência Técnica em Piscicultura e/ou Comercializam Formas Jovens A lista abaixo se refere aos órgãos estaduais e federais que prestam assistência técnica e/ou comercializam alevinos e juvenis: CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba Nome Local Contato Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura do Gorutuba Nova Porteirinha/MG (38) 3821-1133 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Ceraíma Guanambi/BA (77) 3493-2087/3493-2010 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Xique-Xique Povoado de Nova Iquira-município de Xique-Xique/BA (74) 3664-3018 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro Petrolina/PE (87) 3866-7752 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura do Betume Neópolis/SE (79) 3345-5065/3345-5066 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura do Itiúba Porto Real do Colégio /AL (82) 9975-2862 EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Nome Local Contato Fazenda Experimental Leopoldina/MG Leopoldina/MG (32) 3441-2330felp@epamig.br Fazenda Experimental Felixlândia/MG Felixlândia/MG (38) 3753-1346fefx@epamig.br EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural Nome Local Contato EMATER - Minas Gerais Belo Horizonte/ MG portal@emater.mg.gov.br EMATER - Goiás Goiânia/GO ematergo@netline.com.br EMATER - Distrito Federal Brasília/DF emater@emater.gdf.gov.br EMATER - Alagoas Maceió/AL emater@vircom.com.br EMATER - Paraíba Cabedelo/PB ematerpb@penline.com.br 68 15.0 - Bibliografia Consultada BIOFISH AQÜICULTURA. Projeto técnico de apoio ao desenvolvimento da piscicultura nas comunidades do entorno da UHE Coaracy Nunes: projeto de piscicultura em sistema de tanques-rede. Porto Velho: BIO- FISH Aqüicultura, 2004. 35 p. BOSCOLO, W. R.; FEIDEN A. Industrialização de tilápias. Toledo/PR: GFM, 2007. 272 p. BOYD, C. E.; TUCKER, C. S. Pond aquaculture water quality manage- ment. Boston: Kluwer Academic, 1998. 700 p. BRÜGGER, A. M.; CRUZ JUNIOR, C. A. da.; ASSAD, L. T. Produção de tilápias: manual de orientação. Brasília: INFC, 2000. 25 p. ______ ; ASSAD, L. T.; KRUGER S. Cultivo de pescado. Brasília: IBRAES, 2003. 95 p. ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: In- terciência, 1988. 549 p. GONTIJO, V. P. M. et al. Cultivo de tilápias em tanques-rede. Belo Hori- zonte: EPAMIG, 2008. 44 p. (Boletim Técnico, 86) INSTITUTO AMBIENTAL BRASIL SUSTENTÁVEL. Programa de desen- volvimento sustentável da piscicultura familiar em tanques-rede no mu- nicípio de Pentecoste/CE: projeto básico. Pentecoste: IABS, 2006. 61 p. MENEZES, A. Aqüicultura na prática: peixes, camarões, ostras, mexi- lhões e sururus. Espírito Santo: Hoper, 2005. 107 p. NOGUEIRA, A.; RODRIGUES, T. Criação de tilápias em tanques-rede. Salvador: SEBRAE/Bahia, 2007. 23 p. POPMAN, T. J.; LOVSHIN, L. L. (Org.). Worldwide prospects for com- mercial production of tilapia: international center for aquaculture and aquatic environments Department of fisheries and allied aquacultures. Alabama: Auburn University, 1995. 23 p. 69 REVISTA PANORAMA DA AQUICULTURA. Rio de Janeiro: Panorama da aqüicultura, v. 15, n. 88, mar./abr. 2005. ______ . Rio de Janeiro: Panorama da aqüicultura, v. 16, n. 98, nov./ dez. 2006. SAMPAIO, A. R.; BARROSO, N.; BARROSO, R. A. P. Cultivo de tilápia do nilo em gaiolas. Fortaleza: DNOCS, 2002. 19 p. SCHIMITTOU, H. R. Produção de peixes em alta densidade em tanques- rede de pequeno volume. Campinas: Mogiana Alimentos e Associação Americana de Soja, 1995. 78 p. SILVA, A. L. N.; SIQUEIRA, A.T. Piscicultura em tanques-rede: princípios básicos. Recife: SUDENE/UFRPe, 1997. 71 p. ONO, E. A.; KUBITZA, F. Cultivo de peixes em tanques-rede. 3. ed. Jun- diaí: [s. n.], 2003. 112 p. Ministério da EEREZOO negado CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaiba SGAN 601 - Conj. |, Ed. Dep. Manoel Novaes CEP: 70830-901 - Brasília-DF Fone: 61. 3312-4650 FAX: 61. 3312-4860
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