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Guias e Dicas
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contributo de oficiais miltares no PEA, Notas de estudo de Ciências da Educação

monografia

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 03/06/2013

vavvo-carvalho-6
vavvo-carvalho-6 🇧🇷

4.3

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Baixe contributo de oficiais miltares no PEA e outras Notas de estudo em PDF para Ciências da Educação, somente na Docsity! Contributo de oficiais formados na AM no Processo de Ensino-Aprendizagem: caso da Escola de Sargentos das Forças Armadas “General do Exército Alberto Joaquim Chipande”, Boane, 2009-2010 Osvaldo Francisco de Carvalho Choé Licenciatura em Ciências Militares Academia Militar “Marechal Samora Machel ” Nampula, Novembro de 2011 Contributo de oficiais formados na AM no Processo de Ensino-Aprendizagem: caso da Escola de Sargentos das Forças Armadas “ General do Exército Alberto Joaquim Chipande”, Boane, 2009-2010 Osvaldo Francisco de Carvalho Choé Trabalho de Investigação Aplicada, apresentado à Academia Militar “Marechal Samora Machel” para obtenção do grau académico de Licenciatura em Ciências Militares. Tutorado por: Manuel Jamal Muladiua (Tenente-Coronel) Academia Militar “Marechal Samora Machel ” Nampula, Novembro de 2011 Índece Epígrafe…………………………………………………………………………………………...vi Apêndice A... rir rerereereeerereaeerareo care aear anta cer near ana cane aaa rara cana aaa rara cara aea raras care nea raras cane nean area 57 Apêndice B............ err erereeaeerereecereaear area care aear area care aear ana cana aaar ana care aea raras cane near area cane nean area 59 Bibliografia............... ser ereeaerarerarerare care rare rare rae case rare rare care care care rare rase care care rare care rare case care rare rare 60 Epígrafe “Não se deve aprender muito em pouco tempo, pois, estamos condenados a esquecer também um maior volume de coisas, retendo apenas uma ínfima parte”. Ebbinghauss Declaração Declaro que este trabalho de Investigação Aplicada é o resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que, este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Nampula aos 11 de Novembro de 2011 Dedicatória Este trabalho dedico com enorme estima e prazer, à minha mãe Lina João Clavel de Carvalho, que me deu forças para que eu aprendesse a lutar e a acreditar em vencer os obstáculos da vida e, em especial, à minha irmã Júlinha Francisco de Carvalho Choé, que partiu para eternidade bem cedo (saudades)! PEA - Processo de Ensino -Aprendizagem RH – Recursos Humanos Sr. − Senhor Índice de figuras Figura n⁰1: porta das armas de ESFA 29 Figura n⁰2: Estudantes durante aulas, utilizando electro - projector 32 Figura n⁰3: Organograma da ESFA……………………………………………………..………..41 Índice de tabelas Tabela n⁰1: Quadro sinóptico de hipóteses, variáveis e indicadores ………………...…………..18 Tabela n⁰2: Ilustrativa da categoria de amostra do estudo……………….....................................21 Tabela n⁰3: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre contributo de oficiais formados na AM para o PEA na ESFA………………...………………………………………………………………….39 Tabela n⁰4 : Percepção dos Chefes de Ciclos sobre contributo de oficiais formados na AM para o PEA na ESFA……………………………………………………………………………………41 Tabela n⁰5: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre desempenho de funções de docência …...…42 Tabela n⁰6: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre desempenho de funções de docência…...….44 Tabela n⁰7: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre desempenho de funções de docência………46 Índice de gráficos Gráfico n⁰1: Contributo de oficiais formados na AM para o PEA na ESFA…………..……….40 Gráfico n⁰2: Contributo de oficiais formados na AM para o PEA na ESFA…………..……….41 Gráfico n⁰3: Desempenho de funções de docência……………………………………...……….43 Gráfico n⁰4: Desempenho de funções de docência……………………………………....………45 Gráfico n⁰5: Desempenho de funções de docência……………………………………...……….46 1. Escolha e delimitação do tema O presente Trabalho de Investigação Aplicada faz um estudo relativo ao tema: Contributo de oficiais formados na AM no Processo de Ensino–Aprendizagem , caso da Escola de Sargentos das Forças Armadas “ General do Exército Alberto Joaquim Chipande”, Boane, 2009-2010. 2. Problematização A “Academia Militar é um estabelecimento de ensino superior militar que tem como missão principal formar oficiais para os quadros permanentes das FADM”, (Nº1 do Artigo 5 do Decreto nº 62/2003, de 24 de Dezembro, Estatuto da Academia Militar). De forma a fazer face ao plasmado, no artigo acima referido, na sua alínea e), enaltece-se que um dos objectivos é assegurar o desempenho nas funções de comando de direcção e chefia como educadores e instrutores no processo do desenvolvimento da componente Militar da Defesa Nacional. É nesta conjuntura que o proponente coloca a seguinte inquietação: Até que ponto os oficiais formados na Academia Militar contribuem no Processo de Ensino-Aprendizagem na ESFA? 3. Justificativa Durante o período de formação, o autor deparou-se com vários docentes oriundos de unidades militares e escolas de formação diferentes que, de certa maneira, contribuem para o Processo de Ensino-Aprendizagem na Academia Militar. Motivado pelo desempenho desses docentes, desempenho este que é caracterizado pela muita dedicação e esforço, uma vez que existe desavenças doutrinárias entre a formação destes docentes e o programada do CFO na AM, também constituiu motivação para investigação do tema por este ser um assunto que preocupa quase a todos envolvidos na qualidade de formação dos oficiais na AM e o interesse pessoal no conhecimento das contribuições dos graduados na AM. Estes e outros factos motivaram o proponente deste trabalho a interessar-se pelo estudo do tema proposto num contexto mais particularizado, procurando, desta feita, analisar o contributo de oficiais formados na Academia militar “Marechal Samora Machel”, na formação de Sargentos para o quadro permanente das FADM. A escolha da Escola de Sargento das Forças Armadas “General do Exército Alberto Joaquim Chipande”, deve-se ao facto de ser uma instituição de ensino médio profissional militar que forma Sargentos para o quadro permanente das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, não obstante a isso em 2009 foi o ano que Academia Militar, lança para o trabalho o primeiro grupo de oficiais. O estudo poderá servir de um instrumento de avaliação de desempenho dos oficiais formados na AM e de reflexão por parte das entidades governamentais, com maior incidência para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique. 4. Objectivos 4.1. Objectivo geral Com este trabalho de pesquisa pretende-se essencialmente: • Analisar o contributo de oficiais formados na Academia militar “Marechal Samora Machel” no PEA na ESFA. 4.2. Objectivos Específicos Os objectivos específicos tem em vista a concretização do objectivo geral, razão pela qual se torna necessário à sua operacionalização para a sua sustentação da pesquisa. Assim, constituiu objectivos específicos: • Explicar factores que contribuem para o grau de desempenho dos oficiais na formação de Sargentos para as FADM; • Identificar factores que contribuem para o grau de desempenho dos oficiais na formação dos Sargentos para as FADM; • Propor acções que reforcem as afectações nas unidades militares dos oficiais formados na AM, em função da sua formação profissional. 5. Formulação de Hipóteses Hipótese “é uma suposição que antecede a constatação dos factos e tem como características numa formulação provisória que deve ser testada para determinar a sua validade e sempre conduz uma verificação empírica”. (Lakatos & Marconi, 1990:30), Por conseguinte, a hipótese é uma resposta antecipada ao problema em causa, isto é , uma proposição que se forma e que será aceite ou rejeitada depois de devidamente testada de acordo com o problema e os objectivos traçados na realização da pesquisa. Neste contexto, constituem respostas antecipadas do problema: • Os oficiais formados na Academia Militar “Marechal Samora Machel” contribuem positivamente no PEA na ESFA. • O desempenho das funções de docência dos oficiais formados na AM contribui para o melhoramento do PEA dos Sargentos na ESFA. Quadro sinóptico de hipóteses, variáveis e indicadores Hipótese Variáveis Indicadores Os oficiais formados na Academia Militar “Marechal Samora Machel”, contribuem positivamente no PEA na ESFA. Variável independente (x) Os oficiais formados na Academia Militar “Marechal Samora Machel” • Técnicas de formação; • Habilidades adquiridas na formação. Variável dependente (y) PEA na ESFA. • Métodos aplicados no PEA; O desempenho das funções de docência dos oficiais formados na AM, contribui no PEA dos Sargentos na ESFA. Variável independente (x) Desempenho de funções • Comportamento dos oficiais formados na AM; Variável dependente (y) PEA na ESFA • Métodos aplicados no PEA. Fonte: autor 6. Procedimentos Metodológicos Os procedimentos metodológicos da pesquisa devem ser entendidos como “(…) conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicos a serem executados ao longo da Do universo anteriormente descrito, tomou-se como amostra 20 oficiais, dos quais: 1 (um), é Director pedagógico e os restantes 19 (dezanove) são Chefes dos Ciclos. Tabela nº 2: Tabela ilustrativa da categoria de amostra do estudo Categoria da amostra Total PercentagemDirector Pedagógico Chefes dos Ciclos 1 19 20 100% Fonte: autor CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para a elaboração deste trabalho o autor serviu-se de diversas obras e algumas teorias relacionadas com a formação profissional e PEA. Termos - Chave da pesquisa e as suas definição Contributo, é concorrer para a realização de determinado fim, cooperar, colaborar, ajudar, ter parte num resultado, (COSTA et all 2004:412). Formação é um processo de transmissão de conhecimentos, hábitos, habilidades e valores com vista a elevar a qualificação do individuo para responder as exigências da sua função de corrente da mudança.( Levieque, 2007:95), PEA é definida por Tavares & Alarcão (1990: 86) como uma construção pessoal, fruto de um processo de experiência interior à pessoa e que se traduz numa modificação de comportamento relativamente estável. Ensino-aprendizagem é o conjunto de acções em que se articulam as actividades de transmissão e de aquisição de informações e conhecimentos (GOMES, 1991:1). Aprendizagem é um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões novas formas de perceber, ser, pensarem e agir. (SCHMITZ, apoud PILETTI, 1991:31), Sargento é um grupo de patentes hierárquica, ou seja, uma posição hierárquica existe na maioria das forças armadas e em algumas forças de segurança. (SOBRAL, 2008). Sargento é uma categoria hierárquica inferior à dos Oficiais e superior à dos praças. Uma categoria hierárquica corresponde ao conjunto formado por um ou mais grupos de patentes. ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Sargentos (militar)) 1. Formação profissional Pérez1 (2002), apud Martins (2004:241), afirma que “Formação profissional nas organizações torna-se, importante porque pode ajudar a atrair, desenvolver e reter os empregados excelentes”. Deste modo, a formação dos RH pode ajudar a contribuir no aumento do nível de compromisso dos empregados com a organização e, como consequência, aumento da rentabilidade da mesma, através de uma maior eficiência, produtividade e qualidade, assim como menores níveis de rotação dos empregados da organização. Domingues (2003:397) considera a formação profissional como sendo um conjunto de mecanismos pedagógicos propostos ao funcionário a fim de lhe permitir adaptar-se às mudanças 1 Pérez, P. S.; Lapiedra, R. O. (2002) – “La Formación”, in Cabrera, Á. e Bonache, J. (Directores), Dirección Estratégica de Personas, Madrid, Financial Times-PrenticeHall, pp. 263-289. estruturais e às modificações do trabalho implicado pela evolução tecnológica e de favorecer a sua evolução profissional. A par da alteração dos seus comportamentos profissionais e o desempenho das equipas de trabalho, melhora-se a produtividade dos trabalhadores, por forma a concorrerem para o alcance dos objectivos organizacionais. Segundo Goldstein e Gessener apud Levieque (2007:89), “a formação profissional é uma aquisição sistemática de competências, normas, conceitos ou atitudes que origina um desempenho melhorado em contexto profissional.” Seja qual for o conceito adoptado, fica claro que a formação profissional é fundamental para a formação da personalidade. Contudo, hoje em dia, a formação profissional vem como resposta aos desejos dos empregadores e às necessidades das empresas com objectivo de contribuir em grande escala para o alcance dos objectivos em ambas partes, isto é, a satisfação pessoal para o empregado e a performance económica do empregador. Peretti2 (1998) e Ceitil3 (2002) apud Martins (2004:247) indicam que compete à formação dar corpo a uma política que deve responder a um duplo objectivo: • Permitir adaptar os recursos humanos às mudanças estruturais e às modificações das condições de trabalho, resultantes da evolução tecnológica e da evolução do contexto económico; • Permitir determinar e assumir as inovações e alterações a realizar para assegurar o desenvolvimento da empresa. Numa perspectiva realmente estratégica, considera autor este que a formação profissional se destina para fornecer à empresa as competências necessárias ao seu desenvolvimento e ao seu progresso, articulando as necessidades individuais de formação com as necessidades em competências nucleares, garantindo, assim, o sucesso nas empresas no futuro. 2 Peretti, J.-M. (1998) – Recursos Humanos, Lisboa, Edições Sílabo, 2ª Edição. 3 Ceitil, M. (2002) – “O Papel da Formação no Desenvolvimento de Novas Competências”, in Caetano, A. e Vala, J. (organizadores), Gestão de Recursos Humanos. Contextos, processos e técnicas, Lisboa, RH Editora, 2ª Ed., pp.327-355. Ainda segundo este guião o foco da formação militar consiste em prepara indivíduos para desempenhar os deveres do trabalho para qual foram nomeados. O seu desafio consiste em ajudar outros a aprender. A formação militar envolve muitos elementos, em que o docente ou instrutor é a chave de todo processo e para o sucesso dos militares em formação, depende em grande parte da eficácia da formação que os indivíduos formadores ou docentes recebem durante a formação e depende do seu compromisso no desenvolvimento das qualidades profissionais do formador militar ou docente. 2.4. A formação de Oficiais na Academia Militar “Marechal Samora Machel” 2.4.1.Cursos de formação de oficiais A alínea a) do nº 2 do artigo 6 do Regulamento da AM advoga que os cursos de formação de oficiais (CFO), conferem o grau de Licenciatura em Ciências Militares nas especialidades de: Infantaria, Artilharia, Blindados, Pilotos, Marinha, Fuzileiros navais, Engenharia militar, Engenharia Aeronáutica, Engenharia Naval, Comunicações e Administração Militar. O ensino ministrado nos CFO da AM deverá ter um carácter objectivo e dinâmico, visando a formação global e integral dos estudantes como chefes militares e como cidadãos, definidas no estatuto da AM. (nº 1, artigo 58, decreto nº 62/03 de Dezembro, Regulamento da AM). a. Formação científica geral A formação científica geral deverá ser ministrada nos primeiros anos dos CFO, servindo de suporte quer ao desenvolvimento e compreensão das matérias de cada curso, quer futuramente, á aquisição de novos conhecimentos decorrentes da acelerada evolução do conhecimento, numa perspectiva de valorização profissional permanente, como condição de acesso aos sucessivos níveis da hierarquia, (nº 1 artigo 59, decreto nº 62/03, de 24 de Dezembro, Regulamento da AM). A formação científica de base geral recebida, durante a formação na AM, visa proporcionar aos oficiais formados, os conhecimentos e a dinâmica intelectual essenciais ao permanente acompanhamento da evolução do saber quer na área militar assim como na área social. b. Formação científica de índole técnica Segundo o nº 1 do artigo 60, do Regulamento da AM, esta formação deverá merecer a melhor atenção no contexto geral da formação dos futuros oficiais dos quadros permanentes, face ao desafio das novas tecnologias e do extraordinário tecnismo armamento e dos métodos de guerra, destinando-se a satisfazer as qualificações profissionais indispensáveis aos exercícios de funções técnicas, no âmbito de cada uma das especialidades das FADM, Esta formação é indispensável aos oficiais dos quadros permanentes das FADM para o desempenho das funções técnicas e possível contribuição para o desenvolvimento científico da prática militar, com vista a satisfazer as qualificações profissionais indispensáveis ao desempenho das funções. c. Formação comportamental A formação dos alunos, na área das ciências do comportamento, deverá constituir preocupação fundamental e objectiva na compreensão dos valores culturais patrióticos que consubstanciam a instituição militar, atento às tradições das FADM e a identificação com o sentimento profundo da defesa nacional, (nº 1, artigo 61, Regulamento da AM). A formação comportamental é responsável pela educação cívica e moral. Tem objectivo de desenvolver aos oficiais em formação os atributos de carácter, alto sentido do dever patriótico, honra e lealdade, culto da ordem e da disciplina e as qualidades de comando e chefia inerentes à condição militar. d. Formação física e adestramento militar Preparação física e adestramento militar, visam conferir aos estudantes a aptidão física e o treino indispensáveis ao cumprimento das suas futuras missões, (nº 1, artigo 62, decreto nº 62/03, de 24 de Dezembro, Regulamento da AM). A formação física e adestramento militar está em prol do vigor físico devido as atribuições que o militar desempenha, não só por circunstância de conflitos, para os quais deve manter-se sempre preparado, mas também em tempo de paz, exige-se um elevado nível de saúde física e mental. 5. Escola de Sargentos das Forças Armadas“General do Exército Aberto Joaquim Chipande ” 5.1. Localização geográfica da Escola de Sargentos das Forças Armadas“General do Exército Aberto Joaquim Chipande ”. Sob prisma geográfico, Escola de Sargentos das Forças Armadas é uma instalação militar que se localiza na Província de Maputo, Distrito de Boane, cerca de 30 km a sudoeste da Cidade de Maputo. Figura 1: Planta da ESFA Fonte: www.google Erath. Com 5.2. Historial da Escola de Sargentos das Forças Armadas 1944 – Início da construção do Quartel de Boane; 5.4. Estrutura orgânica da ESFA De acordo com artigo 6 do Regulamento da ESFA, a ESFA tem a seguinte estrutura: a) Comando da Escola; b) Direcção Pedagógica; c) Comando do Corpo de Alunos; d) Comando de Apoio e Serviços; Compreende ainda os seguintes órgãos específicos de Conselho: a) Conselho da Escola; b) Conselho Pedagógico; c) Conselho de Disciplina. 5.5. Organograma da Escola de Sargentos das Forças Armadas Fonte: Secção de Estudos e Planeamento da ESFA, 2011. 5.6. Actividades realizadas na ESFA No quadro das atribuições segundo o nº1 do artigo 5 do estatuto da ESFA, desenvolve actividades de ensino, instrução e de apoio á comunidade. Actividades de ensino e de instrução, tem com finalidade formar sargentos para os quadros permanentes nas várias especialidades das FADM. As actividades de ensino têm carácter presencial, obrigatório e desenvolvem-se através de aulas teóricas e teórico-práticas, práticas de laboratório, exercícios de campo, estágios, complementadas por conferências e visitas de estudo. (Artigo 40, RESFA). Realiza cursos de especialização, promoção, qualificação, actualização e outros de interesse para as FADM, consoante as necessidades do Chefe do Estado. No domínio das áreas técnicas que integram os planos de estudo das especialidades do CFS, a ESFA pode promover actividades técnicas que visem a formação metodológica dos seus alunos e a melhoria do ensino. (Artigo 45, RESFA). No âmbito da sua missão (artigo 4, do estatuto da ESFA), a ESFA, pode estabelecer acordos com outros estabelecimentos congéneres sob autorização do CEMGFA, tendo em vista: a) A realização ou coordenação de projectos de desenvolvimento integrados em objectivos de interesse nacional, nomeadamente na área da defesa. b) A utilização recíproca de recursos humanos e materiais disponíveis. 6. Curso de Formação de Sargentos (CFS) Sargento é um grupo de patentes que existe na maioria das forças armadas e em algumas forças de segurança.6 A patente de Sargento é de acordo com as Forças Armadas de cada pais ou blocos militares, que podem estar integradas à uma determinada categoria das Praças ou então constituírem uma categoria específica para caso das FADM designa-se por classe de Sargentos. Formação de sargentos destina-se de acordo com os respectivos quadros especiais ou especialidades e postos, ao exercício de funções de comando e chefia de natureza executiva de carácter técnico, administrativa - logístico e de instrução, (nº 2 artigo 136, decreto nº 46/06, de 30 de Dezembro, estatuto dos militares). De acordo com o nº 3 do artigo acima citado, os quadros especiais referentes a esta formação desenvolvem-se, consoante as necessidades da estrutura orgânica de cada ramo das FADM, segundo os postos previstos na alínea d) do artigo 26 do mesmo estatuto. Segundo o artigo 19 do estatuto da ESFA, a ESFA ministra cursos de Formação de sargentos (CFS), conferindo o grau de técnico médio militar nas especialidades: Infantaria, Artilharia, Blindados, Engenharia, Reconhecimento, Administração Militar, Mecânica auto e blindados, Manutenção de material, operadores, Mecânicos, Fuzileiros, Máquinas, Mergulhadores e manobras e serviço. Para a orientação do ensino na ESFA, o nº1 do artigo 21 estabelece que: o ensino ministrado nos CFS engloba as seguintes vertentes: a. Formação técnica de nível médio com vista a assegurar a aquisição de conhecimentos e da dinâmica intelectual essenciais ao aluno para permanente acompanhamento da evolução do saber; 6 SOBRAL, José, Postos e Cargos Militares Portugueses, AUDACES, 2008. Obtida de “ http://pt/ wikipedei.org/wiki/Sargento(militar)” b. Formação técnica e tecnológica destinada a satisfazer as qualidades profissionais indispensáveis ao desempenho das funções técnicas no âmbito de cada uma das especialidades das FADM; c. Formação comportamental consubstanciada numa sólida educação militar, moral e cívica, tendo em vista desenvolver nos alunos os atributos de carácter, alto sentido de dever da honra e lealdade da disciplina, culto da ordem e qualidades de comando e chefia inerentes à condição militar; d. Preparação física e adestramento militar, visando conferir aos alunos o desembaraço físico e o treino indispensáveis ao cumprimento das missões futuras. A Educação Física é considerada como "um elemento essencial para a formação geral do Homem", VAGO (1993:213). 7. Processo de Ensino - Aprendizagem De acordo com o estatuto da ESFA no artigo 22, o PEA esta organizado da seguinte forma: • Os planos curriculares das especialidades do CFS compreendem áreas técnicas de índole estreitamente académica e áreas disciplinares de instrução e treino; As alterações dos planos curriculares das especialidades e sua duração e estrutura curricular são efectuadas nos termos do Estatuto da ESFA. • Os planos curriculares são organizados de acordo com as regras gerais aplicáveis nos estabelecimentos públicos de ensino técnico profissional observando as directivas emanadas pelos órgãos centrais das FADM; O currículo da ESFA orienta-se entre como outros currículos pelos princípios gerais e pedagógicos definidos nos artigos 1 e 2 da Lei nº 6/92, de 6 de Maio, que aprova o sistema Nacional de Educação. Aos Sargentos graduados pela ESFA são conferidos certificados de habilitações literárias de nível médio que pode ser aproveitado para fins públicos. • O CFS engloba estágios de duração variáveis, com finalidades de proporcionar aos alunos habilidades para aplicação prática dos conhecimentos teóricos adquiridos; Estes estágios são para estudantes do último ano e são de carácter técnico profissional designados por tirocínios para sargentos que acontece nas escolas práticas das especialidades ou nas unidades Motivação, de acordo com o guia do estudante ACOTA (2009:3-9), “ motivação é o processo de incitar alguém a aprender”. E meta da formação é motivar o estudante para alcançar os objectivos do curso ou formação. Para Barbosa (2005: 21-23), motivação é o desejo de satisfação de necessidades e um conjunto de factores que determinam a conduta de um indivíduo, gerados pelo facto de o ser humano ser um animal social por natureza. Reforço é definido por MWAMWENDA (2009:173), como estimulo que aumenta a probabilidade de ocorrer uma determinada resposta, o reforço continuo facilita o domínio da actividade com rapidez razoável correcta pretendida pelo instrutor ou professor. Ainda este salienta que o reforço é vantajoso no sentido em que acelera aquisição ou aprendizagem do novo comportamento. Gagne e Berliner apud Mwamwenda (2009: 257), diz que “ se se pensa que o professor é a pessoa responsável pela aprendizagem do aluno, e que a aprendizagem é definida como a mudança de comportamento, então a função primeira do professor é mudar o comportamento do aluno”. Dai que se encoraja ao docente uma competência disciplinar só que o mesmo deve ter em conta todos aspectos que possam culminar com um bom rendimento e sucesso para tal formação: • O docente deve assegurar que o plano de lição é desenvolvido tendo em conta pressuposto acima referenciado por Mwamwenda; • Uma lição interessante deve ser cuidadosamente planeada e executada para obter e manter o interesse e participação dos estudantes; • Interesse; segundo ACOTA(2009:3-5), “ factores de interesse são métodos de apresentação e técnicas utilizadas para ganhar, manter e aumentar o interesse dos estudantes durante a aula ou instrução”. A combinação dos factores de interesse, as técnicas do docente e os métodos de ensino vão apoiar a comunicar os objectivos de aprendizagem contribuindo deste modo a um bom rendimento pedagógico. • Interesse do estudante; o estudante aprende melhor quando esta motivado e interessado, alguns são auto motivados e outros precisam que lhes motivem. Neste caso é chamado a responsabilidade do docente em mostrar a importância da lição, curso ou formação com vista a cativa-los. CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Este capítulo diz respeito a apresentação, analise e interpretação dos dados colhidos através das técnicas de colecta de dados, como observação assistemática, questionário e entrevista. De acordo com Marconi e Lakatos (2003:35), “na análise e interpretação dos dados o pesquisador entra em detalhes dos dados colectados afim de conseguir as suas indagações e procurar estabelecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas”. 1. Apresentação, análise e interpretação dos dados obtidos a partir do questionário Aqui pretende-se fazer uma análise sumária de certos aspectos significativos apresentados pelos inqueridos, com vista a apurar a veracidade do fato em estudo, a comprovação das hipóteses e o alcance dos objectivos. Com objectivo de saber se os oficiais formados na AM contribuíam de forma positiva, no PEA na formação de Sargentos para o quadro permanente das FADM, naquele estabelecimento de ensino. Colocou-se a seguinte pergunta: Acha que a afectação de oficiais formados na Academia Militar na ESFA contribui positivamente para PEA? Tabela n⁰3: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre contributo de oficiais formados na AM para o PEA na ESFA Contestações ou objecções Questionados Percentagem SIM 15 79% NÃO 0 0% TALVEZ 4 21% Total 19 100% Fonte: autor, 2011 Fonte: autor,2011 Dos 19 (dezanove) Chefes de Ciclos de acordo a tabela 3(três); 15 deles que correspondentes a 79% afirmaram que SIM e, os restantes 4 equivalente a 21,%, responderam que TALVEZ. Feita a análise destas declarações, verifica-se que esse grupo de oficiais, contribui para a melhoria do PEA, na escola avaliar as aulas de como são ministradas; há um esforço conjunto entre estes oficiais e os experientes, com vista a mostrar os conteúdos da matéria para que o formando saia da ESFA e possa tornar-se um profissional, como resultado de uma dinâmica do PEA. De acordo com o Guião de ACOTA (2009:1-1), é no posto de trabalho onde os efeitos do PEA são validados visto que o formado é chamado a provar se a formação foi bem sucedida e aproveitada através de resolução de problemas laborais. Total 19 100% Fonte: autor, 2011. Fonte: autor, 2011. No que diz respeito a esta questão, como mostra a tabela 5, é de referir que dos 19 chefes dos Ciclos que corresponde a 100%, afirmaram que sim, existe uma melhoria no PEA com o desempenho das funções de docência, por parte de oficiais formados na AM. Segundo Pimenta e Anastasiou (2002: 214), a função de docente é caracterizada pelos desafios permanente dos profissionais da educação em estabelecer relações interpessoais com os educandos, de modo que o PEA seja articulado e que os métodos utilizados cumpram com os objectivos desejados. Para Libâneo (2006: 15), a função de docente é uma das modalidades especificas da prática educativa mais ampla que ocorre na sociedade, e para se compreender a sua importância é preciso considerar o conjunto de tarefas educativas exigidas pela sociedade, conhecimentos da teoria e práticas da educação, sendo a pedagogia a ciência da teoria e prática da educação, Sendo pedagogia uma ciência que estuda as teorias e práticas da educação, o curso de formação de oficiais na AM não contempla esta componente, razão pela qual verifica-se um esforço e muita dedicação por parte destes oficiais ao desempenharem funções de docentes. Como se pode compreender, nota-se, de maneira acentuada, que os oficiais que terminam a AM, buscam, na formação uma postura educativa e de comandante, este factor condiciona o seu modo de agir perante os formandos em aulas ou seus subordinados, modo de cumprir com seu dever como oficial do quadro permanente das FADM. Esta postura exerce uma influência sobre os formandos e estes, ao assimilarem essas influencias, tornam-se capazes de estabelecer uma relação e transformação da formação militar. Alguns autores têm a opinião segundo a qual: “É o modo de agir do docente em sala de aula, que colabora para uma melhoria do PEA; fundamenta-se numa determinada concepção do dever do docente, que, por sua vez, reflecte nos valores e padrões da sociedade”. (ABREU & MASETTO, 1990: 115). Segundo Libâneo (2006:17), não há sociedade sem prática educativa nem prática educativa sem sociedade. Cada sociedade deve cuidar da formação dos indivíduos, auxiliando no desenvolvimento de suas capacidades, prepara-los para o cumprimento dos seus deveres. O desempenho de função de docente nos oficiais formados na AM são marcadas através de conhecimentos, experiencias adquiridas no tirocínio, valores e modo de agir. Da análise feita pelo autor, conclui-se que a melhoria no PEA é visível por que estes oficiais formados na AM vêm aumentar o número de docentes qualificados que culmina com a diminuição da carga horária e descentralização de disciplinas que os docente acumulavam por insuficiência dos mesmos, dando tempo a estes para uma melhor planificação e preparação das lições. A planificação e a preparação das lições é da responsabilidade do docente, este deve organizar o PEA. Ou seja, cabe aos docentes a responsabilidade de organizar a sua própria actividade, que se inicia com a planificação, seguindo-se a implementação do processo. Para melhor perceber a questão do desempenho de funções levadas a cabo por oficiais formados na AM, o autor fez a seguinte questão: Os oficiais formados na Academia Militar participam activamente nas actividades da Escola, em particular para o Ciclo? Tabela n⁰6: Percepção dos Chefes de Ciclos sobre desempenho de funções de docência Contestações ou objecções Entrevistados Percentagem SIM 19 100% NÃO 0 0% Total 19 100% Fonte: autor, 2011. Fonte: autor, 2011. Como se pode ver na tabela 6, dos 19 Chefes dos Ciclos questionados, correspondentes a 100%, afirmaram que participam activamente nas actividades da Escola, sobretudo nas actividades do Ciclo que, para estes, verifica-se um dinamismo na resolução de problemas do Ciclo e uma mudança na dissipação das dúvidas tiradas pelos formandos. Nos Ciclos assim como na Direcção da Escola, todos os docentes participam nas actividades, inclusive os chefes dos Ciclos, assim como alguns Chefes dos gabinetes. Nas reuniões, acontecem discussões dos programas do Curso; e existem grupos de estudos formados, em que alguns são chefiados por oficiais formados na AM. Durante essa actividade o oficial contribui e colabora, dando sugestão das coisas que estão acontecendo. Essas sugestões, para a chefia constituem, mais um contributo para o sucesso da formação dos Sargentos. Como membro da Escola, o docente deve dominar conhecimentos relacionados à organização e à gestão, desenvolver capacidades e habilidades práticas para participar nos processos de tomada de decisões nas reuniões, conselhos de classe, conselho de escola, (LIBÂNEO et al., 2009:311). Da observação feita pelo autor constatou-se que existe uma interacção de conhecimentos entre os oficiais formados na AM e os oficiais formados em outras escolas, onde oficiais formados na AM trazem conhecimentos teóricos e adquirem conhecimentos práticos que complementam a sua formação. Sublinhou que o ensino superior qualifica o indivíduo com um conhecimento específico, mais complexo, o qual possibilita ao indivíduo realizar uma função mais valorizada. É no local de trabalho onde este assume o papel primordial de dinamizador de participação e de mobilização de todos os outros intervenientes, no sentido de os levar a darem o seu contributo para que a Escola possa realizar os seus objectivos, neste caso é dotar o futuro Sargento de conhecimentos para o cumprimento das suas missões. Ainda, salientou que, ao nível da Direcção Pedagógica, estes jovens oficiais não só leccionam cadeiras de índole militar, como também leccionam outras disciplinas de natureza clássica, tais como: Matemática, Física, entre outras. Como se vê o exercício das funções das docência, o docente torna-se, um facilitador pedagógico, onde, para além de outras actividades, este vê-se obrigado a motivar o aluno a buscar outros pontos de vista e criar desejo de aprender, propiciar a análise de práticas e a sua reflexão crítica, promover a comunicação entre os alunos. A segunda pergunta colocada, ao Senhor Director Pedagógico da ESFA, foi a seguinte: Como é que avalia o contributo dos oficiais formados na Academia Militar neste estabelecimento de ensino, visto que esses oficiais desempenham diversas funções em prol da formação dos Sargentos? A questão do desempenho de funções, quer ao nível de docência, assim como de comando das tropas (Comandantes das Companhias), ele avalia duma forma positiva, visto que algumas actividades da escola assim como dos Ciclos são realizadas com a participação directa destes oficiais. Estes são docentes de disciplinas, que sem sua participação, não seriam leccionadas por falta de pessoal qualificado. A formação militar envolve muitos elementos, em que o docente ou instrutor é a chave de todo processo. Para o sucesso dos militares em formação, depende, em grande parte, da eficácia da formação que os formadores ou docentes recebem durante a sua formação, e também do seu compromisso no desenvolvimento das qualidades profissionais do formador militar ou docente, acrescentou o Sr. Director Pedagógico. Feita a, analise, o autor conclui que a avaliação é muito importante, porque é através dela que se consegue fazer uma reflexão e avaliação sobre o nível do desempenho de uma dada função, nesta ordem de ideia esta é vista como um instrumento de colecta de informação sobre contributo estes oficiais. Em relação a questão 3, o autor pretendeu compreender a questão relacionada com o desempenho de funções dos oficiais formados na AM em relação à existência de prováveis desavenças com outros oficiais, e por conseguinte colocou-se ao Sr. Director Pedagógico, a seguinte questão: Sob ponto de vista do Senhor Director Pedagógico que aspectos contribuem para o grau de desempenho desses oficiais formados na Academia Militar? Relativamente aos aspectos que contribuem para o grau de desempenho, desse grupo de oficiais, o Sr. Director Pedagógico respondeu que são vários: por serem jovens oficiais, com um nível superior militar, já é um desafio. Este explicou que quando recebeu o primeiro grupo dos oficiais formados na AM colocou-lhes um desafio: deviam ser humildes, deixar de parte o nível académico de modo que possam integrar no seio dos outros oficiais, que, segundo ele, foi cumprido, pois até agora existe um bom relacionamento entre oficiais mais antigos e este grupo de jovens oficiais. Sublinhou que é preciso acarinhar, ensinar e dar trabalho aos oficiais formados na AM, este adiantou, ainda, que a formação destes jovens oficiais não termina na AM, mas sim continua durante o desempenho das funções a estes incumbidas, eles participam como forma de continuarem com a formação, quer no âmbito cientifico quer no âmbito sócio cultural. Este continuou afirmando que nem sempre o ambiente de trabalho é como desejamos, temos de lidar com inúmeras situações, vários tipos de opiniões, e por sermos tão diferentes um do outro, as vezes, temos desavenças, (…). Relativamente a essa questão, o autor conclui que o local de trabalho é onde se troca experiências, onde todos vivem uma parte da sua vida. A instituição militar não foge à regra, pois ela é vista como um espaço de interacção e as formas de participação dos seus intervenientes é de acordo com a acção dos que fazem parte. Deste modo, é o bom convívio que orienta a interacção e o contributo de cada um, para a prossecução das actividades. É na conjugação destes factores que contribui para o bom grau de desempenho das funções definidas por forma a que, cada um esteja na organização sem interferir na jurisdição do outro. Tendo em conta a percepção sobre a motivação dos formandos , em relação a desempenho de oficiais formados na AM, colocou-se a seguinte questão: Na opinião do senhor Director Pedagógico Adjunto, acredita que existe motivação por parte dos formandos ao trabalharem com este grupo de oficiais? O Sr. Director Pedagógico respondeu que sim, existe motivação. Essa é bem visível uma vez que os oficiais formados na AM não só desempenham funções de docência, mais também desempenham funções de comando das tropas (Comandantes de Companhias), que de certa forma contribui para o PEA. Ainda, salientou que devido ao aprofundamento dos conteúdos da formação teórica e prática que estes oficiais tiveram durante a formação na AM permite-lhes a possibilidade de produzir novos conhecimentos e dinamismo de como tratar os factos, dando mais incentivos aos Sargentos em formação. Motivação é um conjunto de variáveis que activam a conduta e a orientam em determinado sentido para poder alcançar um objectivo, dessa forma, estabelecendo acções que leva o estudante a alcançar seus objectivos, (FITA, 1999:77). A partir da opinião do Director Pedagógico conclui-se que a motivação do docente dependerá da sua formação, isto é, uma formação adequada, devendo, para tal, ser capaz de comunicar ou se expressar, representando algo que chame atenção ao estudante. O docente para pôr em prática a comunicação, não deve colocar-se na posição de portador do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento importante para a vida, ( GADOTTI, 1999: 2). A quinta e última pergunta da entrevista visava entender certas considerações sobre a afectação dos oficiais formados na AM, na ESFA e, por isso, foi colocada a seguinte questão: Qual é o comentário que faz sobre as afectações dos oficiais formados na Academia Militar? Quanto ao assunto das afectações o Sr. Director Pedagógico somente fez apenas uma observação: deve-se dar mais atenção as Escolas Práticas de Formação e Centros de Instrução porque há falta de oficiais qualificados e estes jovens oficiais, também, podiam aprender mais. A Academia Para Libâneo (2006: 15) a função de docente é uma das modalidades especificas da prática educativa mais ampla que ocorre na sociedade, e para se compreender a sua importância é preciso considerar o conjunto de tarefas educativas exigidas pela sociedade, conhecimentos da teoria e práticas da educação, sendo a pedagogia a ciência da teoria e prática da educação, O curso de formação de oficiais na AM não contempla a componente pedagógica, razão pela qual verifica-se um esforço e muita dedicação por parte destes oficiais ao desempenharem funções de docentes por saberem que não tiveram cadeiras pedagógicas. Os oficiais que terminam a AM, buscam, na formação uma postura educativa e de comandante, este factor condiciona o seu modo de agir perante os formandos em aulas ou seus subordinados, esta postura exerce uma influência sobre os formandos e estes, ao assimilarem essas influencias, tornam-se capazes de estabelecer uma relação e transformação da formação militar. Quanto aos aspectos negativos indicados por alguns chefes dos Ciclos, nem sempre o ambiente de trabalho é como desejamos, temos que lidar com inúmeras situações, vários tipos de opiniões, e por sermos tão diferentes um do outro as vezes temos uma desavença com um colega. Para o Sr. Director Pedagógico estes aspectos tidos como aspectos negativos não obsta a progressão na carreira destes jovens oficiais, nem interferi no seu desempenho de funções que se diga relevante como foi enfatizadas por estes chefes de ciclo e acrescentou que estes aspectos negativos constata-se devido a falta de uma doutrina comum entre os oficiais, as diferenças individuais, antiguidade na carreira sem ascender outros postos, envolvimentos passados e nas experiências de carreira. Da observação feita pelo autor verificou que os oficiais formados na Academia militar, não vivem confinados ou isolados dos outros oficiais por sinais mais experientes na carreira, pode-se notar que eles tentam fazer as FADM em particular a ESFA o melhor ambiente para os sargentos em formação. O sucesso destes jovens oficiais no exercício de função de docência é devido em primeiro lugar a cultura de aprender que foram incutidos durante os cinco anos de formação na AM, conhecimentos em diversas área do saber e o uso de tecnologias, e estão convencidos do valor do desempenho de suas funções e seu desejo é exercer cada vez melhor a profissão militar a que se dedicam. Assim, a hipótese segundo a qual: “O desempenho de funções de docência dos oficiais formados na AM contribui para o melhoramento do PEA dos Sargentos na ESFA” ficou comprovada. Conclusão Após o estudo, conclui-se que o contributo dos oficiais formados na AM no PEA na ESFA, em Boane é notória, estes têm destaque cada vez mais crescente na formação dos sargentos, não só, mas também pelas ideias proactivas que estes jovens oficiais são portadores . Para a Direcção Pedagógica da ESFA, os oficiais têm contribuído na uniformização e normalização dos princípios orientadores da doutrina usada nas FADM e a clarificação dos conceitos sobre a formação técnico profissional militar. A falta de oficiais, faz com que, em simultâneo desempenhem funções de docência e comando das tropas. A motivação dos sargentos em formação contribui para o melhoria do PEA a qual culmina com qualificação profissional dos sargentos para os quadros permanentes das FADM. Embora pouco eficiente, devido a falta de experiência vivida na vida de oficialato, a contribuição destes jovens oficiais está a resultar muito no campo prático, teórico e noutras áreas do saber, estes não vivem confinados do meio militar, eles tentam fazer as FADM e particular a ESFA o melhor ambiente para os sargentos em formação. Estão convencidos do valor do desempenho de suas funções, e seu desejo é exercer cada vez melhor a profissão militar a que dedicam. Pela pesquisa pode-se perceber que o docente não é o único agente da formação dos sargentos, a pesar destes oficiais estarem mais ligados na área de docência também estão inseridos em outras áreas, nomeadamente: chefes de gabinetes, comandantes de companhias, na planificação e no pessoal . Tanto na área pedagógica assim como a de comando da ESFA os oficiais formados na AM têm um papel muito preponderante no exercício das funções em prol da formação dos sargentos para os quadros permanentes das FADM. Sugestões De acordo com os resultados encontrados na pesquisa, o autor serviu-se deste espaço para apresentar as seguintes sugestões: • Que o Estado-Maior General planeia o processo de afectações em coordenação com as unidades militares, em particular as Escolas práticas e Centros de Formação com vista a auscultar as necessidades sobre a questão dos RH ; • Que o Estado-Maior General preste mais atenção ao fazer afectações destes oficiais às Escolas e centros de formação e unidades que se encontra nas provinciais, por forma que haja equilíbrio; • Que o Estao-Maior General proporcione condições de habitações para os oficiais formados na AM; • A Academia Militar deve introduzir na formação de oficias cadeiras relacionadas com pedagógica, visto que a maior parte dos graduados são afectos nas Escolas, centros de formação. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 4. Que aspectos positivos e negativos contribuem para o grau de desempenho dos oficiais formados na Academia Militar na formação de Sargentos? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 5. Que avaliação faz sobre a contribuição dos oficiais formados na Academia militar na formação dos Sargentos na ESFA? Positiva ( ) Razoável ( ) Negativa ( ) Muito obrigado Apêndice B Guião de entrevista remetido ao Director pedagógico da ESFA, que visa Analisar o contributo de oficiais formados na Academia militar “Marechal Samora Machel”, na formação de Sargentos para o quadro permanente das FADM. 1. Senhor Director Pedagógico, relativamente ao Processo de Ensino-Aprendizagem, que mais valia a Escola de Sargentos tira, pelo facto de existirem oficiais formados na Academia Militar a desempenharem funções de docência? 2. Sob ponto de vista do Senhor Director Pedagógica que aspectos contribuem para o grau de desempenho desses oficiais formados na Academia Militar? 3. Na opinião do senhor Director Pedagógico Adjunto, acredita que existe motivação por parte dos formandos ao trabalharem com este grupo de oficiais? 4. Qual é o comentário que faz sobre as afectações dos oficiais formados na Academia Militar? 5. Como é que avalia o contributo dos oficiais formados na Academia Militar neste estabelecimento de ensino, visto que esses oficiais desempenham diversas funções em prole da formação dos Sargentos? Muito obrigado Bibliografia ABREU, Maria C. & MASETTO, M. T. O professor em aula. São Paulo: MG Editores Associados, 1990. AWORTWI, Nicholas e SITOE, Eduardo. 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