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txt 932919788 SAMU, Notas de estudo de Administração Empresarial

Funesa – Fundação Estadual de Saúde Manual Técnico Operacional da Central SAMU 192 Sergipe. Livro do Aprendiz 4 / Fundação Estadual de Saúde - Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe. – Aracaju: FUNESA, 2011. Material Didático-Pedagógico de Educação Permanente da FUNESA – Clóvis Rodrigues França (autor), Ronei Melo Barbosa (autor). 1.Educação Profissional 2. Educação em Saúde 3. SAMU- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SE 4. SUS – Sistema Único de Saúde de Sergipe I. Funesa II.Manual III.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 19/06/2013

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Baixe txt 932919788 SAMU e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! LI VR O DO A PR EN DI Z 4Manual Técnico Operacional da Central SAMU 192 Sergipe MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DA FUNDAÇÃO ESTADUAL DE SAÚDE E SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 2 Manual Técnico Operacional da Central SaMu 192 Sergipe Livro do Aprendiz Autores Clóvis Rodrigues França Ronei Melo Barbosa 1ª Edição Editora Fundação Estadual de Saúde- FUNESA Aracaju-SE 2011 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 6 Copyrigth 2011- 1ª Edição- Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe e Fundação Estadual de Saúde/FuNESa. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e a autoria e que não seja para venda ou para fim comercial. Tiragem: 1.300 Impresso no Brasil EDITORa FuNESa Elaboração, distribuição e Informações: av. Mamede Paes Mendonça, nº 629, Centro CEP: 409010-620, aracaju – SE Tel.: (79) 3205-6425 E-mail: editora@funesa.se.gov.br Catalogação Claudia Stocker – CRB-5 1202 CDU 614/05(813.7) F981m ISBN: 978-85-64617-08-7 Funesa – Fundação Estadual de Saúde Manual Técnico Operacional da Central SAMU 192 Sergipe. Livro do Aprendiz 4 / Fundação Estadual de Saúde - Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe. – Aracaju: FUNESA, 2011. Material Didático-Pedagógico de Educação Permanente da FUNESA – Clóvis Rodrigues França (autor), Ronei Melo Barbosa (autor). 1.Educação Profissional 2. Educação em Saúde 3. SAMU- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SE 4. SUS – Sistema Único de Saúde de Sergipe I. Funesa II.Manual III. Título IV. Assunto 96p. 28 cm 7 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE Governador Marcelo Déda Chagas Vice-Governador Jackson Barreto de Lima SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Secretário antônio Carlos Guimarães Sousa Pinto Secretário Adjunto Jorge Viana da Silva Diretor Financeiro andré Santos andrade Diretora de Contratualização Marina Manzano Capeloza Leite FUNDAÇÃO ESTADUAL DE SAÚDE/FUNESA Diretora-Presidente Claúdia Menezes Santos Diretora Operacional Katiene da Costa Fontes Diretor Administrativo e Financeiro Carlos andré Roriz Silva Cruz Coordenação de Educação Permanente andréia Maria Borges Iung Assessora Pedagógica Ingrid Vieira Guimarães Ferreri M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 10 Agradecimentos agradecimento especial a Escola Nacional de Saúde Pública pela cooperação técnica e apoio institucional para a produção do Material Didático-Pedagógico da FuNESa. Agradecemos aos consultores José Inácio Jardim Motta e Pablo Dias Fortes pela orientação e intervenções ao longo da elaboração dos textos e desenvolvimento da pro- posta pedagógica dos livros. Por fim agradecemos ao coletivo de trabalhadores da Secretaria de Estado da Saúde que construíram as Políticas de atenção a Saúde das várias redes assistenciais utilizadas como as bases dessa coleção. 11 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Apresentação Prezados alunos este manual não tem a pretensão de esgotar todos os conhecimen- tos relacionados ao atendimento pré-hospitalar móvel e sim, promover discussões sobre a sistematização da Política Nacional de atenção ás urgências, em especial, o papel do SaMu 192 Sergipe neste contexto. a ferramenta pedagógica adotada neste trabalho tem como objetivo organizar o co- nhecimento trazido pelos profissionais que compõem a Central SAMU 192 Sergipe, já que muitas vezes os conceitos prévios estão desorganizados e desvinculados das reais pro- postas de trabalho desenvolvidas pelo serviço, principalmente a Regulação Médica. Para isso, utilizamos situações problema que retratam muita das dificuldades encontradas pela equipe de regulação médica no dia-a-dia da Central SaMu 192 Sergipe e elaboramos ati- vidades para discussão e fixação dos conteúdos, possibilitando aos alunos um aprendiza- do baseado em problemáticas. Frisamos que o presente material possui alguns textos adaptados do Manual de Re- gulação Médica das urgências – SaMu 192 e do Regulamento Técnico dos Sistemas Esta- duais de urgência e Emergência (Portaria nº 2.048/2002), ambos do Ministério da Saúde que, para preservar o caráter comunicativo, bem como a fluência textual, suas referências foram omitidas do corpo do texto porém, estão devidamente referenciadas ao final. Caberá a você participar ativamente das discussões e propor alternativas para reso- lução das problemáticas levantadas pela situação a fim de que os conceitos formulados possam ser utilizados em sua rotina diária na Central SaMu 192 Sergipe. Esperamos que ao término da leitura do livro e realização das atividades, os princí- pios básicos da Regulação Médica, bem como as rotinas diárias e as atribuições de todos que compõem a Central SaMu 192 Sergipe possam ser compreendidos. E ainda que os conceitos absorvidos estejam em consonância aos ideais propostos pelo Sistema Único de Saúde. Coordenação do SaMu 192 Sergipe. 12 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Sumário Introdução ….................................................................................................................................13 Capitulo 1 …...................................................................................................................15 Situação- problema:um plantão que se inicia...........................................................................16 1.1 SaMu 192 ......................................................................................................................17 1.2 Rotinas e atribuições da equipe da Central SaMu 192 Sergipe.............................18 Capítulo 2 …...................................................................................................................25 Situação- problema:e o plantão continua...................................................................................26 2.1 a abordagem ao usuário do SaMu 192....................................................................27 2.2 Operacionalização da Central SaMu 192.................................................................29 2.3 Sistema informatizado – SRSaMu …........................................................................32 Capitulo 3 …...................................................................................................................37 Situação- problema:classificando o risco...................................................................................38 3.1 atendimento às urgências............................................................................................39 3.2 Síndromes operacionais da regulação médica ….....................................................42 3.3 Caracterização dos veículos utilizados no SaMu 192 Sergipe..............................51 Capítulo 4 …...................................................................................................................55 Situação- problema:avaliando a cena.........................................................................................56 4.1 Elementos primordiais de uma cena..........................................................................57 4.2 Comunicação: ferramenta essencial para regulação médica ….............................58 Capítulo 5 …...................................................................................................................61 Situação- problema: administrando o caos...............................................................................62 5.1 Incidente com múltiplas vítimas (IMV) …................................................................64 5.2 Produtos perigosos (PP) …..........................................................................................69 Capítulo 6 …..................................................................................................................77 6.1 Regulação de situações especiais.................................................................................78 Referências......................................................................................................................90 Capítulo 1 16 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Situação-problema Um plantão que se inicia... Manhã de segunda-feira, por volta das 7 horas, as equipes da Central SAMU 192 Sergipe e Bases Descentralizadas, estão se acomodando em seus devidos lugares, ao mesmo tempo em que participam da passagem do plantão. Dr. Barretão, um dos médicos reguladores do período, já devidamente alocado em sua cadeira na central, dá início às suas atividades e, de imediato, recebe a informação que a USA que dá cober- tura a BR 101 não está funcionando por problemas mecânicos. Nesse momento, Augusto, um dos TARM, passa uma ligação de um usuário solicitando socorro: - Dr., estou com o Sr. Samuel na linha e o mesmo está relatando, de maneira agitada, que aca- ba de presenciar um acidente automobilístico na BR 101, segundo ele trata-se de um capotamento de um veículo de passeio. Estou passando a ligação... ATIVIDADE 1 1. No seu entendimento, o que é uma Central SAMU 192? E Bases Descentralizadas? 2. Como você se comportaria ao assumir o plantão na Central SAMU 192? Quais são os pontos relevantes na “passagem do plantão na Central SAMU 192”? 3. Quais os profissionais que compõem as equipes do SAMU 192 Sergipe (Regulação médica e Intervencionista)? Utilize seus conhecimentos prévios para responder aos questionamentos. 17 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 1.1 SAMU 192 a Rede Nacional SaMu 192 tem como meta garantir a universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, traumáticas, gineco-obstétricas, pedi- átricas e psiquiátricas, além de: consubstanciar as diretrizes de regionalização da atenção às ur- gências, mediante a adequação criteriosa da distribuição dos re- cursos assistenciais, conferindo concretude ao dimensionamento e implantação de sistemas estaduais, regionais e municipais e suas respectivas redes de atenção; desenvolver estratégias promocionais da qualidade de vida e saú- de capazes de prevenir agravos, proteger a vida, educar para a defesa da saúde e recuperar a saúde, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades (BRaSIL, 2003, art 2º) Os pilares de sustentação do SaMu 192 são formados por elementos estratégi- cos: Central de Regulação Médica das urgências, unidades Móveis de atendimento, Núcleo de Educação Permanente, acolhimento e Humanização. a Central SAMU 192 tem como papel fundamental organizar a relação entre os vários serviços, identificando a demanda, qualifican- do o fluxo dos pacientes no sistema e gerando uma porta de comu- nicação ao público em geral. através do número nacional de atenção às urgências (192), as solicitações de socorro são recebidas, avaliadas, hierarquizadas e atendidas por ordem de prioridade de acordo com as decisões do médico regulador. O sistema deve ser capaz de acolher de forma humanizada qual- quer usuário, prestando-lhe atendimento e redirecionando para os lo- cais adequados à continuidade do tratamento. através do trabalho integrado entre a Central de Regulação Médica das urgências e outros serviços (Regulação de leitos hospitalares, de procedimentos de alta complexidade, de exames complementares, de internamentos e de consultas especializadas, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Po- lícia Rodoviária Federal, dentre outros) a assistência ao usuário é garantida de forma integral. Para o excelente funcionamento do serviço, o SaMu 192 deve contar com rede de atendimento pactuada e hierarquizada de forma resolutiva com atribuições for- mais de responsabilidades, adensamento tecnológico e recursos humanos qualifica- dos. a Central de Regulação Médica do SaMu 192, operacionalizada por Médicos Reguladores, é um espaço no qual se garante uma escuta permanente de todos os pedidos de ajuda que ocorrem à central, bem como o estabelecimento de uma clas- sificação inicial do grau de urgência de cada caso, desencadeando a resposta mais adequada a cada solicitação. a fim de garantir um atendimento ágil e qualificado, bem como um tempo resposta adequado, em toda área territorial de abrangência, o SaMu 192 conta com CENTRAL SAMU 192 Elemento ordenador e orientador dos sistemas de urgência e emergência em âmbito estadual e regional. Sua equipe é composta por Médico Regulador, TARM e Rádio Operador de frota (RO). O SAMU 192 Sergi- pe conta com um Enfermei- ro Supervisor presente na Central SAMU 192 durante os plantões. 20 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Município; • Data/horário; • Número da chamada; • Informações sobre o solicitante (nome e telefone); • Motivo da chamada: informação, pedido de ajuda, pedido de transporte, outros; • Trote, engano, desligou, outros; • Orientação transmitida ao informante; • Endereço e referenciais de localização. 8 Origem e natureza do solicitante • O telefonista auxiliar de regulação deve registrar a origem da solicitação: • Domicílio; • Via pública; • Serviço de saúde; • Outras. • a natureza do solicitante: • Solicitantes leigos: Ex.: vítimas, familiares, transeuntes, vizinhos, etc. • Solicitantes profissionais de áreas afins: bombeiros, policiais, profissionais de trânsito, etc. • Solicitantes profissionais da saúde não médicos: enfermeiros, técnicos e auxilia- res de saúde, farmacêuticos, psicólogos, odontólogos, etc. • Solicitantes médicos: geralmente em serviços de saúde. Nestes casos, limite-se a registrar o hospital solicitante e o nome/idade do paciente, abreviandoo tempo até a transferência da ligação para o médico regulador. • Rádio Operador da Frota (RO) • Operar o sistema de rádio-comunicação e telefonia na Central SaMu 192 Ser- gipe; • Exercer o controle operacional da frota de veículos do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel; • Manter a equipe de regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da frota; 21 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e As R ed es A ss is te nc ia is e m S aú de • Conhecer toda a malha viária e as principais vias de acesso de todo o território abrangido pelo Serviço Pré-Hospitalar Móvel; • Informar ao médico regulador sobre a localização das ambulâncias, nos vários atendimentos; • Obter do Gerente de Frota informações sobre a disponibilidade das ambulân- cias; • Zelar por um ambiente harmonioso e o mais silencioso possível na sala de re- gulação; • Não utilizar a sala de regulação para lanches e outras refeições; • Não utilizar a sala de regulação como dormitório; • Preencher todas as planilhas pertinentes à sua função; • Cumprir rigorosamente os horários de plantões pré-estabelecidos, realizando a passagem sistemática do plantão e missões em curso; • utilizar adequadamente o software do SaMu 192 Sergipe-SRSaMu; • utilizar sempre a Ética; • Ser acolhedor e praticar a humanização; • Informar, ao próximo plantonista, todas as pendências, informando principal- mente a indisponibilidade de viaturas e equipes. Para evitar falhas na comuni- cação, anotar também essas pendências no livro de ocorrências. • Médico Regulador das Urgências • Exercer a regulação médica do sistema: • Manter contato, assim que assumir o plantão, com a Rede Hospitalar Hierar- quizada, informando-se das condições de funcionamento do Pronto-Socorro, Centro Cirúrgico, vagas de UTI, serviço de diagnóstico por imagem, e infor- má-los a cada encaminhamento de pacientes, mantendo contato com o médico plantonista do hospital. • Permanecer na Central de Regulação (CReg) fazendo triagem das solicitações de socorro médico; obtendo informações sobre o evento junto aos informantes; decidindo sobre o despacho das ambulâncias de acordo com protocolos estabe- lecidos (decisão técnica). • Coordenar via rádio ou quaisquer outros meios de comunicação disponíveis na Central, todas as operações rotineiras de atendimento; supervisionar o desem- penho das equipes de atendimento instaladas nas diversas Bases Operacionais, à distancia ou localmente; decidir a destinação a ser dada às vítimas atendidas para os hospitais de referência (decisão gestora). 22 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Conhecer a rede de serviços da região; • Manter uma visão global e permanente atualizada dos meios disponíveis para o atendimento pré-hospitalar e porta de urgência; • Exercer o controle operacional da equipe assistencial; • Fazer controle da qualidade do serviço prestado pelo SaMu; • avaliar o desempenho da equipe e subsidiar os responsáveis pelo programa de educação permanente do serviço; • Preencher os documentos inerentes à atividade de médico regulador; • Garantir a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até sua recepção por outro médico nos serviços de urgência; • Obedecer ao código de ética médica e garantir a educação e a civilidade no trato com solicitantes, subordinados e demais colegas de trabalho; • Obedecer aos protocolos do serviço; • Deslocar-se para a cena da ocorrência, sempre que a situação assim o exigir – conforme os Protocolos estabelecidos e após ciência e aquiescência da Coor- denação/Supervisão de Plantão –, participando diretamente do atendimento e supervisionando o desempenho das equipes; • Zelar pela sua segurança pessoal e pela segurança da equipe, usando e fazendo usar os equipamentos de proteção individual recomendados, dirigindo a operação de modo a evitar qualquer risco desnecessário e solicitando todo o apoio operacio- nal que considerar necessário; • Comunicar ao Coordenador Médico do SaMu 192 Estadual de Sergipe, verbal- mente e por escrito, toda e qualquer situação excepcional verificada em seu tur- no de serviço no que diz respeito a problemas no atendimento Pré-Hospitalar e/ ou Hospitalar; comunicar ao Enfermeiro de Plantão, verbalmente e por escrito, problemas relativos às equipes de atendimento Pré-Hospitalar e aos materiais permanentes e de consumo; comunicar ao Chefe de Frota, verbalmente e por escrito, problemas relativos às viaturas utilizadas pelas equipes no atendimen- to Pré-Hospitalar; • Participar das atividades de educação continuada e das reuniões do Corpo Clí- nico, bem como de outras atividades convocadas pela Coordenação do SaMu 192 Estadual de Sergipe que sejam relacionadas ao atendimento Pré-Hospita- lar. Não poupe orientações e ensinamentos às equipes. a educação é sempre a melhor maneira para corrigir falhas; • Evitar usar o rádio para repreender equipes em serviço. Isso mostra fragilidade e gera constrangimentos. Capítulo 2 26 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Situação-problema E o plantão continua... ... o Dr. Barretão tenta acalmar o solicitante e colhe dele as informações necessárias mediante questionamentos básicos, passa algumas orientações para o mesmo e informa que encaminhará uma ambulância. Após desligar o telefone, define que vai enviar uma Unidade de Suporte Avançado (USA) até o local do incidente, direcionando sua decisão para o RO. De imediato, Augusto retruca: - Dr., a USA mais próxima fica a 50 Km do local, posso mandar esta mesmo? - Não, mande a USA da BR 101, é mais próximo! - Dr., ela está com problemas mecânicos, lembra? ATIVIDADE 3 1. Como deve ser a abordagem ao usuário? Quais as informações essen- ciais para ajudar na decisão do regulador? 2. Como garantir um atendimento qualificado já que a região está desa- bastecida? 27 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 2.1 Abordagem ao usuário do SAMU 192 O contato telefônico com o SaMu 192 é a porta de entrada no sistema de urgência dos municípios que compõem o Estado para todos os usuários que solicitam ajuda rela- cionada aos agravos à saúde. assim sendo, neste momento deverão ser transmitidos ao solicitante segurança, confiança e, acima de tudo, acolhimento. Quando a ligação dá entrada no sistema SAMU 192, o TARM é o primeiro profis- sional a contatar com o solicitante, logo, sua conduta ao recepcioná-lo deverá garantir a continuação da comunicação, para que posteriormente o médico regulador possa extrair todas as informações que julgar necessárias para aquele pedido de socorro. O TARM deverá seguir fielmente algumas orientações para o recebimento dos cha- mados telefônicos, descritas no capítulo 1 como atribuições deste profissional, e lembrar que, usualmente, as primeiras informações e/ou palavras proferidas pelo solicitante tra- duzem provavelmente os fatos mais fidedignos relacionados ao agravo. O acolhimento inicial realizado pelo TaRM, além de garantir a continuidade no processo de comunica- ção, tem por objetivo identificar sinais de alerta que surjam de imediato em decorrência da natureza do agravo, bem como a descrição do caso/cenário por parte do solicitante. uma vez percebidos tais sinais, a solicitação deve ser priorizada e transferida imedia- tamente ao médico regulador, mesmo que haja outras solicitações em espera. Situações como: vítimas inconscientes, com dificuldade respiratória ou sem respirar são caracte- rizadas como situações de extrema urgência. Logo, serão repassadas imediatamente ao médico regulador, após a coleta de informações mínimas de identificação. Todas as solicitações devem obrigatoriamente passar pelo médico regulador. En- tretanto, o TaRM poderá encerrar os casos apenas quando estes se resumirem a simples pedidos de informações, como: endereços de unidades de saúde, telefones de outras centrais de atendimento à população e outros chamados não relacionados a urgências médicas. Após o registro do chamado e identificação do caso, realizados pelo TARM, o mé- dico deve proceder à regulação médica da solicitação. a caracterização do caso, assim como a resposta adequada à solicitação, dependerá da habilidade do médico regulador em conduzir o interrogatório e julgar as informações obtidas do solicitante. Para a condução deste interrogatório e a tomada de decisão, o médico regulador deverá dispor de técnicas específicas que serão detalhadas a seguir, podendo também se basear em diretrizes técnicas e/ou protocolos de referência do serviço. Conceitualmente, podemos considerar duas diferentes modalidades técnicas de interrogatório, dependen- do do tipo de atendimento a ser prestado pelo SaMu 192. • Atendimento primário Consideramos como atendimento primário a solicitação de ajuda originada dire- tamente da população, onde ainda não houve nenhuma intervenção de equipe de saú- de sobre o usuário acometido pelo agravo. O médico regulador deverá proceder com interrogatório específico e estabelecer o diagnóstico sindrômico no menor intervalo de 30 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e É de competência do médico regulador avaliar qual o melhor recurso para o paciente, ou seja, sua decisão poderá ser a de orientar o solicitante a procurar uma unidade de saúde ou, nos casos necessários, enviar ao local uma unidade de Suporte Básico de vida (uSB), com auxiliar de enfermagem e condutor socorrista, ou uma unidade de Suporte avançado de vida (uSa), a uTI móvel, com médico e enfermeiro. a atividade do médico regulador envolve o exercício da Telemedicina, que se dá atra- vés da gravação contínua das comunicações, do correto preenchimento das fichas médicas de regulação e do seguimento de protocolos institucionais nor- matizados que definam os passos e as bases para sua decisão, sempre julgan- do a necessidade do envio da melhor resposta e do melhor recurso às diver- sas solicitações. Nos casos em que o médico regulador julgar desnecessário o envio de uma equipe ao local para atendimento às solicitações, o mesmo deve explicar sua decisão e esclarecer ao demandante do socorro quanto a outras medidas a serem adotadas, por meio de orientação ou conselho médico, que permita ao solicitante assumir cuidados ou buscá-los em local definido pelo médico regulador. O médico regulador, que é uma é uma autoridade sanitária, comunica às unidades de saúde pertencentes à grade de referência e contrarreferência hierarquizada e pactuada sobre a chegada dos pacientes, a fim de otimizar os recursos necessários para garantir o atendimento mais adequado. O SaMu 192 Sergipe utiliza uma grade hierarquizada definida e pactuada pela Secre- taria de Estado da Saúde. Encontra-se em processo de implantação e funcionamento o Comitê Ges- tor de atenção às urgências, representado por Gestores Hospitalares, membros da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros Militar (COBOM), Polícia Militar de Sergipe (PM), Ministério Público e Sociedade Civil Organizada. Estas entidades têm dentre suas funções o acompanhamento e a discussão da pactuação da grade referenciada, bem como Poder dado ao Médico Regulador no âmbito da Central de Regulação do SUS, que define cla- ramente as suas ações relacionadas a garantir o aceso do usuário aos meios necessários para resolução de suas ne- cessidades. Estas ações são definidas por Legis- lação Específica. No Es- tado de Sergipe, através do Decreto Estadual nº 25892, de 07/01/2009. A Grade de Referência Hierarquizada e Pactu- ada é a garantia de que o usuário será encami- nhado para uma unidade que, além de responder à sua, demanda de saúde irá assegurar a continui- dade do tratamento. 31 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e o apoio ao SaMu 192 Sergipe nas diversas situações de urgências do Estado. atualmente, contamos com grades pactuadas referenciadas para as pequenas, médias e grandes urgências, tendo como alta complexidade os hospitais da capital, pequena e média complexidades os hospitais re- gionais, hospitais de pequeno porte, salas de estabilização, clínicas saúde da família 24 horas e maternidades no interior do Estado e na Capital. ainda estamos pactuados com a Rede de Hospital Horizontal da Capital do Estado. uma nova grade hierarquizada encontra-se em fase de implantação e terá a seguinte conformação: • Clínicas Saúde da Família (CSF) com funcionamento 24 horas • unidades de Pronto atendimento (UPA) • Hospitais Locais Porte I e II • Hospitais Regionais • Hospitais Horizontais além das diversas atribuições inerentes ao médico regulador, tam- bém caberá ao referido profissional o gerenciamento diário da Central SaMu 192, ou seja, ao assumir o plantão, o regulador deverá ter uma noção geral do sistema de saúde, em especial das urgências, a fim de que suas decisões contribuam para desafogar as portas de entrada das unida- des de saúde. Para isso, o regulador tem ao seu dispor unidades móveis de atendimento distribuídas em todas as regiões do Estado e ainda po- derá contar com o Complexo Regulador Interfederativo e suas respecti- vas centrais reguladoras com as quais manterá obrigatoriamente contato permanente. uma das principais ferramentas de regulação é a distribuição geo- gráfica das ambulâncias no mapa (figura 1). No caso de Sergipe, adotamos o Modelo Geocêntrico (figura 2.) de regulação, ou seja, se demarcarmos com pontos os locais nos quais se encontram as bases descentralizadas e traçarmos linhas imaginárias ligando-os, o resultado são figuras seme- lhantes às geométricas, daí o surgimento do referido nome. as ambu- lâncias são distribuídas desta forma a fim de facilitar a visão espacial do médico regulador, bem como abranger a maior área de cobertura pos- sível. Além disso, caso alguma viatura fique fora de operacionalização por qualquer que seja o motivo (problema mecânico, principalmente), o regulador médico em parceria com o operador da frota poderá designar o veículo mais próximo para atendimento desta área e evitar que a região fique descoberta temporariamente. Hospitais de maior complexidade: Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) Maternidade N. Sra. de Lourdes Hospital de Cirurgia Hospital São José Hospital Universitário Hospital e Maternidade Santa Izabel Hospital Dr. Nestor Piva Hospital Des. Fernando Franco Relação das uPa: Boquim Canindé Itabaianinha Neópolis Poço Verde Porto da Folha São Cristóvão Simão Dias Tobias Barreto Hospitais Regionais do Estado: Estância N. Sra. da Glória Itabaiana Lagarto Propriá N. Sra. do Socorro As csf 24 horas serão distribuídas nos seguin- tes municípios: Arauá Areia Branca Barra dos Coqueiros Campo do Brito Capela Carira Carmópolis Cristinápolis Frei Paulo Indiaroba Itaporanga D´ajuda Japaratuba Laranjeiras Maruim Monte Alegre N.Sra. das Dores Poço Verde Riachão do Dantas Riachuelo Ribeirópolis Rosário do Catete Tomar do Gerú Umbaúba. 32 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Para garantir um funcionamento adequado do modelo de regulação referenciado acima, algumas tecnologias estão sendo incorporadas à central de regulação médica das urgências como o sistema de rastreamento dos veículos através de GPS (Global Positio- ning System) e ainda a transmissão de dados para o interior das ambulâncias e vice-versa. Estas ferramentas oferecem informações que servem para auxiliar na decisão gestora do regulador médico, uma vez que atuam sobre dois dos grandes nós críticos do atendimento pré-hospitalar móvel, a comunicação qualificada com as equipes de atendimento e a dimi- nuição do tempo resposta. ATIVIDADE 4 Vamos conhecer o sistema informatizado do SAMU 192 Sergipe 2.3 Sistema informatizado – SRSAMU abaixo são apresentadas algumas das telas visualizadas pela equipe da Central SaMu 192 Sergipe durante o atendimento, acompanhamento e encerramento das ocor- rências. • Tela inicial do TaRM 35 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Tela do RO/Médico Regulador – acompanhamento das ocorrências • Tela do RO – Dados da solicitação 36 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Neste capítulo você aprendeu: Como abordar o usuário e coletar as informações essenciais para definição da melhor resposta gestora. Que o SAMU 192 conta com bases descentralizadas e uma grade de referência e contrarreferência hierarquizada e pactuada. A importância do modelo Geocêntrico como ferramenta de gestão da saúde. O fluxo operacional do SAMU 192. Capítulo 3 40 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Avaliação multifatorial do grau de urgência O grau de urgência é diretamente proporcional à gravidade, à quantidade de recur- sos necessários para atender o caso e à pressão social presente na cena do atendimento, e inversamente proporcional ao tempo necessário para iniciar o tratamento. Levando-se em conta esta razão matemática, temos a seguinte fórmula (almonya, M.M.): • Gravidade É perfeitamente possível quantificar a gravidade do caso pelo telefone, por meio de perguntas objetivas dirigidas diretamente ao paciente ou à pessoa que ligou solicitando ajuda, utilizando uma semiologia que será definida e abordada nos protocolos específicos. Mais fácil ainda é quantificar as urgências nas transferências inter-hospitalares, quando o contato telefônico é feito diretamente entre médicos. • Tempo Tratamos aqui de utilizar o conhecimento dos intervalos de tempo aceitáveis entre o início dos sintomas e o início do tratamento. Quanto menor o tempo exigido, maior a ur- gência. Nas transferências inter-hospitalares, com o atendimento inicial já realizado, esta avaliação deve ser mais cuidadosa, para evitar precipitações. Quanto maior for a necessidade de recursos envolvidos no aten- dimento inicial e no tratamento definitivo, maior será a urgência. Este subfator é o que mais influi na decisão de transferir o paciente. • Valor Social A pressão social que envolve o atendimento inicial pode muitas vezes justificar o aumento do grau de urgência de um caso simples. Este fator não pode ser negligenciado, 41 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e pois muitas vezes uma comoção social no local do atendimento pode dificultar a prestação de socorro. É de pouca influência, porém, nas transferências inter-hospitalares. Classificação das urgências Com o objetivo de facilitar o estabelecimento de prioridades entre os diferentes casos de urgência, podemos classificar, didaticamente, as solicitações de socorro da seguinte forma: Urgência de prioridade absoluta. 1 2 3 4 Urgência de prioridade mínima. Urgência de prioridade moderada. Urgência de baixa prioridade. Situações em que há risco de morte iminente e/ou perda funcional grave, imediata ou secundária. Situações em que há necessidade de atendimento médico, não necessaria- mente imediato, mas dentro de pou- cas horas. Situações em que o médico regulador pode proceder a conselhos por tele- fone, orientar sobre o uso de medi- camentos, cuidados gerais e outros encaminhamentos. Situações em que há necessidade de uma avaliação médica, mas não há ris- co de morte iminente ou perda de fun- ções, podendo esperar várias horas. NÍVEL JusTIfIcaTIVa TÉcNIcacLassIfIcaÇÃO FIQUE SABENDO!!!!Além da classificação nu- mérica para os níveis de prioridade, o médico regula- dor utiliza cores a fim facilitar a visualização da gravidade dos casos em sua tela. NIVEL 1- VERMELHO NÍVEL 2 – AMARELO NÍVEL 3 – VERDE NÍVEL 4 - PRETO 42 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 3.2 Síndromes operacionais da regulação médica • Síndrome: “Desmaiado”... “Eu acho que está morto”: Abordagem Decisão técnica • Sexo, idade. • A vítima esta falando? Respira? Qual a cor da boca? A pessoa se mexe? • Nos casos onde há uma resposta negativa, despache ime- diatamente USA. • Após confirmar o despacho, continue o interrogatório: cir- cunstâncias (clínica, trauma, tóxicas), idade? • USA: se identificada suspeita de PCR. • USB: nos casos onde não há risco iminente de morte. • Em todos os casos, transporte o DEA. • Síndrome: “Dor no Peito”: Abordagem Decisão técnica • Sexo, idade. • Características da dor: (tipo, tempo de início e duração, localização, irradiação, evolução). • Antecedentes coronarianos e tratamentos realizados. • Fatores de risco: HAS, diabetes, fumo, obesidade. • Sinais de gravidade: perda de consciência, dispneia, su- dorese, sensação de morte iminente, palidez. • O que já foi feito pelo paciente: buscar exames prévios (ECG, Cateterismo, etc.). • USA: se quadro típico, quadro atípico + antecedentes ou sinais de gravidade ou fatores de risco. • USB: se quadro atípico, sem antecedentes e sem sinais de gravidade. • Em todos os casos, transporte o DEA. 45 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Síndrome do “Ataque”, “Derrame”: Abordagem Decisão técnica • Sexo, idade, tempo de início, cefaleia, vômitos, crise con- vulsiva, déficit neurológico, alteração do nível de consciên- cia (confusão mental, agitação, sonolência e coma). • Antecedentes: AVC anterior, medicamentos. • Fatores de risco: HAS, diabetes. • Sinais de gravidade: perda de consciência, dispneia. • USA: inconsciência, Glasgow < 8, comprometimento do estado geral, dificuldade respiratória, anisocoria, rigidez da nuca. • USB: demais situações sem comprometimento da consci- ência e ventilação. • Síndrome do “Ataque”: Abordagem Decisão técnica • Idade e sexo. • Associado a trauma? • Crise finalizada, em curso ou reentrantes, salivação, movi- mentos involuntários, cianose de lábios, dificuldade respira- tória, tremores. • Liberação de esfíncteres. • Antecedentes: epilepsia, etilista, uso de drogas, traumas há 12 horas. • Critérios de gravidade: • Duração de mais de 10 minutos; • Estado pós-crise alterado (coma, insuficiência respiratória); • Convulsões recidivantes. • USA: evidência de status epiléptico, trauma grave decorren- te da queda. • USB: demais casos. 46 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Síndrome do “Doido”, “Louco”: Abordagem Decisão técnica • A pessoa está ansiosa? A pessoa está agitada? • A pessoa tem ideias delirantes ou incoerentes? • A pessoa tem ideias suicidas? • A pessoa apresenta agressividade? • Crises anteriores, antecedentes, ou trauma emocional recente, sofrimentos, desemprego e outros fatores de stress. • USA: evidência de ingesta de drogas depressoras do SNC e ventilação. Tentativa de suicídio associado a trauma severo; • Deve ser acionado grupo de apoio (BM, Guarda Municipal etc); • USB: demais casos. Com grupo de apoio em situações de agressividade comprovada. • Síndrome do “Parindo”: Abordagem Decisão técnica • Idade da paciente (os extremos de idade oferecem maior risco de complicações); • Paridade; • DUM (gestações pré-termos oferecem maior risco ao Re- cém-Nascido); • Fez pré-natal? (pacientes que fazem pré-natal diminuem os riscos de complicações obstétricas); • Antecedentes (HAS, Diabetes); • Dor (início, intensidade, frequência ); • Perda de Sangue - Intensidade (risco de choque hipovolêmi- co), com dor (DPP) ou sem dor (placenta prévia); • Perda de líquido; • Outros sintomas associados: • Tonturas, Síncopes, Convulsões, Dispneia, Escotomas • Avaliar conforme o Escore de Malinas* (vide abaixo): • Escore <5: boa margem de tempo; pode orientar para ir à maternidade meios próprios (Avaliar Velência Social); • Escore entre 5 e 7: USB; • Escore >7: USA; • USA: risco de parto iminente, trabalho de parto prematuro avançado. Perdas sanguíneas acentuadas (choque hipovo- lêmico). Eclâmpsia e pré-eclâmpsia (sinais premonitórios). (Suspeita de) Descolamento Prematuro Placenta. 47 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Número de Gestações até o momento Duração do Trabalho de Parto Duração das Contrações Intervalo entre 2 (duas) contrações Tempo de Amniorrexe Escore (Valor) 0 1 <3h <1 min >5 min Nega 1 2 entre 3 e 5 h 1 min entre 3 e 5 min Recente (<1h) 2 3 ou mais > 6h >1 min < 3 min (ao menos 2 em 5 min) >1h Escore de Malinas Atentar para Multiparidade com um mesmo valor do escore, multiparas tendem a parir mais rapidamente. Levar em conta o prazo de chegada até a maternidade. Regulação de Traumas / Causas Externas: • Acidentes de trânsito Abordagem Orientações ao solicitante Decisão técnica • Idade, sexo; • Mecanismo do acidente (colisão, capotamento, atropelamento); • Avaliar risco da cena; • Avaliar: encarceramento, arremesso, ejeção, óbito; • Número de vítimas; • Avaliar consciência/ventilação/sangramento externo / vítima de- ambulando; • Múltiplas vítimas? • Há Produtos Perigosos envolvidos? • Há Risco para o Meio Ambiente? • Orientar sempre a não mexer nas vítimas, sinalizar o local e aguardar a chegada do socorro; • Solicitar ao informante se tem condições de verificar rapidamen- te algum tipo de combustível, algum produto tóxico vazando no local e/ou possibilidade de incêndio para acionamento de outros órgãos públicos (Corpo de Bombeiro, Defesa Civil, DER, PRF); • Perguntar se já tem algum policiamento no local. • USB: Sempre; • USA:Quando houver sinais de gravidade (atropelamentos, preso em ferragens, vítimas inconscientes, dentre outras); 50 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Eletrocussão Abordagem Decisão técnica • Sexo, idade; • Avaliar risco persistente no local; • Avaliar consciência e ventilação; • Trauma associado? • Queda, explosão, arremesso; • Questionar choque por alta ou baixa tensão; • Extensão das queimaduras; • Sinais de Gravidade Imediata: - Problemas neurológicos (alterações de consciência, perda de consciência breve ou estado de morte aparente); - Dificuldade respiratória (tetanização dos músculos respira- tórios); - Queimaduras de grandes extensões; - Evento associado com trauma (queda, ejeção etc); - Choque elétrico de alta tensão; - PCR; - Arritmias. • USA: instabilidade ventilatória, alteração do sensório, quei- maduras extensas, evento associado a trauma, choque elé- trico de alta tensão, PCR, Arritmias; • USB: nos demais casos; • Avaliar necessidade de analgesia; • Acionar Corpo de Bombeiros e Companhia Elétrica em caso de risco persistente local. 51 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e 3.3 Caracterização dos veículos utilizados no SAMU 192 Sergipe Unidades de atendimento móvel • Ambulância Tipo “D” (USA – Unidade de Suporte Avançado) unidade destinada a atendimentos de urgências nas remoções de pacientes com ris- co de morte iminente, de moderada a grave, que necessitem de cuidados médicos intensi- vos. Tripulada por médico, enfermeiro e condutor de veículo de urgência. Possui todos os recursos destinados a suporte avançado de vida, podendo ser realizadas dentro do veículo intervenções de alta complexidade para salvar a vida dos pacientes. • Ambulância Tipo “B” (USB – Unidade de Suporte Básico) unidade destinada ao atendimento pré-hospitalar e remoção de pacientes com ris- co de vida, que seja caracterizado de pequena e média gravidade, não classificado com potencial de necessidade de intervenção médica no local e/ou durante a remoção até o serviço de destino. É tripulada por um auxiliar ou técnico de enfermagem e um condutor de veículos de urgência. • Motolância unidade móvel de atendimento (motocicleta) integrada à frota do SaMu 192 como mais um veículo disponível para o atendimento rápido dos usuários acometidos por agra- Decisão técnica • USA: prioritariamente. Abordagem • Tempo de imersão; • Idade; • Água Doce ou Salgada? Temperatura (se ambiente ou refri- gerada); • Trauma associado, dispneia; • Alterações neurológicas; • Sinais de Gravidade Imediata - Sequência de avaliação da vítima: - Aquastress - paciente respirando às vezes, discretamente hipotérmico, com arrepios; - Pequena Hipóxia - pequena inalação, sintomas de tosse; - Grande hipóxia - Insuficiência respiratória severa; - PCR. • Afogamento (Síndromes: “Afogado”, “Quase Afogado”) 52 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e vos agudos (tempo-dependente). Deverão ser utilizadas exclusivamente em intervenções do SaMu 192, sob regulação médica e se destinam, prioritariamente, às seguintes situações: • Intervenções nos acionamentos de unidade de suporte avançado de vida (uSa), considerando que a motocicleta desenvolve melhor veloci- dade e conta com a agilidade necessária no trânsito para chegar antes da ambulância ao local onde se encontra o paciente. assim, nos eventos tempo-dependentes (por exemplo, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico, dentre outras tantas) deverão ser envidados esforços por parte das centrais de regulação em efetuar o despacho imediato da motocicleta como forma de assegurar a chegada do socorro no menor tempo-resposta possível, preservando-se a segurança do condutor da motocicleta; • Intervenções em eventos em locais de reconhecido difícil acesso a veícu- los de urgência (ambulâncias) em razão de características geográficas, condições da malha viária, dentre tantas peculiaridades de cada Muni- cípio/região de abrangência do serviço, bem como em outras situações desta natureza que possam ser identificadas pela regulação médica como motivação para utilização da motocicleta; • apoio nas intervenções de suporte básico de vida quando for necessário auxílio direto na cena de mais um técnico de enfermagem para auxílio em procedimentos que necessitem de mais profissionais, de acordo com o julgamento da regulação médica (reanimação cardiopulmonar, extra- ção de vítimas, dentre outras situações do atendimento Pré-hospitalar - aPH móvel); • apoio nas intervenções de suporte avançado de vida quando for neces- sária a presença de mais um técnico de enfermagem na cena, a critério do médico regulador; • Demais situações de agravo à saúde da população nas quais, a critério do médico regulador, no uso de suas atribuições contidas na Portaria 2.048/GM, possa haver benefício no emprego da motocicleta, uma vez que a chegada desta unidade viabilizará o início de manobras de suporte básico de vida (BRaSIL, 2008). Unidades móveis de suporte • Veículo de Intervenção Rápida – VIR unidade móvel de apoio que deve ser acionada nos casos de incidentes com múlti- plas vítimas, uma vez que é abastecido com quantidade extra de insumos e equipamentos. Capítulo 4 56 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Situação-problema Avaliando a cena ... Seguindo a determinação do regulador médico, Augusto designa a USB PRF para ocorrência. Ao chegar à cena, frente à multidão, um cidadão se identifica para a equipe como um dos solicitantes. Outros tantos curiosos também circundavam o local. O condutor da USB estaciona a ambulância à beira da pista, o trânsito na BR neste momento estava intenso, preocupando toda a equipe. Inicialmente a equipe observa marcas de frenagem na pista, vidro quebrado, manchas de óleo e combustível espalhados no local. Mais ao longe, enxerga o carro capotado com as quatro rodas para cima. Rapidamente a equipe da USB reporta a referida situação para base. Dr. Barretão, ao ouvir atentamente o relato, orienta a equipe. Após as orientações iniciais Dr. Barretão faz novo contato com a equipe na cena: - Atento! Atento! USB PRF copia Dr. Barretão?: - Prossiga Dr. Barretão., Anjo da USB PRF de QAP! - OK! Anjo, a USA já está a 10 minutos do local, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal estão cientes da ocorrência e já deslocaram suas equipes. Copiado? - Positivo Dr. Barretão,TKS. Passados alguns minutos a USA Socorro chega ao local do incidente e faz contato com a regulação: - Atento Central, copia USA Socorro? 57 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e - Prossiga USA Socorro! - QSQ? - Positivo, Dr. Barretão de QAP. Module! - Ok, Dr. Barretão, equipe da USA Socorro na cena. - Ok, USA Socorro, qual a situação atual do evento? - Bem, estamos junto à equipe da USB PRF a aproximadamente 100 metros da zona quente e ainda não conseguimos saber se há vítimas, nem o quantitativo. Aguardamos o apoio do Corpo de Bombeiros para liberação da cena. Logo após esse contato, a equipe observa uma vítima tentando sair do veículo capotado e fica ansiosa e apreensiva sem saber ao certo o que fazer; neste instante uma nova tentativa de contato com a regulação é efetuada, mas desta vez o rádio parece falhar. Novas tentativas de comunicação são realizadas, porém, sem sucesso... ATIVIDADE 7 1. Quais os elementos primordiais na avaliação de uma cena? 2. Você, sendo o regulador desta situação, que outras informações solicitaria da equipe em cena? 3. Se você fosse o regulador médico, quais as orientações iniciais que daria para equipe em cena? Enumere por ordem de prioridade. Como as ações da Regulação Médica podem ajudar nestas situações? 4.1 Elementos primordiais de uma cena Todo atendimento requer cuidados extremos na sua abordagem, uma vez que, por mais simples que um determinado, caso possa parecer, o ambiente no qual está inserido poderá trazer consequências para aqueles que irão prestar o socorro. uma das prioridades para todos os envolvidos em um atendimento no ambiente pré-hospitalar é a avaliação da cena, ou seja, todos os envolvidos na assistência direta ou indireta devem assegurar-se de que o ambiente que irão atuar esteja seguro e, para isso, é preciso considerar cuidadosa- mente a natureza exata da situação. Os dois elementos considerados primordiais para quaisquer que sejam os ambientes de atendimento, são: a Segurança e a Situação da cena. Segurança: a primeira preocupação é com a segurança da equipe. O médico regu- lador não autorizará o atendimento a menos que as informações façam-no definir com segurança a abordagem da vítima. a segurança da cena não diz respeito apenas à equi- 60 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Código Fonético Internacional • Alfabeto a ::: alfa J ::: Juliet S ::: Sierra B ::: Bravo K ::: Kilo T ::: Tango C ::: Charlie L ::: Lima u ::: uniform D ::: Delta M ::: Mike V ::: Victor E ::: Echo N ::: November W ::: Whiskey F ::: Fox O ::: Oscar X ::: X-Ray G ::: Golf P ::: Papa Y ::: Yankee H ::: Hotel Q ::: Quebec Z ::: Zulu I ::: Índia R ::: Romeu • Numerais 1 ::: Primeiro 6 ::: Sexto 2 ::: Segundo 7 ::: Sétimo 3 ::: Terceiro 8 ::: Oitavo 4 ::: Quarto 9 ::: Nono 5 ::: Quinto 0 ::: Nulo / Negativo Neste capítulo você aprendeu: A avaliar em uma cena elementos primordiais que caracterizam o tipo de evento e garantam a segurança do atendimento; A importância da comunicação como ferramenta de Regulação Médica; As principais linguagens utilizadas em radiocomunicação; Que o SAMU 192 dispõe de Órgãos parceiros que facilitam e qualificam os atendimentos. Capítulo 5 62 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Situação-problema Administrando o caos... Por volta da 18 horas, quando o plantão estava mais para o encerramento, um dos ramais na central de regulação toca e, de imediato, Augusto atende: - SAMU 192 Sergipe boa tarde! - Boa tarde, aqui quem fala é o Agente Gusmão da PRF! - Pois não, Sr. Gusmão o que houve? - Acabei de receber uma informação sobre um sinistro na BR 101, próximo à fábrica de suco, no município de Itaporanga D’ajuda. Segundo o relato do solicitante foi uma colisão envolvendo três veículos, uma carreta tanque, um microônibus e um carro de passeio. O cidadão estava bastante desesperado e informou haver mais de 20 (vinte) acidentados. - Certo! Vou passar para o médico regulador. 65 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Caso não seja possível a definição dessa situação através dos solicitantes, a regulação envia uma ou mais equipes para confirmação das informações, avaliação inicial local e atendimento; • as equipes de apoio devem ser alertadas; • Envio dos recursos necessários (ambulâncias do SaMu 192, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Rodoviária, Polícia de Trânsito, kits de equipamentos e outros que se fizerem necessários, conforme o tipo de evento); • Deixar em alerta os hospitais de referência, que devem tomar as providências cabí- veis, conforme os protocolos estabelecidos para essas situações; • Informar cadeia hierárquica do serviço. 2ª Etapa: atendendo o evento • Manter contato com coordenação médica local; • Garantir recursos médicos; • Manter interface com bombeiros, polícias, hospitais e outros serviços; • Garantir o encaminhamento adequado das vítimas conforme suas necessidades; • Garantir a organização dos dados da ocorrência, dos recursos e das vítimas; • Garantir a continuidade do atendimento das demandas cotidianas com as adequações necessárias; • acionar centrais de regulação dos SaMu 192 de cidades da região, caso seja necessário. 3ª Etapa: encerrando o evento • Desmobilizar os recursos acionados que permaneceram em prontidão; • Tabular os dados do evento com a localização adequada das vítimas; • Fornecer os dados do evento (número de vítimas, gravidade, óbitos, encaminhamen- tos, equipes envolvidas etc.) às autoridades competentes; • avaliar o impacto do evento na rede hospitalar; • avaliar a necessidade de transporte inter-hospitalar; • avaliar as necessidades de garantia de acolhimento das situações cotidianas; • Discutir as questões levantadas durante o evento; • Propor as adequações necessárias. O cumprimento de cada uma dessas etapas possibilita tanto a organização quanto a 66 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e otimização dos recursos humanos e materiais que, na maioria das vezes, nunca é sufi ciente para o atendimento a esses eventos. • Triagem das vítimas Triagem signifi ca classifi car, selecionar, separar. No atendimento aos pacientes aci- dentados, implica classifi car em vários graus de gravidade para o tratamento e transporte, visando a assegurar o melhor cuidado médico para o maior número de vítimas. assim sendo, a triagem consiste numa avaliação rápida das condições clínicas das vítimas para estabelecer prioridade no atendimento médico. Logo, alguns princípios devem ser consi- derados, são eles: • a triagem deve ser realizada rapidamente (60 a 90 segundos por vítima); • Os parâmetros utilizados são baseados na Respiração, Perfusão e Nível de Consci- ência (ver a seguir algoritmo para Triagem); • Utilizar um método de triagem que facilite a classifi cação das vítimas, no caso do SaMu 192 é utilizado o protocolo START (Simples Tria- gem e Rápido Tratamento); Fonte: Método de Triagem baseado no START • A identifi cação das vítimas durante a triagem é extremamente necessária, para isso são utilizados cartões coloridos conforme convenção internacional de cores ou ou- tros recursos disponíveis, desde que deixem clara a prioridade médica da vítima; Esse método foi desenvol- vido para o atendimento de ocorrências com múltiplas vítimas, pois permite a rápi- da identifi cação das vítimas que estão em risco eminen- te de morte, necessitando de pronto atendimento e prioridade de transporte. 67 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • Zoneamento das áreas de risco. Todo evento oferece um risco potencial para aqueles que irão prestar auxílio direto aos acidentados. Logo, uma das prioridades de todo evento de grande proporção é a deli- mitação das zonas de risco do evento. Estas áreas são classificadas em Zona Quente, Zona Morna e Zona Fria. apesar da delimitação de cada zona de risco não ser atribuição do SaMu 192, todos os membros do serviço devem ter conhecimento das particularidades de cada uma delas a fim de que possam reconhecer e respeitar seus limites e ainda diminuir os riscos de acidentes. abaixo segue uma foto ilustrativa simulando o zoneamento de uma área acometida por um eventual incidente. Fonte: Defesa Civil do Rio de Janeiro, 2010. • Distribuição das lonas onde ficarão as vítimas na Zona Fria Classificação IMV baseado no START (EUA) 70 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e seguir, utilizada internacionalmente e baseada tanto nas propriedades físico-químicas das substâncias quanto em seu correspondente potencial de risco. Cada classe está dividida em subclasses com características específicas de cada material. Classe 1 – Explosivos Substâncias químicas que causam liberação quase que instantânea de pressão, gás e calor quando submetidas a choque, aumento de pressão ou temperatura. Têm potencial de impacto mecânico e térmico. Subclasse 1.1 – Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (dinamite; explo- sivos militares). Subclasse 1.2 – Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa (alguns fogos de artifício, propelentes líquidos). Subclasse 1.3 – Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explo- são, de projeção ou ambos, mas sem risco de explosão em massa (a maioria dos fogos de artifício, munição leve). Subclasse 1.4 – Substâncias e artigos com risco pequeno de explosão (munição). Subclasse 1.5 – Substâncias com potencial de explosão em massa, porém muito insensí- veis (nitrato de amônio). Subclasse 1.6 – Substâncias muito insensíveis sem risco de explosão em massa (óleo combustível). Classe 2 – Gases Comprimidos, liquefeitos, dissolvidos sob pressão ou altamente refrigerados. Po- dem causar problemas respiratórios e lesões térmicas por calor ou frio excessivos. Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis (propano, metano, hidrogênio). Subclasse 2.2 – Gases comprimidos, não tóxicos e não inflamáveis (neon, hélio, dióxido de carbono). Subclasse 2.3 – Gases tóxicos quando inalados, mesmo em pequenas quantidades, va- porizam facilmente. Classe 3 – Líquidos Inflamáveis Termicamente instáveis e potencialmente corrosivos e tóxicos. Subclasse 3.1 – Líquidos inflamáveis (ignição dos vapores abaixo de 40C - gasolina, álcool ). Subclasse 3.2 – Líquidos combustíveis (ignição dos vapores entre 40 e 80 C). 71 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Classe 4 – Sólidos Inflamáveis Substâncias sólidas inflamáveis, ou sujeitas à combustão espontânea, ou que emitem gases inflamáveis quando em contato com a água. Termicamente instáveis corrosivos e tóxicos. Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis – exceto os classificados como explosivos, que po- dem causar fogo por fricção ou retenção de calor durante o manuseio ou transporte (fósforos, enxofre). Subclasse 4.2 – Sólidos sujeitos à combustão espontânea. Subclasse 4.3 – Substâncias que em contato com a água ou substâncias orgânicas, po- dem iniciar ou contribuir para o fogo (potássio, sódio, alumínio, magnésio). Classe 5 – Oxidantes e Peróxidos Orgânicos Potencialmente tóxicos Subclasse 5.1 – Oxidantes – Gases, líquidos ou sólidos que liberam oxigênio, alimentan- do a combustão (oxigênio, ozônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico). Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos – líquidos, pastas ou sólidos sujeitos à decomposi- ção exotérmica e autoacelerável, por possuírem a estrutura bivalente O-O; são sensíveis ao choque e ao atrito. Classe 6 – Substâncias Tóxicas ou Infectantes Causam danos à saúde se inaladas, ingeridas ou em contato com a pele. Subclasse 6.1 – Venenos líquidos ou sólidos, inclusive pesticidas, com graus variáveis de risco de envenenamento. Subclasse 6.2 – Substâncias irritantes, líquidos ou sólidos, que emanam vapores extre- mamente irritantes quando expostas ao ar ou fogo (alcatrão). Subclasse 6.3 – Substâncias infectantes, que contenham microorganismos viáveis; pro- dutos biológicos acabados ou semi-processados para uso animal ou humano (vacinas); espécimes para diagnóstico, humanos ou animais (fezes, urina, sangue e seus compo- nentes, tecidos ou fluidos, excluindo-se animais vivos e infectados). Classe 7 – Materiais Radioativos Qualquer material que espontaneamente emita radiação ionizante em atividade su- perior a 70 kBq/kg; na dependência do tipo de exposição, pode ser fatal ou causar sérios 72 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e danos à saúde, agudos ou crônicos. Classe 8 – Corrosivos Líquidos ou sólidos que causam lesão (necrose) aos tecidos vivos ou destruição de aço ou alumínio (ácido sulfúrico, ácido nítrico, hidróxido de amônia). Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas Sólidos ou líquidos que possam apresentar durante o transporte algum risco não descrito em quaisquer das demais classes, ou perigo de reação violenta resultante da decompo- sição ou polimerização; qualquer material que possa apresentar propriedades nocivas, anestésicas ou similares ou quaisquer materiais que sejam classificados como materiais de alta temperatura, substância perigosa ou lixo tóxico (dióxido de carbono, gelo seco, baterias de lítio). • Identificação dos PP antes de qualquer ação de resgate ou atendimento de vítima envolvida em acidente com material perigoso é importante a identificação da substância envolvida, que pode ser realizada observando-se os seguintes itens: • Os documentos de embarque da carga e nota fiscal do produto, que devem estar sempre no veículo de transporte; • a Ficha de Emergência do veículo de transporte de material perigoso; instituída pela aBNT – NBR 7503, deve sempre acompanhar os documentos de embarque e nota fiscal do produto e contém os seguintes dados: nome do produto, seu respectivo número de identificação na ONU (número de quatro dígitos segundo convenção internacional - (consultar Manual de Emergências com Produtos Perigosos – aBI- QuIM – associação Brasileira de Indústrias Químicas e Produtos Derivados, 1989), nome do fabricante e telefones para contato, rótulo de risco do produto e orientações de procedimentos em caso de acidentes, incluindo informações ao médico; • Os painéis de segurança, placas retangulares de cor laranja que devem obrigatoria- mente estar presentes na frente e traseira do veículo de transporte, que contêm na parte inferior o número da ONu do produto e na parte superior um número de dois algarismos que permite identificar imediatamente o risco principal e os riscos subsi- diários da substância, conforme convenção a seguir: Significado do primeiro algarismo – Risco principal: 2 – gás 3 – líquido inflamável 4 – sólido inflamável 75 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e seguintes graus de proteção: Nível A – Proteção máxima para as vias respiratórias, olhos e pele – encapsulado total, com rou- pa hermeticamente fechada, botas e luvas resistentes a produtos químicos, aparelho autônomo de respiração ou respirador com conduto de ar sob pressão; Nível B – Proteção máxima para as vias respiratórias, porém menos proteção para a pele – rou- pas, botas e luvas resistentes a produtos químicos, aparelho autônomo de respiração ou respirador com conduto de ar sob pressão; Nível C – Proteção para a pele e olhos, com menos exigência de proteção para as vias respiratórias – máscara cobrindo completamente o rosto, com cartucho purificador de ar, roupas, botas e luvas resistentes a produtos químicos; Nível D – Menor proteção para pele, olhos e vias respiratórias; basicamente o uniforme de traba- lho da equipe. Utilizado quando não houver concentrações atmosféricas consideráveis de vapores ou gases tóxicos e os trabalhos a serem realizados excluírem respingos, imersão ou a inalação inesperada de produtos perigosos. O nível de proteção individual necessário para cada acidente com produtos perigo- sos será determinado pelo perigo existente – tipo, toxicidade e concentração da substância química no ambiente – e pelo risco – potencial de exposição à substância no ar, respingos, ou outro tipo de contato direto com a substância. Descontaminação a descontaminação deve ser realizada com o objetivo de reduzir lesões cutâneas ou a absorção do contaminante através da pele, minimizar a chance de inalação ou ingestão do contaminante, proteger a equipe de atendimento e controlar a contaminação de mate- riais e equipamentos. Existem várias maneiras de realizar a descontaminação, de acordo com a natureza da substância envolvida: • Utilizando-se agentes emulsificantes, como, por exemplo, os detergentes, sa- bões ou surfactantes; esses produtos têm a capacidade de produzir suspensão em líquidos imiscíveis (não polares) ou sólidos insolúveis; • Pela degradação ou neutralização por outras substâncias químicas. as substân- cias degradantes são bastante específicas para cada substância perigosa – pro- cesso não utilizado em tecidos vivos; • Pela desinfecção, ou seja, destruição dos microorganismos toxinas contaminan- tes, geralmente por soluções cloradas ou água oxigenada; • Por diluição, diminuindo-se a concentração do contaminante, geralmente uma substância solúvel. Deve-se tomar cuidado com substâncias reativas à água, pois podem causar queimaduras térmicas ou químicas sobre os tecidos vivos; • Por absorção ou penetração de um líquido ou gás em outra substância; sem 76 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e valor para a descontaminação de vítimas, servindo em alguns casos de descon- taminação da superfície da água; • Por remoção física, através da pressão ou do vácuo, ou pela utilização de água, escovas ou similares, ou jatos de ar; • Desprezando-se ou eliminando vestes, materiais ou equipamentos, tomando cuidado com o destino do lixo tóxico. Em todos os casos é importante atentar primeiramente para as condições que de- terminam risco de vida imediato à vítima. Na maioria das vezes, feridas e orifícios conta- minados são os primeiros a serem descontaminados, seguidos das áreas de maior conta- minação sobre a pele intacta. a descontaminação deve começar com os métodos menos agressivos, e depois passar para métodos mais agressivos, se necessários. Atendimento às vítimas de incidentes com PP Face à necessidade de atendimento de vítimas envolvidas em acidentes com produ- tos perigosos, e levando-se em conta as peculiaridades de um serviço de aPH em rodo- vias, a equipe que presta o atendimento inicial das vítimas deverá: • Zelar pela sua segurança avaliando os riscos reais ou potenciais antes da abor- dagem da vítima e utilizar os equipamentos de proteção individual disponíveis; • Observar atentamente os mecanismos de lesão envolvidos no acidente e a natu- reza das lesões reais e potenciais; • Instituir medidas de procedimentos de suporte básico e/ou avançado de vida apropriados de acordo com os protocolos estabelecidos; • Identificar a natureza do produto perigoso envolvido no acidente e a magni- tude de sua ação sobre a vítima, a fim de instituir os cuidados de específicos cabíveis ao atendimento Pré-Hospitalar; • Promover ou buscar em ambiente especializado a descontaminação das pesso- as da Equipe, dos materiais e equipamentos contaminados. Neste capítulo você aprendeu: A classificar os eventos em Desastres, Catástrofes e Incidentes com Múltiplas Vítimas; O papel da Regulação Médica diante dos IMV; A importância do sistema de comando e controle exercido pela Regulação Médica diante de situ- ações com grande número de vítimas. Capítulo 6 80 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e d. Esgotar seus recursos antes de acionar a Central de Regulação Médica ou ou- tros serviços do sistema loco-regional; e. a decisão de transferir um paciente grave é estritamente médica e deve consi- derar os princípios básicos do transporte, quais sejam: não agravar o estado do paciente, garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez e seguran- ça; f. Informar ao médico regulador, de maneira clara e objetiva, as condições do paciente; g. Elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente durante o transporte e compor seu prontuário na unidade receptora, registrando infor- mações relativas ao atendimento prestado na unidade solicitante, como diag- nóstico de entrada, exames realizados e as condutas terapêuticas adotadas. Este documento deverá conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do soli- citante; h. Obter a autorização escrita do paciente ou seu responsável para a transferência. Poder-se-á prescindir desta autorização sempre que o paciente não esteja apto para fornecê-la e não esteja acompanhado de possível responsável; i. a responsabilidade da assistência ao paciente transferido é do médico solici- tante, até que o mesmo seja recebido pelo médico da unidade responsável pelo transporte, nos casos de transferência em viaturas de suporte avançado de vida ou até que o mesmo seja recebido pelo médico do serviço receptor, nos casos de transferência em viaturas de suporte básico de vida ou viaturas de transporte simples. O início da responsabilidade do médico da viatura de transporte ou do médico da unidade receptora não cessa a responsabilidade de indicação e avaliação do profissional da unidade solicitante; j. Nos casos de transporte de pacientes em suporte básico de vida para unidades de apoio diagnóstico e terapêutico, para realização de exames ou tratamentos, se o paciente apresentar intercorrência de urgência, a responsabilidade pelo tra- tamento e estabilização é da unidade que está realizando o procedimento, que deverá estar apta para seu atendimento, no que diz respeito a medicamentos, equipamentos e recursos humanos capacitados; k. Nos casos de transporte de pacientes críticos para realização de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos e, caso estes serviços situem-se em clínicas desvin- culadas de unidades hospitalares, o suporte avançado de vida será garantido pela equipe da unidade de transporte; l. Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda não estejam estruturadas ou em pleno funcionamento, é vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele públi- co ou privado, remover pacientes sem contato prévio com a instituição/serviço potencialmente receptor; m. Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão em funcionamento, ne- nhum paciente poderá ser transferido sem contato prévio com a mesma ou con- 81 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e trariando sua determinação; n. Nos casos de transferências realizadas pelo setor privado, o serviço ou empre- sa solicitante deverá se responsabilizar pelo transporte do paciente, bem como pela garantia de recepção do mesmo no serviço receptor, obedecendo às especi- ficações técnicas estabelecidas neste Regulamento; o. Nos casos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, permanece em vigor a legislação própria a respeito deste tema, conforme Resolução CON- Su n° 13 de 4 de novembro de 1998 e CONSu n° 15 de 29 de março de 1999, eventual regulamentação posterior a ser estabelecida pela agência Nacional de Saúde Suplementar. Responsabilidades/Atribuições da Central SAMU 192 /Médico Regulador Além das estabelecidas no Capítulo II da Portaria GM/MS 2048/02, ficam definidas as seguintes responsabilidades/atribuições para a Central de Regulação/Médico Regulador: a. O acionamento e acompanhamento da unidade e equipe de transporte, caso estes se localizem descentralizados em relação à estrutura física da central de regulação, como nos casos de transporte aeromédico, hidroviário ou terrestre, em que se opte por des- centralizar viaturas e equipes para garantir maior agilidade na resposta. Nestes casos, a localização dos veículos e das equipes de saúde responsáveis pelo transporte deverá ser pactuada entre os gestores municipais da região de abrangência da central; b. Utilizar o conceito de “vaga zero”, definido no Capítulo II da Portaria GM/MS 2048/02, também nos casos de regulações inter-hospitalares, quando a avaliação do estado clínico do paciente e da disponibilidade de recursos loco- regionais o tornem imperativo. Responsabilidade e Atribuições da Equipe de Transporte Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições à Equipe de Transporte: a. acatar a determinação do médico regulador quanto ao meio de transporte e tipo de ambulância que deverá ser utilizado para o transporte; b. Informar ao médico regulador caso as condições clínicas do paciente no mo- mento da recepção dele para transporte não sejam condizentes com as informa- ções que foram fornecidas ao médico regulador e repassadas por este à equipe de transporte; c. No caso de transporte terrestre, deverão ser utilizadas as viaturas de transporte simples para os pacientes eletivos, em decúbito horizontal ou sentados, viatu- ras de suporte básico ou suporte avançado de vida, de acordo com o julgamento e determinação do médico regulador, a partir da avaliação criteriosa da história clínica, gravidade e risco de cada paciente, estando tais viaturas, seus equipa- mentos, medicamentos, tripulações e demais normas técnicas estabelecidas no presente Regulamento; 82 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e d. O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal deverá obedecer às diretri- zes estabelecidas neste manual, sendo que as viaturas utilizadas para tal devem estar equipadas com incubadora de transporte e demais equipamentos necessá- rios ao adequado atendimento neonatal e pediátrico; e. Registrar todas as intercorrências do transporte no documento do paciente; f. Passar o caso, bem como todas as informações e documentação do paciente, ao médico do serviço receptor; g. Comunicar ao médico regulador o término do transporte; h. Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua base. Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Receptor Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições ao Serviço/Médico Receptor: a. Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo às solicitações da central de regulação médica de urgências; b. Informar imediatamente à Central de Regulação se os recursos diagnósticos ou terapêuticos da unidade atingirem seu limite máximo de atuação; c. acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos pa- cientes que necessitem de avaliação ou qualquer outro recurso especializado existente na unidade, independentemente da existência de leitos vagos ou não – conceito de “vaga zero”; d. Discutir questões técnicas especializadas sempre que o regulador ou médicos de unidades solicitantes de menor complexidade assim demandarem; e. Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento rápido e eficaz dos pacien- tes graves; f. Receber o paciente e sua documentação, dispensando a equipe de transporte, bem como a viatura e seus equipamentos o mais rápido possível; g. Comunicar a Central de Regulação sempre que houver divergência entre os dados clínicos que foram comunicados quando da regulação e os observados na recepção do paciente. Óbitos no APH móvel Óbito no local da ocorrência: • O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambu- lância quando houver suspeita de óbito do paciente no local da ocorrência; 85 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Na persistência da recusa, o Médico Regulador solicita à equipe que regis- tre apropriadamente o fato, com a assinatura da vítma ou testemunha no campo da ficha de atendimento específico para esse fim. Outros médicos no local da ocorrência • A presença, no local da ocorrência, de médicos que se prontifiquem a prestar atendimento e que não sejam plantonista do SaMu 192 Sergipe, é considerada intervenção médica externa; • O profissional da ambulância deve registrar o fato na ficha de ocorrência, ano- tando nome e CRM do profissional e solicitar ao profissional que registre sua intervenção no verso da mesma; • O fato será imediatamente comunicado ao médico regulador e, idealmente, os dois médicos devem manter contato pelo rádio ou outro meio de comunicação para troca de informações relativas ao paciente; • Quaisquer dúvidas quanto à conduta tomada pelo médico que está assistindo o paciente no local devem ser informadas ao médico regulador, para que ele faça contato com o profissional que está intervindo no local; Ordens contrárias de bombeiros, policiais e outras autoridades presentes no local da ocorrência • O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da am- bulância quando houver determinações emanadas por bombeiros, policiais ou outras autoridades presentes ao local da ocorrência, contrárias às estabelecidas nas rotinas operacionais ou protocolos assistenciais do SaMu 192 Sergipe; • a equipe deve imediatamente esclarecer que essas ordens ferem tais regula- mentos; • O médico regulador deve orientar a equipe quanto à conduta a ser seguida; • a equipe deve encaminhar, por escrito, relatório à Central de Regulação do SaMu 192 Sergipe. Liberação de paciente no local da ocorrência • a liberação de vítimas no próprio local da ocorrência é de competência exclusi- va do médico regulador, após tomar conhecimento de suas lesões e sinais vitais. Caso o médico intervencionista presente no local decida por esta conduta, deve contar com o aval e a concordância do médico regulador. 86 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Trotes • Anotar no livro específico que fica na sala de regulação do SAMU 192 Sergipe. Maca presa • a equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá con- tato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema; • Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação do SAMU 192 Sergipe de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na Central. Problemas na recepção do paciente pelas equipes intra-hospitalares • a equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá con- tato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema; • Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação do SAMU 192 Sergipe de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na Central. Atendimento a pacientes com distúrbios psiquiátricos Conceito Define-se a urgência psiquiátrica como a situação na qual o transtorno do pensamen- to, do afeto ou da conduta é tão evidente que o próprio paciente, a família ou a sociedade consideram que requer atenção imediata. Pode apresentar-se em condições que: São manifestações de uma alteração psicológica aguda (ansiedade, pânico, depres- são, transtornos de adaptação), implicam risco de dano pessoal ou interpessoal (agressão, suicídio, homicídio) e evidenciam um comportamento profundamente desorganizado (psicose, delírio). Elementos da Urgência Psiquiátrica Na aproximação de uma urgência psiquiátrica devem-se considerar quatro elementos: • O paciente, com quadro clínico que necessitará estudo cuidadoso, exames per- tinentes e o tratamento necessário; • O ambiente humano circundante, que deve ser avaliado em sua influência para a ação procedente; • O ambiente físico, que deve ser examinado pelas equipes para identificar peri- gos ou facilidades potenciais; 87 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e • O médico que, como experto, haverá de resolver a urgência. Sua capacidade profissional e personalidade exercerão um papel decisivo. Avaliação da Urgência Psiquiátrica a aproximação ao paciente na urgência psiquiátrica é, a princípio, similar a de qual- quer urgência médica. Durante a intervenção, através da entrevista, coletam-se as informações e os achados necessários para estabelecer o diagnóstico. a entrevista e o exame se adequarão, logica- mente, às circunstâncias de cada paciente. Se, por definição, a urgência demanda intervenção rápida, devemos ser, no entanto, cuidadosos e conservadores diante da suspeita de um quadro orgânico; igualmente, em algumas urgências de etiologia psicológica é pertinente obter toda a informação possível, pois poderia tornar-se difícil sua execução posterior. O médico deve realizar uma rápida avaliação mental e proceder ao exame físico, lembrando que muitas doenças orgânicas têm uma expressão psicológica. Sempre considerar seriamente as ideias ou tentativas de suicídio ou homicídio, as- sim como os riscos de agressão. Se a informação oferecida pelo paciente não for digna de crédito ou houver impossi- bilidade de obtê-la diretamente, se recorrerá aos familiares ou acompanhantes. Na avaliação deve-se por especial ênfase no que se segue: • História clínica; • Referência detalhada da queixa principal; • Mudanças recentes no curso de sua vida (especialmente doenças físicas ou perdas); • Níveis de compensação anteriores à urgência; • uso de drogas; • História anterior de doenças médicas psiquiátricas e resposta ao tratamento; • História familiar; • História pessoal. Urgências Psiquiátricas Prioritárias • Paciente Suicida; • Depressão; • ansiedade e Pânico; O paciente psiquiátrico pode- rá apresentar alterações clí- nicas concomitantes ao surto psicótico (quadro psicológico de base), podendo necessi- tar de tratamento específico para esta moléstia. 90 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Referências aSSOCIaÇÃO BRaSILEIRa DE NORMaS TÉCNICaS. NBR 14561: veículos para atendi- mento a emergências médicas e resgate. Rio de Janeiro, 2000. aSSOCIaÇÃO BRaSILEIRa Da INDÚSTRIa QuÍMICa (aBIQuIM). Manual para aten- dimento de emergências com produtos perigosos. Pró-química – aBIQuIM, 1999, 234p. BERLINGuER, G. Reforma Sanitária: Itália e Brasil. São Paulo: Hucitec, 1988. BRaGa, J. C. S. Saúde e previdência: estudos de política social. São Paulo: Editora Huci- tec, 1986. BRaSIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Diá- rio Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. p. 1. Anexo. ______. Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923. Lei Eloy Chaves. [S.l.: s.n.], 1923. ______. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promo- ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços cor- respondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990a. ______. Lei nº 8142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comuni- dade na gestão do sistema único de saúde (SuS) e sobre as transferências inter-governa- mentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da união, Brasília, DF, 31 dez. 1990b. ______. Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960. Dispõe sobre Lei Orgânica da Previdência Social. Diário Oficial da União, [Rio de Janeiro], 5 set. 1960. ______. Ministério da Saúde. Conselho de Saúde Suplementar. Resolução nº 13, de 03 de novembro de 1998. Dispõe sobre a cobertura do atendimento nos casos de urgência e emergência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 nov. 1998a. 122 ______. Portaria n° 1.863, de 29 de setembro de 2003. Institui a política nacional de atenção às urgências, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competên- cias das três esferas de gestão. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 out. 2003a. ______. Portaria n° 1.864, de 29 de setembro de 2003. Institui o componente pré-hospitalar móvel da política nacional de atenção às urgências, por intermédio da implantação de serviços de atendimento móvel de urgências em municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU – 192. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01 out. 2003b. ______. Portaria n° 2072, de 30 de outubro de 2003. Institui o comitê gestor nacional de atenção às urgências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 out. 2003c. ______. Portaria n° 2657, de 16 de dezembro de 2004. Estabelece as atribuições das centrais de regulação médica de urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e ope- racionalização das centrais SAMU-192. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 2004a. 91 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e ______. Portaria n° 479, de 15 de abril de 1999. Cria mecanismos para a implantação dos sistemas estaduais de referência hospitalar de atendimento de urgências e emergências e estabelece critérios para classificação e inclusão dos hospitais no referido sistema. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 abr. 1999a. ______. Portaria n° 95, de 26 de janeiro de 2001. aprova, em seu anexo I, a norma ope- racional da assistência à saúde NOaS-SuS 01/2001 que amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica; define o processo de regionalização da assistência; cria me- canismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do sistema único de saúde e pro- cede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios. Diário Oficial da união, Brasília, DF, 29 jan. 2001a. ______. Portaria n° 814, de 4 de junho de 2001. Diretrizes da regulação médica das urgên- cias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 jun. 2001b. ______. Portaria n° 824, de 24 de junho de 1999. aprova o texto de normatização de aten- dimento pré-hospitalar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 jun. 1999b. ______. Portaria nº 2.923, de 9 de junho de 1998. Institui o programa de apoio à implanta- ção dos sistemas estaduais de referência hospitalar para atendimento de urgência e emer- gência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jun. 1998b. ______. Portaria nº 2.925, de 9 de junho de 1998. Cria mecanismos para a implantação dos sistemas estaduais de referência hospitalar em atendimento de urgências e emergências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jun. 1998c. ______. Portaria nº 2048, de 5 de novembro de 2002. aprova o regulamento técnico dos sistemas estaduais de urgência e emergência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 nov. 2002a. ______. Portaria nº 2.203, de 5 de novembro de 1996. aprova, nos termos do texto a esta portaria, a NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do Sistema Único de Saúde, cons- tituindo, por conseguinte, instrumento imprescindível a viabilização da atenção integral a saúde da população e ao disciplinamento das relações entre as três esferas de gestão do sistema. Diário Oficial da União, DF, 6 nov. 1996. p. 22932. ______. Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. Norma Operacional da assistência À Saúde NOAS-SUS 01/02. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n 40, 28 de fev. 2002b. Seção 1. ______. Portaria nº 545, de 20 de maio de 1993. aprova a Norma Operacional Básica NOB SuS 01-93, constante do anexo único desta Portaria, que regulamenta o processo de des- centralização da gestão dos serviços e ações no âmbito do Sistema Único de Saúde e esta- belece os mecanismos de financiamento das ações de saúde, em particular da assistência hospitalar e ambulatorial e diretrizes para os investimentos no setor. (Ementa elaborada pela CDI/MS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 1993. p. 696. ______. Resolução n º 258, de 7 de janeiro de 1991. aprova a Norma Operacional Básica/ SUS 01/91, constante do Anexo I, da presente resolução, que trata da nova política de fi- 92 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e nanciamento do Sistema Único de Saúde. (Ementa elaborada pela CDI/MS). Diário Oficial da união, Brasília, DF, 10 jan.1991. p. 641. ______. Resolução nº 267, de 11 de abril de 1991. aprova a Norma Operacional Básica/SuS 2/91, constante do anexo I da presente Resolução, que disciplina e uniformiza o acompa- nhamento, controle e avaliação das ações e serviços de assistência à saúde pela secretaria de supervisão técnica dos serviços assistenciais e projeções nas coordenadorias regionais de cooperação técnica e controle. (Ementa elaborada pela Biblioteca/MS). Diário Oficial da união, Brasília, DF, 12 abr. 1991. p. 6815. ______. Secretaria de assistência à Saúde. Portaria n° 356, de 22 de setembro de 2000. Estabelece, em seu anexo I, os recursos financeiros destinados à implementação do com- ponente II do programa de humanização do pré natal e nascimento e, em seu anexo II, estabelece o conceito geral, os princípios básicos, diretrizes e competências das centrais de regulação obstétrica e neonatal a serem implantadas, nos seus respectivos âmbitos de atuação estadual, regional e municipal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 set. 2000. ______. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Publicações do humanizaSUS. Brasí- lia, 2004b. ______. Presidência da República. Decreto nº 5.055, de 27 de abril de 2004. Institui o ser- viço de atendimento móvel de urgência – SaMu, em Municípios e regiões do território nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 abr. 2004c. ______. Secretaria de atenção à Saúde. Portaria nº 423, 24 de junho de 2002. aprova o detalhamento das atribuições básicas inerentes a cada nível do Governo no controle, regu- lação e avaliação da assistência à saúde no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2002c. ______. Portaria nº 2.971 de 8 de dezembro de 2008. Institui o veículo motocicleta - mo- tolância como integrante da frota de intervenção do Serviço de atendimento Móvel de ur- gência em toda a Rede SAMU 192 e define critérios técnicos para sua utilização. Brasília- -DF: Ministério da Saúde, 2008. CaMPOS, G. W. S. A reforma da reforma: repensando a saúde. São Paulo: Hucitec,1992. CHIORO, a. a.; SCaFF, a. A implantação do sistema único de saúde: TELEDuC: www. ead.unicamp.br: curso de gestão de serviços e sistemas de urgência: Pólo de Educação Permanente do Leste Paulista. Campinas: [s.n], 2004. COHN, a. A saúde como direito e como serviço. São Paulo: Cortez, 1991. CONCLuSÕES e recomendações das II Jornadas de Emergência Médica de Lisboa (1990). [Lisboa: s.n.], 1990. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/samu/ artigos/dec_lis- boa.htm> acesso em: 14 fev. 2010. CONFERÊNCIa NaCIONaL DE SaÚDE, 8, 1986, Brasília. Relatórios. Brasília: s.n., 1986. CONSELHO FEDERaL DE MEDICINa. Resolução n° 1.246, de 08 de Janeiro de 1988. 95 M an ua l T éc ni co O pe ra ci on al d a Ce nt ra l S am u 19 2 Se rg ip e Volume 1 – A Reforma Sanitária e Gerencial do SUS no Estado de Sergipe Volume 2 – Educação Permanente em Saúde no Estado de Sergipe Volume 3 – Atenção Hospitalar no Estado de Sergipe Volume 4 – Manual Técnico Operacional da Central SAMU 192 Sergipe Volume 5 – Atenção Básica no Estado de Sergipe Volume 6 – Vigilância Epidemiológica no Estado de Sergipe Volume 7 – Atenção à Saúde Bucal no Estado de Sergipe Volume 8 – Atenção Psicossocial no Estado de Sergipe LIVROS DA COLEÇÃO Manual Técnico Operacional da Central Samu 192 Sergipe
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