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VERMINOSE OVINA - Noções básicas para controle, Notas de estudo de Agronomia

VERMINOSE OVINA - Noções básicas para controle

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 04/01/2015

mateus-valdir-muller-6
mateus-valdir-muller-6 🇧🇷

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Baixe VERMINOSE OVINA - Noções básicas para controle e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! VERMINOSE OVINA – Noções básicas para controle Prof. Fernandes Meira Zootecnia - Ovinocultura EEPROCAR – Carazinho – RS A "verminose", nome genérico dado a todas as doenças causadas por parasitos internos, é uma barreira para a ovinocultura, tanto no Rio Grande do Sul onde a ovinocultura é uma atividade tradicional, como em regiões onde a atividade é mais recente como é o caso do estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo entre outros. Os efeitos dos parasitos sobre os animais estão relacionados com a diminuição do consumo voluntário (apetite) e da capacidade de digerir e absorver os alimentos, isto é, além de comer menos, os animais parasitados aproveitam menos os alimentos. Todavia as maiores perdas não são detectadas pelos produtores, pois, são as chamadas perdas subclínicas, ou seja, não apresentam sinais. As mortes causadas por surtos de verminose embora pareçam representar tantos prejuízos, não são tão graves quanto a reduzida produtividade que se verifica antes. Invariavelmente, quando se aborda o assunto parasitoses, tenta-se quantificar prejuízos, no entanto todos estes índices - mortalidade, perda de peso, menor quantidade e qualidade de lã e carne - embora muito importantes para ilustrar a problemática, não devem ser tomados de forma absoluta, pois, sofrem influências de muitas variáveis como condições climáticas, tipo de exploração, idade dos animais, estado fisiológico dos animais, raças envolvidas, manejo das pastagens, etc. É por isso que determinadas propriedades parecem ter problemas parasitários sérios enquanto noutras as perdas passam despercebidas. Os tricostrongilídeos são os maiores responsáveis pela gastroenterite crônica dos ruminantes, caracterizada por diarréia, perda de apetite, anemia, emagrecimento e 0 0 1 Fmorte. Dentre os vários parasitas do trato gas trointestinal, o que causa maiores prejuízos aos ovinos é o Haemonchus contortus. Esse parasita localiza-se no abomaso(estômago químico do ruminante) e se alimenta de sangue, de modo que pode causar, em animais sensíveis, anemia fatal. 0 0 1 FOs ovinos infestados disse minam os ovos dos helmintos pelos campos por meio das fezes. Cada fêmea do Haemonchus contortus, por exemplo, pode eliminar 0 0 1 Fdez mil ovos por dia e um ovino aparente mente sadio pode lançar no ambiente três milhões de ovos por dia. Se caírem em lugares alagados, em épocas de temperatura superior a 18°C, os ovos darão origem às larvas móveis, que são ingeridas com as folhas das forrageiras. Outro helminto(Dictyocaulus fylaria), infesta os bronquíolos de ovinos e caprinos e provoca tosse, corrimento mucoso, edema pulmonar e pela associação com germes de invasão secundária, broncopneumonia. É a dictiocaulose ovina, broncopneumonia verminótica ou verminose dos pulmões. Outra verminose comum, 0 0 1 Ftambém conhecida por saguaipé, baratinha-do-figado e distomatose hepáti ca, é a fasciolose, que atinge bovinos, ovinos e vários outros vertebrados, causada pela Fasciola hepatica, trematóide que, em outra fase do seu ciclo evolutivo, parasita um caramujo. O ciclo biológico da maioria dos vermes, inclusive o Haemonchus, inclui uma fase de vida livre: fêmeas dos helmintos se acasalam e põem ovos que sairão nas fezes; os ovos eclodem e as larvas passam por duas mudas até a chamada L3 (larva de terceiro estágio, que está pronta para infectar o animal), em torno de sete dias. Essa larva é, então, ingerida com a pastagem ou alimentos contaminados com fezes. Nessa fase, a larva precisa se defender de inimigos naturais (ex: fungos nematófagos, que se alimentam das larvas de nematóides) e da dessecação provocada por raios solares e vento. Por isso, o manejo rotacionado da pastagem, com rebaixamento acentuado da forrageira, colabora no controle da verminose. Uma vez dentro do animal (fase parasitária), a larva procura o seu local preferido e tenta se fixar na mucosa. Os ovinos podem ser resistentes, resilientes ou suscetíveis à verminose. Os resistentes são aqueles cujo sistema imunitário não permite que as larvas se fixem na mucosa, interrompendo o ciclo parasitário. Os resilientes são os que permitem que alguns vermes se fixem e se reproduzam, mas sem que isso prejudique a saúde e o desempenho. Os suscetíveis são aqueles que permitem que grande número de parasitos se fixe, causando sintomas típicos da doença: anemia e o conseqüente edema de barbela, vulgarmente conhecido como "papeira" (sintoma típico de hemoncose), diarréia, emagrecimento, pêlos arrepiados e sem brilho (no caso dos deslanados) e lã solta (no caso dos lanados). O diagnóstico das verminoses é feito por meio de exame de fezes (contagem de ovos por grama de fezes: OPG). O principal problema no controle da verminose é a resistência que muitos vermes, principalmente Haemonchus, adquiriram aos produtos químicos disponíveis no mercado. Para saber se determinado vermífugo é eficiente, deve-se fazer o teste de redução do OPG: coleta-se fezes de 10 animais no dia da vermifugação e 7 a 10 dias depois, se repete o exame. Por causa da resistência, a atenção tem-se voltado à nutrição adequada a cada categoria animal, principalmente quanto ao teor de proteína da dieta. Ovelhas no terço final da gestação e durante a lactação e cordeiros e borregos até 8 meses de idade são categorias que exigem dieta adequada, pois são mais suscetíveis à verminose. Para fazer o exame de fezes, o material deve ser coletado em sacos plásticos finos (vestir o saco como luva e introduzir o dedo diretamente no ânus do animal, retirando-se entre quatro e seis "bolinhas"), identificado com o número do animal, categoria ou lote, e enviado refrigerado ao laboratório veterinário, em isopor com gelo, de preferência, reciclável. O ideal é coletar as amostras de animais de todas as categorias, de preferência, os mais magros e feios. Em uma pequena criação (menos de 20 animais), coleta-se pelo menos 30% do plantel; em rebanhos de tamanho médio (21 a 200 ovinos), entre 8% a 10%; e, em rebanhos grandes, entre 3% e 5% dos animais. Antes de ser encaminhadas ao laboratório, as amostras podem ficar na geladeira (nunca no freezer) por até três dias. - Cordeiros desmamados e ovelhas nos períodos de pré e pós-parto devem receber atenção especial com a utilização de áreas com baixos níveis de contaminação após receberem "dosificações" comprovadamente eficazes. - Áreas pastejadas somente com bovinos adultos ou eqüinos por períodos de três a quatro meses, podem assegurar baixos níveis de contaminação para ovinos por períodos semelhantes. - Um simples exame de fezes (OPG) feito no dia da dosificação e repetido 10 a 14 dias após, pode fornecer importante informação sobre a eficácia dos produtos utilizados. - No verão devemos sempre utilizar "vermífugos" com poder residual (closantel e disofenol) à fim de controlar o principal parasito desta época que é o "vermelho da coalheira" (Haemonchus). - Revisar periodicamente as pistolas dosificadoras limpando-as após cada uso. O uso prolongado deste material provoca desgastes que podem levar a aplicação incorreta de doses de antihelmínticos. Pode-se aferir as pistolas aplicando as doses dentro de um copo graduado ou de uma seringa plástica comum sem a parte que empurra o líquido (êmbolo). - Peso dos animais: É comum a aplicação de doses menores por erro de avaliação do peso dos animais. Com isso eliminamos apenas uma parte da população de "vermes" do animal o que favorece o aparecimento de resistência aos anti-helmínticos. Recomenda-se medicar o rebanho com base no peso dos animais maiores, pois a maioria dos anti-helmínticos encontrados no mercado tem boa margem de segurança para doses maiores. No caso de "dosificar" mais de uma categoria, é conveniente separá-las para ajustar corretamente a dose. - Assegurar que o animal "tome" toda dose, caso contrário aplicar novamente. - Nunca esquecer que aqueles animais que ficam para trás são os que mais necessitam da medicação, portanto se não conseguirem chegar devem ser medicados no campo. - O produtor/técnico deve seguir sempre as instruções de uso dadas pelo fabricante, no entanto deve sempre que possível buscar orientação de técnicos/veterinários antes mesmo de comprar produtos desta natureza. Ler sempre com atenção o rótulo dos produtos, pois ali existem informações sobre a dose a ser aplicada, princípio ativo do produto e período de carência (tempo entre a aplicação do produto e o abate do animal ou consumo de leite). Este tempo deve ser respeitado quando se dosifica animais destinados ao consumo humano. - Quando os animais, após a dosificação, forem transferidos para áreas descontaminadas, deixá-los presos por um período ao redor de 8 horas, para que a primeira carga de ovos, que não é alcançada pelo anti-helmíntico, seja eliminada na mangueira. - promover a rotação de anti-helmínticos tendo cuidado para mudar o princípio ativo e não somente o nome comercial. Lembrar que rotação de "vermífugos" não significa dar uma "dose" e na próxima mudar. A mudança deve ser após algumas "dosificações". - Lembre-se que o "vermífugos" por mais modernos que sejam, serão sempre apenas uma ferramenta no controle da verminose e não a solução definitiva do problema. Para finalizar lembramos que controle de verminose não tem receitas fixas, entretanto tem um principio básico: MAIS MANEJO, MENOS "VERMÍFUGO” Referência: Borba, Marcos. Méd. Veterinário Pesquisador da EMBRAPA/CPPSUL Veríssimo, Cecília José. Pesquisadora Científica do Instituto de Zootecnia Nova Odessa (SP)
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