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Guias e Dicas
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Anjo anuncia a nascida do Salvador: Alegria para todos os filhos de Deus, Notas de estudo de Teologia

Neste texto, encontramos a história bíblica do anjo anunciando aos pastores a nascida do salvador, jesus cristo. O texto aborda a importância da alegria que o nascimento de jesus traz para todos os filhos de deus, além de discutir a natureza de deus como salvador e a importância da obediência a ele. O texto também enfatiza a importância da glória de deus na alegria santa.

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 28/02/2015

edson-nobre-6
edson-nobre-6 🇧🇷

4.8

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Baixe Anjo anuncia a nascida do Salvador: Alegria para todos os filhos de Deus e outras Notas de estudo em PDF para Teologia, somente na Docsity! gria Nascida A antro presnsR OMS E purgeon Spurgeo A Alegria Nascida em Belém C. H. Spurgeon Projeto Spurgeon 5 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R cântico de um serafim. Queira Deus que todos os homens sintam essa mão divina. Ao tentar abrir esse discurso angelical no dia de hoje, faremos um comentário sobre três coisas: a alegria que é mencionada, em seguida, as pessoas para quem essa alegria são endereçadas, e em terceiro, o sinal dado, o qual é para nós como foi para os pastores, um sinal do nascimento e fonte de regozijo. I. Primeiro, então, consideraremos A ALEGRIA, que é mencionada em nosso texto: de onde procede, e o que é? Já falamos que é uma ―grande alegria‖ – boas novas de grande alegria – o gozo da terra é pequeno, seu júbilo é trivial, porem o céu nos enviou uma alegria imensurável, apropriada para mentes imortais. Já que não se acrescenta nenhuma nota sobre o tempo, e não há nenhuma indicação de que a mensagem será revogada alguma vez, podemos dizer que é uma alegria perdurável, um gozo que ressoará através das eras, cujos ecos se escutarão até que a trombeta traga a ressurreição. Sim, e posteriormente , para sempre. Pois, quando Deus enviou o anjo em seu esplendor para anunciar , ―trago novas de grande alegria, que será para todo o povo‖, ele também disse: ―Desde agora e para sempre haverá alegria para os filhos dos homens. Haverá paz para a raça humana, e boa vontade para os homens por sempre e para sempre, enquanto se dão glórias a Deus nas alturas‖. Oh, bendito pensamento! A Estrela de Belém nunca se ocultará. Jesus, o mais formoso entre dez mil, o mais amável entre os belos, é uma alegria para sempre. Posto que essa alegria está expressamente associada com a glória de Deus pelas palavras: ―Glórias a Deus nas alturas‖, podemos estar convencidos que é uma alegria pura e santa. Nenhuma outra alegria poderia ter sido proclamada por um anjo, e certamente, nenhuma outra alegria é alegria. O vinho obtido das uvas de Sodoma pode borbulhar e ser espumoso, porem, no final é amargura, e seu sedimento é morte. Só o que provêm dos ramos de Escol é o verdadeiro vinho do reino, que faz feliz o coração de Deus e o coração do homem. A alegria santa é a alegria do céu, e essa alegria, podem estar certos, é a verdadeira essência da alegria. A alegria do pecado é uma fonte de fogo, que tem sua origem no ardente solo do inferno, que enlouquece e consome àqueles que bebem de sua água ardente. De tais deleites não desejamos beber. Ser feliz no pecado é pior que estar condenado, pois o princípio da graça faz com que uma pessoa sinta-se miserável no pecado, e a consumação da graça é ter escapado completamente do pecado, e estremecer-se só de pensar nele. É um inferno viver no pecado e na miséria, e é cair 6 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R ainda mais baixo quando os homens podem desfrutar do gozo do pecado. Deus nos livre de uma paz impura e de uma alegria ímpia! A alegria anunciada pelo anjo da Natividade é muito pura, duradoura, santa e muito grande. Devemos crer sempre, no que concerne a religião cristã, que ela possui alegria em si mesma e que celebra suas festas dentro de seus próprios recintos puros, uma festa em que todos seus manjares delicados crescem em solo santo. Há aqueles que amanhã pretenderão exibir alegria ao recordar o nascimento de nosso Salvador, porem não buscarão seu prazer no Salvador: precisarão de muitos acréscimos à festa antes que possam estar satisfeitos. A alegria em Emanuel seria um pobre tipo de alegria para eles. Nesse país, muito frequentemente, se não estivessem ciente do nome, alguém poderia certamente acreditar que o festival do Natal é uma festa de Baco ou de Ceres, não uma comemoração de um nascimento Divino. No entanto, há razão suficiente para o santo gozo no Senhor mesmo, e razões suficientes para o êxtase em Seu nascimento entre os homens. É de temer que a maior parte dos homens imagine que em Cristo só existe seriedade e solenidade, e consequentemente, fatiga, tristeza e descontentamento. Por conseguinte, buscam mais do que Cristo permite: tomam manjares das mesas de Satanás, com os quais adornam o banquete que se tem em honra de um Salvador. Que não seja assim entre vocês. A alegria que o Evangelho proporciona não é emprestada, antes, floresce em seu próprio jardim. Podemos dizer em verdade, com a linguagem de um de nossos mais doces hinos: “Não preciso sair em busca de gozo, Tenho uma festa em casa; Meus suspiros agora são canções, Meu coração já não anda errante. Vindo de cima, a Pomba Bendita Veio a meu peito, Para testemunhar Seu eterno amor, E dar descanso a meu espírito.” Que nossa alegria seja água viva proveniente daquelas fontes sagradas que o Senhor mesmo escavou. Que Sua alegria habite em nós, para que ela seja plena. Da alegria de Cristo não podemos possuir em excesso. Não temamos exagerar quando Seu amor é o vinho que bebemos. Ó, estar submerso nessa corrente pura de deleites espirituais! Porem, por que a vinda de Cristo a esse mundo é ocasião de alegria? A resposta é: primeiro, porque é para sempre um feito alegre que Deus esteja em aliança com o homem, especialmente quando a aliança é tão próxima que Deus toma verdadeiramente nossa humanidade em união com Sua Divindade – de tal maneira que Deus e o homem constituem uma divina e misteriosa pessoa. 7 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R O pecado tinha separado o homem de Deus. Mas a encarnação coloca uma ponte nessa separação: é um prelúdio do sacrifício de expiação, um prelúdio repleto da mais rica esperança. Daqui a adiante, quando Deus olha ao homem, Ele lembra que Seu próprio Filho é um homem. A partir desse dia, quando ele observa ao pecador, se Sua ira arde, Ele lembrará que Seu próprio Filho, como homem, se pôs no lugar do pecador, e levou a condenação do pecador. Como no caso de uma guerra em que a contenda termina quando as partes opostas chegam a um acordo, assim já não há mais guerra entre Deus e o homem, porque Deus tomou o homem em íntima união com Ele mesmo. Aqui, então, houve uma causa de alegria. Mas houve algo mais do que isso, porque os pastores estavam conscientes que existiram desde outrora promessas que tinha sido a esperança e o consolo dos crentes de todos os tempos, e essas promessas iriam ser cumpridas agora. Existia essa antiga promessa feita no umbral do Éden aos primeiros pecadores de nossa raça: que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. Houve outra promessa, feita ao pai dos fiéis, que em sua semente seriam benditas todas as famílias da terra; e muitas promessas proferidas das bocas dos profetas e dos santos desde que o mundo teve início. Agora, o anúncio do anjo do Senhor aos pastores foi uma declaração de que o pacto tinha sido cumprido, e que agora na plenitude do tempo Deus vindicaria Sua Palavra, e o Messias, que iria ser a glória de Israel e a esperança do mundo, agora tinha realmente chegado. Alegrem-se céus, e alegre-se, ó terra, pois o Senhor o tem feito, e em misericórdia Ele visitou Seu povo. O Senhor não permitiu que Sua palavra falhasse, mas sim cumpriu Suas promessas a Seu povo. O tempo para favorecer a Sião, sim, o tempo fixado, chegou! Agora que o cetro se apartou de Judá, observe que vem Siló, o Mensageiro do pacto subitamente aparece em Seu templo! Mas o cântico do anjo tinha, em si, uma razão mais plena para o júbilo. Pois nosso Senhor, que tinha nascido em Belém, veio como um Salvador. ―Porque vos há nascido hoje um Salvador.‖ Deus tinha vindo à terra antes, porem não como um Salvador. Recordem essa terrível vinda quando três anjos foram para Sodoma ao anoitecer, pois o Senhor disse: ―Descerei agora e verei se fizeram em tudo conforme a seu clamor, o qual chegou até mim.‖ Ele tinha vindo como um espia para ser testemunha do pecado humano, e como um vingador para levantar Sua mão ao céu e ordenar que o fogo acesso descesse e queimasse as cidades malditas da planície. Horror para o mundo quando Deus desce assim! Se o Sinai fumega quando a Lei é proclamada, a terra mesma se derreterá quando as violações contra a Lei sejam castigadas. Porem, agora Ele veio, não como um anjo de vingança, mas sim como um homem pleno de 10 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R Ele veio na plenitude de Sua glória e no infinito de Sua misericórdia para redimi-los. Vocês não dão boas vindas a essa notícia? Como seus corações não estarão agradecidos por isso? Por acaso esse amor incomparável não desperta gratidão? Se não fosse por esse divino Salvador, a vida de vocês aqui teria sido infelicidade, e a existência futura de vocês uma aflição sem fim. Ó, eu rogo que vocês adorem ao Deus encarnado, e confiem Nele. Então, bendirão ao Senhor por livrá-los da ira vindoura, e na medida em que se apegam a Jesus, e encontram a salvação em Seu nome, entoarão canções para Seu louvor, e se alegrarão com a alegria sagrada. Aqui concluo o concernente a essa alegria. II. Prestem atenção enquanto falo brevemente do POVO a quem vem essa alegria. Observem como o anjo começa, ―eis aqui, vos trago novas de grande alegria ... porque hoje vos nasceu.‖ Assim, então, a alegria começou com os primeiros que a ouviram, os pastores. ―Vos‖ o anjo diz, ―porque vos nasceu.‖ Amado ouvinte, essa alegria começará hoje contigo? De pouco beneficio será que Cristo tenha nascido, ou que Cristo tenha morrido, a menos que para você tenha nascido um menino, e que por você tenha derramado Seu sangue. Um interesse pessoal é o ponto principal. ―Mas eu sou pobre‖, alguém diz. Os pastores também o eram. Ó, vocês os pobres, por vocês esse misterioso menino nasceu. ―Aos pobres é anunciado o evangelho‖ (Mateus 11:5) ―Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor.” (Salmo 72:4) Mas alguém diz: ―sou insignificante e desconhecido.‖ Os homens vigilantes na vastidão da meia-noite também o eram. Quem conhecia aos homens que suportavam um trabalho fatigante e guardavam seus rebanhos pelas madrugadas? Porem vocês, desconhecidos dos homens, são conhecidos por Deus, não se dirão que ―vos nasceu um menino‖? O Senhor não toma em conta a grandeza dos homens, porem sim têm respeito pelos humildes. ―Mas somos analfabetos,‖ vocês dizem, e não podem entender muito. Ainda que assim o seja, Cristo nasceu para os pastores, e sua simplicidade não lhes impediu que o recebessem, antes, ainda mais lhes ajudou. Que assim seja contigo: receba alegremente a sincera verdade que está em Jesus. O Senhor exaltou a Um escolhido do povo. Não é um Cristo aristocrático aquele quem eu tenho que pregar a vocês, mas sim o Salvador do povo, amigo de publicanos e pecadores. Jesus é o verdadeiro ―amigo dos pobres‖. Ele foi posto ―por pacto ao povo‖, dado para ser ―por chefe e por mestre às nações‖. A vocês lhes foi dado Jesus. Ó, que cada coração pudesse em verdade dizer: ―para mim, nasceu Jesus”. Pois se verdadeiramente creio em Jesus, para mim 11 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R nasceu Cristo, e posso estar tão seguro disso como se um anjo o tivesse anunciado, pois a Escritura me diz que, se eu creio em Jesus, Ele é meu. Depois que o anjo disse ―vos trago‖, continuou dizendo1, ―que serão para todos os povos‖ Porem, nossa tradução aqui não é precisa. O grego diz ―que serão para todo o povo2‖ Isso se refere com certeza a toda a nação judia – não há dúvidas a respeito disso. Se alguém for ao original não encontrará uma versão tão ampla e compreensiva como a que nos é dada pelos tradutores. Deve-se traduzir ―para todo o povo‖. Por quanto tempo e que pecaminosamente a Igreja cristã desprezou a mais honorável entre todas as nações! Que barbaramente Israel foi tratado pela assim chamada igreja! Senti que meu espírito fervia de indignação em Roma3 quando estive no bairro judeu e escutei as cruéis indignidades que os Papas amontoaram sobre os judeus, mesmo em tempos recentes. Em nossa época ainda há uma igreja que está construída de frente da entrada do bairro judeu, e ali os infelizes judeus eram forçados a entrar em certas ocasiões. Nessa igreja eram obrigados a se afiliarem, notem bem, afiliarem-se, esses que adoram ao Único Deus invisível, para apoiar um sistema que está tão leproso de idolatria como os cananeus que aborreciam ao Senhor estavam outrora. O paganismo não é mais degradante que o catolicismo romano. Na porta dessa igreja estão colocadas, em sua própria língua, em hebreu, essas palavras: ―Todo o dia estendi minhas mãos a um povo rebelde e contradizente.‖ Como, por meio de tal insulto, eles podem esperar converter os judeus? O judeu observou por todos os lados ídolos que sua alma aborrecia, e destetava o nome de Cristo, porque o associava com a adoração aos ídolos, e não me surpreende que assim o tenha feito. Louvo ao judeu que não podia renunciar a seu próprio teísmo simplório, nem a adoração ao verdadeiro Deus, por uma superstição tão baixa e degradante como era a que Roma lhe apresentava. Em vez de pensar que é uma maravilha de incredulidade que o judeu não seja cristão, o honro por sua fé e sua brava resistência a um paganismo fascinante. Se o catolicismo romano é cristianismo, eu não sou, nem poderia ser, um cristão. Seria algo mais valente ser um simples crente em um único Deus, ou ainda ser alguém que duvida honestamente de todas as religiões, do que adorar tamanha multidão de deuses e deusas que os Papas estabeleceram, e inclinar-me como essa igreja o faz, diante de seus ossos podres e sudários antigos. 1 Segundo a versão King James Version ( a que Spurgeon se refere que era usada por todos os ingleses ainda em 1871, antes da revisão de 1881: porem não achamos essa trecho como Spurgeon descreve ) N.T 2 Essa é a versão que é usada pela maioria das versões, e hoje em dia até mesmo pela King James Version (n.T) 3 Spurgeon esteve em Roma em 1864 e em outras ocasiões posteriores, em férias 12 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R Que a verdadeira igreja cristã pense com amor no judeu, e com enérgico respeito lhe fale o verdadeiro Evangelho. Que barrem a superstição, e coloquem diante dele o único Deus misericordioso na Trindade de Sua divina Unidade. E o dia virá quando os Judeus, que foram os primeiros apóstolos para os gentios, os primeiros missionários que foram ao longe, serão reunidos de novo. Entanto que isso não suceda, a plenitude da glória da igreja nunca poderá dar-se. Incomparáveis benefícios para o mundo estão unidos com a restauração de Israel. Sua reunião será como vida saída da morte. Jesus o Salvador é a alegria de todas as nações, mas que não se negue à raça escolhida sua porção peculiar de qualquer promessa que a Sagrada Escritura registrou com uma consideração especial para ela. Os infortúnios que seus pecados lhes trouxeram caíram dura e espessamente sobre eles. Porem ainda assim que as bênçãos mais abundantes se destilem sobre eles. Ainda que nossa tradução não seja correta literalmente, no entanto ela expressa uma grande verdade, que é ensinada claramente no contexto. Por consequência, daremos mais um passo. A vinda de Cristo é uma alegria para todos os povos. E assim é, pois o versículo quatorze diz, ―E na terra paz‖, a qual é uma expressão ampla e até ilimitada. E acrescenta, ―paz entre os...‖ – não diz judeus, mas sim – ―...homens‖, todos os homens. A palavra é o nome genérico da raça inteira, e não há dúvida que a vinda de Cristo traz alegria a todo tipos de pessoas. Traz uma medida de gozo até mesmo para aqueles que não são cristãos. Cristo não os abençoa no sentido mais elevado e verdadeiro, mas a influência de Seu ensino reparte benefícios de um tipo inferior, tais como são capazes de receber. Porque onde quer que o Evangelho seja proclamado, não é pequena a benção para todo o povo. Observem esse fato, que não há país sob o sol onde uma Bíblia esteja aberta e um Evangelho pregado em que um tirano possa sustentar-se por longo tempo. Não importa quem seja ele, Papa ou rei. Que o púlpito seja adequadamente utilizado para pregação de Cristo crucificado, que a Bíblia seja aberta por todos os homens, e não haverá tirano que governe em paz por muito tempo. A Inglaterra deve sua liberdade à Bíblia. A França nunca possuirá liberdade perdurável e bem estabelecida até que venha reverenciar o Evangelho, que durante muito tempo rejeitou4. Há alegria para toda humanidade, ali aonde Cristo vêm. A religião de Jesus faz com que os homens pensem, e fazer os homens pensarem é sempre perigoso para o poder de um déspota. A religião de Jesus liberta o homem da superstição. Quando ele crê em Jesus, o que lhe preocupa as 4 Referência as agitações advindas do fim da Guerra Franco-Prussiana e da Comuna de Paris, eventos ocorridos em 1871 que eram reflexos do expansionismo de Napoleão III e de sua queda (N.T) 15 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R Ai, as nações da terra buscam a alegria no poder militar.5 ‗Por quais meios podemos fazer uma nação de soldados?‘ O método Prussiano é admirável6. ‗Devemos ter milhares e milhares de homens armados e grandes canhões e tanques encouraçados para matar e destruir‘. Acaso não é o orgulho de uma nação ser gigante em armas? Que orgulho cora as faces do patriota quando esse lembra que sua nação pode assassinar mais rápido que qualquer outra! À, insensata geração, estão buscando e apalpando nas chamas do inferno para achar seu céu, ciscando entre sangue e ossos buscando essa coisa imunda que vocês chamam glória. O gozo de uma nação jamais pode descansar na desgraça de outros. O assassinato não é o caminho da prosperidade, os imensos armamentos são uma maldição para própria nação, assim como para seus vizinhos. A alegria de uma nação é uma arena dourada na qual jamais tenha sido empapada por um riacho de sangue. Só encontra-se essa alegria no rio cujas correntes alegram a cidade de Deus. A debilidade da ternura submissa é poder verdadeiro. Jesus funda Seu império eterno não na força, mas sim no amor. Aqui, todos vocês, vejam sua esperança. O aprazível Príncipe pacifico, cuja glória é Seu próprio sacrifício, é nosso verdadeiro benfeitor. Porem, olhem novamente, e não observarão nenhuma pompa que os deslumbre. Por acaso o menino está envolto em púrpura e linho fino? Não! Dorme em um berço de ouro? Ó, somente a estalagem é Seu refúgio. O bebê não possui uma coroa em Sua cabeça, nem uma diadema rodeia a testa da mãe. Uma simples jovem de Galiléia, e um menino pequeno envolto em panos ordinários, é tudo o que vocês enxergam: “Não te proteges em cortesão teto, Nem no ensolarado salão do poder, Passa rápido ante Babel, e busca a terra sagrada Das roupas púrpuras de Tiro Aparta teus olhos sem que se deslumbrem , e volte-os Ao prado de Belém, e permanece junto à manjedoura.” 5 Deve-se notar que os anos de 1870-1871 foram anos de grande guerra e destruição por conta dos conflitos entre a França e a Prussia, que arrasaram com grande parte do continente Europeu e suscitaram grandes revoltas que refletiram até a 1º Guerra Mundial (N.T) 6 Método Prussinano: Spurgeon faz referência as táticas de Guerra e exército do Reino da Prussia, nação alemã que venceu a guerra Franco-Prussiana de 1870-1871, que impressionaram o mundo nessa época ao derrotar o exército Francês, depor Napoleão III e unir os bobos alemãs no II Reich Alemão (N.T) 16 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R Ai, as nações são deslumbradas por um espetáculo vão. A pompa dos impérios, os desfiles dos reis, são seu deleite. Como podem admirar essas ostentosas cortes nas que muito frequentemente as gloriosas vestes, as decorações e os graus sociais substituem à virtude, à castidade e a verdade de Deus? Quando as pessoas deixarão de serem tão infantis? Desejarão sempre ardentemente essa música marcial que estimula a violência, e se deleitarão em gastos cheios de desperdícios que os sobrecarregam de impostos? Essas coisas não fazem uma nação grande ou feliz. À, como se rasgou o bolha naquele estreito mar! Um império borbulhoso entrou em colapso. Dez mil baionetas e milhões em ouro resultaram ser uma fundação de areia para um trono de Babel. Vãos são os homens que buscam alegria na pompa. A alegria se encontra na verdade e na justiça, na paz e na salvação, de tudo o qual àquele recém- nascido, Príncipe em roupas de um menino campesino, é o símbolo verdadeiro. Tampouco poderiam ser vistas riquezas em Belém. Aqui nessa quieta ilha Britânica, as massas buscam confortavelmente seus milhares de libras por meio do comércio e das fábricas. Somos pessoas sensatas que seguimos a maior oportunidade e não nos deixamos enganar por ideias de glória. Estamos fazendo todo o dinheiro que podemos, e nos maravilhamos que outras nações desperdicem tanto na guerra. O principal pilar e motivação da alegria da Inglaterra se deve achar, como alguns nos dizem, nas porcentagens do rendimento, na possessão de colônias7, no desenvolvimento do maquinário e no incrementar regularmente nosso capital8. Mamóm não é uma deidade sorridente? Porem aqui, no berço da esperança do mundo em Belém, vejo muito mais pobreza do que riqueza. Não percebo os brilhos do ouro, nem os brilhantes adornos de prata. Só percebo a um bebê pobre, tão pobre, verdadeiramente tão pobre, que ele foi colocado em uma manjedoura. E sua mãe é a esposa de um trabalhador, uma mulher que não usa nem seda nem jóias. Não seja em seu ouro, ó ingleses, onde jamais descansem sua alegria, mas sim no Evangelho desfrutado em todas as classes. O Evangelho pregado gratuitamente e recebido com gozo. Jesus, ao elevar-nos à riqueza espiritual, nos redime das cadeias de Mamóm, e nessa liberdade nos dá alegria. Aqui tampouco vejo superstição. Sei que o artista pinta anjos nos céus, e rodeia a cena com uma luz misteriosa, da qual a tradição de falsidade tem dito que a meia-noite foi tão brilhante como o meio-dia. Isso é 7 O Império Britânico estava em seu auge, por essa época foi considerado “o Império onde o Sol sempre brilhava” (N.T) 8 A Inglaterra vivia o auge da Segunda Revolução Industrial (N.T) 17 W W W . P R O J E T O S P U R G E O N . C O M . B R meramente uma ficção. Não houve ali nada mais do que um estábulo, a palha que o boi ruminava, e talvez as próprias bestas, juntos ao menino envolto como qualquer outro nenê, da maneira mais simples e sincera. Os querubins eram invisíveis e não havia aureolas. Ao redor desse nascimento de alegria não houve sinal de superstição: esse demônio não se atreveu a introduzir seus truques nem fingimentos nesse sublime espetáculo. Ele teria estado ali tão fora de lugar e deslocado como um palhaço dentro do Santo dos Santos. Um Evangelho sincero, um Evangelho claro, tão claro como esse menino coberto nas roupinhas e panos mais comuns, é nesse nosso dia a única esperança dos homens. Sejam sábios e creiam em Jesus, e aborreçam todas as mentiras de Roma e as invenções daqueles que imitam suas abominações detestáveis. Tampouco o gozo do mundo descansa na filosofia. Não poderiam ter feito de Belém um enigma de homens doutos ainda que tivessem tentado. Só tratava-se de um menino na manjedoura e de uma mulher judia cuidando e alimentando ele, mais um carpinteiro junto dela. Não havia ali nenhuma dificuldade metafísica, da que os homens poderiam dizer: ―é necessário um doutor em teologia para explicá-lo, e uma assembleia de teólogos para expô-la.‖ É verdade que os magos chegaram lá, mas somente para adorá-lo e oferecer presentes – ó, que todos os homens sábios fossem tão sábios como eles. Ai, a sutileza humana disputou sobre a manjedoura, e a lógica obscureceu o conselho de suas palavras. Porem essa é uma das muitas invenções do homem, a obra de Deus foi sublimemente simples. Aqui é ―o Verbo que foi feito carne,‖ para habitar entre nós, um mistério para a fé, porem não um tema de debate. Um tema misterioso, e, no entanto, a maior simplicidade jamais falada aos ouvidos humanos, e vista por olhos mortais. E assim é o Evangelho, que quando o Apóstolo pregava dizia ―usamos de muita franqueza.‖ Marchem longe, longe, longe com seus sermões eruditos, e sua fina conversação, e suas pretensiosas filosofias. Essas jamais criaram nem um ápice de alegria nesse mundo. As teorias finamente tecidas são agradáveis para serem contempladas e para confundir aos insensatos, porem não são de utilidade para os homens práticos. Não consolam aos filhos do trabalho fatigante, nem alegram as filhas da dor. O homem de sentido comum que sente a rotina e o desgaste diário desse pobre mundo, necessita de um consolo mais rico do que as novas teologias, ou neologias, podem dar-lhe. Em um Cristo simples, e em uma fé simples nesse Cristo, há uma paz profunda e duradoura. Em um sincero Evangelho para o homem pobre, há uma alegria e uma felicidade inexpressáveis, da que milhares de pessoas podem falar, e falar com confiança, também, porque declaram o que certamente sabem, e testificam o que viram.
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