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Guias e Dicas
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O preparo do obreiro para o ministerio, Notas de estudo de Teologia

O preparo do obreiro para o ministerio

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 28/02/2015

edson-nobre-6
edson-nobre-6 🇧🇷

4.8

(212)

480 documentos

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Baixe O preparo do obreiro para o ministerio e outras Notas de estudo em PDF para Teologia, somente na Docsity! ARO POD todo o son NON RT TOO Fr CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo DIRETORIAS E CONSELHOS Diretor Pr Hércules Carvalho Denobi Vice-Diretora Eliane Pagani Acioli Denobi Conselho Consultivo Pr Daniel Sales Acioli - Apucarana-PR Pr Perci Fontoura - Umuarama-PR Pr José Polini - Ponta Grossa-PR Coordenação Teológica Pr Genildo Simplício - São Paulo-SP Dc Márcio de Souza Jardim - Guaíra-PR A ssessor/a Jurídica Dr Mauro José Araújo dos Santos - Apucarana-PR Dr Carlos Eduardo Neres Lourenço - Curitiba-PR Dr Altenar Aparecido Alves - Umuarama-PR Dr Wilson Roberto Penharbel-A pucarana-PR CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Autores dos M ateriais Didáticos Pr José Polini Pr Ciro Sanches Zibordi Pr João Antônio de Souza Filho Pr Genildo Simplício Pr Jamiel de Oliveira Lopes Pr Vicente Paula Leite Pr Marcos Antonio Fornasieri Pr Sérgio Aparecido Guimarães Pr José Lima de Jesus Pr José Mathias Acácio Pr Reinaldo Pinheiro Pr Edson Alves Agostinho Rubeneide O. Lima Fernandes Zilma J. Lima Lopes CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo NOSSO CREDO £ 3 Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). CQ Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). CQ Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9). £Q Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). £ 0 Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8). CQ No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). £Q No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1- 6 e Cl 2.12). CP Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe 1.15). 5 ADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo SUMÁRIO LIÇÃO | - o PREPARO DO OBREIRO PARA O MINISTÉRIO FRENTE ÀS GERAÇÕES DO SEU TEM PO......................................................... 11 ATIVIDADES - LIÇÃO 1.............................................................................41 LIÇÃO | | -O MINISTÉRIO NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO..............43 ATIVIDADES-LIÇÃO || .................. ...................................................... 81 LIÇÃO III - OS DESAFIOS DOS APÓSTOLOS, BISPOS/PRESBÍTEROS FRENTE À GERAÇÃO DA SUA ÉPOCA............................................83 ATIVIDADES-LIÇÃO III .................................................................... 118 LIÇÃO I V - O PREPARO DO OBREIRO......................................................... 119 ATIVIDADES - LIÇÃO IV ..................................................................... 147 LIÇÃO V - O PREPARO DO OBREIRO (CONTINUAÇÃO)............................. 149 ATIVIDADES - LIÇÃO V ....................................................................... 177 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 178 9 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Anotações: CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O PREPARO DO OBREIRO PARA O MINISTÉRIO FRENTE ÀS GERAÇÕES DE SEU TEMPO 1) E t im o lo g ia E C o n c e it o Da s Ex p r e s s õ e s O b r e ir o E M in is t é r io 1.1) S en tido A m plo A ) O br eir o <etA palavra obreiro provém da palavra "obra", por sua vez apresenta três origens principais: 1 Ergon [épyo\/\\ denota, trabalho, ação, ato. Neste sentido, é utilizada para exemplificar as ações humanas, quer sejam boas ou ruins (Mt 23.3; 26.10; Jo 3.20,21; Rm 1.7,5). 1 Práxis: denota a execução ou realização, ou a ação incompleta em desenvolvimento. i Poiesis: denota execução, fazer. B ) M in is té r io A palavra "ministério" pode ser utilizada como "substantivo" e "adjetivo", nas seguintes variantes: Co m o S u b sta n tiv o : i Diakonia: ministério como cargo ou trabalho realizado pelos diáconos "diakonos"(?ç> 1.1; lTm 3.8,12). CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Na Bíblia o termo é identificado, também, como "ministério religioso e espiritual". (At 1.17,25; At 6.4; At 12.25, At 21.19; Rm 11.12) No entanto, esta palavra aponta para todo o cargo - religioso ou secular, onde até os magistrados civis também são chamados de ministros de Deus. (Rm 13.4) Assim, todo o tipo de serviço é considerado como um ministério na expressão "diakonid'. Por exemplo, em Lucas 12.37; Lucas 17.8 e João 12.2 o termo é utilizado em alusão ao serviço às mesas. 1 Leitorgia: ministério como exercício da fé prática, "serviço" de alguém em favor de outras pessoas. (2Co 9.12, Fp 2.30) Co m o A d je t iv o : 1 Leitourgikos ministério como sendo "do ou pertencente ao serviço". Esta palavra é a raiz da palavra portuguesa "liturgia". 1 Mesharet: ministério como alguém que assessorava pessoas de alta categoria. Josué era ministro de Moisés (Ex 24.13 e Js 1.1). 1.2) S en tid o Estrito A ) O br eir o Considerando-se a aplicabilidade do termo no contexto religioso das Igrejas Evangélicas Brasileiras, em especial no contexto religioso da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Brasil o termo obreiro denota a pessoa que se dedica a realizar alguma atividade eclesiástica dentro da Igreja. Por mais que todos os que realizam a obra do Senhor possam ser considerados obreiros, em sentido estrito, considera-se "obreiro" aquele que dedica boa parte de seu tempo à Obra do Senhor, exercendo um cargo eclesiástico ou em vista de ser reconhecido como tal. 14 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Geraçõés do seu Tempo Portanto, há obreiros que são diáconos, presbíteros, evangelistas e pastores. Mas há obreiros que não tem o reconhecimento ministerial segundo a convenção de sua Congregação, contudo são reconhecidos pelo seu trabalho diferenciados se comparados com os demais membros da comunidade. Em suma, o “obreiro" é identificado pelo trabalho desenvolvido no seio da Comunidade Cristã que pertence. B) M in isté rio 1 Ministério é identificado com o trabalho. 1 Ministério: como dom - dotação especial. 1 Ministério: corpo deliberativo da igreja, os que tomam as decisões colegiadas ou presbitério. 1.3) C o n ceito B íblico A ) O b re iro A expressão obreiro na Bíblia Sagrada é utilizada largamente, e pelo contexto em que a palavra é utilizada é possível se extrair um conceito Bíblico. Vejamos alguns textos onde o termo é usado: a) Obreiros identificados como trabalhadores que se envolvem com a Seara. "E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara" (Lc 10.2); b) Obreiros identificados como trabalhadores que vivem do trabalho, ou para o trabalho em dedicação especial e, às vezes ' [ exclusiva. "E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que / eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa" (Lc 10.7); ( I I ADI II / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo de va ida d es! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o so l se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tomam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já nos séculos passados, que foram antes de nós." Diante do texto bíblico acima, lançamos um segundo questionamento: se os desafios que propugnamos (propomos e consideramos) inerentes e característicos de uma determinada época são reais, ou meras desculpas de que uma geração enfrenta "maiores desafios" do que as outras? Alguns propõem: "Na minha época as coisas eram mais difíceis"; e outros afirmam que "os dias atuais impõem maiores desafios que no tempo passado!". Qual das duas afirmações está correta, se a Bíblia afirma que nada há de novo debaixo do sol? Será que os desafios que entendemos como novos em nossa geração - época - já não foram enfrentados no passado? Ou, em via inversa, será que os desafios que existiam no passado, não podem ser enfrentados no tempo presente? Apesar deste tópico objetivar e demonstrar que cada geração pode ser representada por um CICLO - o estudo sobre este tema é desenvolvido a seguir. Pela Palavra de Deus podemos propor que os desafios de todas as gerações que habitaram a terra foram desafios únicos, ou ocasionados por uma causa única: o PECADO. 18 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Abaixo podemos observar alguns "desafios" das gerações, que podem ser agravados pela ação do PECADO: A ) O P eca d o F o i A ch a d o Em Sa ta n á s (Ez 28.15) "Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti" (Ez 28.15). No devido contexto, a profecia de Ezequiel contra o rei de Tiro contém uma referência velada a Satanás como o verdadeiro governante de Tiro e como o deus deste mundo (cf. 2Co 4.4; lJo 5.19). O rei é descrito como um visitante que estava no jardim do Éden (v. 13), que fora um anjo, querubim ungido (v. 14), e uma criatura perfeita em todos os seus caminhos, até que nela se achou iniquidade (v. 15). Por causa do seu orgulho pecaminoso (v. 17), foi precipitado do monte de Deus (vv. 16,17; cf. Is 14.13-15). B ) O P eca d o N a N a tu re za H um ana (R m 7.7-24) "Que diremos, pois? É a le i pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a le i não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu m orri; e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou. Assim, a le i é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. Logo, tornou-se-me o bom em m orte? De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. Porque bem sabemos 19 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo que a le i é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu se i que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o m al que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta le i em mim: que, quando quero fazer o bem, o m al está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na le i de Deus. Mas vejo nos meus membros outra le i que batalha contra a le i do meu entendimento e me prende debaixo da le i do pecado que está nos meus membros. M iserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta m orte?" Observemos o que o texto supra descreve: a) Nos versículos 7-12, Paulo descreve o período de inocência do indivíduo até chegar à "idade da responsabilidade". Ele "vive" (v. 9), i.e., sem culpa nem responsabilidade espiritual, até que deliberadamente peca contra a lei de Deus escrita externamente ou no seu coração (cf. 2.14,15; 7.7,9,11); b) Nos versículos 13-20, Paulo retrata um estado de escravidão ao pecado, porque a Lei, uma vez conhecida, traz inconscientemente o pecado para a consciência e, assim, o indivíduo passa a ser realmente um transgressor. O pecado se torna seu senhor, embora ele se esforce para resistir-lhe; c) Nos versículos 21-25, Paulo revela o desespero total da pessoa, à medida que o conhecimento e o poder do pecado o reduzem à miséria. d) As declarações de Paulo, "eu... vivia" (v. 9) e "o pecado... me matou" (v. 11), apóiam a crença geral que a criança é inocente 20 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo lutar constantemente contra as pressões do mundo, da carne e do diabo (Gl 5.17; Ef 6.11,12). A plena liberdade da tentação e da atração do pecado terá lugar somente com a redenção completa, quando da nossa morte, ou na volta de Cristo para buscar os seus fiéis. O que Cristo nos oferece agora é o poder santificador da sua vida, mediante o qual aqueles que seguem o Espírito são libertos dos desejos e paixões da carne (Gl 5.16-24) e capacitados a viverem como santos e inculpáveis diante dEle, em amor (Ef 1.4). D ) P ec a d o É In iq u id a d e ( I jo 3 .4 ; 5 .1 7 ) "Qualquer que comete o pecado também comete iniquidade, porque o pecado é iniquidade" (lJo 3.4). A Bíblia geralmente faz uma distinção entre tipos diferentes de pecados: > Involuntários (Lv 4.2,13,22; 5.4-6; Nm 15.31) > Menos sérios (Mt 5.19) > Voluntários (lJo 5.16,17) e > Que levam à morte espiritual (lJo 5.16). João enfatiza que há certos pecados que o crente nascido de novo não cometerá, porque nele permanece a vida eterna de Cristo (lJo 2.11,15,16; 3.6-8,10,14,15; 4.20; 5.2; 2Jo 9). Esses pecados, por causa da sua gravidade e da sua origem no próprio espírito da pessoa, evidenciam uma rebelião resoluta da pessoa contra Deus, um afastamento de Cristo, um decair da graça e uma cessação da vida vital da salvação (Gl 5.4). Exemplos de pecados nos quais há evidência clara de que a pessoa continua nos laços da iniquidade ou que caiu da graça e da vida eterna são: > A apostasia (lJo 2.19; 4.6; Hb 10.26-31); 23 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo > 0 assassinato (v. 15; 2.11); > A impureza ou imoralidade sexual (Rm 1.21-27; ICo 5; Ef 5.5; Ap 21.8); > Abandonar a própria família (lTm 5.8); > Fazer o próximo pecar (Mt 18.6-10) e a > Crueldade (Mt 24.48-51). Esses pecados abomináveis evidenciam uma total rejeição da honra devida a Deus, e da solicitude amorosa para com o próximo (lJo 2.9,10; 3.6-10; ICo 6.9-11; Gl 5.19-21; lTs 4.5; 2Tm 3.1-5; Hb 3.7-19). Por isso, quem disser: "O Espírito Santo habita em mim, tenho comunhão com Jesus Cristo e estou salvo por Ele", mas pratica tais pecados, engana a si mesmo e "é mentiroso, e nele não está a verdade" (lJo 2.4; cf. 1.6; 3.7,8). O crente deve ter em mente que todos os pecados, até mesmo os menos graves, podem levar ao enfraquecimento da vida espiritual, à rejeição da direção do Espírito Santo e, daí, à morte espiritual (Rm 6.15-23; 8.5-13). E)A C a rn e É F ra ca (M t 26.41) "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca " (Mt 26.41). O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da "carne", o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2Tm 2.12; Ap 12.11; Ef 6.11). 24 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo F) O P eca d o A tin g iu Toda A H u m a n id a de (R m 3 .2 3 ; Rm 5 .1 2 ; Rm 6 .1 3 ; R m 8 .3 ) "Porque todos pecaram e destituídos estão da giória de Deus" (Rm 3.23). ■v Nos capítulos 1 a 3 de Romanos, Paulo demonstrou que todo mundo, seja gentio ou judeu, é escravo do pecado. Em Rm 3.9- 18, ele explica o porquê disso e ensina que todo ser humano tem uma natureza pecaminosa, que o instiga ao pecado e ao mal (ver Rm 3.10-18). Disso resulta que todos são culpados e estão sob a condenação divina (Rm 3.23). A solução de Deus, para essa situação trágica, é oferecer perdão, ajuda, graça, justiça e salvação a todos, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.21-26). "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". Este versículo entre outros, expressa o exato conceito da natureza humana. Todas as pessoas, no seu estado natural, são pecadoras. A totalidade do seu ser é afetada negativamente pelo pecado, sendo também propensas a conformar-se com o mundo, quanto ao diabo (Mt 4.10), e quanto à natureza pecaminosa. Todos são culpados de desviar-se do caminho da piedade para o caminho do egoísmo. G ) O P e c a d o É U m a R e a lid a d e P r ó x im a (H b 1 2 .1 ) "Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta " (Hb 12.1). Esta corrida é o teste da fé neste mundo, que dura a vida inteira (Hb 10.23,38; 12.25; 13.13). 25 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Muito mais que a mudança da cultura, o ESPAÇO E O TEMPO determinam variações na sociedade e na forma das pessoas encararem o mundo e as suas questões, sendo que isto se denomina vatoração ou axioma. Diante disto é possível afirmar que: No século passado no Brasil os elementos culturais, sociais e axiomáticos eram outros dos presenciados hoje. Até bem pouco tempo atrás (50 anos é pouco tempo!) era honroso para os homens o uso de chapéus, hoje, no entanto... Os fatores culturais, sociais e axiomáticos influenciam a produção literária e artística, a formação das leis5, a política e a religião. No entanto, diante do inegável ciclo que cada geração pode representar, para nós, ministros do Senhor, importa considerar que: 1 A Palavra de Deus não muda em razão ou por imposição das mudanças culturais. (Mt 24.35; Is 55.11; SI 89.34) 1 O Padrão Bíblico para o exercício do ministério não muda em razão ou por imposição das mudanças culturais: Princípio "TU PORÉM..."6 (2Tm 3.1-17) "Sabe, porém, isto: que nos úitimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de s i mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, 5 Certos atos eram considerados crimes no passado, e hoje já são considerados como normais. 6 Na linha de raciocínio proposta, a utilização do versículo de 2Timóteo procura enfatizar que mesmo que as gerações mudem com seus ciclos (culturais, sociais e axiomáticos - e outros), o ministro mantém um padrão inalterável segundo a palavra de Deus. 28 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jam bres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto a fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me Hvrou; E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de m al para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. " 0 texto acima revela que há outro grande desafio para o obreiro, e para todo o cristão, que é preservar o padrão bíblico: a) Num mundo assoberbado e agitado (v.l). b) Numa época de sentimentos humanos e egoístas (v.2). c) Quando os valores morais são substituídos por valores irracionais (v.3) - "sem afeto natural'. 29 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo d) Entre pessoas más (v.4). e) Num ambiente carnalizado (v.4) - “amigos dos d e le ite i. f) Em meio à impiedade e corrupção religiosa (v.5). g) Num ambiente de perversão moral e sexual (v.6). h) Num ambiente de ignorância e mentira (v.7 e 8). O C o n t e x t o D a G e r a ç ã o A t u a l P ó s -M o d e r n id a d e 1.1) Ca ra cter iza n d o a Pó s-M o d ern id ad e Estamos vivendo um momento novo na história. Costuma-se dizer que a Idade Contemporânea começou em 1789, com a Revolução Francesa. Sociólogos, filósofos e antropólogos têm declarado que a Idade Contemporânea acabou e que entramos em uma nova Idade, a Pós-Moderna. Está acontecendo uma revolução enorme na maneira de ver o mundo, e isto tem muito a ver com a igreja. Em 1789, o lluminismo entronizou a Razão como deusa dos homens. Entramos no período da razão, uma razão, uma época racionalista e científica. Na Catedral de Notre Dame, símbolo maior do cristianismo, na França, uma estátua simbolizando a Deusa Razão foi instalada. O cristianismo foi mostrado como sendo apenas uma relíquia cultural. Nos anos sessenta e setenta, vimos, muitas vezes, ataques contundentes ao evangelho e à religião, em nome da ciência e da lógica. A religião era considerada como um absurdo. A razão humana era suficiente para explicar o mundo. Tomando o lugar de Deus no ideário humano ela poderia nos ajudar a resolver todos os 30 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo A Bíblia esclarece que os últimos dias seriam marcados com o avanço da ciência e do conhecimento7, mas também recomenda que ninguém deva saber mais do que convém... Neste tópico cabe uma reflexão sobre quando o conhecimento (secular, e até teológico) prejudica o relacionamento do homem com Deus (2Tm 2.23 e Ec 1.17-18) ■/ A Desreferencializacão: ausência de referência para o mundo e ações. Por exemplo, não se tem como referência alguém que realizou um grande movimento social ou espiritual (como no século passado com os diversos Heróis da Fé), mas a referência pós-moderna é, por exemplo, alguém que possa vender produtos. É por estes motivos que um "jogador de futebol', torna-se uma referência, pois sua imagem é oportuna para que referida indústria venda seus produtos. Se a referida "referência" deixar de "vender" produtos, substitui-se a referência por outra. Esta prática conflita com a Bíblia que indica referências piedosas primeiramente em Cristo (ICo 11.1 e ICo 4.16) e em muitos homens (Hb 11.17-40). ■S A Entropia: que com a aceitação de todos os estilos e estéticas, pretende a inclusão de todas as culturas como m ercados consum idores. Opera-se uma abertura e aceitação para todas as culturas práticas. Tudo é permitido! Tudo é liberado! É pregado o liberalismo social: não importa no que você crê e o que você faz (pois isto lhe será respeitado), desde que você esteja inserido no contexto do consumo (ICo 6.12; 10.23) 7 A pós-modernidade se fundamenta em 04 revoluções: científicas, política, cultural e a técnica. 33 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo S Re lativizacão Dos V a lo res M o ra is: é a inversão do “ser" (não mais importa "ser"), e sim o "ter". (Lc 12.20) Enfim, a pós-modernidade representa um ciclo que vai muito além dos limites da economia e comércio, pois influência a música, a literatura, as artes, os relacionamentos e até mesmo a religião. Estamos vivendo uma nova fase no pensamento da humanidade. Na realidade, é uma revolução cultural que vem se processando, e que afeta todos os níveis da nossa vida. As coisas estão mudando com muita rapidez e muitos de nós não as enxergamos. Nossa visão é micro, centrando-se em pequenos detalhes, quando precisa ser macro, vendo o global. Com esta visão macro poderemos perceber que por influência da pós-modernidade valores educacionais, sociais, políticos, morais e religiosos estão sendo contestados e outros estão sendo propostos para seu lugar. Por influência da pós-modernidade não é sem motivos que muitas igrejas estão "deixando o povo fazer o que bem entendem" desde que se tornem fieis consumidores de seus produtos! O tema é instigante, contudo o limite do tema em estudo não permite maiores comentários, bastando apenas os sucintos comentários como visão geral do contexto que vivemos atualmente, e DE COMO O OBREIRO DEVE ESTAR ATENTO - E PREPARADO - para a realidade da pós-modernidade. Não obstante os diversos conceitos sobre o momento cultural em que vivemos, O QUE NOS INTERESSA é a análise do enfoque e conceito BÍBLICO sobre o atual momento em nossa sociedade. 34 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo 1.4) M o m en to C u ltu r a l A t u a l - E r a Do s D ir eito s H u m a n o s- Ig r e ja D e La o d ic é ia (A p 3.14-19) "E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fie l e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende- te". Conforme o versículo 14 aquele que envia a carta à Laodicéia se identifica como o Amém. Isaías 65.16 fala do "Deus do Amém", isto é, "o Deus da verdade". Como designação pessoal, refere-se a quem é perfeitamente fidedigno ou fiel, em quem todas as promessas de Deus são Nele sim (2Co 2.20), e testemunha fiel e verdadeira. E ainda como soberano v.14. A palavra grega pode significar primeiro no tempo ("princípio") ou primeiro em categoria ("soberano"). Laodicéia, próxima à atual Denizli. Nos tempos romanos, era a cidade mais rica da Frigia, amplamente conhecida por seus estabelecimentos bancários, sua escola de medicina e sua indústria têxtil. Sua fraqueza principal era a falta de bons suprimentos de água. Cada uma dessas características é refletida na carta. Laodicéia ficava no entroncamento de três estradas que atravessavam a Ásia Menor. De modo natural, ela se tornou um grande centro comercial e administrativo. Três fatos que se 35 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo 1.5) U m V islu m bre Pa r a o Fu tu r o : Cao s O u Eter n id a d e? (2Tm 3.13-17) Diante de tudo o que se expôs o futuro será um caos? Nosso futuro será um caos? Não existirão mais obreiros como antigamente? Se os decanos sucumbirem à morte, os novos obreiros serão engolidos pelas suas gerações? É evidente que não, pois o Deus que sustém a igreja (Mt 16.18) e o ministério, também sustém os seus obreiros (Jr 3.15). Na orientação de Paulo a Timóteo, há uma referência da "geração" que ambos viviam, e a esperança que o ministro fiel não será corrompido por ela (2Tm 3.13-17). "Mas os homens maus e enganadores irão de m ai para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitam ente instruído para toda a boa." A s p e c t o s Im u t á v e is e B íb l ic o s N o M in is t é r io Fu n d a m e n t o s D o M in is t é r io 1.1) San tid ad e Fomos escolhidos não meramente para sermos salvos e sim para sermos santos (Ef 1.4). O padrão de Santidade é imutável e irrenunciável para o Ministro. Contudo, a santidade é o resultado — 38 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo e não o fundamento — dessa escolha feita por Deus. Refere-se tanto à santidade outorgada ao crente por meio de Cristo quanto à santificação do crente (ICo 1.2). 1.2) Busca Da Perfeição Em C risto Fomos chamados não apenas para ter a Deus como Pai, e sim para sermos perfeitos como Ele é (Mateus 5.48 ("fe/e/ds" = maduros completos). Cristo estabelece o ideal sublime do amor perfeito (cf. v. 43-47) — mas nem por isso conseguimos alcançá-lo totalmente nesta vida. Ele não deixa, porém, de ser o elevado padrão de Deus para nós. 1.3) M o d elo Da Esta tu r a D e C r isto : O Pa d rã o D e Referên cia Do M in istério - C risto - É Im u tá vel O importante não é exercer o ministério, mas chegar à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13-15). "À medida da estatura" não a maturidade da convicção doutrinária que acaba de ser mencionada, nem a maturidade que encerra a capacidade de termos bons relacionamentos (cf. v. 2,3), mas a maturidade do caráter perfeitamente equilibrado de Cristo. 1.4) Qualidade Deus não quer apenas quantidade e sim qualidade. A igreja deve ser edificada (construída) com ouro, prata e pedras preciosas, e não com madeira, feno e palha (ICo 3.12). O ministério que serve à igreja não pode prescindir de ser formado com os mesmos elementos que moldam a Igreja. Neste tópico é possível exemplificar ministérios que se fundamentem na madeira, feno e palha e outros em ouro, prata e pedras preciosas. "Maldito aqueie que fizer a obra do SENHOR reiaxadamente" (Jr 48.10) 39 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O aspecto qualidade se sobrepõe ao aspecto quantidade. O obreiro não é avaliado pelo Dono da Obra pela quantidade de seu ministério, mas sim pela qualidade (Mt 25.21,23). 1.5) O b jetiv o Do M in istér io O objetivo do ministério de salvar almas, e apresentar o homem perfeito em Cristo é imutável (Cl 1.28). Apesar dos descalabros evangélicos que tentam ofuscar o brilho do ministério cristão, esse, uma vez desenvolvido em conformidade com a Palavra de Deus, continua sendo glorioso. Paulo escreveu a Timóteo, jovem pastor de Éfeso, ressaltando a sublimidade do ministério (lTm 3.1). O Apóstolo dos gentios é um grande exemplo de alguém que desenvolveu o ministério cristão com a dignidade e a sinceridade que lhe é devida. A glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o evangelho e na salvação e edificação dos fiéis. 1.6) H u m ild a d e E S er v iço O obreiro não se serve do ministério, mas serve o ministério (Fp 2.2-10). Se o obreiro corromper este fundamento estará corrompendo o próprio ministério. O obreiro deve ser humilde e servir (Ministério da "Ordem da Toaihd' - Jo 13.4,5). Espera-se que um obreiro cristão seja a representação viva da pessoa, vida e ações de Cristo no mundo. Só para lembrar, a vida e os atos de Jesus Cristo foram um legado de amor, justiça, compaixão, perdão, humildade e um compromisso com o serviço dedicado a Deus em favor dos homens e do mundo. Sem estes, de fato todo o cristianismo perde todo o seu sentido e a morte do jovem Cristo não teria passado de mais uma fatalidade humana na casa de José e Maria. 40 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo © O Lição II ^ (a □ □ CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Anotações: CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O M in istér io N o A n tig o T esta m en to 2 ) M in is t é r io Sa c e r d o t a l A) D efin iç ã o G e n é r ic a D e S a c e r d o t e Um ministro autorizado de uma deidade, que, em nome de um povo oficia ao altar e em outros ritos, agindo como mediador entre a deidade e o homem. B) D efin iç ã o C o m Ba se N o s E le m e n t o s B íb l ic o s : "Um oficial escolhido, ou um príncipe, habilitado por Deus, para se aproximar de Deus para ministrar em favor do povo. Ele é responsável por oferecer os sacrifícios divinamente ordenados, para executar os diferentes ritos e cerimônias referentes a adoração a Deus, e por ser um mediador entre Deus e o homem". Jesus Cristo é o perfeito Sacerdote, mediador de uma nova aliança (SI 110.4; Hb 5.6; 5.10; 7.17). C) In st it u iç ã o D o S a c e r d ó c io S Sacerdócio da Ordem de Melquisedeque (Gn 14.17-18). S Sacerdócio da Ordem de Arão (Ex 28.1). "Depois tu farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus fiihos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe, e Abiu, E/eazar e Itamar, os filhos de Arão" (Gn 28.1). 45 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo b) Exercício da Herança com os necessitados: A herança dos sacerdotes deveria ser utilizada em prol das pessoas necessitadas, pois das 48 oito cidades recebidas, algumas delas eram destinadas ao refúgio dos necessitados, inclusive para refúgio de homicidas (Nm 35.6). c) Idade para ingresso e término no ministério: Idade mínima 30 anos; idade máxima 50 anos (Nm 4.2; 4.24; 4.30; 4.39). Jesus cumpriu a lei ao iniciar seu ministério com 30 anos. d) Não exerciam outra função ou labor remunerado: O sacerdote não podia exercer nenhuma outra atividade que lhe desse remuneração. Despendida das ofertas lançadas sobre o altar (Nm 18.21). C) L im it es So c ia is a) Nos relacionamentos: Os sacerdotes não gozam de plena liberdade para se relacionar com o povo, pois Deus lhes exigia uma separação completa. Até mesmo para o casamento havia restrições (Lv 21.7; Lv 21.13-14). b) Separados do povo: Os sacerdotes não podiam participar sequer de velórios de parentes não consanguíneos de primeiro grau (Lv 21.1). c) Vida abnegada: A abnegação exigida ao sacerdote era exigida, em igual forma, de sua família, a ponto que a transgressão de seus filhos podia afetar seu ministério (Lv 21.9). d) O exercício ministerial como aparente forma de segregação social: Pessoas portadoras de necessidades físicas (temporárias ou permanentes) eram impedidas de exercer o ministério (Lv 21.16-24). Não podiam: • Ter defeito; 48 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo • Ter deficiência visual; • Ser coxos (mancos); • Ter nariz chato; • Ter membros demasiadamente compridos; • Ter pé e mão quebrada; • Ser corcunda, não podiam ser anão (pequena estatura); não podiam possuir defeito no olho (diferente de não ter visão); não podiam ter sarna ou impigem (marcas no corpo), e não podiam ter os testículos mutilado; • Ter deformidade. "Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, Ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada, Ou corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que tiver testículos mutilado, nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do SENHOR; defeito nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Ele comerá do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do Santo. Porém até ao véu não entrará, nem chegará ao altar, porquanto defeito há nele, para que não profane os meus santuários; porque eu sou o SENHOR que os santifico. E M oisés falou isto a Arão e a seus filhos> e a todos os filhos de Israel." (L v 21.16-24) Cada uma das características citadas acima tornavam o sacerdote diferente da sociedade, pois numa época em que os recursos eram escassos era difícil que uma pessoa normal 49 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo conseguisse alcançar o nível de perfeição exigida por Deus como condição para o exercício do ministério. Como imaginar que uma pessoa que era causticada no sol do deserto não tivesse impingem em sua pele? È perfeitamente presumível que para o exercício do sacerdócio o candidato tivesse que ser segregado (separado) do convívio social, como condição de alcançar as qualidades exigidas por Deus. É evidente que a interpretação exegética de todas as exigências para o exercício sacerdotal no Antigo Testamento podem ser utilizadas como figuras das atuais exigências e desafios para o exercício do ministério na atualidade. D) D esa fio s Do Sa c e r d o t e Fr en te À G er a ç ã o D e S u a É p o c a a) A Santidade como desafio individual (Lv 21. 6-7). b) A Santidade como qualidade individual, intransferível (Ag 2.13- 14). "Se alguém leva carne na orla das suas vestes, e com ela tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em outro qualquer mantimento, porventura ficará isto santificado? E os sacerdotes responderam: Não. E disse Ageu: Se alguém que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam, dizendo: Ficará imunda, então respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o SENHOR; e assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é ." c) A Santidade como desafio coletivo (Hb 5.3). Para o sacerdote do Antigo Testamento a santidade não se constituía apenas num desafio individual, mas era-lhe exigido o cuidado com a santidade do povo, para o qual e em favor de quem os sacrifícios eram oferecidos a Deus. 50 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo dom natural que tenham recebido e exercem seu ministério com engodo. Enfim, poucos estão exercendo seus ministérios com tudo o que é relativo ao altar. Pelo texto bíblico em análise podemos concluir que o sacerdote era constrangido a exercer o seu ministério com tudo o que é concernente ao altar. 2e) Nos limites do que está dentro do véu: O ministério sacerdotal era exercido dentro de um limite imposto por Deus, que significava a divisão. Para nós, no entanto, o limite do véu não existe, pois o sacrifício de Cristo possibilitou que o véu fosse rasgado "do alto para baixo" (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). 3°) Dentro da dádiva ministerial (Hb 5.4): O sacerdote deveria encarar o ministério sacerdotal como dádiva de Deus, significando que não poderia avocar para si nenhuma vantagem ou qualidade particular especial e diferenciada, senão o dom gratuito de Deus em possibilitar que um homem mortal e pecaminoso pudesse fazer o elo entre Deus e os homens. Este limite ainda subsiste entre nós, pois ninguém pode avocar (ou se jactar) de alguma qualidade especial para o exercício do Ministério, apesar de existirem ministros propagando suas mensagens dizendo terem suposto "crédito no céu", e que por conta disto podem exercer o ministério de forma diferenciada. Na realidade, fomos chamados por Deus pela Sua infinita misericórdia, e o fato dEle nos usar nada mais é que um favor imerecido, ou uma dádiva ministerial. i) Desafio para administrar as coisas "santas" e "santíssimas" (Nm 18.18): 53 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O trabalho ministerial do obreiro no Antigo Testamento guardava uma característica interessante, porque o trato com as coisas santíssimas exigia uma reverência e dedicação especialíssima. Somente de colocar a mão em objetos sagrados da forma inadequada (sem santificação) e inoportuna (fora do momento do culto) já resultava em pesadas sanções para o ministro. 2 .3 ) O D e se m p e n h o D o M in is t é r io N o A n t ig o Te st a m e n t o Ainda relacionado ao ministério no Antigo Testamento era exigido o desempenho: Adequado, com padrão santidade e Oportuno, em momento especial. São lições que nos ensinam muitas verdades espirituais, pois um grande desafio para os obreiros da atualidade e saberem respeitar as coisas santíssimas para ministrarem de forma ADEQUADA e OPORTUNA: A) Fo r m a A d eq u a d a Pa r a Ex er c íc io M in is t e r ia l Quantos obreiros há que menosprezam a forma adequada para exercerem o ministério. Mas o prezado aluno pode perguntar o que ou qual é a forma adequada de exercer o ministério?Lançamos mão para ilustrar, entre tantas possíveis: a) Ev it a r o p e r ig o d a s in o v a ç õ e s A preocupação do apóstolo Paulo com os irmãos de Corinto, se encaixa perfeitamente dentro de nossa época, quando alguns estão confundindo a necessidade de renovação espiritual com inovação humana. Observe isto: "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como 54 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo virgem pura a um só esposo\ que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia\ assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo"[2Co 11.2,3). Atenção! Todo o cuidado e zelo devem ser priorizados, para que não sejamos tragados pelo engano do mundo. b) L in g u a g e m S ã É determinação do velho e mestre apóstolo Paulo, para que seu discípulo Timóteo se tornasse um padrão na maneira de conversar. Aliás, é bom que fique claro o que envolve este aspecto do comportamento humano, conforme vemos: 1) Totalidade da voz. O ministro deve moderar sua voz para que não fale gritando, nem fale tão baixo que seja difícil ouvi-lo. Falar alto demais pode parecer exaltação, falta de convicção do que se fala, ou até mesmo falta de educação. i Vocabulário. O vocabulário do pastor não deve ser recheado de gírias e palavras obscenas (Ef 5.3; SI 34.13; Pv 13.3; 21.23). Durante a pregação, devemos ter cuidado para não usar palavras "pesadas", ou então palavras incompreensíveis aos ouvintes. 0 vocabulário deve ser de acordo com o auditório. Porém, é sempre preferível usar um vocabulário simples para ser compreendido. c) U m O b r eir o C en tr a d o Na s Esc r it u r a s Um obreiro centrado nas Escrituras, e não em insights (ou deduções) que ele julga serem uma revelação especial de Deus. Centrado na Bíblia mais que na tradição denominacional. Um obreiro que domine bem as Escrituras, que saiba usá-las. Mas isto não significa apenas recitar versículos e saber encaixá-los em determinadas mensagens. Significa um obreiro que se paute pela Bíblia, que leve a igreja a se pautar pela Bíblia, e que leve os crentes a se estruturarem sobre a Bíblia. 55 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Hodge (Idem, p. 1053), ao falar da natureza da regeneração, afirma que "a mudança não se dá nem na substância nem nos meros exercícios da alma, mas naquelas disposições, princípios, gostos ou hábitos imanentes que subjazem a todos os exercícios conscientes, e determinam o caráter do homem e de todas as suas ações". Grudem (Idem, p. 586) declara que a regeneração nos afeta como pessoas integrais, ou seja, cada parte de nós é afetada pela regeneração (2Co 5.17). A regeneração é um evento único e instantâneo (GRUDEM, Ibdem). É uma mudança instantânea operada secretamente por Deus em nós, e só se conhece em seus resultados (STRONG, Idem, p. 522). É preciso entender que algumas condições ou práticas não sinalizam, nem garantem a realidade da regeneração na vida do obreiro: > Nascer num lar cristão; > ter uma linguagem e uma conduta moral íntegra; > ter conhecimento bíblico teológico; > ter uma boa habilidade de comunicação e oratória; > ter habilidades de liderança e administração; > saber pregar ou ensinar; > falar em outras línguas; > promover ou contribuir para o crescimento da igreja, de uma congregação, de um órgão ou departamento. A regeneração deve ser uma experiência vivenciada por aqueles que almejam ou já exercem o santo ministério. As implicações práticas da regeneração na vida do obreiro se manifestam da seguinte forma: i. A regeneração é o primeiro requisito para ser obreiro, visto que para ser obreiro é preciso antes ser um cristão autêntico, nascido de novo (Jo 3.3); 58 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo ii. a regeneração é uma experiência pessoal e sobrenatural com Deus, como muitas que o obreiro deve ter em sua trajetória ministerial (Lc 3.22; At 9.1-9); iii. a regeneração possibilita a habitação do Espírito Santo na vida do obreiro, lhe proporcionando consolo, socorro, direção, etc. (Jo 14.16-17); iv. a regeneração possibilita o revestimento de poder, necessário para potencialização de nossas realizações (Lc 4.14; 24.49; At 1.8; 10.38); v. a regeneração possibilita a concessão dos dons necessários para o exercício do santo ministério (Rm 12.1-8; ICo 12.11; Ef 4.11; 2Tm 1.6-11); vi. a regeneração possibilita o desenvolvimento e manifestação do fruto do Espírito na vida e ministério do líder e obreiro cristão (Gl 5.22-25); vii. a regeneração possibilita para o líder e obreiro cristão um viver cheio do Espírito Santo (Lc 4.1; Ef 5.18). e) A Ética E O O breiro Ética é a ciência dos deveres do homem; uma ciência que ensina como proceder na sociedade. A ética vem a ser, pois, um código de regras ou princípios morais que regem a conduta, considerando a ações dos homens com referências à sua justiça ou injustiça, tendência ao bem ou ao mal. Tomada como disciplina de ordem puramente humana, a ética é um ramo da Filosofia, porque examina e investiga uma parte da experiência humana, a que concerne à vontade responsável e à conduta moral. Atualmente, quase todas as profissões seculares dispõem de um código de ética profissional, com vistas a orientar o comportamento de seus associados. Que diremos do Ministério Evangélico? Que diremos das santas normas reveladas nas Escrituras e fundamentadas no caráter santo do Senhor? 59 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O ministro de Deus tem de "orientar" sua vida de tai modo que "não se torne causa de tropeço nem para judeus, nem para a Igreja de Deus" (ICo 10.32). Portanto, o ministro do Evangelho não pode fugir à ética, sob pena de cometer falhas irreparáveis, que, acumuladas ao longo dos anos, podem comprometer seriamente seu ministério. Não temos a pretensão de estabelecer princípios ou normas próprias ou meramente humanas, antes, nosso alvo é mostrar o que diz a Bíblia, com o objetivo de ajudar nossos futuros ministros. B) Fo rm a O po rtu n a Pa ra Exercício M in isteria l Quantos obreiros há que exercem o ministério de forma INOPORTUNA. Exemplos: a) O b reiro s Desco n textu a liza d o s E S em Fo rm a ção No M in istério Obreiros descontextualizados que passaram do tempo no ministério, retrógrados e despreparados teologicamente são comuns em nossas igrejas. O advogado, por exemplo, após estudar quatro anos, tem mais um ano de estágio para exercitar-se nas leis e no exercício de sua profissão. O médico, o engenheiro e outros profissionais liberais também passam por este processo. Por que não com aqueles que exercem o ministério da Palavra, considerada a ciência de Deus para os homens? Por que não aperfeiçoar os conhecimentos teológicos em função do exercício ministerial? O conhecimento teológico é considerado o conhecimento de Deus, através do qual as escolas teológicas ensinam a hermenêutica, a homilética, a cultura religiosa, entre outras. Observe isto: A hermenêutica é a arte de interpretar textos e divisões de versículos em assuntos e conteúdos. A homilética é a arte de falar, pregar e ensinar. 60 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Jesus deixou uma lição clara a respeito dos trabalhadores. Ele disse que eles são poucos, ou pelo menos era para ser, mas hoje eles não são poucos, hoje eles não são trabalhadores que se dispõe ao Reino, mas sim são profissionais que escolheram a profissão de "Ministro do Evangelho" para ganharem a vida com cachês ("ofertas ?"), e quem sabe com o passar do tempo conseguirão uma igreja que lhes garanta estabilidade profissional. Vivemos hoje o mesmo dilema de Abraão e Sara, que estavam debaixo da promessa, mas que por não entenderem o tempo de Deus, pegaram um atalho chamado Hagar. O objetivo foi alcançado, um herdeiro havia nascido e estava sendo preparado, mas fruto da vontade humana - "Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque" (Gn 21.9). Ismael representa os obreiros formados pelos atalhos ministeriais, fora de tempo e fora da vontade de Deus, mas Isaque representa aqueles que nascem de um milagre divino, afinal, Deus escolher, chamar, capacitar um homem para o santo ministério não configura aí um milagre? Mas o conflito estava vivo, Ismael zombando de Isaque. Porventura não vivemos hoje algo semelhante, não estão os "Ismaéis" zombando dos "Isaques" de Deus, os "Ismaéis" são formados pela rapidez dos atalhos, mas pela mesma rapidez são despedidos, e ou substituídos por fracassarem no propósito divino, pois o compromisso de Deus é com a sua perfeita escolha, e a escolha de Deus, sempre é fora do tempo do homem (J.M. Antunes). d) O b reiro s Com C rise No Exercício M in isteria l Obreiros com crise no exercício ministerial não estão no ministério correto e para o qual possuem vocação e qualificação. Portanto, em tais condições, estão fazendo a obra de maneira inoportuna. 63 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo O termo pastor no Antigo Testamento, era o ra'ah, cujo sentido primário é o de "alimentar", "dar pastagem". Os pastores são os líderes de modo geral (lRs 22.17; Ez 34.5; 37.24; Zc 11.16; 13.7). Deus se revela, em SI 23.1; 80.1; Is. 40.11; Jr. 31.10, como o pastor de Israel. No Novo Testamento, pastorear vem de poimen, substantivo que significa, como em hebraico, "apascentar, alimentar". Em Ef. 4.11, os pastores são apresentados como dádivas ministeriais de Cristo para a edificação da igreja. Infelizmente, nem todos os pastores se adéquam ao modelo bíblico. Apascentam apenas a si mesmos, não têm qualquer cuidado pelo rebanho. Nestes dias difíceis, o pastorado está sendo confundido com uma profissão. Os pastores exploram as ovelhas, extorquem suas peles a fim de satisfazerem suas ganâncias pessoais. Os pastores de Judá, ao invés de darem o exemplo, tornaram-se falsos líderes (Jr 23.1,8; 10.21). No tempo de Jeremias, os pastores não conduziram sabiamente o rebanho de Deus. Eles perderam a misericórdia e passaram a explorar as ovelhas. Os líderes, guiados pela idolatria, tornaram-se responsáveis diretos pelo julgamento iminente. O termo pastor, no contexto da passagem, se refere a toda liderança de Judá. Os reis, os sacerdotes e os profetas, todos eles deveriam se portar decentemente perante o povo, ele, no entanto, fizerem um pacto para desobedecer ao Senhor, e pior que isso, justificaram que tudo o que faziam era a vontade Deus. Hoje, do mesmo modo, há pastores que tudo fazem, até mesmo vão de encontro à Palavra de Deus, justificando que estão agindo em prol do "reino de Deus". e) O b reiro s Sem Vo ca çã o M in isterial O obreiro deve alimentar e proteger as ovelhas. O alimento que verdadeiramente nutre o rebanho é a Palavra de Deus. 64 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Infelizmente, os pastores (obreiros), estão substituindo essa refeição saudável (a Palavra de Deus) por fast foods industrializados. Algumas igrejas evangélicas estão desnutridas, ainda que haja aparência de saúde. Isso porque os pastores não levam mais a palavra para os púlpitos. As mensagens de autoajuda, as histórias infundadas e os "tristemunhos" assumiram a proeminência na igreja. Para que o povo não se ausente da congregação, os pastores estão fazendo concessões. Alguns citam Paulo, dizendo que é preciso se fazer de tolo para ganhar a todos. O Apóstolo dos Gentios, no entanto, nunca abriu mão do genuíno evangelho. Na verdade, opôs-se frontalmente a todo evangelho que não fosse o de Jesus Cristo (Gl 1.7-9). Os pastores que cuidam das ovelhas do Senhor devem, primordialmente, ter compromisso com a Palavra de Deus. Além disso, é preciso que amem o rebanho do Senhor, saibam, conforme revelou Paulo em Éfeso, que não são donos das ovelhas, por ainda que usem da autoridade, não podem ser autoritários. Um pastor que não ama tende a controlar as ovelhas pela força e, não poucas vezes, a exagerar na dose, supervalorizando o poder em detrimento do amor. O resultado são relacionamentos superficiais, fundamentados no medo e que, não poucas vezes, resultam em abuso espiritual, e não poucas vezes, em doenças psicossomáticas. f) O O breiro V o ca cio n a d o D eve T er Jesus Co m o Exem plo O obreiro vocacionado por Deus segue o exemplo de Cristo, o Bom Pastor (Jo 10.1-9). Os falsos pastores não entram pela Porta (Cristo), mas sobe por outra parte. O pastor comprometido com a obra é aquele que olha para Cristo, desejando glorificá-lo, fazendo tudo no poder que Ele outorga, pregando Sua doutrina, andando em Seus passos e se esforçando para conduzir os pecadores a Cristo. 65 CL IADLI3 / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido. Nepotismo ocorre quando, por exemplo, um funcionário é promovido por ter relações de parentesco com aquele que o promove, havendo pessoas mais qualificadas e mais merecedoras da promoção. Alguns biólogos sustentam que o nepotismo pode ser instintivo, uma maneira de seleção familiar. Parentes próximos possuem genes compartilhados e protegê-los seria uma forma de garantir que os genes do próprio individuo tenha uma oportunidade a mais de sobreviver. Um grande nepotista foi Napoleão Bonaparte. Em 1809, 3 de seus irmãos eram reis de países ocupados por seu exército. As igrejas do Novo Testamento nunca conheceram, nem praticaram tal heresia: nunca os pastores neotestamentários prepararam filhos ou descendentes para serem seus sucessores à frente de igrejas que dirigiam. Nenhuma igreja de Deus é empresa humana. Jesus é O ÚNICO DONO DA IGREJA. Preparar filhos para sucessão é negar à fé no que Deus nos deixou. Os pastores são da igreja local, mas a igreja local não é deles. Esse nepotismo ou empreguismo religioso é o catolicismo romano no protestantismo. Essa sucessão pastoral humanamente dirigida é uma vergonhosa herança romanística no meio protestante. Não me refiro ao cristianismo bíblico, neotestamentário. É mundanismo religioso (Rm 12.1-2). O nepotismo em movimentos religiosos atuais representa invasão dos desejos humanos no governo de igrejas. É bom ler Hebreus 5.1-4. Desde o Antigo Testamento Deus colocava sacerdotes. Deus ordenou que era Arão e seus descendentes e ninguém podia tomar para si a honra de escolher quem quer que fosse. Não havia opção humana. Deus já tinha escolhido. Coré quis invadir essa determinação divina e se deu mal (Nm 16; Jd 11). 6 8 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Nepotismo representa ignorância quanto à natureza sacerdotal do povo de Deus nos dias da Era da Graça. Sabemos que acabou qualquer casta sacerdotal nestes últimos dias. Todos somos iguais nos dias de hoje. Somos constituídos por Jesus Cristo "reino e sacerdotes para o seu Deus e Pai". Apocalipse 1.4-6 precisa ser levado a sério. Acabou uma casta sacerdotal. TODOS somos sacerdotes. Somos realmente um sacerdócio sagrado. O Senhor desaprova tornar a igreja Dele um bazar para vendilhões (Mt 21.12-13). Representa indébita intromissão humana a escolha de homens para administrar a igreja de Deus. Atos 14.23 mostra que a escolha do presbitério de cada igreja era feita "depois de orar com jejuns". Enfim, deixemos nossos descendentes seguir o que Deus quer para eles. Deixemos que sigam suas carreiras conforme seus dons pessoais recebidos de Deus. Não os amaldiçoemos com a nossa ambição materialista. Não infernizemos suas vidas fazendo deles pastores fabricados por seus ancestrais "bem" intencionados, pois que farão um ministério de animadores de programa, forçados pela determinação de uma monarquia religiosa humanólatra. Deixemos Deus, e o Espírito Santo constituírem os seus pastores para as suas igrejas compradas pelo sangue do Deus Filho, o Senhor Jesus Cristo. O MINISTÉRIO NO NOVO TESTAMENTO No Novo Testamento o ministério cristão teve início quando Jesus comissionou os primeiros discípulos (Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10). Bem verdade que na época em que o Novo Testamento foi escrito existia o ministério exercido pelos religiosos judeus, contudo, o estudo procura se focar apenas no ministério cristão, considerado para fins didáticos, em dois grandes grupos: 69 Cl IADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo 1 O Ministério Apostólico 1 O Ministério Episcopal/Eclesiástico 3 .1 ) M in is t é r io A p o s t ó lic o 11: Para iniciar este tópico é preciso reconhecer que existe muita controvérsia quanto o exercício do ministério apostólico, mui especialmente se atualmente este ministério subsiste. Para alguns prevalece a ideia que somente existiram doze apóstolos, dotados das seguintes características: a) Responsáveis pela transmissão das Doutrinas básicas da Igreja, sob inspiração do Espírito Santo; b) Foram comissionados diretamente pelo Senhor Jesus Cristo; c) Formavam um grupo fechado de 12 pessoas; daí a necessidade de substituir o impostor/traidor, e o reconhecimento de seus nomes na nova Jerusalém. d) O ministério apóstolo foi extinto com a morte do último apóstolo. Para outros, deve prevalecer a ideia que o ministério apostólico permanece em nossos dias12, a ponto de, como citamos anteriormente, alguns se autodenominarem "apóstolos"13. 11 A palavra apóstolo provém do grego, "apóstolos" e significa simplesmente, "um enviado". 12 Quanto Paulo, em Efésios se refere aos cinco dons ministeriais, ele não está tratando de cargos hierárquicos na Igreja de Cristo, mas de capacidades dadas pelo Senhor Jesus para aqueles que Ele chama para exercerem o ministério em Seu Nome. Quando Paulo trata de ofícios (cargos de responsabilidade e autoridade corporativa), ele oferece as qualificações daqueles que irão preencher tais ofícios (lTm. 3; Tito 1:5-9). Assim que, a pretensão dos que dizem estar restaurando o ministério de apóstolo nas igrejas é falsa, pois tal dom sempre existiu e operou na vida daqueles que foram chamados pelo Senhor para o Seu serviço. 13 È interessante que Pedro e João mesmo sendo legítimos "apóstolos" apresentavam-se às Igrejas como "presbíteros" (IPe. 5:1-3; 2 e 3 João). 70 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempò dos gentios". O próprio Jesus disse: "Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, por ventura, até ao céu? Descerás até ao infernd' (Mt 11.23). Não obstante, Jesus fez desses doze homens, líderes vigorosos e porta- vozes capazes de transmitir com clareza a fé cristã. c) D is c r im in a ç õ e s em r a z ã o de se u s t r a ç o s f ís ic o s , en tr e o s QUAIS A JOVIALIDADE EM QUE INGRESSARAM NO MINISTÉRIO: Nenhum dos escritores dos evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze. Dão-nos, contudo, minúsculas pistas que nos ajudam a fazer "conjeturas razoáveis" sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. É evidente que se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até o terceiro e quarto quartéis do século em que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Cristo, e muito provavelmente sofreram discriminações por este fato, principalmente dos representantes da religião judaica. d) A POSIÇÃO SOCIAL DOS APÓSTOLOS APÓS O ADVENTO DE CRISTO Tudo indica que a posição social dos apóstolos, após o advento de Cristo não sofreu grande alteração, e as discriminações sociais eram uma constante, inclusive com a imposição de penas de exílio (v.g. Apóstolo João) e morte (como forma de extirpação do meio social). Os apóstolos foram declarados persona nongrata para a sociedade Romana (poder militar e político), Judaica (poder religioso) e Grega (poder cultural - Atos 14.2). 3 .4 ) P o s iç ã o D o B isp o / P r e s b ít e r o N a S o c ie d a d e A princípio, os seguidores de Jesus não viram a necessidade de desenvolver um sistema de governo da Igreja. Esperavam que Cristo voltasse em breve, por isso tratavam os 73 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo problemas internos à medida que surgiam - geralmente de um modo muito informal. Mas o tempo em que Paulo escreveu suas cartas às igrejas, os cristãos reconheciam a necessidade de organizar o seu trabalho. O Novo Testamento não nos dá um quadro pormenorizado deste governo da igreja primitiva. Evidentemente, um ou mais presbíteros presidiam os negócios de cada congregação (Rm 12.6-8; lTs 5.12; Hb 13.7,17,24), exatamente como os anciãos faziam nas sinagogas judaicas. Esses anciãos (ou presbíteros) eram escolhidos pelo Espírito Santo (At 20.28), mas os apóstolos os nomeavam (At 14.23). Por conseguinte, o Espírito Santo trabalhava por meio dos apóstolos ordenando líderes para o ministério. Alguns ministros chamados evangelistas parecem ter viajado de uma congregação para outra, como faziam os apóstolos. Seu título significa "homens que manuseiam o evangelho". Alguns têm achado que eram todos representantes pessoais dos apóstolos, como Timóteo o foi de Paulo; outros supõem que obtiveram esse nome por manifestarem um dom especial de evangelização. Os anciãos assumiam os deveres pastorais normais entre as visitas desses evangelistas. Algumas cartas do Novo Testamento referem-se a bispos na igreja primitiva. Isto é um bocado confuso, visto que esses "bispos" não formavam uma ordem superior da liderança eclesiástica como ocorre em algumas igrejas onde o título é usado hoje. Paulo lembrou aos presbíteros de Éfeso que eles eram bispos (At 20.28), e parece que ele usa os termos presbítero e bispo intercambiavelmente (Tt 1.5-9). Tanto os bispos como os presbíteros estavam encarregados de supervisionar uma congregação. Evidentemente, ambos os termos se referem aos mesmos ministros da igreja primitiva, a saber, os presbíteros. 74 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Paulo e os demais apóstolos reconheceram que o Espírito Santo concedia habilidades especiais de liderança a certas pessoas (ICo 12.28). Assim, quando conferiam um título oficial a um irmão em Cristo, estavam confirmando o que o Espírito Santo já havia feito. Enquanto o Senhor Jesus não voltar para buscar o seu povo, a igreja precisa caminhar. Homens são preparados e ungidos para exercerem ministérios e darem continuidade à Obra do Senhor na face da terra. Há de se tomar muito cuidado nesse preparo e na escolha daqueles que nos sucederão e caminharão juntos conosco na Obra do Senhor. Para isto, devemos nos basear na Palavra de Deus e nos exemplos deixados por aqueles ministros da igreja primitiva, a saber, os presbíteros. Observando a palavra no Segundo Livro dos Reis, cap. 2.9-10, vemos que duas coisas nos chamam a atenção: a primeira, quando Eliseu pede como herança porção dobrada; a segunda quando Elias diz a Eliseu que se ele estiver perto, quando do arrebatamento dele, Eliseu alcançaria esta benção. Contando os grandes milagres de Elias, somaremos 7 milagres. Contando os de Eliseu, somaremos 14. Inclusive o morto que ressuscitou quando seu corpo foi jogado às pressas sobre os ossos de Eliseu. Porção dobrada confirmada. O que levou a Eliseu receber esta porção foi exatamente estar ao lado de seu senhor a todo instante. (2Rs 2.2,4). Eliseu afirma "não te deixarei". Isto confirma que Eliseu esteve a todo o instante perto de seu senhor. Isto demonstrava fidelidade, dedicação, amor, respeito e lealdade. Com isto, Eliseu teve uma grande oportunidade de aprender com os erros e acertos de seu senhor. Devemos fazer o mesmo com os obreiros que nos cercam. Nem todos os diáconos serão pastores, mas no meio deles, há alguns que o Senhor tem requerido uma vocação e tem dado em suas mãos um cajado que eles na maioria das vezes ainda não 75 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo ranzinzas. Mal humorados. Autoridade não nos vem pelo número de rugas que conseguimos imprimir na expressão facial, mais sim, por nosso testemunho e caráter cristão. O crente quando tem sal demais torna-se insuportável. Em lugar de passar para os outros o sabor da vida cristã, acaba afugentando as pessoas, com excesso de santidade. O fruto do Espírito inclui temperança (Gl 5.22; At 2.47; Fp 2.15), qualidade que não deve faltar aos obreiros da igreja de hoje. 3 .6 ) L im it e s D o M in is t é r io D o N o v o Te sta m e n t o Os limites do ministério no Novo Testamento tem ligação com o surgimento do cristianismo e da Igreja. Diante dos desafios que se colocavam o ministério de tais homens de Deus estava limitado no plano material, conquanto com demonstração de poder e autoridade. a) A u sên cia de recu rso s m a t e r ia is : "E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde" (At 3.16). b) M in istério d epen den te de labo r p ró prio e d o a ç õ es : "Porque, em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas, a não ser que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoai-me este agravo. Eis aqui estou pronto para, pela terceira vez, ir ter convosco e não vos serei pesado; pois que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós; porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. Mas seja assim, eu não vos fu i pesado; mas, sendo astuto, vos tomei com dolo" (2Co 12.13-16). 0 espírito de Paulo, de amor devotado àqueles a quem ele procura ajudar, é um exemplo para todos os pastores, 78 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo professores, missionários e obreiros em geral. Suas palavras retratam o seu amor devotado (2Co 6.11-13; 7.1-4), como o de um pai por seus filhos. É um amor que o levava a gastar-se até o fim, para o bem dos outros; um amor que não pensa em si, mas que demonstra genuína solicitude àqueles que estão sob seus cuidados. Paulo não quer nada em troca, contanto que seus corações estejam voltados para Cristo. Todo fiel ministro do evangelho deve possuir esse tipo de amor. c) D ificu ldad e de co m u n ica çã o e a cesso en tre as Ig r e ja s : seja pela ausência de meios rápidos, seja pela distância das comunidades: "Mas, agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há m uitos anos grande desejo de ir ter convosco, quando partir para a Espanha, ire i ter convosco; pois espero que, de passagem, os verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia... Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, ire ià Espanha" (Rm 15.23,24,28). O esforço ministerial de Paulo centralizava-se nas missões. Optou por concentrar seus esforços nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou àqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo. d) Prisõ es, p er seg u iç õ es: "Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho; pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus 79 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a s i mesmo" (2Tm 2.8-13). O ministro do evangelho que permanecer leal a Cristo e ao evangelho, será conclamado a suportar adversidades (2Co 11.23-29). Como soldado, o crente precisa estar disposto a enfrentar dificuldades e sofrimentos, e a lutar espiritualmente com total dedicação ao seu Senhor (Ef 6.10-18). Como faz o atleta, o crente precisa estar disposto à renúncia, e a viver uma vida cristã de rígida disciplina. Como o agricultor, deve assumir o compromisso de trabalhar arduamente, e isso em horários prolongados. A palavra "sofrer” (gr. hupomeno) aqui, significa suportar. Aqueles que perseverarem e permanecerem firmes na fé, até o fim, viverão (Mt 10.22; 24.13) e reinarão com Cristo (Ap 20.4). Cristo rejeitará, no dia do juízo, aqueles que não perseveraram e os que o negaram por palavras ou ações (Mt 10.33; 25.1-12). Por sua vez, Cristo com certeza cumprirá todas as suas promessas que nos fez (Mt 10.32), bem como suas advertências (Mt 10.33). A fidelidade de Deus é um consolo para aqueles que permanecerem leais (lTs 5.24; 2Ts 3.3; Hb 10.23), e um aviso solene para os que se apartam da fé. Deus permanece sempre fiel à sua Palavra (2Sm 7.28; Jr 10.10; Tt 1.2; Ap 3.7). CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Lição © i 0 &(SD 0 En © a manu m© © ©© aofinn (ss5 ^ 3 © CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo Anotações: 84 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo OS DESAFIOS DOS APÓSTOLOS, B isp o s/ p r e s b ít e r o s f r e n t e à m y 1 / 1 GERAÇAO DA SUA EPOCA O objetivo desse tema, conjuntamente com o que trata do ministério no Antigo Testamento (cujo obreiro de maior proeminência era o sacerdote) é demonstrar que os "obreiros" de cada uma das épocas citadas enfrentavam seus desafios, e estes labutaram e trazem grandes lições e ensinamentos para os dias atuais, inclusive, para aperfeiçoamento do nosso ministério (2Tm 3.16). Sob a premissa deste texto bíblico é possível afirmar que os exemplos (bons e maus) dos sacerdotes servem de lição e nos revelam verdades espirituais. Por sua vez, no que concerne aos desafios dos apóstolos frente a geração de sua época, acredito que a pessoa e o ministério de Paulo sintetizam os desafios enfrentados pelos apóstolos. Lembrando que Paulo era considerado apóstolo e também esteve à frente da Igreja Primitiva, exercendo o ofício episcopal cuidando das igrejas.14 Em razão da p lavra de Deus ser atual e apta para instruir em todos os tempos não é coincidência que os desafios enfrentados por Paulo sejam reproduzidos em nossa sociedade. Por este motivo a análise de cada desafio ligado com os desafios da atualidade é uma excelente oportunidade para o ensino da Palavra de Deus e orientações dos obreiros sobre como devem se preparar para a obra do ministério. 85 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor de Deus (SI 25.4,5,12-15). Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato da apostasia predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá ocorrer reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do Novo Testamento não será bem-sucedido. Deus prometeu que nos "últimos dias" salvará todos quantos invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo (At 2.16-21,33,38-40; 3.19). 4 ) D e s a f io p e lo a p e g o à s c o is a s m a t e r ia is (1 Tm 6 .9 ,1 0 ) Uma das declarações mais surpreendentes feitas por nosso Senhor foi a que diz ser muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Este, porém, é apenas um dos seus ensinos sobre o assunto da riqueza e da pobreza. Esta sua perspectiva é repetida pelos apóstolos em várias epístolas. Predominava entre os judeus daqueles tempos a ideia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus. Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza (Lc 16.14). Essa ideia falsa é firmemente repelida por Cristo (Lc 6.20; 16.13; 18.24,25). A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (ICo 10.19,20; Cl 3.5). Por causa da influência demoníaca associada à riqueza, a ambição por ela e a sua busca frequentemente escravizam as CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo pessoas (Mt 6.24). As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um obstáculo, tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Transmitem um falso senso de segurança (Lc 12.15ss.), enganam (Mt 13.22) e exigem total lealdade do coração (Mt 6.21). Quase sempre os ricos vivem como quem não precisa de Deus. Na sua luta para acumular riquezas, os ricos sufocam sua vida espiritual (Lc 8.14), caem em tentação e sucumbem aos desejos nocivos (lTm 6.9), e daí abandonam a fé (lTm 6.10). Geralmente os ricos exploram os pobres (Tg 2.5,6). O cristão não deve, pois, ter a ambição de ficar rico (lTm 6.9-11). O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). O egoísta e cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e nas suas possessões. O fato de a esposa de Ló pôr todo seu coração numa cidade terrena e seus prazeres, e não na cidade celestial, resultou na sua tragédia (Gn 19.16,26; Lc 17.28-33; Hb 11.8-10). Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar- se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (Lc 12.31-48). Os tais devem ser generosos, prontos a ajudar o carente, e serem ricos em boas obras (Ef 4.28; lTm 6.17-19). Cada cristão deve examinar seu próprio coração e desejos: sou uma pessoa cobiçosa? Sou egoísta? Aflijo-me para ser rico? Tenho forte desejo de honrarias, prestígio, poder e posição, o que muitas vezes depende da posse de muita riqueza? 5 ) O D e s a f io D a Cr e d ib il id a d e "Quem deu crédito à nossa pregação?" (isaías 53.1). Esta frase, emprestada do seu contexto original, pode ser representativa de uma realidade bem atual. Quem tem dado o devido crédito à nossa pregação? Pessoas existem que não confiam mais no poder do evangelho, que não confiam mais nas igrejas, que 89 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo não confiam mais nos pastores, que não acreditam mais nos valores do evangelho... Vivemos uma profunda crise de credibilidade. Os incrédulos se multiplicam na medida em que se multiplicam os escândalos entre nós. O pastor de hoje precisa ter credibilidade! Para isso ele precisa mais que palavras. Nenhuma pregação substituirá o seu viver! A igreja primitiva experimentou crescimento por alcançar crédito diante do povo. Parafraseando Atos 2.47 - "Louvando a Deus, e conquistando a credibilidade de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos." 5 .1 ) O u tr o s d e sa fio s d o p r e se n t e séc u lo Durante o decorrer da história cristã, ser cristão tem sido um desafio constante. Os fiéis sempre encontraram dificuldades: a perseguição na era apostólica, a perseguição promovida por vários imperadores romanos, a inquisição... Muitas vidas foram ceifadas por causa da fidelidade a Jesus. Embora não tenhamos um número exato, alguns acreditam que mais de 70 milhões de pessoas já morreram por causa da fé em Cristo. Outra luta que tem marcado o cristianismo é a luta contra as heresias. Essa é uma perseguição quase invisível, que produz efeito a longo prazo, e é uma das formas preferidas de Satanás para atacar a igreja. Tanto as perseguições físicas, quanto a tentativa diabólica de enfraquecer a igreja por meio de falsas doutrinas, estão presentes nos dias atuais, observando-se as devidas proporções. a) O D es a f io D o C r e s c im e n t o Um grande desafio para Igreja é o crescimento em quantidade e qualidade, com transformações nas Vidas e na Sociedade. Jesus em Mateus 5.13-14 diz para sermos o sal da terra e a luz do mundo. 90 CETADEB / O Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seli Tempo 5 .2 ) M a is D e s a f io s D o Pr e se n t e S écu lo a) Desafio pelo espírito de timidez - complexo de inferioridade (2Tm 1.7). b) Desafio de manter a confiança no exercício ministerial (2Tm 1 .11, 12). c) Desafio para suportar as aflições e perseguições (2Tm 2.3-4; 8-10; 3.10-14). d) Desafio para pacificar as contendas e os separatistas (2Tm 2.14,15). e) Desafio ante a impiedade dos últimos tempos (2Tm 3.1-5,8-9). f) Desafio do interesse do público em ouvir mensagens que lhes interessem em detrimento da sã verdade (2Tm 4.1-5). g) Desafio de ser entregue à morte por causa do ministério (2Tm 4.6-18). Anotações: CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo MINISTÉRIO NA IGREJA MODERNA 1 ) Pa s s a d o R em o to E P r e s e n t e O ministério cristão passou por muitas transformações nos últimos anos, e por passado remoto destacamos os fatos que ocorreram nos últimos 50 (cinquenta) anos, parte dos quais vivi, e estive envolvido no ministério: Alguns pontos podem ser destacados: Passado Remoto Presente Forma de Ingresso 0 fator necessidade do "ministério” por obreiros 0 fator necessidade do "obreiro" por ministério. Estrutura disponível Sem estrutura formada: sem crentes (ênfase evangelismo) Templos precários e necessidades de construções Ausência de aperfeiçoamento teológico: Sem remuneração Conciliar ministério e trabalho secular. Igrejas constituídas: os campos já compostos; ênfase na manutenção. Igrejas já construídas Disponibilidade de cursos de aperfeiçoamento; Algumas Convenções e Igrejas oferecem uma boa estrutura remuneratória a seus obreiros integrados. Possibilidade de Integração. Igrejas constituídas Poucas Igrejas constituídas: as tradicionais e as pentecostais. Muitos movimentos religiosos: neopentecostais Liberdade de expressão Liberdade com restrições Ampla liberdade Surgimento de movimentos anticristãos: Lei da Homofobia. 94 CETADEB / 0 Preparo do Obreiro Para o Ministério Frente às Gerações do seu Tempo 2 ) F u tu r o O futuro do ministério depende do futuro da Igreja. Creio piamente em todo conteúdo da Palavra de Deus, em especial aquele que afirma que a Igreja de Cristo será vitoriosa. Sob este fundamento, o ministério genuíno e bíblico permanecerá. Não posso deixar de considerar, no entanto, que alguns (e até mesmo muitos) deixarão a sã doutrina, e como tendo comichão nos ouvidos se cercarão de líderes segundo as suas próprias concupiscências, uma vez que este é o alerta bíblico (2Tm 4.3). Contudo, Deus sempre estará enviando "obreiro5" para sua seara, até a volta do Senhor Jesus Cristo. 3 ) P o s iç ã o D o O b r e ir o N a S o c ie d a d e A tu a l Se o obreiro do Antigo Testamento (sacerdote, profeta) e o obreiro do Novo Testamento (bispo/presbítero) gozavam, em certa medida, de uma relativa posição no seio da sociedade, atualmente muito daquele conceito tem mudado e se perdido. Quero mencionar, por exemplo, que o obreiro está perdendo a importância na sociedade quando deixa de ser um referencial para as questões sociais à sua volta, e mesmo de seu povo. Quando um obreiro deixa de ser procurado para resolver questões para as quais poderia trazer uma orientação bíblica, e é preterido por um psicólogo, um médico ou advogado, conclui-se que parte de sua influência esta se perdendo. Não que estas especialidades não sejam importantes, em absoluto, no entanto quero destacar que muitas pessoas da sociedade estão relegando aos obreiros atuais tão somente a função de ministração da palavra de Deus e nos assuntos que concernem à Igreja local, sem qualquer relevância para o meio social. 95
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