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Guias e Dicas
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Caio Fabio - Quando a vida e uma bobagem-doc, Notas de estudo de Teologia

Caio Fabio - Quando a vida e uma bobagem-doc

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 19/03/2015

edson-nobre-6
edson-nobre-6 🇧🇷

4.8

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Baixe Caio Fabio - Quando a vida e uma bobagem-doc e outras Notas de estudo em PDF para Teologia, somente na Docsity! Quando a Vida é Uma Bobagem Caio Fábio Digitalizado por Pr. Nilson Quando a vida é uma bobagem Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém: Vaidade de vaidades! Diz o Pregador: “vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol?" Eclesiastes 1:1 Essa é uma boa pergunta. Se eu tivesse que colocar um nome nesse livro de Eclesiastes enquanto o livro questiona a existência e a expõe ao ridículo, eu colocaria o seguinte título: "Quando a vida é uma bobagem". Porque vaidade, segundo o entendimento de Salomão, não é essa vida empavonada, nababesca e brilhosa, conforme a conotação que a palavra vaidade ganhou nos nossos dias. Quem lê Eclesiastes com um pouco de atenção, observa que para Salomão, vaidade é bobagem, é besteira, é tolice. Ele diz: 'Tudo é bobagem, a vida é bobagem, tudo é tolice, é bobagem de bobagens." Na realidade, o que Salomão está dizendo, é que a vida humana, a existência humana, para se transformar em vida, precisa encontrar significado, precisa encontrar sentido, senão é apenas a trágica e lúgubre trajetória de uma existência, mas que não se transforma em vida porque não descobre profundo e real sentido para existir. Salomão buscou esse sentido .Talvez tenha sido um dos homens no curso da história, mais frenéticos, mais desfrutadores nessa busca, nesse desejo incontrolável de encontrar um significado real para a existência. Ele fez isso olhando para a vida sem o referencial divino. A preocupação de Salomão no livro de Eclesiastes, é ver a existência sem metafísica, sem justificativas anteriores, sem se preocupar tanto com aquilo que possa atribuir ao que existe um significado que exista antes da fundação de todas as coisas. Ele olha para a vida como vida, Em primeiro lugar, ele diz que a vida do sábio esta sujeita às mesmas coisas que acontecem ao insensato, e ambos são esquecidos após a sua morte. (Ec 2.14-17) Tanto faz o sábio como o insensato, pois a ambos as mesmas tragédias os acometem. Em segundo lugar diz também que o trabalho do homem pode ser herdado por um irresponsável que desfaz o melhor dos seus labores, (vs. 18,19) De que adianta trabalhar, trabalhar, amontoar, amealhar? Você morre, e ele diz: "Não sabe quem herda." Pode ser um louco, e desfaz tudo o que você havia construído com o melhor da sua vida, com a mais intensa das suas forças. Em terceiro lugar, o trabalhador nunca usufrui o fruto do seu trabalho. (Ec 3.9,10) Ele trabalha, dá de si, se esforça, mas vive nesse continuísmo sem fim, nessa mesmice, nessa rotina que não pára. Trabalha para comer, come para trabalhar, trabalha para comer, come para trabalhar...e vai até a sepultura nesse modelo de vida, cuja mesmice é a maior força do enfado. Em quarto lugar, ele diz que a maldade prevalece sobre a justiça e sobre o juízo. "Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade, e no lugar da justiça, maldade ainda." (Ec 3.16) Em quinto lugar, o destino imediato e material dos homens é exatamente idêntico ao dos animais, (vs. 19,20) Homem e animal. Se nos abstrairmos do fato de que um tem personalidade, e provavelmente de materialidade e vida imortal, Salomão diz: "Olhando para o homem como homem, como complexo orgânico e para um cão, é tudo a mesma coisa". Em sexto lugar, os oprimidos, são sempre os oprimidos. E a história é sempre a mesma em relação às opressões. "Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: eis as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém os consolasse." (Ec 4.1) Em sétimo lugar, diz que a produtividade é o resultado da competição e da inveja, e não do desejo de construir coisas boas. "Então vi que todo trabalho, e toda destreza em obras, provém da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento". Em oitavo lugar, ele se decepcionou ao ver que o poder não garante a boa lembrança na história. Ele conta a experiência de um jovem político, que antes de ser eleito era apreciado por muita gente. Mas depois de eleito, foi inteiramente abandonado. Salomão parece dizer que para alguns homens, o maior prestígio que se lhes atribui à vida só acontece antes de serem eleitos, enquanto são candidatos. Ele diz que o interminável ciclo das explorações na política e na economia não tem fim, e que todas as esperanças humanas sucumbem diante dessa atroz realidade. "Se vires em alguma província opressão de pobres, e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso, porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram". (Ec 5.8). Ele constatou que as riquezas encontram sempre corações insa- ciáveis, e que elas nunca satisfazem a alma humana, (v. 10) Em nono lugar, verificou o perigo da falência financeira. Homens ganham, tornam-se ricos, guardam fortunas, e num mau negócio podem por tudo a perder e o trabalho de toda uma existência foi por água abaixo, (vs. 13-15) O rico pode ainda ser vítima de um golpe do baú. Que adianta ser tão rico? Ele observou a experiência de um homem que ganhou dinheiro, ficou muito rico, teve bens e propriedades, mas foi um estranho que herdou tudo aquilo. Quem sabe foi alguém que casou com a filha dele? Em décimo lugar, observou ainda o interminável modelo existencial que vai do prato à boca. "Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz o seu apetite." (Ec 6.7) Foi a mesma coisa que o Sérgio Chapelin me disse certa vez, numa conversa que tivemos sobre as coisas de Deus, onde ao fim ele falou: "Estou cansado desse modelo de vida que só vai do prato à boca. Preciso de algo que dê significado maior à minha própria vida." Exatamente a nostalgia de Salomão. Viver para comer e comer para viver. Salomão observou ainda outras contradições humanas. Viu que a vida é bobagem por causa da ironia da morte prematura do justo, ao passo que se observa tantas vezes a longevidade do perverso. Essa ironia pôde ser observada de dentro de um carro há alguns anos atrás. Meu irmão vinha de um sítio com outros dois jovens da igreja, indo para o ensaio do coral, levados por um motorista ao qual haviam pedido carona. Um homem incrédulo, cheio de amantes, beberrão, a quem eles não conheciam, mas em cujo carro entraram por causa da carona. E no meio do trajeto o carro saiu da pista. Meu irmão, que nunca se deitou com uma mulher, morreu sem saber qual era o gosto de um beijo, que nunca foi acariciado por uma pessoa a quem amasse, que nunca teve experiências que podiam ser marcadas e chamadas de devaneios e de coisas estranhas a moralidade; morreu Nosso irmão Salomão não era fácil. Que coisa tremenda. Olhou para a vida de todas essas óticas, de todas essas perspectivas, para a vida sem Deus. Queria ver se encontrava sentido para a vida como vida, para a existência como existência, à parte de Deus. Se alguma coisa faz sentido na vida sem Deus. E ele disse: "Tudo é bobagem." Em meio à terrível frustração de não encontrar razão para a existência, Salomão recebeu a revelação de que o absurdo da existência só encontra sentido em Deus. Aleluia! Por isso eu digo que ele tem uma perspectiva eminentemente existencial da vida. A vida é um absurdo. O que se faz debaixo do sol é loucura. Homens pisando homens, nada faz sentido, o pão não tem gosto, o trabalho é desgraça, tudo é enfado, é suor, é canseira, passa, a produção é roubada, o que se amealha é perigo, vem falência, a injustiça campeia, a vida é um absurdo... Mas, de repente vem uma revelação e Salomão compreende que esse absurdo da vida é maravilhosamente transformado de lagarta em borboleta, e passa a fazer sentido quando Deus se imiscui como ingrediente fundamental na existência de cada um de nós. E a primeira coisa que ele compreende com relação a isso é que Deus dá sentido ao prazer. Que o prazer como prazer, destituído de Deus é desgosto. E que o verdadeiro prazer para a vida só é obtido quando Deus se mistura em tudo quanto possa ser chamado legítima e santamente de prazer. É maravilhoso ver a beleza que há nos versos 24 e 25 do cap. 2: "Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto vi também que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer, ou quem pode alegrar-se?” Aleluia! Ele diz que essas coisas mais simples da vida só encontram sentido em Deus. Que até comer, beber, se alegrar, ter prazer, aquilo que de mais instintivo nos traz algum gozo, só faz sentido em Deus. Isso me faz lembrar de uma charge com o Woody Allen, aquele pateta existencial americano. Nessa charge, ele se apresenta como um dos personagens conversando com um parente seu. Ambos ateus. O primo, um ateu convicto, pragmático, bem à moda do ateísmo americano. Woody Allen, um ateu duvidoso, com saudade do Deus desconhecido, um ateu sem rumo, sem afirmações. E ambos conversam: - Quer dizer que Deus não existe? - Que Deus nada, isso é mito, coisa da Antigüidade, conto da carochinha. - Mas, e a complexidade da vida? - A vida? A vida se originou de coisas muito simples que apareceram fortuitamente no caldo quente perimirão da existência. Nada mais do que isso. - Escute, e como é que ela desembocou e desencadeou toda essa coisa que existe no universo, no cosmos, linda, complexa, mara- vilhosa, imensa? - A evolução explica. Um braço para um lado, outro para o outro, linhas evolucionárias e aí está esse mundo absurdo que nos cerca. - E coisas como o amor? - Que amor? Amor não existe. Amor é combinação casual de elementos químicos que compõem seu corpo, nada mais do que isso, não há nenhum elemento de imaterialidade em todo esse processo. - E esse sentimento de amizade que a gente tem um pelo outro? - Nada! Condicionamentos, simpatias que não fazem sentido, superposições de imagens guardadas nas nossas reservas de pensamento. - Quer dizer, então, que tudo é assim? - É, nada faz sentido. Ai o primo olhou para o sol e disse: - Que Sábado bonito. O mar deve estar azul, uma brisa gostosa. Que tal nós irmos ao mar tomar um banho? Eu estou indo. Vou entrar naquela água gostosa, geladinha. Vou sentir um prazer gostoso naquela água. Vamos comigo? - Não. Eu vou para o meu quarto, fechar a porta e a janela, fazer tudo ficar escuro e vou ter uma aguda crise de angústia. Só Deus pode atribuir prazer à existência. Entrar na água com Deus é melhor, sair da água com Deus é melhor, ir ao parque com Deus é melhor, atravessar a rua, partir o pão, beber água com Jesus é melhor. Aleluia! Separado dele, quem pode comer, beber ou se alegrar de fato? Em segundo lugar, Salomão diz também que compreendeu que a insaciabilidade da alma humana só se sacia em Deus. Ele diz que Deus criou tudo, pôs a eternidade no coração do homem. (Ec 3.11) Ele diz o que Dostoievski afirmou. Que no coração de cada homem há um vazio que é do tamanho de Deus. Sem Deus, só o que fica é a nostalgia. Em um texto assombroso, Friedrich Nietzsche declara a morte de Deus. O que há na alma deste homem, no dia mais escuro da sua vida, na maior da sua loucura, quando ele diz que Deus está morto? "Não ouvistes do louco que acendeu sua lanterna nas horas mais brilhantes da manhã, correu para o mercado e começou a gritar sem parar: - Procuro Deus, procuro Deus! Para onde foi Deus? E eu vos vou dizer. Nós o matamos. Vós e eu. Todos nós somos seus assassinos. - Mas como é que fizemos isso? Como fomos capazes de beber o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte inteiro? Que foi que fizemos ao quebrar a corrente que prendia a dessa queda moral e espiritual de toda a raça humana, e isso inclui a mim e a você. Salomão compreendeu ainda que a relação com Deus, é a certeza de que um bem maior nos espera apesar das tragédias do presente. (Ec 8.12). Que a presença de Deus empresta significado às relações conjugais entre um homem e uma mulher. "Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol." (Ec 9.9) Quando Deus está presente, até as relações conjugais do homem com sua mulher ganham sentido e significado maior e mais profundo. E diz mais, concluindo, que a justiça divina é a garantia de que os nossos empreendimentos de amor terão recompensa no futuro. "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás." (Ec 11.1) Vale a pena fazer o bem hoje. Um dia tu vais encontrar a recompensa. Deus te recompensará. Em penúltimo lugar, ele compreendeu que Deus é a melhor opção desde a juventude. Gostaria de transmitir o texto que fala disso, através da Bíblia Viva, para que o leitor fique com o significado real e profundo desta afirmação. "Não deixe o entusiasmo da mocidade fazer com que você esqueça o seu Criador. Honre a Deus enquanto você é jovem, antes que os dias maus cheguem, quando você não vai ter mais alegria de viver, quando seus olhos estiverem tão fracos que não poderão perceber a luz do Sol, da Lua e das estrelas. Vai ser tarde demais para uma vida ativa de serviço, e para você se lembrar de Deus. Vai chegar um dia em que os seus braços tremerão de velhice e suas pernas, que hoje são firmes e fortes, ficarão fracas. Os dentes vão cair, e você não poderá mastigar direito. Os seus olhos ficarão cansados e fracos, os seus lábios murchos ficarão bem fechados enquanto você tenta mastigar sua comida. Você vai acordar com o barulho dos pássaros, mas não vai ouvir direito e mal conseguirá falar, com voz tremida. Você vai ter medo dos lugares altos, medo de cair, vai ser um velho de cabelos brancos, de rosto murcho, que anda se arrastando. Não vai ter o vigor físico, e verá a morte de perto aproximando-se cada vez mais de sua casa eterna. Depois, atrás do seu caixão muita gente vai seguir chorando. Sim, lembre-se do seu Criador agora, enquanto você é jovem, antes que o fio de prata da vida seja cortado, antes que o copo de ouro se quebre, antes que o vaso se quebre junto à fonte, e a roda se parta junto ao poço, antes que o pó volte à terra de onde veio, e o espírito volte a Deus que o deu." (Ec 12.1-7) E em último lugar, Salomão compreendeu que Deus deve ser o absoluto dos absolutos na vida de cada homem. É uma coisa linda e forte que ele diz, concluindo as suas palavras: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos: porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer o juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más." (vs. 13,14) Salomão, depois de sofrer náuseas da solidão de Deus na sua alma, afirma que o que você precisa decisivamente para ter paz, um coração preenchido, para vencer esse vazio, para descobrir significado para a existência, para ter e ver significado nas suas relações familiares, para que o seu pão tenha gosto, para que a vida seja embalada na esperança, para que haja poder para passar pela existência, é de um encontro com Deus. E encontro com Deus não existe em nenhum lugar desse universo, a não ser em Jesus Cristo. Perguntaram a ele: "Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta!" Jesus disse: "Filipe, há tanto tempo estou convosco e não me tens conhecido? Quem me vê a mim, vê o Pai. Como dizes tu, mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim faz as suas obras. Crede que eu estou no Pai, crede que o Pai está em mim, crede ao menos por causa das mesmas obras." (Jó 14.1-11). F i m Registre-se no nosso grupo, no Google, para receber as notificações de lançamentos, por e-mail: http://groups.google.com/group/semeadoresdapalavra?hl=pt-BR
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