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Guias e Dicas
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O caso dos mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta, Pará, Notas de estudo de Engenharia Florestal

Recursos Hídricos: O caso dos mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil.

Tipologia: Notas de estudo

2012
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Baixe O caso dos mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta, Pará e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! Recursos Hídricos: O caso dos mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil. Nome do autor: Manoel Imbiriba Junior 1 Francisco Ribeiro da Costa 2 Currículo do(s) autor(es): 1 Diretor do Departamento de Controle Ambiental, da SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município de Belém) Formado em Geologia pela Universidade Federal do Pará, especialista em Gestão de Recursos Hídricos. 2 Chefe do Laboratório de Geoprocessamento da SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município de Belém) Formado em Geologia pela Universidade Federal do Pará, especialista em Geoprocessamento. Endereço: 1 e 2 Av. Travessa Quintino Bocaiúva nº 2078 CEP 66045-580 Bairro Cremação Belém Pará Secretaria Municipal de Meio Ambiente 1 - APRESENTAÇÃO E OBJETIVO O principal objetivo do trabalho e contextualizar o Sistema Ambiental nos mananciais do Utinga, onde estão incluídos os lagos Bolonha e Água Preta, e estabelecer uma relação de importância do sistema no município de Belém O município de Belém localiza-se em um estuário cercado de águas, correspondendo ao estuário Guajarino, parte integrante de um outro maior, o Golfo do Marajó, situado na foz do Amazonas. O estuário Guajarino caracteriza-se por um ambiente fluvial com influências marinhas e forma-se na confluência dos rios Pará, Acará e Guamá. Tem como elementos hídricos principais o rio Mojú e os igarapés do Tucunduba e Aurá. A Baia do Guajará é formada na confluência dos rios Acará e Guamá e está localizada em frente a parte noroeste da cidade de Belém, prolongando-se até a Ilha do Mosqueiro, onde se encontra com a Baia do Marajó, no rio Pará. A margem esquerda da Baia do Guajará é composta de numerosas ilhas e canais, sobressaindo-se às ilhas das Onças, Jararaca, Mirim, Paquetá Açu e Jutubá. Ao longo da margem direita encontra-se a cidade de Belém e mais ao norte, separados pelos furos do Maguari e das Marinhas, as ilhas do Outeiro e do Mosqueiro, respectivamente. Com relação aos canais que entrecortam essas ilhas, sobressaem-se com importância para a navegação regional, o canal da Carnapijó, um prolongamento do rio Acará em direção ao rio Pará, o canal de Cutijubá. posicionado nas imediações da ilha de mesmo nome, servindo de ligação entre a Baía do Guajará e o Rio Pará (Pinheiro, 1987). E nesse contexto estão inseridos o Sistema Ambiental do Utinga que são compostos pelos Lagos Bolonha e Água Preta responsáveis por parte significativa do abastecimento de água da cidade de Belém. A caracterização desse Sistema Ambiental e de fundamental importância para um melhor gerenciamento desse recurso, sendo que a crescente ocupação urbana acompanha um crescimento na demanda por água desses mananciais, obrigando o poder publico a um melhor gerenciamento deste insumo. Portanto a definição do Sistema Ambiental em que esses lagos estão inseridos e de extrema importância para a sua contextualização em relação ao município de Belém e também para embasar a implantação de um modelo de Gestão Ambiental na referida Área, vista que a mesma já é um uma área de proteção ambiental (APA - Belém). Bacia do Una Bacia do Tucunduba Bacia do Murucutu Bacia do Una Lago Bolonha Lago Água Preta Figura 02 – Delimitação da área de estudo em coordenadas UTM. 3.1.5.2 - Lago Água Preta: 3 a vazão natural dos igarapés diminui, facilitando a invasão das água Rio Guamá são turvas durante a preamar, devido a influência de maré. 3.1.6 - A m enquadra-se na categoria climática “equatorial úmido” Segundo dados do Serviço de Meteorologia do Ministério da Agricultura referente à variação A pressão atmosférica apresenta uma oscilação de 1008,0 a 1011,0 mb, . A insolação varia de portante na determinação das condições climáticas locais é a velocidad lógico que mais define o clima, já do Kopper, Área: 3.116.860 m2 Volume: 9.905.000 m A jusante das represas s do Guamá, As águas do spectos Fisiográficos do Sistema 3.6-1 - Características Climáticas Locais Pela classificação de Koppen, Belé do tipo Af , cuja característica principal é a alta temperatura (sempre acima de 180 C). dos elementos meteorológicos durante 30 anos, a umidade relativa tem grande influência do fator térmico e mostra uma variação média interanual oscilando entre 82% e 93%. 102 h a 268 h, enquanto a nebulosidade é bastante elevada, com variação de 5.2 a 8.6 décimos. Outro aspecto im e e direção do vento, apresentando as seguintes freqüências anuais: nordeste (29%), norte (10%) e leste (9%). A freqüências das demais direções são insignificantes. A velocidade média fica entre 2,6 e 2,9 m/s e a calmaria é de 45% nos 12 meses. A precipitação na região equatorial é o elemento meteoro que a temperatura e a pressão atmosférica, não possuem variações marcantes para mostrar mudanças sazonais. Analisando-se três normais climatológicas (1901 - 1990) tem-se que a precipitação apresenta as seguintes características: um período chuvoso (dezembro a maio) e um período seco ou menos chuvoso (junho a novembro). O mês de maior precipitação é o mês de março com 422,5 mm e o de menor precipitação é novembro com 90,4 mm, seguido de outubro com 99,9 mm. Em pesquisa de 96 anos a média anual fica em torno de 2.745 mm. A maior percentagem de ocorrência se dá a tarde e ou inicio da noite. Em resumo temos: Clima Amazônico Oriental tipo Af(quente e úmido), segun in Moraes 1999 ou Clima Equatorial Úmido, conforme definição de Strahler in Moraes 1999; Temperatura Média Anual: 26,30C Mínima: 22,80C Máxima: 310C Precipitação Média Anual: 1500 mm a 3000 mm/ano. Representação Mensal da Variação da Precipitação Média (mm) - Período 1931 a 1960 0 100 200 300 400 500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meses Precipitação Média(mm) Figura 03 – Distribuição da Precipitação Média Mensal da Região de Belém e Adjacências. Período entre 1931 e 1960. Fonte : Moraes, 1999. Representação Mensal da Precipitação Média (mm)- Período 1961 a 1990 0 100 200 300 400 500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meses Precipitação(mm) Figura 04 – Distribuição da Precipitação Média Mensal da Região de Belém e Adjacências. Período entre 1961 e 1990. Fonte : Moraes, 1999. Igapó Na parte mais interior, chega-se a um ponto onde a cota é tão baixa em relação às anteriores que a terra fica constantemente inundada e pantanosa, é o igapó. Nessas depressões do terreno, acumula-se a água da chuva, ou a que se escoa da terra firme que lhe é contígua. Em geral, é aí que os igarapés têm as suas nascentes. O volume líquido nos igapós é bastante grande para impedir a entrada da água barrenta da maré. No igapó juntam-se detritos vegetais em decomposição na água estagnada e escura. Segundo FALESI (1972), o perfil do solo igapó, tecnicamente denominado Bog ou Hot Bog (solo orgânico ou meio orgânico) constitui-se de uma camada superficial escura, muito ácida formada por material orgânico em decomposição, quase sempre anaeróbico devido ao excesso de água local durante grande parte do ano. 3.1.6.2.2 -Os Baixos Platôs (Terra Firme) Os Terraços. Representa a maior parte da área das bacias. Sua geomorfologia é constituída de terrenos com cotas variando de 5m a 12m, em topografia suave, situados ligeiramente acima das planícies de inundação em um nível de cota isenta da ação das cheias das marés. Geologicamente, são terrenos provenientes do período quaternário holocênicos, formando antigas planícies de inundação que, devido ao re-entalhamento do vale decorrente de oscilações marinhas, permanecem hoje em cotas superiores. Alguns autores (IDESP, 1979), definem os níveis dos terraços da seguinte forma: DENIS, MARBUT e MANIFOLD entre as cotas de 5m a 12m; Le Cointe e Moura entre as cotas de 6m a 12m; e para PENTEADO, entre 5m a 12m. Os Tabuleiros. Os tabuleiros, geologicamente, são terrenos mais antigos, do período terciário (Plioceno), oriundo da Formação Barreiras, com cotas entre 15 e 30 metros, sendo encontrados nos limites topográficos (divisor de águas) ao norte das microbacias, separando- as, da microbacia dos igarapés Água Cristal, afluente do São Joaquim, e do Rio Maguari, por onde passa a Av. Almirante Barroso e a Rodovia BR-316. Nelas encontramos as nascentes do lago Bolonha e Água Preta. A geomorfologia suavemente ondulada e plana resulta de alterações estruturais como glacioeustáticas regressões e transgressões marinhas e as variações climáticas que intercalaram períodos secos e úmidos, levando a um processo de aplainamento do relevo, com camadas lateríticas da drenagem atual. 3.1.6.3 - Solos Os solos da área da bacia são descritas de acordo com cada unidade geomorfologica e são mostrados sua distribuição na Figura 07 A característica dos solos da várzea alta e baixa são marcadas pelo domínio do Hidromorfico Gleizado, onde encontra-se o Gley pouco Húmico, com textura fraca e argilosa; são maus drenados, com perfil mediamente profundo apresentando seqüências de horizonte a e Cg ou A, Bg e Cg com indicações de processos de gleização. As cores são marcadas pelos processos de mosqueamento típico. Nas áreas de terraços e tabuleiro, encontramos segundo o IDESP (1991), no solo, associações do Latossolo Amarelo com o Concrecionário Laterítico medianamente profunda, formada por uma mistura de partículas finas e concreções ferruginosas de vários diâmetros, que podem ocupar a maior parte do volume do solo. Apresenta uma sequência no perfil de Acn (horizonte com presença de concreções}, Bcn e Cen com os dois primeiros apresentando uma espessura média de 50 cm cada um têm características químicas semelhantes ao Latossolo Amarelo, com uma composição de óxido de ferro e alumínio, argila 1: 1 e minerais altamente resistentes ao intemperismo. A saturação em alumínio é alta, a fertilidade natural, o PH e a saturação de bases são baixas. O horizonte superficial tem estrutura moderada, pequena, subangular, por vezes mascarada pela laterita. As análises realizadas indicam teores de argila menores do que 30% neste horizonte. No subsuperficial a textura é pouco mais argilosa, com textura subangular, pequena a média e de fraca a moderada. E as Areias Quartzosas associadas ao Latossolo Amarelo, em relevo plano a suavemente ondulado, se originam de sedimentos arenosos do Quaternário. São pouco desenvolvidas, com textura arenosa, fortemente, drenada e bastante permeável. Apresentam baixa fertilidade e baixa soma de bases trocáveis. 0 horizonte superficial tem espessura média de 50 cm, estrutura muito fraca, pequena, granular ou mais frequentemente maciça. 0 horizonte B tem espessura de cerca de 80 cm, com estrutura maciça. O Podzol Hidromórfico é encontrado em pequenas manchas ao norte do lago Água Preta, possuindo uma textura arenosa em todo o perfil, com presença de horizonte A2 de coloração branca ou cinza clara com profundidade de 20 cm, e o horizonte B de acúmulo de húmus e de sesquióxidos, com acidez elevada e baixo conteúdo de bases trocáveis, e com profundidade média de 150 cm. Estes solos têm como material originário sedimentos arenosos do Quaternário e encontram-se associados, na área, com o Latossolo Amarelo. 3.1.6.4 – Vegetação A vegetação da área da bacia são descritas de acordo com cada unidade geomorfologica e a figura 08 mostra o atual estado da distribuição de vegetação na área em estudo. Na vegetação predominante nas várzeas ocorrem palmáceas em profusão, como o açaí (Euterpe olearacea), os buritis (Mauritia flexuosa) e (M. vinifera), entremeando as espécies dominantes como samauma (Ceiba petandra), o açacu (Hura crepitans) a ucuúba (Virola sp), a andiroba (Carapa Guianensis), a pitaica (Swartzia sp) e o anani (Symphonia globulifera). A vegetação que apresenta maior diversidade de espécies é a de várzea alta. Aqui não há predominância de palmeiras. A elevação do nível do solo condiciona uma composição floristica mais variada, com o aparecimento de madeiras de lei. Destacando-se as seringueiras, a andiroba, a pracauba e notadamente o açacu, o taperebá e cacau. A vegetação de igapó é de baixo porte, atingindo a faixa de 4m a 10m de altura, com predominância de espécies herbáceas a arbustivas, ocorrendo o ananí, a ucuuba, o mututí, a jarandeua, o anauré e também palmáceas como o marajá e caraná. Cerca de 76% das árvores do igapó possuem raízes sapopemas ou raízes escoreas, para conseguir melhor estabilidade A vegetação nas áreas de terraço tem como composição florística a Floresta Ombrófila Aberta de Terra Firme, ocorrendo principalmente nas matas ao redor dos Lagos Bolonha e Água Preta, onde foi criado o Parque Ambiental do Utinga, apresentando segundo estudo do IDESP {(1991), no estrato dominante, espécies como quarubatinga (Vochysia guianesis) com altura de 22m a 27m. No estrato co-dominante, encontra-se o freijó branco (Cordia bicolor), com o porte de 14m a 2Om, o pajurá (Couepia bracteata) na faixa de 12m a 16m e a amaparana (Thyrsodium paraense) com 10m a 14m. Nos estratos opresso e supresso, a variedade de espécies é muito grande, podendo ser encontradas, nas áreas amostradas, várias espécies de breu (Protium sp), a imbaúba (Cecrópia sp), a mandioqueira lisa (Qualea albiflora), o pepino da mata (Ambelania acida) diversos ingás (Inga sp) e ucuúba (Virola sp). Essa região foi bastante estudada quanto às suas potencialidades faunísticas, pelas pesquisas desenvolvidas, por importantes centros de pesquisa da Amazônia, como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a EMBRAPA/CEPATU, a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará ({FCAP} e a Universidade Federal do Pará (UFPa), que se encontram instalados na área das microbacias. Nas áreas de tabuleiros, encontramos atualmente a ocorrência da floresta ombrófila aberta de terra firme, e de algumas capoeiras, em decorrência do desmatamento, e principalmente a malha urbana das de Belém e Ananindeua. 3.1.6.5 - Geologia do Sistema A Bacia do Mucucutu tem seu contexto geológico representado principalmente por unidades cenozóicas, estudadas em afloramentos naturais e através de perfis litoestratigráficos de poços tubulares perfurados na região. Fazem parte desse contexto, a Formação Pirabas, de idade Oligo-Micocênica, situada em Belém a partir de uma profundidade média de 100 metros; o Grupo Barreiras, de idade Mioceno-Pliocênica, que ocorre principalmente na forma de falésias nas ilhas de Caratateua e Mosqueiro; os Sedimentos Pós-Barreiras e os Sedimentos Holocênicos. Formação Pirabas A Formação Pirabas é constituída predominantemente por rochas carbonáticas, de idade Oligo-Miocênica. Trata-se de uma unidade litoestratigráfica com um rico conteúdo fossilífero, que tem sido estudada por diversos pesquisadores, como Maury (1925), Petri (1957), Ackermann (1969); Almaraz & Formoso (1971), Ferreira (1982), Fernandes (1984), entre vários outros. Essa unidade aflora, principalmente, no litoral do estado do Pará, em especial na ilha de Fortaleza, município de Pirabas, Salinópolis, Capanema, entre outras localidades. Em Belém pode ser encontrada a aproximadamente 100 metros de profundidade, observada através da perfuração de poços profundos. Essa Formação foi dividida inicialmente por Petri (1957) apud Farias et al. 1992, o qual estabeleceu três fácies: Castelo, Canecos e Baunilha Grande. Entretanto, atualmente, a divisão mais aceita e citada na literatura é a proposta por Ferreira (1982), que dividiu a Formação Pirabas em três fácies: Castelo, Capanema e Baunilha Grande. Rio Guamá Planícies Fluviais (várzea e igapó) Baixos Platôs Amazônicos (Terra Firme) Figura 09 – Mapa Geomorfológico da área da Bacia do Murucutú 0-5 m 5-10 m 10-15 m 15-20 m 20-25 m 0-5 m 5-10 m Figura 10 – Mapa Topográfico da área da Bacia do Murucutú porção mais distal do sistema deposicional Barreiras, considerando depósitos cíclicos de planície de maré. Sedimentos Pós-Barreiras Consistem em sedimentos areno-argilosos, inconsolidados, facilmente desagregados, compostos, sobretudo de grãos de quartzo, com leitos pouco espessos de seixos e blocos rolados ou pouco movimentados de arenitos ferruginosos (Farias et al. 1992). Rossetti et al. (1989) descreveram os sedimentos Pós-Barreiras como uma fácies areno-argilosa, maciça, separados dos sedimentos Barreiras por superfície erosiva, acompanhada ou não por níveis detríticos. Os autores constataram que as características deposicionais dos sedimentos Pós-Barreiras são sugestivas da atuação de movimentos gravitacionais, além da contribuição de processos dissipativos de dunas eólicas. Na Região Metropolitana de Belém e na ilha de Caratateua esses sedimentos foram mapeados por Farias et al. (1992), que caracterizaram duas fácies sedimentares. A fácies arenito ferruginizado constituída de blocos ferruginosos, de tamanhos variados, envolvidos por uma matriz areno-argilosa. A fácies arenitos diversos que compreende arenitos creme- amarelados, incoesos, e aparentemente desprovidos de estruturas sedimentares; arenitos de cor amarela a alaranjada, de granulometria predominantemente fina, bem selecionados e sem estruturação e areias, predominantemente brancas, com porções de cor amarelo-alaranjada, de granulometria fina, moderada a bem selecionadas. Ainda nesta fácies, descreveram estruturas de bioturbação e feições, que caracterizaram como estruturas de dissipação de dunas. Sedimentos Holocênicos Os sedimentos holocênicos são representados por sedimentos aluvionares, situados nos vales dos rios e igarapés que drenam a área. São constituídos de areias, siltes e argilas. As areias são finas a médias, de coloração marrom, com siltes e argilas intercaladas. As argilas são geralmente cinza-escuro a cinza-claro, apresentando restos de vegetais (galhos e folhas), comumente bioturbadas, o que as torna sem estruturas. Tais sedimentos são observados no período de maré baixa, nas bordas dos canais estuarinos, braços de rios, "furos", igarapés e “praias” que drenam a área (Farias et al. 1992). Formação Pós - Barreiras Formação Barreiras Sedimentos Holocênicos Figura 11 – Mapa Geológico da área da Bacia do Murucutú 3.7 - Aspectos do sistema antrópico dos mananciais do Utinga. A definição atual do sistema antrópico, identificado na área das microbacias dos igarapés Murutucum e Água Preta, formadores dos mananciais do Utinga, encontra-se dividida em duas unidades, a área institucional e a área urbana, que esta subdividida em consolidado, de transição e de expansão (Figura 12).. Área institucional. A área institucional, foi criada no início da década de 40, ao longo dos limites da Primeira légua Patrimonial do Município de Belém, criado em 1627. Nessa área de 52,90 Km2, onde encontramos os bairros do Universitário e o Curió-Utinga, um verdadeiro cinturão institucional, foram instaladas diversas instituições públicas civis e militares, hoje, assim distribuídas: FCAP e EMBRAPA/CEPATU 15,25 Km2 Áreas Militares, Aeroportos e ElETRONORTE 13,39 Km2 COSANPA 15,68 Km2 UFPa 2,51 Km2 Dentro da área das microbacias, são encontradas as terras pertencentes à Faculdade de Ciências Agrárias do Pará -FCAP e do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Umido - CEPATU/EMBRAPA, onde foram construídos as sedes de suas instalações, e implantados os diversos experimentos agrossilvipastoris para a realização das pesquisas em apoio ao ensino e a extensão. A Companhia de Pesquisa dos Recursos Minerais -CPRM, e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- INCRA. A outra parte pertencente à Companhia de Saneamento do Pará -COSANPA, corresponde à área ao redor dos açudes Bolonha e Agua Preta e suas matas adjacentes, as estações de capitação, tratamento e bombeamento da água potável para população da R MB Nesta área ao redor dos mananciais do Utinga, para fins de preservação, foram criadas diversas ações ambientais, por parte do Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, como a Zona de Preservação dos Mananciais do Utinga em 1984, a Zona de Proteção dos Recursos Naturais em 1988, o Parque Ambiental de Belém, em 1993, a Zona Especial de Preservação dos Mananciais do Utinga -ZEP, e as Zona de Funções Especiais -ZEF, segundo o Plano Diretor Urbano ( lei N° 7.603, de Janeiro de 1993). Figura 12 ) mm 1 í t I Í 1 1 t Í 1 1 763000 784000 785000 788000 787000 788000 TBÉO0O TBOODO 7ÉOOO FSZOD0 THI000 Figura 13: Ortofoto da área dos lagos A parte da área urbana de transição, inserida nas microbacias, corresponde, às terras dos bairros do Souza, Castanheira e Curió-Utinga, localizadas ao lado direito da Av. Almirante Barroso e Movimentos Populares No entorno dos lagos varias comunidades habitam. E o processo de criação da Área de Proteção Ambiental gerou desentendimentos entre a população e o governo do estado, pela forma como foi conduzida a implantação da mesma, fazendo com que houvesse a criação de um fórum de entidades para discutir o problema. A área de Proteção ambiental dos Mananciais de Abastecimento de Água de Belém (APA) foi implantado oficialmente em três de maio de 1993, através do Decreto Estadual Nº 1.551, possuindo uma área de 10.000 hectares. Dentro da APA foi criado o Parque Ambiental de Belém, através do Decreto lei 1.552, também em três de maio de 1993. a área total do Parque Ambiental é 1.340 hectares. Na realidade a APA só existe no papel. Durante esses dez anos o processo de implantação vem acontecendo de forma arbitrária, desconsiderando a presença da população nativa, muitos moradores vivem no local há mais de 30 anos. Nesse processo foram desapropriadas 882 residências e ainda faltariam 311. os moradores que continuam na área não aceitaram a formação de valores de indenização das benfeitorias estabelecidas pela Cohab. No dia 23 de março de 2003 foi realizado um encontro promovido pelo Fórum dos Lagos, que consolidou o movimento e integrou novas entidades de Bairros do entorno. Onde foi ressaltado a importância da preservação da área e as possibilidades de melhor convivência entre famílias e o meio ambiente naquele espaço. Esse encontro foi centrado na importância da maior participação dos moradores da área no processo de implantação da APA – Belém. 4 - CONCLUSÕES A área do Utinga passa por um estado de degradação, em decorrência da urbanização crescente e desordenada que se verifica nos municípios de Belém e Ananindeua, mais precisamente no estreito corredor ao longo da BR-316, levando ao surgimento de bairros, conjuntos residenciais e à multiplicação de favelas. Nesses locais encontram-se as principais nascentes das bacias hidrográficas dos lagos Bolonha e Água Preta; algumas dessas nascentes já se encontram fora de áreas físico-territoriais pertencentes à COSANPA, e portanto, sujeitas à degradação às suas proximidades. Acrescente-se o impacto ambiental provocado pela sazonalidade no período de estiagem (anual e menos chuvoso) e, ainda pelo recalque das águas superficiais, barrentas do rio Guamá, que recebe fortes influências da penetração de águas salinas oriundas do Atlântico (nessa estação) e das contribuições da contaminação urbana (dejetos domésticos e industriais). As características topográficas da área fisiográfica do Utinga, evidenciadas pela existência de baixas cotas altimétricas, com terrenos facilmente alagáveis, torna os dois mananciais ainda mais vulneráveis à ação poluidora oriunda da lixiviação de terrenos mais altos, do fácil transporte dos efluentes industriais e domésticos, além da forte contribuição poluidora provinda do lixão do Aura. Esse quadro demonstra os impactos atualmente existentes na qualidade das águas que abastecem Belém e a necessidade de modificação do sistema atual ou mesmo da implantação de formas alternativas de abastecimento, a exemplo das águas subterrâneas. E com relação a esses impactos a prefeitura está tomando ações para minimizá-los. Dentro da APA Belém encontre-se o “Lixão do Aurá” com deposição de resíduos sólidos da RMB, em virtude do avanço da degradação ambiental da área, a PMB tem implementado o Projeto de Biorremediação do Aurá, objetivando a recuperação da área degradada do atual aterro sanitário do Aura, A construção de novas células de tratamento; O reaparelhamento da usina de incineração de lixo hospitalar;A implantação da unidade de triagem de recicláveis; A Escola Ambiental; Projetos de cunho social já foram realizados como: Projeto Sementes do Amanhã, que através da Bolsa Escola tem erradicado o trabalho infanto-juvenil de catadores de lixo. A mobilização social das populações tem papel significativo na decisão de políticas publicas a serem aplicadas na área.
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