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Guias e Dicas
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O Projeto Secreto de Einstein - Vitor Alexandre Chnee, Manuais, Projetos, Pesquisas de Astronomia

livro sobre einstein

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2016
Em oferta
30 Pontos
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Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 16/04/2016

walmyr
walmyr 🇧🇷

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Baixe O Projeto Secreto de Einstein - Vitor Alexandre Chnee e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Astronomia, somente na Docsity! Due Ria side a O PROJETO Sso:i ca rod DJS EINS Vitor Alexandre Chnee O PROJETO SECRETO DE EINSTEIN Einstein, que teve dificuldades para aprender a falar, chegou até ser cogitado como deficiente mental. Concluiu sem brilhantismo o estudo secundário cursando, apesar de ser judeu, um liceu católico de Munique, Alemanha. Se tivesse considerado os conselhos de um de seus professores, teria abandonado a escola. Com boas notas somente em matemática, foi admitido, em 1896, no Instituto Politécnico de Zurique, onde se graduou com dificuldade em 1901. Einstein tentou ser professor, mas conseguiu apenas um emprego no serviço federal de patentes em 1902, em Berna, na Suíça. No entanto, foi o que precisava para tornar-se o cientista do século, à semelhança de Newton, outro "mau" aluno. As muitas horas vagas que o modesto emprego lhe oferecia foram aproveitadas para refletir sobre os grandes problemas da física contemporânea. De fato, em 1905 o mundo tomou conhecimento de sua existência e desde então o nome Einstein é sinônimo de genialidade. Este livro é fruto de uma ampla pesquisa e baseia-se em fatos reais, que podem ser facilmente comprovados em farta literatura a respeito da Segunda Guerra Mundial e também sobre Einstein. No final do livro apresento uma série de referências, incluindo sites que possuem interessante acervo fotográfico. Aproveito para agradecer a meu pai, Igor, que infelizmente foi obrigado a sofrer os horrores da guerra. Sua experiência foi importante na revisão do livro, dando mais conteúdo a ele. Gostaria também de agradecer a meu sogro Dino Celani, que gentilmente cedeu parte do material que muito contribuiu para esta obra. Agradeço a Fábio Cyrino pelas sugestões e pelo apoio, sem os quais não teria terminado esta obra. Dedico esta obra a Rodrigo, Marina e Patrícia, que são a razão de minha perseverança. corpo como se tivesse, ele mesmo, levado o soco. O senhor Isaiah, amarrado com cordas em uma cadeira, nada pôde fazer contra aquele ataque covarde. Com o soco, sua mulher foi lançada sobre o sofá que estava bem à sua frente. Ela agora estava deitada de bruços sobre o sofá e seus cabelos, já ralos, caíam desarrumados em volta de sua cabeça. O sangue começava a sair de sua boca, mas principalmente do nariz. "Que fiz eu?" - encheu-se de remorso o senhor Isaiah, pois sabia que aquilo devia-se à sua teimosia. "Estaria morta?" - lamentou-se em seus pensamentos. Mas percebeu que ela se mexia levemente. Devagar, ela abriu os olhos azuis que ele tanto amava. Seu olhar assustado suplicava por misericórdia. Sentindo um pequeno alívio, o senhor Isaiah soltou a respiração e tentava relaxar quando escutou um berro: "Die Papiere!" O senhor Isaiah sabia exatamente de quais papéis aquele alemão bruto e enorme estava falando. Mas ele também havia se comprometido com seu amigo Albert, décadas antes, a não entregá-los a ninguém, jamais, a não ser ao próprio Albert ou a um expresso enviado seu. O dia, aliás, não podia ter sido pior. Primeiro foram as terríveis notícias ouvidas no início da noite sobre o torpedeamento de navios brasileiros na rota para os Estados Unidos, com muitas mortes e perda de valiosas cargas. O rádio, única distração daqueles tempos, era ligado todas as noites logo após escurecer. O casal Estelvich estava distraído ouvindo um pouco de música brasileira quando, logo depois do jantar, a casa foi invadida por dois desconhecidos que simplesmente arrebentaram a porta da frente. Dois alemães brutos que ele nunca havia visto antes. Após bater nele, um deles socou sua amada esposa Sarah, com quem estava casado há meio século. Aquilo foi demais para um casal idoso. Haviam De fato, bastou um único soco em sua mulher para que ele resolvesse colaborar. "Então nos entregue o que viemos buscar e iremos embora imediatamente." - disse com voz gélida o menor dos dois alemães, falando em um português carregado pelo sotaque. Era menor e não se parecia tanto com um alemão, pois tinha cabelos e olhos castanho escuro. Além disso, não tinha o mesmo porte atlético e arrogante do segundo homem. Talvez por isso mesmo a Geheime Staats Polizei (Polícia Secreta do Estado), ou simplesmente Gestapo, o havia enviado para o Rio de Janeiro, pois não chamaria tanto a atenção. A Gestapo era um dos departamentos da SS ou Schutzstaffel (Esquadrão de Proteção). A SS era uma extensa organização paramilitar que pertencia ao partido nazista. Os nazistas tinham a SS como uma unidade de elite, baseada na Guarda Pretoriana, com todo seu pessoal selecionado com base em requisitos ideológicos e raciais. A SS se diferenciava dos outros corpos militares alemães com suas próprias insígnias, uniformes e patentes. As unidades de combate da SS chamavam-se Waffen-SS e provaram ser realmente eficazes, em muitos casos ainda mais eficazes que o próprio exército regular, a Wehrmacht. A expansão da SS foi feita por Hímmler, que se baseou em modelos de outros grupos organizados, tais como os Cavaleiros Templários, a Ordem Jesuíta e as Brigadas Negras Italianas. O outro alemão, com quase dois metros de altura, não falava português. Era muito branco, tinha olhos azuis, cabelos louros e visivelmente era o chefe da dupla. Com certeza havia acabado de chegar à cidade, provavelmente enviado em especial para aquela missão. O senhor Isaiah concordou com a cabeça, bem devagar. Conseguiu movê- la apenas uma vez para cima e outra para baixo. Seu moral estava baixo e já não pensava mais em resistir. Um dos agentes, que parecia servir o líder, desamarrou o senhor Isaiah. Este pressentiu que o agente iria soltar seu marido, que certamente arrebentaria alguma coisa com o impacto no chão. Apesar de muito fraca, protestou: "Não!" O agente podia ser bruto, mas certamente não era burro. Percebeu que se fizesse aquilo talvez o velho ficasse realmente incapacitado de dar-lhe o que viera buscar. Para ele foi um gesto pensado, mas para os demais foi um gesto inesperado. O fato é que, com a outra mão, o agente empurrou as pernas do senhor Isaiah, colocando-o na posição vertical. Certificou-se de que o velho estava de pé e que não perderia seu equilíbrio, e então o soltou. Ao perceber o chão pressionando seus pés novamente, o senhor Isaiah sentiu-se muito aliviado. Olhou com o canto dos olhos para sua esposa e achou que ela agüentaria. Mas não havia muito o que fazer. Sabia que se tentasse algo assim de novo seria severamente castigado de alguma forma. Ficou sem opção e disse: "Preciso achar uma chave. Os papéis estão bem guardados. Mas sem a chave não poderei pegá-los." A única resposta obtida foi um olhar ameaçador, claramente entendido pelo senhor Isaiah. O líder resolveu seguir o senhor Isaiah. Virou-se para o outro agente e ordenou secamente: "Fique aqui e vigie-a." "Onde estariam os prometidos agentes americanos?" - pensou ele enquanto tentava retardar ao máximo a entrega dos papéis. serviu para inúmeros contatos com judeus, alguns deles em segredo. Sua missão pessoal foi levantar fundos para a causa sionista e mobilizar os judeus contra o crescente movimento anti- semita europeu. Einstein foi um dos poucos judeus com visão suficiente para saber que eles precisavam se organizar contra os anti-semitas. Sua visita iniciou-se em 24 de março por Buenos Aires, na Argentina, onde ficou três semanas. Dali ele seguiu para Montevidéu, no Uruguai, onde permaneceu por uma semana e ministrou três conferências em francês. Do Uruguai ele partiu para o Brasil, para uma semana de permanência no Rio de Janeiro, onde também apresentou conferências. No entanto, era sabido que a platéia em geral não estava preparada para uma palestra científica. Na verdade, as pessoas iam às palestras apenas para conhecer a celebridade de perto. Até mesmo várias crianças compareceram. Em relação às palestras proferidas na América do Sul, Einstein chegou a comentar em seu diário: "As questões científicas eram tão estúpidas que era difícil permanecer sério." Estranhamente, no Rio de Janeiro ele acertou a programação apenas no dia da sua chegada. O próprio senhor Isaiah, líder local, o ajudou na programação e, até onde se sabe, foi o grande articulador para que Einstein viesse também ao Brasil. Além dos compromissos sociais, incluindo uma visita ao presidente da República, Arthur Bernardes, Einstein fez duas conferências sobre a Teoria da Relatividade, no Clube de Engenharia e na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, e também uma comunicação na Academia Brasileira de Ciências. No Clube de Engenharia, por exemplo, encontrou o salão superlotado. Não por cientistas ou estudantes mas por embaixadores, generais do Exército e representantes dos ministros. Havia alguns engenheiros, é verdade, mas muitos deles estavam acompanhados de "Muito bem, querido amigo. Esta terra, com seu clima ameno, é uma bênção para nós." - respondeu polidamente Isaiah. "Realmente deve ser. Frau Sarah, a senhora parece que não envelheceu nem um dia desde nosso último encontro." - disse Einstein, virando-se para a elegante senhora que, com o elogio, mostrou brilho em seus olhos. "O senhor é sempre muito gentil." - disse meio sem jeito a senhora Sarah. A seguir o senhor Isaiah convidou o amigo para entrar e caminharam os três juntos para dentro da casa. Ao entrarem, o senhor Isaiah puxou Einstein um pouco de lado e comentou com o velho camarada: "Herr Albert, há quanto tempo, hein? Parece que foi ontem quando nós estávamos na Alemanha, e depois em Berna." - disse o senhor Isaiah, com os olhos começando a marejar. Einstein não conseguiu responder e ele continuou: "Mas o senhor não está com uma aparência muito boa. O que há? Vai dizer que já quer voltar para a Europa." "Não, não é nada disso. Estou aproveitando bem a viagem. Tenho feito ótimos contatos com cavalheiros aqui da América do Sul. Estou muito surpre- so com o tamanho e grandiosidade de sua gente. Mas acontece que ontem eu comi um prato típico daqui que fizeram questão que eu provasse. Protestei, não queria fazer nenhum tipo de aventura gastronômica, mas não houve jeito. Acho que o nome do prato é vatapá com pimenta. Não me recuperei ainda. Mas isso passa." A senhora Sarah, olhando para o marido, sorriu levemente. Ela virou- se de novo para Einstein e disse: "Então vamos nos sentar e tomar um pouco de chá preto, o que vai ajudá- lo nessa sua recuperação. Não se envergonhe porque esse tipo de desarranjo também acontece com freqüência comigo ou com o senhor Isaiah. Mas, normalmente, quando faz mais calor. O senhor nem queira saber o calor que faz aqui no verão. Veja que estamos no outono e a temperatura está que, realmente, tinha acertado em sair da Europa. Einstein então, de repente, ficou bastante sério e disse: "O pior de tudo, senhor Isaiah, é a perseguição que nós judeus enfrentamos. Em especial em nossa pátria, a Alemanha. E eu ainda mais, por assumir uma atitude pacifista. Um judeu pacifista. É tudo o que os nacional- socialistas querem para alvo." - disse o senhor Albert com voz triste. O senhor Isaiah apenas acompanhou com atenção aquelas palavras. Ele, homem instruído, sabia daquele tipo de problema. Só não tinha idéia da gravidade que assumira. Os três fizeram alguns instantes de silêncio e o ar da sala ficou pesado. A ocasião era de festa e, esperta, a senhora Sarah mudou de assunto rápido, lembrando um alegre acontecimento: "Ficamos sabendo de seu grande sucesso. Chegou a receber um Prêmio Nobel. Isso não é para qualquer um." "Sim, é verdade. Mas há outros cientistas mundo afora que talvez o mereçam tanto quanto eu." - respondeu o modesto Einstein. A senhora Sarah virou-se de novo para seu marido e, outra vez, sorriu levemente. "Mas o que está achando desta terra longínqua?" - perguntou o senhor Isaiah. "É linda. O Rio de Janeiro é lindo. Uma paisagem deslumbrante como nunca vi em outra parte do mundo. E o povo é muito hospitaleiro." "É o que achamos também." "Fiquei desapontado apenas com o grande número de habitações impróprias que se vê pela cidade. Existe miséria na Europa, mas de algum modo ela é diferente dessa daqui. Talvez pelos europeus serem mais instruídos, parece que lá há uma saída." - disse Einstein. "Se o senhor sair dos grandes centros, então ficará chocado de verdade. A miséria do sertão é ainda pior. Além da falta de recursos, ainda por cima há o problema das enchentes e das secas. E o senhor tem razão quanto a instrução. Falando apenas do básico, não é difícil semelhante. O senhor Albert havia trazido consigo uma pasta volumosa, que estava em suas mãos. Aproveitando-se do momento em que a senhora Sarah esteve ausente da sala, virou-se para o amigo, mostrando a pasta negra: "Preciso pedir-lhe um enorme favor. Mas se o que vou pedir-lhe estiver fora de seu alcance, avise-me e entenderei." "Meu amigo, por ti faço e farei qualquer coisa." - respondeu gentilmente o senhor Isaiah. "Aliás, já estava ficando bem curioso a respeito dessa pasta, que o senhor não larga um minuto." - aproveitou para provocar o amigo. Einstein deu um sorriso forçado mas voltou a ficar sério rápido. Ele sabia da gravidade do problema. "Muito obrigado por se colocar à disposição tão prontamente. Para mim, sua amizade é de um enorme valor." Fez uma rápida pausa para respirar fundo e continuou: "Ocorre que esta pasta contém documentos sobre um trabalho científico que desenvolvo há vários anos. Mas ela não pode mais ficar na Alemanha. Há perigosos boatos sobre este trabalho e as pesquisas que fiz em campo. Tenho feito algumas perguntas e trocado idéias com nossos antigos amigos e sei que os boatos estão partindo de nossos colegas da Academia Olímpia." "Academia Olímpia! Há quanto tempo não escuto esse nome ..." - emocionou- se o senhor Isaiah enquanto seus olhos brilhavam. "Mas e os boatos? São verdadeiros?" - perguntou o senhor Isaiah com certo ar de camaradagem, como quem de fato já conhecia a capacidade do amigo de longa data. A resposta foi exatamente aquela que ele esperava. "Temo que sim, meu amigo." - Einstein respondeu sorrindo, como quem ficou sem graça. Uma de suas características era ser humilde em relação ao próprio trabalho. Fez uma breve pausa e continuou: à religião, e portanto aquelas palavras podiam ser mal interpretadas. Deveria haver muito cuidado com elas. "Isaiah, veja bem. Os planos que estão nesta pasta não têm cópia. Este estudo eu desenvolvi em segredo e trata-se de uma tecnologia que hoje ainda não existe. Consegui comprovar em laboratório muito do que desenvolvi na teoria e quase posso garantir que a tecnologia é viável. Mas, se cair em mãos erradas, pode sim ser aplicada para tornar-se uma arma terrível, que por sua vez pode tornar invencível o exército que a desenvolver." "Entendo." - assentiu o senhor Isaiah, com a cabeça, bem devagar. "Fique tranqüilo, Albert. Não vou questionar seu projeto, pois entendo perfeitamente suas razões. Deixe aqui sua pasta, este país está muito longe dos conflitos europeus e seu segredo ficará seguro comigo. Se algum dia eu temer por ele, entro em contato contigo para que providencie o resgate de sua pasta." Percebendo a volta da senhora Sarah, mudaram rapidamente de assunto e voltaram a falar do tal vatapá com pimenta. Ela entrou na sala com uma bandeja com três xícaras e um bule. Deu uma xícara a cada um dos cavalheiros e separou uma outra para si mesma. Derramou a água quente dentro da xícara do convidado e, com um leve e doce sorriso, perguntou apenas: "Diga-me o quanto estiver bom, Herr Einstein." O ambiente era muito agradável. As janelas com cortinas brancas filtravam levemente a luz do sol deixando o ambiente claro e alegre naquele fim de tarde. Não havia nenhum luxo ali, mas os sofás e poltronas eram muito confortáveis. Espalhados pelo ambiente, havia inúmeros símbolos judaicos que confirmavam o caráter religioso do anfitrião. Enquanto a senhora Sarah enchia as xícaras com água quente, a sala adquiria o odor característico do chá preto. A visita continuou com muita cordialidade entre os três amigos. Era muito bom recordar os bons tempos da juventude. A morreu ainda na infância, e sobre quem há suspeitas de ter sido adotada. Hans Albert, o filho mais velho, tornou-se professor de engenharia hidráulica na Universidade da Califórnia, Berkeley. O outro filho era psicótico, e Mileva cuidou dele até sua morte, em 1948. Einstein admirava a independência intelectual e a ambição de Mileva. Disse, certa vez, que teve sorte em achar Mileva, "uma criatura que é meu igual e que é forte e independente como eu sou". No entanto, eles se divorciaram em 14 de fevereiro de 1919, após o crescente desgaste do casamento. Talvez ainda não fosse a hora da "grande paixão". Como consolo, Mileva acabaria ficando com o dinheiro que Einstein ganhou com o Prêmio Nobel, em 1921. Einstein deixou Mileva por outra mulher. Casou-se com sua prima Elsa, com quem viveu até sua morte em 1936. Elsa possuía uma beleza clássica e, segundo os historiadores, soube manter a vida privada de Einstein em perfeita ordem, mesmo antes de se casarem. No entanto, ele teria comentado em 1952: "Até agora tudo bem. Eu sobrevivi à Alemanha nazista e a duas esposas." Einstein era dado a romances com seus contatos femininos e alguns anos antes do divórcio de Mileva, uma outra mulher o abalou profundamente. O que não é muito difundido é quem seria aquela mulher. Mas os três que tomavam chã naquela sala do Rio de Janeiro sabiam muito bem quem ela era. Apaixonada e carente de atenção, Sarah não conseguiu competir com o desafio intelectual de Einstein que, afinal de contas, ainda era um homem casado naquela época. Ela ainda, vez por outra, se encontrava com Einstein, e tentava desesperadamente despertar seu interesse, fingindo estar desinteressada. Ao contrário do resto do mundo, Sarah era a única que não comemorou o sucesso dos projetos de Einstein naquele ano. Foi aí que o jovem Isaiah percebeu sua chance. Mas o destino pregou-lhe uma peça e fez com que se apaixonasse perdidamente por Sarah. A paixão da mulher que ele amava por Einstein começou a incomodá-lo e, com muita delicadeza, soube pouco a pouco afastar-se do amigo. De fato, com os anos se viram cada vez menos. Então veio a Primeira Guerra Mundial e o útil uniu-se ao agradável: resolveram emigrar da Alemanha para um local distante. Alheio a tudo isso, Einstein apenas se lamentaria da ausência dos dois amigos, e nos anos que se seguiram focaria cada vez mais seu trabalho, cujo sucesso teve início no Ano Miraculoso, em 1905. No primeiro de três documentos, Einstein examinou o fenômeno descoberto por Max Planck de acordo com o qual a energia eletromagnética era emitida em quantidades discretas. A energia do quanta era diretamente proporcional à freqüência da radiação. Isso parecia contradizer a teoria eletromagnética clássica, baseada nas equações de Maxwell, e as leis termodinâmicas, que admitiam que aquela energia eletromagnética consistia em ondas que poderiam conter qualquer quantia pequena de energia. Einstein utilizou a hipótese do quantum de Planck para descrever a Radiação Eletromagnética da luz. Aliás, Max Planck formulou com sua lei o que seria o comportamento de corpos negros (em física um corpo negro é um objeto que absorve toda a luz que cai sobre ele: nenhuma luz passa através dele, nem é refletida. Apesar do nome, corpos negros realmente emitem radiação térmica, como a luz por exemplo). Não costuma ser lembrado pois, mesmo que Olinto de Pretto tenha feito isso, foi Einstein quem conectou a fórmula com a Teoria da Relatividade. De qualquer modo a maioria dos cientistas considerou essa teoria apenas como mais uma curiosidade até a década de 1930, quando os problemas de energia começaram a rondar o globo. O petróleo era adotado como força motriz global, devido, entre outros fatores, à popularização dos automóveis. A crescente utilização dessa fonte de energia por todos os níveis industriais foi mais rápida do que a capacidade de crescimento de sua produção. A palavra energia começou a sair lentamente dos livros de física para ser inserida no vocabulário popular. De fato, poucas décadas depois já havia discussões sobre o assunto nos jornais. Hoje em dia a discussão é diária. Einstein não foi o primeiro a propor todos os componentes da Teoria Especial da Relatividade. Sua contribuição foi a de unificar as partes importantes da mecânica clássica e a teoria eletrodinâmica de Maxwell. Alguns desavisados costumam dizer: "Einstein disse que tudo é relativo." Não é verdade, como já dito anteriormente. Para seu trabalho, ele admitiu que a velocidade da luz é constante em qualquer ambiente. Aliás, muitos cientistas têm tentado quebrar essa regra, mas sem sucesso até hoje. Einstein recebeu o Prêmio Nobel em 1921, mas não por seu mais famoso trabalho, a Teoria da Relatividade. Por questões políticas, a Academia Real de Ciências da Suécia decidiu dar o prêmio a Einstein por um trabalho não tão polêmico. Segundo a Academia, Einstein ganhou o prêmio por sua explicação dos efeitos fotoelétricos e por "suas contribuições para a Física Teórica". O terceiro dos principais documentos de Einstein em 1905 foi sobre mecânica estatística. O cientista estava mesmo muito a frente de seu tempo. Muitas de suas teorias só puderam ser comprovadas em laboratórios décadas CAPÍTULO IV Subitamente um berro fez com que o senhor Isaiah voltasse abruptamente à realidade. "Schnell!" "Rápido!" - repetiu o alemão, agora em português. Como se a mudança de língua pudesse fazer com que o velho andasse mais rápido. "Nós já passamos por aqui!" - berrou novamente o alemão. "Desculpe-me, senhor. Minha memória já não é mais a mesma." - disse seriamente o senhor Isaiah. O agente, resignado, apenas cerrou os punhos, respirou fundo e resolveu aguardar mais um pouco. Porém na mesma velocidade que a paciência do agente alemão ia se esgotando, o senhor Isaiah também perdia a esperança de que algum agente americano chegasse a tempo à sua casa. Seu amigo Einstein manteve contato nos anos seguintes àquele encontro e dera- lhe seu novo endereço nos Estados Unidos. Conforme o combinado, tão logo começou a Segunda Guerra Mundial, o senhor Isaiah não achou prudente ficar com os planos de Einstein e escreveu a este, solicitando seu resgate. De fato, em 1939, Albert Einstein escreveu para o presidente dos Estados Unidos, o senhor Franklin Delano Roosevelt. Já naquela época, prevendo o que ia acontecer, Einstein pediu pela construção da bomba atômica, ainda pouco mais do que uma teoria. Na mesma carta, disponível em sites da internet, percebe-se uma dúvida de Einstein. Ele não sabia se seria possível transportar a bomba via aérea, pois temia que o artefato fosse pesado demais. Essa questão em especial intrigou Roosevelt e fez com que Einstein acabasse por revelar ao presidente americano detalhes de seu projeto deixado catorze anos antes no Rio de Janeiro, que poderia ajudar a resolver o problema. O projeto também pesquisando tal arma. Isso, no entanto, durou até 1943, quando Niels Bohr fugiu da Dinamarca ocupada para a Inglaterra e contou aos aliados sobre um encontro que tivera com Heisenberg, líder da pesquisa atômica alemã. Segundo Bohr pôde entender, os alemães estavam focados no desenvolvimento da bomba atômica e estariam sim próximos de obtê-la. Essa declaração teria horrorizado os líderes aliados que, então, tornaram o Projeto Manhattan prioridade máxima. Mas o fato é que os cientistas alemães informaram o então responsável nazista por armamentos, Albert Speer, que não teriam a bomba em menos de alguns anos. Speer, no verão de 1943, deu permissão para o uso de núcleos de urânio em munição de núcleo resistente. Muito depois da guerra, apresentou em sua biografia: "A liberação por mim de nossos estoques de urânio, de cerca de mil e duzentas toneladas métricas, mostrava que não mais pensávamos em produzir bombas atômicas". Mas Niels Bohr não sabia disso e, em suas memórias - que até hoje não foram totalmente liberadas por sua família - expõe uma mente atormentada como sendo indireta mas decisivamente culpada pelas explosões atômicas. Com efeito, às 05h29m45s de 16 de julho de 1945, em uma madrugada chuvosa, os Estados Unidos explodiram o primeiro artefato nuclear da história, conhecido como Gadget. Aquele foi o objetivo atingido pelo Projeto Manhattan, que visou desenvolver e construir armas nucleares. Julius Oppenheimer dirigia um grupo de cientistas americanos e de refugiados europeus em Los Alamos, Novo México. Na ocasião, Oppenheimer citou um trecho do Bhagavad Gita, quando Vishnu procura convencer o príncipe a cumprir seu dever e para isso toma sua forma de muitos braços: 'Agora, tornei-me a morte, o destruidor dos mundos." Sobre o experimento em si, Oppenheimer disse ainda: "Esperamos até que a explosão levou esse nome por estar ligado ao Distrito de Engenharia de Manhattan do US Army Corps of Engineers e porque boa parte da pesquisa inicial foi realizada em New York. Esse projeto levou mais de seis anos e consumiu 1,8 bilhões de dólares - agosto de 1945 / valor atualizado após cinqüenta anos - vinte bilhões de dólares - e teve 150 mil pessoas envolvidas. O general Leslie Groves, do Army Corps of Engineers, que tinha sido o responsável pela construção do edifício do Pentágono em Washington D.C., foi o comandante militar do projeto. O processo mais importante, no entanto, foi desenvolvido dentro dos meios acadêmicos. Na Universidade de Chicago, em Stagg Field, outro célebre cientista, Enrico Fermi, conseguiu executar uma reação controlada. Em relação ao projeto em si, antes de mais nada, sabia-se que o programa de enriquecimento de urânio teria que ser desenvolvido primeiro, somente depois disso um artefato militar poderia ser confeccionado. O local para esse processo, que é baseado em difusão gasosa, foi Oak Ridge, no Tennessee, que utilizava a energia elétrica da TVA - Tennessee Valley Authority. Daí em diante, foram vinte e sete meses até o teste, muito menos que os quatro anos avaliados inicialmente. A carga necessária de plutônio foi produzida em Hanford, no estado de Washington. Com o sucesso dos testes em laboratório, a procura por um local apropriado de teste de campo finalmente começou, em maio de 1944. Era necessário um lugar plano, isolado e com bom clima. Tal local deveria estar a uma distância razoável de Los Alamos. Oito lugares em quatro estados do oeste americano foram visitados. Um deles foi o Vale de Jornada dei Muerto, que ficava dentro da área da base de Alamogordo, no Novo México, que estava sob controle do governo americano. Não apenas cientistas, mas mulheres e crianças passaram a viver ali. Ao sul de Los Alamos, uma área foi escolhida e denominada secretamente de certamente a quarta Guerra Mundial será lutada com paus e pedras." Várias empresas privadas estiveram envolvidas no desenvolvimento dessa tecnologia e a saúde de trabalhadores e a preservação do meio ambiente não estavam entre as prioridades. Anos mais tarde as conseqüências apareceram na forma de câncer de várias espécies. Em 1944, quando os aliados já haviam tomado a maioria dos territórios ocupados pelos nazistas, descobriram documentos que mostravam que os alemães tentaram realmente construir a bomba, mas tomaram o rumo errado em suas pesquisas. Três horas após o teste no deserto, o navio Indianapolis deixou o porto de São Francisco com destino ao arquipélago das Marianas, carregando outro exemplar da bomba. O secretário da Guerra, Henry Stimson, foi ao encontro de Truman, que assumira a presidência americana após a morte de Roosevelt, e seu secretário de Estado James Byrnes, que estavam em Potsdam, Alemanha, para se reunirem com Winston Churchill, primeiro ministro inglês, e Josef Stalin, líder da União Soviética. Stimson comunicou o feito obtido e buscou o uso diplomático da bomba, enquanto Byrnes preferiu o lançamento da bomba para desestimular os russos e, ainda, obter a rendição incondicional dos japoneses. Hoje se sabe que o secretário de Estado impôs sua vontade. Quando a bomba dos Estados Unidos foi testada, a Segunda Grande Guerra Mundial já estava encerrada na Europa e o conflito se restringia ao Pacífico - forças aliadas contra o Japão. O campo de provas foi transferido do deserto do Novo México para o arquipélago do Japão com a autorização do presidente americano Harry Truman, que assumiu a presidência após a morte de Roosevelt, em 24 de julho de 1945, conforme declaração oficial do governo americano. Assim, o mundo tomou conhecimento de uma nova arma originada nos laboratórios de pesquisa nuclear, que abriu caminho para outras dezembro de 1941, que acarretou a entrada efetiva dos americanos na Segunda Guerra Mundial, o projeto secreto de Einstein tomou importância para o governo americano. Até então os americanos davam apenas suporte logístico aos países atacados pela Alemanha, notadamente para o Reino Unido. Mas a entrada oficial dos Estados Unidos na guerra forçou seu governo a procurar todas as alternativas para vencer. Com o torpedeamento de navios brasileiros, no início de 1942, o senhor Isaiah entrou em pânico e enviou uma carta solicitando que seu amigo Albert desse um jeito de mandar resgatar aqueles documentos de qualquer maneira. Não era possível que a Alemanha pusesse as mãos naqueles papéis. A alternativa seria queimar o projeto, mas conforme seu amigo mesmo havia dito: "Não há cópia". Einstein repassou toda a ansiedade do amigo para o governo americano que, finalmente, resolveu resgatar o projeto. Em Washington o alarme foi dado e uma mensagem criptografada (em código) foi enviada para a embaixada americana no Rio de Janeiro. A ordem era para que dois agentes fossem imediatamente para a residência dos Estelvích com objetivo de recuperar o projeto secreto de Einstein. A mensagem seria enviada à noite, hora local do Rio de Janeiro, para que houvesse tempo para que o senhor Einstein telegrafasse para seu amigo avisando que os papéis seriam resgatados por agentes americanos. Instado a descrever o rádio e o telégrafo, o físico Albert Einstein respondeu: "Você sabe, o telégrafo é como um gato comprido, muito comprido. Você puxa seu rabo em New York e a cabeça mia em Los Angeles. Entende isso? E o rádio opera exatamente da mesma forma: você envia os sinais aqui, eles os recebem lá. A única diferença é que não existe o gato". foi então trabalhar em um rentável emprego, em um laboratório em Eppenstat, próximo a Traunstein, na Bavária. Foi ali que os agentes da Gestapo o encontraram. "Boa tarde, Herr Doctor Johannes Stark." - cumprimentou respeitosamente o agente da Gestapo. Stark nem se mexeu. Arrogante, estava acostumado a homens que vinham falar com ele, sempre para pedir alguma coisa. Muitas vezes apenas dinheiro. Rico e famoso, não tinha mais preocupações em sua vida. Trabalhava apenas para "passar o tempo". Após uma breve pausa, um dos agentes apresentou a si mesmo e a seu colega: "Sou o agente Gunther e este é o agente Wilhelm da Gestapo." Ao ouvir aquela palavra, "Gestapo", os olhos de Stark se iluminaram. Abriu um sorriso e disse de forma prestativa: "Boa tarde, senhores. Em que posso ajudar?" "Estamos em uma missão especial para ajudar o esforço de guerra do III Reich. Hitler nos convocou para que descobríssemos com nossos cientistas tecnologias, ou projetos de tecnologias, que possam ser desenvolvidas e utilizadas contra os inimigos do império." "Minha pesquisa não tem aplicação militar, infelizmente. Lamento não poder ajudar o esforço de guerra." "Herr Doctor, estamos cientes de suas pesquisas." - disse Gunther, para surpresa de Stark. Continuou: "Pedimos ao senhor que colabore com qualquer informação. Talvez algum colega ou trabalho mais antigo que possa nos ter escapado." Stark coçou os cabelos brancos por alguns instantes e um nome veio-lhe instantaneamente à cabeça: "Albert Einstein." - disse ele. "Perdão Herr Stark?" "Vou explicar. Sentem-se um momento. Anos atrás, o cientista judeu Albert Einstein trabalhou secretamente aqui na na verdade, há várias décadas: "Academia Olímpia." "Academia Olímpia?" - perguntou novamente o mesmo confuso agente. "Sim, é uma associação que o próprio Einstein fundou. Dali saíram alguns de seus mais fiéis amigos. Não tenho dúvida alguma de que Einstein deixou seu projeto com alguém que pertenceu à Academia Olímpia. E tem mais: naturalmente, devido a sua posição totalmente contrária a nós, eu procuraria por alguém que tenha, como o próprio Einstein, emigrado. É o que eu faria no lugar dele. Entregaria o projeto a alguém que estivesse o mais longe possível da Alemanha. Achem a pessoa e acharão o projeto." "O senhor sabe onde podemos encontrar essa Academia?" "Não se trata de uma academia propriamente dita. Era um grupo de discussões formado por Einstein e seus amigos, entre eles Maurice Solovine e Conrad Habicht. Desses nomes me lembro bem, mas sei que havia outros. Einstein formou essa academia quando morava em Berna, na Suíça. Segundo soube, as discussões ali foram muito úteis para formular alguns de seus principais pensamentos e teorias." "Então o senhor acha que devemos procurar esses dois homens? Talvez eles nos levem até outros participantes." "Certamente é um começo." - respondeu Stark. "Em nome do III Reich, gostaríamos de lhe agradecer imensamente." "Não há nada que eu não faça com prazer pelo sucesso ariano." - disse Stark, com um brilho nos olhos. Os dois agentes colocaram-se de pé e fizeram a saudação nazista para Stark. Este ia responder à saudação, mas disse de repente: "Esperem. Acho que tenho mais alguma coisa para ajudar. Dos tempos que Einstein e eu éramos amigos." Os dois agentes desfizeram a saudação e olharam um para o outro com cara de "o
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