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Guias e Dicas
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Alvenaria Estrutural tcc, Teses (TCC) de Engenharia Civil

Alvenaria Estrutural

Tipologia: Teses (TCC)

2017
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Compartilhado em 12/10/2017

josimar-batista-9
josimar-batista-9 🇧🇷

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Baixe Alvenaria Estrutural tcc e outras Teses (TCC) em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! Betim 2017 JOSIMAR BATISTA DE MELO ALVENARIA ESTRUTURAL QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Betim 2017 NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA ALVENARIA ESTRUTURAL Qualidade e Produtividade Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil. Orientador: Ana Carolina Godoy Paiva JOSIMAR BATISTA DE MELO AGRADECIMENTOS Agradeço a Cristiane Maria de Castro minha professora do primário que me ensinou a acreditar no potencial de um dia ser engenheiro. Aos professores que além do conteúdo técnico nos deixam experiências e momentos marcantes de crescimento profissional. A todos os amigos e colegas de profissão que auxiliam e acreditam no resultado que podemos conseguir em conjunto. Agradeço também ao engenheiro Carlos Alberto pelos conselhos e acompanhamento ao longo dos anos acreditando que um dia ia seguir essa importante profissão. E também a minha querida amiga Ana Alessandra por estar sempre me apoiando nessa caminhada acadêmica. RESUMO Este trabalho apresenta formas de gerir a alvenaria estrutural de maneira enxuta e eficiente, partindo da utilização de conceitos já aplicados nas indústrias, e da definição de materiais que contribuem para produtividade e qualidade nas obras. Busca-se associar nas etapas construtivas práticas pré-estabelecidas visando à melhoria contínua. Há uma apresentação de materiais e ferramentas mais utilizados na execução de alvenaria estrutural e conceitos para o seu aproveitamento de forma racionalizada, que ao final resultam numa maior produtividade e qualidade dos serviços realizados. Conclui-se pela necessidade de operacionalizar, formando um ciclo de repetitivas aplicações coordenadas, e utilização de pré-moldados nas etapas que mais demandam tempo durante a execução, considerando as aplicações desde o início do projeto construtivo visando à qualidade do todo. Palavras-chave: Racionalização; Alvenaria estrutural; Pré-moldados; Edifícios. ABSTRACT This work presents ways of managing structural masonry in a lean and efficient way, starting from the use of concepts already applied in the industries, and the definition of materials that contribute to productivity and quality in the works. It seeks to associate in the constructive stages pre-established practices aiming at continuous improvement. There is a presentation of materials and tools most used in the execution of structural masonry and concepts for its use in a rationalized way, which in the end result in a higher productivity and quality of services performed. It is concluded by the need to operationalize, forming a cycle of repetitive coordinated applications, and the use of precast in the stages that most require time during the execution, considering the applications from the beginning of the construction project aiming at the quality of the whole. Key-words: Rationalization; Structural masonry; Pre-molded; Buildings. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 PROBLEMAS DA PESQUISA .................................................................................................. 14 1.2 OBJETIVOS.............................................................................................................................. 14 1.2.1 Objetivo geral: .................................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos específicos: ...................................................................................................... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 14 1.4 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 15 2 BREVE HISTÓRICO .......................................................................................... 16 2.1 CONTEXTO GERAL ................................................................................................................. 16 2.2 NO BRASIL ............................................................................................................................... 18 2.3 CONCEITUAÇÃO ..................................................................................................................... 20 2.3.1 Alvenaria estrutural não armada ..................................................................................... 21 2.3.2 Alvenaria estrutural armada ............................................................................................ 21 2.3.3 Alvenaria parcialmente armada ....................................................................................... 21 2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS .......................................................................................... 22 2.4.1 Principais vantagens........................................................................................................ 22 2.4.2 Principais desvantagens .................................................................................................. 22 2.5 CONSTRUÇÃO ENXUTA ......................................................................................................... 23 3 ALVENARIA ESTRUTURAL - MATERIAIS E FERRAMENTAS ..................... 24 3.1 MATERIAIS .............................................................................................................................. 24 3.1.1 Blocos cerâmicos ............................................................................................................. 24 3.1.2 Blocos de concreto .......................................................................................................... 26 3.1.3 Argamassas ..................................................................................................................... 29 3.1.4 Grautes ............................................................................................................................ 32 3.1.5 Armaduras ....................................................................................................................... 34 3.2 FERRAMENTAS ...................................................................................................................... 35 3.2.1 Escantilhão ...................................................................................................................... 35 3.2.2 Meia cana metálica .......................................................................................................... 35 3.2.3 Bisnaga ............................................................................................................................ 35 3.2.4 Palheta ............................................................................................................................. 36 3.2.5 Ferramentas e equipamentos .......................................................................................... 36 4 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA ALVENARIA ESTRUTURAL ............... 37 4.2 PROJETOS .............................................................................................................................. 37 4.2.1 Modulação ....................................................................................................................... 38 4.2.2 Projeto Hidráulico ............................................................................................................ 40 4.2.3 Projeto elétrico ................................................................................................................. 41 4.3 TECNOLOGIA .......................................................................................................................... 42 4.3.1 Lajes pré-moldadas ......................................................................................................... 42 4.3.2 Esquadrias ....................................................................................................................... 43 4.3.3 Portas .............................................................................................................................. 44 4.3.4 Escadas ........................................................................................................................... 45 4.3.5 Revestimento ................................................................................................................... 46 4.4 SUPRIMENTO .......................................................................................................................... 47 4.5 ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO............................................................................................ 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 52 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53 13 1 INTRODUÇÃO As mudanças que a área da construção civil vem passando desde os últimos anos impulsionados pela competitividade e aumento da demanda por construções voltadas para modelo residencial traduz-se na evolução dos métodos construtivos. Sendo que o surgimento de técnicas de fabricação de elementos estruturais e a utilização de equipamentos de precisão, junto ao controle dos fluxos de produtos, informações e recursos se aproximam da característica de racionalidade. Atribuindo usos e práticas de gestão em busca de qualidade e eficiência. Dentre os diversos sistemas construtivos o de alvenaria estrutural tem sido utilizado como meio de racionalização do processo de construções, por ser um sistema de simples execução, mas que requer cuidados desde o estudo e elaboração do projeto até execução da obra. Através dessas particularidades desse sistema que devem ser observadas durante o processo construtivo de alvenaria insere-se durante as etapas da obra conceitos e ferramentas de gestão que as tornam mais eficientes, rápidas e com custos menores que os gerados pela utilização do sistema construtivo convencional. O setor da construção civil possui um papel importante na economia brasileira, com grande relevância social e ambiental. Esse destaque vem acompanhado com a evolução dos processos construtivos que juntamente com novos métodos de produção como a gestão de fluxos de informações, transporte e recursos materiais dentro dos canteiros de obras, beneficia a racionalização do setor da construção. A combinação desses novos métodos de produção que vem da evolução dos processos na área da construção, baseado na racionalidade, eficiência e gestão de fluxos, com sistema construtivo tradicional de alvenaria estrutural traz maior competitividade e qualidade para o setor da construção. Nesse contexto a alvenaria estrutural que exige uma racionalização no seu processo durante todas suas etapas, principalmente a de execução; vem, portanto, se beneficiando com aplicação de ferramentas e conceitos de gestão, antes utilizados apenas por empresas de áreas industrializadas. 16 2 BREVE HISTÓRICO 2.1 CONTEXTO GERAL Inicialmente, pela facilidade de ser encontrada na natureza, a rocha foi utilizada como elemento de alvenaria, utilizando-se de técnicas rudimentares e procedimentos empíricos. A alvenaria estrutural como material de construção tradicional tem sido usada há milhares de ano (DUARTE, 1999). Com a descoberta da facilidade de ser amolgar a argila surgiram os tijolos de argila, que facilitaram a execução em alvenaria estrutural e a construção de formas arquitetônicas até então não exploradas, Parthenon (figura 1), construída na Grécia entre 480 a.C e 323 a.C exemplifica o avanço construtivo utilizando novas técnicas e formas geométricas baseadas na combinação argila e pedra além de partes de madeira. Fonte: Info Escola, (2017). Com o passar dos anos descobriu-se a técnica de executar vãos utilizando arcos com elementos de pedra e argila modela em unidades de bloco. Foi assim que executaram diversas obras com elevação da qualidade da alvenaria estrutural. A Figura 1 - Parthenon, Grécia. 17 igreja Notre Dame (figura 2), em Paris, que possui em sua parte superior unidades combinadas exercendo função estrutural demonstra essa prática construtiva. Fonte: Galeria Notre Dame Cathedral, (2017). Após a metade do século XIX a alvenaria impulsionada pela revolução industrial em que se aperfeiçoavam nas técnicas de construção e produção de blocos com medidas adequadas ao manuseio, para trabalho humano diário, predominou-se a alvenaria como material estrutural (KALIL, 2007). Mesmo com a revolução facilitando por meio de inovações a construção, conforme Kalil (2007), à falta de pesquisa e o desconhecimento de técnicas de racionalização deixava insegurança quanto às estruturas. O que mudou em meados de 1950 com procedimentos e normatizações referentes à alvenaria com o surgimento do código de obras, o que marcou o crescimento da alvenaria estrutural. Construído em Chicago de 1889 a 1891, o Edifício “Monadnock”, visualizado na figura 3, que marcou a moderna alvenaria estrutural, (SILVA 2004). Figura 2 - Igreja Notre Dame, Paris. 18 Fonte: ZBAREN, (2017). O crescimento da alvenaria estrutural continuou no mundo todo com diversas obras que marcaram essa ascensão. Segundo silva (2004), em Zurich, suíça havia um edifício de 18 pavimentos que em 1957 era considerado o edifício mais alto construído nesse sistema construtivo. O primeiro congresso internacional sobre tema alvenaria estrutural aconteceu no Texas, resultou na publicação de anais por Johnson, gerando incentivos para tratar da estrutura com racionalidade. 2.2 NO BRASIL Conforme Silva (2004), no Brasil com a ampliação das cidades e as necessidades urbanas de moradia, além das mudanças econômicas, culturais e políticas a qual se encontrava fez surgir os primeiros prédios em alvenaria estrutural Figura 3 - Edifício Monadnock, Chicago. 21 2.3.1 Alvenaria estrutural não armada Sistema tradicional utilizado geralmente em edificações de pequeno porte, como residências e prédios de até 8 pavimentos. Segundo a ABNT (NBR – 10837 item 3.4), alvenaria estrutura não armada de blocos vazados de concreto é: “Aquela construída com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e que contém armaduras com finalidade construtiva ou de amarração, não sendo esta última considerada na absorção dos esforços calculados. ” 2.3.2 Alvenaria estrutural armada Sistema que consistem em atribuir elementos específicos constituindo um todo solidário para resistir aos carregamentos. Conforme ABNT (NBR – 1083 item 3.5), alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto. Aquela construída com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, na qual certas cavidades são preenchidas continuamente com graute, contendo armaduras envolvidas o suficiente para absorver os esforços calculados, além daquelas armaduras com finalidade construtiva ou de amarração. 2.3.3 Alvenaria parcialmente armada Esse sistema estrutural possui armaduras dispostas em determinados locais na estrutura que permite conforme a norma trabalhar a resistência de alguns esforços. Define a ABNT (NBR – 10837 item 3.6) que alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto Aquela em que algumas paredes são construídas segundo as recomendações da alvenaria armada, com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e que contém armaduras localizadas em algumas cavidades, preenchidas com graute, para resistir aos esforços 22 calculados, além daquelas armaduras com finalidade construtiva ou de amarração. 2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS 2.4.1 Principais vantagens Economia  Reduz as formas;  Reduz o número de especialidade de mão-de-obra;  Reduz os revestimentos;  Reduz a armação;  Reduz os desperdícios. Rapidez  Processo repetitivo;  Processo padronizado. Racionalização  Sistemas de Instalações elétricas e hidráulicas (pré-definidos);  Reduz a variação de materiais;  Cronograma em subsistemas;  Controle contínuo;  Eliminação de improvisos estruturais;  Distribuição das cargas uniformizada. 2.4.2 Principais desvantagens  Influência à maneira de execução;  Exigência de controle eficiente;  Exigência de fiscalização em todas as etapas;  Mão de obra deve ser qualificada e treinada;  Condicionamento do projeto arquitetônico; 23  Necessidade de paredes enrijecidas nas divisões;  Menor flexibilidade a modificações;  Vãos livres limitados. 2.5 CONSTRUÇÃO ENXUTA A arte de transportar materiais, pessoas e recursos para o lugar e no momento certo; que em razão disso, considera-se como a arte de administrar fluxo de materiais e produtos da fonte até usuários finais. (BALLOU, 2003). O processo multidisciplinar de aquisição, armazenamento disponibilização de recursos e materiais, bem como o dimensionamento das equipes de produção e a gestão dos fluxos físicos, é uma característica principal dentro das obras (SILVA; CARDOSO, 1997). A construção carece de um controle que busca eficiência e formas de industrialização do processo o que, dessa forma, permite o controle e a melhoria da qualidade dos serviços. Entender o sistema e os subsistemas dentro da obra, assim como a sucessão de serviços e a adequação de materiais a consumir, é o que se baseia um sistema de construção enxuta. A alvenaria estrutural pode, através de uma gestão planejada em suas diversas etapas, inserir tal base de construção enxuta de fluxos com fins de aproveitar as vantagens construtivas do sistema de alvenaria estrutural. Eliminar ou minimizar ao máximo as desvantagens com a inserção da seguinte filosofia: recursos, mão de obra e demais disposições no processo de construção podem ser planejados e executados na quantidade certa, no momento certo, e com qualidade. 26 resistência mínima com a área bruta dos blocos e suas respectivas classificações, é o controle da qualidade da estrutura garantindo a função real dos blocos. Tabela 2 - Resistência à compressão dos blocos construtivos. Tipo Resistência à compressão na área bruta * (Mpa) De vedação A 1,5 B 2,4 Portante C 4.0 D 7,0 F 10,0 * Área bruta representa a área de qualquer uma das faces. Fonte: ABNT NBR 7184, (1992). A tabela 2 além de estabelecer a relação área-resistência ela auxilia o projetista estrutural na escolha do bloco conforme as necessidades de projetos. Podendo usar, conforme a resistência, um tipo de bloco para cada solicitação estrutural pré-projetada da edificação. 3.1.2 Blocos de concreto O bloco de concreto dentre outras aplicações como muros, meio fios etc., destaca-se no âmbito da alvenaria estrutural tanto pela sua função de vedação quanto estrutural, atribuindo benefícios à alvenaria. Possui vantagens como a redução da acústica e térmica com um custo benefício melhor comparado aos outros elementos que por vezes são utilizados sobrepostos ou com funções individualizadas na estrutura para obter características parecidas. Há uma flexibilidade entre os construtores quanto a esse tipo de bloco, por ele atender a diversas projeções da construção. Sua produção é resultado da combinação de cimento, agregados e água, o que irá diferenciar cada tipo de bloco é a proporção entre esses itens citados. O controle desses materiais é realizado por técnicos que basicamente selecionam as peneiras granulométricas adequadas, e o traço pré-estabelecido necessário ao projeto do 27 cliente. Após a mistura desses itens o concreto toma forma geralmente por meio da vibroprensa por caçambas, e em seguida são empilhados sobre paletes de madeira e plastificados com filmes de polipropileno, conforme figura 6. Figura 6 - Embalagem e paletização. Fonte: Equipe de obra, (2017). A finalização da produção dos blocos de concreto consiste em levá-los, em geral, a uma temperatura de 80º C e umidade a 100%, esse processo e feito na estufa para o aceleramento da cura por um tempo médio de 12 horas, ou até atingir a resistência ideal. Em seguida é realizado o controle tecnológico, escolhendo-se, em cada lote, blocos para testes de resistências, de dimensões, de acabamento, de integridade entre outros aplicáveis. Esses testes são repetidos após 28 dias pelos especialistas responsáveis da fábrica, o que não dispensa os testes pelo pessoal responsável pela qualidade na construção após recebimento dos blocos pelos fornecedores. Segundo a NBR 6136 (1994), seguem às seguintes padronizações (tabela 3), os blocos vazados de concretos. 28 Tabela 3 - Dimensões dos blocos vazados de concreto. Dimensões nominais (cm) Designação Dimensões padronizadas (mm) Largura Altura Comprimento 20 x 20 x 40 M - 20 190 190 390 20 x 20 x 20 190 190 190 15 x 20 x 40 M - 15 140 190 390 15 x 20 x 20 140 190 190 Fonte: ABNT NBR 6136 (1994). Assim como na produção dos blocos especiais cerâmicos, os blocos de concreto específicos são produzidos com fins de trazer maior flexibilidade na construção e evitar cortes, afastando os improvisos de ligação dos elementos. Alguns blocos de concreto especiais apresentam aberturas para introduzir os condutores dos diversos sistemas de instalações como o hidráulico e elétrico. As propriedades mecânicas dos blocos de concretos estão normatizadas pela NBR 7184 (1992), e classificados pela NBR 6136 (1994). A tabela 4 desta norma apresenta especificações relacionadas à resistência à compressão característica (fbk) desses elementos estruturais. Tabela 4 - Requisitos de fbk mínimos. Valores mínimos de fbk (MPa) Classe de resistência Classe AE Classe BE 4,5 -(A) 4,5 6 6 6 7 7 7 8 8 8 9 9 9 10 10 10 31 Fonte: Portal do Concreto, (2017). Conforme Kalil (2007), o CP-III e CP-IV são os cimentos mais utilizados pela melhor trabalhabilidade que eles permitem, propiciando-os suportar pequenas deformações devido à cura menos rápida que os demais cimentos. A cal que também é utilizada nas argamassas para melhorar a plasticidade e retenção da água, ela contribui para a aderência desejada, é utilizada para assentamentos e influencia na porosidade, e secagem da argamassa. A cal pode ser virgem ou hidratada, sendo, entre as vantagens e desvantagens que as diferenciam, o preço, que da cal virgem é mais barata, e também a mais utilizada nas obras. A areia, outro elemento da composição da argamassa, tem a função de aumentar o volume da mistura, e a propriedade de aumentar ou diminuir a resistência da argamassa, tal característica é atingida com o uso de areia grossa (aumento de resistência) e areia fina (redução de resistência). Esse controle no uso da areia deve ser baseado nas faixas granulométrico para areias em argamassas, constante na NBR 7211, (1983), tabela 7. Tabela 7 - Faixa de granulometria. Peneira – Abertura Nominal (mm) Porcentagem (em massa) retida nas peneiras Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Muito fina Fina Média Grossa 9,5 0 0 0 0 6,3 0 – 3 0 - 7 0 - 7 0 - 7 4,8 0 – 5* 0 - 10 0 -11 0 - 12 2,4 0 – 5* 0 -15* 0 – 25* 5* - 40 CP II - F Cimento Portland com Fíler Calcário (6-10%) 25, 32 ou 40 CP III Cimento Portland de Alto-forno Escória (35-70%) 25, 32 ou 40 CP IV Cimento Portland Pozolânico Argila (15-50%) 25 ou 32 CP V - ARI Cimento Portland de Alta Resistência Inicial Variada CPB Cimento Portland Branco Estrutural 25, 32 ou 40 32 1,2 0 – 10* 0 – 25* 10* - 45* 30* - 70 0,6 0 - 20 21 - 40 41 - 65 66 - 85 0,3 50 – 85* 60* - 85* 70* - 92 80* - 95 0,15 85* - 100 90**- 100 85* - 100 90**- 100 *Tolerância de até 5%; ** Para agregado miúdo resultante de britagem este limite poderá ser de 80 Fonte: ABNT NBR 7211, (1983). No geral a escolha da argamassa é feita conhecendo as propriedades necessárias da obra, e posteriormente o traço que é a quantificação da composição dos elementos areia, água e cimento. As características mais importantes desse tipo de escolha são: consistência, trabalhabilidade, aderência, retenção de água e a rapidez do endurecimento. A relevância de se chegar às definições ideais é que todas essas propriedades irão provocar alterações na estrutura de forma global já que a distribuição dos elementos estruturais trabalhando e resistindo às solicitações da estrutura é uniforme, é o caso, por exemplo, da aderência. Conforme Kalil (2007), a relação bloco- argamassa ao absorver tensões que lhe são solicitadas pelas demais composições dos elementos. Podem assim ser obtidos aplicando uma força em um bloco ligado pela argamassa a outro, com objetivo de obter a quantificação da força que seja suficiente para separação da junta ligante deles, vale dizer, obtenção da sua propriedade de aderência. 3.1.4 Grautes Conforme Manzione (2004), graute é um concreto composto de agregados miúdos e alta plasticidade, mas com slump necessário para preencher os vazios e ter aumento na resistência à compressão aumentando a seção transversal do bloco. Outro fator que muito interfere no conjunto graute é segundo Ramalho e Corrêa (2003), a armadura que deve trabalhar monoliticamente assemelhando-se ao concreto armado. A facilidade em preencher os vazios é umas das vantagens de se usar grautes, principalmente em locais onde passam tubulações, instalações etc. ele 33 Protege as armaduras, e essa combinação bloco, aço, argamassa de assentamento e o graute é que resulta em um componente uniforme com resistência eficiente. A composição do graute é feita com areia, cimento, água e pedrisco, alguns autores e engenheiros evitam usar cimentos alterados por pozolanas, porém em relação aos aditivos plastificantes não há essa restrição, se utilizados para buscar características semelhantes à adição de cal. O graute possui suas faixas granulométricas recomendadas, utilizando areias e pedriscos conforme tabela 8 e 9 a seguinte. Tabela 8 - Faixa recomendada de areia para graute. Granulometria – Porcentagem retida acumulada nas peneiras Abertura da peneira (mm) Tipo 1 Tipo 2 9,5 0 0 4,8 0 - 5 0 2,4 0 - 20 0 -5 1,2 15 - 50 0 - 30 0,6 40 - 75 25 - 60 0,3 70 - 90 65 - 90 0,15 90 - 98 85 - 98 0,075 95 - 100 95 - 100 Fonte: Prudêncio, et al, (2002). Tabela 9 - Faixa para pedrisco utilizado no graute. Abertura da peneira (mm) % Retida acumulada 12,5 0 9,5 0 – 15 4,8 70 – 90 2,4 90 – 100 1,2 95 – 100 Fonte: Prudêncio, et al, (2002). 36 3.2.4 Palheta Ferramenta com grande praticidade na aplicação de argamassa possui fácil manuseio; e leva vantagem sobre as demais ferramentas pelo peso reduzido, podendo ser produzida conforme necessidade, sendo feita manualmente ou adquirida em mercados de construção. Quando feitas na própria obra (manualmente) usa-se restos de madeiras com medidas desejadas, mas utilizando preferencialmente 2 cm de espessura o que enseja uma sobra final sobre o assentamento de 1 cm de junta. É a ferramenta mais popular quando se trata de aplicação de argamassa de assentamento. 3.2.5 Ferramentas e equipamentos Basicamente para execução da alvenaria estrutural as ferramentas mencionadas acima são as principais, mas existem diversas outras que podem auxiliar direta ou indiretamente na execução, como as ferramentas e equipamentos visualizados na Figura 8 seguinte. Fonte: Manzione, (2004). Figura 8 - Ferramentas e equipamentos para execução de alvenaria. estrutural 37 4 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NA ALVENARIA ESTRUTURAL A alvenaria estrutural é um sistema construtivo com características e exigências de produtividade e qualidade comparáveis às exigidas pelas indústrias. O gerenciamento da produção na alvenaria estrutural mostra-se cada vez mais necessário na questão competitiva e de qualidade dentro da construção. Manzione (2004, p 9) argumenta a importância do gerenciamento da produção na alvenaria estrutural: Com relação ao sistema de alvenaria estrutural, a simples substituição da estrutura convencional de concreto armado pela alvenaria estrutural tem mantido a assunto apenas na ótica da engenharia de estruturas. Os aspectos de interface com os outros subsistemas da edificação e os relacionados à melhoria da construtibilidade da obra, principalmente os de estudo dos processos de produção, permanecem ainda em segundo plano. Consequentemente, os benefícios econômicos da correta utilização do sistema têm sido mínimos, se comparados a toda sua possível potencialidade. O sistema de alvenaria estrutural possui elevada industrialização e organização em suas etapas se comparadas ao sistema de alvenaria convencional. Obter uma execução produtiva e com qualidade exige especificações antecipadas, controle contínuo e racionalização de todo processo. 4.2 PROJETOS O estudo prévio de alvenaria estrutural é muito importante em qualquer tipo de construção que utiliza esse sistema, resultando no projeto estrutural de alvenaria estrutural. Conforme Taul e Nesse (2010) vêm da necessidade de os componentes da alvenaria estrutural possuírem uma interdependência global de toda estrutura para trabalhar com resistência às solicitações dela. A partir do projeto base (arquitetônico) se inicia todos os demais projetos e sempre tendo como princípio a compatibilização deles, a troca de informações é fundamental entre os diversos projetistas de uma edificação, a qualidade final e a produtividade devem ser discutidas em cima da compatibilização de projetos. 38 Conhecer as limitações dos sistemas é fundamental para a atuação harmônica de toda a estrutura, as quais devem ser previstas e informadas aos projetistas das respectivas áreas envolvidas. (DUARTE, 199, p.37). Um resumo das etapas de um projeto é visualizado na figura 9. Fonte: Tauil e Nesse, (2010). 4.2.1 Modulação Nas construções utilizando o sistema de alvenaria estrutural é necessário um minucioso estudo de modulação, que é estudo da relação que tem os blocos entre si trabalhando mutuamente na função estrutural. A escolha do módulo para adoção deve ser aquela compatível com os aspectos arquitetônicos pré-estabelecida. A observação de todas as amarrações formando uma disposição linear de repartição de resistência às cargas da estrutura é que fará com que a qualidade da obra seja atingida. Adotar nessa fase, blocos com dimensões iguais ou múltiplos facilita a execução na obra. Cabe destacar que a utilização de blocos especiais como Figura 9 - Sequência resumida das atividades de um projeto. 41 Fonte: PRUDÊNCIO, (2002). Os “shafs” são fechados por materiais diversos como PVC, gesso acartonado e outros. Optar por um só meio de fazer esses fechamentos reduz tempo e padroniza o acabamento desse tipo instalação aumentando a produtividade e favorece a especialização dessa tarefa. O material, local, quantidade e tempo para o fechamento devem ser previsto antecipadamente. 4.2.3 Projeto elétrico No projeto elétrico, telefônico, antena, alarmes e outros tipos de cabeamentos, em se tratando de alvenaria estrutural, não se utilizam cortes nos blocos fazendo caminhos de passagem, os casos de passagem de eletrodutos, os projetos estabelecerão onde haverá a necessidade de se utilizar de blocos especiais, chamados blocos elétricos (figura 13). Conforme Kalil (2007), as caixas passagem e quadro de distribuição quando forem feitas as aberturas deve-se consultar o projetista estrutural. Figura 12 - “Shaft” interrompendo a parede. 42 Fonte: Manual de Alvenaria Estrutural com Blocos cerâmicos, (2017). Além da preocupação com os projetos de modulação, hidráulicos e elétricos não se pode esquecer a compatibilização das instalações de ar condicionado, bombeiro, e outras que venha integrar a construção. 4.3 TECNOLOGIA Presente na construção civil a tecnologia é definida como sendo a sistematização de técnicas, métodos e meios de domínio de determinada área científica. Na construção, visa torná-la prática com a utilização de novos meios integrantes no processo construtivo. Os pré-fabricados pelo impacto positivo na questão financeira e também pela redução do tempo do cronograma, durante a construção, é muito empregado conjuntamente com o sistema de alvenaria estrutural. 4.3.1 Lajes pré-moldadas As lajes pré-moldadas pela sua facilidade de se trabalhar e economia é muito utilizada de forma aliada a alvenaria estrutural, sua utilização reduz consideravelmente o tempo gasto se comparado com o caso de optar por utilizar lajes maciças. São exemplos de lajes pré-moldadas: laje alveolar, laje treliçada com EPS, laje em painel treliçado (figura 14). Figura 13 - Bloco Elétrico. 43 Fonte: Tauil e Nesse (2010). 4.3.2 Esquadrias Os tipos de esquadrias devem, também, ser pré-estabelecidos na etapa inicial de estudos e projeto. A escolha visando à produtividade na execução deve se dar preferência às vergas (figura 15) e aos contramarcos em quadro de concreto pré- fabricados (figura 16), e constravergas pré-moldados. Pois podem ser produzidos no canteiro antecipadamente utilizando as dimensões do projeto. São elementos que se executados manualmente durante a elevação das paredes provocam interrupções e maiores desperdícios, por isso a recomenda-se utilizar na forma pré-moldada. Figura 14 - Laje em painel treliçado. 46 Fonte: Tauil e Nesse (2010). 4.3.5 Revestimento Conforme Tauil e Nesse (2010), há diferentes tipos de revestimentos visualizados na figura 19. Manzione (2004) recomenda 20 e 30 mm ao trabalhar com revestimentos externos, nos internos geralmente usa-se gesso aplicado no bloco que é uma forma econômica e produtiva pela sua aplicação direta nos blocos favorecendo a execução paralela de tarefas e a rapidez. Figura 18 - Perspectiva isométrica da escada tipo jacaré. 47 Fonte: Tauil e Nesse (2010). 4.4 SUPRIMENTO O controle dos materiais da construção deve ser contínuo e respeitando todas as normas aplicáveis. Dentre as várias normas aplicáveis conforme a obra, algumas são muito importantes para os principais elementos como blocos cujos ensaios devem seguir a NBR 12.118: 2013 para atender os requisitos da NBR 6136:2007, o concreto estrutural segue a NBR 6118:2007 e a NBR 7215:1996 aplicada aos ensaios de argamassas. A figura 20 e 21 exemplifica resistências cujos testes são essenciais. Figura 19 - Revestimento interno e externo. 48 Fonte: Kalil, (2009). Fonte: Kalil, (2009). Um dos requisitos para a qualidade da alvenaria estrutural é ela estar em conformidade com as normas, durante seu processo de utilização, isso gera uma padronização de qualidade e confiança da construção, garantindo assim a estabilidade global da edificação e aumentando a credibilidade da construtora. Figura 20 - Tração nos blocos (esforço horizontal). Figura 21 - Compressão de prismas. 51 tempo com tarefas que não agregam valor durante o levantamento da fiada do próximo ciclo, sendo que sua detecção foi no ciclo anterior. A previsão das próximas tarefas pode ser utilizada como forma de enriquecer os trabalhos dos operários, assim após um pavimento, por exemplo, a ser executado, partindo da premissa de que as demais tarefas nos próximos pavimentos se assemelham. Atribui-se tarefas aos operários de preparar ferramentas e insumos necessários para a próxima etapa. Em tópico anterior foram citadas tecnologias, elementos pré-fabricados, que aumentam a produtividade e a qualidade na execução. Também, nas atividades, ferramentas e métodos de construções devem-se buscar inovações; como recipientes adaptados, ferramentas tecnológicas como treina a laser, nível eletrônico entre outras tecnologias aplicáveis, Adequar a tecnologia às próximas etapas com base na experiência e estudo é o que tornará as obras cada vez mais produtivas e com qualidade. 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho tratou da alvenaria estrutural como um sistema construtivo racionalizado, buscando mostrar que esse modelo possui diversas vantagens intrínsecas na sua execução. Ele permite a combinação de elementos que aceleram a construção e a qualidade no canteiro de obras. A discussão do tema produtividade mostra-se presente em todas as etapas da construção, sendo que os elementos pré- fabricados quando utilizados geram grande redução dos desperdícios, no cronograma e aumento na qualidade da obra. A gestão da obra mostra-se fundamental para conseguir qualidade nesse tipo de processo, já que o projeto estrutural baseado na modulação dos blocos busca distribuir em todos componentes as cargas solicitantes da estrutura, portanto a atenção às unidades é um dos fatores que impacta consideravelmente no resultado final da obra. A comunicação entre os profissionais das diversas áreas envolvidas mostra-se fundamental para um planejamento eficiente incluindo assim todas as etapas da obra envolvida na edificação, consequentemente é obtida a racionalização dos materiais e serviços. Fatores que se aplicados resultarão em uma gestão enxuta, produtiva e de qualidade na construção de alvenaria estrutural, por meio de uma harmonização deles, são:  Projetos  Tecnologia  Suprimento  Organização da produção e mão de obra. Esses fatores, aplicados dentro do estabelecido pelas normas, resultam em uma racionalização da alvenaria estrutural com qualidade e produtividade. 53 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10837:1989: Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 1989. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270:2005: Componentes cerâmicos. Rio de Janeiro, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. 15961-2:2011: Alvenaria estrutural – Blocos de concreto – Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. NBR 6136:2007: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – requisitos. Rio de Janeiro, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. NBR 7186:1982: Bloco vazado de concreto simples para alvenaria com função estrutural. Rio de Janeiro, 1982. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. NBR 7211:1983: Agregado para Concreto. Rio de Janeiro, 1983. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BILL. ZBAREN – New Gallery. Disponível em: < http://www.zbaren.com/new- gallery-76/xtdq1n45smpy4vtsuxg8mrtphvfqnf/> Acesso em: 31 de mar de 2017. CCPL. Documentos. Disponível em: < http://ccpl.com.br/> Acesso em: 30 de mar de 2017.
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