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Guias e Dicas
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Problemas para o darwinismo , Notas de estudo de Ciências Biologicas

Impasses no darwinismo

Tipologia: Notas de estudo

2017

Compartilhado em 29/10/2017

douglas-silva-ajo
douglas-silva-ajo 🇧🇷

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe Problemas para o darwinismo e outras Notas de estudo em PDF para Ciências Biologicas, somente na Docsity! O COLAPSO DARWINISTA Lima CRISE NA aRSiniP sia EVOLUÇÃO Paulo V. Rubem DEF) O Colapso Darwinista Uma crise na teoria de evolução. 1ª Edição Paulo V. Rubem Preâmbulo Faz-se importante obras que possam passar em revista os ditames da teoria de evolução amplamente defendida por seus partidários. Muita informação técnica se manteve ocultada do publico laico, quando muitos problemas inerentes à teoria de evolução não foram externados. Quando se considera os aspec- tos positivos e desfavoráveis de uma questão, o assunto se cla- rifica, e assim pode se fazer uma avaliação mais pluralista do tema em foco. A teoria de evolução é definida e blindada como “fato” confirmado ignorando muitas vertentes objetáveis que enfrenta há muito tempo. Desde o lançamento deO rigem das Espécies de Darwin, os livros texto apresentam maioria das hi- póteses darwinianas como fulcro seguro sem objeções. É preciso averiguar em plano mais crítico as postulações darwinianas e as dificuldades envoltas nas interpretações da teo- ria evolutiva, bem como avaliar o real contexto científico e cre- dibilidade do darwinismo. A presente obra literária não se atrela a advogar alguma ideologia religiosa ou apresentar alternativas filosóficas ao modelo de evolução já estabelecido por muito tempo. Muito menos tenta apontar para o terreno metafísico em detrimento das ideias neodarwinistas, ou buscar novos cam-i nhos para os postulados da biologia evolutiva. Este livro tenta de forma não dogmática, demonstrar que a teoria de evolução está envolta nos mais sérios obstáculos que em grande maioria não vieram a tona, ou são desconhecidos do público laico. Son- da os grandes problemas enfrentados no campo da paleontolo- gia com suas dificuldades do registro fóssil, e a descontinuidade das espécies, em principal dos grandes filos. Toca no ponto mais sensível que está no ramo da biolo- gia molecular quando avalia os grandes obstáculos enfrentados pela teoria de evolução química, ante os maiores enigmas de demonstrar o presumível caminho para a origem da vida que tenha ocorrido em uma suposta sopa orgânica ou em qualquer outro lugar. O colapso darwinista já foi prenunciado, mas uma resistên- cia dogmática das suas fileiras tenta turvar a crise epistêmica já evidente. Um construto contra as inconsistências da teoria se faz presente por parte de pesquisadores e críticos do darwinis- mo percebido por muitos e denunciado por poucos, mas mesmo assim, os defensores tentam maquiá-lo com novas reformas re- volucionárias para não sofrer seu epitáfio total. É provocante abordar o tema num prisma mais crítico e reconsiderar quão mensurável é o darwinismo, diante das improbabilidades que enfrenta. Para os leitores, deixo uma carta aberta para que cada um possa tirar suas conclusões sobre o tema e estarem cientes de que os postulados darwinistas apresentam furos grotescos e muitas dificuldades. CAPÍTULO 01 A HISTÓRIA DO DARWINISMO Por mais de 150 anos o naturalista Charles Darwin havia desenvolvido sua teoria de descendência com modificação que viria mais tarde ser nomeada de teoria de evolução orgânica que ganhou a aceitação de seus admiradores. Tal teoria vinha como algo magnífico para um grande número de pessoas que já ques- tionavam a origem criativa das espécies. Entre essas estavam muitos pensadores que desejavam obter explicações naturalis- tas para a origem das espécies sem intervenções sobrenaturais. Embora muitos tenham feito suas suposições, foi Darwin que proporcionou aparentemente àquela época uma melhor arguição que foi mais adequada em explicar um processo naturalista para a origem dos organismos. Ainda nos resquícios de suas crenças, ele se envolveu com o mundo naturalista e deixou um pouco de 7lado suas proposições religiosas. Nascido em 1809 na Inglaterra em uma família abastada, tinha um pai médico bem sucedido e sua mãe faleceu quando Darwin tinha apenas oito anos. Após isso, ele ingressou em uma 2escola administrada pela igreja anglicana . Logo Darwin foi in- centivado pelo pai a cursar medicina, mas ele abandonou o cur- so após ficar incomodado ao presenciar cirurgias em pacientes sem uso de anestesia que ainda não existia naquela época. Essas aulas práticas dessa natureza eram desagradáveis para ele. A história do darwinismo 06 trabalho junto com o sistema imunológico na defesa con- 41 Propostos mecanismos da evolução tra agentes patogênicos por produzir linfócitos T. Também as amígdalas foram consideradas como órgãos vestigiais, quando era costume os antigos médicos sugerirem a extirpação desses órgãos quando achavam necessário. Porém, em contra partida descobriu-se que as amígdalas também estão aliadas ao sistema imunológico. O cóccix é mencionado como “sobras vestigiais” por ser considerado como os restos de “uma cauda” de um su- posto antepassado animal. Frequentemente, oc óccix atua nas funções pélvicas, bem como é importante para o auxílio da posi- ção ereta, de maneira que não deve ser considerado como vesti- gial. Também o ressalto auricular, considerado como “rudimen - tar” tem funções importantes na orelha ao auxiliar na audição e na captação de sons. Muitos dos órgãos que foram consider-a dos como vestigiais em defesa da evolução se provaram ser de muita utilidade. Para tentar contornar o impasse, alguns teóricos alegam agora que a descoberta de funções para esses órgãos não tem relevância contra a teoria de evolução. O que acontece é que as funções das quais afirmavam não ser possível detectar com precisão já foram atualmente identificadas e, por isso, tais órgãos não podem mais ser definidos como “vestigiais”, de for- ma que a presumível existência deles fica enfraquecida. Outro problema evidente seria o fato de haver uma du- pla possibilidade de interpretação sobre a existência de órgãos vestigiais. Tais órgãos poderiam ser considerados como uma degeneração para o organismo que o possui, e isso não seria promissor para um possível processo evolutivo, uma vez que a ação seletiva deveria conter ou eliminar um órgão que não seria mais apropriado para a espécie. Um órgão sem função não deveria ser mantido num suposto processo evolutivo que seria ascendente. Homologia e analogia A biologia evolutiva se refere ao padrão de semelhanças entre os seres vivos como homologia e analogia para descre- ver as funções existentes entre as espécies. As semelhanças en- O colapso darwinista 42 tre estruturas de diversos organismos são consideradas como homologia. As definições sobre analogia se referem a órgãos com estruturas diferentes, mas com uma função semelhante, onde darwinistas anotam que quaisquer espécies apresentam 36características homólogas e análogas. Eles defendem que as espécies com órgãos homólogos teriam uma descendência co- 37mum oriundas de primitivos ancestrais. Assim, esses órgãos teriam sido posteriormente herdados dos ancestrais num cont-í nuo processo suposto de evolução biológica. Mas o modelo de homologia não esclarece uma mudan- ça entre espécie. Em outras palavras, existem apenas algumas semelhanças, mas as grandes diferenças são ignoradas em maioria. As muitas diferenças são responsáveis pelos limites e descontinuidade entre uma espécie e outra. Os filos taxonôm-i cos deveriam indicar uma linha contínua de organismos para a corroboração do modelo de evolução biológica, mas isso não acontece. É verdade que a indicação de semelhanças entre es- pécies pode apoiar em certa parte a ideia de ancestralidade, pois as espécies compartilham de membros com estrutura e funções semelhantes. Isso é perceptível em níveis entre espécies. De qualquer forma, a citação de semelhanças é um tanto frágil, pois tais se limitam a funções e estruturas, mas não forne- ce indício de que são todas oriundas de um mesmo ancestral. As dificuldades se tornam agravantes no campo molecular, quando 38as espécies apresentam profundas diferenças. Deveria haver uma coerência no nível molecular para as estruturas homólogas como confirmação de descendência comum, mas o que se ob- servou nos parâmetros empíricos foi o inverso, quando muitas espécies se mostraram diferentes nas comparações genéticas. Esse episódio deixa claro que as semelhanças entre estruturas não significam forçosamente que tais estruturas homólogas fo- ram oriundas de antigos ancestrais. A teoria da recapitulação Em 1866 o biólogo alemão Ernest Haeckel fortaleceu a te- 43 Propostos mecanismos da evolução oria denominada de teoria da recapitulação que já havia sido proposta por outros. Tal ideia se resumia no pressuposto de que “a ontogenia recapitula a filogenia.” Haeckel especulou que as fases embrionárias de um organismo se repetiriam ou recapitu- lavam temporariamente os estágios com as características dos antepassados no processo evolutivo. A teoria da recapitulação foi uma influente contribuição por parte de Haeckel, onde mui- tos interessados nas ideias de evolução passaram a assimilar o 39novo conceito. A ontogenia é o processo de desenvolvimento individual de um organismo iniciado na fase embrionária. Já a filogenia se refere ao desenvolvimento do filo ou espécie do qual pertence o mesmo organismo na sua presumida fase evolu- tiva. Em muitos aspectos as propostas de Haeckel se baseavam na teoria de Lamarck. Haeckel acreditava na transmissão de ca- racterísticas adquiridas que eram passadas para os descende-n tes, e essa hipótese estava englobada na teoria de recapitulação. Através de suas ilustrações, Haeckel especulava que o em- brião humano em seu desenvolvimento atravessava fases de seus supostos antepassados, como foi explanado nas figuras que continham os desenhos de embriões de peixe, salamandra, ta-r taruga, pássaro, porco, boi, coelho e humano. Haeckel alegou que em estágios incipientes os embriões humanos não se dis- tinguiam de embriões de anfíbios, peixes, pássaros e répteis. Em contra partida, os desenhos de Haeckel em grande parte foram f-or jados por serem muito simplificados e conterem profundas modificações. Os desenhos foram expostos como falsi- ficados para apoiar a ideia da teoria da recapitulação. Na antiga figura do pei- xe existem fragmentos de diferentes 40animais. O biólogo alemão Ernest Haeckel De fato, essa busca obcecada pelos “indícios” da evolução O colapso darwinista 46 teria feito com que tais pesquisas apontassem para uma presu- mida inutilidade de DNA redundante. Os cientistas passaram a entender melhor as estruturas cromossômicas das células, constituídas por DNA e proteínas, quando em1944 compreenderam que em vez das proteínas o DNA é o constituinte dos genes. Desde então, muito trabalho tem sido feito para decifrar as informações contidas nesses genes. É muito notório o progresso feito desde 1910 sobre as descobertas genéticas, e a ciência continua em progresso nesse sentido. Mesmo assim, existe muita coisa a ser entendida no tocante aos genes. Uma maior elucidação se iniciou com o projeto genoma humano que foi um au- dacioso empreendimento liderado pelo se- tor público por Francis Collins. O esquema envolveu investimentos superiores a três bilhões de dólares, iniciado na década de 501990 e concluído em 2003. Um projeto independente foi liderado por um grupo de empresas privadas com o mesmo objetivo de sequenciar o genoma humano. Ambos os grupos envolvidos no projeto comp-le taram a pesquisa com 95% de sequenc-ia mento. Muitas regiões cromossômicas são repetitivas, e se tornam difíceis de serem sequenciadas. Em comparação com mi- crorganismos como E. Coli sabemos que a tarefa foi bem mais complexa. Por muitos anos trabalhando com bactéria E. coli os cientistas conseguiram com certos limi- tes sequenciar o genoma desse microrganismo, mas anotaram que cerca de 40% ou 60% dos seus genes não possuem função 51conhecida. Evidentemente, embora a capacidade da biologia molecular faça grande progresso, ainda existe um grande desa- fio para a tarefa genômica. Segundo os cientistas envolvidos no projeto genoma as in- formações obtidas dessas pesquisas são enormes e complexas. 47 Propostos mecanismos da evolução Mas, o desafio se torna estupendo quando terão ainda a tarefa difícil de interpretar essas informações e entender a função e atividade dos genes sequenciados. Os geneticistas atuais acredi - tam em apenas cerca de 30.000 mil genes como funcionais, em vez de 100 mil como se imaginava. O grupo privado que traba- lhou no sequenciamento do genoma estimou que existam cerca de 25 a 35 mil genes. Um melhor entendimento do genoma só poderá ser fornecido quando conseguirem sequenciar compl-e tamente todo o genoma, e conseguirem compreender as funções de todos os genes. Essa ainda é uma tarefa difícil que exigirá um árduo trabalho dos geneticistas. “Até 2001, os geneticistas já haviam isolado cerca de 10.000 52genes e determinado sua função” através do projeto genoma. Muitos pesquisadores definiam funções apenas para cerca de 3% a 5% dos genes do genoma e o restante era rotulado como “DNA lixo”. Como vimos acima, é revogável essa postulação visto que ainda não há um profundo entendimento sobre todas as funções do DNA, incluindo as sequências “inúteis”. A opinião de DNA inútil se rareou em recentes pesquisas de cientistas australianos quando descobriram que o suposto “DNA lixo” tem função nas células, ao auxiliar na síntese de RNA especial que é essencial 53para o metabolismo celular. Os íntrons considerados “inúteis” têm funções importantes nas células, quando considera-se que seria improvável detectar a ausência de função para qualquer região do DNA, pois a atuação dos íntrons ainda não foi bem 54esclarecida. Muitos pesquisadores têm se empenhado na ta- refa de entender os íntrons celulares, e anotaram que um tipo de RNA intrônico com funções reguladoras foi identificado no DNA. Existem indícios de que íntrons estão aliados na esta- bilização do pré-RNAm, para conferir alguma proteção contra danos. Também se confirma que íntrons estejam envolvidos no processo de recombinação dos exons para auxiliar nas comb-i nações exatas. Alguns vão, além disso, ao sugerir que o RNA intrônico tem papel na regulação protéica. A matéria “inútil” é utilizada de alguma forma no genoma. Muitas partes do DNA O colapso darwinista 64 pois para preencher as muitas brechas no registro que são consi- deráveis que separam os grupos conhecidos, teriam sido requeri- 17dos grandes números de formas transitivas. Busca dos fósseis transicionais Sugere-se que os vertebrados tenham surgido no período siluriano, a cerca de aproximadamente 400 milhões de anos, oriundos de alguns pequenos animais de corpo mole, que te- riam adquirido esqueletos ósseos ou cartilaginosos. Mas, não se observou nos estratos os intermediários dos vertebrados, de maneira que fica uma carência de uma explicação coerente de como as espécies incipientes adquiriram gradualmente estru- turas ósseas a partir de organismos invertebrados. Os fósseis existentes de organismos invertebrados não indicam como teria ocorrido a transição sugerida, uma vez que estão separados por maiores hiatos. Muitas espécies aparecem na camada fóssil com a taxonomia definida sem ancestrais que indiquem uma mudan- ça por lenta evolução. Não se anotou descendentes desses fós- seis nas rochas mais antigas, nem sinais de que tenham existido num passado distante. Seriam exigidas profundas transformações nas estruturas ar a evolução gradua- Burgess Shales fossils morfológicas das espécies para uma transição de um organis- lista entre espécies, os estratos deveriam conter uma série de fósseis in- termediários como ano- tou o Dr. Denton: Não há nenhuma dúvi- da, como se reconhece hoje que o registro fós- sil provê um tremendo desafio para a noção de evolução orgânica, tras classes e não exibiram características morfológicas inteira - 67 A realidade do registro fóssil mente diferenciadas e adaptadas para a vida fora d’água. Alguns fósseis já descobertos de peixes e anfíbios num pe- ríodo de aproximadamente mais de 60 milhões de anos, manti- veram um mesmo padrão básico de espécies atuais. Em última análise, diversos grupos de anfíbios, dos quais muitos já ex- 19tintos, surgiram misteriosamente nos estratos fósseis. Um dos primeiros vertebrados que se tem registro é um tipo de peixe da classe Agnatha, mas tal categoria não apresentava indícios de evolução, pois aparece desenvolvido como autêntico vertebra do que não tem ligação com outra espécie, bem como não há antepassados fossilizados que indiquem uma escala evolutiva. Houve um empolgante apelo à descoberta do famigerado Tikta- alik roseae em 2006 como suposto intermediário entre peixes e tetrápodes. Mas, a descoberta exige cautela, quando fósseis em forma de pegadas com sinais de dígitos encontrados na Polônia polemizaram as interpretações sobre oT iktaalik que ficou em posição anacrônica em milhões de anos, indicando que já havia *possivelmente tetrápodes em terra antes do Tiktaalik. Seriam exigidas particularidades essenciais que poderiam determinar uma transformação gradual de peixes para anfíbios, que teriam profundas implicações necessárias para tal mudan- (*Nature Vol. 463: 40-41 de 7 de janeiro de 2010). Fóssil do Tiktaalik roseae descoberto em 2006, sugerido como ancestral in- termediário entre peixes e tetrápodes. Impressões fósseis em rochas de possíveis tetrápodes encontrados por pesquisadores poloneses no sul da Polônia, que teriam precedido o Tiktaalik possivelmente em 17 milhões de anos. nava a sugerida linha O colapso darwinista 84 evolutiva de répteis às aves. Mesmo assim, pare- ce que as novas pesquisas feitas por esses cientistas não foram tão difundi- das, quando ainda muitos continuaram a patentear o Longisquama como um “antigo réptil escamado”. Não existe nenhum indício que determine que o pássaro antigo Archaeopteryx tenha sido antepassado das aves, e sido precedido por formas ances- trais de répteis que tenham se transformado paulatinamente em 8aves. Diante disso não existe confirmação segura sobre como 9ocorreu a presumível mudança de répteis para aves. Falsificações fósseis O fóssil definido comoA rchaeoraptor liaoningensis, en- contrado na China, foi considerado como um importante ‘elo’ na conexão de dinossauros e aves. Este tinha características de dinossauro como cauda, e um peitoral de ave. Tal farsa foi mon- tada a partir de uma parte de esqueleto de um pássaro antigo, que incluía em sua cauda ossos de outros espécimes difer-en tes. No entanto, mais tarde os pesquisadores descobriram que eles foram logrados por uma falsificação fóssil. Paleontólogos notaram sinais da farsa nos ossos entre a cauda e o corpo do fóssil, onde se tentou colar um pedaço de cauda de dinossauro num fóssil de uma ave. Através de tomografia computadorizada e avaliação detalhada descobriram a farsa considerada a grosso modo como um serviço de amador. Outra farsa notória foi do homem de Piltdown quando em 1912 o arqueólogo amador Charles Dawson descobriu um pre- sumível resto de crânio humano com conformações simiescas Fóssil petrificado de Longisquama insignis perto de Piltdown. Junto com ele estava o sacerdote Teilhard que naquela tarde havia encontrado em uma trincheira alguns den- 85 Fósseis suspeitos 10tes de elefante. Esses pesquisadores localizaram também uma mandíbula de macaco que havia sido descoberta por Dawson naquela ocasião, e as buscas em Piltdown se seguiram entre os anos de 1912 a 1915 na Inglaterra. A mandíbula encontrada era incompleta, mas mantinha um bom estado de conservação. Todos os fósseis foram levados ao museu britânico para a apre- ciação de Smith Woodward, responsável pelo museu de história natural. Muitos outros interessados no assunto se juntaram a Dawson, para elucidar o importante fóssil encontrado. Arthur Keith, Sir Grafton E. Smith, Dawson e o sacerdote estudante de paleontologia Teilhard de Chardin estavam envolvidos na trama de Piltdown, onde afirmaram ter encontrado um fóssil meio ho- mem, meio símio, com idade aproximada de 500 mil anos. Smith Woodward e Dawson apresentaram o homem de Piltdown à So- ciedade Geológica de Londres, em 18 de dezembro de 1912. 11 O crânio encontrado era de um humano moderno que fora juntado de forma improvisada a um maxilar de um orangotango e os dentes foram colados ao maxilar e tingidos com material químico para parecerem envelhecidos. Usa- ram dicromato de potássio e sal de ferro para dar uma im- pressão de um antigo fóssil. Após toda essa montagem ma- quiadora o homem de Piltdown ficou mundialmente famoso ao ser exposto por 40 anos no museu britânico como o gran- de “antepassado” da família humana. Logo que foi descob-er to muito alarde foi feito para a divulgação desse fóssil que “confirmava a evolução humana”. Foi incluso na literatura científica, nas salas de aulas e em conferências importantes. O fóssil era muito bem guardado em cofre por Smith Woo- dward e seu sucessor Dr. Bather, que se tornou de difícil acesso para pesquisadores que desejavam fazer uma minuciosa investi - gação, quando apenas moldes eram disponibilizados para estu- dos. O cientista L. Leakey afirmou tentar examinar o fóssil de Pil- tdown em 1933, mas o Dr. Bather não lhe permitiu tocar o fóssil, mas apenas dar uma olhadela e logo este foi bruscamente trancado 12novamente no cofre. Mas, com o peso da evidência dos críticos Em 1906, Thomas H. Morgan iniciou suas pesquisas com 95 Efeitos das mutações moscas-das-frutas no intento de se encontrar bases positivas que pudessem apoiar as mutações. Ele anotou mudanças que seriam transmitidas para gerações futuras das moscas, não obs- tante, as mudanças eram em maioria degenerativas, com perdas de membros ou aberrações nesses insetos. As características di- ferenciadas dos mutantes não eram positivas nas experiências, e o próprio Morgan sabia disso ao ser cândido por admitir em seu livro que: A presença de um novo caráter ou de novos caracteres torna o indivíduo menos apto a sobreviver sob as mesmas condições de 5vida às quais o tipo original já está adaptado. -Isso significava que os processos que iniciavam as muta ções através dos testes laboratoriais na verdade só traziam defi- ciências para os organismos mutantes que sofriam intervenção por agentes químicos e tais insetos se tornavam menos aptos. As mudanças forçadas por agentes mutantes na carga genética desses insetos não poderiam ser significativas, visto que, apenas acarretavam erros ou membros em lugares diferentes dos inse- tos sem maior relevância para alterações positivas em apoio às ideias darwinistas. Os mutantes enfraquecidos não estavam melhores adapta- dos ao meio, e por isso ficavam sempre em desvantagens. Mor - gan tentou amenizar o problema por sugerir que os mutantes, em possíveis casos especiais, nas pesquisas genéticas poderiam fornecer algumas evidências de uma melhor adaptabilidade ao 6meio. No entanto, não se demonstrou os meios circunstanciais dessas possibilidades sugeridas por Morgan. Os mutantes não forneceram suporte para tal hipótese, mas apenas mostrou-se o contrário. Com as descobertas revolucionárias de Mendel, as contri- buições da genética se tornaram relevantes para a imaginação dos darwinistas, que logo as agregaram à teoria da evolução. Esse novo padrão amparou-se na hipótese de que novas espé- cies poderiam surgir através de mutações úteis acumuladas que O colapso darwinista 96 seriam preservadas e utilizadas pela seleção natural. Os teó-ri cos defendem que as mutações favoráveis produzem a matéria- prima necessária para o trabalho da seleção natural que supos- tamente ocorreriam durante milhares de anos. Assim, segundo afirmam, a seleção natural poderia operar com a genética men- 7deliana. Muitos especialistas em mutações como T. Dobzhansky aduziram que a seleção natural não poderia provocar a variação genética necessária, de maneira que as mutações se tornaram 8importantes para a teoria da evolução. O biólogo E. Mayr foi mais além ao informar que a mutação é a única matéria-prima existente para o trabalho da seleção natural necessária para a origem de novas espécies, atribuindo-se às mutações poder ex- 9traordinário capaz de produzir algo novo. As mutações po- dem ocorrer de diversas formas, entre as quais se destacam as mutações cromossômicas onde se apresentam na forma de deleção, ou perda de determinado segmento de DNA. Inserção, ou aumento de uma sequência de DNA. Translocação, substi- tuição de certo segmento de DNA. Duplicação, repetição de um mesmo gene, dentro de um cromossomo. Efeitos das mutações É importante lembrar que as mutações são mudanças aci- dentais aleatórias que ocorrem no material gênico, alterando o DNA da célula. Essas mudam as sequências corretas de amino- ácidos nas proteínas acrescentando erros bioquímicos graves. “Geralmente a mutação se revela na sequência nucleotídica do RNA mensageiro e na molécula protéica codificada por ele”, re- 10velou o livro biologia celular e molecular. Quando as mutações atingem as células germinativas essas são transmitidas para os descendentes que podem herdar doenças graves. Pesquisadores descobriram que a maioria das mutações é prejudicial sendo de- letérias e letais podendo causar sérios danos ao organismo, pois raramente uma mutação pode conferir alguma vantagem bio- lógica. 97 Efeitos das mutações 11 Dobzhansky entendia bem esse problema que foi registrado por ele ao demonstrar que as mutações são perigosas em maioria, mesmo assim defendia a hipótese de que algumas raras mut-a 12ções benéficas pudessem desbravar o caminho evolutivo. Esse pesquisador asseverou que mutações prejudiciais poderiam ser eliminadas pela seleção estabilizadora que protegeria as condi- ções adaptativas dentro do organismo. Além disso, segundo ele, a seleção estabilizadora poderia ainda eliminar fatores de má 13formação e debilidade de vários tipos. Mesmo assim, a suge- rida seleção estabilizadora não poderia cooperar com mutações para provocar alterações significativas, pois iria apenas excluir mutações malévolas, mas aos mesmo tempo diminuiria a diver- sidade genética e por isso nada de novo seria produzido. Logo com empedernida insistência, darwinistas argúem que o longo acúmulo estocástico de mutações benéficas poderia produzir uma inequívoca evidência de novos órgãos e novas espécies, como foi explanado por J. Monod em um discurso acrítico quando ele atribuiu às mutações um poder especulat-i vo que ele “chamou de eventos acidentais e randômicos que se constituíam a única fonte possível das modificações do texto genético, que se seguia ao acaso livre e cego, bem lá na raiz do grande edifício da evolução.” Mas, o contexto de tudo isso, só se explica pelo sofisma de se conectar explicações por partes e não completas que se baseiam apenas nos fa- migerados modelos de variação que tenta inserir na mente de incautos a “possibilidade de macro evolução” por meio de tais exemplos citados. No entanto, não é possível aderir a este nefasto exemplo “científico” como um suporte válido para o exemplo de mutações, simplesmente pelo velho dilema de se amparar nos evasivos e paulatinos milhões de anos para a presumível ocorrência dos eventos evolutivos aduzidos dos testes e observações de variações intra espécie. Sobreposto a isso, não é possível assimilar tais padrões de evolução -atra vés de mutação a não ser à base da fé, por acreditar que em milhões de anos tais mutações “benéficas” seriam capazes de trapassados por mutações aleatórias. Esse é um tremendo obs- O colapso darwinista 100 táculo à teoria evolutiva, que busca mecanismos para entender como as mutações poderiam gerar novas estruturas e espécies. Nos muitos casos citados de mutantes gerados em laboratório, os pesquisadores apenas conseguiram variações intra espécie, que os neodarwinistas insistem em considerar como muito rele - vante ao sugerir a possibilidade de se conseguir novas espécies através de tais mutações e variações. Genes Homeobox Alguns cientistas anotaram que mesmo assim, as mutações em moscas deram resultados positivos, ou podem produzir es- truturas complexas que poderiam ser testadas e utilizadas pela seleção natural. Citam como exemplo desta vez a atuação dos genes Homeobox, que poderiam trazer grandes expectativas 18para respaldar os processos evolutivos. Os efeitos dos genes homeóticos já interessam muitos biólogos moleculares emp-e 19nhados nas pesquisas com esses genes. Através da mutação denominada antennapedia que cientistas produzem nas moscas de laboratório, é possível provocar a expressão de genes em pontos errados do embrião, fazendo crescer pernas na cabeça das moscas onde deveria crescer antenas. Por meio da sequên- cia gênica denominada Homeobox, é possível fazer crescer es- truturas biológicas em lugares totalmente diferentes nas moscas de laboratório que possuem pelo menos oito desses genes ho- 20meóticos. Cientistas conseguem hoje alterar genes Homeobox de alguns organismos e inserirem em moscas das frutas, e tais genes realmente se expressam e produzem proteínas diferentes 21decorrente de mutações. Acredita-se hoje que esses genes têm importantes funções na especificação de embriões que estejam 22 se formando. Cientistas aduzem que esses resultados oferecem pistas de como esses genes reguladores estão envolvidos em mudanças estruturais evolutivas, de forma que as mutações desses ge- 101 Efeitos das mutações nes foram consideradas em grandes proporções que poderiam possivelmente alcançar um nível macro evolutivo e produzir novas espécies. Defendem que a biologia molecular tem pro- posto mecanismos que iriam além das mutações, estabelecendo caminhos pelos quais ocorrem ganhos de novas funções. Mas, isso é suspeitável, pois as mutações em genes reguladores não deveriam ser consideradas relevantes para amparar um nível macro evolutivo, pois essas mutações não produzem a origem de nenhuma “estrutura complexa”, mas na verdade se trata de uma aberração - um sério erro genético, que altera a expres- são correta de estruturas nas moscas. “As pernas na cabeça são as pernas típicas das moscas das frutas, apenas em um lugar 23diferente” Em outras palavras a mutaçãoa ntennapedia cita- da como exemplo, apenas alterou de forma degradante o lugar certo das pernas, mas nenhuma nova estrutura foi produzida. As modificações ocorridas por meio de mutações se limitam a es- truturas e características já existentes nas moscas. A macroevo- lução exigiria a origem de novas estruturas, mas a mutação em genes reguladores não proporciona isso. Sendo assim, as muta- ções em genes Homeobox, apenas ativa ou desativa estruturas já existentes, ou alteram o lugar certo delas, mas não soluciona o problema da evolução, visto não oferecer realmente pistas fundamentadas para uma evolução entre espécies. Mesmo depois de muito tempo de pesquisas não se obteve nada novo nos experimentos que foram realizados. As expe-ri ências com moscas das frutas demonstram quão nocivas são as mutações, que geram problemas consideráveis, que não pode- riam ser eliminados por outro mecanismo como a seleção natu- ral. As mutações nas moscasD rosophilas deformam e tornam as mutantes inferiores, mais frágeis e menos férteis. É desco- nhecida a existência de moscas mutantes que tenham adquirido melhoramento genético e um aprimoramento de suas estruturas normais em ambientes normais, ou que tenham sido melhoradas através de mutações induzidas por radiação ou outros agentes químicos. crânio de Olmo, descoberto na Itália por volta da década de O colapso darwinista 134 1860, que apresentava anatomia moderna, mas fora localizado em estratos intactos do Pliocênio. Isso arremetia tal fóssil para uma era muita antiga para se encontrar um “fóssil de aspecto moderno”. Como parecia que esse fóssil “não foi intruso” ao período do qual foi encontrado, os pesquisadores decidiram fazer novas datações para o crânio de Olmo. Os testes poste- riores “concluíram” que tal fóssil deveria ter aproximadamente entre 50 e 70 mil anos, o que o lançava para fora das antigas datas atribuídas a tal, e confortavelmente resolvia o problema de tal crânio ser mais antigo ou contemporâneo de espécies an- cestrais. Outro fóssil foi o crânio de Swanscombe encontrado por volta da década de 1930 que foi localizado nos estratos do Pleis- toceno médio, localizado às margens do rio Tâmisa, Inglaterra, mas era substancialmente moderno. O autor Barnett em seu an- tigo livro descreveu que: O crânio de Swanscombe pertencia a uma mulher... Seus ossos eram mais espessos que os dos crânios modernos, mas a capa- cidade craniana ia de 1.325 a 1.350 cc. Sua importância está em ser seguramente quase contemporânea do homem de Java e de Pequim, constituindo assim um testemunho convincente da existência de homens semelhantes aos modernos no Pleistoceno médio. É claro que não estaremos em condições de interpretar corretamente esses restos enquanto não dispusermos de numero- 42sos espécimes. As interpretações acerca desse crânio indicavam que tal fós- sil tinha ossos mais espessos, e poderia ter sido um tipo arcaico de Homo sapiens. Mas, mesmo assim as dificuldades se referem a sua idade, ou se foi aceito que ele pertencia ao Pleistoceno mé- dio, ele poderia ter uma idade bem antiga, pois se encontrava numa camada geológica que poderia ter até 600 mil anos. Por isso, apressaram em datá-lo segundo os testes em uma idade de aproximadamente 240 a 300 mil anos. Ser encontrado em sedi- ciência, algumas postulações são forçosamente inseridas no O colapso darwinista 152 contexto da literatura neodarwinista. Dawkins, por exemplo, arguiu o suave postulado de que acompanha as pesquisas labo- ratoriais à distância e ele não ficaria surpreso: Se daqui a poucos anos, os químicos anunciarem que consegui- ram parir uma nova origem da vida em laboratório. Mas, ainda não aconteceu, e ainda é possível sustentar que a probabilidade de que isso aconteça seja como sempre foi baixíssima – embora 19tenha mesmo acontecido uma vez. As colocações em defesa de uma rota para a origem da vida, a prori continuarão a serem feitas, no intento de sustentar uma origem espontânea da vida no passado primevo para tentar re- tirar o peso dos grandes problemas enfrentados pela teoria de evolução química. Mas, nada promissor ainda existe para su- portar a previsão de Dawkins, a origem da vida continua envolta nos mais tenebrosos impasses não solucionados. A proposta de Dawkins de que a vida tenha surgido pelo ao menos uma vez no passado, ainda é uma posição filosófica sem amparo científico. Existe a flagrante falta de apoio para a ideia hoje estabelecida de que a teoria da evolução pode ser aceita sem nenhuma dificul- dade sem se preocupar com a origem da primeira forma de vida. Isso remete os adeptos do neodarwinismo para um caminho me- tafísico não muito distante de hipóteses amparadas apenas por questão de fé e não de fatos confirmados. A origem da vida é de fundamental importância mesmo que tentem dissimular esse fato. Controvérsias sobre a origem da vida Até o século XVII acreditava-se na geração espontânea (vida a partir de matéria sem vida) como a explicação plausível para a origem da vida. Naquela época Francis Bacon, William Harvey e Aristóteles ensinavam a geração espontânea. Van Hel- mont havia publicado uma receita para produzir camundongos 20a partir de roupa suja. Maupertuis, Diderot e Goethe foram al- 153 O mistério da origem da vida guns que especularam sobre a origem espontânea da vida a par- 21tir de matéria abiótica. Em 1668, o médico italiano Francesco Redi realizou uma experiência na qual se começou a duvidar da teoria da abiogênese. Ele usou pedaços de carne em dois grupos de frascos, um permaneceu aberto, enquanto o outro foi fechado 22hemerticamente por gazes. Após alguns dias surgiram larvas de moscas no grupo dos frascos que permaneceram abertos, mas nos frascos fechados não. Obviamente Redi concluiu que a carne em decomposição não gerava larvas, essas surgiram, por- 23tanto dos ovos deixados por moscas. Assim a teoria da abiogê - nese foi questionada. Mesmo assim, a polêmica continuou quando John Nee- dham, ao manusear carne em cinzas, percebeu o aparecimento de microrganismos que haviam surgido da carne, isso foi acla- mado com grande fervor, como um sinal de “geração espontâ- nea”. Logo depois de alguns anos Lázaro Spallanzani realizou um experimento onde ferveu líquidos durante uma hora, e em seguida os tubos foram fechados hermeticamente. Os líquidos aquecidos mantiveram-se estéreis, sem nenhuma forma de vida. No entanto, os resultados de Spallanzani não convenceram J. Needham. “Este insistia que o ar era essencial para a produção espontânea dos seres microscópicos, e este ar tinha sido excluí- do dos frascos pelo fechamento”. Needham questionou o expe- rimento de Spallanzani. Outro teste semelhante aconteceria em 1850 por Shroder e Von Dusch que realizaram uma experiê-n cia mais convincente, “fazendo passar o ar através do algodão para frascos que continham caldo aquecido. Assim, as bactérias foram retiradas pelas fibras de algodão.” O material orgânico 24manteve-se estéril. Mesmo assim as discussões acerca da ge- ração espontânea continuaram. Somente em 1864 foi que a geração espontânea sofreu o seu golpe final, com as experiências de Louis Pasteur. Na Unive-r sidade de Sorbonne, Paris “Pasteur apresentou seus resultados 25perante os membros do departamento de ciências.” Ele usou frascos de vidro tipo “pescoço de Cisne” que continham levedo “não ocorre sempre”. O colapso darwinista 154 Muitos insinuam que a experiência de Pasteur não poderia ser conclu- siva, pois, os processos evolutivos exigiriam milhões de anos para serem concluídos. Ri- chard Dawkins afirmou que a origem da vida não dependeria de mui- ta cerimônia quando apenas se necessitaria de um “surgimento ca- sual de uma entidade auto replicante”. Ele de cerveja em água, urina, água de pimenta e suco de beterraba. Deixou o líquido ferver durante vários minutos, e em seguida deixou esfriar. O ar que entrava lentamente pelo frasco deixava toda poeira e impurezas nas curvas úmidas do gargalo, dessa forma o ar chegava estéril nas infusões. Foi notável perceber que o líquido com material orgânico não apresentou nenhuma forma de vida, nenhum microrganismo. Logo depois o pescoço do frasco foi quebrado sem atingir as infusões, e após algum tempo bolores de microrganismos já eram visíveis no líquido antes estéril. Desse modo, Pasteur comprovou que o caldo es- téril ainda detinha as propriedades para fornecer meios para o 26crescimento de microrganismos. Dessa forma Pasteur silen- ciou seus opositores, através de seus experimentos demonstrou a impossibilidade da “geração espontânea”. Nesse tempo foi assim confirmada “a ideia de Prayer: Omne vivum ex vivo que se traduz por todo ser vivo é proveniente de 27outro ser vivo.” A questão da geração espontânea foi defini- 28tivamente solucionada pelo experimento de Pasteur. Muitos cientistas questionam a credibilidade das experiências de Louis Pasteur, aduzindo que apenas foi provado por Pasteur algo que Em 1864 Louis Pasteur desferiu o golpe nal na mitológica geração espontânea. O professor Dean Keynon colocou o assunto de forma mui- 157 O mistério da origem da vida to franca reconhecendo a inviabilidade da origem naturalista da vida, e que não se demonstrou empiricamente a eficácia das teorias que tentam explicá-la. Desde Pasteur até hoje, não existe nenhuma comprovação sobre a origem espontânea da vida. A questão em pauta na ocasião de Pasteur era de vida originada de compostos orgânicos, de forma que Pasteur refutou um tipo de heterogênese. A abiogênese se tornaria ainda mais difícil, quando o seu princípio seria de vida a surgir a partir de ma-té ria abiótica (sem vida). A teoria da abiogênese não conseguiu sustentação depois de Pasteur, e um enorme obstáculo se impôs diante dos defensores da origem espontânea da vida, por isso, os pesquisadores foram forçados a buscar novas explicações para desbravar um caminho que fosse mais convincente. Surgem novas explicações Como seria possível explicar um começo? Novas tentativas surgiram em um novo contexto, depois de vários anos com a teoria postulada pelo bio- químico Alexander I. Opa- rin, que foi divulgada em seu livro A origem da vida, quando ele especulou que sob condições plausíveis a vida poderia ter surgido por meio de alguma forma na- 32 turalística. Em seu livro Darwin não esboçou uma tentativa de abordar o pro- blema da origem da vida, não era o seu propósito, mas em carta posterior ele arriscou a grosso modo um modelo de lago orgânico Richard Dawkins acredita que a vida te- 33para a origem da vida. nha surgido por processos estocásticos pelo ao menos uma vez no passado, mas isso se torna apenas uma questão de fé. 34(carta de Darwin 1871). Mas, apenas com os conhecimentos O colapso darwinista 158 do bioquímico Alexander Oparin a teoria ganhou forma e acei- tação. Segundo Oparin havia na terra uma situação adequada, ou um oceano com moléculas orgânicas relevantes à vida: Nas soluções de substâncias orgânicas elementares que eram as águas do oceano primitivo, as reações se sucediam sem ordem rigorosamente determinada, de maneira caótica. As substâncias orgânicas podiam sofrer certas modificações químicas, as re- ações, seguir caminhos diversos e fornecer grande número de produtos variáveis. Manifestou-se, porém, desde o início, uma tendência geral à síntese de substâncias cada vez mais com- plexas. Daí resultou a formação nas águas mornas do oceano primitivo de combinações orgânicas de peso molecular elevado semelhante às que encontramos atualmente nos organismos ve- 35getais e animais. Havia também uma intensa atividade de raios ultravioleta (UV) que bombardeavam a atmosfera. Essas reações com os compostos existentes provocariam a produção de aminoácidos, compostos básicos das proteínas, os blocos de construção da vida. Esses aminoácidos se formaram em grumos, e existiram em grandes quantidades e foram arrastados para os quentes ma- res primevos. Oparin prosseguiu a afirmar que: Mais cedo ou mais tarde, em um ponto qualquer do oceano primitivo, gotas de coacervatos deveram necessariamente se- parar-se de sua solução aquosa composta de diversas matérias protéicas. Graças a certa estrutura de suas moléculas e as suas propriedades químicas, essas moléculas deviam nas águas té- pidas do oceano primitivo, transformar-se em substâncias orgâ- nicas de elevado peso molecular. Da mesma maneira, graças as suas propriedades, as proteínas eram capazes de gerar coacerva - 36tos complexos. Oparin estabeleceu o modelo das “gotas de coacervatos” do o enredo asseverado havia ocorrido em ambiente aquoso, e 159 O mistério da origem da vida ele acabou simplificando tudo por saltos longos que se livravam dos obstáculos pertinentes a decomposição protéica por ação destrutiva da água sobre qualquer composto de aminoácido. Diante disso, a teoria dos coacervatos se tornou fantasiosa por partir do pressuposto de que compostos protéicos poderiam sur - gir na sopa primitiva. O experimento de Stanley Miller Oparin não teve oportunidade de testar sua teoria, só em dezembro de 1952 foi que o jovem cientista Stanley Miller fez 37passar pelo crivo da ciência as asserções de Oparin. No labo- ratório do seu instrutor Dr. Harold Urey, Miller “construiu um aparelho que continha os gases que considerou estarem presen- tes na terra primordial, além de um pouco de água, e juntou 38eletrodos para simular os relâmpagos.” Junto com Urey, ele desferiu uma radiação de aproximadamente 60.000 volts em seu 39aparato de pesquisa. Nesse feito Miller cuidadosamente evi- ricas em ‘proteínas’ que se formaram nos oceanos primitivos. Es- ses coacervatos existi- ram como substâncias orgânicas que realiz-a vam reações químicas crescendo em comple- xidade. Porém, deve se abrir um adendo para a baixa possibilidade dessas proteínas terem existido em tal “oceano primitivo” por motivos elementares. A hipó- tese amalgamada por Alexander I. Oparin foi o grande mentor que Oparin sugeria que to- ventilou as ideias iniciais sobre a teoria de evolução química. mitiva não haveria esse tipo de “armadilha” para proteger os O colapso darwinista 162 aminoácidos obtidos, bem como eliminar as substâncias rema- nescentes sujas que criariam dificuldades para o processo de síntese desses aminoácidos. Por esse motivo, os pesquisadores precisam em algum ponto purificar o material biológico. Numa sopa orgânica isso seria ainda pior, visto que não ha- veria um químico para separá-los das impurezas. Embora já se consiga produzir em laboratórios muitos dos 20 L-aminoácidos, componentes dos organismos vivos, a maioria desses amino-á cidos são os mais simples glicina e alanina, além disso, muitos aminoácidos sem interesse biótico também são produzidos jun- tamente e talvez em maior proporção, o que dificultaria qual- quer reação abiogênica, pois tais aminoácidos concorreriam com os aminoácidos precursores da vida, provocando um entre - laçamento com os aminoácidos protéicos impedindo a polime- rização desses. Até hoje, nenhuma experiência laboratorial foi capaz de produzir os 20 L-aminoácidos funcionais componentes dos seres vivos, e mesmo que se consiga isso, ainda existirá um enorme abismo para se chegar a uma célula funcional. Miller apenas conseguiu obter alguns aminoácidos em seu ex- perimento controlado, que estavam agregados a substâncias prejudiciais. Mas, como conseguir ir um pouco mais adiante, era muito improvável no caso de se produzir os polímeros de aminoác-i dos quais componentes das proteínas. O próprio Miller mais tarde admi- tiu que fosse muito difí- cil conseguir sintetizar se auto-replicar e realizar a tarefa singular do DNA. Em todos 201 Inviabilidades para uma evolução química esses anos de pesquisas nunca conseguiram sintetizar um molde de RNA sem a ajuda de substratos biológicos e outros compos- tos químicos importantes. Também enfrentamos no caso dessa nova teoria o insolúvel problema ovo-galinha, ou seja, o que surgiu primeiro, o RNA ou as proteínas? Sabe-se que existe um complexo conjunto de enzimas envolvidas na síntese do RNA, onde as cadeias longas de RNA são produzidas com amparo de enzimas, mas as longas cadeias de enzimas precisam do RNA num trabalho conjunto que depende também do DNA de forma simultânea, como L. Orgel abordou com franqueza, ao relatar que as proteínas e ácidos nucléicos são interdependentes e difi- 61cilmente poderiam surgir sem um trabalho conjunto. Por esse motivo, Orgel e outros cientistas defenderam a teoria que hoje é denominada de “mundo do RNA” na tentativa de resolver o problema da origem dos ácidos nucléicos e proteínas. Isso cria profundas implicações para a teoria do “mundo do RNA”, vis- to que, não existe nenhuma explicação científica de como tais moléculas de RNA poderiam surgir em uma terra pré-biótica sem o amparo do DNA e enzimas importantes. Toda a brava luta de moléculas de RNA seria um inútil mito, posto que, essas existiriam sem a cooperação do DNA e proteínas. Mesmo as- sim, esses investigadores são imbuídos de uma inquebrável fé e esperança que remam contra os estorvos. Muitos tentaram remediar o problema de se esclarecer os mistérios e obstáculos sobre a origem da vida e Julian Huxley em um comentário de seu livro disse que: O fato de não termos ainda sido capazes de descobrir a explica - ção natural de um processo em todos os seus pormenores, não é 62fundamento para afirmar que não tem ele explicação natural. Esse pressuposto é bem oportuno para os problemas da ori- gem da vida quando se deixa claro que os pesquisadores ainda defendem a arcaica ideia de que no futuro ainda poderão en- contrar explicações científicas para a origem natural da vida uma origem naturalista O colapso darwinista 202 dessas moléculas de RNA, pois não se demonstrou a possibilidade dessas molé- culas surgirem nas condi- ções de uma terra primitiva ou fora de um laboratório. Na verdade as experiências laboratoriais apenas de- monstram a grandeza das dificuldades que existem em se produzir moléculas orgânicas relevantes para células funcionais. A pro- posta de que ainda poderão encontrar os mecanismos naturais que explique a ori- numa terra primitiva, e afirmam que essa possibilidade é ainda plausível. Citam que o problema da origem da vida está che- gando aos meios experimentais que são disponibilizados, onde 63será possível a criação de formas de vida inteiramente novas. É verdade que alguns pesquisadores como Ferris e Ertem na década de 1990 conseguiram sintetizar pequenos fragmentos 64de RNA a partir de substratos biológicos. E hoje se consegue 65isso em laboratório. No entanto, tais experimentos não enfren- tam as supostas condições pré-bióticas, e ainda são dirigidos por cientistas. Esses pesquisadores desenvolvem técnicas como engenharia de ribozimas, transcrição in vitro, reação em cadeia de polimerase (PCR), e outras técnicas avançadas que propo-r cionam os resultados esperados em condições favoráveis. Po- rém, o cientista não pode ultrapassar esse limite no laboratório, ou prever um indício de como essas atividades poderiam ter ocorrido naturalmente no passado sem auxílio de um cien-tis ta, bem como evidenciar uma síntese fortuita de moléculas e células funcionais a partir de material abiótico. Por isso, esses resultados experimentais não são relevantes quanto a apoiar A teoria do “mundo do RNA” se ampara em especulações não conrmadas e fragmentadas, por isso não fornece suporte para aclarar o mistério da ori- gem da vida. mitiva ela se degradaria rapidamente e se transformaria em 205 Inviabilidades para uma evolução química outros compostos sem interesse biológico. Mesmo se existisse como o primeiro tipo de nucleotídeo na terra antiga não resisti- ria aos obstáculos. Para a síntese das outras bases como guani- na, citosina, uracila, em situações pré-bióticas seria ainda mais difícil. Mesmo que os proponentes do “mundo do RNA” presu- mam que algumas moléculas de RNA tenham poder catalítico, como foi sugerido pela descoberta das ribozimas com atividade enzimática, não existe nenhum organismo bioquímico vivo fun- cional que seja composto e sustentado apenas pelo RNA (á-ci do ribonucléico) de maneira que o RNA individualmente não poderia realizar grandes feitos para a formação de um modelo 69celular funcional. Além disso, o açúcar ribose que compõe parte do RNA é estruturalmente frágil e não conseguiria enfrentar as condições previstas para uma suposta sopa orgânica. A ribose teria um curto período de vida se vagasse livre pela sopa orgânica, e não teria condições de interagir para a síntese de novas reações químicas, se dependesse de longos períodos de tempo, pois fa- talmente enfrentaria dificuldades de condições adversas como fotodecomposição, hidrólise e outros, durante os longos perí- odos que destruiria qualquer ribose existente. Também, a lig-a ção fosfodiéster responsável por sustentar a molécula de RNA é instável em meio aquoso e seria facilmente destruída. Devemos ainda lembrar que quaisquer moléculas sintetizadas em labora- tório são formadas com os aparatos da engenharia genética, ri- gorosamente controlada por cientistas inteligentes em ambiente apropriado. Mesmo assim, a maioria da pesquisa laboratorial de abiogenia é realizada com substratos e moléculas biológicos como ponto de partida dos experimentos. Por isso, o indom-á vel enigma de uma presumível origem de moléculas a partir de material abiótico em uma sopa antiga continua sem solução. A biologia molecular está distante de conseguir a replicação de ácidos nucléicos sem a ajuda de enzimas, bem como a síntese 70de qualquer molécula funcional a partir de matéria inorgânica. Não existe nenhuma base sólida para acreditar na conjectura de uma síntese naturalista de moléculas de RNA relegadas “a O colapso darwinista 206 seleção natural e longo tempo” no passado, uma vez que é mui- to difícil a síntese de ácido nucléico funcional sob condições semelhantes às que foram propostas para uma terra primitiva. Haveria também outro grande estorvo na polimerização de biopolímeros de nucleotídeos que deveriam ser mantidos estáveis, e ainda gerar uma quantidade substancial de informa- ção para a síntese de novos monômeros imprescindíveis para a manutenção do processo de evolução química. Polímeros de nucleotídeos teriam que transmitir informações para a próxima molécula que fosse formada, mas isso seria improvável, visto que as supostas moléculas de RNA dificilmente poderiam arma - zenar informação de forma independente. Além de tudo, o RNA pré-biótico teria que executar reações exatas exigindo várias en- zimas auxiliares para tal metabolismo importante, e mesmo se as supostas moléculas de RNA fossem formadas não resistiriam às investidas da luz solar ultravioleta (UV) que é altamente des- trutiva para ácidos nucléicos que degradaria rapidamente qual- quer molécula de RNA que se formasse nos mares primevos ou que pairassem sobre a sopa orgânica. Diante dessas muitas dificuldades o pesquisador L. Orgel admitiu e enfrentou com franqueza esses obstáculos: Os eventos exatos que dão origem para a teoria do mundo do RNA permanecem obscuros. Como nós já observamos, os in- vestigadores propuseram muitas hipóteses, mas as melhores evidências que comprovem cada uma dessas são fragmentadas. Os detalhes completos de como emergiram a vida e o mundo do RNA, talvez não sejam revelados no futuro. Não obstante, bió- logos moleculares, químicos e bioquímicos cooperam em suas experiências engenhosas para preencher as muitas lacunas desse 71quebra-cabeça. Numa tentativa de contornar essas “lacunas do quebra-cabe - ça” identificadas, alguns propuseram a ideia de que moléculas mais simples do que o RNA foram às precursoras da vida, e de- FIM do resumo.... pois disso surgiram as moléculas de RNA. Propuseram que 207 Inviabilidades para uma evolução química peptídeos de ácidos nucléicos simples (PNA) produziram “os primeiros genes” com um “sistema de replicação” que foram os precursores do RNA. Moléculas simples de PNA poderiam ter sintetizado fitas de RNA que conseguiram se diversificar gradualmente até formarem autênticos polímeros de RNA que 72atuaram no mundo do RNA. O novo remendo dessa nova pre- missa não tem sustentação, uma vez que só pode dificultar as coisas por deixar de lado problemas intransponíveis e não ex- plicar a origem da vida. Não há possibilidades de que supostas moléculas ‘rudimentares’ tenham precedido o RNA, ou tenham existido numa terra primitiva como um sistema genético repli- cante em condições de sintetizar um protótipo de RNA. Além disso, O insolúvel enigma ‘ovo-galinha’ até hoje aterroriza os proponentes da evo- lução química, pois não é possível o fun- cionamento individual de moléculas ce- lulares que são interdependentes (DNA, RNA, proteínas). CONTINUAR LEITURA
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