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Guias e Dicas
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Guia ilustrado de mamíferos marinhos do brasil, Notas de estudo de Cultura

Guia ilustrado de mamíferos marinhos do brasil

Tipologia: Notas de estudo

2017

Compartilhado em 07/12/2017

marcos-fernandes-bku
marcos-fernandes-bku 🇧🇷

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Baixe Guia ilustrado de mamíferos marinhos do brasil e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! Realização IPC y Ilustrado Mamíferos Brasil Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) PROJETO BOTCCINZA Patrocínio PETROBRAS AMBIENTAL ll PETROBRAS Autores: Emygdio L. A. Monteiro-Filho Lisa V. de Oliveira Karin D. K. A. Monteiro Gislaine F. Filla Letícia Quito Daniela Ferro de Godoy Ilustrações: Edson Menezes Design e Produção Gráfica: Leandro Cagiano Assistente de arte: Danielly C. X. A. Moreira (Jovem Pesquisadora) Agradecimentos: Ana Paula de Souza Maistro Daiana Proença Bezerra Daniel Esteban Gómez Jefferson Collacico (Reprodução fotográfica das Ilustrações) 1ª edição - 2013 Impressão: Laborgraf Este guia foi impresso em material sintético produzido à partir de plástico reciclado pós-consumo. Apoio Cultural © Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) - Todos os di- reitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial deste guia. As ilustrações aqui apresentadas são de propriedade de Edson Menezes e Instituto de Pesquisas Cananéia, sendo ve- tada qualquer forma de reprodução sem autorização. ISBN 978-85-62283-06-2 7 sUMÁrIo nn 69 Família Phocoenidae nn 70 Boto-de-Burmeister nn 71 Boto-de-óculos nn 73 Família Pontoporiidae nn 74 Toninha 75 ORDEM CARNIVORA n 77 Família Mustelidae n 78 Lontra n 79 Família Otariidae n 80 Leão-marinho n 81 Lobo-marinho-de-dois-pelos n 82 Lobo-marinho-subantártico n 83 Lobo-marinho-antártico n 85 Família Phocidae n 86 Elefante-marinho n 87 Foca-caranguejeira n 88 Foca-leopardo n 89 ORDEM SIRENIA n 91 Família Thrichechidae n 92 Peixe-boi-marinho n 93 ANIMAIS DE ÁGUA DOCE n 93 Iniidae n 94 Boto n 95 Tucuxi n 96 Peixe-boi-da-Amazônia n 97 Ariranha 98 ÍNDICE POR FAMÍLIAS 98 ÍNDICE POR NOMES CIENTÍFICOS 99 ÍNDICE POR NOMES POPULARES 103 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9 Considerando a constante dificuldade em identificar as espécies da fauna brasileira, o objetivo deste guia é disponibilizar informações que permitam aos profissionais e aos leigos, a identificação dos mamíferos marinhos da costa brasileira, o que acaba representando cerca de 50% dos cetáceos e 20% dos pinípedes do mundo. Mesmo sendo encontra- das em regiões costeiras e pelágicas dos países vizinhos e até mesmo em todos os oceanos, a maioria das espécies aqui apresentadas são difi- cilmente registradas e quando ocorrem, são de difícil identificação. Neste guia são considerados mamíferos marinhos todas as espécies de mamíferos que dependem da região costeira (mar, praia e estuário) e oceânica para a sua sobrevivência. Neste sentido, além das baleias e gol- finhos (Ordem Cetacea), foram incluídos lobos-marinhos, focas, a lontra- -neotropical (Ordem Carnivora) e o peixe-boi-marinho (Ordem Sirenia). De forma complementar e com o intuito de atender a um número maior InforMAções gerAIs 12 CoMo UsAr este gUIA Nome popular da espécie Ilustração da espécie Caixa com tamanho estimado da espécie. Caixa com peso estimado da espécie. Texto com características de fácil utilização para identificar animais vivos, mortos e espécies semelhantes. Caixa com as características gerais da espécie. Sempre ao lado ou acima da ilustração e nessa mesma ordem: nome da espécie, outros nomes populares, distribuição e habitat 13 CoMo UsAr este gUIA Para facilitar a localização das espécies, a orelha de capa desse guia segue a mesma divisão dos fólios de página. Número de página: cada ordem e família tem um fólio identificado com uma cor específica para facilitar a localização pela lateral do guia. Número de página: opção para seguir a sequência no mesmo ponto em todas as páginas. Útil na procura de páginas através do sumário ou do índice remessívo que se encontra no final do guia. O rd em C et ác ea O rd em C ar n ív o ra S u b o rd em M ys ti ce ti S u b o rd em O d o n to ce ti Balaenidae Balaenopteridae Delphinidae Phocoenidae Pontoporiidae Ziphiidae Physeteridae Otariidae Thrichechidae Animais de Água Doce Phocidae Mustelidae O rd em S ir en ia 14 17 Mamíferos completamente adaptados ao meio aquá- tico, possuindo o corpo fusiforme, perda acentuada dos pelos, redução dos membros anteriores que são transformados em nadadeiras peitorais com as principais funções de estabilização e regulação da temperatura, redução quase completa dos membros posteriores (conservam ossos vestigiais da cintura pélvica), desenvolvimento de nadadeira caudal ho- rizontal, lobada, desprovida de ossos e com função propulsora. Este conjunto de características lhes con- fere redução de atrito e consequentemente, grande hidrodinâmica. Ao longo da evolução do grupo, o crânio sofreu profundas modificações com o alongamento da man- díbula e dos pré-maxilares e maxilares. Estes últimos projetam-se sobre a região nasal e caixa craniana (telescopia). Durante este processo, os ossos nasais rotacionaram, orientando-se em direção superior. Como consequência destas mudanças cranianas e do aparecimento do melão, órgão lipídico utilizado na transmissão sonora e provavelmente na absorção de impactos, os condutos nasais se abrem na porção superior da cabeça, característica que lhes permite respirar em rápidas passagens pela superfície, sem que precisem necessariamente retirar a cabeça intei- ramente da água. Esta ordem possui duas subordens viventes (Mysticeti e Odontoceti), as quais estão represen- tadas no Brasil. Ordem Cetacea S u b o rd em M ys ti ce ti S u b o rd em O d o n to ce ti Balaenidae Balaenopteridae Delphinidae Phocoenidae Pontoporiidae Ziphiidae Physeteridae 18 Boto-da-tainha – pg. 58 Lisa V. de Oliveira Golfinho-pintado-do-Atlântico – pg. 64 Lisa V. de Oliveira Golfinho-Comum – pg. 56 Letícia Quito ordeM CetACeA Cachalote – pg. 34 Lisa V. de Oliveira Golfinho-de-Risso – pg. 59 Lisa V. de Oliveira Golfinho-de-Commerson – pg. 63 Letícia Quito Orca – pg. 51 Letícia Quito Boto-Cinza – pg. 55 Lisa V. de Oliveira 19 De uma maneira geral, são animais grandes, estando incluídos nesta subordem todos os cetáceos com ausên- cia de dentes e presença de barbatanas queratinizadas na porção superior da boca. Estas barbatanas variam em tamanho e número, mas sempre possuem função associada à alimentação, permitindo que durante o pro- cesso de captura de presas, a água que entra na boca juntamente com o alimento, seja devolvida para o meio, retendo as presas internamente à barbatana. » Para a costa brasileira existem registros de duas famí- lias, três gêneros e oito espécies. Ordem Subordem Mysticeti Cetacea Balaenidae Balaenopteridae Rostro Nadadeira dorsal Nadadeira caudal Pregas ventrais Nadadeira peitoral ordeM CetACeA 22 22 Baleia-franca Corpo robusto e liso, sem nadadeira dorsal e sem pregas ventrais. A cabeça é grande (cerca de 25% do corpo). A boca é longa, fortemente arqueada, descendo em direção ao pescoço. Possui uma série de calosidades que podem ocorrer desde a extremidade do rostro até a parte superior da cabeça próximo aos orifícios respiratórios, os quais são bem separados, permitindo um borrifo em forma de V. Coloração: usualmente preta manchada de marrom. Há manchas brancas no queixo e umbigo. Infantes são mais claros que os adultos, algumas vezes, quase brancos. Nadadeiras: peitorais medianas, espatuladas com a extremidade alargada e ondulada. Dorsal ausente. Caudal robusta com borda lisa e pontuda nas extremidades, reentrância central profunda. Dimorfismo sexual: não é evidente, mas as fêmeas podem ser maiores que os machos. Nome da espécie: Eubalaena australis Desmoulins, 1822. Outros nomes populares: baleia-franca-austral, baleia-verdadeira, ballena franca austral, southern right whale. Distribuição: águas tropicais, temperadas e circumpolares do Hemisfério Sul. Habitat: costeiro. Tamanho dos agrupamentos: Desde animais solitários até 12 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pela combinação da cor escura, dorso liso e sem nada- deira dorsal. Quando a cabeça está exposta, as calosida- des são bem características assim como a curvatura da boca. Cauda robusta com borda lisa e pontuda nas extre- midades. A respiração à superfície produz um borrifo em forma de V, contudo, não se trata de uma característica exclusiva da espécie. Tamanho: ♂/♀ 15 a 18 m; nasc.: 5 a 6 m Peso: ♂/♀ 54.000 a 96.000 kg; nasc.: 2.000 kg Com quem pode ser confundido: Na passagem pela superfície durante a respiração, podem retirar a cauda da água, semelhante a Physeter macrocephalus (pg. 34). Como reconhecer quando morto: Quando recentemente mortas,as calosidades na cabeça são características, assim como a boca fortemente curvada em arco. No crânio, o rostro forma um acentuado arco. As bar- batanas são escuras, estreitas e longas podendo medir mais de 2,4 m e são em número de 230 a 290. n Número de vértebras: 7 cervicais fortemente fundidas, 14 torácicas, 12 lombares e 24 caudais. Há de 14 a 15 pares de costelas. 240 cm Barbatana Ca ra ct er ís tic as G er ai s 23 Balaenopteridae São também conhecidas como rorquais. Os tamanhos variam desde aproximadamente 7 metros para a baleia-minke até mais de 30 m para a baleia-azul. Possuem nadadeiras dorsais pequenas, geralmente no terço pos- terior do corpo. De uma maneira geral as cabeças corres- pondem a cerca de 20% do comprimento do corpo e o rostro é afinado em forma de V. Possuem numerosas barbatanas pequenas nos maxilares, as quais variam em compri- mento, largura e cor nas diferentes espécies. É característica dos rorquais, a presença de pregas ventrais que variam em número em cada espécie e que se estendem desde a garganta até a barriga. No Brasil, 2 gênero e 7 espécie: Balaenoptera musculus pg. 24 Balaenoptera physalus pg. 25 Balaenoptera acutorostrata pg. 26 Balaenoptera bonaerensis pg. 27 Balaenoptera borealis pg. 28 Balaenoptera edeni pg. 29 Megaptera novaeangliae pg. 30 Balaenopteridae Cetacea Mysticeti Ordem Subordem Família 24 24 Baleia-azul Tamanho dos agrupamentos: De 2 a 5 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Nadadeira dorsal pequena, posicionada no quarto pos- terior do corpo e cor azul marinho com manchas. A pas- sagem pela superfície para respirar é lenta e o borrifo forma uma coluna simples e muito alta (6 a 12 m). Às vezes expõe a cabeça, passando todo o corpo pela super- fície, inclusive a pequena nadadeira dorsal e até mesmo a caudal ao mergulhar. Com quem pode ser confundido: Com Balaenoptera physalus (pg. 25) e Balaenoptera borealis (pg. 28) as quais possuem a cabeça pequena e em forma de V, coloração mais homogênea, sendo o dorso cinza, o ventre branco e nadadeira dorsal alta e localizada no terço posterior do corpo. Como reconhecer quando morto: Há de 270 a 400 barbatanas maxilares totalmente pretas em cada face. São triangulares, ásperas e possuem cerca de 1 m de comprimento e 55 cm em sua maior largura. n Número de vértebras: 7 cervicais, 15 torácicas, 15 lombares e 27 caudais. 100 cmBarbatana Ca ra ct er ís tic as G er ai s Corpo longo, hidrodinâmico, com a cabeça correspondendo à cerca de 20% do comprimento do corpo. Visto de cima, o rostro é largo, plano e em forma de U. Há uma única quilha estendendo-se da extremidade do rostro até a região dos orifícios respiratórios, os quais são circundados por uma proteção grande, carnuda e proeminente. Existem de 55 a 94 pregas ventrais, estendendo-se da garganta até pouco mais da metade do corpo. Coloração: azul marinho acinzentado, manchado de cinza claro e branco. As manchas variam individualmente e escurecem com a idade. A face ventral das nadadeiras peitorais é cinza claro azulada. Nadadeiras: peitorais pequenas (cerca de 10% do comprimento do corpo) e cônicas. Dorsal é pequena, baixa (30 cm de altura) com forma triangular e posicionada no quarto posterior do corpo. Caudal larga com pedúnculo caudal grosso. Dimorfismo sexual: não evidente, contudo, as fêmeas são maiores. Tamanho: ♂/♀ 25 a 35 m; nasc.: 7 m Peso: ♂/♀ 80.000 a 160.000 kg; nasc.: 7.000 kg Nome da espécie: Balaenoptera musculus (Linnaeus, 1758). Outros nomes populares: ballena azul, blue whale. Distribuição: ampla, ocorrendo em todos os oceanos. Habitat: oceânico. 27 27 Tamanho dos agrupamentos: De 1 a 2 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pequena, de cabeça triangular e com orifícios respiratórios pou- co evidentes. Com cor escura nas nadadeiras peitorais. Borrifo pouco evidente. Quando na superfície a nadadeira dorsal sem- pre é exposta simultaneamente aos orifícios respiratórios. Com quem pode ser confundido: Com Balaenoptera acutorostrata (pg. 26) que possui a man- cha transversal branca nas nadadeiras peitorais e flancos claros e com Balaenoptera borealis (pg. 28), a qual possui os orifícios respiratórios bem evidentes. Como reconhecer quando morto: Pelo pequeno tamanho e pela cor das nadadeiras peito- rais. Possui de 230 a 360 barbatanas em cada face do maxilar as quais medem cerca de 30 cm de comprimen- to e 12 cm de largura, sendo predominantemente cinza escuro, exceto algumas porções que são brancas. n Número de vértebras: 7 cervicais, 11 torácicas, 12 lombares e 19 caudais. Pequeno porte, com o corpo robusto e hidrodinâmico. O rostro quando visto por cima é estreito, pontudo e quase triangular. Os orifícios respiratórios são pouco perceptíveis. Há uma quilha central na cabeça. Possui de 22 a 38 pregas ventrais que se estendem da garganta até quase a metade do corpo. Coloração: cinza escuro ou preta no dorso e mais clara ventralmente. Nadadeiras peitorais totalmente escuras. A parte inferior das nadadeiras e os lobos da cauda são brancos. Pode ocorrer uma faixa acinzentada nos flancos acima das nadadeiras peitorais. Duas faixas cinza se estendem para trás, por cerca de 60 cm a partir do orifício respiratório. Nadadeiras: peitorais pontudas e curtas. Dorsal alta, quase ereta e localizada à frente do terço posterior do corpo. Caudal larga com margem lisa. Dimorfismo sexual: não evidente, contudo, as fêmeas são pouco maiores. Tamanho: ♂/♀ 7 a 10 m; nasc: 3 m Peso: ♂/♀ 5.000 a 9.000 kg; nasc: 450 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Baleia-minke-antártica Nome da espécie: Balaenoptera bonaerensis Burmeister, 1867. Outros nomes populares: ballena minke antártica, rorcual menor antártico, antartic minke whale. Distribuição: águas temperadas e frias do Hemisfério Sul. Habitat: oceânico. 28 28 Baleia-sei Grande porte, hidrodinâmica, vista de cima a cabeça tem formato de V, afinada na extremidade anterior e larga na base. Existe uma quilha central que se estende da extremidade até os orifícios respiratórios. Porção posterior do corpo é achatada lateralmente. Possui de 32 a 62 pregas ventrais desde a garganta até a metade da região ventral. O borrifo tem a forma de um cone invertido com cerca de 3 m. Coloração: cinza escuro no dorso. As pregas ventrais e o tórax são mais claros. As nadadeiras peitorais mantêm a mesma cor do dorso. Existem pequenas manchas ovóides claras na barriga e nos flancos. Nadadeiras: peitorais pequenas com menos de 10% do comprimento do corpo e pontudas. Dorsal alta (cerca de 60 cm), com base alargada, curvada para trás, situada no terço posterior do corpo e em uma inclinação de cerca de 45º. Caudal pequena em relação ao corpo, forma triangular, com distinta reentrância em “V” no meio e com pedúnculo espesso. Dimorfismo sexual: não evidente, contudo, as fêmeas são maiores. Nome da espécie: Balaenoptera borealis Lesson, 1828. Outros nomes populares: baleia-sardinheira, ballena sei, rorcual mediano, sei whale. Distribuição: ocorre em todos os oceanos, evitando águas muito frias. Habitat: costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 2 a 5 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pela cor cinza escura e pela evidente nadadeira dorsal incli- nada em 45º no terço posterior do corpo. Pode expor a cauda fora da água durante a passagem pela superfície. Borrifo baixo (3 m). Com quem pode ser confundido: Com Balaenoptera edeni (pg. 29), contudo, esta espécie possui três quilhas na cabeça e a nadadeira dorsal é peque- na e quase ereta (70º); com Balaenoptera musculus (pg. 24) Tamanho: ♂15 a 18 m e ♀16 a 21 m; nasc.: 4,5 m Peso: ♂/♀12.000 a 29.000 kg; nasc: 900 kg que possui a nadadeira dorsal pequena, situada no quarto final do corpo e a cabeça em forma de U; e principalmente com Balaenoptera physalus (pg. 25) a qual possui a cabeça com coloração assimétrica, nadadeira dorsal, menos gan- cheada e em uma inclinação de cerca de 30º. Como reconhecer quando morto: Possui de 320 a 400 barbatanas em cada face do maxilar, as quais possuem 75 cm de comprimento, são pretas com as cerdas brancas e macias. n Número de vértebras: 7 cervicais, 14 torácicas, 13 lombares e 23 caudais. 75 cmBarbatana Ca ra ct er ís tic as G er ai s 29 29 Tamanho dos agrupamentos: De 5 a 6 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Quando possível avistar, as três quilhas da cabeça cor- respondem à principal característica diagnóstica. Nada- deira dorsal quase ereta e fina na base. Com quem pode ser confundido: Principalmente com Balaenoptera borealis (pg. 28) que possui somente uma quilha na cabeça, nadadeira dorsal alta, larga na base e com inclinação de cerca de 45º; e com Balaenoptera physalus (pg. 25) que também possui somente uma quilha na cabeça. Como reconhecer quando morto: Pelas três quilhas na cabeça. As pregas da garganta se esten- dem além da metade do corpo. Possui de 250 a 370 barbatanas cinza claras com cerca de 45 cm de comprimento, 24 cm de largura e com longas cerdas. Há um espaçamento entre a série direita e esquerda das barbatanas. n Número de vértebras: 7 cervicais, 13 torácicas, 13 lombares e 21 caudais. 45 cmBarbatana Baleia-de-Bryde Nome da espécie: Balaenoptera edeni Anderson, 1878. Outros nomes populares: ballena de Bryde, ballena de eden, rorcual tropical, Bryde whale, tropical whale. Distribuição: águas tropicais e subtropicais. Habitat: principalmente costeiro. Corpo esbelto e hidrodinâmico, cabeça alargada e com três quilhas que se estendem da extremidade até próximo aos orifícios respiratórios. Borrifo pode alcançar os 4 m de altura. Possui de 40 a 69 pregas ventrais que se extendem desde a garganta até pouco depois da metade do corpo. Coloração: predominantemente azul acinzentado escuro no dorso e mais clara ventralmente. Nadadeiras: peitorais delgadas e pontudas com cerca de 10% do comprimento do corpo. Dorsal mediana (menos de 45 cm), fina na base, situada no terço posterior do corpo e em uma inclinação de cerca de 70º. Caudal larga, lobos ligeiramente côncavos e com reentrância em “V”. Dimorfismo sexual: não evidente, contudo, as fêmeas são pouco maiores. Tamanho: ♂/♀ 12 a 15 m; nasc.: 4 m Peso: ♂/♀ 12.000 a 20.000 kg; nasc.: 900 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 33 Physeteridae Os membros desta família possuem como característica marcante, um comparti- mento com o óleo chamado “spermaceti”, localizado em uma depressão na cabeça, acima dos maxilares. Os dentes ocorrem somente na mandíbula. Além disso, pos- suem um sistema de sinos aéreo compa- rativamente pequeno. No Brasil, 2 gêneros e 3 espécies: Physeter macrocephalus pg. 34 Kogia breviceps pg. 35 Kogia simus pg. 36 Physeteridae Cetacea Odontoceti Ordem Subordem Família 34 34 Cachalote Nome da espécie: Physeter macrocephalus Linnaeus, 1758. Outros nomes populares: sperm whale. Distribuição: em todos os oceanos do mundo, chegando até as bordas polares sem adentrá-las. Habitat: oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 1 a 30 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pelo formato da cabeça que é constantemente exposta à superfície. Borrifo varia de 3 a 5 m de altura e é direcionado para frente da cabeça. Durante o mergulho, a cauda é fre- quentemente retirada da água. Com quem pode ser confundido: À distância, com Megaptera novaeangliae (pg. 30) que tem como diferencial a cabeça larga e rostro fino, as nadadeiras peitorais muito grandes e a nadadeira caudal com a borda ondulada. Como reconhecer quando morto: Pela grande cabeça retangular e pela pequena e estrei- ta mandíbula. Possui de 18 a 29 dentes em cada face da mandíbula, os quais são grandes, cônicos e ovais quando vistos em corte transversal. Nadadeiras peitorais pequenas, ausência de nadadeira dorsal. O crânio é assimétrico, mais largo do lado direito, rombudo e alto. A mandíbula possui um espessamento ventral na metade de seu comprimento. n Número de vértebras: 7 cervicais (a primeira é livre), 11 torácicas, 8 lombares e 24 caudais. Os primeiros 8 a 11 pares de costelas possuem duas cabeças articulares. Animal de grande porte, com enorme cabeça retangular que corresponde a cerca de 30% do comprimento do corpo. Mandíbula proporcionalmente pequena em relação à cabeça. Orifício respiratório localizado do lado esquerdo à frente da cabeça. No último terço do corpo há uma prega dérmica dorsal semelhante a uma nadadeira flexível. Logo após, há uma série de 4 a 5 ondulações dorsais. Coloração: cinza escuro metálico, seguido de marrom claro. A pele em torno dos lábios é branca, assim como na região umbilical. Pode apresentar cicatrizes manchas claras ao longo dos flancos até a cauda. Infante é cinza claro. Nadadeiras: peitorais são pequenas e com a extremidade quase reta, semelhante a um remo. Dorsal ausente. Caudal é grande e triangular com uma quilha ventral que se estende do pedúnculo caudal até a reentrância central. Dimorfismo sexual: machos tendem a ser maiores que as fêmeas. Tamanho: ♂ 15 a 20 m; ♀ 11 a 17 m; nasc: 4m Peso: ♂/♀ 20.000 a 45.000 kg; nasc: 1.000 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 37 A família é caracterizada por animais de grande porte e com o rostro longo. Por pos- suírem estas características, seus represen- tantes são popularmente chamados de “Ba- leias-bicudas”. São odontocetos com pequeno número de dentes que irrompem particularmente na mandíbula. No Brasil, 4 gênero e 9 espécie: Ziphius cavirostris (pg.38) Berardius arnuxii (pg. 39) Hyperoodon planifrons (pg. 40) Mesoplodon densirostris (pg. 41) Mesoplodon europaeus (pg. 42) Mesoplodon layardii (pg. 43) Mesoplodon hectori (pg. 44) Mesoplodon grayi (pg. 45) Mesoplodon mirus (pg. 46) Ziphiidae Ziphiidae Cetacea Odontoceti Ordem Subordem Família 38 38 Tamanho dos agrupamentos: De 3 a 10 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Sua passagem pela superfície é discreta e raramente expõe a cabeça. Nestas ocasiões é possível visualizar a cor es- branquiçada (às vezes pálida) da cabeça que é pequena. Os dentes do macho adulto ajudam na identificação do grupo. Com quem pode ser confundido: Devido à forma da cabeça e a presença de dentes frontais, é possível ser confundido com Mesoplodom mirus (pg. 46), M. europaeus (pg. 42) e M. hectori (pg. 44). Como reconhecer quando morto: Quando encalhado, é facilmente reconhecido pelo formato e co- loração clara da cabeça e pela linha da boca que acompanha o contorno da cabeça. Nas fêmeas o dente não irrompe, mas per- manece inserido na gengiva do maxilar e da mandíbula. A iden- tificação do macho adulto é mais fácil ainda, uma vez que possui dois dentes ovais (em corte transversal) com cerca de 8 cm. n Número de vértebras: 7 cervicais, 9 torácicas, 11 lom- bares e 20 caudais. Cabeça pequena e não diferenciada do corpo. Após a cabeça pode haver uma pequena depressão. O rostro é curto, a fenda da boca é pequena e acompanha o contorno da cabeça. Em machos adultos há dois grandes dentes cônicos frontais à mandíbula. A mandíbula se estende além da porção rostral. Há um par de pregas na garganta em forma de "V". Pode ocorrer marcas riscadas no corpo. Coloração: pode variar de cinza azulado ou parda escuro até marrom mostarda, mas com a cabeça sempre pálida ou esbranquiçada. O olho é geralmente incluído na área clara da cabeça e possui ao seu redor um pequeno anel escuro. Pode apresentar manchas circulares ou ovais de cor branca ou creme, principalmente no ventre e flancos. Nadadeiras: peitorais pequenas e de bordas arredondadas, se encaixando na porção inferior dos flancos. Dorsal re- lativamente alta (40 cm) e suavemente curvada para trás, localizada depois do centro do corpo. Caudal relativamente pequena e com uma pequena reentrância (1 cm) mediana. Dimorfismo sexual: coloração evidentemente pálida da cabeça e dentes expostos na mandíbula dos machos adultos. Tamanho: ♂/♀ 6 a 7,5 m; nasc: 2 m Peso: ♂/♀ 3.000 a 4.500 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Baleia-bicuda-de-Cuvier Nome da espécie: Ziphius cavirostris G. Cuvier, 1823. Outros nomes populares: zífio de Cuvier, ballena picuda de Cuvier, ballena rostrada, Curvier´s beaked whale, goosebeak whale. Distribuição: amplamente distribuído em águas tropicais e temperadas de todo o mundo. Habitat: costeiro e oceânico. ♂ ♀ 39 39 Baleia-bicuda-de-Arnoux Nome da espécie: Berardius arnuxii Duvernoy, 1851. Outros nomes populares: ballena rostrada, ballena picuda de Arnoux, Zífido Marsopa, Zífio de Arnoux, Zífido Común, Arnoux's beaked whale, southern fourthooth whale. Distribuição: regiões temperadas e subpolares do Hemisfério Sul. Ocasionalmente em áreas tropicais. Habitat: oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 6 a 10 indivíduos. Ocasionalmente podem formar agrupa- mentos com mais de 80 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Espécie grande, com a cabeça pequena e com distinção en- tre o melão e o rostro. Mandíbula maior que a porção rostral e com um par de dentes expostos. Com quem pode ser confundido: Com Hyperoodon planifrons (pg. 40) que possui o rostro curto e o melão muito evidente. Mesmo considerando a grande diferença no formato da cabeça, é possível confundi-lo com Mesoplodon hectori (pg. 44) e M. mirus (pg.46), ambos com um par de dentes expostos frontalmente, entretanto, sem o rostro diferenciado do melão. Como reconhecer quando morto: Pelo rostro diferenciado do melão. Orifício respiratório no centro da cabeça e com a face anterior arredondada. Dois pares de dentes mandibulares (ver figura abaixo). n Número de vértebras: 7 cervicais, 11 torácicas, 12 lom- bares e 18 caudais. Possui cabeça com cerca de 15% do comprimento do corpo e com pequena depressão na parte posterior. Rostro longo, distintamente destacado do melão, com a mandíbula ligeiramente maior que a porção rostral. Na extremidade da mandíbula há dois pares de dentes triangulares, sendo o par frontal maior e mais visível externamente em animais adultos. Os dentes estão presentes tanto em machos quanto nas fêmeas. Há um par de pregas na garganta que quase se encontram, formando um "V". É comum a existência de marcas riscadas e pareadas no corpo. Coloração: dorso cinza azulado a marrom escuro. O ventre é cinza-claro e pode existir manchas arredondadas brancas, principalmente na garganta, em volta do umbigo e da região genital. Nadadeiras: peitorais pequenas, largas e arredondadas. Dorsal pequena, triangular e ligeiramente voltada para trás, localizada depois do centro do corpo. Caudal larga, podendo ter uma discreta reentrância mediana. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 9 a 10 m; nasc: 3,5 m Peso: ♂/♀ 6.400 a 11.000 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s ♀ ♂ 42 42 Tamanho dos agrupamentos: De 2 a 15 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Possui comportamento discreto à superfície e apesar do grande tamanho, não há características marcantes a serem utilizadas para a sua identificação na natureza. Com quem pode ser confundido: Com Mesoplodon mirus (pg. 46), contudo, M. mirus pos- sui o par de dentes na extremidade da mandíbula; com Ziphius cavirostris (pg. 38), mas a coloração é diferente. Como reconhecer quando morto: Na garganta há fendas profundas em forma de "V". Os machos podem ser identificados pelo par de dentes mandibulares com cerca de 10 cm. Estes dentes estão a uma distância de cerca de 15% da extremidade da mandíbula (ver figura abaixo). n Número de vértebras: 7 cervicais, 10 torácicas, 11 lom- bares e 20 caudais. Ocorre fusão nas três primeiras vértebras cervicais. A cabeça é proporcionalmente pequena com a testa levemente arredondada e o rostro estreito. Possui um par de dentes no terço distal da mandíbula. Estes dentes ficam expostos externamente nos machos adultos. Há um par de pregas na garganta formando um "V" e podem ocorrer marcas riscadas no corpo dos machos devido à interação entre indivíduos. Coloração: a cor varia de cinza azulado a cinza amarronzado no dorso, clareando em direção ao ventre. Em alguns animais de ambos os sexos há uma grande mancha branca em torno da região anal. Nadadeiras: peitorais pequenas, alongadas e pontudas, se encaixando na porção inferior dos flancos. Dorsal também pequena, triangular, curvada para trás, localizada depois do centro do corpo. Caudal triangular, sem reentrância mediana. Dimorfismo sexual: dentes expostos somente na mandíbula dos machos adultos. Tamanho: ♂/♀ 4,5 a 7 m; nasc: 2 m Peso: ♂/♀ 2.700 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Baleia-bicuda-de-Gervais Nome da espécie: Mesoplodon europaeus Gervais, 1855. Outros nomes populares: zífio-de-Gervais, ballena picuda de Gervais, gulf stream beaked whale. Distribuição: águas subtropicais e temperadas quentes do Oceano Atlântico a partir da linha do Equador, podendo estar associado à Corrente do Golfo. Habitat: costeiro e oceânico. ♂ ♀ 43 43 Baleia-bicuda-de-Layardii Nome da espécie: Mesoplodon layardii (Gray, 1865). Outros nomes populares: zífio-de-Layard, ballena picuda de Layard, ballena rostrada, strap-thoothed whale. Distribuição: águas temperadas e frias do Hemisfério Sul. Habitat: oceânico. Tamanho dos agrupamentos: Desde 1 e 3 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: O reconhecimento é feito com base na presença dos machos que possuem um par de dentes longos que emergem do terço anterior da mandíbula em um ângulo de 45° para trás e cur- vando sobre os maxilares. Com quem pode ser confundido: Fêmeas e jovens são difíceis de distinguir de outras espé- cies do gênero Mesoplodon. Como reconhecer quando morto: Nos machos adultos, os longos dentes da mandíbula po- dem atingir mais de 35 cm de comprimento e cerca de 5 cm de largura. Sua forma lembra uma costela e possui uma inclinação de aproximadamente 45º em direção à parte posterior do corpo. n Número de vértebras: 7 cervicais, 10 torácicas, 10 lom- bares e 19 caudais. Possui dois enormes dentes na mandíbula, os quais são voltados para trás e para cima dos maxilares, podendo até mesmo impedir parcialmente a abertura da boca, mas sem prejuízo para a alimentação. Apresentam um par de pregas em forma de "V" na garganta. Coloração: de maneira geral o dorso varia de marrom escuro até preto. Há marcadas zonas ventrais brancas, em particular próximas à região genital, abaixo das nadadeiras peitorais e abaixo da mandíbula e garganta, sendo que nos adultos, o rostro fica cada vez mais claro com a idade. Alguns indivíduos podem apresentar a região posterior ao melão esbranquiçada, entretanto, o topo da cabeça e a região ao redor dos olhos permanecem escuros. Nadadeiras: peitorais pequenas e estreitas. Dorsal pequena, curvada para trás e localizada depois do centro do corpo. Caudal triangular e sem reentrância mediana. Dimorfismo sexual: nos machos adultos há um par de dentes longos e visivelmente curvados para cima dos maxilares. Tamanho: ♂/♀ 6 a 7 m*; nasc: 2,2 a 2,4 m Peso: ♂/♀ 1250 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s ♂ ♀ * com base no comprimento de crânios, especula-se a possibilidade de chegarem até 7 m. 44 44 Tamanho dos agrupamentos: De 2 a 5 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Muito difícil reconhecê-lo em vida livre. Com quem pode ser confundido: Devido à posição do par de dentes na mandíbula, pode ser facilmente confundido com Mesoplodon mirus (pg. 46) e com jovens de Berardius arnuxii (pg. 39). Também pode ser confundido com Ziphius cavirostris (pg. 38), contudo, esta espécie é maior. Como reconhecer quando morto: De difícil identificação, a característica diagnóstica mais evi- dente é a presença, nos machos, do par de dentes pequenos e juntos na extremidade da mandíbula (ver figura abaixo), diferente de M. mirus que possui os dentes separados. n Número de vértebras: desconhecido. É uma das espécies menos conhecida e com descrição ainda muito simplificada. Rostro curto e com um par de pequenos dentes triangulares (cerca de 3 cm) na extremidade da mandíbula. Há um par de pregas na garganta formando um "V". Coloração: pode ser amarronzada, com a mandíbula cinza claro. A região periférica do umbigo pode ser clara. Em machos adultos, a região ventral da nadadeira peitoral também pode ser clara. Nadadeiras: peitorais pequenas, alongadas e pontudas. Dorsal pequena, triangular, curvada para trás e localizada depois do centro do corpo. Caudal triangular, podendo ter reentrância mediana. Dimorfismo sexual: dentes somente nos machos. Tamanho: ♂ 4 a 4,5 m; ♀ registros maiores Peso: ♂/♀ desconhecido Ca ra ct er ís tic as G er ai s Baleia-bicuda-de-Hectori Nome da espécie: Mesoplodon hectori (Gray, 1871). Outros nomes populares: zífio-de-Hector, ballena picuda de Hector, ballena rostrada, Hector´s beaked whale. Distribuição: águas temperadas do Hemisfério Sul. Habitat: oceânico. ♂ 47 É a maior e mais diversificada família de ce- táceos e a despeito de existirem propostas separando-a em diferentes famílias, assumi- mos neste guia uma postura conservadora considerando-a uma unidade. A maioria das espécies possui um rostro característico que se destaca do melão. Há uma marcada depressão facial e os ossos frontal e maxilares projetam-se sobre a fos- sa temporal. O melão deposita-se sobre a depressão facial. A amplitude de tamanho na família é mui- to grande, com representantes que variam de 1,3 m para Cephalorhyncus commersonii até 9 m para Orcinus orca. Machos são tipi- camente maiores que as fêmeas e em alguns casos há evidente dimorfismo sexual em re- lação às nadadeiras peitorais e nadadeira dorsal. São gregários e possuem elaborados comportamentos e comunicação sonora. Delphinidae No Brasil, 15 gêneros e 21 espécies: Peponocephala electra pg. 48 Feresa attenuata pg. 49 Pseudorca crassidens pg. 50 Orcinus orca pg. 51 Globicephala melaena pg. 52 Globicephala macrorhynchus pg. 53 Steno bredanensis pg. 54 Sotalia guianensis pg. 55 Tursiops truncatus pg. 56 Delphinus delphis pg. 57 Delphinus capensis pg. 58 Grampus griseus pg. 59 Lagenodelphis hosei pg. 60 Lagenorhynchus australis pg. 61 Lissodelphis peronii pg. 62 Cephalorhynchus commersonii pg. 63 Stenella frontalis pg. 64 Stenella attenuata pg. 65 Stenella longirostris pg. 66 Stenella clymene pg. 67 Stenella coeruleoalba pg. 68 Delphinidae Odontoceti Cetacea Ordem Subordem Família 48 48 Golfinho-cabeça-de-melão Cabeça arredondada ou cônica, sem distinção entre o rostro e o melão. Corpo alongado e esguio. Coloração: cinza escuro ou preto. Presença de uma máscara mais escura na face englobando inclusive a região dos olhos. Mancha cinza claro ventral em forma de âncora estendendo-se da região anterior às nadadeiras peitorais até próximo à região do umbigo. Há uma grande mancha pálida na região anal e genital. Lábios marcados por finas linhas brancas. Pode haver um anel claro ao redor do olho. Nadadeiras: peitorais longas, curvadas e afinadas na extremidade. Dorsal posicionada no meio do corpo e ligeira- mente curvada para trás. Caudal larga, com extremidades afinadas e visível reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Nome da espécie: Peponocephala electra (Gray, 1846). Outros nomes populares: falsa orca de cabeza de melón, melon-headed whale, melonhead whale. Distribuição: em todos os oceanos tropicais e subtropicais. Habitat: costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 100 a 500 indivíduos. Pode passar de um milhar. Como reconhecer quando vivo: De difícil distinção. Cabeça arredondada, nadadeira dorsal ligeiramente curvada para trás e coloração mais escura e em forma de máscara na face. Com quem pode ser confundido: Com Globicephala melaena (pg. 52) que é muito maior e pos- sui a nadadeira dorsal com a base larga e muito curvada para trás; com Pseudorca crassidens (pg. 50) que também é muito maior, com nadadeiras peitorais arredondadas e sem manchas esbranquiçadas no ventre e nos lábios; de difícil Tamanho: ♂/♀ 2 a 3 m; nasc: 75 a 90 cm Peso: ♂/♀ 160 a 270 kg distinção de Feresa attenuata (pg. 49) que possui nadadeira dorsal alta, extremidades das nadadeiras peitorais arredon- dadas e não possui a coloração escura, em forma de más- cara, na face. Como reconhecer quando morto: Após a morte o corpo fica quase todo preto. Nadadeiras peitorais correspondem a cerca de 20% do comprimento do corpo. Dentes pequenos e pontudos, totalizando 21 a 25 pa- res maxilares e mandibulares. n Número de vértebras: 7 cervicais, 14 torácicas, 17 lombares e 44 caudais. As três primeiras vértebras cervicais são fundidas. Ca ra ct er ís tic as G er ai s 49 49 Tamanho dos agrupamentos: De 12 a 50 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: De difícil identificação. Cabeça arredondada, dorso e flan- cos escuros, dorsal grande. Quando visível, a coloração do lábio é bem característica. Com quem pode ser confundido: Com Pseudorca crassidens (pg. 50) que são maiores e mais escuras dorsalmente e com Peponocephala electra (pg. 48) que possui nadadeira dorsal pequena e nadadeiras peitorais grandes e com extremidades pontudas. Como reconhecer quando morto: Após a morte o acinzentado dos flancos escurece rapida- mente e passa a ser evidente um profundo sulco na bar- riga, indo do umbigo ao ânus. Pelas nadadeiras peitorais com cerca de 10% do comprimento do corpo e arredonda- das nas extremidades. Crânio marcadamente assimétrico e com 8 a 11 pares de dentes maxilares delgados e 11 a 13 dentes mandibulares. n Número de vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas, 16 lom- bares e 33 caudais, com fusão nas três primeiras cervicais. Corpo delgado, afinando rapidamente após a nadadeira dorsal. Cabeça arredondada não havendo diferenciação entre o melão e o rostro. Coloração: preta dorsalmente e distintamente acinzentada nos flancos. Mancha branca em forma de âncora entre as nadadeiras peitorais. Grande mancha branca, às vezes rosada, na região anal, podendo se estender até a cauda. A margem dos lábios é branca e na mandíbula, essa coloração estende-se até a região inferior. Nadadeiras: peitorais pequenas, curvadas e ligeiramente arredondadas na extremidade. Dorsal alta, curvada para trás e mediana ao corpo. Caudal com extremidades afinadas e com reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2 a 2,8 m; nasc: 80 cm Peso: ♂/♀ 150 a 220 kg; Ca ra ct er ís tic as G er ai s Orca-pigméia Nome da espécie: Feresa attenuata Gray, 1874. Outros nomes populares: orca-anã, orca pigmea, pygmy killer whale. Distribuição: em zonas tropicais de todos os oceanos. Habitat: oceânico. 52 52 Baleia-piloto-de-peitorais-longas Variam muito com o tamanho e idade. Jovens possuem a cabeça afilada, mas nos adultos ela é globosa. Não há constrição entre a cabeça e o corpo e tão pouco um rostro pronunciado. O lábio superior é protrusivo. Corpo longo, robusto e com compressão lateral no pedúnculo caudal. Coloração: predominantemente preto e cinza escuro. Próximo à nadadeira dorsal há uma mancha acinzentada pouco evidente. Há uma mancha branca ou cinza claro em forma de âncora que vai da garganta até a barriga. Jovens são cinza amarronzado com manchas esbranquiçadas. Pode haver uma mancha linear acinzentada após o olho. Nadadeiras: peitorais longas, pontudas e curvadas (20 a 25% do comprimento total do animal). Dorsal com base larga, localizada antes da linha mediana do corpo, arredondada e bem curvada para trás, o que lhe dá uma aparência baixa. Caudal pequena e chata, afinada nas extremidades e com reentrância central. Dimorfismo sexual: machos adultos são maiores. Neles a nadadeira dorsal possui a base muito larga e pode ser mais alta. Nome da espécie: Globicephala melaena (Traill, 1809). Outros nomes populares: delfín piloto, ballena piloto, calderón de aletas largas, conducteur pilot whale, long-finned pilot whale, longfin pilot whale. Distribuição: águas temperadas dos dois hemisférios. Habitat: costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 20 a 40 indivíduos. Alguns agrupamentos podem conter mais de 100. Como reconhecer quando vivo: Gênero de fácil reconhecimento na natureza, mas a espécie não. Cabeça arredondada, em continuidade com o corpo e nada- deira dorsal grande, bem curvada para trás e com a base larga. Com quem pode ser confundido: Com Globicephala macrorhynchus (pg. 53) que possui as nada- deiras peitorais menores e mais finas. Quando jovens, devido Tamanho: ♂/♀ 4,5 a 6 m*; nasc: 1,8 m Peso: ♂ 3.000 kg; ♀ 2000 kg; nasc: 100 kg à cabeça afilada, pode se parecer com Pseudorca crassidens (pg. 50) a qual possui a cabeça mais cônica e nadadeira dorsal pouco curvada para trás. Como reconhecer quando morto: Coloração dorsal escura, podendo ser cinza pálido próximo à nadadeira dorsal. Possui de 10 a 11 pares de dentes na parte anterior tanto dos maxilares quanto da mandíbula. Nadadeira peitoral com tamanho variando de 20 a 25% do comprimento do corpo. n Número de vértebras: 7 cervicais, 11 torácicas, 13 lom- bares e 28 caudais. Ca ra ct er ís tic as G er ai s * Alguns machos podem chegar a 8 m. 53 53 Tamanho dos agrupamentos: De 20 a 90 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Gênero facilmente reconhecido na natureza, mas a espécie não. Cabeça arredondada, levemente distinta do corpo e com melão desenvolvido. Com quem pode ser confundido: Com Globicephala melaena (pg. 52) cujas nadadeiras peitorais são maiores, mais longas e largas. A despeito da grande diferen- ça no formato da cabeça e da nadadeira dorsal dos adultos, os ju- venis podem ser confundidos com Pseudorca crassidens (pg. 50). Como reconhecer quando morto: Nadadeira peitoral curvada, com 15 a 17% do comprimento do corpo. Possui de 8 a 9 pares de dentes na parte anterior tanto dos maxilares como da mandíbula. n Número de vértebras: 7 cervicais, 11 torácicas, 12 lom- bares e 27 caudais. Cabeça grande e levemente distinta do corpo, melão desenvolvido projetando-se além do comprimento dos lábios. Coloração: varia do preto ao cinza escuro. Pode apresentar uma evidente mancha cinza claro após a nadadeira dor- sal. Mancha ventral branca acinzentada com formato de âncora, abrindo-se próximo às nadadeiras peitorais. Nadadeiras: peitorais longas (15 a 17% do comprimento do corpo), pontudas e pouco curvadas. Dorsal localizada no final do primeiro terço do corpo, fortemente curvada para trás, com extremidade arredondada e base larga. Caudal pe- quena, com extremidades afinadas, achatada e com reentrância central. Dimorfismo sexual: machos adultos são maiores (6m a 7 m) e têm nadadeiras dorsais mais altas e largas que as fêmeas (4m a 5,5 m). Tamanho: ♂ 4 a 7 m e ♀ até 5,5 m; nasc: 1,4 m Peso: ♂/♀ 1.500 até 3.600 kg; nasc: 60 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Baleia-piloto-de-peitorais-curtas Nome da espécie: Globicephala macrorhynchus Gray, 1846. Outros nomes populares: delfín piloto de aletas cortas, delfin calderón de aletas cortas, short-finned pilot whale, shortfin pilot whale. Distribuição: águas tropicais e subtropicais de todo o mundo. Habitat: costeiro e oceânico. 54 54 Golfinho-de-dentes-rugosos Nome da espécie: Steno bredanensis (Lesson, 1828). Outros nomes populares: delfín de diente rugoso, delfín de hocico estrecho, rough-toothed dolphin, roughtooth dolphin. Distribuição: águas quentes de regiões tropicais e subtropicais de todos os oceanos. Habitat: costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 10 a 20 indivíduos, podendo ocasionalmente chegar a uma centena. Como reconhecer quando vivo: Pelo formato da cabeça que é pequena, cônica e em con- tinuidade com a curvatura do corpo. Não há uma evidente diferenciação entre o rostro e o melão. Em muitas ocasiões as manchas laterais ao corpo são visíveis. Com quem pode ser confundido: À distância podem ser confundidos com várias espé- cies de Delphinidae como Tursiops truncatus (pg. 58) e Stenella longirostris (pg. 66) em função do formato da nadadeira dorsal, contudo, estas duas espécies possuem o rostro bem diferenciado do melão. Como reconhecer quando morto: A pele pode tornar-se enegrecida. O número de dentes varia de 19 a 26 pares nos maxilares e de 19 a 28 pares na man- díbula. Os dentes apresentam rugosidades na forma de es- trias verticais finas. A cabeça é cônica e o crânio é estreito. n Número de vértebras: 7 cervicais, 13 torácicas, 16 lom- bares e 31 caudais. Rostro longo e fino em continuidade à curvatura do melão, dando à cabeça uma forma cônica. A curvatura dorsal do corpo é contínua até a cauda. Coloração: variando de cinza escuro, amarronzado lateralmente, com um manto dorsal mais escuro, estreito e que se estende um pouco mais nas laterais a partir da nadadeira dorsal; o ventre é branco ou rosado. Garganta, mandíbula e laterais do rostro são brancas. Existem manchas esbranquiçadas ou amareladas nos flancos. Jovens são mais claros que os adultos e tem um padrão de cores menos contrastante. Pode haver uma região escura em torno do olho. Nadadeiras: peitorais e dorsal suavemente curvadas e afinadas na extremidade e de tamanho semelhante. Caudal larga, com contornos semelhantes às nadadeiras peitorais e dorsal. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2,2 a 2,8 m; nasc: 1 m Peso: ♂/♀ 130 a 160 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 57 57 Golfinho-comum-costeiro Nome da espécie: Delphinus capensis (Gray, 1828). Outros nomes populares: golfinho-comum-de-bico-longo, delfín común de pico largo, delfín común costero, long-beaked common dolphin, common dolphin. Distribuição: águas tropicais e temperadas. Habitat: costeiro. Tamanho dos agrupamentos: De 10 a 30 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Rostro longo e bem marcado. Complexo padrão de coloração com áreas cinza escuro, amarelo, cinza claro e branco. As co- res amarelo e cinza claro formam o desenho de uma ampulhe- ta nos flancos. Listras cinza na região ventral branca. Com quem pode ser confundido: Com Delphinus delphis (pg. 56) que possui a região ven- tral com aspecto limpo em função da ausência de listras. A diferenciação entre as duas espécies é muito difícil. Como reconhecer quando morto: Após a morte o padrão característico das cores desapare- ce. Rostro longo e estreito. Razão entre o comprimento do crânio e a largura na região dos esquamozais varia de 1,52 a 1,77. Possui de 47 a 67 pares de dentes mandibulares e maxilares, pequenos e cônicos. Os ossos maxilares apresen- tam um característico sulco próximo à série dentária, sendo mais profundo próximo ao palatino. n Número de vértebras: 7 cervicais, 14 torácicas, 21 lom- bares e 32 caudais. Rostro longo e bem demarcado na junção com o melão. A coloração nos flancos forma um desenho em forma de ampulheta. Coloração: o cruzamento de duas linhas laterais do corpo delimita quatro regiões distintas, sendo cinza escuro a preta no dorso, amarelo claro na porção anterior dos flancos desde a cabeça até o final da nadadeira dorsal, cinza claro na região posterior dos flancos e branca no ventre, desde o pescoço até a região anal. Uma ou mais listras cinza sobre a região ventral branca, estendendo-se da cabeça até pouco depois do meio do corpo. Uma listra negra que se inicia na base do melão e se estende até os olhos, circundando-os como uma máscara. Região mandibular cinza claro e com uma listra cinza escuro que se inicia na região da mandíbula e se estende até a nadadeira peitoral. As nadadeiras peitorais e dorsal normalmente apresentam uma coloração homogênea. Nadadeiras: peitorais com extremidades pontudas. Dorsal em posição mediana em relação ao corpo, alta, podendo ser triangular ou curvada para trás. Caudal larga com extremidades pontudas e reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2 a 2,5 m; nasc: 90 cm Peso: ♂/♀ 80 a 150 kg*; nasc: 10 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s * Há registro de animal com até 230 kg. 58 58 Boto-da-tainha Nome da espécie: Tursiops truncatus (Montagu, 1821).* Outros nomes populares: golfinho-nariz-de-garrafa, caldeirão, roaz, delfín nariz de botella, delfín mular, tonina, bottlenose dolphin. Distribuição: cosmopolita. Habitat: estuarino, costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: De 1 a 20 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pelo rostro curto e arredondado, mandíbula maior que o ma- xilar e nadadeira dorsal alta e larga na base. Com quem pode ser confundido: Com várias espécies de cor acinzentada e nadadeira dor- sal curvada como no caso de algumas espécies do gênero Stenella (pgs. 64, 65, 68), mas que possuem menor tamanho e rostro mais longo; e com Sotalia guianensis (pg. 55) que no entanto, é menor, possui o rostro fino, nadadeira dorsal geralmente pouco curvada para trás e faixa cinza oblíqua nos flancos. Como reconhecer quando morto: Corpo robusto e rostro curto. Possui de 20 a 24 pares de den- tes maxilares e de 18 a 24 pares de dentes mandibulares. n Número de vértebras: 7 cervicais, 14 torácicas, 15 lom- bares e 29 caudais. Cinco pares de costelas possuem uma dupla cabeça. São robustos. O rostro é curto, largo e arredondado, com a mandíbula maior que a porção rostral. Há marcada dis- tinção entre o rostro e o melão. Coloração: cinza escuro dorsalmente e cinza claro ou pálido nos flancos e ventre. Pode apresentar uma linha cinza claro entre o olho e as nadadeiras peitorais. Animais velhos podem apresentar manchas na barriga. Alguns adultos podem ter uma mancha branca na extremidade da mandíbula. Nadadeiras: peitorais medianas, pouco curvadas e com extremidades pontudas. Dorsal alta, larga na base e geral- mente curvada para trás. Caudal larga, curvada e com reentrância central evidente. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 3 a 4,2 m; nasc: 1 m Peso: ♂/♀ 200 kg**; nasc: 30 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s * Destacamos que deverá ser validade a espécie Tursiops gephyreus Lahille 1908 para o sul do Brasil **Há registro de animais com mais de 600 kg. 59 59 Tamanho dos agrupamentos: De 10 a mais de 100 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Coloração dorsal cinza claro e com numerosas cicatrizes claras, particularmente na metade anterior do corpo. Na- dadeira dorsal proporcionalmente alta e pouco curvada para trás. Com quem pode ser confundido: À longa distância, a nadadeira dorsal se parece com a de Tursiops truncatus (pg. 58), Pseudorca crassidens (pg. 50) e com fêmeas de Orcinus orca (pg. 51), mas nenhuma destas três espécies possui a coloração cinza claro e cicatrizes riscadas no dorso. Com Globicephala spp. (pg. 52, 53), que possuem o corpo maior, cor escura e melão arredondado. Como reconhecer quando morto: Em animais recém-encalhados as cicatrizes são bastante evidentes. A nadadeira dorsal é alta. Presença de um sulco central na região do melão. Normalmente não possui dentes maxilares. Os dentes mandibulares são fortes, ovais e em número de 3 ou 4 pares (podendo variar de 2 a 7) e estão dispostos na extremidade da mandíbula. n Número de vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas, 18 lom- bares e 31 caudais. Cabeça sem distinção evidente entre rostro e melão. Há um característico sulco central na região do melão. Corpo robusto e curvado, estreitando-se rapidamente após a nadadeira dorsal. Coloração: é uniformemente cinza escuro ou amarronzado ao nascer. Com a idade, a cor cinza se torna clara ou pálida, mas as nadadeiras peitorais, caudal e dorsal continuam escuras. Em animais velhos, a extremidade da nada- deira dorsal também se torna clara. Com a idade, o dorso se torna marcado com cicatrizes riscadas. O ventre possui uma mancha clara em forma de âncora. Nadadeiras: peitorais longas e pontudas na extremidade. Dorsal alta e pouco curvada para trás. Caudal curta com reentrância central bem evidente. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 3 a 4 m; nasc: 1 m Peso: ♂/♀ 300 kg* Ca ra ct er ís tic as G er ai s Golfinho-de-Risso Nome da espécie: Grampus griseus (G. Cuvier, 1812). Outros nomes populares: delfín de Risso, delfín gris, grey dolphin, Risso’s dolphin. Distribuição: cosmopolita em águas tropicais e regiões temperadas de águas quentes. Habitat: costeiro e oceânico. * Há registros de até 680 kg. 62 62 Golfinho-de-Peron Animais de pequeno porte, corpo esguio e sem nadadeira dorsal. O corpo torpediforme é mais largo do que alto e possui uma curvatura dorsal suave desde a cabeça até o pedúnculo caudal. A mandíbula é pouco maior que a porção rostral. Coloração: dorso preto desde a região do melão até a cauda. A cor preta avança em direção aos flancos chegando até a inserção das nadadeiras peitorais. O rostro, nadadeiras peitorais e ventre até a nadadeira caudal são brancos. O dorso da nadadeira caudal pode ser cinza escuro. Jovens possuem coloração que varia de marrom a cinza escuro. Ocasionalmente podem ser observados animais totalmente pretos ou totalmente brancos. Nadadeiras: Peitorais ligeiramente curvadas na face anterior e com a extremidade não muito pontuda. Dorsal ausente. Caudal proporcionalmente grande, curvada na face anterior, com extremidades pontudas e reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Nome da espécie: Lissodelphis peronii (Lacépède, 1804). Outros nomes populares: golfinho-liso-do-sul, delfín liso austral, delfín liso del sur, delfin sin aleta, delfín liso, tunina, southern rightwhale dolphin. Distribuição: circumpolar no Hemisfério Sul até o sul da América do Sul e África. Habitat: oceânico, raramente visto próximo à costa. Tamanho dos agrupamentos: De 2 a mais de 1.000 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Rostro e nadadeiras peitorais brancas contrastando com o dorso escuro e sem nadadeira dorsal. O corpo muito largo e baixo. Com quem pode ser confundido: Com nenhum cetáceo na costa brasileira. Tamanho: ♂/♀ 1,8 a 3 m; nasc.: 1 m Peso: ♂/♀ 60 a 80 kg; nasc.: 10 kg Como reconhecer quando morto: Animais recém-encalhados são facilmente identificáveis em função de sua cor com forte contraste entre o dorso escuro e o ventre claro, corpo mais largo que alto e ausência de nadadeira dorsal. O crânio é longo e com o rostro fino. Pos- sui de 43 a 49 dentes finos e pontudos em cada sessão da mandíbula e dos maxilares. Os primeiros 5 pares de costelas possuem articulação dupla. n Número de vértebras: 7 cervicais, 14 torácicas, 29 lom- bares e 38 caudais. Ca ra ct er ís tic as G er ai s 63 63 Tamanho dos agrupamentos: Geralmente menos que 6, mas podem chegar a uma centena. Como reconhecer quando vivo: Pelo pequeno tamanho, pela característica coloração contras- tante e pela nadadeira dorsal pequena e ovalada. Com quem pode ser confundido: Com nenhum cetáceo na costa brasileira. Como reconhecer quando morto: Em animais recém-mortos, pela coloração, formato triangular da cabeça e nadadeira dorsal oval. No crânio, o processo ascendente do maxilar é robusto e convexo, apresentando a forma de um melão. Os dentes maxila- res variam de 28 a 34 pares e os mandibulares, de 25 a 35 pares. n Número de vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas, 24 lombares e 20 caudais. Pequeno, robusto e de corpo fusiforme. A cabeça é triangular, rostro discreto e não possui melão. A mandíbula é maior que a porção rostral. A boca é pequena e segue na direção dos olhos. Coloração: apresenta forte contraste entre o preto ou cinza escuro e branco. A cabeça é escura com a cor avançando até as nadadeiras peitorais. O dorso na metade posterior do corpo, desde antes da nadadeira dorsal até o pedúnculo caudal e cauda também são escuros. Há uma mancha preta na região anal. Um grande manto branco ou cinza claro circula o corpo desde a porção posterior da cabeça até quase a metade do dorso, flancos e barriga. Existe uma mancha clara entre o queixo e a garganta. Nadadeiras: peitorais pequenas e com a extremidade arredondada. Dorsal posicionada na metade do corpo é baixa e oval. Caudal pequena, com extremidades discretamente arredondadas e com reentrância evidente. Dimorfismo sexual: A mancha na região anal dos machos geralmente possui formato de coração apontando para a re- gião posterior do animal, enquanto nas fêmeas a mancha em forma de coração aponta para a região anterior do corpo. Tamanho: ♂/♀ 1,3 a 1,7; nasc.: 60 a 75 cm Peso: ♂/♀ 50 a 65 kg; nasc.: 5 a 8 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Golfinho-de-Commerson Nome da espécie: Cephalorhynchus commersonii (Lacépède, 1804). Outros nomes populares: tonina overa, Commerson’s dolphin, piebald dolphin. Distribuição: sul da América do Sul incluindo o sul do Brasil e as ilhas do entorno. Ilha Kerguelem no Oceano Índico. Habitat: predominantemente costeiro. 64 64 Tamanho dos agrupamentos: De 5 a várias centenas de indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pelas manchas características no corpo, pela faixa clara em formato de onda que vai do flanco ao dorso, lábios cinza claros ou brancos e nadadeira dorsal curvada para trás. Com quem pode ser confundido: Com Stenella attenuata (pg. 65) que possui uma visível faixa escura entre a boca e as nadadeiras peitorais e manto cinza escuro bem delimitado, formando uma cela em direção aos flancos entre as nadadeiras peitoral e dorsal. Os jovens po- dem ser confundidos com os deTursiops truncatus (pg. 58) porém estes tem cabeça mais robusta e rostro curto. Como reconhecer quando morto: Pela coloração dorsal escura com manchas brancas e, ventral mais clara com manchas escuras. Animais em decomposição são difíceis de serem diferenciados de Stenella attenuata. Número de dentes varia de 32 a 42 nos maxilares e de 30 a 40 em cada face da mandíbula. n Número de vértebras: varia de 67 a 72. Pequenos, de aparência robusta. O rostro é moderadamente longo e bem demarcado na junção com o melão. Coloração: os infantes são cinza dorsalmente e brancos no ventre. Mais tarde começam a aparecer manchas, inicial- mente na cabeça, depois na barriga e finalmente no corpo todo. Nos adultos o dorso é cinza escuro azulado, clareando em direção aos flancos e barriga, mas sem nítida definição. O corpo apresenta pequenas manchas claras na porção escura do dorso e até metade dos flancos e escuras na porção mais clara dos flancos até a barriga. O número de manchas continua aumentando com a idade. Na altura da nadadeira dorsal, a coloração escura do dorso avança para frente em direção aos flancos. As nadadeiras dorsal e caudal são acinzentadas e sem manchas. As nadadeiras peitorais variam de coloração, desde cinza escuro ao cinza claro e podem apresentar manchas. A borda do lábio superior e a extremidade do inferior são geralmente cinza claro ou brancos. Nadadeiras: Peitorais curvadas na face anterior e com extremidades afinadas. Dorsal curvada para trás e com a extre- midade pontuda. Caudal larga, com extremidades pontudas e com reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2,1 a 2,4 m; nasc: 80 a 90 cm Peso: ♂/♀ 110 a 150 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Golfinho-pintado-do-Atlântico Nome da espécie: Stenella frontalis (G. Cuvier, 1829). Outros nomes populares: delfín manchado del Atlántico, delfín moteado, atlantic spotted dolphin. Distribuição: Oceano Atlântico. Habitat: costeiro e oceânico. 67 67 Tamanho dos agrupamentos: Cerca de 50 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Pelo corpo robusto; rostro bem demarcado na junção com o melão e pela coloração escura em forma de bigode, presen- te na porção distal do rostro. Com quem pode ser confundido: Com Stenella longirostris (pg. 66) que possui o rostro propor- cionalmente mais longo e fino. Como reconhecer quando morto: Lábios negros, banda preta no rostro, da extremidade até a base do melão e cinza do melão até o orifício respiratório. De 38 a 49 dentes por face maxilar e mandibular. Compri- mento côndilo basal menor que 415 mm. n Número de vértebras: varia de 70 a 76, sem distribui- ção conhecida. Pequeno, rostro relativamente curto, mandíbula maior que a porção rostral. Coloração: predominantemente cinza. Cinza escuro desde a cabeça até a porção posterior do corpo, exceto o pedúnculo caudal. Nadadeiras dorsais e caudal escuras. Nadadeiras peitorais com a margem escura, mas a região central pode ser pálida. Há uma faixa cinza claro do olho até as nadadeiras peitorais e uma faixa escura que se inicia na região anal e se estende em direção à cabeça. A barriga é discretamente rosada. A banda preta no rostro vai da extremidade até a base do melão. Em continuidade a esta, há uma banda cinza que se estende da base do melão até o orifício respiratório. Os lábios e a extremidade anterior do rostro são negros. Nadadeiras: peitorais pequenas e com extremidades pontudas. Dorsal pequena e curvada para trás. Caudal com extremidades finas, com reentrância central e moderadamente quilhada. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2 m; nasc: 80 cm Peso: ♂/♀ 80 kg; nasc.: 10 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s Golfinho-de-Clymene Nome da espécie: Stenella clymene (Gray, 1850). Outros nomes populares: delfín acróbata de hocico corto, Clymene dolphin, short-snouted spinner dolphin, helmet dolphin. Distribuição: águas tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico. Habitat: costeiro e oceânico. 68 68 Golfinho-listrado Corpo fusiforme, rostro curto, achatado dorso-ventralmente e distinto, interrompido pelo melão pronunciado. Coloração: pode variar de cinza azulada a amarronzada no dorso, clareando lateralmente e branco no ventre. Próxi- mo à nadadeira dorsal, a cor mais escura do dorso se projeta para aos flancos como uma faixa, afinando na direção da cabeça. Há uma faixa escura que se estende ao longo dos flancos desde os olhos até o ânus. Uma segunda faixa, mais fina, porém de comprimento variado, estende-se a partir da primeira em direção à região ventral. Há também uma terceira faixa que se estende dos olhos até as nadadeiras peitorais. O rostro possui sempre a cor escura do dorso. Todas as nadadeiras são escuras. Nadadeiras: peitorais pequenas, ligeiramente curvadas no bordo anterior. Dorsal posicionada no centro do corpo, curvada para trás e com a extremidade pontuda. Caudal pequena, com reentrância central e sem quilha evidente. Dimorfismo sexual: não evidente. Nome da espécie: Stenella coeruleoalba (Meyen, 1833). Outros nomes populares: golfinho-riscado, delfín listado, delfín azul, striped dolphin. Distribuição: águas tropicais, subtropicais e temperadas quentes. Habitat: oceânico. Tamanho dos agrupamentos: Grandes, variando de centenas a milhares de indivíduos. Como reconhecer quando vivo: Projeção da cor do dorso sobre a cor dos flancos em uma faixa que afina na direção da cabeça. Três listras escuras nos flancos, incluindo uma longa desde o olho até o ânus e mais duas curtas próximas às nadadeiras peitorais. Com quem pode ser confundido: Com nenhum outro cetáceo em função do padrão de listras. Tamanho: ♂/♀ 2,4 a 3 m; nasc.: 1 m Peso: ♂/♀ 100 a 150 kg; nasc.: 20 kg Como reconhecer quando morto: Mantém bem as cores do corpo, mas pouco após a morte, a faixa entre o olho e a nadadeira peitoral tende a desapa- recer. Rostro achatado dorso-ventralmente. Possui em cada face maxilar e mandibular, de 43 a 50 dentes pequenos, for- temente esmaltados, pontudos e curvados para dentro. n Número de vértebras: 7 cervicais, 15 torácicas, 22 lom- bares e 35 caudais. Ca ra ct er ís tic as G er ai s 69 A família apresenta apenas seis represen- tantes em todo o mundo, com hábitos cos- teiros ou fluviais. Os animais que pertencem a essa família são pequenos e robustos, atingindo um ta- manho máximo de 2,5 m. A cabeça é pequena e arredondada, uma vez que o rostro é curto e praticamente não se diferencia do melão. Os dentes são acha- tados lateralmente, em forma de espátula e com duas a três cúspides. As nadadeiras pei- torais são pequenas em relação ao tamanho do corpo e as nadadeiras dorsais são geral- mente pequenas ou ausentes. Phocoenidae No Brasil, 1 gênero e 2 espécies: Phocoena spinipinnis pg. 70 Phocoena dioptrica pg. 71 Phocoenidae Odontoceti Cetacea Ordem Subordem Família 72 ordeM CetACeA Toninha – pg. 74 Lisa V. de Oliveira Toninha – pg. 74 Lisa V. de Oliveira 73 Assim como ocorre com a família Iniidae (ver em espécies de água doce), esta família também possui um único gênero monotí- pico distribuído desde o Estado do Espírito Santo no Sudeste do Brasil até a Península Valdez, Sudeste da Argentina. São animais pequenos (máximo de 1,7 m) com rostro longo e afilado, melão proeminente, nada- deira dorsal pequena, mas evidente. Pontoporiidae Pontoporiidae No Brasil, 1 gênero e 1 espécies: Pontoporia blainvillei pg. 74 Odontoceti Cetacea Ordem Subordem Família 74 74 * Ao sul de sua distribuição são maiores que no sudeste do Brasil. **A Variação depende do sexo e da distribuição. Toninha Nome da espécie: Pontoporia blainvillei (Gervais & d´Orbigny, 1844). Outros nomes populares: golfinho-do-Rio-da-Prata, franciscana, delfín del plata, la plata river dolphin. Distribuição: águas tropicais e temperadas da América do Sul, desde o Estado do Espírito Santo no sudeste do Brasil até Chubut no sudeste da Argentina, incluindo os estuários do Rio Paraguai e Rio Uruguai. Habitat: costeiro, podendo ocorrer no interior de alguns estuários. Tamanho dos agrupamentos: Pequenos, podendo ter de 10 a 20 indivíduos. Como reconhecer quando vivo: É pequeno, de comportamento discreto. Sendo, portanto, de difícil detecção inclusive quando vai à superfície respirar. Co- mumente expõe apenas a região dorsal, raramente o rostro que é fino e longo. O melão é rombudo. Com quem pode ser confundido: Os infantes podem ser confundidos com infantes de Sotalia guianensis (pg. 55) devido principalmente ao rostro curto e à coloração, contudo, as nadadeiras peitorais e a dorsal são bem diferentes. Como reconhecer quando morto: Pelo longo rostro. Após a morte, em função de processos oxida- tivos, a cor da pele torna-se marrom ocre, mais clara na barriga. O formato das nadadeiras peitorais são características. O crâ- nio possui pré-maxilares e maxilares longos. A mandíbula tam- bém é longa e a sínfise se estende por cerca de dois terços da mandíbula. Contém numerosos dentes pequenos (210 a 242). n Número de vértebras: 7 cervicais, 10 torácicas, 7 lom- bares e 16 caudais. Cabeça com rostro longo e estreito. Nos infantes, o rostro é curto. Melão destacado e rombudo. Os olhos são peque- nos. Sob condições de mar agitado, é praticamente impossível detectar a sua presença. Coloração: cinza amarronzado dorsalmente, clareando suavemente em direção ao ventre. Nadadeiras: peitorais desenvolvidas, alargadas na extremidade e com a borda ondeada, destacando os dedos. Dor- sal baixa, com extremidade levemente arredondada e posicionada na metade do corpo. Caudal com extremidades pontudas e com distinta reentrância central. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 1,4 a 1,8 m *; nasc.: 60 cm Peso: ♂/♀ 35 a 50 kg** Ca ra ct er ís tic as G er ai s 77 São mamíferos pequenos, de corpo longo e membros robustos e curtos. As espécies de hábito aquático ou semiaquático são plan- tígradas, possuem membrana interdigital e cauda robusta adaptada à propulsão. A cai- xa craniana é grande e o rostro é curto. A dentição é variada e apresenta especializa- ções. O aparato carniceiro está presente. Ordem Mustelidae Família Carnivora Mustelidae No Brasil, 1 gêneros e 1 espécies: Lontra longicaudis Pg. 78 ordeM CArnIvorA Rostro Vibrissas Cauda Membro anterior Membro posterior 78 Lontra Nome da espécie: Lontra longicaudis (Olfers, 1818). Outros nomes populares: lontra-neotropical, lobito del río, neotropical otter. Distribuição: ampla distribuição latina americana. Habitat: rios, lagos, represas e estuários. Como reconhecer quando vivo: Pequena, corpo alongado, membros curtos e cauda longa e grossa. Desloca-se em movimentos ondulatórios tanto na água como em terra. Com quem pode ser confundido: Em áreas interiores, com Pteronura brasiliensis (pg. 97) que possui manchas esbranquiçadas com bordas bem de- finidas na garganta. A cauda é fortemente achatada dorso ventralmente. Como reconhecer quando morto: Pela morfologia do corpo que é alongado, com cauda longa e grossa, membros anteriores e posteriores curtos e coloração castanho claro no pescoço, sem manchas definidas. Crânio alargado e achatado dorso ventralmente e projetado para trás. Fórmula dentária I 3/3; C 1/1; PM 4/3; M1/2. Corpo alongado, membros anteriores e posteriores curtos e patas com membranas interdigitais. A pelagem é densa e curta e as vibrissas são longas. A cauda é longa e grossa. Coloração: predominantemente marrom escuro, sendo o ventre mais claro. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 90 cm a 1,3 m Ca ra ct er ís tic as G er ai s 78 Peso: ♂/♀ 5 a 14 kg 79 É uma família predominantemente costeira, cujos representantes possuem fortes modifi- cações adaptadas à vida aquática sem, con- tudo, perder a habilidade de deslocamento eficiente em terra. Tanto os membros ante- riores quanto os posteriores estão adapta- dos para a natação assim como para o des- locamento quadrúpede enquanto estão na terra. Possuem unhas bem desenvolvidas nos três dedos centrais. A orelha externa é presente. De uma maneira geral, os machos são maiores que as fêmeas. Otariidae No Brasil, 2 gêneros e 4 espécies: Otaria flavescens pg. 80 Arctocephalus australis pg. 81 Arctocephalus tropicalis pg. 82 Arctocephalus gazella pg. 83 Otariidae Ordem Carnivora Família Rostro Juba Nadadeira Peitoral Nadadeira caudal 82 82 * PC – pós caninos = conjunto de pré molares e molares. Lobo-marinho-subantártico Nome da espécie: Arctocephalus tropicalis (Gray, 1872). Outros nomes populares: lobo marino de dos pelos subantártico, subantarctic fur seal. Distribuição: Oceanos Índico e Antártico. Habitat: costas rochosas e ilhas em áreas temperadas do Atlântico Sul e Índico. Tamanho do agrupamento: Pequenos e variados. Animais isolados são frequentes. Como reconhecer quando vivo: Principalmente pela coloração amarelo esbranquiçado do peito e da face. Os jovens são de difícil identificação. Com quem pode ser confundido: As fêmeas dos Arctocephalus que ocorrem no Brasil são muito parecidas, contudo, a fêmea de A. tropicalis difere das demais pela coloração amarelada do focinho, ventre ruivo e vibrissas brancas. Como reconhecer quando morto: Pela coloração característica. Crânio com palato estreito, rostro curto, órbitas oculares grandes e crista sagital alta e bem desenvolvida posteriormente (ver acima, vista lateral do crânio). A caixa craniana é mais larga que comprida (ver acima, vista superior do crânio). Fórmula dentária: I 3/2; C 1/1; PC* 6/5. O terceiro incisivo em corte transversal é oval e menor que os demais. O último PC superior é pequeno, de forma cônica e com a ponta voltada para a porção poste- rior do crânio. O PC 5 e 6 tendem a ter duas raízes. Última falange da nadadeira peitoral possui a extremidade larga e achatada. São de aparência compacta, cabeça com focinho afinado e vibrissas muito longas, grandes olhos, orelhas pequenas e nuas e pescoço grosso. Nos machos adultos o corpo é coberto com uma densa pelagem que no topo da cabeça pode formar um topete. Coloração: macho cinza amarronzado no dorso, amarelo esbranquiçada no peito. O focinho e a face, acima dos olhos, variam de branco para amarelado. Vibrissas claras. As fêmeas adultas são muito semelhantes, mantendo o amarelado esbranquiçado do focinho, face e peito, mas o ventre é mais ruivo. Infantes são pretos ou marrom escuro. Nadadeiras: peitorais e pélvicas longas, sendo as peitorais maiores. Dimorfismo sexual: machos são bem maiores (proporção varia de 3,5 a 3,9:1) e podem ser mais escuros que fêmeas. Tamanho: ♂/ ♀ 0,80 a 1,95 m; nasc.: 60 cm Peso: ♂ 165 kg; ♀ 55 kg; nasc.: 5 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 83 83 * PC – pós caninos = conjunto de pré molares e molares. Lobo-marinho-antártico Focinho longo nos machos adultos. Olhos pequenos e estreitos.Vibrissas longas. Machos possuem pelos longos no peito e pescoço. Coloração: o macho é marrom acinzentado em quase todo o corpo e com a juba grisalha. O peito e o pescoço podem ser prateados e a face é cinza escuro. Fêmea é marrom acinzentado dorsalmente e com toda a região ventral cinza ou esbranquiçada. Vibrissas escuras. Alguns adultos possuem os pelos-guarda sem pigmento, contudo, os sub pelos são sempre pigmentados. Infantes são pretos ou marrons escuros. Nadadeiras: peitorais e pélvicas longas, sendo as peitorais maiores. Dimorfismo sexual: os machos são maiores e mais escuros que as fêmeas. Nome da espécie: Arctocephalus gazella (Peters, 1875). Outros nomes populares: lobo marino de dos pelos antártico, antartic fur seal, Kerguelen fur seal. Distribuição: ilhas antárticas no Oceano Atlântico ao sul da América do Sul. Habitat: insular, costeiro e oceânico. Tamanho dos agrupamentos: Possibilidade de ocorrerem isoladamente. Como reconhecer quando vivo: Cor marrom acinzentado no dorso, juba grisalha nos machos e ventre claro na fêmea. Presença de orelhas longas, proe- minentes e nuas nas pontas. O focinho é curto e moderada- mente pontudo, com vibrissas escuras. Com quem pode ser confundido: As fêmeas se parecem com fêmeas de Arctocephalus australis (pg. 81) que possui o ventre pouco mais claro, mas não é esbranquiçado. Tamanho: ♂2 m; ♀1,3 m Peso: ♂140 a 210 kg; ♀ 25 a 50 kg Como reconhecer quando morto: Pela coloração característica. No crânio o rostro é curto, as órbitas oculares grandes, com crista supra orbital e crista temporal pouco desenvolvidas. A crista sagital é pouco de- senvolvida, sendo aumentada posteriormente (ver acima, vista lateral do crânio). A caixa craniana é tão larga quan- to comprida (ver acima, vista superior do crânio). Fórmula dentária: I 3/2; C 1/1; PC* 6/5. O terceiro incisivo em corte transversal é oval e menor que os demais. Os PC* 5 e 6 su- periores são voltados para trás e tri cuspidados. O último PC superior é pequeno. Os PC* 5 e 6 tendem a ter duas raízes. Última falange da nadadeira peitoral possui a extremidade larga e achatada. Ca ra ct er ís tic as G er ai s 87 87 Foca-caranguejeira Cabeça pequena em relação ao corpo que é grande e fusiforme. Rostro longo. Comumente, possui cicatrizes profun- das em diferentes partes do corpo. Coloração: marrom com manchas mais escuras dorsalmente. A cor muda gradualmente para um amarelado na parte ventral. Com a idade, o animal fica mais claro até quase completamente amarelo. As nadadeiras são mais escuras que o resto do corpo. Nadadeiras: peitorais pequenas. Dimorfismo sexual: As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Nome da espécie: Lobodon carcinophagus (Hombron & Jacquinot, 1842). Outros nomes populares: foca cangrejera, crabeater seal. Distribuição: circumpolar antártica até o Estado do Rio de Janeiro no Brasil. Habitat: oceânico e costeiro principalmente na costa da Antártica, mas também na costa da América do Sul, Austrália, África do Sul e Nova Zelândia. Tamanho do agrupamento: Podem ocorrer animais solitários na costa brasileira e em agregações com mais de 500 animais em áreas circumpolares. Como reconhecer quando vivo: Rostro longo e corpo mais magro quando comparado com outras focas. Coloração marrom a amarelada. Com quem pode ser confundido: No Brasil, com nenhum outro pinípede. Tamanho: ♂/♀ 2 a 2,6 m; nasc.: 1,1 m Peso: ♂/♀ 200 e 300 kg Como reconhecer quando morto: Corpo esguio com cor clara e manchas dorsais. Crânio com caixa alargada, arco zigomático largo e rostro es- treito (ver acima a vista lateral do crânio). Dentes pós- caninos em número 5/5 e com 4 a 5 cúspides voltadas para trás, sendo a segunda maior (ver acima o esquema da dentição). As cúspides principais dos dentes superio- res e inferiores se encaixam perfeitamente umas nas ou- tras. Os incisivos e os caninos são pequenos. Os caninos inferiores são menores que os superiores. Ca ra ct er ís tic as G er ai s 88 88 Foca-leopardo Nome da espécie: Hydrurga leptonyx Blainville, 1820. Outros nomes populares: leopardo-do-mar, leopard seal. Distribuição: circumpolar antártica até o sul da América do Sul. Habitat: costeiro. Tamanho do agrupamento: Grandes na Antártica e ilhas subantárticas. Como reconhecer quando vivo: Cabeça grande com rostro largo semelhante a um réptil. Colo- ração escura no dorso, ventre claro e com pequenas manchas. Evidente separação entre a linha do dorso e do ventre. Com quem pode ser confundido: Não se parece com outras espécies. Como reconhecer quando morto: Cabeça grande e rostro alargado o que lhe dá aparência de réptil. Dorso escuro contrastando com o ventre claro. Crânio grande (cerca de 40 cm) e largo (ver vista lateral do crânio). Pós-caninos (5/5) com três cúspides voltadas para trás sen- do a central maior que as demais (ver acima o esquema da dentição), semelhantes aos da foca caranguejeira (pg. 85). Os caninos são bem desenvolvidos. Corpo hidrodinâmico, esbelto, com cabeça grande e rostro alargado o que lhe dá uma aparência de réptil. Nadadeiras peitorais longas. Presença de poucas vibrissas curtas. Olhos posicionados lateralmente. Coloração: cinza escura em todo o dorso até cinza quase azulado nos flancos e mais clara (prata) no ventre, o qual possui pequenas manchas. Há uma separação difusa porém evidente entre a cor do dorso e ventre. Esta separação se inicia na face no nível dos olhos. Nadadeiras: peitorais longas e pélvicas curtas. Dimorfismo sexual: Não evidente. Tamanho: ♂/♀ 2,4 a 3,8 m; nasc.: 1,5 m Peso: ♂/♀ 200 a 600 kg; nasc.: 30 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 89 Juntamente com a Ordem Cetacea, os representantes desta ordem são totalmente adaptados à vida aquática, entretanto, são herbívoros. Das quatro espécies viventes, duas ocorrem no Brasil, sendo uma marinha e outra de água doce. São animais de grande porte, quase completamente sem pelos e com narinas providas de válvulas que são fechadas ao mer- gulharem. Osso dentário é robusto. Os ossos nasais são reduzidos ou ausentes. A bula auditiva é semicircular e o meato auditivo é pequeno. No Brasil existem registros de uma família, um gêne- ro e duas espécies. Sirenia Thrichechidae Ordem 92 92 Peixe-boi-marinho Nome da espécie: Thrichechus manatus (Linnaeus, 1758). Outros nomes populares: manati, vaca marina, West Indian manatee. Distribuição: águas tropicais atlânticas desde o sul dos Estados Unidos ao nordeste do Brasil. Habitat: estuarino e costeiro. Tamanho do agrupamento: Exceto em períodos reprodutivos, tendem a ser solitá- rios. Fêmeas podem estar acompanhadas por infantes. Como reconhecer quando vivo: De difícil detecção em ambiente marinho. Em águas com boa visibilidade e vistos por cima, podem ser identificados pelo corpo torpediforme, calda larga com borda arredondada, cabeça gran- de quando camparado a outras espécies da ordem e com focinho alargado. A coloração é uniforme. Com quem pode ser confundido: No Brasil, com nenhum outro sirênio. dificilmente é confundido. Como reconhecer quando morto: Coloração uniforme sem mancha branca ventral, cor- po torpediforme com cabeça grande em comparação a outras espécies da ordem e pouco diferenciada. Cauda larga e arredondada. Nadadeiras peitorais achatadas, alargadas e alguns dedos com unhas. Mandíbula lar- ga. O rostro e principalmente a mandíbula são curvados para baixo. Ossos nasais e pré-maxilares pequenos. De uma maneira geral, os ossos são densos e massivos. Possuem de 4 a 5 dentes maxilares e mandibulares em cada face. Os jovens possuem dois incisivos pequenos superiores e dois inferiores. Processos neurais das vér- tebras e costelas robustas. n Somente 6 vértebras cervicais. Cabeça grande, olhos pequenos, lábios grossos e flexíveis, pele grossa com poucos pelos dispersos pelo corpo e con- centrados na extremidade do rostro que é alargado. Dentição caracterizada somente pela série molar. Possui três unhas bem visíveis nas mãos. Coloração: uniformemente acinzentada. Nadadeiras: peitorais curtas, achatadas e alargadas. Caudal espatulada com a borda arredondada. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho: ♂/♀ 4,5 m; nasc.: 1,6 m Peso: ♂/♀ 1.600 kg; nasc.: 30 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 93 água doce Animais de Animais de Água doce Esta sessão tem por objetivo disponibilizar três espécies que ocorrem na Bacia Amazônica: Sotalia fluviatilis (pg. 93); Thrichchus inubguis (pg. 96); Pteronura brasiliensis (pg. 97) Essas famílias já foram disponibilizadas an- teriormente. Além destas três espécies há também mais uma família de cetáceo também co- mum à Bacia Amazônica e que passamos a apresentar: Iniidae Família Esta família possui apenas um gênero. O corpo é robusto e o rostro é longo e afilado. O melão é proeminente e a nadadeira dorsal é pouco evidente. Existem discussões sistemáticas sobre o número de espécies do gênero. Inia geoffrensis (pg. 94) Cetacea Ordem Odontoceti Subordem 94 94 Boto Nome da espécie: Inia geoffrensis (de Blainville, 1817). Outros nomes populares: boto-vermelho, boto-cor-de-rosa, delfín del Río Amazonas, Amazon river dolphin. Distribuição: norte da América do Sul. Amplamente distribuído pelos rios da Bacia Amazônica em diferentes países. Habitat: ribeirinho. Tamanho do agrupamento: Geralmente em pares, podendo haver associações temporárias. Como reconhecer quando vivo: São discretos ao passarem pela superfície. Rostro longo, melão muito evidente e nadadeira dorsal baixa e com base larga. O som produzido durante a expiração é forte. Podem ser avistados em matas de igapós. Em alguns períodos, po- dem apresentar comportamento mais agitado e com expo- sição da cabeça fora da água, podendo inclusive estar com pedras e madeiras na boca. Com quem pode ser confundido: Em observações rápidas, com Sotalia fluviatilis (pg. 95), contu- do, há grande diferença de tamanho corporal, forma da cabeça e da nadadeira dorsal destas duas espécies. Como reconhecer quando morto: Pelo rostro longo, melão rombudo e nadadeira dorsal baixa e com a base larga. A cor rosada desaparece após a morte. Possui cerca de 150 dentes. Dentição modificada sendo os dentes anteriores simples e cônicos e os posteriores, mola- riformes. n Número de vértebras: 7 cervicais, 13 torácicas, 5 lomba- res e 17 caudais. Rostro pronunciado e melão muito evidente e rombudo. O pescoço, que é visivelmente distinguível, permite boa mo- vimentação da cabeça. Podem apresentar uma série de pelos táteis no rostro. Os olhos são pequenos e a abertura do ouvido é evidente. Coloração: varia com a idade. Os jovens são cinza azulado escuro no dorso e cinza claro no ventre. Os adultos são palida- mente acinzentados no dorso e rosados nos flancos e ventre. Nadadeiras: peitorais grandes, côncavas na face anterior e convexas na posterior, afinando na extremidade. Dorsal baixa com base larga . Caudal longa e larga, com uma visível reentrância central. Dimorfismo sexual: Não evidente. Tamanho: ♂/♀ 1,8 a 2,7 m; nasc.: 80 cm Peso: ♂/♀ 60 a 100 kg Ca ra ct er ís tic as G er ai s 97 97 Ariranha Grande, de corpo longo e membros anteriores e posteriores curtos e com membranas interdigitais, A cauda também é longa e fortemente achatada dorso ventralmente. A pelagem é densa e curta e as vibrissas são longas. Coloração: predominantemente castanho escuro e com manchas claras bem definidas na garganta e peito. Dimorfismo sexual: não evidente. Tamanho do agrupamento: Unidades familiares de tamanhos variados. Como reconhecer quando vivo: Grande, corpo alongado, membros curtos e cauda longa e acha- tada dorso ventralmente. Manchas claras e bem definidas na garganta e peito. Geralmente estão em grupos familiares. Com quem pode ser confundido: Em áreas interiores, com Lontra longicaudis (pg. 78) que Tamanho: ♂/♀ 1 a 1,8 m; nasc.: 33 cm Peso: ♂/♀ 22 e 34 kg; nasc.: 200 g possui a garganta e peito castanho claro e sem manchas definidas e cauda grossa. Como reconhecer quando morto: Pela morfologia do corpo que é alongado com cauda com- prida e achatada dorso ventralmente, membros anterio- res curtos e manchas esbranquiçadas e bem definidas no pescoço e peito. Crânio alargado, achatado dorso ven- tralmente e projetado para trás. Fórmula dentária: I 3/3; C 1/1; PM 4/3; M 1/2 Ca ra ct er ís tic as G er ai s Nome da espécie: Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788). Outros nomes populares: lontra-gigante, arirai, perro de água, lobo del rio grande,lobito de cola ancha, lobo gargantilla, lobo corbata, nutria gigante, giant otter. Distribuição: amplamente distribuída por toda a América do Sul. Habitat: rios. 98 A [81] Arctocephalus australis [83] Arctocephalus gazella [82] Arctocephalus tropicalis B [26] Balaenoptera acutorostrata [27] Balaenoptera bonaerensis [28] Balaenoptera borealis [29] Balaenoptera edeni [24] Balaenoptera musculus [25] Balaenoptera physalus [39] Berardius arnuxii C [63] Cephalorhynchus commersonii D [57] Delphinus capensis [56] Delphinus delphis E [22] Eubalaena australis F [49] Feresa attenuata índICe por noMes CIentífICos índICe por fAMílIAs B [21] Balaenidae [23] Balaenopteridae D [47] Delphinidae I [93] Iniidae M [77] Mustelidae O [79] Otariidae P [85] Phocidae [69] Phocoenidae [33] Physeteridae [73] Pontoporiidae T [91] Thrichechidae Z [37] Ziphiidae G [53] Globicephala macrorhynchus [52] Globicephala melaena [59] Grampus griseus H [88] Hydrurga leptonyx [40] Hyperoodon planifrons I [94] Inia geoffrensis K [35] Kogia breviceps [36] Kogia simus L [60] Lagenodelphis hosei [61] Lagenorhyncus australis [62] Lissodelphis peronii [87] Lobodon carcinophagus [78] Lontra longicaudis M [30] Megaptera novaeangliae [41] Mesoplodon densirostris [42] Mesoplodon europaeus [45] Mesoplodon grayi [44] Mesoplodon hectori 99 [43] Mesoplodon layardii [46] Mesoplodon mirus [86] Mirounga leonina O [51] Orcinus orca [80] Otaria flavescens P [48] Peponocephala electra [71] Phocoena dioptrica [70] Phocoena spinipinnis [34] Physeter macrocephalus [74] Pontoporia blainvillei [50] Pseudorca crassidens [97] Pteronura brasiliensis S [95] Sotalia fluviatilis [55] Sotalia guianensis [65] Stenella attenuata [67] Stenella clymene [68] Stenella coeruleoalba [64] Stenella frontalis [66] Stenella longirostris [54] Steno bredanensis T [96] Thrichechus inunguis [92] Thrichechus manatus [58] Tursiops truncatus Z [38] Ziphius cavirostris índICe por noMes popUlAres A [94] Amazon river dolphin [96] Amazonian manatee [83] Antartic fur seal [27] Antartic minke whale [97] Arirai [97] Ariranha [39] Arnoux's beaked whale [64] Atlantic spotted dolphin B [26] Baleia-anã [24] Baleia-azul [39] Baleia-bicuda-de- Arnoux [41] Baleia-bicuda-de- Blainville [40] Baleia-bicuda-de- cabeça-plana [38] Baleia-bicuda-de- Cuvier [42] Baleia-bicuda-de- Gervais [45] Baleia-bicuda-de- Gray [44] Baleia-bicuda-de- Hectori [43] Baleia-bicuda-de- Layard [46] Baleia-bicuda-de-True [25] Baleia-comum [30] Baleia-corcunda [29] Baleia-de-Bryde [40] Baleia-do-sul [25] Baleia-fin [22] Baleia-franca [22] Baleia-franca-austral [30] Baleia-jubarte [26] Baleia-minke [27] Baleia-minke-antártica [40] Baleia-nariz-de- garrafa-do-sul [53] Baleia-piloto-de- peitorais-curtas [52] Baleia-piloto-de- peitorais-longas [28] Baleia-sardinheira [28] Baleia-sei [22] Baleia-verdadeira [24] Ballena azul [25] Ballena boba [29] Ballena de Bryde [29] Ballena de éden [25] Ballena fin [22] Ballena franca austral [30] Ballena jorobada [27] Ballena minke antártica [26] Ballena minke enana [40] Ballena nariz de botella austral [39] Ballena picuda de Arnoux [41] Ballena picuda de Blainville [38] Ballena picuda de Cuvier [42] Ballena picuda de Gervais
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